Vinícius Júnior foi alvo de mais ofensas racistas, neste domingo (18). A torcida do Atlético de Madrid aparece em vídeo, captado pela Rádio Cadena Cope, nos arredores do Estádio Metropolitano, na Espanha, fazendo cânticos racistas contra o jogador antes de iniciar o clássico contra o Real Madrid, às 16h. “É um macaco, Vinicius é um macaco”, dizia o coro.
a torcida NOJENTA do Atlético de Madrid canta em frente ao estádio “eres um mono, Vinicius eres um mono” que significa “é um macaco, Vinícius é um macaco”
Na última quinta-feira (15), Pedro Bravo, presidente da Associações de Agentes Espanhóis, fez comentários racistas e xenofóbicas no programa El Chiringuito para condenar as danças do jogador para comemorar os gols.
Gabriel Jesus, companheiro de Vini na seleção brasileira, fez um gol na vitória do Arsenal sobre o Bretford por 3 a 0 e comemorou com uma dança para apoiar o amigo e se pronunciou sobre o caso: “Dança e Dança”, escreveu nas redes sociais.
Já o técnico do Real Madrid, Carlos Ancelotti, afirmou neste sábado: “Na Espanha não vejo esse tipo de racismo”, ao ser questionado sobre os ataques racistas contra o jogador.
Um dia após os ataques sofridos por Pedro Bravo, Vini se posicionou com um vídeo emocionante nas redes sociais: “Dizem que a felicidade incomoda. A felicidade de um negro brasileiro vitorioso incomoda muito mais […] Não vou parar de dançar”, afirmou.
Psicóloga orienta sobre medidas que ajudam nos cuidados com a saúde mental, em especial de pessoas negras
Quantas vezes você priorizou sua saúde mental? Muitas pessoas, em especial àquelas que estão mais acostumadas a cuidar, possuem dificuldades de se colocar no centro dos cuidados, principalmente quando esses são relativos à saúde mental. A rotina atribulada pode fazer com que deixemos de lado o assunto, chegando a momentos extremos para dar a devida atenção a ele.
Mas com tantas campanhas importantes sobre o tema, em especial o Setembro Amarelo, podemos jogar luz às informações que ajudam não só a apagar incêndios, mas que possam colaborar para que tenhamos mais saúde mental dentro da nossa rotina.
Em conversa com Marleide Soares, psicoterapeuta, supervisora clínica e institucional, com enfoque antirracista, falamos sobre como é fundamental que pessoas negras olhem para suas questões emocionais e que consigam cuidar da saúde mental.
Foto: arquivo pessoal
Quais medidas podemos adotar na nossa rotina que ajudam a manter a mente saudável? Isso é possível?
Eu poderia listar aquilo que é básico para uma vida adequada: alimentação, cuidados com a saúde global, lazer ou consumo de cultura e arte. Mas, isso não é o suficiente para evitar o adoecimento emocional e mental.
Para isso, também se faz necessário sempre atentar-se aos próprios sentimentos e as emoções cotidianas, pois são elas que afetam positiva ou negativamente a nossa saúde mental. Entender como determinada pessoa ou situação interfere no bem estar emocional e a forma como se absorve isso é o que determina o equilíbrio e previne uma sobrecarga emocional. Isso é possível? É sim. Olhe e respeite o que sente, dialogue e encaminhe no objetivo de que aconteçam as mudanças daquilo que desequilibra, ainda que a mudança não seja de imediato como gostaria.
Pensando na maioria da população, que acorda cedo e tem pouco tempo ou dinheiro, como cuidar da saúde mental mesmo com limitações?
O cuidado com a saúde mental começa com a identificação dos fatores que desencadeiam o desequilíbrio emocional e que tiram a pessoa do seu eixo de bem-estar, para que possa seguir no dia a dia sem grandes impactos no seu estado psicológico. A identificação pode ser feita no momento da locomoção para os compromissos diários ou na hora banho, por exemplo, se o fator for o tempo escasso. Se não possuir recursos financeiros para cuidar da saúde mental e, considerando que saúde é um direito de todas as pessoas, e que o Estado tem por dever a promoção do acesso, busque as Unidades de Saúde e já tenha consigo a compreensão de que cuidar da saúde mental é igual a cuidar de outras áreas de sua saúde, para tanto, recorra a esse direito. Mas, se nos referimos à prevenção de doenças mentais, procure espaços públicos de convivência social que promovam lazer, arte, cultura e sobretudo o importante sentimento de ser pertencente a um grupo e que sua vida faz mais sentido junto as outras pessoas.
Sabemos que o racismo afeta a saúde mental. Mas existe uma forma de estarmos psicologicamente preparados para lidar com possíveis situações racistas? Como é possível trabalhar essa questão do ponto de vista da psicologia?
Sim, já está amplamente divulgado para a sociedade o quanto o racismo adoece as pessoas atingidas por esta violência, seja de maneira direta ou indireta como nos casos das pessoas inseridas em relações interraciais e que tenham consciência e letramento racial. Há ainda uma grande parcela da população que nega a existência do racismo e das consequências deste, porém ainda assim existem prejuízos nas relações sociais que desembocam em consequências psicológicas ruins.
