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Mestre Môa do Katendê, assassinado há quatro anos, ganha disco e filme em sua homenagem 

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Foto: Reprodução

Mestre de capoeira, agitador cultural, compositor e percussionista, co-fundador dos Afoxés Badauê na Bahia e Amigos do Katendê em São Paulo, Romualdo Rosário da Costa, também conhecido como Mestre Moa do Katendê tem sua trajetória contada (e cantada!) em dois projetos: o disco Raiz Afro Mãe (Mandril Áudio), com lançamento no dia 7 de outubro, e Môa, Raiz Afro Mãe (Kana Filmes), documentário musical de 101 minutos que terá lançamento para convidados no dia 18 de outubro, no cinema Petra Belas Artes.

Antes de sua morte, deu início a um registro de seu trabalho, que agora segue em forma de homenagem. Ele foi assassinado brutalmente um dia após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 – poucos meses depois dos projetos começarem – por intolerância política no bairro em que cresceu, em Salvador. Môa se posicionou contra o candidato Jair Bolsonaro para a presidência, e o bolsonarista Paulo Sérgio Ferreira, saiu do bar de onde estava e voltou para atacá-lo com doze facadas.

O nome do mestre ganhou destaque na imprensa internacional e em manifestações nas ruas de todo o Brasil, difundindo sua imagem como um símbolo de resistência cultural.

Capa de Álbum ‘Raiz Afro Mãe’ (Foto: Divulgação)

O disco Raiz Afro Mãe é composto de 14 canções que contam com a participação dos artistas: BaianaSystem, BNegão, Emicida, Criolo, Chico César, Edgar, Fabiana Cozza, GOG, Jasse Mahi (filha de Môa), Kimani, Lazzo Matumbi, Letieres Leite, Luedji Luna, Márcia Short, Mateus Aleluia Filho e Rincon Sapiência.

Já foram lançados os singles “Festa de Magia”, com Luedji Luna e “Embaixada Africana”, com Criolo. O próximo single a ser lançado será “Véia Coló”, que conta com a participação de Edgar e BNegão. O álbum completo Raiz Afro Mãe será lançado em 7 de outubro, quatro anos após o assassinato de Môa.

Môa, Raiz Afro Mãe:

Rodado em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, o filme acompanha a história de Môa da década de 1970 até sua morte, entrelaçada com as manifestações culturais do carnaval baiano (o surgimento dos blocos afro e afoxés), seu trabalho como arte-educador e capoeirista, e seu legado na cultura afro-brasileira e mundial, mostrando toda a relevância de um artista que contribuiu para a preservação e disseminação da cultura afro-brasileira e fez história em Salvador, levando 8 mil pessoas para as ruas com o afoxé Badauê, promovendo a reafricanização do carnaval baiano e influenciando uma geração de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira e outros grandes da MPB.

Ao todo, foram mais de 300 pessoas envolvidas no projeto, entre equipe, participações e contribuições. Conta com depoimentos do próprio mestre e de familiares, amigos e parceiros do artista, como a filha Jasse Mahi, Gilberto Gil, BaianaSystem, Chico Assis, Luedji Luna, Chico César e Fabiana Cozza, além de um rico acervo de imagens, formado somente por fotógrafos negros de Salvador. Na trilha sonora, músicas inéditas do disco Raiz Afro Mãe.

Veja o trailer:

Opinião|Corpo negro nas eleições: mantenha sua saúde mental

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Foto: Freepik.

Por Shenia Karlsson

Nesse cenário de polarização, o Brasil tornou-se uma arena perfeita para o direcionamento de violências aos corpos que sociedades racistas geralmente escolhem como objetos para as suas projeções: os corpos negros. Vale muito ficarmos atentos, nas ruas, nas redes sociais, nos espaços públicos.

