Joe Ligon foi condenado à pena perpétua aos 15 anos, após se declarar culpado de acusações decorrentes de uma onda de roubos e esfaqueamentos na Filadélfia, acompanhado de outros 4 amigos.
Os crimes deixaram seis feridos e duas pessoas mortas.
Em quase sete décadas na prisão, recusou a liberdade condicional em ao menos duas oportunidades, pois, segundo ele, ficar sendo vigiado o resto de sua vida não era viver em liberdade. Agora, aos 83 anos, conseguiu sua liberdade e começará a sua integração na sociedade.
Na década de 1970, ele e seus companheiros de ‘arruaça’ receberam a opção de clemência do governador da Pensilvânia. Enquanto dois dos homens optaram por aceitar a oferta – que significava estar em liberdade condicional – Ligon a rejeitou.
“A criança que cometeu esses crimes em 1953 não existe mais. A pessoa que saiu da prisão em 2021 tem 83 anos, cresceu, mudou e não é mais uma ameaça”, disse seu advogado. “Ele retribuiu amplamente à sociedade pelos danos e prejuízos que causou. E agora, é apropriado que ele passe os últimos anos de sua vida em liberdade.”
Bridge [advogado de Joe], que representa o caso há 15 anos, teve o pedido de liberdade negado pela justiça, mas persistiu na causa e argumentou que uma sentença de prisão perpétua por um crime que Ligon cometeu quando jovem era inconstitucional.
Depois de uma audiência fracassada no tribunal intermediário de apelação da Pensilvânia, o advogado conseguiu levar o caso ao tribunal federal e venceu a questão em novembro de 2020, que finalmente concedeu a Ligon a liberdade sob seus próprios termos em 2021.
A Netflix anunciou nesta quinta-feira (18) que irá adaptar o livro infantil de Lupita Nyong’o, “Sulwe”, em um musical de animação. A atriz contou a novidade para os seguidores nas redes sociais, na qual foi confirmada pela rede de streaming.
“Sulwe vai ser um filme animado!! Obrigada aos leitores de todas as idades que se juntaram a Sulwe em seu passeio estrelado. Estou tão animada para esta próxima aventura na Netlfix.” Contou ela em um post que lembrava um pouco de sua trajetória com o livro.
A história conta com ilustrações de Vasti Harrison e acompanha a vida de uma criança de pele escura que, em uma noite, recebe a visita de uma estrela cadente, embarcando em uma viagem mágica onde ela aprende a história reveladora das irmãs ‘Noite e Dia’. O livro conta uma história sobre colorismo, autoestima e como aprender que a verdadeira beleza vem de dentro.
“Sulwe é um espelho para que as crianças de pele escura se vejam, uma janela para quem não conhece o colorismo, para ter compreensão e empatia, e um convite para que todos os que se sentem diferentes e invisíveis reconheçam sua beleza e valor inatos. Estou emocionada que o livro está sendo adaptado em um musical de animação que esperamos que inspire crianças de todo o mundo a celebrar sua singularidade”, concluiu.
A novidade deixou muitas pessoas animadas, mas ainda não foram divulgadas mais informações sobre a nova animação da plataforma. Ao longo do tempo, a netflix falará sobre o lançamento e datas previstas.
Em sua quinta edição, a nova edição da revista POP-SE que está chegando às bancas e livrarias de todo o país discute, entre outras pautas, racismo e anti misoginia.
Para a capa, a convidada é a atriz Erika Januza, em um papo sobre negritude, preconceito, racismo e seu papel enquanto mulher negra a atriz contou sobre suas experiências:
“Já fui aquela que se calava diante do preconceito. E eu entendo quem se cala. É um tipo de violência que a gente não está preparada. Ele acontece do nada e só por causa da cor da sua pele. Hoje, entendo que o preconceito pode acontecer em qualquer lugar e eu não o deixo passar. Se for preciso, vou para a Justiça. Racismo é crime! E temos a lei para nos defender. Não me calo diante de racistas”, afirma.
Taís Araújo, Eika Januza, Jessica Ellen são hoje mulheres que inspiram crianças e jovens negras no Brasil, ter essas atrizes ocupando grandes espaços, significa mais portas se abrindo para os artistas do futuro. “Entendi que muitas meninas negras veem em mim a possibilidade de se inspirarem e acreditarem que podem ter um futuro melhor. E é isso o que eu quero incentivar. Quero que elas sonhem e acreditem que podem ter o que desejam. Com muita luta e foco, mas é possível, sim. Como mulher negra, a minha luta é manter as portas abertas para todas as outras que virão. Assim como fizeram no passado. Se hoje estou aqui é porque existiu uma Ruth de Souza, é porque existe uma Zezé Motta e eu quero preservar essa porta que elas abriram…”.
