Natália Deodato, do BBB 22, é design de unha modelo, ela fala, com orgulho, sobre sua pele durante o reality. A moça, em conversa com os outros brothers, até relembrou em que momento de sua vida conseguiu ver as primeiras manchas de seu corpo.
“Tinha 9 anos quando ela [mancha relacionada ao vitiligo] apareceu na minha pele. Me senti um ratinho de laboratório com tantos exames buscando o motivo delas ali.” Explicou a cantora, que, segundo a mesma, teve o vitiligo de forma emocional.
“O vitiligo é uma doença autoimune que faz com que ocorra a perda de pigmentação da pele”, explica a dermatologista Daniela Antelo para a revista Glamour. As manchas claras aparecem pelo corpo causadas pelo excesso ou pela falta de melanócitos (as células produtoras de melanina), podendo evoluir de forma progressiva ou gradual. “Fatores genéticos ajudam na indução do vitiligo. Porém, a influência emocional, como o estresse e o medo, faz essa genética entrar em atividade − é a maneira com que o corpo avisa que não está bem”, diz o dermatologista Paulo Luzio, membro da Global Vitiligo Foundation.
Muito se confunde ainda, dentro da sociedade, o vitiligo com outras doenças da pele, contudo, No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, ele afeta 0,5% da população. Ou seja, cerca de 1 milhão de pessoas. Entenda sua relação:
1. NÃO SEGMENTAR OU BILATERAL: é o tipo mais comum de vitiligo. Nele, as manchas se apresentam nos dois lados do corpo, começando pelas extremidades, como nariz, boca ou mãos e pés. Caracteriza-se pelas formas localizadas de mucosa (região genital ou labial), comum (manchas bilaterais e simétricas) ou universal (mais raro, acomete mais de 70% do corpo).
2. SEGMENTAR OU UNILATERAL: manifesta-se em um lado do corpo, geralmente em pessoas mais jovens. Além da pele, pelos e cabelos também podem perder a coloração. Neste caso, a pessoa já carrega a predisposição em certas áreas específicas do corpo. Informações tiradas do site Glamour.
Margareth Menezes. em 'Terra Aféfé'. Foto: Raquel Carvalho.
A cantora Margareth Menezes anunciou nesta semana “Terra Aféfé”, sua nova música de trabalho. Com clipe já gravado em Salvador, registro vem em parceria composicional com Carlinhos Brown. Numa ode à feminilidade ancestral, música tem previsão de lançamento para o próximo mês de fevereiro e promete trazer elementos da estética afrofuturista e da cultura afro-urbana em seu clipe.
Foto: Raquel Carvalho
Num chamado a Iansã, orixá dos ventos e tempestades, o vídeo de “Terra Aféfé” foi gravado nos dias 19 e 20 de janeiro, em Salvador. Obra tem direção da premiada cineasta Joyce Prado, que assina produções recentes aclamadas pela crítica da também baiana Luedji Luna. Registro contará com participação do Balé Folclórico da Bahia.
Rodado durante dois dias em pontos emblemáticos da capital baiana, o trabalho teve como uma das locações principais o Mercado Iaô, espaço que fica no bairro da Ribeira, onde Margareth Menezes nasceu, foi criada e mantém há 17 anos a ONG Fábrica Cultural.
Ian Alexander Jr., de 26 anos, único filho da atriz e diretora Regina King morreu neste sábado (22). De acordo com a revista People, a causa foi suicídio e ele foi encontrado morto em sua residência.
“Nossa família está devastada no nível mais profundo pela perda de Ian”, disse King em um comunicado enviado à PEOPLE. “Ele é uma luz tão brilhante que se importava tão profundamente com a felicidade dos outros. Nossa família pede consideração respeitosa durante este tempo privado. Obrigada.”, disse Regina em nota a revista americana.
Ian era filho da atriz com seu ex-marido, o produtor musical Ian Alexander Sr. e tinha completado 26 anos, na ultima quarta. Seguindo os passos musicais de seu pai, Ian era um DJ.
Apesar de seu crescente sucesso como atriz e diretora, King disse na época que Ian era sua maior fonte de orgulho. Depois de se separar do pai de Ian em 2007, após nove anos de casamento, King admitiu que ser mãe solteira nem sempre foi fácil, mas que nada é mais forte do que seu amor por seu filho.
