Com o intuito de proporcionar as crianças negras e não-negras um espaço de trocas e convivência, pensando nos elementos sociais e culturais que estão presentes na cultura afro-brasileira e promovendo diálogos sobre a negritude e oficinas de auto-reconhecimento, foi criada a vakinha para o “Quilombinho 2019“, que acontecerá na cidade de Vitória (ES), de 21 a 25 de janeiro, para crianças de 4 a 10 anos, de forma gratuita. A iniciativa é da ONG Instituto das Pretas do ES.
As atividades serão realizadas em forma de oficinas, oportunizando atividades diversificadas a todos os participantes, como: Oficina de Auto-identificação, Oficina Contação de História, Brincadeiras Africanas, Capoeira, Tambores, Dança Afro, Oficina do Olhar, Fotografia, Cabelo, Abayomis, Danças Urbanas, Rima, Graffiti, Cine Pretinhxs e Balinho Black.
As organizadoras do evento criaram recompensas como forma de obter colaborações. Para acessar a vakinha, basta clicar aqui: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/quilombinho-2019. Confira como ajudar por meio das recompensas.
R$ 20,00 – Agradecimento + Boton R$ 50,00 – Agradecimento + Boton + Copo do Bekoo R$ 100,00 – Agradecimento + Boton + Copo do Bekoo + Stencil Personalizado R$ 200,00 e + – Agradecimento + Boton + Copo do Bekoo + Stencil Personalizado + Trança Boxiadora (material não incluso) R$ 500,00 e + – Agradecimento + Boton + Copo do Bekoo + Stencil Personalizado + ENTRADA VIP NOS 5 PRIMEIROS BEKOOS 2019. R$ 1000,00 e + – Agradecimento + Boton + Copo do Bekoo + Stencil Personalizado + ENTRADA VIP EM TODOS OS BEKOOS DE 2019 + Logo vinculada como Patrocinadora do Projeto Doação de produtos e serviços: Agradecimento + Boton + Logo vinculada como parceira do Projeto. Para essa doação, faça contato através do e-mail quilombinho.daspretas@gmail.com.
Com o proposito de arrecadar fundos para confeccionar livros dos alunos da Escola Municipal Clemilda Andrade, localizada na comunidade de Brotas, em Salvador, a professora baiana Taísa Ferreira criou a campanha “Adote uma História”, para conseguir lançar alguns livros dos seus alunos.
“A ideia central é alinhar o trabalho pedagógico a uma ação criativa e, de certo modo, colaborar com a auto estima das crianças e das famílias, estimulando o surgimento de novos escritores“, explica.
O projeto foi desenvolvido no início deste ano como forma de incentivar o gosto pela leitura e também pela criação literária. Durante o ano, as crianças iniciaram a produção de projetos autorais por meio da plataforma de projetos pedagógicos “Estante Mágica“. Cada criança escreveu e ilustrou a própria história em relação ao tema estudado.
A plataforma vai transformar as histórias em livros e a escola irá realizar um dia de autográfos para homenagear os autores, junto as suas famílias. A ação será também a despedida das crianças da escola, uma vez que, em 2019, começam o Ensino Fundamental II em outra unidade escolar.
Foi combinado com cada família que seriam comprados dois livros junto a plataforma para cada criança. No entanto, foi organizado o pagamento de uma mensalidade no valor de R$ 10 ao longo de outo meses, porém, apenas quatro famílias tiveram condições financeiras para comprar os livros.
“Esse projeto tem o propósito de fortalecer o interesse das crianças pela leitura e permitir que se percebam capazes de produzir literatura, além de também favorecer com que pensem sobre sua realidade, uma vez que o projeto é construído em cima de um tema que se relaciona com o interesse das turmas“, finaliza.
O Movimento Black Money, com o intuito de realizar uma série de encontros de empreendedores e profissionais que desejam começar ou melhorar seus negócios (Start), dentro de uma pauta identitária (Black) juntando talentos, formando network e incentivando a conexão com investidores que auxiliem a ignição de novos empreendimentos (Up), irá lançar a StartBlackUp nesta sexta-feira (30), às 19h, no Inovabra Habitat, em São Paulo.
“Nosso escaravelho simboliza a força do afro empreendedorismo que nos dias atuais se renova em coletivo através de networking e cadeias produtivas pautadas em educação, inovação, acessibilidade, investimentos e escalabilidade. Ao ampliar nossas relações garantimos maior longevidade e melhores relações entre negócios e também junto à sociedade“, explicam, em nota.
