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“Me afastou das ruas”: MC Carol relata como o funk mudou sua vida e os desafios de ser uma artista da favela

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Foto: Divulgação

O Rock in Rio Humanorama chega a sua segunda edição online e primeira presencial. O evento acontece simultaneamente no Brasil e em Portugal, entre os dias 28 e 31 de julho e possui dentre as 150 vozes, empresários, artistas, ativistas, executivos, acadêmicos, parceiros e jovens inspiradores. Já estão confirmados nomes como do rapper Criolo e da atriz do Porta dos Fundos Noêmia Oliveira.

Em uma das rodas será abordado o tema: “Periferia é lugar de potência” com a funkeira Mc Carol, Zé Ricardo, diretor artístico do Palco Sunset e Espaço Favela do Rock in Rio, e o DJ e produtor Fábio Tabach, criador da Funk Orquestra. A exibição para os espectadores será no dia 29 de julho. A conversa percorre o tema falando sobre como as notícias que saem por aí são sempre de carência e violência e como as regiões periféricas do Brasil são muito mais do que isso: resiliência, resistência, criatividade, cultura e potência.

A funkeira iniciou o assunto falando sobre como o funk mudou a sua vida. “Eu poderia estar presa, eu poderia estar morta, eu poderia ter caído nas drogas. Então, não foi só dinheiro. Não foi só o que ele me deu. Ele me afastou das ruas porque eu não tinha mais tempo de ficar andando para cima e para baixo fazendo nada. É responsabilidade. Eu estava na estrada, eu estava trabalhando, eu estava totalmente ocupada”.

E completa: “bizarro quando eu vejo na internet a galera atacando, falando que eu canto isso, que eu canto aquilo, que minha vida deve ser isso, XYZ, muitos homens. Falando amorosamente, os caras entram na minha vida, acham que eu vivo uma loucura, e não. Não, minha vida é super tranquila, eu vivo pro meu trabalho e é isso”.

Foto: Rodrigo Costa

Com a fama, Mc Carol destaca a importância do bom uso nas redes sociais. “A gente que tem um pouquinho mais de voz, um pouquinho mais de espaço, um pouquinho mais de conhecimento, de amizade, tem que dar voz pra essa galera (da favela)”.

Cria do Morro do Preventório, em Niterói (RJ), a funkeira relembra momentos significativos que comprovam a importância de ter mais investimentos nas favelas.

“Eu fazia parte de um grupo na minha comunidade. Isso novinha, né? A gente tudo duro lá, querendo pintar na Copa do Mundo. Toda Copa do Mundo a gente queria pintar a comunidade, só que não tinha dinheiro para tinta. Então a gente passava em todas as barraquinhas, incomodava todos os bares, todos os pontos que a gente sabia que tinha alguma coisa de venda. E aí a gente trocava (…) A gente ia para frente e coloria toda comunidade. A gente fazia acontecer, botava a bandeirinha e tudo. Isso com moedas, está ligado? Com investimento que a gente faz acontecer. A gente pega a moeda aqui, a moeda ali e vai andando”, relata.

Mc Carol relata as dificuldades no início da carreira por falta de investimento. “A gente ia andando, a gente pegava carona, passava por baixo de um ônibus, por cima. Chorava com outro pobre e ele já dava moral para a gente tentar trabalho nos bailes. Na hora de ir embora depois do baile sem dinheiro, eu estava dura, sem dinheiro nem para uma água, mas a gente ia lá e cantava para divulgar nosso som. E é aí, imagina, se você tivesse um investimento. Desmotiva você não ter investimento, não ter nada”.

Foto: Reprodução / Instagram

“Na favela, 95% da comunidade é uma grande família, todo mundo ajudando todo mundo. É o vizinho que está sem água também, mas te dá um balde d’água. Eu passei por isso, eu vivia sem água, aí eu chegava lá na minha vizinha, a vizinha não tinha nem caixa, ela tinha baldes na porta dela que ela usava diariamente (…) E aí eu ia lá na pressa e ela me fortalecia. Então todo mundo é uma grande família. Só que existe uma porcentagemzinha que está disposta a qualquer coisa. Está ali sem água, sem comida… Tem gente que não tem geladeira em casa. E aí a pessoa é ódio”, relata a funkeira as experiências de morar na favela.