“Você não sabe o que é amor incondicional. Você pode dizer que sabe, mas se você não tem um filho, você não sabe o que é isso”, explicou ela na época. “Quando você experimenta, é a coisa mais gratificante de todos os tempos.”
Quase 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e essa é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito.
A banda mineira Black Pantera não se encaixa em nenhum padrão, afinal eles são um trio mineiro de homens negros que tocam rock com diversas influências, inclusive do metal, som massivamente tocado por músicos brancos. Essa reflexão sobre não se preocupar em agradar a sociedade virou música. “Padrão é o caralho” é o primeiro single do álbum “Ascensão”.
A capa de “Ascensão” traz uma foto de Victor Balde feita na província de Meconta, Norte de Moçambique. É a imagem principal da coleção “Lute como uma moçambicana”, da marca Com Respeito. A imagem é um releitura da fotografia do Giovanni Marrozzini.
“Uma vez ouvi uma música antiga dizendo que ‘a coisa tá feia/a coisa tá preta’. Quem disse isso? Quem determina o que é feio ou bonito? Aí escrevi esse verso ‘a coisa tá linda/a coisa tá preta’. Não importa a sua cor, se você é gordo, magro, se usa barba ou com quem você se relaciona. Na verdade, não existe padrão” – comenta o baixista Chaene.
Rodrigo Pancha, baterista da banda conversou como a gente sobre como o trio não se encaixa no padrão esperado para os negros que fazem música no Brasil. “A banda é fora do padrão estético que as pessoas geralmente veem tocando nos palcos quando o assunto é metal. E até musicalmente quando ouvem nossos outros trabalhos e tentam rotular um estilo, tem um pouco de várias influências, punk, hard core , Groove , metal e por aí vai. Somos de Uberaba do interior de Minas Gerais, onde a música sertaneja domina, até nisso a gente foge do padrão”, disse o músico que diz que a banda sempre “nada contra a corrente”.
Com produção de Rafael Ramos a música traz como questionamento a ideia de haver um padrão de beleza e de tantas outras coisas.
Movimentando todo o país, o Big Brother Brasil 2022 estreou durante a última semana com muitas novidades. Ao todo, 20 participantes, entre famosos e anônimos, foram confinados na casa, aos olhos de milhões de espectadores. Dentre diversos destaques – e polêmicas – ao longo dos primeiros dias, a forte militância dos brothers e sisters chamou atenção. Ao mesmo tempo que se observa na casa, pessoas com posicionamentos muito bem definidos sobre suas crenças e a forma como observam a sociedade de modo geral, também é possível ver participantes completamente perdidos em questões como racismo, homofobia, transfobia e gordofobia, utilizando a casa como um espaço de “aprendizagem”. Esse embate, muitas vezes cultural, proporcionou durante os primeiros momentos do programa, uma série de debates, confira alguns destaques:
NATÁLIA E A FALA EQUIVOCADA SOBRE A ESCRAVIDÃO
A fala equivocada de Natália sobre o processo de escravidão no Brasil gerou uma série de debates durante essa primeira semana. A sister disparou: “Sou preta e vim como escravo sim, por que a gente era eficiente, por que a gente era bom. Quando falarem ‘você é preto’, responde: sou sim, sou preta mesmo!’”. Após episódio, tópicos como “lugar de fala” e “racismo estrutural” invadiram as redes.
VINÍCIUS RELEMBRA HOMOFOBIA QUE SOFREU DENTRO DA IGREJA
Se emocionando ao relembrar episódio de homofobia durante infância, Vinícius comoveu participantes. Em seu relato, o brother falou sobre o preconceito que sofreu de pessoas que faziam pregação dos cultos. “Aquela pessoa que você admirava e pensava: ‘quero ser como aquela pessoa e ir pregar pra várias pessoas’…Simplesmente aquela pessoa chegar pra você e dizer: ‘o que você está fazendo aqui? Nada do que você faça na igreja vai mudar o fato de que você não vai estar no reino dos céus’”, comentou. A coragem e resistência de Vinícius foi aplaudida pelos demais confinados no reality.
o vyni emocionado com os elogios dizendo que ja viveu se escondendo e com medo de ser quem é por causa de muita coisa pesada que ouviu no passado e que isso leva a confiança da essa lá pra baixo
Numa conversa solta e errada, Rodrigo soltou a seguinte frase: “Eli, estou tentando dormir, mas tô lembrando do pinto do ‘traveco’ que você ficou com medo”. Vinícius estava no quarto e rapidamente o corrigiu: “Traveco, não”, disse o cearense. “Isso não foilegal“, completou Maria. Em seguida, com a consciência pesada, Rodrigo foi buscar Linn da Quebrada para “aprender” sobre o assunto.
