O publicitário e fundador da Black Influence , Ricardo Silvestre - Foto: Bruno Gomes
Quem aqui se lembra das ocupações de perfis nas redes de celebridades brancas por pessoas negras, do “Black Out Tuesday” e Facebook, Instagram e Twitter mudando seus logos para cor preta? O assassinato de George Floyd que completa um ano nesse 25 de maio, fez da Internet um palco de protesto e revolução e as marcas não tiveram como fazer vista grossa a essa conversa.
A agência Black Influence do publicitário Ricardo Silvestre, nasceu um pouco antes desse do ano que mudaria a história da comunidade negra e como sua empresa trabalha com um casting de pessoas pretas e periféricas, ele pode sentir, literalmente na pele, os impactos midiáticos de um novo momento da discussão sobre a importância da vida das pessoas negras.
“Não sei se a publicidade se tornou mais consciente, mas posso afirmar que notamos uma maior preocupação por parte das marcas principalmente no que se refere à movimento negro e comunidade negra brasileira”, detalha o publicitário. Para ele a morte de Floyd trouxe à tona um tema que é muito sensível “que é visto muitas vezes como um tabu por muitas pessoas e por muitas marcas”. Silvestre acredita que os olhos do mundo para as questões sobre violência contra a comunidade negra fizeram com “que as marcas ampliassem seus esforços para demonstrar um maior engajamento pelo tema e mostrar que de fato é algo relevante para elas”.
Ricardo destaca a importância de ações que incluam, além da discussão de temas sociais sensíveis, a contratação e remuneração honesta de pessoas negras. “Só demonstrar preocupação com a causa não irá resolver o problema que notamos nas dinâmicas de contratação de influenciadores negros, por exemplo. Acho que esse ocorrido deve trazer toda a necessidade de se repensar a forma como influenciadores negros e não negros são contratados e remunerados de maneiras tão discrepante e diferente infelizmente”, reflete Silvestre.
“Essa revolução, entre aspas, que a morte de Floyd causou não pode ser adormecida, ela precisa resistir. Essas grandes marcas precisam entender também o seu papel fundamental nessa transformação da sociedade. Um ano da morte de Floyd o que mudou? Aqui no Brasil nós conseguimos algo positivo desde esse episódio? São esses questionamentos que a gente sempre faz no dia a dia e geralmente a resposta é não. Nada mudou, infelizmente”, finalizada Ricardo.
O coletivo Mulheres Negras na Biblioteca lançará pelo site (www.mulheresnegrasnabiblioteca.com.br) a primeira biblioteca on-line, do Brasil, de troca de livros escritos por autoras negras. O lançamento da plataforma será no dia 27 de maio, às 15h, via Zoom, em um evento em parceria com o SisEB (Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo), com as participações de Ola Ronke (‘The Free Black Women’s Library’) que serviu de inspiração para o projeto brasileiro , Carine Souza (‘Mulheres Negras na Biblioteca’) e Semayat Oliveira (‘Nós, mulheres da periferia’). O bate-papo online sobre ações de incentivo à leitura de obras de autoras negras abordará experiências realizadas nos Estados Unidos e no Brasil.
“Em 2020 fomos contempladas do edital do Programa VAI, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com um proposta de biblioteca itinerante de trocas de livros de autoras negras, inspirada na ‘The Free Black Women’s Library’. mas tivemos que adaptar a proposta devido à pandemia. Então, pensamos em criar um site para a realização da troca, que será concluída via Correios”, explica a produtora cultural Carine Souza, uma das organizadoras do coletivo.
Carine Souza, uma das integrantes do coletivo Mulheres Negras na Biblioteca (Imagem: Acervo pessoal)
Para que haja a troca dos livros, Carine explica que, no site cada pessoa poderá selecionar dois títulos por mês. Para que fazer a troca, ela deve se cadastrar e informar dois livros de autoras negras que ela tem e quer dar em troca; a solicitação será avaliada e ela receberá uma notificação de confirmação e um prazo para o envio das obras; quando os livros dela chegarem um prazo de envio é gerado.
O acervo contará, inicialmente, com aproximadamente 200 livros de escritoras negras nos gêneros ficção-científica, ensaios, poesia, biografias e romances nacionais e internacionais. Em conversa com a escritora Ola Ronke, Carine não vê diferenças significativas no processo de invisibilização de autoras negras e que o objetivo comum de ambos os projetos é combater o apagamento das mulheres pretas no âmbito literário.