A política tornou-se realmente uma pauta central na vida do brasileiro, embora para nós, corpos negros, seja recente a participação tanto em espaços de poder quanto nas decisões, visto que sempre fomos vistos como números, massa de manipulação. É um showzinho ali, umas cestinhas básicas aqui e, assim, temos sido excluídos e acumulado todos os ônus num país que nunca priorizou política pública para nós.

Contudo, as coisas estão mudando, meus caros leitores, as nossas participações têm aumentado mesmo que timidamente, e mesmo assim têm causado muito incômodo. Com a ascensão da extrema direita e consequentemente da violência política contra nós, devemos tomar medidas importantes a fim de nos preservar. Se quisermos um dia ver mudanças significativas para o nosso povo, devemos ser estratégicos.
Esse artigo é sobre como implementar medidas para garantir nossa saúde mental durante esse fim de semana de eleições. Bora deixar baixo essa parada? Então vamos lá.

1- Evite discussões desnecessárias nas redes sociais

O cyberbullying é uma modalidade de violência de ampla disseminação, os discursos de ódio e os assédios nas redes sociais causam sofrimento psíquico como crises de ansiedades, angústia, sentimento de impotência, tristeza e até pode levar ao suicídio em muitos casos. A polarização política mobiliza muitas emoções negativas, ativa a raiva e o descontrole. E qual o resultado? Acabamos por nos ver em situações que poderiam ser evitadas, por ofender quem nem ao menos conhecemos e a tecer julgamentos superficiais. Se por ventura sentir que a interação está tomando caminhos tortuosos, dê meia volta e vá na sua paz, não vale a pena pois é muito estresse.

2- Aquele irmão/irmã negra que vota no 22? Deixe estar!

Existe uma diversidade imensa em nossa comunidade, estamos todos em processos diferentes de evolução. Não somos uma massa uniforme, o direito a cidadania é respeitar também a escolha do outro sem sentir-se ofendido e traído em nossa negritude. Negros de direita estão compactuados com os pactos da branquitude, sendo mais um dos sintomas do racismo estrutural desse país. Cada um com seu corre, certo?! O melhor é aquilombar com os seus, aqueles irmãos/irmãs fechamento, saca?! Curta sua vibe com os nossos, em todos os sentidos. Preserve-se!

3- Depois do voto, liberte!

Quando você for lá e apertar o….ahhhh, tu sabe qual número né?! EXQUÉEEECE!!!!! Larga desse controle porque só vai gerar ansiedade. Caso queira acompanhar o placar, faça com leveza, na comunhão, no relax. Somos quase 220 milhões de cabeças nesse país, a única coisa que podemos fazer é esperar pelo melhor e torcer para que tenhamos aprendido a lição.
PRIORIZE CADIDATOS/AS/ES NEGRES, por favor!

4- MUITO CUIDADO NOS ESPAÇOS E TRANSPORTES PÚBLICOS

Essa dica tem mesmo de ser com letras garrafais, porque em nosso caso, além de nos preocuparmos com a nossa saúde mental, temos que nos atentar para a preservação de nossas vidas. Quem não lembra do saudoso capoeirista Moa do Katendê morto à facadas após uma discussão sobre política? Sabemos que não vale o risco, então, adotemos medidas de precaução:
-Evite camisas vermelhas, não sejamos alvo, quem tem esse privilégio são os brancos, a esquerda ainda é branca em nosso país;
-Vá acompanhado ou em grupo, sozinhos nos tornamos um alvo mais fácil;
-Vote e evite ficar por aí dando mole, procure certificar-se que está em espaço de segurança;
-Evite embate com a polícia, sabemos que somos as vítimas perfeitas, especialmente os homens negros;

  • Pegue leve com as bebidas, não fiquemos vulneráveis;
    -E por último e não mais importante, mantenha-se vivo! Corpo e mente, ambos pulsantes.

E lembrem-se, “Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer” como diz a nossa estimada Conceição Evaristo. Vamos ter paciência, moderação, estratégia e gozar do que temos de mais valioso, nossa vivacidade. Boa eleição a TODES!

