Homenagem é da parte da coleção Barbie Signature Inspiring Women. C.J. Walker é a primeira mulher negra milionária dos EUA
A empresária e ativista Madam C.J. Walker é a nova homenageada da coleção Barbie Signature Inspiring Women, que cria bonecas Barbie em homenagem a mulheres inspiradoras. A boneca que celebra a primeira mulher negra milionária nos EUA foi lançada na quarta-feira (24).
Em entrevista para a revista Essence, a tataraneta de C.J. Walker, A’Lelia Bundles falou sobre como a boneca pode contribuir para que mais pessoas conheçam a história de sua ancestral. “Significa muito que agora as meninas de todos os lugares possam brincar com uma boneca Madame C.J. Walker e aprender mais sobre ela organicamente”. Ela ainda acrescenta: “A imagem e o simbolismo desta boneca levarão a história de Madame Walker ao mundo de outra maneira.”
Bundles é jornalista e historiadora. Foi ela quem ajudou a desenvolver a boneca, que vem acompanhada de mini embalagens que lembram os produtos de beleza criados por Walker para pessoas negras.”Era importante mostrar Madame Walker sob uma luz diferente”, disse. “Ela adorava roxo e turquesa. No passado, as fotos eram em preto e branco, então você não podia ver isso. Então foi bom que pudéssemos dar a ela um pouco de capricho e usar cores mais brilhantes”, contou A’Lelia Bundles durante a entrevista. A tataraneta de Walker também é autora da biografia que conta a história da empresária negra.
No início de 2022, a Mattel lançou uma boneca inspirada na jornalista e ativista Ida B. Wells. Outras personalidades negras como a Dra. Maya Angelou, Rosa Parks e Ella Fitzgerald também já foram homenageadas pela marca.
Em decisão da justiça americana, Vanessa Bryant deve ser indenizada pelo Condado de Los Angeles depois que socorristas e policiais fizeram fotos dos destroços do acidente que vitimou o atleta da NBAe sua filha Gianna Bryant, em 2020
Em decisão proferida pela justiça americana na última quarta-feira (24), ficou determinado que Vanessa Bryant, viúva do atleta da NBA, Kobe Bryant, deve receber o pagamento de US$ 16 milhões (cerca de R$ 81 milhões) pelo compartilhamento de fotos tiradas pelos primeiros policiais e socorristas que chegaram ao local do acidente que também matou a filha do jogador.
O acidente de helicóptero aconteceu em 2020 e também fez outras oito vítimas. De acordo com o TMZ, Vanessa tinha medo que as fotos dos destroços tiradas pelos policiais fossem divulgadas algum dia. O site ainda afirma que os agentes compartilharam as imagens com amigos, familiares, com estranhos em um bar e até durante uma festa com bombeiros.
Além de Vanessa, Chris Chester, que perdeu a esposa Sarah e a filha, Payton Chester, no acidente de helicóptero deve receber US$ 15 milhões. O TMZ conta ainda que durante o julgamento, os advogados de defesa alegaram que as fotos foram apagadas de todos os dispositivos e que nunca vieram à tona, o que não justificaria “motivo para alarme de que pudessem vazar”.
Craig Lavoie, advogado de Vanessa Bryant, afirmou durante o júri que “o condado violou os direitos constitucionais da Sra. Bryant e do Sr. Chester”. Familiares de outras vítimas do mesmo caso receberam US$ 2,5 milhões no ano passado.
A viúva de Bryant comemorou o resultado da sentença nas redes sociais “Tudo por você! Eu amo-te! JUSTIÇA para Kobe e Gigi!
No dia 23 de agosto, data em que Kobe Bryant faria 44 anos, a viúva do jogador de basquete havia publicado uma homenagem para o marido falecido no Instagram. Na mensagem, ela dizia: “Feliz aniversário. baby! Eu te amo e sinto muito a sua falta! #44”.
Nesta quarta-feira (24), estreou mundialmente o novo reality show da Netflix,Queer Eye Brasil. Nele, Fred Nicácio atua como um dos apresentadores do programa, que conta histórias sobre relações de afeto, carinho e identificação. “Durante as gravações de Queer Eye Brasil, vivi dias de muitas e fortes emoções, e isso me mudou e vem me transformado até agora”, comentou Nicácio, que para o reality é classificado como um ‘Fabuloso’. “O programa fala exatamente sobre isso. Transformação de vida. É o reality para toda a família ver, se divertir e se emocionar”.
Nascido no Rio de Janeiro, Fred é médico atuante na área de dermatologia, com formação em fisioterapia. No novo programa, o fabuloso, que possui uma visão plural sobre bons hábitos, alimentação, atividade física, foca seu trabalho no bem-estar dos convidados.
Em Queer Eye Brasil, os participantes terão suas rotinas invadidas pelos fabulosos, que vão ajudá-los a melhorar a autoestima e a qualidade de vida. Com direção de Andrea Cassola e produção da Floresta, o reality show é um licenciamento da NBCUniversal Formats, divisão da Universal International Studios.
Fred Nicácio ao lado de um convidado em ‘Queer Eye Brasil’. Foto: Netflix.