Rodrigo conversou com Linn da Quebrada após ele falar o termo pejorativo “traveco” na última noite no #BBB22.
Durante a conversa, o brother usou o termo “denegrir” e também foi corrigido pela artista. pic.twitter.com/Bs58q53fNa
Em outra conversa com demais participantes da casa, o ator Tiago Abravanel comentou sobre o estigma da sociedade em torno das pessoas gordas: “Gordo não significa falta de saúde. Ainda existe uma questão em relação a isso. Preguiça, nojo, várias dessas coisas, a sociedade associa a gordura. A gente precisa desconstruir isso. E não quer dizer que sou a favor da obesidade, isso vai além da forma física”. Tópico gerou uma longa discussão dentro da casa sobre a pressão estética que é imposta pela sociedade.
O Tiago Abravanel deu uma aula sobre gordofobia e de quebra deu um fecho no Lucas que falou sobre fator de risco. #BBB22pic.twitter.com/6vIM0vzHh9
A cantora Naiara Azevedo voltou a figurar entre os assuntos mais comentados do país, dessa vez, por comentar, dentro do Big Brother Brasil 22, que sonhava em ter a cor de Maria. Numa roda de conversa, juntamente com Jade Picon, as participantes falavam sobre o privilégio branco, tentando explicar a Naiara sobre o assunto. Em determinado momento, após ouvir explicação, a cantora de ’50 Reais disparou: “Eu já sou doida pra ser assim [apontando para e pele de Maria]. Meu sonho. Fico o dia inteiro torrando no sol, acho a coisa mais linda do mundo e eu não dou conta. Eu fico rosa”, completou.
Tratando cor de Maria como um bronzeamento, fala de Naiara acabou deixando suas colegas constrangidas. Mesmo após explicação, Naiara mostrou que não aprendeu muito sobre questões ligadas ao privilégio branco e muito menos sobre as diferentes tonalidades da pele negra.
Nas redes usuários reagiram com críticas à fala de Naiara.
Esse personagem q Naiara quer pintar de “menina faceira da roça” me irrita. Nessa cena ela literalmente se comportou como uma estudante, a inocente q nunca escutou a palavra “privilégio”. Além de soltar essa pérola de “querer ser da cor” de Maria #BBB22pic.twitter.com/WOmzzyB1Jf
Estrelado por Deo Garcez e Soraia Arnoni, o mini documentário “LUIZ GAMA NA PEQUENA ÁFRICA” traz a história do jornalista, poeta e advogado abolicionista que libertou mais 500 escravos do cativeiro ilegal. Os personagens do documentário convidam o público a caminhar pelo circuito cultural e turístico conhecido como Pequena África, refletindo sobre o processo histórico de escravidão no Rio de Janeiro. As gravações foram realizadas em cinco pontos do circuito: Largo de São Francisco da Prainha, Pedra do Sal, Cais do Valongo e da Imperatriz, Cemitério dos Pretos Novos e Morro da Conceição. O documentário, produzido pela Nova Criativa Social, será lançado no dia 28 de janeiro de 2022 e ficará disponível no site oficial do projeto: https://www.espetaculoluizgama.com.br.
Foto: Marcelo Oliveira
SOBRE O ESPETÁCULO
Dirigido por Ricardo Torres, o espetáculo teatral “LUIZ GAMA: uma voz pela liberdade” retrata a importância da história de Luiz Gama para o nosso país, trazendo à tona assuntos que refletem na atualidade. Idealizado pelo ator e roteirista Deo Garcez, o espetáculo traz a força de um Brasil que luta contra a desigualdade. Soraia Arnoni passeia por diferentes personagens como apresentadora, musa inspiradora e Luísa Mahin, mãe do abolicionista.