Conheça FLO, novo fenômeno do R&B mundial que se inspira no grupo Destiny’s Child

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Foto: Divulgação.

É raro observar o surgimento de grupos femininos e ascensão dentro da música contemporânea. Quando se trata de um grupo feminino com mulheres negras, as possibilidades são menores ainda. Passando pelas The Marvelettes e The Supremes nos anos 60, ou ainda TLC e Destiny’s Child nos anos 90, a música negra associada a essas artistas sempre proporcionou grandes sucessos. Agora, sob a nova era do mundo dos streamings, surge FLO, um fenômeno diretamente do Reino Unido.

Formado pelas jovens Jorja Douglas, Stella Quaresma e Renée Downer, o grupo ganhou destaque após publicar músicas e regravações no TikTok. Mas foi com o lançamento de “Cardboard Box” que FLO explodiu e conquistou fãs como SZA e Missy Elliot. Juntas, as artistas prometem trazer uma nova roupagem ao R&B, conduzindo letras inteligentes, instintivas e de harmonia pessoal.

“Eu esperava que a música fosse bem… mas ela literalmente se tornou viral”, diz Downer sobre o sucesso de ‘Cardboard Box’, lançada no início deste ano. “Tivemos muitas pessoas na indústria que admiramos, nos repostando e nos twittando. É realmente inesperado e parece uma loucura.”

“Você se torna uma máquina”, diz Jorja Douglas ao falar sobre o sucesso repentino em entrevista à TIME. “Todo mundo quer um pedaço de você. E é muito bom ser querida e apreciada, mas você tem que lembrar que ainda é humano. Vale como qualquer trabalho, mas é algo que você realmente percebe neste. Quando você vê tudo o que precisa ser alcançado e a pouca quantidade de tempo que você tem – isso aumenta a pressão e o estresse.”

O grande destaque de FLO está em suas composições, que abordam elementos da geração atual de forma intuitiva. As melodias são detalhadamente pensadas, com arranjos cativantes e visuais de tirarem o fôlego. Elas defendem uma transformação feminina no mundo do R&B. “Tudo parece muito simples e autêntico”, brinca Jorja. “Nós somos autênticas! Nós não entramos e pensamos, oh, tem que ser isso – é automático. Nós apenas fazemos o que queremos fazer.”

Ganhando destaque, milhões de seguidores e um rápido crescimento nas plataformas de streaming, o grupo agora produz os detalhes de seu primeiro álbum. O fenômeno FLO promete crescer ainda mais. Estamos testemunhando o surgimento de novos nomes negros que, com certeza, conquistarão as paradas mundiais.

Entrevista: Negros periféricos Léo Péricles e Vera Lúcia querem comandar o Brasil

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Foto: Reprodução

No próximo domingo, dia 2 de outubro, acontece o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil. Durante os debates eleitorais com os candidatos à presidência do país transmitidos pela televisão, um dos principais questionamentos feitos por pessoas negras era “onde estão os candidatos negros?”

Os candidatos Vera Lúcia, do PSTU, e Léo Péricles, do Unidade Popular foram totalmente ignorados pela mídia televisiva, mas estiveram presentes em entrevistas especiais realizadas pela diretora de conteúdo do Mundo Negro, Silvia Nascimento. A jornalista conversou com os candidatos sobre suas experiências políticas, ouviu suas propostas e o que pensam para o futuro do Brasil.

Disponível no Youtube e no Spotify, no podcast “ Falas Diversas”, as entrevistas com os candidatos mostram que existem pessoas pensando um Brasil a partir de outras narrativas, que priorizam o trabalhador e que veem as questões de raça e gênero como algo indispensável para a construção de uma nova sociedade.

Durante a entrevista com Léo Péricles, realizada em março de 2022, o candidato reforçou a necessidade de lutar contra o apagamento histórico das realizações dos negros no Brasil. “Se eu não souber como foi meu passado, vai haver essa impressão de que sempre foi e sempre será assim”, disse o candidato.