Originalmente produzido nos Estados Unidos pela Scout Productions e ITV Entertainment, o reality show Queer Eye se transformou em um fenômeno global, com diversas versões pelo mundo. Desde 2018, o formato recebeu nove Primetime Emmy Awards.
Em recente entrevista para o podcast PopPah, Ludmilla falou sobre seu amor e admiração por Beyoncé. A cantora norte-americana foi a grande inspiração de Lud no cenário musical. “Quando eu vi a Beyoncé cantando e dançando ao mesmo tempo, pensei ‘nossa é possível fazer isso ao mesmo tempo?’. Eu estudei ela e fiquei com muita vontade de fazer o que ela fazia, cantar para multidão, ter um monte de gente cantando as minhas músicas.Aí eu comecei a escrever música”, destacou a brasileira.
Reconhecida no país inteiro com músicas e projetos de sucesso, Ludmilla também comentou sobre seu sonho de conhecer Beyoncé. “Agora que tenho dinheiro para ir no show dela, ela não faz mais show. Está mais perto do que nunca encontrá-la ao vivo”, disse ela.
A intérprete do ‘Numanice’ contou ainda como a Queen B serviu como uma grande fonte de referência em sua vida, indo além da música. “Era zoada na escola porque as crianças não entendiam o que era implante [aplique]. O pessoal não entendia e dizia: ‘Ela está com cabelo de morto na cabeça’. Eu tentava fazer o douradão da Beyoncé no cabelo. Era muito fã dela, imitava”, contou. “Não parava de comprar DVD dela. Ficava no Youtube o tempo inteiro, tentando fazer as melodias e notas, porque ela canta demais. Eu novinha com aquela vozinha fininha. Virou minha referência e minha maior inspiração”.
Quando começou a carreira, Lud era classificada como ‘MC Beyoncé’. Seu primeiro sucesso veio com ‘Não Olha Pro Lado’, uma versão brasileira da música ‘Check On It’.
Atriz celebra 65 anos de carreira em 2022 com trabalhos na TV, cinema e no streaming
Uma das nossas grandes referências das telenovelas, do teatro e do cinema brasileiro, Neusa Borges está completando 65 anos de carreira e aos 80 anos, tudo o que ela quer é trabalhar e ser feliz.
A atriz foi reconhecida inúmeras vezes pelos trabalhos realizados na televisão. Na categoria “Melhor Atriz Coadjuvante”, Neusa ganhou o Prêmio APCA de Televisão (1992) pela novela “De Corpo e Alma”, Prêmio Contigo! de TV (1997) em A Indomada e o Diploma Comigo Ninguém Pode (2005) pela atuação na novela América. Além de ter recebido o Prêmio Top of Business na categoria de Melhor Atriz pelo papel de Cema na novela Caminho das Índias. Em março de 2022, a atriz recebeu o prêmio Ubuntu – de Cultura Negra pelas contribuições como artista.
Em entrevista para o Mundo Negro, a atriz, que acumula prêmios até mesmo como cantora, profissão que a levou para o mundo das artes, afirma que está em busca de mais um. Ela quer ser reconhecida pelos trabalhos no cinema. E produções não faltam. Até o presente momento Neusa Borges já tem três filmes lançados com sua participação, são eles: “Juntos e Enrolados” pela Netflix Brasil, como a Margareth; “Vale Night” que foi lançado no cinema em março e hoje está sendo exibido pelo canal Star+ Brasil, como a Avó de Daina (Gabriela Dias); e “Barba, Cabelo e Bigode” lançado recentemente pela Netflix Brasil, como a Dona Espir que é a avó de Richardsson (Lucas Peteado). Ela também finalizou as gravações dos filmes “Mussum”, produzido pela Netflix Brasil, e as gravações do primeiro filme coproduzido pelo Nós do Morro, chamado “A Festa do Léo”.
Neusa Borges falou com exclusividade sobre sua trajetória e contou suas experiências de enfrentamento do racismo durante sua carreira.
A senhora começou a carreira como cantora, mas conhecemos mais seus trabalhos como atriz. Como aconteceu a ida para a dramaturgia?
Eu comecei a cantar muito cedo, nas festinhas de escola, casa de amigos. Eu gostava mesmo de cantar. Mas aí junto com o cantar veio dançar, então eu fiquei muitos anos cantando e dançando. Eu cantei muito nas noites paulistas, viajava com show cantando. Substituí a Elza Soares muitas vezes, em muitos shows, onde ela não podia comparecer, ia a Neusa Borges. Em 1967/68 eu conheci o Vinícius de Moraes e ele sempre dizia que eu cantava e dançava muito, mas que dentro de mim existia uma atriz que quando desabrochasse ainda seria uma das maiores atrizes desse país. Não sei se ele disse isso brincando ou se foi real, mas só sei que quando ele voltou de uma viagem que fez para a Europa eu estava no palco já fazendo a peça “Hair” (1969), onde eu cantava e dançava e fui considerada a revelação do ano com essa peça, da qual, inclusive, ganhei um contrato com uma gravadora, na época a Polydor, mas que eu não cumpri esse contrato. Eu tive problemas e não quis gravar.
