O cineasta Rogério Sagui será um dos diretores de ‘Mar do Sertão’, nova novela do horário das 6 na Rede Globo. Escrita por Mario Teixeira e com direção geral de Allan Fiterman, a nova novela, que substituirá ‘Além da Ilusão’, contará com uma ampla gama de atores nordestinos, apresentando um “novo olhar sobre a representatividade”, segundo a colunista Patrícia Kogut.
A trama de ‘Mar do Sertão’ retratará um Brasil “profundo como o oceano, reluzente como o sol”, com foco nos conflitos entre os coronéis e dinastias do sertão. Rogério Sagui já realizou diversas produções ao longo de sua carreira, como o documentário de curta-metragem ‘As Memórias de umQuilombo Vivo’ e o premiado filme de ficção ‘Rosa Tirana’.
A data de estreia de ‘Mar do Sertão’ ainda não foi anunciada.
Último eliminado do Big Brother Brasil 22, Eliezer comentou, em recente entrevista para a Globo, detalhes sobre sua relação com Maria e Natália. Para o empresário, as relações que ele desenvolveu com as sisters o ajudaram a aliviar a pressão dentro da casa, mas de formas completamente diferentes. “Meu relacionamento com a Maria foi muito diferente do meu relacionamento com a Natália. Eu e a Maria já estávamos no caminho de nos tornarmos grandes amigos“, declarou Eli. “Nós já éramos muito amigos e tínhamos uma situação à parte, entre homem e mulher. Era algo muito pontual, que foi conversado antes de acontecer. Nós dois já sabíamos como seria se acontecesse. Sempre ficávamos eu, Maria e Vyni e o papo começou a evoluir em relação ao jogo, porque passavam os dias e a Maria ia para o game bem mais do que eu e o Vyni. Então, com certeza, além de minha amiga, ela seria uma aliada ali dentro, até porque a gente fazia parte do mesmo quarto“.
Eliezer e Maria. Foto: Reprodução / TV Globo.
Sobre sua relação com Natália, Eliezer contou que pensou apenas em curtição num primeiro momento, mas que o envolvimento ganhou intensidade com o tempo. “A relação com a Natália já foi diferente. A gente começou numa situação de ‘vamos só curtir’; depois algumas coisas aconteceram e a relação foi evoluindo“, enfatizou o ex-BBB. “Não tem como você estar numa casa com uma pessoa, conviver com ela o tempo todo e a relação se manter igual. Por mais que eu não tivesse o objetivo de fazer um casal lá dentro. Sempre que eu assistia ao ‘Big Brother’, eu achava que o homem do casal nunca ganhava o programa, então nunca foi meu objetivo”.
Eliezer e Natália. Foto: Reprodução / TV Globo.
Apesar de um aparente relacionamento, Eliezer declarou ainda que se aproximou de Natália porque os dois estavam vivendo um momento de fragilidade dentro do programa. Muitos usuários na internet chegaram a classificar o relacionamento do empresário com Naty como uma aproximação tóxica. “Quando o Vyni saiu e eu fiquei sozinho, a minha relação com a Natália ficou muito mais intensa, porque ela era a única pessoa que eu tinha naquele momento, que me ajudou e muito! A gente acabou tendo uma relação também de amizade em cima disso porque ela também estava num momento muito frágil, com várias questões com as meninas“, ressaltou Eli. “Era ela, de um lado, com questões com as meninas, e eu, de outro lado, com as minhas questões internas. Nós ficamos muito próximos naquele momento. Então, sim, principalmente a minha relação com a Natália, me ajudou a segurar a onda muitas vezes, ela foi muito parceira comigo“.
Rose Rock, mãe de Chris Rock, se pronunciou pela primeira vez sobre o tapa que Will Smith deu em seu filho durante a premiação do Oscar deste ano. Will agrediu Rock depois de ele fazer uma piada maldosa a careca de Jada Smith, que tem alopecia. Em entrevista à NBC, Rose disse que, no primeiro momento, pensou que a ação tivesse sido ensaiada pelos artistas, e só depois percebeu que a situação era real.
