Coletivos pretos lançam galeria de arte que expõe monumentos racistas no Brasil

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Coletivos pretos lançam galeria de arte que expõe monumentos racistas no Brasil
Imagem: Estátua de Tiradentes

O Coletivo de Historiadores Negros Teresa de Benguela em conjunto com o site de notícias ‘Notícia Preta’ e mais um coletivo de publicitários pretos lançaram nesta quinta-feira (26), uma galeria virtual que expõe estátuas de escravocratas colocadas no Brasil.

O site, nomeado ‘Galeria de Racistas’, foi lançado nessa quinta-feira (26) sendo o resultado de uma extensa pesquisa sobre monumentos brasileiros que homenageiam figuras escravagistas que cometeram diversos crimes contra a humanidade e estão espalhados diante o Brasil.

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A ideia do projeto é saber quem são essas figuras e reivindicar a retirada desses monumentos., pensando em saber quem são as figuras e reivindicar a retirada dos monumentos que homenageiam racistas.

A Galeria de Racistas é uma ação afirmativa que tem como objetivo expor a verdadeira história dos escravagistas exaltados que apenas servem como forma de perpetuar o racismo, sendo uma forma de provocar na sociedade a mesma reflexão causada por outros protestos ocorridos no mundo.

Conversamos um pouco com o historiador e um dos idealizadores do projeto, Jorge Santana, sobre o projeto e a ideia de catalogar estatuas que lembram escravistas brasileiros, segundo ele, “ao longo da pesquisa nós  encontramos aproximadamente 150 monumentos a partir de 4 categorias: proprietários de escravizados, traficante de escravizados, responsáveis por massacres contra escravizados e defensores da escravidão.”

O entendimento do projeto é que essas figuras não podem permanecer como heróis ou sendo expostos em praça pública, lutando para que o Estado retire os monumentos escravistas e substitua por monumentos em homenagem a negros e indígenas que lutaram contra a escravidão.

Um projeto de lei que intitula a proibição de novas estatuas que homenageiam escravistas também foi pedido.

“A manutenção desses monumentos é um absurdo porque essas pessoas representam uma memória da escravidão que exalta aqueles que foram algozes do genocídio negro e indígenas. Desta forma nós defendemos a revisão desses monumentos como uma política de memória, verdade e justiça sobre a escravidão. Nesse sentido não queremos apagar a escravidão em nosso país, mas queremos que os autores desse crime contra a humanidade sejam vistos como responsáveis de um crime e não como heróis da nação. Por exemplo, Tiradentes é  considerado um herói nacional por ter lutado pela  ‘liberdade’ quando na verdade teve 6 escravizados. E hoje Temos um feriado nacional em homenagem a ele, além de estátuas pelo Brasil inteiro.  Em contrapartida, não temos um feriado nacional para Zumbi dos Palmares que lutou pela liberdade dos escravizados”, concluiu Jorge Santana.

O coletivo catalogou monumentos com sua exata localização para os internautas também possam denunciar e pressionar o poder público para que estas homenagens sejam retiradas imediatamente das ruas do país.

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