Após assinar um contrato multimilionário de exclusividade com a Amazon Studios, o ator e roteirista Donald Glover estaria estudando e desenvolvendo uma série para a plataforma sobre a vida de uma ‘diva pop’ da atualidade.
Segundo informações exclusivas divulgadas pelo site “Hollywood Repórter”, a nova série vai se chamar HIVE e girará em torno da vida e obra de Beyoncé, contudo, ainda não foi informado se a cantora fará parte de algo na produção.
Outra informação divulgada pela imprensa é que a filha do ex-presidente Obama também fará parte do time de roteiristas da série. Esse será o primeiro emprego na área como roteirista na TV e outras informações sobre o mais novo entretenimento ainda não foi revelado.
Se aprovada, a série será o primeiro trabalho pós-faculdade da Maia Obama – filha mais velha de Barack e Michele Obama – , que está com 22 anos e deve se formar na Universidade de Harvard como parte da classe de 2021.
Malia já há algum tempo mostra interesse em seguir carreira em Hollywood, assim como apontou o site THR, que informou que a garota havia conseguido um estágio na The Weinstein Company em 2017, depois de ter estagiado anteriormente na comédia ‘Girls’ da HBO, além de ter trabalhado como assistente de produção no drama da CBS, ‘Halle Berry Extant’.
A premiada pela APCA como artista do ano de 2020 participará do programa Roda Viva na próxima segunda-feira (22)
A artista que já é muito admirada pelos fãs brasileiros ganhou ainda mais corações em suas lives-shows durante o isolamento social. Teresa atrai milhares de pessoas para as suas transmissões online, em alguns shows, outros artistas dividem a tela com a cantora e interpretam suas próprias canções e relembram alguns clássicos da MPB.
As lives são divididas entre a música e um espaço de debate para se falar de diversos assuntos, envolvendo política, família e a situação atual do país.
A participação de Teresa Cristina no Roda Viva terá apresentação de Vera Magalhães, e traz sabatina com a cantora.O programa vai ao ar às 22h, na TV Cultura, no site da emissora, no canal do YouTube, no Dailymotion, nas redes sociais Twitter e Facebook.
O cinema negro tem conquistando muito: após levar o Prêmio Canal Brasil e o prestigiado Candango de Melhor Direção no 53º Festival de Brasília o filme A Morte Branca do Feiticeiro Negro (Rodrigo Ribeiro, 2020) levou o prêmio de Melhor Curta-metragem de 2020 pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema – ABRACCINE <
O documentário traz uma inédita história dos tempos de escravidão no Brasil e reflete sobre a invisibilização do povo preto, “ A Morte Branca do Feiticeiro Negro” já circulou em menos de um ano de lançamento por mais de 40 festivais pelo mundo, acumulando até então 15 prêmios.
Nesta quinta-feira (18) o documentário estreia em Lisboa
SINOPSE
Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial.
CINEMA NEGRO EXPERIMENTAL
Nesta obra, som e imagem são veículos sinestésicos utilizados para retratar um pesaroso legado histórico diante do qual o sentimento não deveria ser outro senão repulsa e assombro. Imergindo nas instâncias mais subjetivas desse processo, recobramos o preço de três séculos de escravidão negra no Brasil. As chagas que pareciam insondáveis são representadas através da materialidade dos acervos históricos que resistem à precisão cronológica e, por isso mesmo, transformam-se em um discurso sobre a permanência. Os efeitos desse legado são duradouros e ainda sub-representados no imaginário coletivo, de modo que para contemplar esse autorretrato é necessário confrontar uma dor persistente, rompendo o silêncio que assombra nossa memória. Através de um cinema negro experimental, feito de afeto e mal-estar, produz-se um retrato poético da dor.
Dona de uma pele impecável, Tais Araújo já tem alguns cuidados anti-envelhecimento (Foto: Juliana Coutinho)
Skincare (ou cuidados com a pele) deveria estar numa lista de prioridades no nosso cotidiano, assim como nos alimentar! Cuidar, limpar, tonificar e proteger a pele são passos da rotina de um autocuidado, mesmo estando dentro de casa. Se engana quem pensa que estar dentro de casa não se faz necessário usar protetor solar.
Para a maioria das pessoas, cuidar do próprio cabelo e da pele em casa, sem a ajuda de profissionais, passou a ser uma grande descoberta, e desafio também! Que produtos usar? Como fazer? Qual rotina preciso adotar se estou dentro de casa? E tempo… pra fazer isso? Perguntas como essas surgiram para todos nós. E fomos descobrindo que o ritual de autocuidado representa um momento de pausa, um momento para cuidar de si.