Dizer-se preparado psicologicamente para o enfrentamento de agressões e situações do racismo é uma resposta bastante relativa que depende do nível e do ineditismo da agressão. Sendo algo acima do esperado ou previsto e que não se tenha estrutura emocional para suportar, estamos diante de um fator traumático, me oriento pela teoria psicanalítica de Masud Khan e faço um paralelo de que as pequenas agressões do cotidiano, são como microtraumas cumulativos. Sendo assim, podemos nos preparar para as situações previstas no contexto do racismo estrutural, e esse preparo vem da autoconsciência racial, com um letramento racial sempre em construção e sobretudo com o autoconhecimento, fator este do qual a psicoterapia pode auxiliar muito. Com relação aos casos inesperados, não há controle, porém toda base já construída fornece um subsídio psicológico e principalmente político para lidar com a situação. Ressalto que consciência política e letramento racial não são adquiridos apenas e exclusivamente nos espaços acadêmicos. Não me refiro à letra que vem só por meio dos livros, e sim à que vem principalmente por meio de discussões em qualquer lugar em que duas ou mais pessoas estejam reunidas para falar sobre racismo, seja na escola das nossas crianças, no trabalho de nossas filhas, filhos e filhes jovens, no nosso trabalho ou na comunidade em que vivemos!
A psicologia é uma aliada fundamental para cuidar dos efeitos altamente nocivos do racismo na vida das pessoas, uma vez que afeta primeiramente a subjetividade e o sentimento existencial, que imprime na pessoa atingida o sentimento do não-ser existencial, do não se sentir pessoa como são todas as outras. Por ser a psicologia uma ciência que tem como premissa básica o entendimento da mente e comportamento humano e a relação destes com o ambiente externo no âmbito físico e emocional, é um dever profissional atentar-se às consequências do racismo e trabalhar considerando este importante fator. No Código de Ética do profissional de psicologia, consta como princípio básico que “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Mais uma vez é reforçado o quanto todas/os/es profissionais da psicologia precisam trabalhar estas questões, tendo como principal ferramenta o conhecimento sobre o racismo na vida das pessoas e, ao prestar serviço a uma pessoa, sendo ela de um grupo racial ou étnico vulnerável ao racismo, atente-se ao quanto ela é afetada, ainda que nem mesmo essa pessoa tenha consciência disto.
A terapia pode ser adotada como um cuidado preventivo para o desenvolvimento de doenças que afetam a saúde mental, como a depressão?
Sim, a psicoterapia é um excelente recurso preventivo a qualquer doença mental incluindo a depressão, que uma vez diagnosticada deve ser tratada com medicamentos e tendo a psicoterapia como forte aliada. É na psicoterapia que as pessoas têm a preciosa oportunidade de ter a consciência dos fatores, lugares e pessoas que afetam sua saúde mental, e também de se perceberem como sujeito de sua própria história, assim como a forma como deve lidar nas relações sociais e intrapessoais (relação consigo mesma).
SDGs in Brazil debate o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDG em inglês) no país
O Brasil está representado por diversos CEOs e executivos negros brasileiros no SDGs in Brazil, evento programado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, que tem como objetivo reunir lideranças nacionais e internacionais para debater o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, SDG em inglês) no país. O encontro, que aconteceu neste sábado em Nova York, nos Estados Unidos, foi realizado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que vai até dia 27 de setembro.
Entre os convidados estão Juliana Oliveira, CEO da agência Oliver Press, Rachel Maia, conselheira administradora e fundadora da RM Consulting, Adriana Barbosa, CEO da Plataforma PretaHub e Presidente do Instituto Feira Preta, Kwami Alfama, CEO da Tereos Amido & Adoçantes Brasil, Fernanda Ribeiro, co-fundadora e CCO da Conta Black, Sérgio All, co-fundador e CEO da Conta Black, e Jandaraci Araujo, CFO da 99jobs.
Na ocasião, os participantes discutiram temas ligados à Agenda 2030, como clima, água, equidade de gênero, equidade racial, salário digno, saúde mental e anticorrupção, além de estimular projetos de colaboração entre empresas de diferentes países.
“Importantíssimo estar aqui na Assembleia Geral da ONU, por estabelecer conexão com o ecossistemas de impacto, com empresas , gestores públicos, organizações do terceiro setor que estão comprometidos com uma mudança sistêmica”, disse Adriana Barbosa, CEO da Pretahub e Fundadora da Feira Preta.
Para Kwami Alfama, CEO da Tereos Amidos & Adoçantes e Presidente do Instituto Pactuá, o encontro foi memorável. “Importante conhecer o que está discutindo no mundo e em várias empresas do pais oara que a gente possa levar para dentro das nossas empresas. Uma semana incrível, em um lugar incrível, com pessoas incríveis”, concluiu.
Após ‘BREAK MY SOUL’ tomar conta da internet, com centenas de milhares de vídeos, Beyoncé agora está vendo ‘CUFF IT’ disparar nas redes sociais e plataformas de streaming. Lembrando os bailes disco dos anos 80, a nova canção, que faz parte do recém lançado álbum ‘RENAISSANCE’, vem conquistando usuários através da dança e do ritmo. Mesmo sem clipe ou qualquer menção de divulgação, a música também começou a apresentar crescimento nas paradas musicais pelo mundo.
“Criar este álbum me permitiu um lugar para sonhar e encontrar uma fuga durante um período assustador para o mundo”, contou Beyoncé assim que lançou o ‘RENAISSANCE’. “Isso me permitiu me sentir livre e aventureira em uma época em que quase ninguém estava se movendo. Minha intenção era criar um lugar seguro, um lugar sem julgamento”.
Beyoncé para o ‘RENAISSANCE’. Foto: Divulgação.