“Quando ele deu um tapa em Chris, ele deu um tapa em todos nós. Foi realmente como se ele tivesse me dado um tapa”, disse ela. Rose também disse que esperava que o pedido de desculpas de Will Smith tivesse sido feito diretamente a Chris, e não somente por meio de uma publicação nas redes sociais.
“O pessoal dele escreveu um artigo e disse: ‘Peço desculpas a Chris Rock’, mas algo assim é pessoal e você tem que procurar a pessoa'”, disse ela.
Sobre a punição que o artista recebeu, de ser banido da Academia por dez anos, ela disse que considera uma penalização adequada. “Eu não tiraria o prêmio dele e não vejo nenhuma boa maneira de fazerem isso”, explicou.
A experiência, que estreia em 29 de abril e ficará disponível no jogo por 72 horas, faz parte da Série Onda Sonora do Fortnite e marca os 13 anos do Laboratório Fantasma
Emicida já lotou casas de Sul a Norte e, agora, está prestes a aumentar a lista de territórios para onde já levou seu som e a cultura brasileira. No dia 29 de abril, às 19h, o rapper paulistano estreia um show inédito dentro do popular jogo online Fortnite. A experiência – disponível globalmente por 72 horas ininterruptas – faz parte da Série Onda Sonora, uma celebração da música e dos artistas de todo o mundo que acontecem em suas próprias experiências interativas – com Emicida sendo o primeiro brasileiro a participar.
O show no Fortnite marca não só a carreira de Emicida, mas também aponta para a consolidação da Laboratório Fantasma (empresa que ele comanda ao lado do irmão, Evandro Fióti, há 13 anos) como um dos principais construtores de narrativas multiplataforma, com o objetivo de transformação para uma sociedade menos desigual.
A experiência vai além do jogo: o público poderá assistir em 15 cinemas Cinemark em todo o Brasil (três sessões em cada cinema, a entrada será um combo pipoca); e também haverá uma linha de roupas com tema Fortnite com 13 peças, entre moletons, croppeds, meias e camisetas. Esta será a primeira coleção lançada pela LAB globalmente por meio de seu e-commerce (as peças ficarão disponíveis a partir do dia 29 de abril no site da LAB).
“Vejo a oportunidade de criar essa experiência no Fortnite como algo muito especial. Além de sermos fãs do jogo, eu e o pessoal do Laboratório Fantasma somos contadores de histórias que transformam a realidade. Poder fazer isso nessa nova perspectiva, no jogo, é algo que nos move. Será histórico poder levar nossa história e cultura brasileira, por meio do rap, aos quatro cantos do mundo”, comenta Emicida.
A apresentação contará a história do rapper, que quebrou paradigmas na indústria fonográfica e do entretenimento na última década, e passará por cenários que dialogam diretamente com sua trajetória, não apenas criando uma conexão com seus fãs, mas também contextualizando para o conheçam mundo afora, já que o jogo rompe as fronteiras geográficas. Com uma linguagem inovadora e disruptiva, unindo o que há de mais moderno do ponto de vista da produção de conteúdo e captura de movimento, a experiência trará uma performance inédita entre o verdadeiro Emicida e seu avatar 3D.
“Ao longo desses 13 anos, contribuímos para elevar o respeito à cultura periférica dentro do mercado de música, moda e entretenimento. Estou muito feliz e realizado por poder ser uma empresa que vem da periferia de São Paulo e poder contribuir com uma experiência que marca parte do que é o futuro do entretenimento. Prova que quando nos conectamos pelo nosso propósito, podemos chegar mais longe e transformar vidas. Essa parceria com o Fortnite só reforça esse movimento estratégico da nossa parte.”, comenta Evandro Fióti, CEO do LAB. “Sempre que expandimos nossa linguagem e negócios de forma pioneira para outras plataformas, buscamos influenciar positivamente o mundo, com os valores da cultura negra e do hip hop. É possível impactar a sociedade de forma positiva e contribuir para a construção de um mundo melhor. É possível mudar o ambiente por meio da música, independente da plataforma, e colocando a cultura como uma importante forma de impacto social, seja por meio de um disco, um livro, um desfile de moda ou dentro de um game. É isso que a Laboratório Fantasma faz”, completa.