“Um menino de quinze anos olha assim e fala: ‘Caramba, eu estou sem nada. E aí tem garotos da minha idade com moto’. Olhando na internet a galera que tem tudo e tem gente que não aceita. Tem gente que está disposto a morrer para mudar de vida de qualquer forma”, finaliza.

Rock in Rio Humanorama

São Paulo entrou na rota dos organizadores do Rock in Rio. O Rock in Rio Humanorama – um festival de conversas sobre temas urgentes da nossa sociedade que entra em sua segunda edição. O festival de conversas acontece entre os dias 28 e 31 de julho em formato presencial no Learning Village – Centro de Cultura e Inovação, em São Paulo e online para todo o Brasil e Portugal. Ao longo de quatro dias, o Rock in Rio Humanorama explora em formato de conversas diferentes questões que estão urgentes no presente para um futuro melhor e como isso gera questões socioculturais que nos afetam diretamente, tanto como indivíduos quanto como sociedade.

Gravação do Rock in Rio Humanorama. (Foto: Divulgação)

Nestas conversas estão empresários, artistas, ativistas, executivos, académicos, parceiros e jovens inspiradores como o jornalista Manoel Soares como mediador do painel inédito “O que você está ensinado para os seus pais, que vai ser útil para eles navegarem neste novo mundo”.

Como a proposta do Rock in Rio Humanorama é ser um espaço inclusivo e acessível para que pessoas de diferentes realidades, áreas de atuação e visões de mundo participem da conversa, a experiência online – tal como foi na primeira edição do projeto – contará com tradução em libras (para o Brasil) e tradução em língua gestual (para Portugal) além de ter o conteúdo transcrito em legendas, sendo a participação totalmente gratuita, bastando que os interessados se inscrevam no site da plataforma do evento.

Beyoncé divulga tracklist do ‘RENAISSANCE’; 16 faixas compõem o novo álbum da cantora

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Foto: Rafael Pavarotti.

Nesta tarde de quarta-feira (20), Beyoncé anunciou a tracklist do álbum ‘RENAISSANCE’. Ao todo, 16 faixas compõem o novo disco da cantora, que será lançado no próximo dia 29 de julho. Além da já lançada ‘Break My Soul’, faixas como ‘America Has A Problem’, ‘Virgo’s Grooove’ e ‘Energy’ foram anunciadas.

Beyoncé revelou tracklist do álbum através do Instagram Stories. Foto: Reprodução.

1. I’m That Girl 2. Cozy 3. Alien Superstar 4. Cuff It 5. Energy 7. Church Girl 8. Plastic Off The Sofa 9. Virgo’s Groove 10. Move 11. Heated 12. Thique 13. All Up In Your Mind 14. America Has A Problem 15. Pure/Honey 16. Summer Renaissance

“Criar esse álbum me proveu um lugar onde eu poderia sonhar e para o qual eu poderia escapar durante uma era assustadora para o mundo. Fez com que eu me sentisse livre e aventureira em um momento em que poucas coisas estavam se movendo na minha vida“, relatou Beyoncé sobre o novo disco. “Foi uma linda jornada de exploração para mim. Eu espero que vocês encontrem alegria nessa música. Espero que ela os inspire a se liberar, e a se sentir tão únicos, fortes e sexys quanto vocês realmente são“.

Até o momento, não foi confirmado se o ‘Renaissance’ possuirá um registro visual como os álbuns anteriores da artista. Especula-se que o trabalho possua temática histórica relacionada ao período da Renascença, momento cultural marcado por uma série de mudanças que determinaram o reconhecimento de novos modos de pensar as artes, as ciências e a sociedade.

‘Corra!’, aclamado filme de Jordan Peele, poderá ganhar continuação

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Foto: Divulgação.

O bem-sucedido filme ‘Corra!’, de 2017, poderá ganhar uma continuação, pelo menos foi isso que o diretor da obra, Jordan Peele, deu a entender numa recente entrevista para a Associated Press. O profissional, vencedor do Oscar de ‘Melhor Roteiro Original’, já havia comentado sobre o desejo de criar 5 filmes chamados de “thrillers sociais”. O primeiro foi ‘Corra!’, depois veio ‘Nós’, de 2019, e agora, chega aos cinemas ‘Não! Não Olhe!’.