Depois do Hair vieram outras peças, Capital Federal (1972), Teatro de Cordel e eu fiquei naquela, cantando, dançando e representando. Aí vieram os convites para novela e eu segui minha vida fazendo exatamente isso. Mas antes de entrar para televisão e fazer novela, eu participei de muitos filmes, inclusive filmes internacionais, trabalhei com Lando Buzzanca, com Jacques Charrier, então daí eu misturei tudo e já estava fazendo teatro, cinema e cantando na noite.
E foi fazendo a peça no Teatro de Cordel que o Dennis Carvalho foi assistir e logo em seguida pintou um convite para televisão para fazer “Escrava Isaura” (1976), que foi a minha primeira novela na Globo, e daí não parei mais. Era cantando, dançando, representando, fazendo novela, fazendo teatro. Foi uma balbúrdia. E, inclusive, teve uma época até que diziam que existiam duas artistas completas no Brasil, que era Marília Pêra e a Neusa Borges.
Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, em 2021, a senhora falou sobre não saber se queria fazer mais novelas. E agora a vemos em muitos filmes que estão no ar. Como tem sido gravar tantos longas?
Não foi só em 2021 que eu pensei em não fazer mais novelas. Muitos anos antes, pensei em desistir da carreira de atriz, de cantora, de desistir do mundo artístico, porque sempre foi aquela coisa, que eu sempre detestei e sempre briguei na hora de assinar contratos sobre essa coisa da mulher ganhar menos que o homem. E eu sempre ficava mais danada ainda, porque além de ter que ganhar menos que o homem, eu tinha que ganhar ainda menos por ser mulher negra. Porque sempre foi essa coisa, primeiro o homem branco, depois a mulher branca e depois o homem negro e por último a mulher negra. E eu sempre briguei feio com isso. Tanto que até hoje, quando me chamam para assinar contrato eu já digo “Olha, não quero essa coisa de ganhar como mulher negra, não. Eu quero ganhar o quanto eu mereço ganhar”. Eu sempre falo isso antes de assinar contrato. Então eu pensei em desistir muitas e muitas vezes.
Sempre dava aquela coisa de participação ou eu era convidada para fazer um papel pequeno, de repente, as pessoas costumam dizer que os negros sempre faziam papel de escravo, papel de empregada, eu nunca briguei por isso. Eu gostava era de fazer. Gostava de entrar com papel pequeno e terminar junto com as atrizes principais (risos). Isso eu acho que é uma coisa que sempre incomodou muita gente. Mas se eu era contratada para fazer aquilo, eu fazia aquilo. Talvez eu fizesse bem demais e por isso sempre apareceu e por isso eu até me acostumei a ganhar prêmio, prêmio, prêmio. Eu achava muito engraçado. Mas eu sempre pensei em desistir sim porque é muito sacrifício trabalhar muito e ganhar pouco e ver as pessoas ganhando os tubos.
Só porque eu sou negra que eu tinha que ganhar menos? Então vinham as encrencas. E eu sempre com essa coisa de querer parar. E, na grande realidade, eu queria ser cantora, nunca passou pela minha cabeça ser atriz. Mas já que apareceu, a gente faz aquilo que Deus quer não aquilo que a gente quer. E papai do céu quis que eu fosse atriz. E eu não canto mais, eu parei depois da música Folhetim. Me aborreci demais, fiquei chateada, aborrecida. Ganhei até um disco de ouro volume 7, quando foi gravado. Cantei na novela Dancin’ Days (1978). Foi a música principal da Ópera do Malandro, eu tive que fazer teste para cantar essa música, com John Neschling, inclusive. Tanta coisa, tanto sucesso para depois a música acabar com a dona do sucesso, a Gal Costa. Isso me aborreceu mesmo e parei de cantar, não quis mais ser cantora também. Resolvi ser só atriz. E com a minha queda, infelizmente, do carro alegórico no carnaval de 2003, eu também tive que parar de fazer teatro porque eu fiquei com 22 parafusos, três placas, prótese na cabeça do fêmur, então para mim hoje seria muito difícil continuar fazendo teatro. Então continuei só fazendo mesmo televisão e cinema, que é ainda mais fácil para mim, e atualmente com a pandemia, a novela ficou difícil, mas eu continuei fazendo cinema. Nunca parei de fazer cinema e novela, só parei de cantar e dançar, infelizmente.
A senhora é uma figura marcante nas novelas brasileiras. Podemos esperar vê-la em alguma novela? Se sim, pode dar detalhes?