A meta do MBM é atingir a geração de negócios de modo a ampliar o trabalho e renda para os negros no Brasil, com base em inovação e empreendedorismo. Além do fomento das relações dentro da comunidade negra, o Movimento Black Money vem à luz com denuncias e informacoes junto às instituições financeiras e empresariais para engajar toda a sociedade para o compromisso da diminuição das desigualdades socioeconomicas no país.
“Somos uma comunidade de empreendedores e intra-empreendedores negros alimentada por eventos locais, administrada por membros apaixonados movidos pelo desejo de unir agentes transformadores e restabelecer o protagonismo negro nos pilares da nova economia. Nossa comunidade e eventos contam com a participação de parceiros como: empresas de todos os portes, fundadores de startups e profissionais ligados à inovação e empreendedorismo“.
Números indicam que o afro empreendedorismo já é uma realidade e que só precisa de maior comunicação e alicerce da base para circulação e trocas dentro dessa rede: baseado na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), o Sebrae aponta que, em dez anos, a quantidade de empreendedores negros cresceu 29% no Brasil. No segmento das micro e pequenas empresas – aquelas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano –, o percentual de empresários negros passou de 43% para 50%. Somos os que mais empreendem mas ainda sofremos com escalabilidade e inovação tecnológica em serviços e produtos por não termos acesso à credito e educação empreendedora.
Para a população negra no Brasil o empreendedorismo muitas vezes preenche a lacuna da empregabilidade como alternativa de manutenção/geração de oportunidades e renda. Abrir o negócio próprio e valorizar suas origens e cultura é a forma como grupos investem na economia para incentivar renda entre a população da sua comunidade. Essa filosofia está em vários grupos étnico-raciais em todo o mundo e tem sido reconhecida na comunidade negra como a filosofia do Black Money.
Foto e Make: Pino Gomes / Cabelo: Preta Brasileira e Pino Gomes / Style: Paulo Zelenka
Interprete da personagem “Gleyce Soares“, da novela “As Aventuras de Poliana”, do SBT, a atriz Maria Gal irá desfilar nesta quarta-feira (28), no evento Casa de Criadores, em São Paulo.
Atuando como o maior evento lançador de novos estilistas da moda brasileira, seguindo o calendário de coleções (primavera/verão e outono/inverno), “Casa de Criadores” acontece duas vezes por ano. O evento surgiu em maio de 1997, após um grupo de jovens estilistas promover um evento para lançar suas novas coleções, em parceria com o jornalista André Hidalgo.
Maria Gal irá desfilar pela marca KEN-GÁ BITCHWEAR. O tema abordado será a internet e todos os seus fenômenos, da caverna de Platão, que é a tela de um celular e toda a nova forma de se relacionar com a estética e com o que se julgar ser “belo” e “verdade” nos dias de hoje, onde ao mesmo tempo castra, distorce e cega.
Pensando nesta “cegueira”, a trilha composta pela dupla em collab com o produtor Pejota Fernandes apresentam o duo E.U Eletronic Underposer Mcelfie e Mcinto, com seu hit “Let’s da Like”, além de “The Force”, música nova das Las Bibas From Vizcaya, adereça aos nossos tempos modernos.
Beyoncé está chegando na África do Sul nos próximos dias para participar do evento Global Citizen Festival: Mandela 100, que conta com shows de várias celebridades com o objetivo de arrecadar fundos para o combate à pobreza no país. A cantora aproveitou a temporada na terra de Nelson Mandela, para publicar uma carta que é a uma verdadeira declaração de amor e admiração pelo líder africano, mas também um compromisso com seu legado.
Foto: Reprodução do site da Beyoncé
No texto publicado em seu site, Bey narra o primeiro encontro com Madiba em 2004, no evento AIDS Benefit Concert como um momento que causou impacto que ressoa na vida dela até hoje. “A sua gentileza e gratidão por cada experiência, sua habilidade de perdoar são lições que eu aprendi e irei passar para as minhas três crianças”, escreve a cantora
A emoção na presença de um evento dedicado à Mandela rendeu trechos especiais na carta: “Eu estou honrada em viajar para África do Sul neste final de semana e celebrar o seu esforço em corrigir tantos erros. Você foi um guerreiro estratégico, um ativista corajoso e carismático e um líder muito amado. Sua visão de dignidade, pelos direitos humanos, pela paz e uma África do Sul livre do racismo e apartheid, nos permite tornar os sonhos em realidade.