Embora o plano original de Peele visava criar apenas mais dois thrillers sociais, de forma a completar o quinteto, o diretor destacou que não deseja abandonar o gênero, que mistura suspense e terror, por tão cedo. “Eu só não sei se eu poderia limitar quantos filmes eu tenho que fazer. Estou começando a perder de vista o que estaria fazendo se não estivesse fazendo filmes como ‘Não! Não Olhe’. Então, eu diria que o projeto se estendeu“, disse ele.

Questionado sobre uma possível continuação de ‘Corra!’, Peele deixou em aberto a possibilidade. “Recebo muitas perguntas [sobre fazer uma sequência desse filme]. Nunca diga nunca. Certamente há muito o que falar sobre a continuação. Veremos”, enfatizou o astro.

Dentro de ‘Corra!’ somos apresentados a Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro que está prestes a conhecer a família de sua namorada branca, Rose (Allison Williams). A princípio, ele acredita que o comportamento excessivamente amoroso por parte da família dela é uma tentativa de lidar com o relacionamento de Rose com um rapaz negro, mas, com o tempo, Chris percebe que a família esconde algo muito mais perturbador.

Personagens da Vila Sésamo ignoram crianças negras e são acusados de racismo; parque se pronuncia

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Foto: Reprodução/Redes sociais

No último sábado (16), Jodi Brown, divulgou um vídeo mostrando o momento em que uma pessoa vestida de Rosita, uma das personagens do Parque da Vila Sésamo, nos Estados Unidos, ignora as duas filhas negras, fazendo inclusive um gesto negativo com as mãos, mas interage com outras crianças brancas do lado e denunciou os funcionários de racismo.

“As crianças queriam parar para ver os personagens e esta pessoa nojenta disse descaradamente às nossas filhas ‘não’, então começou a abraçar a garotinha branca ao nosso lado! Quando eu fui reclamar, eles me olharam como se eu fosse louca”, escreveu Jodi nas redes sociais.

Com a viralização do vídeo, surgiram outras imagens que mostram cenas semelhantes, onde a mesma personagem e outro funcionário ignoram apenas as crianças negras.

https://twitter.com/harmonyyy19/status/1549237210813194240?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1549237210813194240%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fhugogloss.uol.com.br%2Fmundo%2Fparque-tematico-nos-eua-e-acusado-de-racismo-apos-video-de-meninas-negras-sendo-rejeitadas-por-personagem-viralizar-na-web-assista%2F

O parque se pronunciou duas vezes sobre o caso. Na primeira declaração, feita no domingo (17), afirmou que os funcionários representam “inclusão e igualdade em todas as formas” e apontou que muitas vezes os artistas não veem os pedidos das crianças porque os figurinos dificultam a visão. “A artista de Rosita não ignorou intencionalmente as meninas e está arrasada com o mal-entendido”, afirma.

No dia seguinte, com a repercussão negativa da nota e outros vídeos com casos semelhantes, o parque publicou um novo comunicado com um pedido de desculpas e promessa de treinamento aos funcionários. “Sabemos que não está tudo bem. Estamos tomando medidas para melhorar. Estamos comprometidos em corrigir isso”, diz.

Deputadas norte-americanas são presas durante ato pelo direito ao aborto, em frente à Suprema Corte

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Foto: Getty Images

Um protesto realizado pelo direito ao aborto nesta terça-feira (19) em frente ao prédio da Suprema Corte, em Washington D.C., EUA, acabou com 35 pessoas presas. Dentre os presos, 17 são congressistas democratas, incluindo as deputadas Alexandria Ocasio-Cortez e Ilhan Omar.

De acordo com a polícia do Capitólio, os manifestantes bloquearam o tráfego em uma rua e já haviam recebido três advertências. “Alguns dos manifestantes se recusam a sair da rua, então estamos começando a fazer prisões”, escreveram no Twitter.