Minha última novela foi Salve Jorge (2012) e é incrível, as pessoas perguntam sempre se eu não vou mais fazer novela, porque eu sumi das novelas. Eu tive dois AVCs, um depois da novela A Vida da Gente (2011) e depois da novela Salve Jorge (2012), então eu tive que dar, claro, uma parada. Mas existe uma coisa que é real, só vou fazer uma novela se eu for convidada, ninguém nunca mais me convidou para fazer, então o que que eu posso fazer? Nada. Ficar aguardando. Inclusive as pessoas tão sempre me perguntando “por que você não tá na novela da Glória?”, “Passou por duas novelas e você não estava”. Ué, não estava porque ela não me convidou. Claro, se ela me convidasse eu estaria, porque eu tenho a Glória como a glória da minha vida das novelas. Com certeza as melhores novelas que eu fiz foram as novelas dela. Desde a novela Carmem (1987), a Dalva de “O Clone” e “Caminho das Índias”, muitas novelas eu fiz com ela, mas ela me convidou. Agora, se ela não me convida eu não posso estar e se o outro autor não me convida eu também não posso estar. E eu estou amando fazer minissérie, talvez porque sejam menos capítulos e mais curta. E até agora só gravei minisséries maravilhosas, essa vai estrear agora, talvez, antes do final do ano. Eu fiz “Auto Posto” que já veio a segunda temporada, foi maravilhoso. Fiz agora “A divisão” e a série “Encantados” que é a coisa mais linda. Eu faço um personagem maravilhoso. Essa vai estrear logo. Além do filme “Barba, cabelo e bigode” que está sendo sensacional, top 10 da Netflix. Então, se não me convidam, eu não posso fazer nada. Agora, se convidarem eu estarei fazendo porque é com que eu ganho minha vida. Tenho conta para pagar, alimentação, várias responsabilidades e eu ainda não estou na condição de me negar a fazer um trabalho, ainda não. Então, estou rezando sempre para que venham mais, mais e mais. Apesar dos meus 80 anos, eu acho que eu sou uma pessoa que posso continuar trabalhando e é o que eu quero, se Deus quiser.
Como uma referência negra para a arte da interpretação no Brasil, que conselhos a senhora daria para os jovens atores e atrizes negros do país?
Quando eu era pequena, ouvia sempre o meu pai dizendo uma coisa que eu não conseguia entender, mas ele dizia “Negro tem que ser absoluto” e eu ficava “Absoluto? Que raio de palavra é essa?”. Meu pai era uma pessoa incrível, ele estava sempre inventando alguma coisa. Aí eu já achava que essa palavra era invenção dele, que essa palavra nem existia e eu morria de dar risada nas costas dele. E passaram-se os anos, eu crescendo, fui entendendo a responsabilidade de ser negra. Eu fui muito humilhada no meu tempo de escola, eu fui muito humilhada na vida, humilhada por ser negra. E também tinha uma coisa que as pessoas maldosas sempre diziam, que eu era uma ‘negrinha muito feia’ e aquilo me doía muito. Eu, inclusive, fugi da igreja no dia da minha própria primeira comunhão. Eu tive uma vontade tão grande de tomar chocolate e no dia da primeira comunhão, depois da cerimônia, tinha um café da manhã com aquela mesa linda, muito bolo, muito doce e o bendito chocolate. Fizeram uma fila para tomar café e na frente, as primeiras eram as meninas brancas e as pretinhas eram as últimas, e eu fui a última. E quando eu cheguei não tinha chocolate para tomar, tinha um resto de bolo, de pão e de doce e não tinha chocolate para eu tomar. E aquilo me deu uma mágoa tão grande, tão grande, foi ali que eu descobri o que era a palavra racismo. Ali eu fui descobrir que eu era negra e que não era tão importante. Eu podia cantar na festa dos brancos, podia coroar Nossa Senhora dentro da igreja, eu podia tudo. Fui entender porquê na procissão eu tinha que sair de anjinho com a roupa azul, porque os negros saíam de roupa azul, as meninas brancas eram roupa cor-de-rosa, era a roupa branca. Mas azul era para meninas negras. Ali eu fui entender o que era racismo. Aí eu continuei na minha luta, porque eu era preta sim, mas eu queria fazer sempre o melhor. Na escola eu queria ser a primeira, então eu estudava, estudava e quanto mais eles me maltratavam, mais eu estudava. Hoje é o que eu sempre digo, não só às meninas negras que querem ser artistas, também para as brancas, estudem, estudem porque quanto mais você estuda, mais você vai ter a sabedoria, mais você vai ser uma pessoa experiente e vai saber lidar com a sua cor.
Tem uma coisa que eu gostaria de falar aqui. Eu fui uma pessoa muito complexada, não sei se essa é a palavra certa, mas por causa do meu nariz. Porque além de ser negra, diziam que existiam os três maiores narizes do Brasil, que era do Juca Chaves, do Wilson Simonal e o da Neusa Borges. E teve uma época, inclusive, que me chamavam de Neuzinha Simonal, por causa do meu nariz. E eu ficava muito triste com isso, eu tinha muita vergonha do meu nariz. Mas quando eu fui fazer a novela “Dancin Days”, eu me encontrei numa festa com o Ivo Pitangui, a gente falou sobre plástica, porque eu tinha muita vontade de operar o meu nariz e ele olhou para mim e disse “não faça isso nunca, você é uma menina nova e ao passar do tempo você vai ver o quanto você é bonita com o seu nariz, o formato do seu rosto, tudo combina e vai sempre combinar com o seu nariz”. Eu fiquei com aquilo na cabeça e até esqueci. Eu vejo as pessoas fazerem plástica e tem umas plásticas terríveis, que não deram certo. Nunca mais eu pensei nisso. E eu fico imaginando que hoje, com 80 anos, as pessoas olham para mim e dizem, “Neusa, você não tem vergonha de dizer que você tem 80 anos?”. Nunca me dão a minha idade, sempre 20 anos mais nova e ainda falam “Nossa, você é uma preta muito bonita”. E, inclusive, com essas histórias de plástica de nariz e tal, eu cheguei a ser modelo, desfilei em muitos concursos para modelo, inclusive desfilei para a fábrica da Bangu, na época era uma fábrica que tinha do Rio de Janeiro, e nunca mais eu me achei feia, complexada e também não me senti mais uma nega feia, não. Pelo contrário, me colocaram numa vaidade. Eu sempre digo assim, “olha, eu me amo tanto, eu me amo, mas eu me amo mesmo que se eu pudesse eu casava comigo mesmo de tanto que eu tenho orgulho de mim e me amo” e eu sempre falo isso para as meninas, para as moças, para os rapazes, não existe feiura para negro.
