Com mais de 1.000 downloads e quase 200 afro-empreendimentos cadastrados, o Kilombu, aplicativo para celular voltado a comercialização de produtos e serviços da comunidade negra, vem se consolidando como uma potente ferramenta de ação afirmativa digital.
O projeto consiste em facilitar o contato entre clientes e empresários e ainda oferece capacitação para os empreendedores.
Assista o tutorial que ensina como cadastrar uma empresa no aplicativo.
A última atualização do aplicativo tornou possível a busca de serviços por região.
“Os empresários que vão passar pelo Kilombu, irão frequentar a sala de aula da FGV que será responsável em dar cursos de como melhorar suas vendas. Hoje a maioria usa o Facebook. Usaremos os alunos da Fundação que precisam de horas complementares para capacitar essas pessoas e tudo será de graça para os participantes”, descreve Vitor de Rey, um dos responsáveis pelo projeto.
Todos os estudantes envolvidos no processo de treinamento dos afro-empreendedores passarão por treinamento para entender as especificidades histórico sociais desse grupo.
Fui conferir a pré estréia do filme Mundo Cão. Estava todo mundo lá , a Dridri ( Esteves) o Lala ( Ramos) o Babu ( Santana).
Ninguém falou para o diretor Marcos Jorge que tapa na cara tem limite? Ainda bem que não! Sai de lá todo lascado.
Se pudesse resumir esse filme em uma palavra, eu diria: CLIMAX. Vem conferir minha análise do do filme, nesse vídeo feito direto da minha lage.
Valtinho Rege, tem 32 anos e trabalha com pós produção de vídeo, na Academia de Filmes. Formado em Rádio e TV, ele ainda comanda o canal Energia Positiva do YouTube.
Ostentar significa “alarde, exibição vaidosa, vanglória”. Qualquer um pode ostentar. Mas o sentido da palavra ganha novas texturas quando analisamos à questão simbólica da ostentação das pessoas negras. E ela incomoda.
Escravidão. Palavrinha tão esquecida quando falamos de racismo, mas tão fundamental para contextualizar a “ostentação negra”. A avó da minha avó foi escrava, ou seja, ela não era livre (tem que frisar porque tem gente que romantiza escravidão). Ela comia restos, não tinha folga, rezo para que ela nunca tenha sido espancada e estuprada, mas muitas foram, e provavelmente, ela nunca comprou nada, já que não recebia salário ou qualquer tipo de benefício.
Cena do filme “12 anos de escravidão”
Os anos se passaram, pessoas negras trabalham, ganhando menos, mas trabalham e o poder de compra, para nós negros, é o que nos torna visível. A publicidade não nos reconhece como povo que representa metade da população, mas qualquer ameaça a boicote à uma marca, fazem os publicitários correrem para redes sociais para esparramar o mais “sincero” senso de diversidade étnica. Somos visíveis de acordo com a conveniência (deles).
Dinheiro é poder. Se é certo ou errado não é a proposta desse texto, mas é assim desde que o mundo é mundo. Beyoncé na canção Formation profetiza “a melhor vingança é o dinheiro”, o que me retorna à memória da minha tataravó que possivelmente via suas donas todas elegantes e cheirosas e ela provavelmente nunca comprou um sabonete.
Taís Araújo e Lázaro Ramos. Dentro de fora das telinhas não ostentam mas não escondem que gostam das boas coisas da vida
Correntes de ouro, diamante nos dentes, Givenchy, Prada, Louis vuitton. Comprar e ostentar essas marcas para nós negros, significa que apesar da dívida história que a humanidade tem conosco, nós vencemos. Eu compro porque eu trabalho. Eu compro porque eu posso. E eu uso porque meus antepassados foram privados do consumo. Eu ostento para mostrar aos meus pares menos afortunados, de que assim como eu consegui, eles também conseguem.
O site da revista americana Health, apontou a profissão de enfermagem, como uma das que mais causam depressão. Imagine se além de lidar com as pessoas doentes, assédio moral por parte dos médicos, falta de reconhecimento, você ainda tenha que se reportar a uma chefe racista e ser demitida ao denunciar as agressões?
