Os crespos, coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual, apresentam nesse mês de dezembro suas primeiras atividades públicas, como parte integrante do projeto “De Mãos Dadas: Afetos Políticos, Contornos Poéticos”.
Na programação, eventos de formação para equipes artísticas contarão com debates com intuito de difundir a reflexão dos temas trazidos com o público durante o processo de criação.
“O projeto contemplado consiste em investigar, através de pesquisa cênica-audiovisual, as possíveis transformações causadas quando se transgredi os espaços afetivos pré-determinados, superando estereótipos e realidades subalternizantes. Serão pesquisas simultâneas que desembocarão na criação de dois espetáculos, um para público adulto e outro voltado para o público jovem.” Explica a companhia teatral.
O evento ocorrerá nas terças-feiras do dia 1 e 8 de dezembro às 19:00h e trarão duas palestras online e gratuitas que terão transmissões pelo youtube da Cia Os Crespos.
A primeira palestra contará com a doutora em Literatura Africana, Aza Njeri, falando sobre “A criação teatral e a transgressão das identidades subalternizadas”, que falará sobre a relação do teatro com o oan-emi e será nesta terça-feira (01).
Já na próxima semana, na terça-feira do dia 8/12, a palestra vai ser ministrada pela filósofa Katiuscia Ribeiro e terá como tema “Matrigestão – As mulheres e suas filosofias de transformação”.
O Coletivo de Historiadores Negros Teresa de Benguela em conjunto com o site de notícias ‘Notícia Preta’ e mais um coletivo de publicitários pretos lançaram nesta quinta-feira (26), uma galeria virtual que expõe estátuas de escravocratas colocadas no Brasil.
O site, nomeado ‘Galeria de Racistas’, foi lançado nessa quinta-feira (26) sendo o resultado de uma extensa pesquisa sobre monumentos brasileiros que homenageiam figuras escravagistas que cometeram diversos crimes contra a humanidade e estão espalhados diante o Brasil.
A ideia do projeto é saber quem são essas figuras e reivindicar a retirada desses monumentos., pensando em saber quem são as figuras e reivindicar a retirada dos monumentos que homenageiam racistas.
A Galeria de Racistas é uma ação afirmativa que tem como objetivo expor a verdadeira história dos escravagistas exaltados que apenas servem como forma de perpetuar o racismo, sendo uma forma de provocar na sociedade a mesma reflexão causada por outros protestos ocorridos no mundo.
Conversamos um pouco com o historiador e um dos idealizadores do projeto, Jorge Santana, sobre o projeto e a ideia de catalogar estatuas que lembram escravistas brasileiros, segundo ele, “ao longo da pesquisa nós encontramos aproximadamente 150 monumentos a partir de 4 categorias: proprietários de escravizados, traficante de escravizados, responsáveis por massacres contra escravizados e defensores da escravidão.”
O entendimento do projeto é que essas figuras não podem permanecer como heróis ou sendo expostos em praça pública, lutando para que o Estado retire os monumentos escravistas e substitua por monumentos em homenagem a negros e indígenas que lutaram contra a escravidão.
Um projeto de lei que intitula a proibição de novas estatuas que homenageiam escravistas também foi pedido.
“A manutenção desses monumentos é um absurdo porque essas pessoas representam uma memória da escravidão que exalta aqueles que foram algozes do genocídio negro e indígenas. Desta forma nós defendemos a revisão desses monumentos como uma política de memória, verdade e justiça sobre a escravidão. Nesse sentido não queremos apagar a escravidão em nosso país, mas queremos que os autores desse crime contra a humanidade sejam vistos como responsáveis de um crime e não como heróis da nação. Por exemplo, Tiradentes é considerado um herói nacional por ter lutado pela ‘liberdade’ quando na verdade teve 6 escravizados. E hoje Temos um feriado nacional em homenagem a ele, além de estátuas pelo Brasil inteiro. Em contrapartida, não temos um feriado nacional para Zumbi dos Palmares que lutou pela liberdade dos escravizados”, concluiu Jorge Santana.
O coletivo catalogou monumentos com sua exata localização para os internautas também possam denunciar e pressionar o poder público para que estas homenagens sejam retiradas imediatamente das ruas do país.
Foto: Fernando Madeira feita durante a cobertura de protesto no Carrefour aqui de Vila Velha, ES.