Muitos tutoriais têm nos ajudado com dicas de rotinas de cuidado com a pele e com o cabelo, cada pessoa encontrou um jeito diferente de fazer. E convidamos uma das pessoas que tem feito muitos tutoriais maravilhosos, ajudando a todos nós com dicas de cuidados com a pele e também compartilhando os desafios dessa rotina: Taís Araujo.
Estamos acompanhando os seus tutoriais ma-ra-vi-lho-sos (obrigada por compartilhar!) que nos incentiva a olhar pra dentro, a se cuidar e nos ajuda com dicas de aplicação e produtinhos. Essa rotina de autocuidado com o cabelo e a pele já era algo que você praticava ou começou com a quarentena? Quais foram os desafios que enfrentou?
Não, eu já fazia, já tinha as minhas rotinas de autocuidado, mas durante o auge do isolamento, no ano passado, tipo abril, maio. Nossa! Foi muito difícil. E aí, eu não fazia como um ritual de autocuidado, engraçado, eu acho que teve uma outra conotação durante o período mais racho da quarentena, que era o momento importante que eu devia parar para olhar para mim. Acho que essa foi a grande transformação.
Quais produtos são importantes na sua rotina de cuidados com a pele? Por exemplo, assistimos a live que você fez para L’Oréal sobre UV Defender, e você compartilhou que sempre passava protetor solar desde os 11 (ou 14) anos, que o protetor solar é “um diferencial na sua vida” e que durante a quarentena, por não sair de casa e a rotina de trabalho não ser diária, esquecia de passar. Muitxs de nós deixamos de lado o protetor solar nesse período, esquecemos que a luz visível também causa manchas e lesões. Uma dica importantíssima essa, não?
É! Eu esquecia de usar. Nossa! E eu não sei por que, tive alguma coisa hormonal durante a quarentena, estava cheia de espinha, coisa que eu nunca tive e tive que passar a cuidar mesmo da minha pele e o protetor solar é maravilhoso. Primeiro que as manchas que a gente tem vêm das telas, vem dessa tela azul que a gente fez muito uso e quando eu tive essa questão das espinhas, durante a quarentena, que eu acho que foi de estresse, na verdade. Aí! Eu tive que caprichar muito no filtro solar, porque a minha pele mancha muito, para não ficar com a mancha da espinha. Então o filtro solar eu uso desde os 11 anos de idade. Eu já contei isso, a minha mãe tem uma queimadura crônica com ácido retinóico e aí, desde então ela introduziu esse hábito à gente. Pra gente é igual a escovar os dentes.
E como é a sua rotina de cuidados com a beleza (pele e cabelo) em meio às demandas de casa, mãe, esposa e profissional? O que considera o “básico”, que não deixa de usar? Porque tem dias que não estamos super empolgadxs, né? Algumas pessoas têm a percepção de que produtos para a pele são caros. E tem produtos que são acessíveis, quais dicas você tem?
Filtro solar eu uso o UV Defender todos os dias, agora então, esse que tem UV Defender com ácido retinoico eu uso todos os dias, uso com cor quando vou para a rua, se eu precisar ir para a rua, e uso o sem cor para ficar em casa, obviamente escovar os dentes (risos). Cabelo eu procuro uma vez por semana dar uma hidratada, eu lavo o cabelo duas vezes por semana só ou três e toda vez que eu lavo, passo ou uma cápsula de reparação Total 5, já fica no meu box, e quando eu tenho mais tempo, faço uma hidratação que demora mais um pouquinho de tempo e dedico mais tempo da minha vida ao cabelo. Mas toda vez que eu lavo, passo uma cápsula de recuperação.
Foto: Reprodução Instagram
O tempo é um aliado pra nossa saúde, mental e física. Um dos grandes desafios de muitas pessoas é conseguir administrá-lo. Dar pausas, respirar, controlar as emoções, se cuidar… Esses últimos períodos em casa, o que te ensinou sobre o tempo? As suas lives nos passam a percepção de uma Taís gente da gente, que vai lá e faz! Descobre coisas, erra, acerta, aprende, ri, chora.. que tem dias uhull empolgada e dias que não tá afim e tudo bem também! Como tem sido os seus momentos, como se manter equilibrada para dar essas pausas e se cuidar, se acarinhar, se dengar?