“Trazemos um formato diferente, intitulado biografia dramatizada, que permite-nos apresentar a história de Luiz Gama e passear por alguns personagens escolhidos para contar esta história. Os temas abordados são muito atuais, o que instiga o público a discutir e participar do bate papo com os atores, proposto neste formato, após o espetáculo”, afirma o diretor Ricardo Torres.
A concepção do mini documentário foi inspirado no espetáculo “LUIZ GAMA: uma voz pela liberdade”, uma visão histórica da vida de Luiz Gonzaga Pinto da Gama. Nas cenas, o ator Deo Garcez trabalha com diálogos que evocam a luta contra o racismo e a discriminação presente na sociedade brasileira de sua época. A cenografia remete a uma ambientação clássica e intimista. Com uma mesa de canto e duas cadeiras antigas, o ator trabalha a dualidade das expressões teatrais; ora está sentado lendo, encenando momentos de reflexão e ora levanta-se para denunciar as mazelas da sociedade escravocrata. Seu movimento corporal é parte do jogo de revolta e embate envolvendo o advogado e a sociedade. Além disso, a peça traz a mãe de Luiz Gama, encenada por Soraia Arnoni.
Neste Dia de Combate à Intolerância Religiosa, um novo monitoramento feito pela Ogilvy Brasil e Eixo Benguela evidencia o forte preconceito a religiões de matriz africana no Brasil. No atual cenário do país, as ofensas não se limitam mais a invasão e ataques a terreiros e outros templos religiosos. Com a possibilidade do anonimato da internet, o espaço virtual se tornou o grande universo para ataques às religiões. Esse é o cenário observado pela pesquisa “Intolerância Religiosa e seus Reflexos nas Redes Sociais”, estudo produzido pelo Eixo Benguela, coletivo de promoção a diversidade racial da Ogilvy Brasil, em parceria com as áreas de Data Intelligence e Social Media da agência.
A curadoria identificou as ofensas, violências e ataques mais comuns feitos às religiões de matriz africana na internet, e não à toa, religiões como o Candomblé e Umbanda se destacaram pelo volume de menções. Os termos mais associados negativamente a elas foram “volta para o mar, oferenda”, com 34.164 menções, e “chuta que é macumba”, com 53.742 menções, no período de 2018 a 2021. Já a palavra macumbeiro (a), foi mencionada mais de um milhão de vezes (1.321.128) no mesmo período. Vale lembrar que nessa ocasião, majoritariamente, o termo é usado de maneira pejorativa, apesar de também ser usado entre os praticantes do Candomblé.
A pesquisa “Intolerância Religiosa e seus Reflexos nas Redes” foi elaborada combinando diversas ferramentas e recursos de pesquisa online. Através da Nuvem de Palavras relacionadas ao termo “intolerância religiosa” nas redes sociais, fica também evidente que a temática está diretamente ligada a assuntos como “racismo”, “crime”, e outras palavras correlatas, como “respeito” e “direitos”. Vale lembrar que o Código Penal Brasileiro tipifica em seu Art. 208 como crime a intolerância religiosa no país.
Defensores de religiões de matriz africana marcham a favor da Liberdade Religiosa em São Paul. Agosto de 2018. Foto: Sérgio Silva / Ponte Jornalismo.
Fora da internet, o cenário de preconceito religioso se repete. Segundo dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, os boletins de ocorrência sobre discriminação religiosa somaram 261 registros no segundo semestre de 2020. Esses são os dados mais atualizados disponíveis pelo Disque 100, canal federal de denúncias. Vale lembrar que cada Estado brasileiro tem secretarias específicas que também recebem denúncias. O Candomblé lidera a lista de vítimas (23%), seguido pela Umbanda (14%), Catolicismo (14%) e Espiritismo (12%).
REAÇÃO E REFLEXÃO
Mais do que evidenciar as formas de violências e agressões às religiões de matriz africana presentes nas conversas nas redes sociais, o estudo tem objetivo de trazer impacto positivo para o Dia do Combate à Intolerância Religiosa. Segundo Nancy Silva, gerente de estratégia de conteúdo da Ogilvy, e integrante do coletivo Eixo Benguela, a principal missão é sensibilizar sobre a importância de debates mais saudáveis e de mais respeito em relação a fé.