No Spotify, principal plataforma de música do planeta, ‘CUFF IT’ já possui mais de 50 milhões de streams, figurando a lista das 100 canções mais escutadas do globo. Nesta semana, a menção à faixa foi parar entre os assuntos mais comentados do mundo Twitter. Todo o crescimento ao longo dos últimos dias se deu de forma orgânica. No TikTok, já são mais de 100 milhões de visualizações para a tag ‘#CuffItChallenge’.
Enquanto os fãs esperam por novidades, Beyoncé continua guardando maiores informações sobre seu novo projeto em segredo. Especula-se que os visuais do ‘RENAISSANCE’ sejam lançados posteriormente. Essa é a primeira vez, em muitos anos, que a cantora decide lançar um registro musical sem a imediata união em vídeo.
Na estreia da segunda temporada do podcast ‘Fala Diversas‘, a jornalista e CEO do Mundo Negro, Silvia Nascimento, recebeu a candidata à presidência da República, Vera Lúcia (PSTU) para falar sobre a candidatura, a invisibilidade das candidaturas negras na eleição, os desafios das mulheres negras brasileiras, planos de governo e um pouco sobre hobbies.
Vera Pereira da Silva Salgado é natural de Inajá, cidade localizada no Sertão de Pernambucano. Tem 54 anos, é casada, tem duas filhas e uma neta. É formada em Ciência Sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Sua primeira passagem partidária foi no PT, mas rompeu com eles em 1992 e se juntou à construção do PSTU, fundado no ano de 1994. Em 2018, Vera foi candidata à presidência e teve como vice o professor Hertz Dias, do Maranhão. Juntos, formaram a primeira chapa 100% negra a disputar à presidência do Brasil.
Vera Lúcia foi a primeira candidata a criar uma chapa 100% negra à presidência (Foto: Romerito Pontes)
No mês passado, a Band exibiu o primeiro debate com os presidenciáveis para discutir o futuro do Brasil. Mas a candidata Vera e o Léo Péricles (UP), os únicos candidatos negros na eleição deste ano, não foram convidados. E o encontro resultou em nenhum aprofundamento sobre as questões raciais que atingem os brasileiros.
“A política no Brasil é controlada pelo poder econômico e os negros e negras da classe trabalhadora estão à margem desse poder. Nós somos muito e embora nós sejamos responsáveis pela pela produção da riqueza desse país, desde que chegamos aqui na condição de escravizados e hoje continuamos fazendo isso, a decisão que é tomada em nosso nome, sobre nossas vidas, nós não decidimos e nas eleições isso fica mais evidente”, afirma a candidata.
Candidata Vera Lúcia e a vice Kunã Yporã (Foto: Romerito Pontes)
“Nós temos partidos próprios da classe trabalhadora e esses partidos estão à margem. Desses partidos, inclusive o PSTU que não é o mais antigo, mas conseguiu minimamente pontuar nessas eleições, e mesmo assim nós não somos convidados para os debates, para as sabatinas mais importantes, nos grandes veículos de comunicação de massa. Essa é uma forma de discriminar as nossas organizações e de não levar em consideração a realidade que nós vivemos e nem o projeto que nós estamos apresentando nessas eleições”, completa.
Em defesa do partido e do socialismo, Vera garante que o projeto dela de governo “responde a realidade que são nossas, da classe trabalhadora que é majoritariamente negra, feminina, as LGBTs, indígenas, ou seja, dos setores oprimidos da atuação”.
Ela também criticou a postura da candidata Simone Tebet (MDB), que se apresentou na sabatina do Jornal Nacional da TV Globo, como a primeira candidata mulher. “Desconsiderar a nossa existência é uma forma de discriminar. Eu disse ‘Não é verdade!’. Inclusive o lançamento da minha pré-candidatura foi bem antes dela e é 100% negra e indígena”, ressalta.
Neste artigo apresento a você leitor(a) dez chefs pretos e pretas que se destacam na Gastronomia no Brasil. Obviamente, existem mais profissionais que poderiam ser listados aqui (e você pode bem nos indicar outras histórias para conhecermos). Este texto surge de uma interação em sala de aula com alunos da gastronomia – conforme pode ser visto nos próximos parágrafos.
Todo começo de semestre uso da mesma estratégia com meus alunos e alunas do bacharelado em Gastronomia recém chegados à universidade pública: peço que eles(as) se apresentem dizendo de onde são, suas idades e o porquê de escolherem aquele curso. É curioso que muitos alunos escolhem a área em função de suas histórias de afeto com seus pais ou avós. Assim, eu consigo perceber e continuar acreditando que a Gastronomia é sobre afeto e sobre pessoas – e não somente sobre ganhar dinheiro e ter exposição na mídia.
A disciplina que leciono para os calouros da Gastronomia é ‘Iniciação à Extensão Universitária na Gastronomia’. Este conteúdo me dá liberdade para discutir de maneira tangencial questões da sociedade. A universidade empreteceu nos últimos anos e isso me alegra. E, nessa sala de aula empretecida, com histórias diversas e plurais, o Preto Gourmet quis saber quantos chefs pretos e pretas aquela turma conhecia.
Quando joguei a pergunta no ar, os alunos começaram a pensar…. Geralmente, a resposta é quase que instantânea quando faço uma pergunta e jogo para eles o pedido de resposta. Fiquei olhando aqueles rostinhos e pensei: “Ih… deu ruim! Estão pensando demais para citar um nome”.
Depois de uns 15 segundos (isso é uma eternidade em uma sala de aula em uma universidade), alguém disse: “Acho que eu conheço sim, professor…Aquela da TV… mas eu não sei o nome dela. É a que está na Globo, naquele reality show.” Eu joguei alguns nomes e a aluna respondeu: “Essa daí, professor: Kátia Barbosa!”
