Até os 32 anos, a atriz Jéssica Barbosa acreditava que Judith Alves Macedo, sua avó paterna, havia falecido num acidente de carro. A história que lhe era contada desde a infância ganhou uma reviravolta quando a atriz se deparou com uma fotografia num livro e ouviu um relato familiar, que a fez procurar pela verdadeira história de Judith.
A mulher negra, mãe de cinco filhos, fora internada compulsoriamente num hospital psiquiátrico, onde permaneceu até a sua morte, em 1958. Partindo da verdadeira historia de sua avó, Jéssica sentiu a necessidade de fazer seu primeiro solo concebido e interpretado.
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Pensando nas vozes femininas que foram silenciadas pelo conceito de loucura, idealizou e é protagonista da peça “Em busca de Judith”.
O espetáculo é sobre as buscas e descobertas dessa história, idealizado por Jéssica e Pedro Sá Moraes, que também assina a direção, e tem estreia com sessão dupla dia 16 de Março, às 15h e 20h, no Sympla.
Mesmo tendo uma história forte e motivação muito grande para apresenta-la, a atriz afirma que “A peça nunca vai ser uma reconstituição do que aconteceu ou algo que busca julgar os culpados”.
“Desde que iniciei esta busca mudei a minha perspectiva sobre o que é loucura, e me disponibilizo a tentar entender as estruturas por trás desses muros que se erguem em prol da dita normalidade. É importante debatermos a saúde mental diante de um governo que acabou com as políticas de redução de danos e propôs acabar com os CAPS e outros espaços de atenção psicossocial, defendendo a volta do eletrochoque e do manicômio”, reflete.
Na história da loucura tem muito sobre a história do racismo estrutural, da LGBTfobia, da exclusão a corpos com deficiência.
A peça estreou online às 16h de hoje, mas estará disponível na sessão das 20h também, onde ficará ate o dia 23/03 na plataforma Sympla e depois seguirá para o youtube no canal da Jéssica Barbosa, com exibição aberta até o dia 29 do mesmo mês, com duração de 75 minutos e faixa étaria 12 anos.
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