Nesses 65 anos de carreira, a senhora pensou em algum momento em desistir de ser atriz?
O racismo e o preconceito foram uma coisa que sempre me incomodaram, mas quanto mais me incomodava, mais eu lutava contra ele. E ainda luto, porque eu sei que essa coisa incubada que tem no Brasil é terrível. Então, por incrível que pareça, quando incomoda mesmo eu sempre penso no meu pai com aquela bendita palavra que também me incomodava quando ele dizia que negro tinha que ser absoluto. Mas hoje eu entendo o que ele falava, “o negro tem que estar sempre na frente” e eu gostei dessa luta. Então, claro, que eu sempre pensei em desistir de muita coisa porque parecia que quanto mais a gente luta, parece que mais a coisa se aflora e isso me incomoda, então eu continuo na luta, pedindo a Deus que esta coisa acabe logo de uma vez. Vai ser difícil, mas um dia vai ter que acabar. Mas eu já pensei em desistir, claro. Sou humana, o sofrimento também dói. Ainda existe aquilo, quem bate esquece, mas quem apanha não esquece, então já pensei em desistir, mas todas as vezes que eu pensei em desistir parece que eu fiquei mais forte e hoje, com mais de 60 anos de carreira, imagina. Eu tô pensando em desistir? Eu tô pensando em ir para frente. Só tem um prêmio que eu não ganhei na minha vida, eu não ganhei um prêmio de cinema e eu tô me esforçando agora para ver se eu ganho esse e é por conjunto de obras, por algum trabalho, sei lá, enquanto eu não ganhar esse prêmio eu não sossego. Porque é aquela coisa, eu sou negra e eu nasci para essa luta. Eu acho que eu vim ao mundo para lutar contra o racismo e enquanto eu estiver aqui nessa terra, eu vou lutar.
- Parlamentares anticotas agora estão mais alinhados à extrema direita e ao negacionismo racial do poder executivo (Foto: Freepik)
Em levantamento realizado entre março e julho de 2022, o OdB apresenta as diversas dimensões do discurso anticotas raciais no país
Prestes a completar dez anos de implementação, a efetividade e os critérios de aplicação da lei de cotas raciais no Brasil voltam a ser questionados e deverão ser revistos em discussões no governo federal nos próximos dias.
Diante dos recentes ataques a direitos já garantidos e retrocessos na pauta das ações afirmativas e de inclusão, o Observatório da Branquitude (OdB), iniciativa que estuda a branquitude e suas estruturas de poder, elaborou o boletim “Quem são os anticotas no Brasil?”. Este primeiro material de uma série que será produzida pelo Observatório é um mapeamento que reúne discursos, argumentos e perfis de importantes atores brasileiros que se declararam publicamente avessos à política de cotas em 2012. Apresenta, também, uma análise dos desdobramentos dessas narrativas, sendo algumas delas positivas e favoráveis à pauta, mas que podem estar primordialmente atendendo demandas de quem já está no topo da cadeia dos privilégios, a elite branca.
Com estudo focado em três eixos principais – poder legislativo, intelectuais e imprensa – durante o período de março a julho de 2022, o boletim é uma importante ferramenta de consulta, um medidor do comportamento da branquitude em relação às cotas durante a década e, por isso, serve de bússola à sociedade civil organizada, colocando no radar preocupações à vista e linhas de articulação que possam contribuir com o fortalecimento da pauta e da política de cotas em geral.
Para Thales Vieira, coordenador executivo do Observatório, “nossa intenção com a produção desses materiais é mais do que só afirmar a já conhecida resistência da branquitude em ceder a políticas afirmativas de reparação histórica e social. A missão do Observatório é lançar luz sobre essa problemática, questionando o paradigma da branquitude, que ainda é pouco explorado, e trazer para o debate público contribuições que possam sedimentar novos caminhos”.
A pesquisa buscou responder quatro principais perguntas que estão no cerne das discussões de cotas raciais: 1) Houve mudanças de posicionamento na esfera pública por parte desses atores ao longo de mais de duas décadas, entre 2000 e 2022? 2) Se houve, quais, por que e sob quais argumentos? 3) Há novos grupos na composição de vozes pelo retrocesso na política de cotas? 4) Quem são e como se organizam?