O exercício foi bom porque eles mesmos entenderam que os chefs pretos e pretas na Gastronomia estão invisibilizados. E nesse exercício, continuei: “Agora, vamos citar chefs brancos que vocês conhecem.” Obviamente, as respostas surgiram imediatamente e muitos nomes nacionais e internacionais foram mencionados. Por isso, como forma de visibilizar o nosso povo, trago aqui 10 chefs pretos (as) que têm uma história relevante na Gastronomia e que merecem ser (re)conhecidos. Vem comigo conhecer esse povo lindo que faz um trabalho digno de estar nos mais diferentes veículos de comunicação.
A baiana de Feira de Santana entende a importância da ancestralidade na gastronomia e foca suas criações na valorização da culinária africana. É escritora, palestrante, professora, pesquisadora da cozinha afrodiaspórica pelas Américas e colaboradora do Mundo Negro. Sua formação em História permite que a chef una esse conhecimento acadêmico da cultura africana aos pratos que cria. E o sobrenome que a acompanha é o nome de um molho muito usado no norte da África. Chermoula é um pesto africano que leva salsa, coentro, canela, azeite de oliva, pimenta do reino, hortelã (e outros elementos ou temperos a gosto). A chef tem a marca Chermoula Cultura Culinária e oferece um menu autoral em eventos especiais.
E temos outra Aline e que também colaboradora do Mundo Negro. A chef Aline Guedes, de São Paulo, começou a cozinhar aos 7 anos de idade para que no tempo de folga da sua mãe (dona Ditinha) a matriarca pudesse descansar. Era uma forma inteligente de Aline ter mais tempo livre com sua mãe – que era empregada doméstica e tinha uma jornada de trabalho pesadíssima. Há 20 anos formada, a gastronomia mudou a vida de uma menina preta periférica – que foi parar até na TV Globo participando de reality show. Sofreu racismo e machismo em cozinhas profissionais, mas foi forte e continua vencendo. É pesquisadora, Mestre em Hospitalidade, professora, mãe e tem como ingrediente favorito pescados que são utilizados na valorização de uma cozinha brasileira que resgate a ancestralidade – sem deixar de mesclar também elementos e técnicas da cozinha européia.
Benê Ricardo (inmemorian)
Em 1981, aos 38 anos, Benê Ricardo foi a primeira mulher brasileira a receber um diploma de chef de cozinha no país. E nesse contexto de um momento da ditadura e do sexismo, Benê Ricardo fez história na Gastronomia – foi e sempre será parte da história de muitas mulheres cozinheiras e chefs neste país. Mineira de Ouro Fino, ficou órfã aos 12 anos e virou empregada doméstica nessa idade. Trabalhando na casa de uma família de descendentes de europeus, recebeu o convite para acompanhá-los e partiu rumo à Europa, voltando de lá (anos depois) especialista em culinária alemã. Ganhou um concurso de receitas da Revista Claudia e seu prêmio foi trabalhar na cozinha experimental do periódico. E continuou a voar e a inspirar muitas futuras cozinheiras e chefs pretas em todo o país. Em 2018, nos deixou órfãos – mas o seu legado permanecerá. Sempre que entrevisto uma chef de cozinha preta, o nome de Benê Ricardo é citado.
Chef dos Orixás, Dona Carmem, Carmem Virgínia… essa pluralidade para apresentá-la mostra quão grande é a chef recifense que é neta de merendeira. Aos 14 anos foi escolhida cozinheira dos Orixás e aprendeu muito com sua vó (mas só olhando – já que não tinha permissão para ajudá-la). Hoje, com mais de 200 mil seguidores, a chef produz conteúdo para as mídias sociais e já participou de diversos programas culinários na TV brasileira. A chef queria ser jornalista, mas que bom que um orixá a escolheu para ser cozinheira! Os orixás não erram: ela está na mídia e também cozinhando! Seu foco é a valorização da comida brasileira, com uma importante reflexão sobre uma gastronomia que possa ser pensada também para os pobres (suas receitas consideram a restrição orçamentária do seu público). Ah, Dona Carmem, você é Axé puro! Quando nossas vidas se cruzarem, será um abraço daqueles!
A mineira de Juiz de Fora é referência para muitas mulheres pretas que estão na Gastronomia nos dias de hoje. Em 1985, lançou o livro ‘Receitas de Comidas Típicas’. É educadora, mãe, apresentadora de programas de culinária, consultora gastronômica, professora em cursos de culinária e workshops. Leitor(a), nem preciso escrever mais sobre Cidinha, né? Ela está na vanguarda quando o assunto é mulheres pretas na Gastronomia e por isso é respeitada por toda sua trajetória na Gastronomia. Eu fiquei todo bobo quando vi que a Cidinha Santiago me segue no Instagram – rolou aquela sensação de que dei certo na vida!
Baiana do Sul do estado, mãe solo de três filhos e a necessidade de botar comida na boca de suas crianças é que a levou para a Gastronomia – trabalhou anos em mansões de “gente importante” na região de Trancoso e fez diversos cursos no Senac e depois em São Paulo – seu talento estava sendo descoberto à medida que gente da alta sociedade brasileira experimentava suas criações durante as férias ou eventos. Não perdeu nenhuma oportunidade de capacitação. E, há apenas 4 anos, é que Iza se reconheceu como mulher negra ao ir a Salvador. Desta virada de chave, a chef valoriza a culinária indígena e da diáspora sendo especializada em Frutos do Mar. Suas criações reforçam a necessidade de pensarmos a gastronomia de maneira mais cultural e ancestral por meio da valorização da biodiversidade brasileira e a influência africana.