Já Vera Lúcia lembrou que as mulheres negras são as mais afetadas pelos problemas que atingem a classe trabalhadora. “Todos os problemas que afligem a classe trabalhadora brasileira recaem, principalmente, sobre as nossas vidas, das mulheres negras, da juventude negra, dos homens negros, dos filhos das mulheres negras”, enfatizou.

Você também pode ouvir as entrevistas no podcast Falas Diversas, disponível no Spotify.

Consumo, potência e a miopia da falta de diversidade

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Foto: Freepik/ASphotofamily

Texto: Alexon Fernandes

Na semana que termina, vimos uma marca de calçados ser duramente criticada por utilizar uma modelo branca para o lançamento de uma coleção que trazia elementos da cultura africana como conceito. A ação foi considerada por muitos como equivocada, e por outras pessoas ela foi considerada uma jogada de marketing – afinal, o que importava era o hype.

O Brasil tem a maior população negra fora da África e, em números absolutos, é o segundo maior país com população negra, só perdendo para a Nigéria. Então, é impossível não ligar o episódio à relação entre consumo e racismo. A insistência das marcas em não dialogar com o mercado consumidor negro é escancarada. Consumidores negros são a maioria no país, em especial as mulheres. Em 2019, por exemplo, segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, elas foram responsáveis pela movimentação de mais de R$ 700 bilhões. Além disso, as mulheres negras são responsáveis pela decisão de compra das suas famílias e, em muitos casos, das famílias das residências em que elas trabalham. Elas têm interesse em produtos de valor agregado, viagens, veículos automotivos e serviços de lazer. Ou seja, são uma potência de consumo e foram excluídas do resultado da campanha publicitária da marca de calçados.

O que aconteceu também serve de reflexão sobre a importância da diversidade em todas as áreas da empresa e na sua cadeia de fornecedores. Quanto mais diversas são as equipes, mais preparadas elas estão para dialogar com a sociedade. Por exemplo, uma equipe de comunicação diversa – principalmente em posições-chaves – evitaria situações como a ocorrida.  Investimento em diversidade não é somente uma questão de percentual e metas, é também entender que a diversidade é um valor essencial na relação da empresa com o mercado em que ela atua.

Por último, ficam duas perguntas: Quanto vale o “hype”? E, quanto vale investir em diversidade de forma integral? Já vimos marcas chamarem a atenção para si de forma chocante, sem preterir um determinado grupo da sociedade e serem muito bem sucedidas. 

Clínica só com médicas negras completa um ano e emociona pacientes diariamente: “Estar aqui é um sonho”

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Foto: Divulgação

Entrar em uma clínica e encontrar médicas negras pode ser muito emocionante. É o que acontece com os pacientes do Grupo Ifé Medicina, como explica a Dra. Júlia Rocha em entrevista ao MUNDO NEGRO, ao lembrar de uma consulta com mãe e filha, e a adolescente se apresentava com alopecia.

“Ela usava tranças e extensões capilares de forma ininterrupta. Estava triste e preocupada porque a filha não conseguia se relacionar bem com seu cabelo crespo e já estava apresentando alopecia de tração em função dos Hairstyles utilizados e dos hábitos de alisamento. Ela temia que a filha evoluísse com um quadro severo como o dela. Foi uma consulta extremamente longa, de muito choro, transparência e choque de realidade”, diz a dermatologista.

Após quase um ano, o resultado: “a mãe me mandou uma foto da filha, que havia conseguido parar com os hábitos de alisamento, cortado os fios e estava amando sua nova relação com os cabelos. Isso realmente me emocionou”, conta a Dra Júlia.

Há um ano, diversos pacientes tem a oportunidade de serem atendidos no Grupo Ifé Medicina, criado por cinco mulheres negras no Rio de Janeiro. “Nosso encontro se deu pela junção do desejo em exercer uma medicina que conciliasse valores pessoais com a necessidade de buscarmos um novo consultório”, explica a Dra. Cecília Pereira ginecologista e mastologista, que se uniu às médicas Abdulay cirurgiã plástica, Aline Tito cardiologista, Julia Rocha dermatologista e Liana Tito oftalmologista.