Ela ainda lembra quando caminhou com Mandela, em um passeio até a prisão de Robben Island, onde Madiba ficou preso, e que hoje se tornou um ponto turístico. “Eu lembro que você contava e se focava nos seus passos, enquanto narrava suas histórias sobre suas dificuldades, sacrifícios e resiliência.”.
O senso de humanidade que se aflorou na cantora americana, ela, na carta, admite ser resultado dos exemplos de Mandela.
“Você tornou possível para muitas pessoas como eu, rejeitar as dificuldades e entender nossa capacidade em fazer mudanças no mundo. O menor esforço pode mudar a trajetória de tantas pessoas que vivem em situações de pobreza, enfrentando as injustiças, a indecência do racismo e lutando pelos diretos humanos”.
Beyoncé finaliza com uma promessa: “Na comemoração do Global Citizen Festival: Mandela 100, honrando seu centenário, eu prometo que faremos dos seus sonhos o nosso. Seu trabalho e sacrifício não foram em vão. Eu vou honrar cada momento compartilhado em sua presença e usar as lições que aprendi de você como combustível para promover ideias positivas e soluções”.
Não há negros em campanhas brasileiras de joias, carros de luxo, serviços prime, nem como pessoas ricas nas novelas, nos filmes nacionais. Com a alegação de que se “falta atores negros”, ficamos “cismados” quando em campanhas de financiamento de casas populares, benefícios do SUS, papel de segurança, doméstica e até bandidos na dramaturgia, esses atores negros emergem do nada, passam nos testes e representam a comunidade negra em papeis secundários, ou pior ainda, carregados de estereótipos.
Reprodução/Twitter Cacau Protásio, em “Avenida Brasil”, viveu a empregada Zezé,
Quando falamos de racismo estrutural dentro de um recorte de representatividade nos meios de comunicação, estamos dizendo que brancos sempre vão fazer papeis de ricos e bonzinhos, ou no máximo um vilão carismático e os não brancos, grupo onde entramos, sempre serão os pobres e bandidos. Essa é a estrutura perversa da leitura midiática de etnias que ainda é forte e presente no Brasil do século XXI.
Não por acaso, esse é um dos motivos pelos quais pessoas brancas se espantaram com a campanha da família negra do O Botícário e a comunidade negra se manifestou contra a campanha do natal solidário da Perdigão, onde uma família negra agradece a doação de um Chester, feita por meio de uma ação de um homem branco (que comprou o alimento, depois fez discurso de cidadão do bem para sua família).
Há quem apontou uma mulher negra no “lado branco” do comercial, mas o diálogo da campanha se dá entre a mulher negra pobre agradecida e o homem branco rico que ajuda os carentes, reforçando a imagem do racismo estrutural, dos papeis que são para brancos e os que são para negros. E essa imagem que faz com que nossas crianças negras se sintam menos que as crianças brancas, que sempre verão o rosto negro, como a representação da pobreza.
O Youtuber e produtor de conteúdo AD Júnior foi além, remetendo ao branco, do comercial, o papel de princesa Isabel, salvadora dos negros.
Não podemos negar que negros são a maioria dos pobres do país, mas há uma classe média que carece de representatividade e de pessoas negras, que mesmo sendo pobres, planejam seu orçamento para oferecer uma mesa farta a suas famílias no final de ano ou que mesmo ao longo do ano, consomem produtos de boas marcas, mesmo que eventualmente.
O publicitário Fernando Montenegro, o maior especialista em afro-consumo do país apontou uma outra leitura interessante sobre o comercial.“O negro não é tratado pela marca como um consumidor direto de seus produtos, não é o verdadeiro público alvo dessa peça publicitária, que mira na família branca apostando no apelo assistencialista da campanha. A mensagem transmitida é a de que a única forma de a família negra ter acesso ao Chester Perdigão é por meio dessa caridade – vide o quão agradecida a matriarca aparenta estar pela doação”.
Montenegro ainda mostra um outro comercial, também dá Perdigão com o mesmo recorte.
Se movimentamos a economia, são os brancos que deveriam nos agradecer por isso, afinal se 54% da população deixar de consumir, o que será desse país?