Ser um consumidor negro é de um peso mental terrível e pode ser perigoso. O que aconteceu com João Alberto – e a escolha de posicionamento do Carrefour Brasil – em se eximir da culpa ao responsabilizar a empresa de terceirizados – denuncia que o discurso de diversidade e inclusão não está chegando a quem atende pessoas negras diariamente e seguimos lidando com racismo em instituições de consumo. Não acredita? Pergunte às pessoas negras à sua volta.
Essas microagressões vêm de todas as partes, seja das instituições ou até mesmo de outros consumidores não-racializados. Em um país racista como o Brasil a célebre frase do “você trabalha aqui” denuncia o olhar enviesado de que – independente da roupa, condição econômica e estar frequentando o mesmo espaço – se você tem um determinado tom de pele só pode estar ali para servir.
Isso quando não somos vistos como ameaça. Como o caso de perseguição policial que ocorreu na semana passada na Cidade de São Paulo. A atividade denominada Caminhada São Paulo Negra, conduzida pela agência de viagem e produção cultural Black Bird Viagem, através das passagens por bairros como Liberdade, Sé e República propõe-se a resgatar a memória das contribuições de pessoas negras em momentos importantes na cidade de São Paulo. Após serem abordados por policiais e mesmo após esclarecerem o motivo de estarem reunidos o grupo foi acompanhado por três horas pela polícia. Imagine a sensação de apreensão ao ser escoltado pelo aparato Estatal que deveria estar ali para te proteger e não coagir, enquanto se faz uma atividade simples.
Essa lógica de apreensão e vigilância em relação à presença de corpos negros se perpetua nas instituições de prestação de serviço ou bens de consumo e denunciamos isso a anos. Somos condicionados a não nos sentir confortáveis em determinados lugares. Saímos de lojas com a nota fiscal na mão para evitarmos ser constrangidos sobre um produto que compramos. Diariamente, somos perseguidos pelo segurança do supermercado, da loja, do shopping. E quantas vezes não somos nem atendidos ou somos mal atendidos por vendedores que julgam que a gente “não tem cara de quem consome”.
Políticas antirracista não contemplam apenas discussões de diversidade e inclusão nas empresas, aumento de funcionários negros no quadro de colaboradores, assim como discutir sobre temas ligados a representatividade em meios de comunicação. Ser antirracista deve passar pela cultura empresarial e essa sem prática de seus colaboradores é apenas um discurso vazio.
O que choca no episódio lamentável de agressão brutal a João Alberto no Carrefour e pergunta que perdura é: quando foi que os estabelecimentos comerciais começaram a normalizar a agressão [e microagressões] a corpos negros? Independente dos clientes que presenciaram a cena e foram omissos a situação, se o discurso antirracista tivesse chegado até a ponta, aquelas pessoas que condenaram João Alberto a morte seriam impedidas por seus pares. Onde estavam os outros colaboradores do estabelecimento no momento que aquele homem gritava por socorro? Não adianta estampar nossos rostos em propagandas, patrocinar nossas causas e promover nossas bandeiras se o seu discurso antirracista não chega a ponta de suas lojas e seguem permitindo que sejamos constrangidos ou até mesmo assassinados ao efetuar atividades cotidianas.
Luís Fernando atualmente é bailarino da Companhia Jovem, da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville (SC). Foto: Alinne Volpato
O projeto idealizado por Ellen Serra completa 10 anos em 2020 e em conversa com o Mundo Negro a diretora do ViDançar contou suas motivações para a criação do projeto e o impacto deixado nas dezenas de crianças que já passaram por lá.
Pensando em mudar a realidade da grande taxa de evasão escolar e gravidez na adolescência Ellen se juntou a uma professora de balé e iniciou o projeto, atendendo inicialmente 14 meninas da antiga comunidade da Skol. Como requisito para a participação das aulas de balé clássico, as inscritas precisam mostrar a carteira de vacinação em dia, estar matriculada em uma rede de ensino e comprovar assiduidade.
Após algum tempo de projeto e acompanhamento das crianças, Ellen notou que havia potências naqueles espaços, e acreditando no potencial daquelas crianças, passou a inscrevê-las em escolas profissionais de dança. Luís Fernando Rego e a Larissa foram os primeiros jovens do projeto a serem aprovados na escola de dança Maria Olenewa do Teatro Municipal (Primeira e mais importante instituição de ensino de balé no País) e atualmente mais de 20 crianças já foram aprovadas em outras instituições profissionais.