Além da experiência de assistir Emicida na Série Onda Sonora, os fãs também poderão desbloquear um “gesto de dança” ao som da música “Triunfo”, single que é um marco na história do rap brasileiro. A música “Levanta e Anda”, música icônica da carreira do artista, também poderá ser desbloqueada como “faixa do lobby”, complementando a experiência. Ambos estarão disponíveis na Loja de Itens do Fortnite.
Para acessar a experiência:
Baixe Fortnite gratuitamente disponível para PCs e consoles ou certifique-se de que a versão já instalada no seu dispositivo está atualizada. Os jogadores deverão então selecionar o ícone SÉRIE ONDA SONORA: EMICIDA. É possível assistir com várias pessoas ao mesmo tempo, convidando amigos da sua lista dentro do jogo.
O Big Brother Brasil 22 chega à sua reta final com dois homens negros finalistas, pela primeira vez na história do programa. Agora, o atleta Paulo André Camilo e o ator Douglas Silva disputam o prêmio de R$ 1,5 mi ao lado de Arthur Aguiar. Mas além do feito histórico e de estarem, agora, entre as dez pessoas negras que já chegaram à final do BBB, PA e DG deixaram muitas outras marcas com suas passagens no programa.
O respeito, carinho e a afetividade que estabeleceram entre seu grupo de amigos demonstrou, em rede nacional, que os esteriótipos associados a homens negros como brutalidade, falta de afetividade, e tantas outras falácias associadas a meninos e homens negros no país servem ao único propósito de perpetuar uma imagem negativa dos homens pretos.
Desde antes de entrar no programa, a relação de Douglas Silva e sua filha, expressada em inúmeros vídeos nas redes sociais já deixavam explícito que ele era um cara que valia a pena conhecer mais de perto. O desejo de Douglas de se deixar ver em sua verdade diz muito sobre as armadilhas e condenações que a que o racismo condena pessoas pretas diariamente. Por que um ator, internacionalmente conhecido, o primeiro brasileiro indicado ao Emmy precisaria recorrer a um reality show para ter visibilidade? Porque ser muito qualificado no que faz não é o bastante no Brasil racista.
O mesmo se estende a Paulo André. O atleta levou o Brasil de volta a competições e pódios onde não estava desde a década de 90. Com uma carreira brilhante, precisou recorrer ao reality porque a regra também vale para ele: só ser excelente na sua área de atuação, não basta. E aí, se alia a isso, para além da sua negritude, a falta de políticas governamentais de apoio ao esporte, por exemplo.
O fato é que de toda maneira, os dois chegam vitoriosos e triunfantes à final do BBB deste ano com uma trajetória marcada por honestidade, generosidade e afeto. Construíram em torno de si um grupo pautado em relações de amizade, afeto e cuidado, palavras que frequentemente não são associadas a homens parecidos com eles.
QUE COISA LINDA! não sou fã dos meninos mas amei a sensibilidade e o carinho deles.
Mas, da mesma forma que milhares de homens negros fazem diariamente no Brasil e no mundo, foram em busca de uma vida melhor e de reconhecimento para eles mesmos e suas famílias. Famílias, aliás, que têm se orgulhado de suas trajetórias e valorizado, a cada passo o esforço destes dois nesta empreitada no programa.
Qualquer resultado que seja diferente da vitória de um destes dois hoje, revela que o modelo de votação do BBB está falido e com os dias contados. Mas, sem dúvida nenhuma, os dois se coroaram vencedores desta edição, mostrando a quem consegue perceber que masculinidade preta e afetividade frequentemente andam de mãos dadas.
A Ninfeta, Rai Ferreira, A Menina e Manoca Costa .Foto: Joyce Melo.