“Eu não sou suja, não sou nega”, disse Fabiana Cristina Lima, na época gerente da Unidade Básica de Saúde, da unidade Jardim São Carlos, do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, na frente da auxiliar de enfermagem Estela de Toledo e suas colegas. A agressão aconteceu, em 2015, quando as auxiliares disseram “sujou” ao avistarem a chefe vindo em suas direções – uma expressão usada com frequência quando alguém é pego de surpresa por seu superior.
Estela levou o caso à Delegacia de Guaianazes, onde foi orientada a fazer um Boletim de Ocorrência e protocolá-lo junto à chefia do Hospital. Uma vez notificada sobre o racismo de Fabiana, a diretoria do Santa Marcelina sugeriu que Estela, a vítima, procurasse ajuda psicológica, alegando que a sua falta de autoestima, era o único problema da situação e que a agressora estava se sentindo ofendida pelo termo “sujou”, que sugeriria que a gerente era suja.
Palestra sobre racismo resulta em demissão
Além desse episódio, houveram outros casos envolvendo a enfermeira Fabiana, com comentários jocosos sobre cabelo, corpo e cor da pele. “Eu já havia presenciado a gerente rindo de outras companheiras de trabalho com expressões como – E você com essa b* de nega? – Uma vez ela viu uma das funcionárias negras com roupa preta e disse que ela parecia estar pelada”, explica Estela.
Frustrada com a omissão do hospital, a técnica de enfermagem levou o caso à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, no setor de Combate à Discriminação Racial e Preconceito. “Fui muito bem acolhida, ouvida, orientada e minha queixa registrada. Me informaram também, que marcariam uma palestra na minha unidade, cujo tema seria Racismo e Preconceito no Ambiente de Trabalho”, relata Estela.
A palestra aconteceu no dia quinze de janeiro deste ano, e alguns dias depois Estela e sua colega Cristiane Rodrigues, que testemunhou contra Fabiana, foram demitidas do Hospital, com a justificativa de que a unidade estava passando por uma restruturação.
“ A empresa me dispensou por que eu fiz um BO e a defensoria pública foi na instituição dar palestra combate ao racismo e preconceito “, acredita Estela.
Ainda de acordo com a auxiliar de enfermagem, no dia vinte de dois de fevereiro, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania havia marcado uma mediação entre ela e Fabiana, porém a mesma não compareceu.
O Mundo Negro tentou contato com a assessoria de imprensa do Hospital Santa Marcelina, mas não teve resposta até a finalização desse texto.
Um grupo de vlogueiras negras resolveram enegrecer o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, com vídeos que falam sobre as questões das afro-brasileiras, resgatando também a histórias de muitas personalidades, como Rosa Park, Elza Soares e até Rihanna. É o projeto #nossasmulheresnegras.
Algumas mulheres anônimas, também deixaram belas biografias. Confira essa linda história da designer Michelle Fernandes, onde sua mãe, uma negra que trabalhava como doméstica, teve uma vida mais difícil porque optou em não dar a filha para adoção.
Confira o projeto na íntegra. São mais de 20 vídeos de mulheres negras de vários cantos do Brasil.
“Não é só sobre estética”, já alerta, Dalila Flor, a vlogueira e uma das organizadoras pelo evento YouTube do Amor, um mega encontro entre produtoras de conteúdo para quem tem cabelos crespos e cacheados. Serão por volta de trinta mulheres que irão trazer um pouco dos diversos assuntos que elas abordam na Internet, em blogs e canais no YouTube, para quadra da escola de samba X9 Paulistana, no dia 19 de março.
“Nós queremos discutir vários assuntos que se referem à questão do negro, do cabelo crespo e empoderamento e por isso realizaremos rodas de conversas para que as pessoas possam pensar sobre essas questões”, detalha Flor.
A famosa rede de salões, Beleza Natural, é um dos patrocinadores do encontro, além das empresas Tuon e Gaboni Profissional. “Esse evento não teria acontecido sem a ajuda da presidente, e vice-presidente da X9 Edson André dos Santos Filhos e Ailton Martinelli”, agradece Dalila Flor.
