Intitulada “Última Sessão de Música”, turnê vai passar por oito países a partir de junho.
Milton Nascimento, um dos maiores nomes da música brasileira, anunciou, neste final de semana, as datas de sua última turnê. “Última Sessão de Música” começa no dia 11 de junho no Rio de Janeiro e se encerra no dia 13 de novembro, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Neste meio tempo, o artista vai percorrer oito países e fazer 17 apresentações. No Brasil, ele vai passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A venda de ingressos começa na próxima quarta-feira (18).
“Como sonhos não envelhecem, espero vocês para cantarmos juntos meus grandes sucessos. Eu, como artista, aonde o povo está”, diz Milton em material de divulgação.
“A Última Sessão de Música” vem coroar os mais de 60 anos de carreira de Milton Nascimento, no ano em que ele completa 80 anos.
Com apresentações em vários estados do Brasil, o espetáculo chega a São Paulo, Rio e Mato Grosso
Completando 29 anos no último domingo (15), Yuri Marçal entrou para a história. Ele será o primeiro humorista a pisar no palco do Theatro Municipal de São Paulo com um show solo, que acontece no domingo (29). Com ingressos esgotados em apenas 1 dia, o comediante tem lotado os shows em vários cantos do Brasil . No palco, através de stand-up ele traz assuntos sobre o cotidiano de maneira leve, divertida e ácida. Um encontro que mistura boas gargalhadas e reflexões.
Mais do que preocupado em tornar as pessoas felizes diante da arte de fazer rir, à qual pertence há seis anos, Yuri, nascido em Vaz Lobo e criado na Carobinha em Campo Grande, na Zona Norte, do Rio de Janeiro, é daqueles que gosta de provocar o público por meio do humor e é isso que as pessoas podem esperar de seu show. “Além de uma continuação do anterior, este show é uma linha do tempo da minha vida até o presente momento, sobre a minha dificuldade de lidar com sentimentos bons, como amor, afeto e paternidade. Tudo isso com humor, falando sobre histórias divertidas com a minha família, as dificuldades com relacionamentos na fase adulta, na fase de escola. É um show muito mais ácido, para gerar mais identificação a quem assistir e consequentemente gerar mais gargalhadas da plateia”, afirma o humorista.
Racismo, desigualdade, política, religião, entre outros, são alguns dos temas abordados por ele como ponto de partida para as discussões. Um dos grandes nomes da comédia brasileira atualmente, o humorista tem motivos de sobra para celebrar. É que além desta nova temporada Yuri coleciona outros projetos que evidenciam ainda mais toda sua versatilidade. “Me sinto honrado, mas ao mesmo tempo, é uma consequência positiva e uma responsabilidade gigante, já que existem pessoas que se sentem representadas. Não só pela minha cor ou etnia, mas por toda minha jornada”, ressaltou.
No teatro, na TV, no cinema ou na internet, Yuri bate um bolão independente do projeto o qual esteja. Determinado, ele sempre buscou galgar degraus para sua carreira. Do curso de Direito para o mundo das artes cênicas, do ser humano crítico ao mais hilário possível, o humorista não foge da luta quando o papo é dizer o que pensa. Filho de uma mãe solo, cresceu ouvindo dela a importância dos estudos na vida de um jovem negro periférico no país.
Curioso sobre a área da comédia, foi aos 15 anos de idade que ele percebeu que seria possível fazer dessa profissão a sua trajetória. Yuri consegue tirar dos conflitos pessoais os mais variados roteiros para estar diante do que mais gosta: o público. Forte aliado das redes sociais, ele também faz a galera se divertir através delas, não sendo diferente em “Nem se minha vida dependesse disso”, um espetáculo feito não só para rir, mas para causar transformações.
Além do Theatro Municipal de São Paulo, neste mês Yuri sobe aos palcos dia 19 em Nova Iguaçu também no Teatro Municipal. dias 20, 21 e 22 no Rio de Janeiro no Teatro Miguel Falabella e dia 27 em Cuiabá-MT no Teatro Zulmira Canavarros.