Tem o dendê baiano e a experiência carioca da zona norte. João nasceu em Salvador e veio para a cidade maravilhosa ainda pequeno. Estudou Gastronomia, se destacou e ganhou uma bolsa para ir estudar na França. O chef tem como especialidade a simplicidade da gastronomia por meio dos insumos simples – no RioGastronomia a estrela de sua aula foi a abobrinha, por exemplo. Mas João, com suas técnicas, não esquece suas raízes. Hoje é apresentador de programas culinários, modelo e atua como empreendedor social por meio da ONG Diamantes na Cozinha – um projeto que capacita jovens pretos em situação de vulnerabilidade econômica e social para atuarem na Gastronomia. E, recentemente, aceitou o convite para ser o Embaixador do Prêmio Gastronomia Preta – do qual o Mundo Negro é parceiro oficial de mídia.
Foi criada na favela e passou por muitos perrengues na vida. É dela um Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Rio: o famoso bolinho de feijoada. Kátia ganhou mais visibilidade no programa Mestre do Sabor (TV Globo), mas já era uma personalidade conhecida da cena gastronômica carioca com seus bolinhos e comida de boteco. A chef tem como especialidade a comida popular brasileira. O dia pode estar difícil, mas se alguém pede uma foto com a chef, logo aquele sorrisão característico aparece no rosto e tudo parece melhorar. Kátia Barbosa fundou o Aconchego Carioca (na Tijuca, Rio de Janeiro) – que inclusive está no Guia Michelin; é uma das sócias do Kalango Bar (com sua filha e também chef de cozinha Bianca Barbosa); e tem a marca Katita – lojas em que podemos comprar seus produtos (bolinhos e feijoada).
Mineiro de Chapada do Norte (cidade que no passado foi um quilombo), o Paulo Rocha é um chef confeiteiro ímpar e ganhou destaque em 2022 ao participar do reality show Iron Chef Brasil (Netflix) e ser o primeiro competidor a desbancar um Iron Chef. O chef confeiteiro hoje é responsável pelas seis casas do Restaurante President – do midiático chef Érick Jacquin. Sempre amou a patisserie francesa (a confeitaria clássica) e por isso se especializou em entregar seus doces com o conhecimento da técnica e um sabor ímpar. Paulo é alegria por onde passa e seu sorrisão enche o ambiente de alegria. E será ele o apresentador oficial do Prêmio Gastronomia Preta.
Da Baixada Fluminense para o Largo do Machado (Rio de Janeiro), com escalas no Centro do Rio para estudar Gastronomia e em Singapura (onde aprendeu a arte de criar dumplings (bolinhos asiáticos). O chef Vlad criou o Dim Sum Rio em plena pandemia e enquanto vários restaurantes demitiam, o Dim Sum Rio contratava. Vlad tem feito algo ímpar no Rio de Janeiro: oferecer dumplings na cena gastronômica carioca. E não há quem não se encante com o sabor e a beleza dos pratos servidos. Por isso já está indo para a abertura de uma segunda casa. É sucesso que se fala, né!?
Uma das reflexões mais bonitas que ouvi de preto para preto foi essa aqui que reproduzo: “Eu não quero vincular meu sucesso à minha ida para Singapura. Tem muitas crianças e jovens pretos que podem querer entrar para a gastronomia e podem pensar que é a internacionalização que trás o conhecimento. Então, muitas vezes, eu prefiro omitir essa parte da minha trajetória para não interromper os sonhos de crianças e jovens pretos como eu.” Vlad, você é incrível!
Você conhece algum chef preto(a) com uma história incrível e que se destaca no que faz? Não se acanhe, faça a ponte para que possamos contar essas histórias aqui. No próximo artigo listarei outros 10 chefs. Vem comigo!
Muitos mistérios rondam sobre a existência da maçonaria por se tratar de uma sociedade discreta e com ações reservadas apenas àqueles que são membros. Entretanto, de tudo o que já foi dito sobre a organização, pouco é falado sobre a existência da maçonaria negra. O advogado e maçom Bruno Candido, morador do Rio de Janeiro, realizou a dissertação do mestrado sobre a importância da maçonaria negra para romper com o racismo.
Em entrevista ao MUNDO NEGRO, Bruno Candido falou sobre como iniciou sua jornada na maçonaria, os princípios da organização, a criação da Maçonaria Prince Hall, nos Estados Unidos, e a inserção do abolicionista Luís Gama na maçonaria negra e tradicional para combater a escravidão. “Ele nasce livre, mas corre o risco de escravização e começa a utilizar a maçonaria tradicional a partir dos seus contatos com homens brancos para que ele pudesse franquear, por exemplo, a ascensão intelectual como seu amigo delegado que lhe permitia acesso a biblioteca de livros de direito”, explica.
Leia a entrevista abaxo:
Símbolo maçônico (Foto: kelly2/Creative Commons)
Como e quando se deu o seu ingresso na maçonaria?
O meu aluno de um projeto social que eu tinha – para emancipação intelectual e financeira para advogados e estudantes de direito e juventude, foi também o meu professor no ensino médio. E ele também se tornou advogado. Quando eu fui aprovado no mestrado em Sociologia e Direito, ele falou que estava me reparando de longe e que chegou o momento dele me convidar a participar da maçonaria e que lá eu estaria conectado a pessoas que no meu cotidiano eu não estaria conectado e elas me ajudariam no meu propósito de fazer transformação social, com base naquilo que ele tinha visto no projeto onde ele era meu aluno.