“Algumas de nós, de fato, estavam precisando de uma nova sala, e fazer dessa busca não apenas um ato emergencial, mas uma virada de chave em nossas carreiras, onde finalmente poderíamos trazer a nossa verdade unindo outras pessoas com o mesmo propósito. Nos fez resgatar o desejo de termos uma clínica com um atendimento mais próximo, calmo e acolhedor”, relata a ginecologista.

Da esquerda para direita, as médicas: Julia Rocha, Aline Tito, Liana Tito, Cecília Pereira e Abdulay (Foto: Divulgação)

A Dra. Aline Tito, explica por exemplo, que a população negra é a que mais sofre com a pressão arterial elevada, mas a medicina branca ainda é tolerante à falta de cuidados com os pacientes por serem considerados mais ‘resistentes’. “O resultado dessa tolerância nós vemos nas emergências, com pessoas subtratadas evoluindo com infartos, AVC, insuficiência cardíaca e renal. Doenças que quando não são fatais tornam a pessoa inválida para prover sua subsistência. E quando esse indivíduo é trabalhador autônomo ele vê sua renda reduzida a um auxílio do Estado”.

“Estar aqui é um sonho”, a ouviu Liana durante uma consulta. “Nos abraçamos e choramos”, relatou. Todos os dias, elas ficam comovidas. “É emocionante também quando os filhos trazem seus pais e eles, de gerações anteriores, se emocionam e nos emocionam ao falarem que nunca haviam recebido um atendimento como na nossa clínica. Isso nos dá a certeza da caminhada”, relatou a Dra. Liana.

Mas não é só pelo atendimento humanizado e representativo de mulheres médicas que o Ifé se tornou uma referência. “A maioria dos nossos pacientes são negros. Observamos também que a escolha pelo nosso atendimento ocorreu em associação aos princípios do black money. Essa circulação de dinheiro é algo em que acreditamos muito. O fortalecimento da nossa população é atravessada por este formato de economia”, explica a oftalmologista.

Foto: Reprodução/Instagram

Depois de um ano com a clínica funcionando, a Dra. Liana ainda fala sobre como elas ainda sentem a euforia de terem a própria clínica. “Essa união e parceria nos fortaleceu, e cada paciente que vem ao nosso consultório é mais uma amizade que fazemos. São tantas histórias compartilhadas, sorrisos trocados, dores ressignificadas nesses meses, que faz toda nossa trajetória até aqui valer à pena”.

Sem spoilers, mas a oftalmologista garantiu que em breve terá novidades no Grupo Ifé Medicina: “Para o próximo ano, muitos projetos, só podemos pedir caminhos abertos!”.

Na eleição do voto útil, um parlamento mais negro não é utopia

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Foto: Pablo Vergara,

As eleições de 2022 tiveram suas grandes discussões marcadas pela urgência em tirar do poder o atual presidente da república e levar com ele sua política de morte. Ainda que a segunda opção mais viável, o ex-presidente Lula, não seja considerada uma unanimidade e nem o voto mais desejoso de toda a população, é certo que quem abomina verdadeiramente o que o governo atual representa e enxerga na possibilidade de encerrar essa história no primeiro turno a melhor opção, vai votar 13 neste domingo.

Sabemos, no entanto, que a situação de tragédia que o Brasil vive atualmente não apaga que os governos petistas não olharam com a devida atenção para a população negra. Que os índices de mortalidade e extermínio da juventude negra não eram exatamente os melhores e que a estrutura da manutenção do sistema que opera o genocídio negro por meio da “guerra às drogas” ganhou, inclusive, reforços.