Nossa! Eu aprendi na vida, na quarentena, acho que o grande aprendizado foi respirar, sabia? Meditar, respirar, olhar para mim, entenderque o desespero, o nervoso, não adiantava, era uma comunicação ineficiente com os meus filhos, com o meu marido e até comigo mesma. Que o nervoso, a agitação, a raiva, eu tinha que esperar abaixar a poeira para poder me comunicar, porque senão, não conseguia o que eu queria e o que me ajudou isso, de fato, foi a meditação. A meditação me ajuda muitíssimo.
Pra você ter sua pele sempre bem cuidada, crie uma rotina para os seus dias, começando com o protetor solar para proteger a pele da luz visível, que são as luzes de casa, da TV e do computador, que podem sim causar manchas na pele.
Se você não sabe a quantidade certa do protetor solar, a gente te ajuda nisso também! Anota a receita aqui: Considere uma colher de chá para o rosto, o pescoço e o colo, outra para cada braço, outra para o tronco inferior e posterior e outra para cada perna.
O protetor solar UV Defender FPS 60 da L’Oréal Paris oferece as versões com e sem cor, anti-oleosidade com efeito matte ou hidratante e ação antifotoenvelhecimento. Enriquecida com ácido hialurônico puro, a linha UV Defender previne linhas de expressão, rugas e manchas solares. Alguns dermatologistas recomendam que é melhor se for com cor, pois a base tem partículas que trazem mais proteção, além de se proteger, você ainda está maquiada! Mas atenção aqui! Produtos que vem com protetor solar não liberam o uso do mesmo, ok?
A nossa pele, mesmo tendo mais melanina, tem uma tendência a manchar porque o fator de proteção na pele negra é muito baixa. Por isso, na sua rotina de beleza, comece sempre pelo protetor solar, mesmo que passe o dia dentro de casa.
O filme que tem o cineasta Jeferson De como diretor e foi vencedor na categoria Melhor filme de ficção no último festival do Rio, “M8 quando a morte socorre a vida”, chega no dia 24 de fevereiro na netflix.
O longa, que estreou em 2020, fala sobre a história de um jovem negro que ingressa como aluno cotista da Universidade Federal de Medicina. Ao chegar na instituição, é confrontado com uma dura realidade: o corpo que servirá para estudo na aula de anatomia – quase sempre de indigentes – é também negro.
Além de refletir sobre preconceito e exclusão e o lugar que o homem negro ocupa diante de uma sociedade racista, o filme toca em questões universais sobre os relacionamentos.
Como diretor, Jeferson De escolheu tratar a morte de uma maneira positiva, uma forma de inserir temas como fé, religião e ancestralidade. Para ele, a religiosidade e a fé em dias melhores e melhores condições de vida são duas questões muito representativas do Brasil.
Por questões de história e afeto, o longa é tratado como um drama que retrata a realidade de diversos brasileiros na sociedade. Juan Paiva, Raphael Logam, Zezé Motta e Lázaro Ramos faz parte do elenco do filme que estará disponível logo mais na plataforma de streaming.
O atacante do Masnchester United, Marcus Rashford, será a capa da próxima revista Time, na qual fala sobre “As 100 pessoas que mais influenciarão o mundo nos próximos anos”. O jogador de apenas 23 anos organizou uma campanha contra a fome infantil no Reino Unido e afirmou que seus atos jamais serão sobre política, mas sim, sobre humanidade.
De costume, alguém escreve um artigo falando sobre o ‘influenciador do ano’ e para Rashford, o piloto e heptacampeão da Fórmula 1, Lewis Hamilton falou sobre:
“Marcus inspirou incontáveis outras pessoas a se juntar a ele nesta missão e consolidou seu status como modelo. Sua determinação, resiliência e persistência têm sido verdadeiramente inspirador. Mal posso esperar para ver como ele continuará este importante trabalho.”
O piloto falou que o jogador, mesmo sendo muito novo, conseguiu alcançar diversas pessoas em prol daquilo que acreditava e sabia que mudaria toda uma sociedade.
“Em um ano que nos mostrou o poder de trabalharmos juntos em prol de um objetivo comum, ele (Rashford) foi uma força galvanizadora por trás da união de pessoas em todo o Reino Unido no esforço de garantir que nenhuma criança passasse fome” – escreveu Hamilton.
Nas redes sociais, Marcus agradeceu o piloto e disse que estava fortemente feliz pelas gentis palavras do heptacampeão.
Um dos maiores medos de quem entra para o reality mais assistido do país, é ser rejeitado, o que pode acontecer com muita facilidade, pois na mesma proporção que o público acolhe, eles julgam.