Rai Ferreira, A Ninfeta, A Menina e DJ Belle são as artistas que dão nome ao Festival Digital Pagode Por Elas, evento que acontece em formato de pocket show no próximo dia 29 (sexta-feira), a partir de 19h, no YouTube, abrindo os caminhos para a edição presencial que acontece no próximo verão. Com a apresentação de Manoca Costa, o Festival inova por ser o primeiro do gênero musical a trazer uma lineup com artistas e instrumentistas 100% femininas e uma equipe técnica composta majoritariamente por mulheres.
“Pretendemos calendarizar este evento em formato presencial e, para isso, realizaremos algumas ações que agregam valor à marca das pagodeiras, sendo a edição online essencial para fortalecermos o nome do projeto com uma entrega inovadora e de excelência”, destaca Beatriz Almeida, Gerente de Projetos e Cofundadora da Pagode Por Elas (PPE).
O movimento que está sendo feito agora pela Pagode Por Elas é resultado de 20 anos de trabalho das mulheres do pagode baiano para conquistar destaque em um gênero musical que integra fortemente a identidade cultural da Bahia, com mais de 30 anos de história e nenhum protagonismo feminino.
“Em uma pesquisa que fizemos em 2019, vimos que mais de 80% das pessoas gostariam de consumir mulher no pagode. No entanto, mais de 50% afirmaram que não conheciam ao menos uma vocalista mulher e assim identificamos a demanda reprimida do público, enquanto toda a estrutura invisibiliza e inviabiliza o protagonismo, a divulgação e o crescimento dessas carreiras femininas no pagodão. Agora estamos trabalhando duro e juntas para mudar essa história”, finaliza Joyce Melo, Diretora Executiva da PPE.
Um dos atores negros mais famosos do mundo, Terry Crewspassou por momentos desafiadores em sua carreira e vida pessoal. Aos 53 anos, o ator já enfrentou diversos julgamentos sobre seu caráter e seu espaço no mundo do cinema. “Agora, eu estou em um lugar onde não tenho que me julgar pelo que as outras pessoas pensam. Isso faz parte da terapia. Isso fazia parte de passar por Hollywood. Porque tudo que eu fazia era me importar com o que as outras pessoas pensavam de mim“, revelou Terry para a revista The Hollywood Reporter.
Lançando seu novo livro de memórias ‘Tough: My journey to the true power’, Crews conta que deseja incentivar as pessoas a encontrarem a paz e o equilíbrio interior em suas ações. “O sucesso externo precisa se igualar ao seu sucesso interno, porque eu até tive um sucesso externo, mas um fracasso interno”, ressalta. “Uma vez que comecei a corrigir e trabalhar no interno, minha vida mudou drasticamente. Ser bem-sucedido interna e externamente é um lugar de paz. Realmente cura tantas partes da minha vida. Esse é o equilíbrio que me preocupa e o equilíbrio que espero que muitas, muitas pessoas encontrem lendo este livro“.
Terry Crews. Foto: Divulgação.
Sobre a pressão em ser uma pessoa pública, Terry relata que, atualmente, opta por manter suas ações em anonimato. “Agora, eu nunca recomendaria que as pessoas fizessem coisas publicamente. Eu não faria. Mas a questão é que eu já sou uma figura pública. Estou aos olhos do público. Nunca há um lugar onde eu não recebo olhares e pontos literalmente desde 1991”, ressalta ele. “Sinto que as pessoas agora estão percebendo que o algoritmo das redes de deixar as pessoas com raiva e mantê-las lá para o engajamento é uma coisa real. E todos nós temos que ter cuidado e prestar atenção porque tem muita gente que lucra com a nossa luta“.
Capa do livro ‘Tough’, de Terry Crews. Foto: Divulgação.