YouTubers do momento
Se o YouTube está tomando o espaço da TV, podemos dizer que o evento estará repleto das líderes de audiência, como Nathalie Barros, Nina Gabriella e Maju Silva que juntas somam quase meio milhão de seguidores nas redes sociais. A popularidade dessas e de outras YouTubers, faz com que os produtores estimem a presença de 5 mil pessoas, no encontro.
Nina Gabriella, Nathalie Barros e Maju Silva
Além delas, outras garotas que estão bombando em seus canais no YouTube e no Instagram, estarão perto do seu público durante o evento, onde elas participam também como organizadoras. A popularidade desse grupo, faz com que os produtores estimem a presença de 5 mil pessoas, no encontro. Confira as outras participantes.
Vitória SabinoAriane Osaki
Aline França
Preta Araújo
Priscila Gama
Renata Rodryguez
Jaqueline Denize
Juliana Santos
Josy Ramos
Marfim Rosa
Débora Luz
Tiê Vasconcelos
Nanda Cury
Eva Lima
Luany Cristina
Nathany Sampaio
Larissa Rezende
Mariana Morena
Cá Martins
Bruna Ramos
Luciellen Assis
Carol Mamprin
Andririelly Neri
Thayná Freire
Confira o vídeo-convite, feito pela vlogger Dalila Flor
https://www.youtube.com/watch?v=xzCkCZLtbwk
Comprinhas, rodas de conversa, samba e desfile
Dalila Flor explica que o “YouTube do Amor” foi formatado para todas as idades e gêneros. As crianças, por exemplo, terão um cantinho para pintura facial, além de poderem conferir o desfile de moda infantil da Lulu e Lili.
Na quadra da X9 haverá vinte e cinco expositores, que farão uma feira afro, expondo seus produtos para o público.
Confira a programação:
Oficina de Turbante
Desfile da Lulu e Lili
Oficina de Maquiagem para pele Negra
Samba com a bateria da X9
Expositores durante todo e evento
Roda de Conversa
Oficina de Penteados
Bic Chop
Pintura Facial para crianças e adultos
Serviço: Encontro YouTube do Amor
Local:Escola de Samba X9 Paulista, dia 19 de março, (sábado) a partir da 12hs.
Endereço: Av. Paulo Silva Araújo, 25 – Jardim Sao Paulo (Zona Norte)
Próximo da Estação Jardim São Paulo (Linha Azul).
Instagram: @youtubedoamor
Facebook: https://www.facebook.com/youtubedoamor/?fref=ts
E-mail: youtubedoamor@outlook.com
Artigo originalmente publicado em Awesomely Luvvie e traduzido por Durval Arantes
Quando eu ouvi pela primeira vez que Zoe Saldana interpretaria Nina Simone em uma biografia não-autorizada, eu não fiquei satisfeita. Não faz NENHUM sentido para mim que entre tantas atrizes negras de Hollywood, a Zoe se a escolhida para interpretar a Nina. Zoe é boa como atriz e eu admiro o trabalho dela, mas nada nela nem de longe lembra Nina Simone. OK, eu sei que a indústria pode promover “a mágia do cinema” e blá, blá, blá… Mas existem outras atrizes que poderiam BOMBAR sobre este papel.
Simone Kelly, a filha de Nina, escreveu uma carta contundente se opondo ao filme e eu realmente refleti: “Então… qual é o motivo?”. Se a pessoa mais próxima à lenda não aprova a manobra, o que eles (da indústria cinematográfica) estão fazendo? Ah, sim. Dinheiro. Somente dinheiro. Especialmente, uma vez que o filme não vai ter aquela precisão. Simone, a filha, pôs a presunção do filme em vergonha. Eles estão basicamente criando a história desta mulher sem se importarem até onde o script é preciso ou não.
NOTA: Sigam @NinaSimoneMusic no Twitter. Trata-se do perfil oficial do patrimônio de Nina Simone e é gerenciado por sua filha. Chequem a linha do tempo e vocês verão que ela não aprova esta produção.
Para piorar as coisas, eles selecionaram a Zoe “Eu Passei no Teste da Pele Negra Clara” Saldana para interpretar uma mulher que cresceu ouvindo dizer que ela era “escura demais” e basicamente “negra demais”. Fala sério! Hollywood fazendo asneira e essa é uma delas.