Ilhan Omar, deputada do Minnesota, se posicionou sobre o caso nas redes sociais. “Fui presa hoje enquanto participava de um ato de desobediência civil com meus colegas membros do Congresso do lado de fora da Suprema Corte. Continuarei fazendo tudo o que estiver ao meu alcance a fim de alertar para o ataque aos nossos direitos reprodutivos!”.

O direito ao aborto legal nos EUA está ameaçado em mais da metade do país, depois que a Suprema Corte anulou a sentença Roe vs. Wade Act, de 1973, que garantia direito ao procedimento em todo o país.

https://twitter.com/IlhanMN/status/1549467143112196099

A Câmara dos Representantes dos EUA, aprovou na semana passada (15), um projeto de lei para restaurar o direito ao aborto em todo o país, com 219 votos a favor e 210 contra. No mesmo dia, também foi aprovado outro projeteo para proibir a criminalização de mulheres que viajarem para realizar o aborto em outro estado, com 223 votos a favor e 205 contrários.

Do morro do Cantagalo para o mundo: Hugo Germano estreia filme infantil e nova novela da Globo

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Foto: Gabi Lopes.

Nascido e criado no morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, Hugo Germano, de 30 anos, tem voado cada vez mais alto, mostrando toda sua pluralidade. Prestes a dar vida ao marinheiro Julião, no longa-metragem “Pluft, O Fantasminha”, dirigido por Rosane Svartman e produzido por Clélia Bessa, que estreia dia 21 de julho, o ator reforça, mais uma vez, que talento independe de cor ou raça.

O filme infanto-juvenil, baseado na épica peça de teatro de Maria Clara Machado, é o primeiro brasileiro live-action em 3D. No enredo, Maribel, vivida por Lolla Belli, é raptada pelo pirata Perna-de-Pau, interpretado por Juliano Cazarré, que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa deserta onde o idoso residiu, ela aguarda pela ajuda dos marinheiros e amigos do velho, Julião, Sebastião, vivido por Arthur Aguiar e João, feito pelo ator Lucas Salles. No entanto, eles não chegam e, enquanto isso, Maribel acaba conhecendo o fantasminha ‘Pluft’, vivido por Nícolas Cruz, que tem medo das pessoas e da Mãe Fantasma, interpretada pela atriz Fabíula Nascimento.

Honrado por mais um personagem na carreira, Germano tem boas expectativas para o novo projeto. “Espero que o filme encante todas as crianças e suas famílias. Este clássico é uma história passada de geração para geração. Sempre que falo do filme para alguém, essa pessoa diz que o assistiu quando pequena ou que já ouviu essa história sendo contada pela mãe ou avó. Espero que todos saiam inspirados e emocionados acreditando que o cinema brasileiro deve ser ainda mais adorado”, ressalta.

Há 15 anos no mundo das artes cênicas, o ator reforça diariamente que um menino da periferia precisa e deve sempre acreditar nos sonhos. Além do longa-metragem, ele estará nos filmes a serem lançados “Um Suburbano Sortudo 2”, “Mussum, o Films” e “Desapega”, e integrará, também, o elenco da próxima novela das 6, “Mar do Sertão”, de Mário Teixeira, na Rede Globo.

E, se engana, quem pensa que acabou. Com versatilidade de sobra, o artista produz, ainda, duas peças-vídeos, sendo essas, “Esse menino”, monólogo que fala sobre a infância de Sebastião Prata, o saudoso Grande Otelo, e o “Cria 3.0”, que conta a história de alguns personagens do morro do Cantagalo, onde nasceu e foi criado. Durante o cenário pandêmico, por exemplo, o talentoso criou ainda, junto com os parceiros Ricardo Lopes e Jean Marcel Gatti, o coletivo “Se Essa Rua Fosse Minha”, o qual produziu o filme “Inanição”, que está em circulação pelos festivais do mundo todo.

Pequeno no tamanho, mas gigante na arte de interpretar, seja na TV, no teatro ou nas telonas, Germano colhe os frutos de tamanha entrega desde quando sua história começou. Tendo trabalho como palavra de ordem, ele é a representação do país que pode dar certo, sendo fonte de inspiração para outros jovens oriundos das favelas. “A arte é tudo para mim, já que não consigo viver sem ela. A pandemia de Covid-19 só me fez reforçar essa ideia. Encontrava modos de continuar fazendo uma arte que potencializasse ainda mais o coletivo. Ela nos faz ter empatia com o outro e, através dela, ganhamos forças para enfrentar as adversidades”, salientou.