Ele me insere na lógica da maçonaria negra. E eu começo a pesquisar sobre o assunto, entender quem foi Prince Hall, saber o que aconteceu nos Estados Unidos e na França com os maçons negros, e como a maçonaria foi importante pro Brasil. Como essas sociedades, na verdade, eram redes de apoio e cuidado para emancipação de população historicamente dominada.
Advogado Bruno Candido (Foto: Reprodução/Instagram)
Como surge a maçonaria negra?
A maçonaria nasce de pessoas que são operárias e se posicionam contra a elite. Então ela já nasce como uma ferramenta de contrapoder. Tanto que na história mundial da maçonaria, ela está sempre se posicionando contrária a governos ditadores, autoritários e sempre se posicionando na formação de quadros para ruptura dessas formas de dominação social e controle populacional. A maçonaria foi fundamental para vários processos, por exemplo, na independência nos Estados Unidos e no Brasil. Apesar de ter nascido com a classe operária, ela passa por um processo de elitização quando se tem a inserção de intelectuais e de outros quadros dentro do poder para que essas pessoas possam construir um poder contra o hegemônico. Exatamente por ser a classificação de poder contra hegemônica que a maçonaria não poderia ser aliada à escravização. Mas a maçonaria também não é um espaço de consenso geral. Também é um espaço de disputa de narrativa, vão ter núcleos de poder e de contrapoder.
A maçonaria negra nos Estados Unidos, nasce a partir de um homem negro já livre, que alcançou a alforria. Ele não consegue entrar na ordem porque as votações para ingresso eram secretas. Então não se sabia qual pessoa branca proibia que ele, como um homem negro, acessasse a maçonaria norte-americana. Então ele cria a própria maçonaria, a Maçonaria Prince Hall, que vem como uma oposição nos Estados Unidos e a articulação e conexão de homens negros poderosos. E homens negros articuladores também anônimos, que começam a estabeler a sua própria confraria, até chegar no ponto da construção de um poder que a maçonaria tradicional precisa aceitar. E quando ela aceita, esses homens negros que criam o seu próprio poder maçônico, passam a ser também irmãos de confraria da maçonaria tradicional. E a partir do momento que todos se tornam irmãos, tem uma coisa chamada ‘associação’, que é a capacidade de estabelecer protocolos de relacionamento e obviamente regras de éticas que precisam ser respeitadas na maçonaria. Logo, o racismo não pode ser um processo de separação entre aqueles que são verdadeiros irmãos.
Fundador da Maçonaria Prince Hall (Arte: Reprodução)
Qual a importância da maçonaria na sociedade? E o diferencial da importância para a maçonaria negra?
A maçonaria tem como princípio tornar o homem uma pessoa melhor, a partir de uma ilustração de que o homem é pedra bruta, cheia de pontas. E a partir do estudo das principais diretrizes mundiais, das principais culturas também mundiais, esse homem começa a se polir e quando ele se torna pedra lisa, ele devolve pra humanidade aquilo que ele tem de melhor para que torne a humanidade melhor também. Essa é a importância filosófica da maçonaria para a humanidade.
E a maçonaria negra, ela vem obviamente, fazendo a compensação pela nivelação da realidade mais precária mundial do posicionamento da população negra. No Brasil, a gente tem, por exemplo, quadros como Luiz Gama, que pratica a maçonaria tradicional e negra, se importando com o processo de segurança pública, que no seu período era o processo de reescravização. Já se tem o período abolicionista no Brasil, várias pessoas negras antes escravizadas já estão com o status de liberdade, porém o poder instituído daquele momento vê a necessidade de controle social, a partir de uma criminalização de reescravizar as pessoas negras. Então o Luiz Gama, filho de um português, que nasce livre, mas corre o risco de escravização, entende isso e começa a utilizar a maçonaria tradicional a partir dos seus contatos com homens brancos para que ele pudesse franquear por exemplo, a ascensão intelectual, como seu amigo delegado, que lhe permitia acesso a biblioteca de livros de direito e ao mesmo tempo, ele garantia segurança contra os seus opositores da branquidade, que obviamente não concordavam com o homem negro que estava fazendo toda a ruptura de lógica de escravização naquele período. Ele também é conectado a outros homens negros que estão promovendo ascensão social dentro da maçonaria e trabalhando um projeto de poder para emancipação de pessoas negras. Por isso que o Luiz Gama na Loja Maçônica América de São Paulo, atua nos processos jurídicos pra alforria, faz o letramento político dessas pessoas e depois devolve essas pessoas para sociedade novamente pra compor um núcleo de poder negro e poder antirracista branco aliado, para servir como contrapoder àquela opressão que se manifesta por meio da violência e em especial no campo da segurança pública e da escravização.
Foto: Reprodução
Como um homem negro pode se tornar membro deste espaço?