Rafael Ramos, lateral-direito do Corinthians, foi preso em flagrante, neste sábado (14), depois de ter sido acusado de racismo contra Edenilson, do Internacional. Edenilson diz que foi chamado de “macaco” durante a partida, aos 31 minutos do segundo tempo e o jogo ficou parado por quatro minutos para apuração.
O jogador português foi autuado por injúria racial e detido no posto policial do estádio Beira-Rio, onde ocorreu o jogo pelo Campeonato Brasileiro. Logo depois da 0h, o Corinthians fez o pagamento da fiança, no valor de R$10 mil e o atleta responderá em liberdade.
Nas redes sociais, o jogador do Inter revelou que procurou Rafael para ouvir um pedido de desculpas, mas como isso não ocorreu por parte dele, decidiu registrar Boletim de Ocorrência.
O jogador do Corinthians se pronunciou na madrugada de hoje (15), depois de ter sido solto e volta a dizer que tudo não passa de um “mal entendido” e publicou uma nota contra racismo.
“Estou aqui de consciência e cabeça limpa para explicar o que acontece. Puramente um mal entendido. No fim do jogo fui ter uma conversa com ele, tivemos uma conversa tranquila. Expliquei o que tinha acontecido, ele explicou o que tinha entendido. Expliquei a verdade. Ele mostrou receio de passar por mentiroso, e expliquei a ele que ele não é um mentiroso, que apenas entendeu errado. Apertamos a mão, e desejo boa sorte a ele”.
O Timão também se pronunciou sobre o caso nas redes sociais. “O Corinthians reafirma que, coerente com seus 111 anos de história, repudia e não compactua com o racismo. O atleta Rafael Ramos foi ouvido pelo clube e deu versão diferente do incidente no Beira-Rio, durante a partida contra o Internacional pelo Brasileirão 2022. Logo depois, seguro de que não proferiu injúria racial, fez questão de se explicar a Edenilson, no vestiário do Internacional. Em decorrência da denúncia feita pelo atleta colorado, a lei obriga que se trate o caso como flagrante, seguido de detenção. O pagamento de fiança não implica admissão de culpa, permitindo ao atleta que se defenda”, diz a nota.
Para marcar a importância do Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, a GloboNews realiza de 16 a 21 de maio, semana em que a data é celebrada, a terceira edição do Festival #ConverseComOutrasIdeias, que promove a troca de ideias e manifestações plurais de pensamento em mesas de debates. Preta Gil e Karol Conká estão entre os artistas, personalidades e especialistas que vão se reunir para discutir temas diversos, como pluralidade e desigualdade, bem-estar e saúde mental, meio ambiente e sustentabilidade, novas relações de trabalho, novas tecnologias e economia do cuidado.
Mediado pela jornalista Aline Midlej, o evento acontece no formato de um podcast filmado. Serão seis encontros virtuais, com um tema por dia, com duração de até uma hora, das 19h às 20h, e dois a três convidados por dia, além de atrações musicais de diferentes estilos e regiões do país, reforçando a pluralidade através da arte. O Festival será transmitido ao vivo nos perfis oficiais da GloboNews nas redes sociais, no G1 e na página da Globo no Linkedin.
Em entrevista ao Site Mundo Negro, a Aline explicou como a diversidade contribui para o desenvolvimento para além das mesmas oportunidades: “proporcionar oportunidades iguais, sem dúvida, compõe a construção e o resultado de uma sociedade diversa. Mas a diversidade também possibilita a ampliação de repertórios e visões de mundo, nos torna mais humanos, interessantes e colaborativos. Com diversidade, produzimos conteúdo e relações mais fiéis à realidade que realmente nos cerca. Traz prosperidade em muitas formas e para todos”.
Para quem acredita que quanto mais diversidade, maior o conflito, a jornalista não enxerga isso de uma forma negativa: “o conflito, o embate, podem ser uma parte do caminho, mas nunca o fim, o resultado de mais diversidade. E não necessariamente o conflito é ruim, aliás, uma democracia saudável pressupõe o debate como uma dinâmica social. Agora, depende do tom, do timbre, das palavras escolhidas, e isso é medido pela nossa disposição de cada um, para escuta, para percepção do outro. Precisamos refletir sobre estar aberto para ver o mundo por uma lupa diferente da nossa e ter a clareza de que isso é muito bom. Agrega sentido”.