O coletivo Mulheres Negras na Biblioteca é um projeto de incentivo à leitura de obras de escritoras negras, idealizado e organizado por profissionais de Biblioteconomia e Letras, que se dedicam, desde 2016, a promover atividades culturais a fim de contribuir para a formação e aumento do público leitor de autoras negras, com o objetivo de tornar notável a importância da inclusão dessas obras nos acervos das bibliotecas.
“Costumamos dizer que o nosso trabalho é de formiguinha. Mas como estamos na base da pirâmide social, qualquer movimentação que fazemos, por menor que pareça ser, abala toda a estrutura. Para citar exemplos: em 2018, fomos convidadas pela coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas para um evento que eles estavam promovendo; aceitamos o convite, mas em contrapartida pedimos que considerassem uma lista com aproximadamente 200 títulos de autoras negras que enviamos para incluir nas listas de novas aquisições das bibliotecas; eles aceitaram. Após isso recebemos relatos de bibliotecas que receberam uma quantidade significativa de livros de autoras negras”, aponta, Carine.
SERVIÇO
Lançamento do projeto Mulheres Negras na Biblioteca de Trocas (MNBT)
O grupo Jupiter & Okwess lançou recentemente o disco ‘Na Kozonga’ com produção de Mario Caldato Jr, responsável por discos de Bjork, Beastie Boys, Jack Johnson, Seu Jorge, entre outros. O grupo congolês contou a paricipação do rapper brasileiro Marcelo D2 na faixa “Telejayi”, que já tem videoclipe disponível no canal oficial da banda.“Quanto mais a gente consegue unir as nossas culturas, mais elas se tornarão universais. “Esse encontro vai influenciar tudo o que vem daqui para frente na minha música”, comenta D2.
‘Na Kozonga’ é uma expressão africana que significa “volta para casa” o que explica as participações brasileiras no novo trabalho, que tem também participação do sambista carioca Rogê, na música “Bolingo”. “Não há como esquecer o passado tão facilmente. As pessoas do outro lado são nossos descendentes distantes”, explica o vocalista da banda.
Imagem: Marcelo Quiñones
Esse é o terceiro disco da banda liderada Jupiter Bokondji e mistura estilos como jazz, rock,funk, salsa e ritmos africanos. O disco anterior, “Kin Sonic” (2017), foi parar na playlist ex-presidente americano Barack Obama e no top 10 de discos daquele ano pelo jornal norte americano The New York Times. O suingue presente nas músicas dançantes do disco não conferem falta de conexão com temas sombrios e importantes da nossa atualidade.“Abordar temas relacionados aos problemas da sociedade, como a colonização, os problemas climáticos e ambientais, as injustiças sociais com ritmos emocionantes, nos permite curar as nossas almas nos libertando de todos estes males”, conclui Jupiter.
A brasileira Aretha Duarte se tornou a primeira mulher negra da América Latina a chegar ao cume do Monte Everest (8.849m). Alcançando o feito no sábado (23).
O montanhismo ainda é uma categoria de composta por maioria de homens, com poucas pessoas negras e muito menos mulheres. Por isso o feito de Aretha é histórico. Em 2006, a norte-americana Sophia Danenberg foi a primeira mulher negra a escalar o Monte Everest. Depois, em 2019, foi a vez de Saray Khumalo, foi a primeira africana negra a subir o Monte Everest e agora a de Aretha.
Essa era a segunda vez que ela tentativa chegar ao topo da montanha de maior altitude do mundo. Na primeira, a montanhista teve problemas de tosse e sintomas de mal de altitude, de acordo com o “Blog Descalada”.
Nas redes sociais – que ainda não estão sendo guiadas por ela – os administradores celebraram “Essa conquista é nossa, da Aretha e de cada um de vocês, que acreditou e confiou nesta mulher sem paralelos e em sua jornada de auto-transformação e regeneração socioambiental.”.
Ativista britânica do movimento “Black Lives Matter”, Sasha Johnson, foi baleada na cabeça na madrugada de domingo no Sul de Londres, segundo o partido em que a jovem faz parte, o “Tomando Iniciativa”.
Johnson tinha recebido o apelido de “Pantera Negra de Oxford” por sua atuação no movimento e histórico acadêmico. Ela está na unidade de terapia intensiva em um hospital da região e os médicos não liberaram mais informações sobre seu estado de saúde, as informações passadas são de que o “ataque brutal” ocorreu em Peckham, no Sul de Londres, após “numerosas ameaças de morte”.