Para a pesquisadora da instituição, Carol Canegal, a metodologia usada na produção deste boletim é bastante coerente com a realidade e com a urgência que a pauta exige no momento. “Trabalhamos em três etapas qualitativas, articuladas e concomitantes, e com grande material bibliográfico, textos e manifestos anti e pró cotas publicizados, levantamento de projetos de lei em tramitação na Câmara e no Senado, e ainda uma listagem dos parlamentares anticotas e suas táticas de atuação na pauta. Uma sistematização de informações que julgamos relevantes à discussão, principalmente nesse período pré-eleitoral”, finalizou.
PODER LEGISLATIVO
Um levantamento da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), informa o total de 67 projetos de lei sobre a reserva de cotas raciais em tramitação no Congresso desde o início dos anos 2000. Deles, 20 são favoráveis à política e 31 são PLs anticotas. Outros 16 abordam temas considerados laterais.
INTELECTUAIS
Em 2006, uma carta pública anticotas foi enviada ao Congresso Nacional com 114 assinaturas de intelectuais, entre eles professores e pesquisadores, artistas e ativistas, pessoas brancas na maioria. Em 2022, 32 dos 104 signatários vivos foram contatados e uma reportagem foi publicada com a manifestação de 11 deles, que diziam ter mudado de ideia. Oito pessoas não retornaram o contato, 9 não quiseram participar da matéria e apenas 4 disseram se manter contra a lei de cotas.
IMPRENSA
Junto do movimento dos intelectuais, em sua maioria brancos, a grande mídia pactuou com o discurso da democracia racial e do Brasil miscigenado como pano de fundo para matérias sobre as cotas raciais desde o final dos anos 1990. Percebia-se a repetição de textos falando de “discriminação às avessas”, e “mérito substituído pela cor de pele”. Ao longo dos anos, foi se percebendo a efetividade da política de cotas que favorecem, mediante a associação de critérios socioeconômicos e raciais, também estudantes oriundos de escolas públicas, em sua maioria brancos pobres, como principal grupo beneficiado.
O boletim estará disponível neste link e também no site da iniciativa.
A chef pernambucana Dona Carmem Virginia irá apresentar o novo programa do GNT “Uma Senhora Panela“, com estreia prevista para janeiro de 2023. As gravações começam em setembro, com o lindo cenário de Olinda (PE). A também criadora de conteúdo digital, é dona do restaurante Altar Cozinha Ancestral, na região central de Recife.
Em cada episódio, Carmem vai cozinhar pratos brasileiros como moqueca, baião de dois e arroz de polvo. Pelo Instagram, a chef promete “ensinar de forma leve e divertida a cozinhar pratos bem brasileiros de forma simples, mas com a eficiência de quem prepara receitas com emoção, amor e entrega”. Além de estar acompanhada de convidados especiais como Luísa Sonza, Liniker, Preta Gil, Larissa Luz, Criolo, Lia de Itamaracá, Nara Couto, Zé Ricardo, Mariene de Castro, Almério e Martins.
A própria chef escolheu a dedo a equipe para trabalhar no programa. “A direção fica por conta dessa amiga querida chamada Dea Ferraz, o roteiro de meu querido amigo Adalberto Neto, direção musical, inclusive a trilha de meu inseparável pai, filho, irmão e amigo Zé Ricardo, e a consultoria gastronômica de meu querido amigo que tanto amo e não poderia deixar de estar Claudemir Barros e a produção é bem pernambucana da Casinha Produções.
“Agora é aguardar os looks bafônicos, assinados pelos melhores do Brasil, com o stylist de meu amigo Pablo Schauffeele, as makes certeiras e as melhores receitas de cada dia no @receitas”, encerra.
Nesta manhã, a chef voltou a agradecer nas redes sociais pelo apoio dos amigos e colegas que a apoiaram nesta nova jornada. “Essa é minha forma de celebrar minhas conquistas, sabendo que apesar de tudo ter nascido de um pensamento meu, só se tornou isso tudo porque teve o coletivo! Essa vitória é nossa, coletiva, partilhada é assim que eu me sinto mais à vontade em comemorar!”.
Cantora alega “pagamento insuficiente de royalties” e por “injustamente [permitir] que taxas excessivas de marketing e promoção fossem deduzidas dos valores devidos a Megan sob o contrato de gravação“
Desde o ano passado, a cantora americana Megan Thee Stallion enfrenta uma batalha judicial contra a gravadora 1501 Certified Entertainment. A rapper prestou queixa contra a empresa pedindo que o lançamento de “Something For Thee Hotties” seja reconhecido como álbum e pede US$ 1 milhão por danos.
As informações do processo divulgadas pela Variety afirmam que Stallion alega que o valor corresponde ao que a gravadora deve a ela por “pagamento insuficiente de royalties” e por “injustamente [permitir] que taxas excessivas de marketing e promoção fossem deduzidas dos valores devidos a Megan sob o contrato de gravação”.
Outra reivindicação da rapper é que ao reconhecer “Something For Thee Hotties” como álbum, o contrato com a gravadora será finalizado. Mas a 1501 nega que o disco, lançado em 2021, atenda aos requisitos para ser considerado álbum. Em entrevista, um representante da empresa afirmou que “Traumazine”, lançado em agosto, está em processo de avaliação para definir se é um álbum válido e que a rapper ainda teria que entregar mais um trabalho para cumprir o contrato.