Diante deste cenário, onde precisamos optar pelo que se apresenta como uma possibilidade de diálogo e reconstrução, não podemos esquecer que além do cenário nacional, temos nas mãos a possibilidade de transformar nossas representações no Congresso Nacional e nas casas legislativas estaduais e distrital.

Um esforço sem precedentes é observado nesta eleição para que conheçamos e possamos escolher candidaturas negras afirmativas e pautadas em compromissos de valorização do povo negro brasileiro. E, por isso, não podemos deixar o contexto de “voto útil” que se impõe para a eleição presidencial se esparramar para a escolha de nossos parlamentares.

Uma candidatura “viável” não se constroi de uma noite para uma manhã, sem uma grande estrutura financeira, dificilmente um parlamentar se elege logo na primeira tentativa, mas eleição não é somente sobre “vencer”. É sobre construir narrativas, sobre desenhar futuros e dar recados. É sobre o que nós não negociamos.

Felizmente, para além dos recados que queremos dar, temos, também, grandes candidaturas negras que se encaixam no víes da viabilidade e que estão organizadas e apresentadas por iniciativas como o Quilombo nos Parlamentos, que oferece opções em todos os estados e no Distrito Federal, para quem deseja eleger uma candidatura negra neste pleito.

Neste domingo, nosso compromisso é com o país, o estado e a cidade que queremos construir. É uma eleição que, apesar da dureza da realidade, apresenta, como toda virada de chave, a possibilidade de um futuro que só será possível porque foi sonhado. Por isso, quando estiver diante da urna eletrônica, vote por uma transformação positiva. A urgente, imediata e necessária mudança no Palácio do Planalto, e a eleição e fortalecimento de candidaturas negras no Legislativo.

‘Não! Não Olhe!’ chega em outubro no Prime Video

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Foto: Divulgação

O filme ‘Não! Não Olhe!‘, de Jordan Peele, estará disponível na loja Prime Video para locação, a partir da próxima segunda-feira, 3 de outubro. O longa de terror estrelado por Daniel Kaluuya e Keke Palmer continua em cartaz nos cinemas brasileiros.

Com tanto sucesso, o filme poderá ganhar uma versão estendida ou alternativa, mas ainda não há uma confirmação, segundo o cineasta Jordan Peele, em uma entrevista ao portal Collider recentemente.

“Eu não posso confirmar, nem negar nada. É meio, ‘ai, merda’. Tem havido muitas reações vindas de pessoas que acham coisas no trailer que não estão no filme. Posso dizer que acredito que as pessoas verão mais sobre isso no futuro. É tudo o que posso dizer. Estou esperançoso”.

Apesar do mistério, Jordan afirmou que só depende do interesse do estúdio para produzir mais um filme dentro do mesmo universo de ‘Não! Não Olhe’.

Nos Estados Unidos, o longa ultrapassou a marca dos US$ 100 milhões (cerca de R$ 508 milhões) em bilheteria, em apenas 3 semanas da estreia nos cinemas, em julho. É dos poucos filmes originais a ultrapassar essa marca milionária no contexto de pandemia.

A história do longa se passa em uma cidade do interior da Califórnia. O local começa a ter estranhos acontecimentos movidos por uma força extraterrestre em um rancho de treinamento de cavalos. A dupla de irmãos interpretados por Daniel e Keke, possuem um rancho de cavalos e testemunham diversos acontecimentos assustadores.

Veja o trailer:

Jaca: conheça seus benefícios e nutrientes

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Imagem: Aline Chermoula

Deliciosa, exagerada e pouco discreta!
A jaca é a maior de todas as frutas cultivadas, sendo muito popular em países do Sudeste da Ásia e da África.

Benefícios da jaca para seu organismo
Combate a pressão alta: por ser rica em potássio, a jaca ajuda a prevenir problemas cardiovasculares, como o derrame ou o ataque cardíaco, além de diminuir os níveis da pressão arterial. Seu consumo regular também auxilia na queda dos níveis de sódio no sangue.