Sasha Johnson (centro) em protesto do movimento Black Lives Matter em Londres em junho de 2020
Em entrevista à BBC, Imarn Ayton fundadora do Movimento Reformista Negro britânico, afirmou não crer que sua amiga tenha sido um “alvo proposital”. Segundo ela, tudo indica que houve uma briga de gangues rivais na festa onde Johnson estava:
Sasha estava em uma festa e uma gangue supostamente ouviu que uma de suas inimizades também estava lá, então passaram de carro pelo local e atiraram no jardim — disse Ayton. — Um desses tiros obviamente atingiu Sasha Johnson, mas eu não acredito que ela tenha sido um alvo proposital.
A policia londrina afirmou que as investigações estavam tendo bom progressos por causa das testemunhas, mesmo sendo um incidente chocante e doloroso. “Eu reconheço que esse incidente vai chocar a comunidade local e alé, mas pedimos que as pessoas evitem especular sobre os motivos ou as circunstâncias por trás dele.” disse o superintendente da polícia, Jimi Tele.
Inaugurando a série “The Hollywood Reporter – Icon” o produtor Quincy Jones, produtor do hit Thriller de Michael Jackson e outros sucessos da música, revelou em entrevista ao que nunca trabalharia com Elvis Presley, o produtor afirmou que o cantor era racista.
“Eu não trabalharia com ele (…) Eu escrevia para [líder da orquestra] Tommy Dorsey, oh Deus, naquela época nos anos 1950. Elvis chegou e Tommy disse: ‘Não quero tocar com ele.’ Ele era um racista filho da – vou calar a boca agora.”
Alguns rumores sobre Elvis Presley ser racista rolaram pelo mundo da música, e até hoje o cantor é acusado de apropriação cultural. Segundo “The Sun” em 1987, uma carta escrita por Michael Jackson denunciava o racimo na indústria da música e dizia o quanto artistas brancos eram enaltecidos ainda que fossem medianos:
“Ao longo da história, homens brancos estiveram nas páginas de história (…) acima dos negros, nomeados como nobres, como Elvis Presley, o Rei do Rock and Roll, Springsteen como o Chefe e os Beatles como os melhores”, escreveu Jackson. “Sim, eles eram bons, mas não eram melhores cantores e dançarinos do que artistas negros”. teria dito Michael em carta.
Na entrevista ao THR, Quincy Jones ainda falou como conheceu Michael Jackson e falou sobre Oprah
Em 2018, foi publicado no Brasil o livro “A Liberdade é uma Luta Constante”, de Angela Davis. Pensei muito sobre ele e, em um dos seus trechos, Angela fala sobre o título, enquanto uma frase de uma canção do Movimento dos Direitos Civis americanos no século XX:
“Dizem que a liberdade é uma luta constante
“Oh, Senhor, lutamos há tanto tempo
Devemos ser livres, devemos ser livres”
Pensar sobre antirracismo é também refletir sobre a luta pela liberdade e os processos de mudança dessas opressões ao decorrer dos anos, décadas, séculos…
Nina Simone, durante uma entrevista, reflete sobre o que é a liberdade e chega à conclusão que liberdade, para ela, é não ter nenhum medo. “Esse é o jeito mais próximo que eu posso descrever. Não é tudo, mas é algo realmente que se sente…Nenhum medo”
Rosana Albuquerque em um artigo na Universidade de Porto em Portugal afirma que o racismo é um fenómeno mutável, historicamente contingente, que se transmuta consoante as condições que se desenvolvem e intersectam em contextos particulares, e considerando que a persistência do racismo enquanto fenômeno político-social de múltiplas faces exige-nos o compromisso da reflexividade sobre o legado da nossa história, procurando compreender o que deste passado perdura no mundo de hoje.
Se o racismo nos séculos XV a XVIII, advindo da escravatura e do colonialismo, se desenvolveu previamente à emergência dos conceitos de “raça” e “racismo” (no século XIX), hoje manifesta-se de formas diversificadas.
O racismo enquanto projeto ideológico, fruto de um círculo virtuoso entre ciência e política, que se reforçou cumulativamente ao longo de séculos, viria a ser desconstruído cientificamente e deslegitimado politicamente em meados do século XX, após a tomada de consciência dos horrores do holocausto, como eu já falei aqui no post sobre Eugenia.
Como marcos significativos desse “fim” podemos apontar a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) – que confirma, à época, a rejeição de projetos políticos assentes na discriminação ou perseguição racial e étnica – e as declarações da UNESCO (1950, 1951, 1964 e 1967) – onde acadêmicos de diferentes áreas científicas desenvolveram reflexões críticas sobre a história, o conceito de raça e a diversidade cultural da humanidade.