Relatando sua experiência com a terapia, Terry conta que passou a enxergar a vida de outra maneira, como um processo de cura contínua. “Uma grande coisa que eu quero que as pessoas levem é que você não está quebrado. A montagem é necessária. O mundo competitivo diz que você está quebrado, especialmente mundos como esportes, entretenimento, eles dirão que você não tem. Mas o truque é que você não está quebrado. Você simplesmente não está montado“, enfatiza. “Você não terminou. E o que me atingiu é que eu precisava montar. Eu precisava tirar as partes ruins, colocar novas partes, colocar novas peças e montar um novo eu que fosse melhor, que funcionasse. Porque havia tantas coisas que não estavam funcionando e as pessoas simplesmente me diziam que era automático. Através da terapia, descobri que não estava sozinho e que não estava quebrado“.
O livro ‘Tough: My journey to the true power’ ainda não possui data de lançamento no Brasil.
Quando descobrimos que vamos nos tornar mães, além da ansiedade natural com os preparativos para a chegada das crianças, também vem vários questionamentos para criar e educar uma criança preta. A roupa que vai usar, o livro que vai ler, toda a cultura negra que queremos que os nossos filhos consumam desde pequeno para se tornarem adultos com mais autoestima e confiança do que a nossa geração.
Pensando nisso, selecionamos sete perfis de mães pretas, que nos ajudam nessa a construir e fortalecer essa relação. Confira:
1 –Andressa Reis
A influencer digital Andressa Reis compartilha o cotidiano de uma mãe preta de 3 filhos, incluindo de um anjo. Com alguns vídeos engraçados e outros mais sensíveis, sobre o apoio ao aleitamento materno, a criação com apego, a desigualdade de gênero nos cuidados com as crianças, a preocupação com o racismo contra as crianças, luta contra a pressão estética pós-parto, e afins.
Andressa também lançou um livro infantil “Da cor que eu sou”, para combater o racismo entre as crianças.
A youtuber e ativista Gabi DePretas adotou sozinha duas crianças, um menino de 9 anos e uma menina de 4. Ela prefere não compartilhar a imagem das crianças nas redes sociais, mas relata experiências da maternidade solo, das vivências com as crianças, sobre a negritude ensinada. Muito inspirador às mulheres negras que desejam adotar.
A jornalista Tia Má compartilha o dia a dia da sua família, com uma filho adolescente e uma bebê de um ano e o marido. São fotos de aniversário, encontros, o passo a passo da evolução da pequena e sobre ser uma mãe de um adulto. Fora o looks inspiradores e as bonecas pretas maravilhosas da criança.
Aline Brito e Alessandra Ayabá compartilham diariamente a vivência de mães pretas, lésbicas e periféricas de gêmeos. Elas geraram os filhos por meio da inseminação artificial caseira, lutaram pelo direito de registrar as crianças com duas mães e desde então, tem encantado o público e feito os casais lésbicos sonhar com uma família tão reluzente quanto a delas.
A cantora Luedji Luna, também tem compartilhado diversas perspectivas desde a descoberta da gravidez. Inclusive, lançou o álbum ‘Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água‘, toda inspirada com a maternidade, no mesmo ano, em 2020. De lá pra cá, tem sido lindo acompanhar a trajetória da cantora com a família dela, e as perspectivas e vivência dela como mãe e mulher preta.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL), compartilha as experiências de maternar e conciliar com a vida política. Ficou famosa com uma foto discursando contra a privatização da Petrobras, amamentando o filho e continua compartilhando o cotidiano na vida política, lutando pelo feminismo negro.
Anielle Franco é irmã da Marielle Franco e diretora executiva do Instituto Marielle Franco. Mãe de duas meninas, também compartilha a vivência da maternidade com a vida política, dando continuidade ao legado da irmã, lutando pelas mulheres negras e pelas crianças.
No novo episódio do nosso podcast ‘Fala Diversas’, apresentado pela jornalista Silvia Nascimento, recebemos o repórter Diego ‘San’ Moraes da TV Globo, que encantou muita gente, especialmente, durante a cobertura das Olímpiadas de Tóquio, no ano passado.
Há 13 anos na Rede Globo, o repórter conseguiu emplacar a série ‘DiegoSan’ no Esporte Espetacular, para unir suas duas paixões, como jornalista e atleta.