A diversidade em um telejornal influencia inclusive nas escolhas dos conteúdos a serem apresentados. “Naturalmente, tendo uma âncora com meu perfil, minha personalidade e trajetória, temos um Jornal das Dez que olha o dia e as notícias de uma forma a ter sempre o cuidado com a curadoria. Uma seleção de assuntos que converse o máximo possível com o Brasil real. E não só a curadoria, mas a forma como você conta e aprofunda o assunto. Isso vale para tudo. Da cobertura política a de desastres naturais, acredito que precisamos trazer a perspectiva humana e do interesse público em tudo”.
O Festival
Saúde mental, bem-estar, liberdade de expressão e cancelamento estão entre os temas que serão discutidos na estreia, nesta segunda-feira 16, pela cantora e ex-BBB Karol Conká e pela YouTuber e drag queen Rita Von Hunty. Quais os parâmetros para a manutenção de uma discussão pública sadia? Todo mundo pode falar o que quiser? Além de participar da conversa, Karol Conká também se apresenta como a atração musical deste dia.
As cantoras Preta Gil, Raquel Virgínia, Lila e Kaê Guajajara também participarão do evento. Entre os demais convidados estão o presidente da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé; a jornalista Cora Rónai; a diretora de criação e conteúdo da Globo, Samantha Almeida; a desembargadora aposentada e ex-ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois; a líder indígena e coordenadora do Movimento da Juventude Indígena, Txai Suruí; o Head de Marketing da Trace Brasil, Ad Júnior; o cozinheiro e produtor cultural, Felipe Ribenboim; a professora e autora, Carla Akotirene; a jornalista e diretora da ONG Thank Olga, Maíra Liguori; o editor de tecnologia e inovação da Forbes Brasil e Head de Conteúdo da MMA Latam, LuisGustavo Pacete; e o músico e ator, André Abujamra.
A terceira edição do Festival #ConverseComOutrasIdeias dialoga com novas tecnologias e usa recursos inovadores. A captação do evento será feita por quatro câmeras, todas operadas remotamente, e uma câmera gamer, controlada por aplicativo de celular, que permite uma imersão, deixando o público mais próximo dos convidados. O estúdio é todo iluminado com Led, reduzindo pela metade o consumo de energia.
O jornalista Marcos Luca Valentim e sua esposa, a dentista Elis Regina anunciaram na tarde deste sábado (14) que estão aguardando a chegada de gêmeos, que serão os primeiros filhos do casal, que está junto desde 2015. “Sem condições de escrever muito no momento, mas só pra dizer que AGORA SOMOS QUATRO!”, escreveu o jornalista do SporTV.
A gestação é de gêmeos univitelinos, portanto, idênticos e, consequentemente do mesmo sexo. Um chá revelação vai ser feito com a família e amigos próximos para anunciar se serão dois meninos ou duas meninas. A gestação foi planejada e chega em um momento de estabilidade profissionais tanto para Marcos quanto para Elis.
“Estava em nossos planos engravidar esse ano. Ela conclui o mestrado no meio do ano, e quando as crianças vierem ela já vai ter concluído o mestrado. Foi muito bom poder planejar essa gravidez”, contou Marcos. O casal esperou passarem as primeiras doze semanas de gestação para poder anunciar para o mundo o que algumas pessoas próximas já sabiam.
eprodução.Imagens dos bebês em ultrassom. Foto: Reprodução.
Esperamos passar as doze semanas, os bebês e a mamãe estão bem e a gente resolveu contar agora porque a gente sabe que tem muita gente que torce pela nossa felicidade.
Com a surpresa dobrada, Marcos já anunciou que espera parcerias para dar conta de tantas fraldas. “Esperamos parcerias com fraldas, hein?! Marcas parceiras, venham que pai e mãe tão on”, brincou.
O rapper, empresário e artista Jay-Z, por meio da United Justice Coalition(UJC), braço filantrópico Roc Nation, sediará a primeira Cúpula de Justiça Social, nos Estados Unidos. O evento reunirá líderes, especialistas e defensores comprometidos em trabalhar em prol da justiça social e racial no mundo.