Todavia, ”o fim do racismo científico não significou o fim do racismo na sociedade. Este transformou-se e diversificou-se, o que levou alguns autores a falar de ‘racismos’ e não de ‘racismo’ para salientar a multiplicidade de manifestações”.
O contexto científico-político-social de meados do século XX explica a mutação de um “velho racismo” – com uma clara dimensão ideológica e ênfase na hierarquização racial – para “novos racismos” – que produzem processos de distinção, discriminação e desigualdade com base na cultura, apropriando-se de conceitos como o de grupo étnico ou etnia em substituição do conceito de “raça” por este já não colher apoio científico nem político.
Assim, nos “novos racismos” o processo de racialização ou de categorização por via da “raça” é substituído por um processo de “etnização”, ocorrendo de forma mais sutil.
No Brasil uma pesquisa dos psicólogos sociais Marcus Eugênio Oliveira Lima e Jorge Vala revela que, ao contrário do esperado, após o surgimento das leis antirracistas, o racismo não cessou, mas tomou outras formas menos abertas e flagrantes o que corrobora para o pensamento de uma multiplicidade de racismos existentes.
Winnie Bueno em um texto para sua coluna na revista Gama reflete sobre a dificuldade do brasileiro em identificar o racismo.
“A compreensão que a sociedade tem sobre o que é racismo ainda é muito rasa. As pessoas compreendem o racismo apenas quando ele se apresenta na esfera das relações sociais de forma nua. Nós ainda temos dificuldade em entender que o racismo é um sistema de dominação, que tem múltiplas camadas e que opera em variadas dimensões. Patrícia Hill Collins nos alerta que o racismo pode apresentar formas específicas conforme gênero, sexualidade, status de cidadania, capacidade física e classe social […] A sociedade não enxerga pessoas negras como seres humanos plenos de subjetividade. Elas são tolhidas das possibilidades de exercício da sua multiplicidade e, no geral, são todas interpeladas a partir de uma visão única. A forma com que o racismo nega a subjetividade opera em uma lógica que faz as próprias pessoas negras pensarem que somos todos iguais e que temos que agir de forma unificada, sem divergências, sem uma pluralidade de ideias.”
O que seria isso senão uma forma de nos tirar liberdade e nos fazer sentir medo o tempo todo?
Em 25 de Maio de 2021 se completa 1 ano do assassinato de George Floyd por um policial nos Estados Unidos. Um Homem negro que foi asfixiado até a morte por um policial branco que, durante sua defesa, alegou que Floyd consumia drogas, na clássica tentativa racista de imputar crime e consumo de drogas a pessoas negras, como se isso justificasse o assassinato.
Estamos falando de 2020, mas tudo isso foi um processo histórico que, mesmo após o fim da escravidão, a branquitude utilizando de seu poder estruturou e institucionalizou formas de criminalizar a existência negra. Podemos voltar ao Brasil de 1890, apenas dois anos após o fim da escravidão no país, onde tivemos a lei dos vadios e capoeiras que basicamente era uma justificativa para se prender pessoas negras, agora “livres”. E foi assim com diversas tentativas de criminalização da existência preta, capoeira, samba, hip hop, rap, funk… E não podemos deixar de mencionar a famigerada “Guerra às Drogas” que funciona basicamente como uma justificativa estatal para chacinas nas comunidades de maioria negra no nosso país, vide o recente acontecido em Jacarezinho.
No Brasil, a gestão de segurança pública segue sob comando de mãos violentas e racistas e, como consequência, temos o descaso total com vidas negras nas periferias. Essa péssima administração da segurança pública, que deveria cuidar da vida dessas populações, através de ideais racistas define quem e como essa população deve morrer. Essa é a realidade Necropolítica brasileira, sob o disfarce de uma guerra de combate às drogas nas comunidades periféricas, estados brasileiros promovem o genocídio sem pudor algum. Ainda que digam não direcionar suas políticas dessa forma, os números mostram o contrário.
No Fear...Sem medo… Pensem um pouco sobre esse conceito de liberdade e analisem se viver em um país como o Brasil, onde as chances de ser assassinado mais do que dobram se você for negro.
A sociedade brasileira possui uma sensibilidade muito baixa a injustiças direcionadas a populações negras. Como herança da escravidão nossa sociedade construiu uma “empatia seletiva” e com isso o Estado mantém a política de morte direcionada ao povo preto e periférico, já que as chances de reação popular são menores.