Hoje nós temos três exemplos mundiais como na França, nos Estados Unidos, como a Prince Hall, dentro dessa história que eu contei, e também no Brasil que não começa por Luís Gama, mas ele é o máximo expoente dessa representatividade. Nesses três países, a luta se dá em especial contra a aliança da colonização e do racismo, que promove um processo de alienação. Então a maçonaria te permite acesso a um conteúdo muito específico e especial, uma ascensão intelectual e uma atenção social, a partir da sua conexão com homens brancos em espaços de poder, que são seu irmãos e precisam te franquear todos os acessos pela sua relação de irmandade. Ainda que quem não queira fazer isso, terá que te ajudar em caso de justa necessidade. E tem também a relação da possibilidade de se conectar a grandes quadros negros que estão promovendo antes a emancipação isolada e conseguir reunir dentro rede de apoio. No Brasil, isso é importante porque as redes de irmandade como a Rosa Negra, por exemplo, foram e ainda são muito importantes pros processos emancipatórios de nosso povo. Hoje, nós temos outras formas de aquilombamento, mas também ainda mantemos viva a Maçonaria Negra e eu sou uma das pessoas que no Rio de Janeiro é responsável por esse recrutamento de homens negros, que possam participar desse processo.
Nos dias 17 e 18 de setembro, acontece o Villa Stella, a segunda edição do festival gastronômico de Stella Artois na capital paulista, reunindo no Auditório Ibirapuera alguns dos melhores restaurantes da cidade, atrações musicais, opções de compras e uma estrutura charmosa e confortável.
Entre os projetos gastronômicos disponíveis na programação, o destaque será a presença da chef baiana Ieda de Matos do reality show Iron Chef Brasil da Netflix, neste sábado, dia 17. Ela é chef proprietária da Casa de Ieda, em São Paulo, onde oferece petiscos e pratos típicos da culinária nordestina. O restaurante também foi vencedor do reality culinário “Fora da Rota”, em 2020.
O estilista Isaac Silva também será destaque com disponíveis para venda da loja Isaac Silva Brand. A marca veste artistas como o apresentador Manoel Soares e a cantora Luciana Mello. E nesta sexta-feira (16), ele lançou a nova coleção “Panterona do Brasil“.
Os ingressos para o Villa Stella já estão à venda e custam R$ 30 por pessoa, dando acesso ao evento e incluindo uma cerveja de boas-vindas. O evento será das 12h às 22h. O público ainda vai poder acompanhar uma programação com painéis de conversa protagonizados por convidadas mulheres e também apresentações musicais de bandas e DJs. Na experiência oferecida pela cerveja da Ambev, todos os restaurantes e empreendimentos são liderados por mulheres.
Primeira edição de Villa Stella (Foto: cria . mov)
Confira a programação completa:
Projetos gastronômicos com cardápios variados: Casa de Ieda, da chef Ieda de Matos; Fitó, da chef Cafira Foz; Casa Rios, da chef Giovanna Perrone; Casa Tucupi, da chef Amanda Vasconcelos; Atto, da chef Luiza Hoffman; Samambaia, liderado por Lígia Giovanini Moraes; e o vegano Tabuleiro das Meninas, comandado por Ganesha Melo e Cristina Mandarino. Já a sobremesa fica por conta das confeiteiras Jeanine Vieira e Isabel Buk. Todas as opções do menu custam, no máximo, R$ 50.
Nos painéis de conversa de A Voz da Villa, serão abordados temas como bem-estar e gastronomia, apresentados por Ailin Aleixo, com as convidadas chefs de cozinha Cafira Foz e Ieda de Matos. Os canais de podcast também marcarão presença, representados pelo “Obvious”, com a host Marcela Ceribelli convidando a jornalista Luanda Vieira, e pelo “Pra Não Passar em Branco”, com a host Hariana Meinke convidando a atriz Alice Weggman.
O Som da Villa vai do início ao final do festival, com atrações como Duda Beat, Becca Perret, Illy, Dj Tamy Rei, Giu Viscardi e Dre Guazzelli. Entre as opções de compras, a Villa Stella vai reunir lojas como a Livraria Ponta de Lança, a marca de moda Isaac SilvaBrand, a floricultura Fialka, a padaria Na Fila do Pão e o espaço Gengibrão, que reúne e impulsiona a produção criativa de uma cena independente e contemporânea da arte brasileira.
“Estamos muito orgulhosos em criar uma experiência que coloca as mulheres à frente, reconhecendo sua potência na cultura, gastronomia, no mundo dos negócios e onde mais elas desejarem estar”, conta Adriana Scarcela, Gerente Regional de Marketing de Experiência e Patrocínios da Ambev em São Paulo. A concepção do festival também contou com um comitê criativo 100% feminino, formado pela pesquisadora e apresentadora Ailin Aleixo, pela pesquisadora de culturas alimentares e palestrante Patty Durães e pela designer de experiências e conectora Isabella Nardini.
“Stella convida as pessoas a aproveitarem a vida, preferencialmente ao redor da mesa, na companhia de gente querida e boa comida – é isso que chamamos de Vida Artois. A Villa Stella leva essa experiência para o público com o melhor em tendências, gastronomia e lazer. Para isso recriamos o espaço de uma vila, que é um lugar intimista onde as pessoas podem se encontrar e criar boas memórias”, complementa Renata Pimentel, Gerente Nacional de Marketing de Experiência e Patrocínios da Ambev. A estreia da Villa Stella em São Paulo aconteceu em 2020, em uma edição especial realizada dentro de domos a fim de se adaptar ao contexto da pandemia. Neste ano, o festival gastronômico volta ao seu formato original, com espaços compartilhados e ao ar livre.
A primeira edição de Villa Stella foi em 2020 (Foto: cria . mov)
SERVIÇO
VILLA STELLA 2022 — SÃO PAULO
Data: 17 e 18 de setembro de 2022 (sábado e domingo) Horário: Das 12h às 22h
Local: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer (Avenida Pedro Álvares Cabral, 0)
Ingressos: R$ 30,00 por pessoa + taxas, à venda no site da Sympla (com acesso livre ao evento no dia escolhido e uma Stella Artois como welcome drink para maiores de 18 anos)
Meios de pagamento para compra de ingressos: cartão de crédito, PIX e boleto
Meios de pagamento para compras no evento: cartão de crédito, débito e PIX
Com parceria da distribuidora musical Believe, a iniciativa é voltada para apoiar profissionais que desejam iniciar ou estão no início de suas carreiras na área da música.