De acordo com o site da UJC, o evento realizará ações com o objetivo de promover mudanças nas seguintes áreas: famílias impactadas pela violência policial, leis/políticas, registro, educação, ação cívica e diferentes esferas de influência, incluindo mídia, entretenimento e tecnologia.
Em um comunicado compartilhando a notícia, a diretora administrativa de filantropia da Roc Nation, Dania Diaz, disse à ABC: “É uma oportunidade para as pessoas realmente aprenderem sobre questões que afetam suas comunidades – questões que inevitavelmente surgirão nas eleições de meio de mandato – e espero, ele vai conduzir a ação. No mínimo, para conectar mais pessoas ao que está acontecendo localmente em suas comunidades, mas também, você sabe, fazer com que elas se registrem para votar, em primeiro lugar. E reconhecer que existem redes de pessoas e organizações nas quais eles podem se apoiar para obter suporte e mais recursos“.
“Se você pensar sobre isso do ponto de vista lírico e apenas do ponto de vista cultural, as vozes que impulsionam o hip hop e a música e as letras e as experiências que são trazidas para a mesa são realmente em grande parte do ponto de vista social e racial. E então eu acho que quando falamos de hip hop, como um veículo para mover a cultura, também é um veículo para abordar questões de justiça social e problemas sistêmicos”, acrescentou Dania.
A United Justice Coalition (UJC) é uma organização de caridade que trabalha em várias áreas para aumentar a conscientização sobre as principais questões de justiça social e a necessidade de reforma da justiça criminal. O grupo é composto por um conjunto de consultores especializados que se reúnem para compartilhar estrategicamente recursos, informações e ideias para abordar a injustiça sistêmica em toda a América e unificar as comunidades.
A Cúpula de Justiça Social acontece no sábado, 23 de julho, na cidade de Nova York. Para mais informações, clique aqui.
Você conhece o termo ‘EGOT’? Ele é designado para se referir a pessoas que conquistam os 4 prêmios máximos do entretenimento mundial, ou seja, o Emmy (TV), Grammy (Música), Oscar (Cinema) e Tony (Teatro). São raríssimos os artistas que atingem esse status, afinal de contas, ganhar qualquer um desses prêmios citados, de forma isolada, já um feito enorme. Nomes como Whoopi Goldberg e John Legendestão entre as raras celebridades a possuírem os quatro prêmios. Agora, Jennifer Hudson está a um passo de entrar para a requisitada e seleta lista de artistas com tal conjunto de honrarias.
Jennifer Hudson com seu Oscar de ‘Melhor Atriz Coadjuvante’ por ‘Dreamgirls’, em 2007. Foto: Getty / Vince Bucci.
Já possuindo um Oscar de atuação por ‘Dreamgirls’ em 2007, dois Grammys (Melhor Álbum de Teatro Musical por ‘The Color Purple’, em 2017, e Melhor Álbum de R&B por ‘Jennifer Hudson’, em 2009) e um Daytime Emmy (como produtora executiva da animação ‘Baby Yaga’), Hudson, que só precisa de um prêmio Tony, foi indicada à edição 2022 da premiação de teatro por seu trabalho como produtora da peça ‘A Strange Loop’. A peça, escrita por Michael R. Jackson, segue a vida um homem queer negro tentando escrever um musical enquanto luta com seus desejos, identidade e instintos.
Jennifer Hudson segurando seu primeiro Grammy, em 2009. Foto: Toronto Star.
Anteriormente, após vencer o Emmy por ‘Baby Yaga’, Hudson celebrou a vitória com a imagem de um anel cravado com a sigla ‘EGO’. “Uau Deus uau!!!!!! Eu tenho esse anel há muito tempo! Para mim sempre representou este dia, o dia que eu diria que tenho um EGO! Emmy, Grammy e Oscar! Que presente de aniversário antecipado! Vocês não podem limitar Deus !!!! É apenas uma história que Deus poderia escrever e alturas que só Deus pode superar”, comentou a artista.
O Tony Awards 2022 acontece no próximo dia 12 de Junho.