Balé na pandemia:
Fotos: Arquivo Pessoal
“O balé clássico é uma atividade que exige muito muita disciplina.” Conta Ellen Serra
O projeto vem crescendo mais a cada ano, e em 2020 não foi diferente. Porém, com a pandemia como obstáculo as idealizadoras precisaram se reinventar para que as crianças não ficassem paradas, decidiram também realizar ações para impactar ainda mais vidas em um momento tão delicado. As aulas on-line foram anunciadas e mais de dezenas de crianças de outras comunidades do Rio de Janeiro foram contempladas com o ensino de balé clássico a distância.
O projeto não se limita a dança, as idealizadoras do ViDançar mantêm um comprometimento com a comunidade como um todo, e durante os piores momentos da pandemia movimentaram redes de doações através de parcerias com Instituições filantrópicas como Gerando Falcões e Voz das Comunidades e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cestas básicas, cartão vale mercado e kits de higiene básica para a prevenção do coronavírus foram distribuídos pela comunidade. E outros suportes são dados através da visita de um coordenador local, que auxilia as pessoas que não tem acesso à internet.
Impacto do projeto ViDançar:
“Nós tivemos durante 3 anos 97% de aprovação nas escolas por conta das exigências do projeto.” Conta Ellen, orgulhosa.
Ter crianças pretas e periféricas se interessando e atuando em uma área tão elitizada quanto o balé clássico é de muito orgulho, e o projeto ViDançar é responsável por tirar a ideia de um caminho único de vida da cabeça de muitas crianças e jovens favelados e apresentar a eles um mundo de opções.
Ellen nos contou que o impacto do projeto se estende, além de apresentar opções para as crianças, famílias são aproximadas e através da dança algumas crianças podem ter o mínimo, que é a alegria de um lar saudável.
Grata com os resultados, a idealizadora do projeto ainda contou sobre o desempenho de seus bailarinos:
“(…) Além de conseguirem acessar com talento, com persistência, com garra, com resiliência, eles acabam se tornando os melhores alunos dessas escolas.”
A diretora do ‘Projeto ViDançar’ falou sobre a gratidão dos alunos ser demonstrada através de seus resultados, no olhar de Ellen, que citando Nelson Mandela reforçou que acredita na educação como única forma de mudar o mundo, a vontade dos jovens em almejar uma mudança na vida através da dança traz os melhores resultados.
No dia 17 de dezembro, a chef Aline Chermoula vai te ensinar, em uma aula aberta e gratuita, como fazer o Jambalaya, um prato típico do Oeste africano, que também é muito consumido em países da diáspora africana aqui nas Américas e é o carro chefe de seu empreendimento, Chermoula Cultura Culinária.
Você vai assistir ainda uma explicação detalhada do contexto histórico e cultural dos ingredientes utilizados e do prato em si, além de uma abertura para várias culturas que muitas vezes são ignoradas pela grande mídia e pelo circuito gastronômico brasileiro.
A oficina terá uma hora de duração e será realizada no canal no YouTube da Aline Chermoula.
Já que estamos falando em diversificar, resgatar, honrar nossas raízes, você conhece o Kwanzaa, o “Natal Africano”? Ele é baseado em sete princípios, um para cada dia de comemoração: unidade, autodeterminação, trabalho coletivo e responsabilidade, cooperativa de economia, objetivo e criatividade. Quer saber mais? O Mundo Negro contou essa história. Veja aqui.
A 4a Edição do Festival Segunda Black, que homenageará os 150 anos do nascimento de Benjamim de Oliveira e o 30° aniversário do Bando de Teatro Olodum, selecionou produções artísticas negras de todo país, consiste na realização de mostra não competitiva de performances ou experimentosteatrais nas modalidades de artes cênicas adulto, tendo como objetivos fomentar as artes cênicas, promover o intercâmbio, as atividades de formação e debates entre artistas e profissionais da área, destacar e divulgar novos talentos e dar continuidade ao movimento criado pelo TEN – Teatro Experimental do Negro –: Inspirar e fortalecer a criação de novas narrativas a nível nacional e internacional.