Gravado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, o registro conta com as participações especiais de Péricles, Prateado, Delacruz, “Tá na mente” e Gabby Moura
“Numanice #2 – Ao Vivo” é o mais novo lançamento da cantora e compositora Ludmilla. O tão aguardado álbum chegou às plataformas de áudio na noite desta terça-feira (23), e em audiovisual, no Youtube, no canal da artista, na quarta-feira (24), ao meio-dia. Com 17 faixas e participações especiais de Péricles, Prateado, Delacruz, “Tá na mente” e Gabby Moura, o trabalho é resultado do registro do show realizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, em julho deste ano.
O novo trabalho traz grande parte dos sucessos do álbum “Numanice #2”, lançado em janeiro de 2022 – em que todas as 10 faixas, que são de autoria da artista, algumas solo, outras com a colaboração de parceiros de longa data, figuraram no TOP 200 do Spotify, um recorde no segmento -, algumas regravações com nova roupagem, além das inéditas “Sinais de Fogo” e “Insônia”. Todas as músicas foram produzidas sob a batuta de Rafael Castilhol, diretor musical e tecladista da cantora, que desde os anos 2000 está em projetos de grandes artistas do pagode como Alexandre Pires, Dilsinho, Sorriso Maroto, o cantor Belo, entre outros.
Com muito orgulho de mais este lançamento de seu projeto em que celebra o pagode, Ludmilla ainda se vê surpresa com a proporção que o “Numanice” tomou. “O ‘Numanice’ se tornou um projeto enorme sem a menor pretensão. Claro que imaginava que as pessoas iam gostar, mas jamais imaginei que ia lançar tanto conteúdo dele em tão pouco tempo e que ia estabelecer novos recordes no segmento. Sou muito feliz por isso e muito grata a toda comunidade pagodeira, que sempre foi muito generosa e receptiva comigo” – afirma Ludmilla com todo carinho.
Uma das participações especiais, o cantor Péricles, também conhecido como “Rei da Voz”, se uniu à “Rainha do Pagode” para cantar a faixa “Sinais de Fogo”. “Tive a honra de participar com a Ludmilla, um encontro que estava muito ansioso para que acontecesse e aconteceu agora neste projeto dela, que é muito legal, o Numanice. Cantamos uma música linda, linda, linda…e eu fiquei muito honrado em participar. Isso já estava há muito tempo para acontecer e quando aconteceu, foi uma felicidade e espero que todo mundo goste da canção” – comemora o cantor.
Com Delacruz, cantor com quem já dividiu palco em outras ocasiões, Ludmilla fez dueto em “Maria Joana” e “Cigana”: “Sou suspeito para falar do “Numanice”, acho que é uma iniciativa muito ousada da parte da Ludmilla, que foi recompensada com grande sucesso e repercussão nacionais. Coragem da parte dela e ela tem muito
talento para isso, né? Não é todo mundo que se dá bem, se arriscando assim, em um gênero completamente diferente do que o público está acostumado a ver e se saiu muito bem. O sucesso do projeto só diz o quanto a ela é uma artista completa” – finaliza o cantor
Uma das canções mais aguardadas do novo audiovisual é “Insônia”, em parceria com nossa saudosa “Rainha da Sofrência”, Marília Mendonça. A faixa, cuidadosamente liberada pela família da cantora – que nos deixou em novembro de 2021 – é o primeiro lançamento com a participação de Marília, após a liberação de “Decretos Reais”, projeto que consiste em lançar canções inéditas deixadas pela sertaneja.
Gravação do Numanice #2 no Museu do Amanhã (Foto: Divulgação)
NUMANICE
O primeiro EP, fruto de uma promessa que a cantora cumpriu após dizer ao público que, se ela ganhasse o Prêmio Multishow, na categoria melhor cantora, em 2019, presentearia os fãs cantando no popular ritmo. Assim que Ludmilla pegou seu prêmio, reafirmou o compromisso e entregou aos fãs o bem-sucedido projeto. Lançado em abril de 2020, com todas as seis faixas inéditas no Top 100 e o single “Amor Difícil”, no Top 40, o trabalho marcou o début da cantora no ritmo e teve grande aprovação do público. Graças a este sucesso, a cantora ultrapassou barreiras em um segmento majoritariamente dominado por homens e reposicionou o gênero como tendência. De lá para cá a cantora não parou mais e conciliou os ritmos. Gravou um audiovisual em novembro do mesmo ano, em um dos cartões postais mais bonitos da Cidade Maravilhosa, o Pão de Açúcar, com participações de Thiaguinho, Bruno Cardoso (Sorriso Maroto), “Di Propósito”, Orochi e “Vou Pro Sereno”. O trabalho ao vivo chegou à casa dos 400 milhões de plays e agora virou turnê com shows sold out por onde passou, o último, em Salvador, Bahia, reuniu mais de 30 mil pessoas.
Tamanha demanda fez com que a artista lançasse o álbum de estúdio “Numanice #2”. Com dez faixas inéditas – todas assinadas por Lud, algumas em parceria e outras sozinha – todas no TOP 200, um recorde no segmento. Além disso, em menos de 24h do lançamento, o trabalho alcançou mais de 1 milhão de plays nas plataformas digitais.