A série com 34 episódios, ao longo de quatro temporadas, foi estreada em 2017 e acompanhou a trajetória do Diego, de tentar realizar o sonho de tornar um atleta olímpico e o deixou conhecido em nível nacional. Mas foi eliminado na última fase da disputa pela vaga, em Portugal, e não foi às Olimpíadas como atleta.
A vida de carateca
Fã do filme Esporte Sangrente, Diego com 6 anos teve vontade de fazer capoeira para praticar os golpes que assistia. Mas como não tinha esse esporte em Macaé, interior do Rio de Janeiro, onde morava, começou a treinar karatê. Mas teve que parar aos 18, quando já tinha entrado na seleção brasileira.
“O karatê não era um esporte olímpico, eu não tinha apoio, eu não tinha patrocínio e aí fui investir nos estudos, que um futuro mais promissor”, relembra.
O atleta só retornou ao tatame depois de onze anos, quando o esporte foi reconhecido como uma modalidade olímpica. Em busca pela vaga olímpica, ele já notava que quase não via pessoas negras de alto rendimento, escaladas nas Olimpíadas. E o Diego tem triunfado no karatê.
“Hoje eu sou o número um do ranking do Brasil pelo terceiro ano consecutivo. Estou na seleção brasileira pelo quarto ano. São quatro anos de seleção brasileira. Eu voltei em 2017, peguei a seleção 2019. Esse ano, em abril eu tenho o Sul-Americano no Equador. E no último campeonato mundial fiquei em nono (lugar), eram 50 a 60 atletas na minha categoria, e no ranking eu sou o número 34 no mundo, de 600 ranqueados”, comenta.
Agora, Diego San começa se preparar para se despedir novamente do karatê.”Estou pra encerrar em algum momento a minha carreira dentro do esporte porque é muito difícil conseguir a chegar da melhor maneira possível. Eu não estou falando de um de uma aula, de um treino que eu vou fazer apenas pro condicionamento físico. Eu estou falando de alto rendimento, competições internacionais, competições de nível nacional muito alto”.
E ressalta: “Não é só treinar, é treinar pra vencer, treinar pra estar no topo, treinar pra estar no pódio. Então exige um desgaste muito maior. Então com trinta e três anos e tendo uma divisão de funções que é difícil”.
Agora o karatê se tornou um meio do Diego esquecer os problemas do dia a dia. “Karatê pra mim é minha válvula de escape do meu trabalho, da pressão do trabalho, dentro do jornalismo. Eu vou treinar uma vez ali por dia, durante cinco dias por semana. Até o ano passado eu treinava e fazia dez treinos por semana. Agora tem sido 3 dias por semana. São menos competições, menos cobrança em relação ao resultado, mais estou ali no treino para curtir aquele momento”.
Antes de se tornar o Diego San, o atleta relembra um dia delicado no ambiente de trabalho. “Um belo dia me me falaram assim ‘Diego, você pode ficar tranquilo que nessa onda de demissões, por exemplo, você não vai sair porquê que igual você, só tem você’ e aí a referência ‘preto só tem você'”, diz chateado.
Para o repórter, se fosse para receber uma promoção, ouviria “Você é o último das opções na hora de ser escalado pra alguma coisa, mas você não vai ser demitido.”
Nesse momento, Diego diz que respirou fundo e disse “Só tem eu, mas eles não fazem ideia que escolheram o preto errado” e criou o Diego San no ano seguinte.
Apesar das dificuldades de ser um atleta olímpico, Diego vê mais injustiças raciais no meio corporativo, do que no esporte. “Na hora do tatame, se eu fizer três, quatro, cinco vezes mais que o adversário, existe uma chance de eu conseguir ganhar, que é muito diferente às vezes do meio profissional, porque você vai depender de alguém e precisando de alguém pra te dar uma puxada”, desabafa.