Além das performances, o Festival terá, em sua abertura, uma masterclass com a professora Leda Maria Martins, às 15h abordando o tema da Memória, um dos eixos curatoriais desta edição. E, no dia 07 de dezembro, no mesmo horário, haverá uma roda de conversa com perspectivas para o fomento e difusão para as artes negras da cena com Hilton Cobra (Ex presidente da Fundação Palmares), Aline Vila Real (Diretora de Artes da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte), Galiana Brasil (Gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural) e Marcos Rego (Gerente de Cultura do Sesc Departamento Nacional).
Desde sua concepção, o projeto preza pela formação dos artistas e de plateia. Nesta edição, tendo a internet como plataforma, há a oportunidade de expandir os horizontes pelas fronteiras fluidas do mundo virtual, permitindo que o público de diferentes partes do Brasil – e também da lusofonia -, possa ter acesso a essas criações artísticas que nas edições anteriores ficaram limitadas à presença física no mesmo espaço-tempo. O Segunda Black encoraja e instiga a inovação como forma de construir um amanhã, portanto, é imprescindível que esta construção seja lúcida da realidade de seu tempo histórico. E a História está no convocando a ressignificar, repensar e produzir novas maneiras de refletir o mundo.
A realização do projeto em formato online, irá gerar postos de trabalho, mesmo que temporários, em um cenário de desemprego e instabilidade econômica. Fomentar o festival em formato digital é proporcionar aos artistas participantes possibilidades de experimentações artísticas alinhadas a linguagem do audiovisual e da transmissão online. Construindo assim narrativas cênicas e performáticas de corpos negros em diálogo com aparatos tecnológicos.
O Monumento da Cruz Caída — Praça da Sé, Pelourinho, recebe nesse sábado (28), às 15h30, a 2ª edição do “Desfile Manifesto Navio Negreiro — tempos atuais”. O evento é uma realização da FOCUS Moda & Produções, com apoio da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM), Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS (GAPA Bahia) e a União de Negros pela Igualdade (Unegro).
A entrada para o evento é gratuita, no entanto, é obrigatório o uso de trajes brancos para assistir as atividades —que serão voltadas ao teatro, seguido por um desfile de moda. A manifestação em forma de espetáculo contra o racismo, genocídio, feminicídio e intolerância religiosa, segundo o idealizador do projeto e criador da Focus Moda, Jonas Bueno, faz um paralelo entre a antiguidade e os dias atuais.
“Todo camburão existe um pouco de navio negreiro. Por isso a gente aborda o espetáculo de 1500 anos atrás aos dias de hoje, falando sobre genocídio, feminicídio, intolerância religiosa, racismo, fazendo com que o jovem se perceba nesse universo de tanta crueldade com nossos povos e corpos. A intenção do evento é sensibilizar e motivar o outro a agir diferente dentro dessa realidade que vivemos”, pontua Jonas.
SARAU CULTURAL “MOVIMENTE-SE NEGRO”
Na sequência de ações, a FOCUS Moda & Produções realiza no próximo dia 5 de dezembro — sábado, às 10h, no Espaço Cultural Casarão das Artes (Setor 1), o sarau cultural “Movimente-se Negro”, com ações voltadas para música, dança, poesia, desfiles, cinema, teatro, sorteio, hip-hop, bate-papo, dinâmicas variadas, além do espetáculo “Na Pele Preta” e a exibição do filme “Na Quebrada” (2014).
Contra o genocídio da juventude negra, o sarau terá inscrições abertas para jovens e adolescentes no entorno dos bairros de Fazenda Coutos, Paripe e Lagoa da Paixão, com idade entre 16 e 25 anos. Após a primeira apuração, os candidatos passarão por uma seletiva interna para identificar seus potenciais e as condições sociais em que vivem.
Com foco no acolhimento, o sarau cultural promove a participação ativa dos jovens, ausente de qualquer tipo de preconceito na cooperação com as atividades e apresentações. O projeto contará também com um espaço de microfone aberto para o público que queira apresentar intervenções artísticas, a exemplo de cantos, danças ou recitais.
A caminho da 2ª edição, o “Movimente-se Negro” surge com o intuito de reforçar o diálogo artístico cultural com a juventude negra do subúrbio ferroviário de Salvador, recrutando jovens de comunidades carentes para somar às atividades ao decorrer do projeto.