TRACKLIST
1. Eu Estive Aqui (Ludmilla / Umberto Tavares / Jefferson Junior)
2. Meu Homem é Seu Homem (Ludmilla)
3. Fora de Si (Ludmilla)
4. Sinais de Fogo – FEAT. PÉRICLES (Ludmilla / Umberto Tavares / Jefferson Junior)
5. Maldivas (Ludmilla)
6. 212 (Ludmilla / Umberto Tavares / Jefferson Junior)
10. Por Causa de Você/Baby/1 Minuto (Andinho // Justin Bieber / Flores Christine / Bridges Brian / Nash Youngdell / Stewart Christopher/ // Vinicius Cardoso / Dalto Francisco / Leonardo Teixeira)
11. Dorme Com Deus/Fica – FEAT. TÁ NA MENTE (Cleitinho Persona / Elizeu Henrique / Rodrigo Oliveira // Douglas Lacerda Antonio / Marcello Sartini / Lele / Indinho)
12. Me Arrepender – FEAT. GABBY MOURA (Ludmilla / Bruno Gabriel)
13. Nunca Mais Sofrer/Intriga da Oposição – FEAT PRATEADO (Carica / Wilson Rodrigues // Douglas Lacerda / Rafa Brito)
14. Maria Joana – FEAT. DELACRUZ (Ludmilla / Dela Cruz)
A UX para Minas Pretas (UXMP), edtech que trabalha a capacitação, profissionalização e conexão de mulheres negras com o mercado de tecnologia e UX, lançou o Programa PretaOn. Em parceria com a XP Inc., a iniciativa tem como objetivo contratar e capacitar mulheres autodeclaradas negras (pretas e pardas) e indígenas para a área de UX (User Experience), isto é, Experiência do Usuário, e marca a execução do primeiro projeto oficial após UXMP se tornar uma edtech.
Inicialmente, cinco profissionais foram selecionadas para trabalhar na XP Inc. Elas foram contempladas com bolsas de estudos 100% custeadas pela empresa para o curso da Mergo User Experience com formação em Experiência do Usuário (UX Design) – área em alta no mercado de trabalho e uma das profissões mais promissoras de tecnologia. Segundo a lista do LinkedIn sobre os 25 cargos com demanda crescente no Brasil em 2022, quatro carreiras relacionadas a UX Design estão entre os principais cargos.
Por conhecer os desafios e limitações de mulheres negras frente ao mercado de trabalho e seus preconceitos, a UX para Minas Pretas busca auxiliar na redução do gap educacional, encontrando oportunidades e aumentando a empregabilidade por meio da promoção da igualdade de gênero e raça na área de tecnologia.
Samanta Roberta da Silva, uma das cinco selecionadas no Programa Preta On (Foto: Divulgação)
Samanta Silva, 44, foi uma das participantes do Preta On e contratada pela XP Inc. “O projeto foi essencial para minha transição de carreira desde o início, me proporcionando cursos e networkings com a comunidade. É uma iniciativa primordial para nós mulheres negras. Espero que venham muitas oportunidades como essa para impulsionar outras mulheres, assim como foi comigo”, conta.
Assim como Samanta, Bruna Salles, 32, também foi admitida recentemente. “O Preta On ajudou a trilhar o caminho até a XP. Foi fundamental no processo de formação e acolhimento para começarmos essa jornada e, prova concreta de que estar em comunidade é a melhor forma de prosperar. Me sinto honrada em chegar até este momento da minha carreira através de uma comunidade”.
Wesley Miquelino, gerente de desenvolvimento organizacional e programas corporativos da XP Inc., reforça a importância do programa. “Este projeto é reflexo do compromisso da XP em fazer transformações significativas para tornar o ambiente financeiro e de tecnologia mais diverso e inclusivo, uma questão de extrema importância não só para nosso propósito e cultura, como para a sociedade. Ao longo do último ano, contribuímos com a capacitação dessas mulheres que chegam mais preparadas para somar ao nosso time na companhia”.
Tewry Borcoski migrou de carreira com a UXMP (Foto: Divulgação
Tewry Borcoski, 40, também relatou a importância do UXMP para a sua carreira: “Este projeto me fez sonhar novamente. Me deu a oportunidade de retornar ao mercado de trabalho, mesmo estando a um tempo afastada. Eu consegui a tão sonhada migração de carreira. Depois de tantos ‘nãos’, consegui o meu sim na XP, uma empresa que já seguia nas redes sociais e desejava muito trabalhar não só por ser uma empresa grande, mas também pelo fit cultural. Ganhar a oportunidade de embarcar neste foguete é um sonho que estou vivendo acordada.”
Durante os 3 primeiros meses de experiência das contratadas, mentorias foram oferecidas para acompanhamento do plano de carreira e necessidades específicas, assim como auxílio psicológico/emocional com acompanhamento de psicólogas da comunidade UX para Minas Pretas.
Além disso, o PretaOn também ofereceu outros benefícios para as participantes do programa, como a possibilidade de trabalho remoto, acesso a curso de inglês com desconto, onboarding específico com uma trilha de desenvolvimento técnico adicional, e acesso aos coletivos de pessoas negras, de mulheres, de LGBTQ+, PCDs da XP Inc.