Entusiasmado com os últimos projetos, e sem tempo para descanso para os que estão por vir, Hugo Germano segue a todo vapor, rumo ao que ainda desejar conquistar. “Sempre pretendo alcançar os meus pares. Cada vez mais vejo pessoas pretas ocupando espaços de grande importância, o que não era comum quando mais novo. Eu não via negros como eu na televisão ou no teatro, e acredito que quando ocupo esse lugar, estou passando o bastão para os meus iguais. Também adoro desafios, procuro sempre encontrar coisas novas em cada personagem que faço, pois, assim, mantenho uma arte viva nos meus trabalhos”.

Curso gratuito de JavaScript oferece 80 vagas para mulheres negras, trans e travestis

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Foto: Reprodução.

Inscrições vão até 25 de julho.

Com a missão de reduzir a lacuna de gênero no setor de tecnologia e com o objetivo de qualificar ainda mais as mulheres que iniciaram sua carreira na área, a {reprograma}, iniciativa de impacto social, abre inscrições para o primeiro curso de JavaScript. Serão 80 vagas, direcionadas para mulheres negras, trans e travestis que já possuem conhecimento básico em JavaScript, ou alguma formação em tecnologia, e estão em busca de aperfeiçoamento profissional. As inscrições ocorrem de 27 de junho a 25 de julho, pelo link: https://www.reprograma.com.br/imersaojavascript.html

O curso é gratuito e terá a duração de 12 semanas, com 20 horas semanais, divididas em 14 horas de aula e 6 horas de exercícios conforme metodologia de ensino da {reprograma}: exposição, prática, suporte e feedback. Serão duas turmas com até 40 alunas cada.

Podem ser inscrever pessoas que se identificam com o gênero feminino, portanto mulheres cisgênero, trans ou travestis, mulheres que residem no Brasil e falam a língua portuguesa, sejam maiores de 18 anos, tenham conhecimento básico em JavaScript, cuja formação mais recente tenha sido concluída há pelo menos 6 meses, e disponibilidade para frequentar as aulas em sua totalidade. 

As candidatas inscritas serão avaliadas ao longo do processo seletivo pelos critérios de avaliação: Colaboração e Empatia, Qualidade da Inscrição e Coerência das Informações, Flexibilidade e Disposição para aprender. A descrição completa dos critérios está disponível no Edital do Curso.

O processo de seleção inclui duas etapas e as selecionadas serão anunciadas no dia 31 de agosto, no site da {reprograma}. As aulas terão início em 14 setembro de 2022 e término em 10 de dezembro de 2022. 

De acordo com Liana Alice, coordenadora de ensino da {reprograma}, “o curso tem a proposta de aprofundar o conhecimento dessas mulheres e consolidar o crescimento profissional delas de forma sustentável, ajudando-as a conquistar espaço no mercado de trabalho, uma vez que muitas ainda seguem com dificuldade de encontrar uma oportunidade”.

“Queremos contribuir para a redução das desigualdades sociais ao garantir formação técnica de qualidade em programação para mulheres e viabilizar o seu ingresso no mercado. A área de tecnologia é um dos setores econômicos que mais cresce no país e no mundo, mas, apesar da relevância ainda não possui em suas áreas de desenvolvimento uma equipe diversa – tão importante para continuar produzindo inovações que correspondem à pluralidade da sociedade”, finaliza Silvia Rodrigues Follador, gestora de projetos da {reprograma}.

Filme Medida Provisória terá exibições gratuitas em favelas da Zona Norte do Rio

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Foto: Divulgação.

O filme do diretor Lázaro Ramos será exibido na Maré e na Penha

O filme Medida Provisória, assistido por mais de 500 mil espectadores em todo o país, agora será exibido gratuitamente na periferia da Zona Norte do Rio de Janeiro. O Observatório de Favelas vai promover duas sessões gratuitas de cinema com exibição do filme brasileiro, na Maré e na Penha. A obra dirigida por Lázaro Ramos será exibida no dia 22 de julho às 16 horas no Galpão Bela Maré, na Nova Holanda. Já no dia 30 de julho os moradores da Penha poderão assistir ao filme, a partir de 17 horas, na Arena Carioca Dicró.