A PretaHub – hub de aceleração do empreendedorismo negro do Instituto Feira Preta, com o patrocínio da NIVEA e apoio da distribuidora musical Believe, lança mais uma edição do Afrolab Toque que Transforma. O programa, voltado para apoiar, promover e impulsionar o empreendedorismo negro e indígena, lança esta edição com foco em músicos iniciantes que querem ou já estão empreendendo através da sua música.
“A parceria com a Pretahub é muito importante para o fortalecimento do nosso propósito. Ficamos muito felizes em ter contribuído com o desenvolvimento de tantos talentos do afroempreendedorismo que participaram da primeira edição do Afrolab Toque que Transforma e, agora, esta segunda edição traz perspectivas ainda maiores com programação na Bahia e em São Paulo, em turmas presenciais. Sem dúvida, é uma conexão de grande valor para a NIVEA”, diz Ligia Annunziato, head de Marketing NENO e líder da Agenda de Propósito da companhia.
Para o programa, serão selecionados 30 empreendedores para uma jornada presencial de 3 dias na Casa PretaHub, em São Paulo. O programa envolve pilares de educação empreendedora a partir de uma perspectiva do empreendedorismo da música e tem como objetivo oferecer suporte e capacitação de negócios através da metodologia Afrolab, além disso, os empreendedores selecionados terão acesso ao Bioma de Serviços PretaHub composto por profissionais negros que atuam no ramo de produção musical.
Para participar do Afrolab Toque que Transforma, os empreendedores interessados precisam: se identificar como pessoa negra ou indígena; já ter lançado ou sonhar em lançar sua carreira musical; ter disponibilidade para participar dos três dias da formação presencial e querer ter acesso a serviços do Bioma PretaHub.
A divulgação do resultado com os artistas selecionados, será feita no dia 14 de setembro.
O Afrolab Toque Que Transforma é uma realização da PretaHub com o patrocínio da NIVEA e apoio da distribuidora musical Believe. Músicos iniciantes que querem ou já estão empreendendo através da sua música, podem se inscrever, gratuitamente, até o dia 18 de setembro, no link.
Serviço:
Afrolab Toque que Transforma – Música
Quem pode participar: Profissionais que desejam iniciar ou estão no início de suas carreiras na área da música.
Como se inscrever: As inscrições serão realizadas até o dia 18 de setembro através do formulário disponível no link.
Viola Davis em 'The Woman King'. Foto: Divulgação.
Um dos filmes mais aguardados do ano, ‘A Mulher Rei’ estreia dia 22 de setembro no Brasil. Contando a história das Agojie, uma força de elite de guerreiras, constituída unicamente por mulheres que protegiam o Reino Africano do Daomé no século 19, a obra foi inspirada em fatos verídicos e traz Viola Davisno papel principal, dando vida à general Nanisca. Para a construção do longa, parte das gravações aconteceram na África do Sul. “Foi a alegria da minha vida”, disse Viola sobre sua presença no país.
“Me senti em casa. Casa para mim é o meu marido e a minha filha, a minha mãe. Mas o lar também é uma comunidade da qual me sinto parte, uma comunidade onde nem sempre estou me escondendo e justificando minha presença“, continuou Davis, relatando a emoção e a conexão com o local. “Lá, eu senti como se tivesse brotado daquele chão. Me senti parte daquela gente. Me senti parte da terra, do céu. Eu me senti em casa. E eu não acho que você possa recriar isso em um estúdio. Acho que essa história é muito preta e muito africana.”
Viola Davis and director Gina Prince-Bythewood on the set of The Woman King.
‘A Mulher Rei‘ se passa numa época em que o Reino do Daomé era economicamente dependente da sua participação no comércio transatlântico de escravos. O filme retrata um período da história em que o rei teve a oportunidade de ouvir aqueles que se colocavam contra contra o comércio de escravos e a favor de explorarem um caminho alternativo para a prosperidade. “Vi na Nanisca um ser humano completamente realizado e uma mulher que estava aproveitando totalmente a sua força”, relata Viola através do material de imprensa. “Eu amo a força física dela e me vi naquilo.”
A cultura do Daomé, que valorizava a significância das mulheres, contava com uma organização social única e incrivelmente progressiva para a época, em que todos os cargos oficiais eram ocupados tanto por um homem quanto por uma mulher. “Fiquei impressionada com as fotos das guerreiras reais, as descrições das testemunhas oculares acerca das suas habilidades”, disse Dana Stevens, roteirista do longa. “Essa história não é muito conhecida – há tantas culturas que negligenciamos e não retratamos nos filmes. Essa era a chance de contar uma história verídica e épica sobre essas mulheres excepcionais.”
(L to R) Thuso Mbedu, Viola Davis and Shelia Atim star in The Woman King.
“Senti que A Mulher Rei era uma história importante, porque me vi nela”, afirmou Viola Davis, que também é produtora do filme. “Eu vi a minha feminilidade nela. Vi a minha escuridão nela. Vi uma parte muito importante da história nela. Eu sempre digo que qualquer parte da história é importante, mesmo as menores partes. E acho que é uma história pela qual o mundo está faminto.”