Resposta da Perdigão: “A Perdigão lamenta que a campanha publicitária de Natal tenha ofendido qualquer um de nossos consumidores. Nunca foi essa a nossa intenção. Falar de generosidade é, para nós, uma forma de união e agradecimento a todos os nossos consumidores, que há três anos colaboram para o Natal de mais de 6 milhões de pessoas, independente de cor, gênero, raça ou religião. É nisso que acreditamos“.
“É o terceiro ano que participo da Feira Preta e depois dessa edição mais do que nunca quero voltar todas as vezes possíveis, tenho muito a agradecer à todos, desde a Adriana até o segurança da portaria que tiveram o maior cuidado para que tudo desse certo, isso só serve pra nos fortalecer mais e mais!!”.Essa foi uma das quase 250 manifestações de apoio à Feira Preta, dentro de uma nota oficial no Instagram do evento, contestando informações postadas pelo jornal Estadão, onde em sua coluna “Direto da Fonte”, assinada pela jornalista Sonia Racy, o jornal afirm que o evento teria sido um fiasco e que a fundadora, Adriana Barbosa, teria responsabilizado à Secretaria de Cultura por isso.
Nota da jornalista Sonia Racy
O episódio que gerou essa confusão, foi uma série os problemas técnicos que impossibilitaram a realização do show da cantora Elza Soares, principal atração do evento, que aconteceu entre os dias 19 e 20 de novembro na cidade de São Paulo, e que teve um público recorde de mais de 50 mil pessoas.
“Ontem, foi com um misto de tristeza e incredulidade que li uma nota em um dos maiores veículos de comunicação do país, reportando que a Feira Preta foi um fiasco e creditando aspas que não foram ditas por mim. Não conhecem o evento. Não procuraram a Feira Preta pra apurar a informação que tinham. É inacreditável”, relata Adriana.
A fundadora da Feira Preta, evento que completou 17 anos, em 2018, afirma que sem o apoio da secretaria da cultura, a viabilização do evento seria complicada.
“Desde o ano passado, estabelecemos uma parceria de realização com a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, no intuito de viabilizar o que na perspectiva financeira da Feira Preta não era mais possível, pagar por uma locação de espaço. “
Se a jornalista do Estadão criticou o evento sem falar com os envolvidos, o Secretário de Cultura André Sturm teve um espaço para dar sua opinião sobre os problemas técnicos do show da Elza Soares, momento onde Adriana, de acordo com a nota teria dito: “Quando é para preto é isso que recebemos”, fato que a fundadora nega.
Sturm se defende: ““Este ano apoiamos com recursos financeiros, humanos e um espaço privilegiado, a Praça das Artes. Acho triste misturar falhas técnicas com questões sociais”.
Ainda sobre o texto do Estadão, Adriana acredita que a distorção dos fatos do jornal aconteceu por questões raciais. “Essa narrativa de escassez em não reconhecer a nossa abundância, a nossa potência, desrespeita o trabalho de mais de 50 pessoas envolvidas na cadeia de produção, majoritariamente preta.”
Feira do tamanho da Virada Cultural
“Embora tenhamos pedido outros espaços, a Praça das Artes foi o único espaço cedido sem o pagamento do aluguel. É um local que tem limite de lotação e que está localizado na região central de São Paulo, que possui toda a sua complexidade e diversidade que todo centro de uma grande metrópole possui”, detalha Adriana.
“A edição deste ano teve sim um desafio maior, um dos maiores de toda a sua existência de 17 anos, pois teve uma enorme repercussão na mídia, foram mais de 100 aparições em veículos de todos os tamanhos, inclusive no Jornal Nacional. Isso possibilitou a mobilização de mais de 50 mil pessoas. E receber mais de 50 mil pessoas não é uma tarefa fácil, pois exige uma infraestrutura maior que o investimento realizado”, revela Adriana que acrescenta. “Essa quantidade de público é perfil de Virada Cultural e outros grandes eventos, que normalmente contam com maiores patrocínios do que a Feira Preta recebe”.