Sem medo…
2020 marcou a internet devido ao insurgente onda de pensamento dito antirracista, mas será mesmo que algo mudou? Uma sociedade antirracista deveria no mínimo manter sob alerta e medo todos aqueles que expressarem racismo, mas não vejo isso acontecer. Isso sem aprofundarmos na dimensão estrutural dessa discussão que é fundamental para que consigamos frear o avanço e as expressões do racismo. Mas, o que temos visto é um conforto dos brancos com relação a essas pautas. Basta uma atitude em apoio a comunidade e uma gentileza direcionada a negros e pronto.
Ao invés de esperar conforto na luta antirracista brancos deveriam esperar o enfrentamento ao status quo, reconhecimento de privilégios, confronto a comportamentos nocivos e um olhar atento ao sistema que faz deles o privilegiado dessa situação toda a ponto.
Mesmo em 2021 ainda somos apontados como raivosos ao questionarmos o racismo na nossa sociedade ou classificados como professores que devem ensinar aos brancos sobre como nos respeitar.
Ainda precisamos explicar que antirracismo não tem a ver com a evolução espiritual e moral de pessoas brancas.
Quando brancos compreenderem que não são o centro dessa discussão, talvez aí, nesse momento, eles entenderão que se indignar com um negro apontando suas contradições é apenas mais uma forma de se alinhar ao pensamento hegemônico da branquitude. sendo assim a luta ainda tem sido a mesma…Uma luta constante, histórica…
As expressões do racismo contemporâneo revelam a persistência e a reprodução da hierarquização social com base numa classificação de quem ocupa que lugar em sociedades que defendem a igualdade de direitos.
Refletir sobre o racismo, olhar para o passado para compreender os processos que marcaram a construção do nosso mundo e os seus efeitos nas relações entre povos e entre saberes e analisar o legado de séculos de relações marcadas pela escravidão de seres humanos e por projetos políticos coloniais de desumanização e subalternização nos permite estar mais atentas/os às mutações e expressões do racismo e da discriminação nos dias de hoje.
O caminho antirracista implica olhar com responsabilidade coletiva para o passado e compreender os processos que marcaram a construção do mundo que hoje habitamos.
Eu ainda não consigo respirar, eu ainda tenho medo – logo não sou livre -, eu ainda preciso lutar contra o sistema todos os dias.
Fontes e referências:
Angela Davis, A Liberdade É Uma Luta Constante – Boitempo 2018
Rosana Albuquerque, Mostra Internacional de Cinema Antiracista – Micar 2020
Rosana Albuquerque, Uma Reflexão Sobre o Racismo – Repositório Aberto – Universidade Aberta – 2016
The Weeknd fechou a noite de domingo (23) da Billboard Music Awards 2021, como o grande vencedor. Premiado em dez das 16 categorias em que concorreu, o cantor levou os prêmios de Melhor Artista, Melhor Artista Masculino, Melhor Artista HOT 100, Melhor Artista de Rádio, Melhor Artista de R&B, Melhor Artista Masculino de R&B, Artista TOP 100, Melhor Álbum de R&B, Melhor Música HOT e Melhor Música de Rádio.
Ao receber o prêmio de Melhor Artista, The Weeknd agradeceu aos pais. “Eu sou o homem que eu sou por causa de vocês”. Falando em pai, um outro ponto alto da noite foi a homenagem a Drake. O artista foi reconhecido como Artista da Década e Melhor Artista de Streaming e recebeu o prêmio ao lado de seu filho de três anos, Adonis. “Eu sei que passei muitas horas tentando analisar o que fiz de errado, mas, agora, tenho certeza de que fizemos alguma coisa certa”, disse em seu discurso. Drake foi indicado em sete categorias este ano, incluindo a de Melhor Artista.
Pop Smoke, assassinado a tiros em sua casa em fevereiro do ano passado, levou cinco prêmios. Os prêmios foram recebidos pela mãe do artista, Audrey Jackson. “Agradeço aos fãs por honrarem a vida e o espírito do meu filho, de tal forma que ele continua a se manifestar como se estivesse aqui em carne”, disse ela.