Eles encharcaram uma bola de algodão gigante em tinta preta e cuidadosamente a colocaram na cabeça da Zoe. É uma peruca AFRO! Eu me sinto ofendida, em nome de Nina Simone, cujo penteado afro sempre foi curto e bem ajeitado!
Eles usaram graxa de sapato no rosto dela? Eu compreendo que Zoe é Afro-Latina e tudo o mais, mas fica parecendo um pouco com “blackface”. Eles não precisariam fazer isso, se eles selecionassem uma atriz próxima do tom de pele de Nina, para interpretá-la. Eu falo de mulheres tipo Viola Davis. Dizem que a Nina na verdade queria a Whoopi Goldberg para vivê-la (nas telas), um dia. Em que galáxia a Zoe é a Nina “ideal”?
E além delas, Adepero Oduye está LOGO ALI! Ela BOMBARIA como Nina Simone. Se vocês não sabem quem é a Adepero, fiquem sabendo. Trata-se da mulher sensacional no filme “Pariah“, e ela é incrivelmente talentosa (e também muito gente boa e centrada). Eu a encontrei quando eu fui para Los Angeles para o Oscar em Fevereiro e ela é maravilhosa. Ela seria perfeita como Nina. Elas até se parecem! Tipo… de verdade. Vejam:
É sério. Adepero nasceu para interpretar Nina. Mas eles querem ignorá-la e selecionar a Zoe como se eles não tivessem outras opções. VAMOS FALAR SÉRIO!!!
Talvez eu esteja implicando demais, mas trata-se de uma escolha ruim, na minha opinião. eu não vou dar apoio a este filme. Não apenas pelo fato da óbvia decisão ruim de elenco com a Zoe, mas pelo fato de a própria filha da Nina Simone ser efusivamente contra o filme por muitos motivos (e eles são justificáveis). Eles podem ficar com o filme
Então… o que você acha desta escolha de elenco? Você vai assistir o filme, quando ele for lançado?
“Esse é o mais louco e selvagem Oscar para se apresentar”, disse Chris Rock no inicio de sua apresentação. De fato a 88º edição do Oscar foi cercada de muita controvérsia em relação a falta de diversidade e representatividade. Devido a falta de indicados negros pelo segundo ano consecutivo, várias celebridades como: Jada Pinkett Smith, Will Smith, Spike Lee e Lupita Nyong’o, decidiram boicotar a premiação.
A Apresentação de Chris Rock foi cheia de altos e baixos. Ele zombou do boicote ao Oscar:
“Eu tenho certeza que não existiam indicados negros em 1962 ou 1963, e os negros não protestavam, sabem por quê? Porque nós tinhamos coisas mais importantes para protestar naquela época. Estávamos muito ocupados sendo estuprados e linchados.”. Eu entendi que a intenção provavelmente foi chamar atenção a selvageria com que negros eram tratados há não muito tempo atráz, porém era realmente necessário diminuir e dizer que o protesto contra a falta de indicados negros é algo sem importância?
Algo semelhante se repete em relação ao #AskHerMore, campanha que incentiva chamar a atenção para reportagens sexistas e sugere formas de mudar o foco para as conquistas femininas (ao invés de simplesmente perguntar sobre a roupa, por exemplo). Nesse caso, ele faz pouco do movimento e sugere que só não perguntam para homens sobre sua roupa, pois eles estão usando sempre a mesma coisa, além de ter mencionado que “Nem tudo é racismo e nem tudo é sexismo”. Aqui, não houve nenhuma boa intenção.
Outro momento infeliz, foi quando ele chamou ao palco os auditores de prêmios da noite: “Como sempre os resultados dos prémios da Academia de hoje à noite foram tabulados pela Price Waterhouse Cooper”, disse Rock. “Eles nos enviaram seus representantes mais dedicados e esforçados . Eu quero que vocês recebam Ming Zu , Bai Ling, e David Moscowitz”. E nesse momento três crianças asiáticas entraram. Não pega bem, algumas horas depois de falar contra racismo, propagar um estereótipo que todos asiáticos são bons em matemática, especialmente quando não tem quase nenhum asiático concorrendo.