No novo episódio do podcast Falas Diversas, apresentado pela jornalista Silvia Nascimento, recebemos o casal Vanessa Sanches e Eddie Pipocas. Eles são criadores da plataforma BANTUMEN, que fala sobre a cultura negra na lusofonia.
“A plataforma de comunicação é de e sobre os afrodescendentes que falam português, portanto têm a sua base em Lisboa, Portugal. A plataforma nasceu em Angola há sete anos, e estamos espalhados pela lusofonia. Temos um colaborador em São Paulo, em Moçambique, em Angola e em Cabo Verde, portanto estamos espalhados, é o que tentamos fazer para ter sempre alguém para poder dar a sua própria visão sobre aquilo que se passa no local”, explica Vanessa.
Eles criaram a BANTUMEN quando estavam morando em Angola, mas se mudaram para Paris, na França, quando uma crise econômica afetou o país.
Eddie nasceu na capital de Angola, Luanda, e Vanessa é filha de uma angolana, mas nascida em Portugal. Eles se conhecerem no território português, e perceberam o quanto tinham em comum, com as vivências de um corpo preto na Europa.
“A minha mãe foi assistente de bordo durante muitos anos, então ela viveu em Portugal a vida toda. E eu com os meus avós, em Angola. Nos anos 2000, meus dois avós faleceram, eu como ainda era menor [de idade], mudei-me para Portugal, onde eu terminei o secundário, fiz faculdade. Agora estamos em Paris, um outro mundo africano, que é o mundo francófono, bem maior do que o lusófono, são muitos mais países, é muito mais cultura, são muito mais religiões”, relata Eddie.
Com essa nova experiência, Eddi complementa que agora eles prentedem incluir as novas experiências na plataforma. “Aproveitamos essa facilidade da Vanessa ter conhecido França, pra nos conhecermos como negros, mas na perspetiva de outras pessoas negras, de outras religiões, para implementar dentro da BANTUMEN, para perceber que existe um atraso no mundo em português e o avanço extremo no mundo francófono”.
“Paris é uma das cidades mais multiculturais que existe no mundo e estou falando só da parte africana. Nós encontramos aqui negros de todos os cantos do mundo. É incrível perceber a forma como cada um de nós tem uma forma tão peculiar, tão diferente de pensar à africanidade”, ressalta Vanessa.
Vanessa Sanches e Eddie Pipocas do site BANTUMEN. (Foto: Reprodução/Instagram)
Para o casal, os negros da lusofonia ainda estão atrasados no reconhecimento da negritude. “Portugal foi o último a largar as colônias, foi o último a admitir a escravidão, a hegemonia branca sob os negros, sempre tentou disfarçar as colônias. Portugal reproduziu filmes em África, para passar na Europa, como se fossemos todos iguais”.
Eddie compara a colonização de um país para o outro e como isso ainda reflete nos dias atuais. “Os negros do Haiti se revoltaram há três séculos atrás contra os franceses, então tem consciência de luta há muito tempo. Angola é independente há 47 anos, ou seja, a minha mãe foi colonizada, não estou falando dos meus avós, é muito pouco tempo”.
E complementa: “Nós que viemos de África, com sentido de liberdade, mas é um sentido de liberdade fingido porque nós temos duas ou três canais nacionais, mas depois temos oito canais portugueses, as novelas são portuguesas e felizmente, desde 2015, a Globo já está mais diversa, então nós, mesmo em África, quem está em Angola, quem está em países que fala português, consegue se ver numa Taís [Araújo], se ver no marido da Taís, o [Lázaro] Ramos. Eu vivo em Portugal há vinte anos e nunca vi uma pessoa preta num banco, nem como segurança”.
Vanessa também observa muito a falta da representatividade em Portugal. “Só o ano passado, por exemplo, é que nós festejamos um negro ao vivo num telejornal nacional, e só há três anos, que tivemos a primeira atriz negra personagem principal de uma novela, portanto nós estamos realmente no início do início. E quando nós chegamos aqui em Paris, basta ligar a televisão e vemos publicidades, que aparecem brancos, aparecem pretos. Vamos num banco, somos atendidos por um preto em qualquer esfera. Conseguimos perceber que em quase todas as esferas, há uma certa representatividade”.