A ideia, segundo Jonas Bueno, “é apresentar ações já existentes nos núcleos de arte Focus, como o ‘Desfile/Manifesto Mona Crespa’, ‘Garoto e Garota Ewá’, e o espetáculo de ‘Genocídio Negro Rei’, que em suas diversas edições levou ao público discussões de extrema importância social, falando sobre genocídio do jovem negro, luta contra o racismo, feminismo, intolerância religiosa, feminicídio e diversidade de gênero. Essa iniciativa foi idealizada a partir da necessidade de mostrar aos jovens negros e negras que existe lugar para eles no mundo da arte, onde infelizmente sempre foi um espaço de pouca representatividade”, ressalta.
Programação
O sarau cultural “Movimente-se Negro” contará com a apresentação de oficinas de turbante; grupo de rap local; prosa preta com os temas feminismo, empoderamento, saúde mental dos jovens e “mulheridade”; cinema na quadra; oficinas de dança afro, poesias e rimas.
O evento será transmitido e salvo na rede social da FOCUS Moda & Produção (Instagram) na quadra da comunidade da Lagoa da Paixão. A lotação máxima estará reduzida a 30 pessoas, respeitando as leis municipais de prevenção contra o novo coronavírus (COVID-19).
O sarau “Movimente-se Negro” é uma realização da FOCUS Moda & Produção, Terre des Hommes Schweiz eCIPÓ — Comunicação Interativa, com apoio do Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS (GAPA Bahia) e a União de Negros pela Igualdade (Unegro).
SERVIÇOS
2ª edição do Desfile Manifesto Navio Negreiro Quando: sábado (28), às 15h30; Onde: Monumento da Cruz Caída — Praça da Sé, Pelourinho; Entrada Franca | Traje branco obrigatório;
Sarau Cultural “Movimente-se Negro” Quando: sábado (5), às 10h; Onde: Espaço Cultural Casarão das Artes (Setor 1);
O autor e produtor de conteúdo Diego Queiroz apresenta seu novo livro “Todo amor do mundo” – em pré-venda exclusiva na Amazon. O livro, que é o segundo do escritor, narra o amor em suas mais diversas formas. Fala de paixões, afetos e vulnerabilidades e destaca a humanidade em sua forma mais pura.
“…o amor não é uma coisa só. Ele está em tudo que é importante para quem sente. Pode ser uma pessoa, uma coisa, um destino, uma memória, uma história, expectativa e realidade. Pode ser um sonho ou até mesmo uma decepção. Às vezes suave, às vezes feroz. Machucando e curando. Sendo simples e complexo. E até ausente. Porque para falar de amor, também é preciso falar da falta dele.”
Além disso todo projeto foi desenvolvido por profissionais pretos. Ilustracão, revisão, diagramação, capa… Em uma versão Tupiniquim de Wakanda, ele reuniu uma equipe inteira de talentosos artistas de nossa comunidade para tornar a publicação uma realidade. Com ilustrações de @KoraIlustra, o livro será lançado no dia 12/12, mas você já pode garantir em pré-venda autografada clicando aqui.
“É importante ir contra a hegemonia e entender que ocupar diversos espaços é uma das maneiras de contribuir na luta anti-racista.” Diz Helder Fruteira
Helder Fruteira, diretor criativo e Gabi Brites, diretora-executiva apresentam ao mercado a LADYBIRD, uma produtora criativa audiovisual que constrói e vivencia narrativas diversas. O time é composto por profissionais diversos, que contam diferentes histórias e experiências. Sandra Othon, é a responsável pela produção executiva; Mari Santos e Monique Lemos, na estratégia; e os diretores Aisha Mbikila, Diego Martins, Giorgia Prates, Hudson Rodrigues, Lili Fialho, Luisa Dalé e Zoe Guglielmoni.
“Essa empresa que representa a junção de esforços, onde fazemos o que acreditamos. A gente não abre câmera se não acreditar no projeto. (…) A mudança vem quando você impacta vidas reais diariamente.” diz Helder Fruteira ao Mundo negro
A proposta da LADYBIRD é de através da diversidade de seus idealizadores, poder levar um conteúdo mais diverso para o audiovisual, podendo representar diferentes pessoas e narrar outros tipos de histórias, que antes eram silenciadas.
“Como resultado desta equipe diversa, conseguimos oferecer, a cada trabalho, recortes contemporâneos, permitindo processos de aprendizagem e promovendo transformações sociais visíveis”, diz Helder Fruteira, diretor criativo da LADYBIRD, que concorre essa semana como “Jovem Realizador”, uma categoria de um festival chamado “El Ojo” um importante festival de publicidade e propaganda da América Latina e Países Ibéricos que reúne talentos do mundo inteiro para debater o futuro da comunicação.