“Chegamos à conclusão de que a maioria das conversas sobre intolerância religiosa na internet são estimuladas por notícias ou situações envolvendo violência, ataques e crimes, sobretudo, em relação as religiões de matriz africana. Essas conversas, combinadas ao preconceito racial e o clima polarizado das redes, apenas fortalecem o ciclo da violência”, pontua.
Como forma de informar possíveis vítimas em relação aos seus direitos, o levantamento traz ainda informações de órgãos públicos, da Constituição Federal e do Código Penal que amparam as pessoas em relação ao seu direito de expressar sua fé.
“O Dia de Combate à Intolerância Religiosa nunca foi debatido como data de reflexão. Até porque descobrimos através do interesse das pessoas em buscas no Google que há muita dúvida para entender o termo ‘intolerância religiosa’. A proposta com o estudo é trazer a conversa de forma construtiva e educativa, inspirando uma troca mais respeitosa e empática. A fé é uma escolha muito íntima e um direito que deve ser exercido de forma livre, como é assegurado pela constituição”, finaliza Nancy.
O Dia de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) foi criado no Brasil em homenagem a todas as pessoas, que assim como Mãe Gilda, sacerdotisa do Ilê Axé Abassá de Ogum, foram vítimas de violência verbal, física e patrimonial.
Linn, e arte de sua camiseta representando Anastacia
A entrada da artista Linn da Quebrada no Big Brother Brasil foi triunfal. Ela desfilou com seu corpo negro de travesti (identidade que a mesma utiliza), o que por si só já um ato político importante. Mas ela não parou por aí. Ela estava vestida com uma blusa com a imagem de Anastácia. Sob os olhares de milhões de espectadores, do Brasil e do mundo, Linn comunicou a liberdade.
A roupa escolhida por Linn para ser usada na sua estreia no reality show, que ocorreu na última quinta-feira, dia 20 de janeiro, já estava separada há tempos. A camisa faz parte do projeto Monumento à Voz de Anastácia do artista visual Yhuri Cruz. Os dois já estavam construindo a ideia da roupa exclusiva desde dezembro, conforme relatou Yhuri (que também é escritor e dramaturgo) em suas redes sociais. O projeto, na sua pluralidade, desenvolveu-se em 2019, para “monumentalizar a boca insubmissa vedada pela história”, conforme apresentou seu idealizador. Ainda de acordo com Yhuri Cruz, o trabalho pode ser encontrado no Instituto Moreira Salles de São Paulo na exposição “Carolina Maria de Jesus – Um Brasil para os Brasileiros” e na “Protagonismo”, no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB) no Rio de Janeiro. Também podemos encontrá-lo em livros didáticos, e ele continua sendo distribuído gratuitamente como santinho e comercializado na versão de colecionador.
Você poderá olhar para a camisa e pensar que já viu essa imagem em algum lugar. No esforço de se lembrar (talvez bem-sucedido), você notará que há algo diferente na obra de Yhuri em que ele representa Anastácia, como ficou conhecida a negra escravizada de olhos azuis com uma máscara de tortura sobre a boca. De maneira brilhante, o artista apresenta a negra sem o instrumento de tortura e com um lindo sorriso.
O retrato de Anastácia original é uma imagem penetrante, densa, e ecoa as violências e violações do sistema escravista a que gerações de africanos foram submetidos. São muitos os mistérios que cercam a história dessa mulher com olhos marcantes. A escritora e artista interdisciplinar portuguesa Grada Kilomba, no livro Memórias da Plantação, mostra algumas versões do passado de Anastácia. Alguns dizem que ela pertencia à realeza Kimbundo, nascida em Angola, captura e levada por uma família portuguesa para a Bahia na condição de escravizada. Anos depois a família portuguesa retornou para o país de origem, e na ocasião ela teria sido vendida e foi trabalhar na produção açucareira. Outros afirmam que ela foi uma princesa iorubá e que foi sequestrada por traficantes de escravos europeus e enviada para o Brasil na condição de cativa. Outros ainda alegam que ela nasceu na Bahia mesmo. Não sabemos seu nome africano. Pois Anastácia recebeu esse nome ao entrar no sistema escravista.