Para saber se a jaca está madura e boa para o consumo, veja se as saliências estão bem desenvolvidas e amarelas. Quando pressionada com os dedos, deve ter consistência firme.
O fruto é de forma ovalada, irregular, com casca grossa e áspera com pequenas saliências, verde, ou amarelada. Nascem diretamente do tronco e dos galhos mais grossos e chegam a pesar até 15 kg e medir até 40 cm. É um sincarpo, ou seja, infrutescência produzida pela fusão dos frutos formados pelos ovários de flores vizinhas.
A parte comestível da jaca são os frutículos encontrados no interior dos grandes sincarpos. O interior do fruto é formado por vários gomos, sendo que cada gomo contém um grande caroço recoberto por uma polpa cremosa e branca, suculenta, viscosa e com cheiro forte e característico, muito aromática.
Os gomos podem ser de consistência um pouco endurecida ou mole e são conhecidas popularmente como jaca-mole e jaca-dura. As sementes, que são tóxicas cruas, são comestíveis quando assadas, grelhadas ou cozidas.
Para saber se a jaca está madura e boa para o consumo, veja se as saliências estão bem desenvolvidas e amarelas.
Quando pressionada com os dedos, deve ter consistência firme.

Veja como fazer Chutney de Jaca

INGREDIENTES
• 1 e 1/3 de xícara (chá) de bagos de jaca, bem maduros e sem os caroços (300 g)
• Suco de 1 limão
• 1/4 de xícara (chá) de melaço de cana (75 g)
• 3 cravos
• 1 pedaço pequeno de canela em pau
• 1 e ½ xícara (chá) de água (360 ml)

PREPARO
Numa panela média, aqueça a jaca com o limão, o melaço, o cravo e a canela.
Mexendo de vez em quando, deixe no fogo por uns 10 min., até começar a caramelizar e dourar.
Então, junte a água e mantenha no fogo por mais uns 10min., até que a jaca esteja bem macia.
Retire do fogo, passe para uma tigela e deixe amornar.
Sirva o chutney morno ou em temperatura ambiente com carnes ou pães.
Guarde num pote com tampa por até 1 mês na geladeira.

Políticos atacam Lizzo após cantora tocar flauta de cristal: “Ela está profanando nossa história”

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Foto: Shawn Miller/Library of Congress.

A cantora Lizzo está recebendo duros ataques da comunidade conservadora nos Estados Unidos. Recentemente, a estrela tocou uma flauta de cristal de 200 anos que estava guardada na Biblioteca do Congresso, em Washington. Nunca antes uma pessoa tinha tocado o instrumento em público, Lizzo foi a primeira. A flauta pertenceu ao político James Madison (1751-1836), quarto presidente norte-americano, entre 1809 e 1817.

“A Biblioteca do Congresso realmente tirou uma flauta de 200 anos que pertencia a James Madison só para que Lizzo pudesse mexer nela. Eles degradam nossa história e depois te chamam de racista se você realmente vai contra isso”, disparou Greg Price, republicano e estrategista. “Lizzo não é talentosa o suficiente para tocar música em um gravador de plástico, muito menos uma flauta de cristal que pertenceu a James Madison. A administração Biden está zombando do país“, criticou Nick Adams, político conservador.

Uma série de publicações virais, com teores conservadores invadiram as redes nos últimos dias. “Ela está profanando nossa história”, disse Matt Walsh, escritor político de direita. Lizzo, que é uma flautista de formação clássica foi convidada a tocar apenas algumas notas da peça de cristal. Apesar das críticas, a dona do sucesso ‘About Damn Time’ não se abala. Nesta última noite de quinta-feira (29), Lizzo publicou um vídeo ironizando toda a situação com a seguinte legenda: “Tudo que eu preciso agora é de uma flauta de cristal”.

Ninguém nunca tinha tocado essa flauta antes, eu fui a primeira”, escreveu a vencedora do Grammy nas redes. “Eu apenas rebolei e toquei a flauta de cristal de James Madison dos anos 1800, fizemos história”.

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