Em um mercado predominantemente branco e masculino é importante se atentar as questões de inclusão desde os bastidores até as telas, e dessa forma, se preparar ir contra essa realidade levando equidade racial e de gênero para a Indústria Audiovisual Brasileira e ocupando esses espaços;
“Estamos passando por um período de profundas transformações dentro da sociedade, onde lutamos por um mercado verdadeiramente plural. É preciso haver uma real diversidade estrutural nos diferentes campos de atuação dentro do universo audiovisual. Esse mercado é muito amplo e existem milhares de novos talentos e outras narrativas, perspectivas e trajetórias a serem contadas.” destacou Helder, sócio da LADYBIRD
Sobre a LADYBIRD:
Nossa criatividade nasce da complementariedade, do comprometimento coletivo, dos novos olhares, da agilidade e dos pontos de vista plurais e únicos. Transformamos identidade em linguagem. Transformamos os caminhos que já percorremos em caminhos que só nós podemos percorrer. Nos orgulhamos de tudo que somos e exploramos tudo o que podemos ser.
A LADYBIRD conta como sócio o Grupo Papaki e atua na produção e na direção de brand content, filmes publicitários, canais de YouTube e séries. Entre os projetos realizados pela empresa estão os filmes para Unilever, Itaú, Nestlé e Salt Our Nature (marca americana de produtos naturais voltada para mulheres) e clipes para SomLivre e Universal.
De acordo com o IBGE, os negros representam 57% dos brasileiros, mas ainda são os mais desfavorecidos no que diz respeito a inclusão no mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, em 2019 os negros representavam 64% das pessoas desempregadas no Brasil e o racismo é o que mantém pessoas negras fora do mercado de trabalho.
Algumas grandes empresas estão adotando medidas exclusivas para a inclusão de negros no mercado, como processos seletivos para pessoas negras, mas a ausência de representatividade preta no mercado ainda é grande e quando se trata de cargos de liderança os números são ainda menores.
De olho nessa situação, o empreendedor paulista Laudo Nascimento acaba de lançar no mês da Consciência Negra o site povopreto.com.br. O objetivo é cadastrar de forma gratuita todos os prestadores de serviços negros, independente da área de atuação.
“Queremos ter diaristas, mecânicos, tatuadores, cabeleireiros, encanadores, psicólogos, advogados, arquitetos, médicos, dentistas, fisioterapeutas, etc… Queremos o black money primeiramente circulando entre nós pretos, pois nossa representatividade começa por nós quando consumimos produtos e serviços do nosso povo preto.”, define Laudo.
A plataforma de serviços quer funcionar como uma vitrine digital para profissionais negros, em grande parte invisibilizados pelo mercado.
“Muitas pessoas têm aquela desculpa de dizer que não contratam negros porque não sabem em qual lugar encontrar. Agora com a plataforma já vão poder conhecer.”, afirma o empreendedor.
O serviço é totalmente gratuito para pessoa física. Já para empresas que queiram se cadastrar no site é cobrado um valor simbólico de adesão, de R$ 47,00. A contribuição visa ajudar na manutenção da iniciativa, que está sendo financiada com recursos próprios.
Diante do cenário atual, de grande racismo estrutural e institucional, iniciativas como a do Laudo procuram estabelecer um parâmetro na luta por maior igualdade racial no Brasil. E assim contribui para que daqui pra frente mais negros possam ter a oportunidade de crescer nas empresas e liderar grandes companhias.
Sobre Laudo Nascimento:
O empreendedor paulista Laudo Nascimento, atuou na área financeira de grandes empresas de automação bancária. Também atuou na área financeira de um tradicional grupo hoteleiro irlandês e uma instituição financeira britânica. Em 2009, ele começou empreender no comércio varejista. Por fim em 2018, Laudo iniciou um novo projeto no Brasil, empreendendo no setor de hospitalidade. Em agosto de 2020, Laudo Nascimento decidiu fazer algo de peso com impacto social positivo visando a população preta no Brasil. Foi daí que surgiu a projeto povo preto, uma plataforma de serviços que funciona como uma vitrine digital para prestadores de serviços do povo preto, que visa dar visibilidade a profissionais pretos, pretas & pretxs, além de incentivar o consumo solidário de serviços entre o povo preto e pessoas não racistas em nossa sociedade.