Antes de ir à Tóquio, Diego relembra a exclusão na cobertura da Olimpíada de 2016. “Eu fiquei de fora do principal planejamento da escala da reportagem. Em 2015, eu fui o repórter que mais fez o Globo Esporte do Rio de Janeiro. Eu já tinha feito uma série olímpica. Mesmo assim, eu fiz algumas reportagens e cobri um ouro, que foi do Robson Conceição no boxe e consegui uma exclusiva”.
E ainda assim, a escalação foi difícil. “Meses antes das Olimpíadas, ainda duvidavam da minha capacidade, pelo fato de eu ter dividido o trabalho entre jornalista e carateca, e eu nunca deixei de ser repórter”, diz.
E em como qualquer outro ambiente, a falta de profissionais negros na cobertura televisiva foi notável na cobertura.”Em 2021, eu fui o único repórter negro dentro da escala que foi pra Tóquio. Existe a Karine Alves que é apresentadora, do canal fechado SporTV. Eu era o único da TV aberta”.
Diego San conquistou o público na cobertura jornalística nas Olímpiadas no ano passado, foi reconhecido e valorizado entre os atletas, mas ainda se sente desvalorizado no trabalho.
“A gente é posto à prova o tempo inteiro. E quando você precisa de outras pessoas pra validar o seu próximo passo e se essa pessoa acha que por você ser negro, você não tem capacidade de conseguir, você não vai dar o próximo passo. Você depende dela”.
“Dentro do meu ambiente de trabalho, o meu reconhecimento foi mínimo. Se fosse uma pessoa branca eu ia estar no topo da reportagem”, afirma. “A partir do momento que acabou os jogos, eu fui praticamente escondido”.
Hoje, Diego San integra a equipe do podcast Ubuntu Esporte Clube, feito exclusivamente por jornalistas negros e com entrevistados negros.
O apresentador do ‘Encontro’, Manoel Soares, utilizou suas redes sociais nesta sexta-feira (22) para informar que não irá desfilar no carnaval 2022. A decisão foi tomada após a confirmação da morte de Raquel Antunes da Silva, menina de 11 anos que foi imprensada por um carro alegórico da escola ‘Em Cima da Hora’, no Rio de Janeiro. A fatalidade aconteceu na última quarta-feira (20), durante o primeiro dia de desfile das escolas de samba.
“Respeito quem decidiu ir para avenida por acreditar que esse ato é uma homenagem ao amor que Raquel tinha por essa cultura que tanto nos orgulha. Minha decisão é pessoal, mas quero agradecer a famíliado Salgueiro pelo convite e saibam que o enredo desse ano é sobre essa nossa luta também“, escreveu Manoel nas redes sociais. “Aos dirigentes da liga e escolas de samba peço que repensem a estrutura porque uma festa tão linda não pode ser manchada com sangue de inocentes. As entidades não tem culpa da morte, mas tem responsabilidades no contexto de prevenção e isso não pode ser ignorado“.
Manoel desfilaria nesta sexta-feira (22) pela Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.
A jovem Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, morreu no início da tarde desta sexta-feira (22) após ter sido imprensada entre um poste e a alegoria da escola de samba ‘Em Cima da Hora’. Ela chegou a ser socorrida, passou por uma cirurgia, perdeu a perna direita, mas acabou não resistindo. Os médicos relataram que Raquel sofreu um traumatismo no tórax e uma parada cardíaca.
Foto: Reprodução.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) emitiu uma nota de pesar sobre o caso, relatando que todas as medidas estão sendo tomadas em colaboração com as autoridades. “É com extremo pesar que a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro recebe a notícia da morte de Raquel Antunes da Silva. A direção da Liesa está consternada e se solidariza com a família e amigos de Raquel“, informou o comunicado. “A Liesa segue colaborando com as autoridades e reforça que para os desfiles que estão sob sua responsabilidade, os do Grupo Especial, as escolas estão preparadas para utilizar escolta dos Carros alegóricos da saída do Sambódromo até o retorno à Cidade do Samba e também na ida dos carros para a Marquês de Sapucaí”.
Até o momento de publicação desta matéria, a escola de samba ‘Em Cima da Hora’ não se pronunciou sobre o caso.