O motivo que a levou a carregar a máscara também é um mistério, restam apenas hipóteses. Dizem que ela teria recebido a máscara como castigo após ter arquitetado a fuga de outros escravizados, há relatos de que sua sinhá, por ciúme dela com o senhor e por conta da beleza de Anastácia, teria colocado o instrumento de tortura. Há descrições de que ela haveria resistido à violência sexual do senhor e, irado, ele teria feito ela submeter-se a esse castigo. São muitas as narrativas das supostas razões. Por trás desse passado incerto há alguns fatos. Anastácia era considerada santa pelos demais escravizados. O retrato foi feito no início do século XIX por um francês. Foi no século XX que ela se tornou símbolo da luta contra a opressão colonial e da luta antirracista. Anastácia é uma personagem política e religiosa. Hoje está em terreiros (de candomblé e umbanda) e igrejas católicas, ou seja, no centro de devoções negras. Muitas vezes recebe homenagens junto com os Pretos Velhos, nas festas de maio, mês da abolição da escravização no Brasil. De escravizada a santa, Anastácia ganhou este título dos devotos. A vontade e a voz do povo sacralizaram uma mulher marginalizada pelo colonialismo.
A máscara que cobre a boca do sujeito negro escravizado pode ser entendida como a materialização do silenciamento. Uma peça que expressa o projeto colonial europeu que vigorou no Brasil por mais de trezentos anos. A máscara que a impede de comer e falar sinaliza o poder colonial de dominação e tortura. Contra esse regime brutal de silenciamento e apagamento sistemáticos, santas emergem. Os brancos só tentaram calar Anastácia e tantas outras Anastácias porque sua voz, seu rosto e seu corpo eram e são potentes, são instrumentos poderosos de transformação social.
O nosso silêncio, eles não dominam. Eles têm medo do que podemos fazer quando falamos/cantamos. Eles já não podem nos proibir de ser, de existir. Quando o corpo negro travesti aparece num meio de comunicação de massa desfilando, por si só e por tudo que esse corpo representa ele já fala, já grita, e a mensagem é: liberdade.
texto por: Débora Simões, professora, historiadora e doutora em antropologia social
Nego Di foi denunciado a o Ministério Público e teve sua conta na rede social suspensa após fazer comentário sobre o vídeo íntimo vazado de Natália Deodato, atual participante do BBB 22.
A moça que está confinada, teve um vídeo jogada nas redes sociais em que fazia sexo oral em uma pessoa. Muitos internautas pediram pela finalização de divulgação do vídeo, pedido esse que foi atendido e o vídeo foi retirado do ar. Contudo, o comediante Nego Di falou sobre o ocorrido e fez um comentário preconceituoso em relação a sister: “Que goela bem aveludada, hein, morena! Curiosidades do dia: eu não sabia que Dálmata gostava de chimarrão”, disse Nego Di, referenciando o vitiligo de Natália.
Quem foi o autor da denuncia no MP foi o policial militar e vereador Gabriel Monteiro. “Que Nego Di é um comediante sem graça, vilão do humor, isso é mais notório que sua impopularidade. Hoje deliberadamente começou a ofender implicitamente a Natália, a chamando de ‘Dálmata’ por sua doença vitiligo e detalhe: achou bonitinho o vídeo dela ser vazado”, comentou ele em seus perfis nas redes sociais.
Nego Di responde sobre acusações
Nego Di tomou conhecimento das críticas de Gabriel e rebateu o político. “Teve um youtuber/vereador/‘fiasquento’ dizendo que sou criminoso e que devo ir pra cadeia, e que me denunciou ao Ministério Público. Aí fui dar uma pesquisada sobre ele, então tá aqui: esse youtuber/vereador já foi expulso da Polícia Militar por deserção, já foi penalizado por porte de arma fora de serviço, faltas injustificadas, quebra de hierarquia, bastante coisa, hein!”, disse o humorista.
“Se eu sou criminoso, o que sobra pra ti, Gabriel Monteiro? Em que momento tu trabalha? Em que momento tu exerce a sua função? Transfobia não é crime, é tranquilo?”, questionou Nego Di, em referência a uma situação em que Gabriel foi acusado de transfobia por se recusar a se referir a uma mulher trans como pronome feminino.