O filme se passa num futuro distópico, em que o governo brasileiro decreta uma medida provisória que obriga os cidadãos negros a ‘voltarem’ à África como forma de reparar os tempos de escravidão. O advogado Antônio (Alfred Enoch), sua companheira, a médica Capitu (Taís Araújo), e seu primo, o jornalista André (Seu Jorge) decidem resistir, uns confinados em suas casas, outros no Afrobunker – movimento que vai lutar pelo direito de permanecerem em seu país.

Recentemente, o filme passou a ser exibido pela Globoplay e já é o filme mais assistido na plataforma. O diretor Lázaro Ramos comemorou o feito nas redes sociais. Medida Provisória é uma adaptação da obra dramática, do também ator Aldri Anunciação, Namíbia, Não!.

Serviço

Filme Medida Provisória

Dia 22 de julho de 2022 às 16h

Local: Galpão Bela Maré

Rua Bittencourt Sampaio, 169 – Nova Holanda

Entrada Franca

Dia 30 de Julho de 2022 às 17h

Local: Arena Carioca Dicró

Rua Flora Lobo, s/n – Parque Ary Barroso – Penha Circular.

Entrada Franca

Modelo filma momento em que é vítima de assédio em hotel no interior de São Paulo

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Foto: Carlos Sillero.

“Estou louco para fazer amor com você”, disse hóspede que estava no mesmo hotel que Samen dos Santos, em Araçatuba

O que era uma viagem a trabalho para a modelo Samen dos Santos acabou se tornando uma violência. Isso porque a modelo gaúcha, que estava em Araçatuba para um trabalho, sofreu assédio sexual durante sua estadia no Mariá Plaza Hotel. A modelo registrou uma parte da importunação em vídeo. Nas imagens, é possível ouvir o homem dizendo “Eu estou louco para fazer amor com você”. 

“Não há idade! Não há hora! Não há lugar! Se um homem se achar no direito de assediar uma mulher, ele vai assediar. Essa gravação foi apenas um trecho de toda a importunação que eu sofri com esse senhor em um hotel na cidade de Araçatuba, no dia 13 de julho”, contou a modelo em sua conta no instagram.

Além do momento que aparece no vídeo, Samen também foi importunada em outros momentos, inclusive por funcionários do hotel, a pedido do hóspede assediador. “Ele veio e disse ‘moça, você não quer nada? O senhor ali falou que está muito interessado em você, que é dono de fazendas da região, que é muito rico e perguntou qual era seu preço’. Ele perguntou exatamente com essas palavras ‘quanto você quer?’, contou a modelo ao G1.

Samen explicitou seu incômodo ao funcionário e foi abordada pelo homem na piscina, momento em que registrou o vídeo. A modelo disse que ficou amedrontada e chegou a colocar cadeiras na porta do quarto por medo de que o homem invadisse durante a noite.

Um boletim de ocorrência por constrangimento ilegal foi registrado na Polícia Civil de Araçatuba. Os advogados de Samen informaram que analisam as providências cabíveis. Em nota, o Mariá Plaza Hotel disse que repudia todo e qualquer ato de assédio.

Basília Rodrigues ostenta seu amor pelo cabelo natural na capital do poder

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Foto: Carlos Sales - Reprodução Instagram

A relação da mulher negra com seu cabelo é algo muito singular. Nenhum outro grupo sofreu tanta pressão estética em relação à sua aparência. Mesmo hoje, onde grande parte das mulheres negras brasileiras tendem a preferir usar o seu cabelo sem interferências químicas, os fios crespos ainda sobre preconceito na esfera profissional. O Mundo Negro aproveita as reflexões do Julho das Pretas para fazer um especial inédito sobre o cabelo das jornalistas negras de TV.

A primeira entrevistada dessa série de quatro entrevistas é a analista de política da CNN, Basília Rodrigues.