Por outro lado, ele também conseguiu chamar a atenção para pontos importantes, quando disse: “Se vocês querem indicados negros todos os anos no Oscar, tenham categorias como: Melhor amigo negro”. Isso foi uma ironia bem sutil, pois quase sempre nos filmes é esse o papel dos negros. Melhor amigo do protagonista branco. É esse tipo de papel disponível para negros em Hollywood, não é de se admirar que as categorias melhor ator/atriz coadjuvante tenham mais indicações e vitórias de negros do que as de melhor ator/atriz.
No seu segmento inicial, ele também mencionou a falta de oportunidade para negros: “Senhor Presidente, você vê todos esses compositores, produtores, atores… Eles não contratam negros”. Não é só culpa da academia a falta de indicados, é culpa também dos diretores, produtores, etc, que não chamam atores e atrizes negros para seus filmes. “Nós queremos oportunidades. Queremos que atores negros tenham as mesmas oportunidades que atores brancos. Não apenas uma vez, Leo consegue um ótimo papel todo ano. Todos vocês recebem ótimos papeis o tempo todo. E os atores Negros? E Jamie Foxx? Jamie Foxx é um dos melhores atores do mundo”. Completou Chris Rock.
Poderia ter sido melhor? Poderia. Certamente poderia ter sido mais engraçado em vários momentos, poderia não ter zombado de certas campanhas. Mas também poderia ter sido pior. Considerei o desempenho do Chris Rock mediano, com pontos positivos e negativos (talvez mais negativos do que positivos)
Dando continuidade a cerimonia, algo que chamou atenção (completamente não relacionado a Chris Rock), foi a forma como a maioria dos vencedores foram expulsos do palco ao som de “A Cavalgada das Valquírias” quando o seu discurso estava começando a ficar “um pouco longo”. Pra começar, é uma péssima ideia escolher a composição de um possível anti-semita, admirado por Hitler para tocar em qualquer momento do seu evento, quando se está sendo acusado de racismo.
Sem falar que é muito deselegante cortar alguém no meio de um discurso. A Diretora Sharmeen Obaid-Chinoy, que ganhou o premio de Melhor Documentário em Curta-Metragem por A Girl in the River: The Price of Forgiveness, que estava falando sobre como sua obra pode impactar crimes de honra no Paquistão, mal conseguiu terminar seu discurso. Nem Alejandro Iñárritu, que ganhou o prêmio por melhor Direção foi poupado. A diferença foi que ele ignorou a música e continuou seu discurso até que desistissem e deixassem ele terminar.
Quanto aos vencedores, Mad Max levou para casa seis merecidíssimos Oscars (o que foi maravilhoso), porém acho que George Miller merecia ter levado o prêmio por melhor direção, pois seu trabalho em Mad Max foi impecável, gerando sem dúvida nenhuma um dos melhores filmes de 2015. Nada contra Iñarritu, pelo contrário, o trabalho dele em “O Regresso” foi muito competente.
Houve também algumas surpresas, como a vitória de Mark Rylance na categoria melhor ator coadjuvante. Ambos criticos e cinéfilos estavam apostando em Sylvester Stallone (confesso que também adoraria ver o Stallone ganhar um Oscar), mas não foi nenhum crime. Rylance estava impecável em Ponte dos Espiões. Contudo, creio que as vitórias que pegaram todo mundo de surpresa, foram Spotlight como Melhor Filme e “Writing’s On The Wall” em Melhor Canção Original.
A vítória de “Writing’s On The Wall” foi um crime. Apesar de Sam Smith ser um fofo e ter dedicado o prêmio a comunidade LGBT, a música é HORROROSA! Não sei como foi indicada, muito menos como ganhou! E pensar que ela venceu de “Til It Happens To You” depois da maravilhosa e emocionante apresentação da Lady Gaga, só piora as coisas. Não gosto nem de lembrar disso.