“Nós acreditamos que Portugal é a maior estrutura racista do mundo. Portugal trabalhou tão bem na sua estrutura, que nós vamos lidar com isso por pelo menos mais 50 anos”, afirma Eddie.
Em Portugal, também não dados com a quantidade de pessoas negras, apenas de imigrantes. Segundo Vanessa, há alguns anos o povo negro luta por um Censo focado em raça, o Instituto Nacional de Estatística disse que iria incluir a raça nos levantamentos, mas os portugueses ainda aguardam o resultado. “É muito mais fácil contar quantos muçulmanos têm, quantos católicos, de que quantos negros portugueses”, lamenta.
A entrevista completa você pode assistir no canal do Site Mundo Negro no Youtubeou no Spotify.
A vereadora Érika Hilton (PSOL) protocolou na Câmara Municipal de São Paulo nesta sexta-feira (13), um requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar violências contra pessoas negras e indígenas na capital paulista, na mesma data que marca os 134 anos da Abolição Escravatura.
A parlamentar já iniciou as articulações dentro da casa legislativa para colher 19 assinaturas necessárias para criação da CPI, para promover uma “ampla investigação” com o objetivo de, posteriormente, “formular ações, políticas públicas e formas de enfrentamento e superação das desigualdades sociais originadas pelo racismo”.
Érika ressalatou no documento apresentado à Câmara que: “A CPI ora proposta, mais do que simplesmente discutir os severos efeitos do racismo na vida da população negra e indígena paulistana, visa empreender iniciativas que atuem para reverter a desigualdade étnico-racial que submete esses sujeitos à marginalização, segregação e subvalorização constantes”.
Hoje, a vereadora aproveitou o 13 de maio para resumir em um vídeo as razões pela qual o movimento negro não comemora a data da Abolição da Escravatura.
Nesta semana, a parlamentar conseguiu uma conquista na Justiça, para que homens trans sejam incluídos no programa de distribuição de absorventes descartáveis e itens de higiene na rede municipal de ensino da capital. Atualmente, Érika é presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de SP, que investiga a violência contra pessoas trans e travestis na capital.
O creator e apresentador da MTV Spartakus Santiago está com novidades. Ele acaba de lançar sua nova série culinária, ao lado de sua vó, Dona Lourdes, com o objetivo de celebrar a cultura nordestina, em especial a de Itabuna, sua terra natal. Dividida em doze episódios a obra tem o título de Spartacozinha.
“Além de ter me criado como um filho, minha avó tem um conhecimento de vida muito maior que o meu. Aos 83 anos, ela sabe como se alimentar, se exercitar, cuidar da saúde, como viver bem. Nos meus 28 anos sinto que sei muito sobre música, internet, redes sociais, algoritmos e causas sociais, mas às vezes sinto que não sei o básico pra ter a saúde física e mental que ela tem”, afirma Spartakus.
Spartakus Santiago e Dona Lourdes. Foto: Reprodução.
Diretamente de Itabuna, com gravação usando apenas duas câmeras fotográficas e um celular, a série ensina receitas e segredos para fazer um bom cuscuz, pirão, moqueca, vatapá, feijão com caldo, feijão tropeiro, bife com batata, doce de banana, assado, mungunzá e cocada. Ao final de cada episódio, a expectativa surge em saber qual nota Dona Lourdes vai dar, uma maneira divertida que Spartakus encontrou para criar um paralelo com famosos programas de culinária da televisão.
Spartakus Santiago e Dona Lourdes. Foto: Reprodução.
“Eu acredito que a maioria dos influenciadores busca se aproximar do público mais jovem por ser quem mais trazvisualizações e engajamento, principalmente as redes mais recentes como TikTok. Por isso, na lógica do nosso sistema, quem é mais maduro pode ser visto como sem valor. Não fiz essa série pensando em bombar na internet, e sim como forma de registrar o conhecimento da minha avó, uma mulher negra e nordestina que tem um valor inestimável pra mim e para minha família”, explica o apresentador da MTV.
O primeiro episódio foi ao ar no dia 13 de maio. O objetivo é lançar um episódio novo a cada semana.