Brasiliense, Basília vem do rádio onde ninguém fazia ideia da sua aparência e há dois anos em frente às câmeras da CNN, maior empresa de telejornalismo do mundo, ela encara de cabeça erguida a missão de mostrar um bom trabalho, sem atropelar sua identidade, mesmo quando seu visual recebe críticas. “Já recebi muitos comentários racistas na internet que diziam ‘que cabelo é esse, Basília?’, ‘cabelo desarrumado’, ‘que coisa é essa?’, em tom de ironia. Foram tantas, tantas mensagens chatíssimas. Em outro episódio, surgiram denúncias anônimas de que haveria pessoas no meio jornalístico chamando meu cabelo de ‘bagunçado’, ‘desalinhado’. Algo totalmente sem sentido”, detalha a especialista em política.

Não se deixando abalar pelas críticas, Basília tem uma grande paixão pelos seus cabelos crespos, escuros e de curvatura muito definida e ter mulheres negras cuidando dos seus cabelos fez toda a diferença para ela, não apenas no sentido estético.

Confira a entrevista que Basília concedeu a nossa editora-chefe, Silvia Nascimento.

Como era o seu cabelo quando você começou a aparecer na TV. Era um estilo que você se sentia confortável para aparecer em frente às câmeras?

Tenho quase 15 anos de profissão, como jornalista que cobre Política e Judiciário. Em 2015, fiz minhas primeiras aparições em vídeo muito feliz com meu cabelo cacheado. Foi na GloboNews e na TV Brasil. Na época, eu trabalhava para rádio CBN e era muito flexível poder participar de entrevistas e análises em outros canais. Eu já usava o cabelo cacheado como hoje. Havia parado de alisar em 2012. Depois disso, nunca mais alisei e fiz escova somente duas vezes, nestes anos todos. Eu definitivamente amo os meus cachos.

Ainda no início, quais as jornalistas negras você tinha como referência não só pelo conteúdo, mas também pela estética e o que te chamava atenção nessa pessoa em termos de visual?

Minha referência de jornalista negra com cabelo natural foi Nara Lacerda, que era minha colega de redação na rádio CBN. A minha transformação em 2012 veio devido a um combo de fatores: muitos conselhos dessa amiga, aulas que eu acompanhei naquele ano sobre identidade racial na faculdade e também porque havia algumas atrizes/protagonistas de cabelo cacheado nas telenovelas da época.

Me chamou atenção ver cachos no centro do que era bonito, interessante, autêntico em novelas/capas de revista daquele ano. Do ponto de vista da normalização dessa imagem, a de uma mulher cacheada, fui muito mais motivada pelas atrizes do que, de fato, por jornalistas já que era muito incomum encontrar repórteres cacheadas que se orgulhassem disso. Nara era um ponto fora da curva. Ainda adolescente, quando decidi pela profissão de jornalista, lembro de pessoas próximas tentarem fazer eu mudar de ideia devido à realidade de existirem poucas negras de cabelo cacheado na TV. Mesmo assim, eu entrei na profissão. Porém, não imaginava fazer TV.

O cabelo crespo/natural não era tido como um cabelo de “aspecto profissional”. Como você lidou com isso ao longo da sua carreira? Sempre usou o cabelo crespo?

Eu não me importei com os outros. Me preocupava ficar feio ou não saber cuidar. Mas não passou pela minha cabeça “o que eu perderia na carreira” por voltar a ser cacheada. Alisei meu cabelo dos 12 aos 22 anos. Entrei no mercado de trabalho aos 19. Então, meus primeiros crachás ainda são da Basília de cabelo liso, médio a curto. Lembro que o cabelo estava bem quebrado nessa época. Até que vem 2012. Naquela época, eu havia passado por um acidente grave de carro e também havia começado a estudar outro curso, era um momento de mudanças, de amor-próprio também, de reconhecimento. Tudo se encaixou, desde a colega cacheada do trabalho, o meu cabelo pedindo socorro, o curso sobre identidade, as estrelas cacheadas da TV .

Aprendi muito e larguei o alisamento de cabelo. Em 2013, com 25 anos de idade, lembro que perguntei para um colega, de outra empresa em que trabalhei, o que ele achava se, além da rádio, eu fizesse reportagens de TV com cabelo cacheado. Ele disse que no exterior era possível, mas que no Brasil, naquele momento, não via essa possibilidade.