Já Spotlight como melhor filme foi muito inesperado. A última vez que um filme ganhou nessa categoria, tendo ganho apenas mais um Oscar foi em 1952. Eu particularmente não gostei de Spotlight, por mim não teria ganho nem Melhor Roteiro Original (votaria em Ex-Machina um milhão de vezes). Eu estava torcendo para Mad Max, embora soubesse que as chances dele ganhar fossem as mesmas do Matt Damon, ou seja, zero. Eu estava psicológicamente preparada para ver O Regresso ganhar, a vitória de Spotlight realmente foi uma surpresa, porém a felicidade do Mark Ruffalo me deixou menos inconsolável.
E por último, mas não menos importante, tivemos o Oscar para DiCaprio. Confesso que quando Sylvester Stallone eu fiquei com muito medo pelo Leo, era só o que faltava. Mas no fim, tirando melhor canção original (sim, eu fiquei muito transtornada com isso) e talvez Melhor Direção, foi uma premiação justa com os indicados. Lamento apenas, o fim dos memes do Leo. Fonte: http://www.slashfilm.com/2016-oscars-asian/
*O projeto Entreviste um negro é uma parceria entre a jornalista Helaine Martins, criadora do projeto e o site Mundo Negro que apoia projetos criativos de inclusão racial)
Dizem que o menino jornalismo está agonizando, respirando por aparelhos, quase morto.
É inegável que ele já teve dias melhores. Mas, nós, do Entreviste um Negro, não acreditamos em últimos suspiros. Acreditamos em mudanças – de modelos de negócios, de habilidades, de interesses.
Acreditamos que o pleno exercício da democracia, e por consequência a superação dos problemas raciais, perpassa estratégica e fundamentalmente pela prática de um jornalismo transformador. De pessoas e realidades. E para isso o jornalismo precisa, antes de tudo, ser menos concentrado, mais plural e inclusivo. Por dentro e por fora. Do contrário, ele se torna arma de intolerância.
Em um país com 53% da população autodeclarada parda e negra, é de se espantar que apenas 23% dos jornalistas brasileiros sejam negros. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), essa é uma das profissões com a menor proporção de negros no país. E se a pluralidade não começa dentro do processo jornalístico não há como encontrá-la no produto final.
Até entre as fontes jornalísticas, ou seja, personagens e profissionais qualificados para entrevistas – como psicólogos, antropólogas, médicas ou engenheiros, por exemplo – o negro também é minoria e aparece quase sempre em papel secundário, mesmo quando questões raciais estão em pauta. Essa ausência de fala torna o debate – seja sobre economia, política, esporte ou cultura – inconsistente e tendencioso. Por vezes, desonesto.
O resultado dessa estrutura excludente é a difusão de um discurso fortemente racista e naturalizado na imprensa; a invisibilidade do negro; o desinteresse por pautas que contemplem suas causas e ações; o reforço de estereótipos dos quais se tenta tanto fugir; e a publicação recorrente de equívocos grosseiros, demonstrando total desconhecimento da temática étnico racial dentro das redações.
Inspirada pela proposta do Entreviste uma Mulher, da Think Olga, a jornalista Helaine Martins criou este projeto, o Entreviste um Negro, um banco de fontes colaborativo que busca aproximar mulheres e homens negros, especialistas nas mais diversas áreas ou que têm experiências para contar, a jornalistas e produtores de conteúdo que procuram fontes especializadas, seja para pautas com recorte étnico racial ou não.
Nosso objetivo é ser uma ferramenta na luta por um jornalismo mais plural e que busque um equilíbrio em seus pontos de vista. Um jornalismo que reconheça seu compromisso de ser uma plataforma que nos dê voz, não mais dentro dos padrões racistas e estereotipados que há anos ocupamos involuntariamente, mas como fontes jornalísticas, protagonizando nossas histórias e lutas, compartilhando ideias e opiniões.
Que o Entreviste Um Negro seja um passo nesse sentido.