“A Feira me quebrou financeiramente”
Mesmo sendo uma referência sobre afro-empreendedorismo, Adriana Barbosa é muito transparente sobre a forma como a Feira lhe rendeu um enorme prejuízo, depois que um patrocinador a deixou na mão. “ Depois da realização da Feira Preta de 15 anos, em 2016, quebrei financeiramente porque patrocinador retirou o patrocínio às vésperas do evento, quando muitas coisas já estavam contratadas. Remodelei a Feira Preta para ocupar a cidade de São Paulo, pensando em levar os conteúdos que fazem parte da programação para lugares já estruturados para recebê-las, diferentes dos pavilhões, e trabalhar com mais foco a comunicação de cada edição. Já se passaram dois anos, e eu ainda estou pagando os prejuízos de 2016. E por isso, a entrada da Secretaria de Cultura como uma das realizadoras foi fundamental para que pudesses fazer as duas últimas edições”.
Sobre valores, a fundadora revela que o evento tem um orçamento superior a R$600 mil. “A Secretaria viabiliza a metade, na contratação de infraestrutura (palcos, geradores, banheiros químicos, posto médico, limpeza, equipe de segurança entre outros), assim como na obtenção da legalização e autorização do evento junto aos órgãos públicos”.
A Feira Preta tem a responsabilidade de fazer a contratação de toda a programação, da montagem dos expositores, da comunicação e de toda operação de produção executiva, com suporte de recursos de patrocinadores.
“O investimento neste novo modelo é feito de forma equilibrada, ou seja, cada um paga 50% dos custos”, diz Barbosa.
Números impressionantes, conteúdo ainda mais impressionante
Adriana finaliza a entrevista, dando um panorama da dimensão da Feira Preta 2018.
“Uma narrativa potente como a Feira Preta, que este ano realizou 10 dias de programação, ocupando mais de 10 lugares diferentes na cidade de São Paulo (Sesc 24 de Maio, Instituto Tomie Ohtake, Instituto Moreira Salles, Matilha Cultural, Praça das Artes, Largo São Bento, Praça da Patriarca, Avenida Paulista, Praça das Artes, Boulevard da Avenida São João e Theatro Municipal de São Paulo).
Foram mais de 40 palestrantes de diversas partes do mundo (Londres, Escócia, Estados Unidos, Somália, Jamaica, entre outros) e mais de 40 atrações culturais e artísticas, incluindo programação com espaço infantil, shows, performances, mostra de cinema negro, apresentações de teatro, aula de yoga, danças, entre outras atividades, não pode ser silenciada. Não pode ser “não ouvida” diante de afirmações tão fortes.
A 17ª edição da Feira registrou recorde de público, com mais de 52 mil pessoas presente, a participação de mais de 120 empreendedores de diversos Estados (como Bahia, Recife, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília) e uma circulação monetária de mais de R$ 700 mil reais (nos três dias de feira na Praça das Artes).
Empreendedores que passaram por um processo de imersão criativa no desenvolvimento de produtos em 6 estados diferentes para que pudessem trazer o melhor de sua criação e produção, para o escoamento na Feira Preta e no Marktplace junto com o Mercado Livre”.
Vale lembra, que além desse rico cardápio cultural e grande oferta de produtos de empresários negros, a instituição Feira Preta, lançou um estudo junto ao Instituto de Pesquisa Locomotiva sobre Consumo e Empreendedorismo Negro em território Nacional.
Com sete gestores culturais à frente da Terça Afro, que é um dos principais Quilombos Urbanos de São Paulo, o coletivo completou seis anos de existência e já recebeu em sua sede importantes nomes do movimento negro. O projeto é conhecido por ser um território de afeto e troca de saberes ancestrais e começou bem antes de ter seu espaço físico na região norte de São Paulo.
De acordo com a gestora cultural e cientista social, Ana Caroline, lá é onde constroem espaços de afetos, identidade e formação. “É um espaço de construção que possibilita o diálogo, o respeito e a possibilidade de criar um caminho onde possamos pensar uma sociedade que se afaste cada vez mais do racismo e valorize a população negra enquanto complexa e fundamental para o desenvolvimento do país”, diz.
Por meio de rodas de conversa, oficinas e apresentações artísticas, o coletivo promove um diálogo circular entre o palestrante convidado(a) e os participantes. As ações acontecem na sede e são totalmente gratuitas. Embora seja aberto ao público, o objetivo maior é fomentar cultura para a população preta e periférica.
“Um semestre antes definimos quem serão os convidados e os temas que eles irão abordar, pode ser uma intelectual negra falando sobre seu livro ou um militante dialogando sobre alguma pauta racial. A ideia é ter um espaço diverso, transformador, inventivo e de valorização da aprendizagem, que dialogue com o público e receba cada vez mais a população negra em nossa programação”, explica, Danuza Novaes, gestora cultural e cantora.