Nos EUA onde as questões dos direitos civis são bem avançadas, as jornalistas negras, em maioria ainda usam o cabelo liso e até mesmo perucas e apliques. Por que no Brasil somos diferentes? E usar o cabelo liso seria um problema, na sua opinião?

Acho que devemos ter o cabelo com o qual nos identificamos. Negras alisadas, negras cacheadas, negra com megahair, que todas sejam felizes. O que não dá é para acreditar em estereótipos equivocados do que é bonito, como se o crespo fosse “menos profissional”. Um cabelo limpo e lindo é o que vale.

O seu cabelo já foi alvo de algum comentário racista? Caso sim, o que foi feito a respeito?

Apesar de aparecer em programas de TV desde 2015, o universo televisivo se tornou uma rotina diária somente a partir de 2020 na minha vida, quando fui para CNN Brasil. Todos os dias, as pessoas me veem de cabelo solto, em um coque ou puxado de lado. Isso surpreendeu muita gente. Acredito que especialmente aquelas pessoas que limitam (ainda que no imaginário) o espaço do negro. Sou presença constante no vídeo e brigo pela notícia para sempre ter o que apresentar ao público. Cacheada, é claro. Em função disso, já recebi muitos comentários racistas na internet que diziam “que cabelo é esse, Basília?”, “cabelo desarrumado”, “que coisa é essa?”, em tom de ironia. Foram tantas, tantas mensagens chatíssimas. Em outro episódio, surgiram denúncias anônimas de que haveria pessoas no meio jornalístico chamando meu cabelo de “bagunçado”, “desalinhado”. Algo totalmente sem sentido. Em 2021, escrevi um artigo para o jornal Folha de São Paulo sobre o assunto.

Sobre quem cuidou e cuida do seu cabelo. Você sente que os profissionais sabem cuidar do cabelo natural?

Além do autocuidado, costumo ir em um salão afro que compreendeu minhas necessidades, meu cabelo. Nem todo salão sabe lidar com cabelos naturais, até mesmo aqueles que se identificam como afro nem sempre entregam o que dizem vender. Meu cabelo representa um povo, ao mesmo tempo que ele é só meu. Busco sempre o que é melhor para ele, sem cair na fórmula padrão de salão. Corto sempre com uma pessoa de confiança, tenho meus produtos prediletos e o principal: paciência. Gosto de pentear com os dedos.

Foto: Divulgação

O cabelo de quem trabalha na TV sofre com o efeito de secador, gel e outros produtos. Qual sua rotina de cuidado capilar?

Lavo com mais frequência do que gostaria por semana porque uso laquê para o cacho não cair no meu rosto durante meu movimento no vídeo. Isso exige lavar o cabelo para ele sempre estar limpo. No lugar do pente, uso os dedos e algum bom creme para ir separando os cachos e hidratando-os. E de seis em seis meses, corto à seco, como uma cascata que dá forma ao penteado. Durmo sempre de cabelo solto, às vezes uso touca de cetim, hidrato toda semana em casa. Nenhum cabelo é fácil, tem que investir creme e tempo. Às vezes esqueço de agitar um pouco a raiz para ele não ficar baixo. Odeio quando ele fica baixo.

Tem algum truque que você aprendeu no trabalho, sobre cuidados com seu cabelo, que você poderia compartilhar com a gente?

Antes de tudo, ame os seus cabelos. No trabalho, aprendi a fazer um coque abacaxi belíssimo. A Juliana Dias, que faz meu penteado, coloca dois grampos em um daqueles elásticos de escritório. Puxa um de cada lado. Você faz o coque no cabelo usando essa liga esticada para segurar, prende o grampo no cabelo, dá a volta com o elástico, prende o outro e, num passe de mágica, você está com um lindo coque. Adoro. A Juliana, justamente quem faz, prefere o meu cabelo solto. Ela diz que somos sócias do meu cabelo. Mas é ele mesmo quem decide o que quer, tem vida própria. Ele adora a Juliana uma profissional negra de madeixas aloiradas devido às luzes, tipo Beyoncé. Uma mulher negra entende o cabelo de outra mulher negra.

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