Como participar
O funcionamento é básico. Se você é jornalista, é só acessar o banco de fontes e procurar pelo profissional que melhor se encaixa na sua pauta a partir das palavras-chaves e entrar em contato diretamente com ele. http://bit.ly/1PPkcAt
Se você quer ser fonte ou indicar uma, é só mandar para e-mail entrevisteumnegro@gmail.com o nome, uma mini biografia, as áreas de expertise (os assuntos que você pode abordar numa entrevista em formato de palavra-chave), contato (site, portfólio, telefone e/ou e-mail), e cidade onde a entrevista será realizada, caso seja feita pessoalmente. Ou, ainda, se cadastrar pela fanpage https://www.facebook.com/entrevisteumnegro
Março mês da mulher.O site Mundo Negro selecionou cantoras negras brasileiras que venceram com o seu talento e beleza. Qual a sua preferida?
Paula Lima
Bendito seja o dia em que Paula Lima trocou o Direito pela música. Seu tom de voz feminino e potente, já lhe rendeu indicações ao Grammy Latino. Ultimamente a a artista tem exibido um corpo mais magro nas redes sociais e ao 45 anos, está cada dia mais linda.
Karol Conka
Uma poetiza que virou rapper e tem um visual de fazer Nick Minaj ficar com a pulga atrás da orelha. Seu som tem letras consistentes e de impacto e as batidas são definidas por ela mesma como “batuk freak”, nome também dado ao seu álbum de estreia que teve uma ótimas críticas dentro e fora do Brasil.
Ludmila
Ex “MC Beyonce”, Ludmila com apenas 20 antes mostra atitude e segurança de uma mulher madura. Ela dança, canta muito bem e veio para ficar. Seus clipes são modernos, com muita dança mostrando que ela aprendeu “certin” o caminho para o sucesso.
Negra Li Ela não é uma cantora negra de RAP. Sua voz é sem sombra de dúvida uma das melhores da MPB atual. Solista do Coral da USP, com passagens pelo grupo de RAP RZO, Negra Li já fez diversas colaborações em trabalhos de outros artistas e tem mostrado que sua beleza tem crescido proporcionalmente ao seu talento.
Ellen Oléria
A voz do Brasil em 2012, depois de vencer o The Voice, Ellen Olléria é quase nossa Jill Scott. Sua voz tem um potência com doçura e sua presença no palco iria te deixar sem pescar. Linda por dentro e por fora, ele espalha amor pelo música brasileira e sua negritude por onde canta.
Gabi Amarantos
Exuberância é a palavra para descrever essa locomotiva chamada Gaby Amarantos. A “Beyonce do Pará” faz 37 anos no próximo dia 1º de agosto e agora também esbanja talento como apresentadora no programa Troca de Estilos, as terças-feiras no canal Discovery Home & Health.
Elza Soares
Da favela para mundo. Elza Soarez já passou fome, mas hoje tem seu trabalho reconhecido até pelo NY Times, além de outros veículos da imprensa internacional. Não tem ninguém na MPB que usa a rouquidão da voz como ela. E esse corpinho dela com quase 80 anos?
Sandra de Sá
Vamos combinar que ela tem um dos sorrisos mais lindos da MPB? Sandra de Sá foi uma das primeiras a cantar funk no Brasil, sendo quase um Tim Maia de saia. Foi indicada ao Grammy Latino tendo também se arriscado na telinha. Ela foi a mãe da Negra Li no seriado “Antônia”, da TV Globo.
https://www.youtube.com/watch?v=Er0O1xke12w
Margarete Menezes
Vamos combinar que quem deveria cantar “a cor dessa cidade sou eu”, era ela. Ela já foi indicada para o Gramy Awards e Gramy Latino. A cantora baiana soma 21 turnês mundiais, e é considerada pelo jornal estadunidense Los Angeles Times, a “Aretha Franklin brasileira
Alcione
Deixamos o melhor para o final. 9 entre 10 brasileiros escutam Alcione quando estão de fossa. Sua voz indefectível dá vida a belos poemas que falam de amor. Além de cantar como poucas – no mundo – Alcione ainda toca trompete e clarinete e morou na Europa por 2 anos. O grande mistério sobre a vida dela, não é o motivo pelo qual ela nunca se casou, mas sim porque ela foi tão pouco premiada em sua carreira.
https://www.youtube.com/watch?v=t2gndoZtIS4
Gostou da lista? Faltou alguém. Quem é sua musa negra da MPB?