“Paternidade”, primeiro longa de drama protagonizado por Kevin Hart chega à Netflix Brasil no dia 18 de junho. Kevin Hart se junta a grandes nomes da comédia que se aventuram em filmes com temática mais séria. Um dos ídolos de Hart, Eddie Murphy já foi aclamado por atuações mais densas em “Meu Nome é Dolemite” e em “Dreamgirls”. Esse último lhe rendeu uma indicação ao Oscar.Em ‘Paternidade’ Kevin Hart interpreta um homem que perde a esposa e precisa enfrentar os desafios de ser pai solo.Redação: @aquilesmarchelImagem Columbia Pictures
“Paternidade”, novo filme estrelado de Kevin Hart (“Jumanji: Próxima Fase”) é destaque de junho entre as estreias da Netflix. Após a morte repentina da esposa, um pai encara a paternidade solo. Baseado na história real do escritor Matt Logelin, o filme, dirigido por Paul Weitz, trará o primeiro protagonista dramático de Hart, conhecido por seus papéis cômicos e caricatos em filmes como “Pense Como Eles” e “Todo Mundo em Pânico 3”.
Imagem: Columbia Pictures
O ator de 41 anos entra na lista de comediantes que tentam se provar com talento dramático, assim como já fizeram Jim Carrey, Steve Carell e Eddie Murphy. Todos os citados conseguiram quebrar o preconceito que Hollywood nutre por atores que fizeram fama em filmes de comédia. Carell e Murphy já foram indicados ao Oscar e Jim Carrey foi injustiçado pela não indicação por “Show de Truman”.
A julgar pelo trailer, Hart promete não decepcionar e provar que consegue interpretar personagens que não pareçam ele mesmo.
A partir de 24 de maio, a série de vídeos ‘Futuros Ancestrais’ chega ao Facebook Watch. Criada pelo Instituto Identidades do Brasil(ID_BR) e Trace Brasil, em parceria com influenciadores negros e indígenas, a série conta com 5 episódios e um vídeo manifesto, com artes criadas pelo artista Jeff Corsi, e busca amplificar as conversas e reflexões sobre igualdade étnico-racial no Brasil.
Ao lado de Babu Santana, Juliana Alves, Jonathan Azevedo, Ellen Oléria e Kunumi MC, nomes como Luana Génot, fundadora do Instituto Identidades do Brasil, Ad Junior, Tukumã Pataxó, Kenya Sade, Alberto Pereira Jr, entre outros, vão debater diferentes temas relacionados à comunidade negra e indígena no país. Todos os vídeos estarão disponíveis nas páginas das figuras públicas, do ID_BR e da Trace Brasil no Facebook.
Com estreia de um episódio por dia durante toda a próxima semana, o conteúdo criado busca destacar um assunto diferente a cada vídeo, sob os títulos “Entendendo o conceito ‘O mundo ideal’”, “Futuras Ancestrais: Mulheres Negras e Indígenas Liderando o Futuro”, “Empoderando Crianças Negras e Indígenas”, “Conhecendo os Expoentes da Arte Afrofuturista no Brasil” e “Ancestralidade na Música”.
Imagem: ID_BR/ Trace Brasil
“Transformar o ideal da igualdade em realidade é possível. Somos todas e todos responsáveis por esta co-construção, e entendemos que para mudar o mundo precisamos antes de tudo mudar a nós mesmos. Não devemos ter medo de abordar temas delicados como a pauta antirracista e revisar constantemente nossas atitudes do dia a dia. Esse é o primeiro passo para chegarmos no mundo ideal que queremos ter num futuro não tão distante. Ao provocar o público através desta série de conversas e do Prêmio Sim à Igualdade Racial, o ID_BR pretende espalhar esperança e inspirar a ação individual e coletiva para um mundo antirracista”, afirmou a fundadora e Diretora-Executiva do ID_BR, Luana Génot.
Além da série no Facebook, as pessoas poderão também interagir e engajar com o tema usando o Filtro de realidade aumentada nos Stories do Facebook e do Instagram. Ainda no Instagram, as pessoas poderão aderir a um desafio no Reels usando o áudio original do rapper Renegado e compartilhando suas principais referências sobre as temáticas negra e indígena com seus seguidores
“Essa parceria fortalece aquilo em que sempre acreditamos: a promoção da diversidade através do diálogo. Para a Trace, poder participar desse projeto com o ID_BR e levá-lo para as redes sociais reforça o nosso pioneirismo em trazer mais pluralidade e igualdade para o mercado de entretenimento, apostando em novos rostos, olhares e saberes. Acreditamos em um futuro cada vez mais conectado com iniciativas como a deste projeto, que está incrível.” conta o Head de Marketing e Comunicação da Trace Brasil, Ad Junior.