Além de Ana e Danuza, o Terça Afro é composto pela psicóloga Jéssica Moura, o ator Harry de Castro, o cantor Mateus Machado, a produtora cultural Bea Reis e o dançarino Victor Julião. Todos responsáveis pela manutenção do espaço e organização dos eventos.
Por todas as trocas e aprendizados, o quilombo faz jus a palavra afeto. Em todas as atividades, o coletivo fornece um acolhedor coffe break. O espaço foi projetado para parecer uma casa e fazer com que os convidados sintam-se a vontade.
Com este formato de trabalho, o Terça Afro também leva suas ações para fora da sede. O projeto já realizou diversos eventos no Sesc, como a série de diálogos sobre territórios de afetos e mulheres negras na tecnologia, que ocorreu em setembro, e outras organizações culturais. Uma das atividades mais pedida é a roda de conversa com temas sobre questões raciais.
Para mais informações, acesse: https://web.facebook.com/tercaafro/
Trabalhar com quem se ama dá certo? Não há estudos sobre isso no Brasil, mas para quem precisa de um caso de sucesso para se inspirar, Lázaro Ramos e Taís Araújo são um belo exemplo de que ter um parceiro pessoal na vida profissional, pode dar muito certo.
O casal lotou a casa de shows Tom Brasil, durante dois dias com a peça imperdível, “O Topo da Montanha”. Quem trabalha com negritude, tem um mês de novembro extremamente ocupado e até estressante. Mesmo assim, com a casa lotada nos dias 19 e 20 de novembro, Tais terminou a curta temporada no Tom Brasil, se declarando ao seu marido por meio do Instagram. Até aí nenhuma novidade, já que os dois se derretem um pelo outro publicamente, o detalhe foi a inspiração da postagem: a admiração da atriz Taís Araújo pelo diretor Lázaro Ramos:
Contada em três atos: Ancestralidade, Melanina Movie e Afro-futurismo, trazendo um olhar diferenciado, a exposição da fotografa Simone Francisco e do visagista Willian Xavier, visa valorizar a cultura afro-brasileira e exaltar a estética fashion, a beleza contemporânea, a beleza crua e um futuro suntuoso. A exposição fica disponível até dia 25 de novembro, sempre das 10h às 18h, no Forte de Copacabana.
Primeiro Ato Ancestralidade – Passado
Segundo os organizadores, o respeito a ancestralidade é honrar e reverenciar a sua história. O primeiro ato é inspirado na beleza inerente à ancestralidade africana, aos rituais e às pinturas corporais tribais, aos tecidos coloridos, às fumaças e a todo seu sincretismo, demonstrando muito da sua particularidade e herança deixadas.
Segundo Ato Melanina Movie – Presente
Soul, Gênero musical surgido nos EUA no início da década de 60, entre os negros. É usado também como adjetivo em referência ao afroamericano. Nos anos 80/90, o hip hop chegou através da fusão do Rap, com ritmos dançantes também de influência rítmica africana, e logo desembarcou no Brasil! Melanina Movie é inspirado em filmes e clipes dos anos 80/90! Com muita cor, agasalhos coloridos, jeans, fumaças e uma identidade black totalmente singular.
Terceiro Ato Afro-futurismo – Futuro
O Futuro é o intervalo de tempo que se inicia após o presente e não tem um fim definido. Na mecânica clássica, é o estado utilizado para dizer algo que está por vir. O terceiro ato Afro-futurismo traz a beleza de uma sociedade futurista suntuosa, onde não vamos precisar enxergar para ver e o sensorial ganha uma maior amplitude, mas sem perder toda a essência divinal presente nas raízes da sua formação no passado.
Além de Narrativa de uma Beleza, Simone Fransisco já está trabalhando em sua nova exposição, “Cores da emoção”, e no protótipo de seu livro, chamado “Por lá, por cá e acolá. “A arte e a fotografia criativa me movem. Poder criar me impulsiona e me oxigena”, afirma a fotografa. Por suas lentes já passaram atores, cantores e modelos consagrados para revistas, como Toda Teen, Lui Magazine,Voyeur Brazil Magazine, Achei, Firsteen, Minha Novela, Quem, entre outras.
O Forte de Copacabana fica na Praça Coronel Eugênio Franco nº 1 – Posto 6, Praia de Copacabana (RJ). A entrada custa R$ 6.