“Sentia que parecia que as pessoas queriam me expelir, igual na escola, fui o único negro, e as pessoas queriam me expelir.” Nego Di fala sobre a rejeição do público
A intenção não é defender o indefensável, mas sim fazer uma análise e entender o que 3 pessoas pretas ocupando um top 5 de rejeição pode significar. Pessoas pretas são rejeitadas pela sociedade de diversas formas, e a todo o tempo.
O acolhimento para pessoas brancas chega mais fácil do que para pessoas pretas, assim como o perdão, que é liberado para pessoas brancas, mas privado para pessoas pretas. Se engana quem acha que as maiores rejeições irem para pessoas pretas se trata apenas do comportamento do participante na casa, quando sabemos que por ser uma pessoa preta ela já entra com alto índice de rejeição, o programa reflete a vontade do público e se em 21 anos nunca teve um grande número de participantes pretos, foi porque o público aceitou.
Em uma versão do Big Brother Brasil com o maior número de negros, é muito simbólico que esses pretos estejam sendo os mais odiados, frases como “tinha que ser os pretos” já foram postadas nas redes, para justificar atitudes de alguns participantes, e de bonus, questões raciais de extrema importância estão sendo banalizados devido ao ódio pelo participante que os aborda lá dentro. A quem isso beneficia senão os racistas?
Nego Di (“BBB21”) – 98,76%
Aline (“BBB5”) – 95%
Nayara (“BBB18”) – 92,69%
“Mas a Cida, Thelminha e Gleici são mulheres pretas e venceram o programa”
Quem não lembra de Aline do BBB13 que foi a primeira eliminada da edição com 77% dos votos? Carioca, preta e favelada. Aline protagonizou uma briga com Kleber Bambam, ganhou a antipatia do público e foi taxada como “barraqueira”.
O público quer moldar os participantes pretos e quando não tem o que querem, os rejeitam. O perfil de pessoas pretas que é melhor aceito é o de pessoas calmas, sensatas e sempre coerentes. Mas pessoas pretas também vão errar, na vida ou em um programa de TV e se no programa o que sobra pra eles é rejeição, o que acontece na vida real?
Que o Brasil é um país racista, nós sabemos! Não é coincidência serem pretos os jovens que mais morrem pelas mãos da polícia, as pessoas que ocupam os trabalhos informais, os desempregados e pessoas fora de ambientes de estudo. O ódio da sociedade que é destilado contra pessoas negras, não é disfarçados nem em um reality show, toda a mobilização para dar a rejeição para um participante preto não veio em outros momentos, outras edições com participantes brancos tão desagradáveis quanto.
As fakes se espalham, famílias são ameaçadas, trabalhos são perdidos porque o público decide que o jogo não acaba com a eliminação. E essas consequências chegam dessa forma intensificada, por conta do racismo. O preto para ganhar empatia do público brasileiro tem que ser perfeito, nunca cometer deslizes durante sua trajetória no programa, caso contrário, é rejeição.
As reações do público não são as mesmas e um olhar para o BBB20 já nos confirma isso, o participante Felipe Prior, ainda que conhecido por muitas atitudes polêmicas na casa conseguiu o acolhimento do público, teve apoio de artistas, jogadores de futebol e até políticos e saiu por muito custo no paredão, mas com uma carreira intacta prestes a decolar aqui fora. Embora seu parceiro Babu Santana, também esteja se dando bem profissionalmente, no jogo, a mobilização era diferente. Em todos os 10 paredões enfrentados pelo ator, a família e os administradores da página precisavam negar fakes, denunciar casos de racismo e derrubar contas falsas criadas apenas para atacar o participante.
Ressaltando que a ideia não é falar das atitudes dos participantes na casa, mas sim sobre suas vidas após sair do programa. Enquanto Nego Di, Aline e Nayara lidam com o sentimento de rejeição, que tomam proporções absurdas, como ameaças à família e xingamentos nas redes sociais, a <racista> Paula do BBB19 e a Patrícia do BBB18 vivem uma boa vida de influenciadoras digitais. Porque as consequências diferem para quem desagrada milhões de telespectadores? De onde vem todo esse ódio contra pessoas negras?
Não podemos esquecer também, que muitas vezes, o racismo vem disfarçado. Uma página focada na rejeição da cantora Karol Conká já ultrapassou 2 milhões de seguidores e conta com publicações racistas disfarçadas de piadas para brancos rirem.
Ontem (16), no paredão do Nego Di, artistas brindaram, soltaram fogos e vibraram como uma final de copa do mundo, e a pergunta que fica é “veremos a mesma reação quando outros participantes brancos problemáticos saírem?” Ficaremos no aguardo