Miya Ponsetto foi presa por agressão no dia 7 de janeiro - Foto: Reprodução Twitter
Imagine a cena onde um pai está com seu filho adolescente, ambos negros, estão dentro de um hotel e do nada, uma mulher branca grita, corre e pula em cima do jovem o acusando de ter roubado seu celular sem nenhuma prova.
O caso aconteceu no final de dezembro nos EUA. Miya Ponsetto, de 22 anos, sentiu falta do seu telefone ao sair do banheiro e atacou Keyon Harrold Jr., de 14 anos, filho do jazzista e vencedor do Grammy Keyon Harrold, o acusando de ter roubado seu celular. A agressão que aconteceu em Nova York, foi registrada em vídeo e viralizou nas redes sociais.
O telefone da agressora foi encontrado dentro de um carro do Uber que ela havia usado antes de ir ao hotel e devolvido a ela, que logo em seguida retornou para sua residência na California, crente que não teria que lidar com as consequências.
Nessa última quinta-feira, 7 de janeiro, Policiais do condado de Ventura coordenaram com o Departamento de Polícia de Nova York uma ação para prender Miya, por agressão, em frente à sua casa em Piru, Califórnia. Ela se recusou a ser detida e teve que ser retirada à força do seu carro.
A advogado da agressora Sharen Ghatan, disse que o caso não tem nada a ver com raça e que a sua cliente sofre de crises de ansiedade.
Em uma entrevista ao “Good Morning America” em 29 de dezembro, Harrold Jr. disse que seu filho ficou “em estado de choque” com o incidente.
O projeto “Tu Maracá! – Brincantes Online” promove durante o mês de janeiro três oficinas inseridas no universo do Maracatu, manifestação popular da cultura pernambucana. As aulas serão realizadas em ambiente virtual e conduzidas por três artistas: Nefertiti Coutinho (PE) ministra a Oficina de Dança do Maracatu de Baque Virado; Natielly Santos (BA) será responsável pelas aulas de Preparação Vocal e Ricardo Costa (BA) por conduzir as aulas de percussão.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.
O projeto tem direção geral do coreógrafo baiano Ícaro Ramos, que fala sobre o papel das oficinas na construção da obra coletiva que será apresentada em março.
“As oficinas online Tu Maracá surgem a partir da necessidade de termos mais ferramentas para o nosso processo de criação. Elas vão servir como um dos pontos iniciais para criar a nossa obra. A partir disso, se torna importante que a gente aprofunde mais ainda nossos conhecimentos sobre as danças de Maracatu, sobre preparar a voz e entender mais sobre a percussão desses Maracatus”, explica o diretor.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até às 23 horas do dia 11 de janeiro. O resultado da seleção será divulgado no Instagram do projeto (@tu_maraca). As aulas acontecem no turno da tarde, a partir do dia 12 de janeiro, com dois encontros.
Dança de Maracatu de Baque Virado: 12 e 19 de janeiro (terças), de 14:30 às 15:30;
Preparação Vocal: 14 e 21 de janeiro (quintas), de 14:30 às 15:30;
Percussão: 16 e 23 de janeiro (sábados), de 13 às 14h.
O tão comentado filme ‘Queen & Slim‘ de Melina Matsoukas teve sua estreia nos cinemas brasileiros cancelada por causa da pandemia. Com Daniel Kaluuya, indicado ao Oscar por “Corra!”, e a novata Jodie Turner-Smith, no filme, os dois jovens negros se conhecem por um aplicativo e saem juntos.
Mas o que era para ser uma noite agradável se transforma numa fuga desesperada depois que o casal é abordado por um policial racista. Infelizmente longe de ser a exceção em encontros do tipo, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil, e a noite acaba com abuso, tiros e uma morte. Sem saber como agir, o par sai da cidade, sem a menor ideia de para onde ir e o que fazer.
Daí em diante, a história toma um rumo cheio de suspense e drama. Os dois decidem cruzar os Estados Unidos por estradas vicinais a cada cidade por que passam, aumenta a perseguição policial, que aumenta a ajuda recebida por eles pelas comunidades negras locais e insufla os protestos antirracistas e o processo de transformar os dois em heróis marginais.
O filme estreia nesta sexta no Telecine Premium às 22 horas.
Familiares fazem protesto no domingo (03) em busca dos meninos
Após 12 dias desde o desaparecimento de três meninos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, as famílias continuam sem respostas e a polícia civil responsável sobre o caso sem dar nenhuma explicação do paradeiro de três crianças desaparecidas.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), informou que policiais já analisaram imagens de mais de mais de 40 câmeras de segurança que poderiam ter registrado o trio, mas nenhuma delas flagrou Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Fernando Henrique, de 11, que estão desaparecidos desde o dia 27/12/2020.
Os meninos saíram para brincar em um campo de futebol perto de casa e não voltaram mais. Na manhã desta quinta-feira, policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da DHBF realizam uma operação no bairro Castelar em busca de informações.
Os familiares dos meninos também estão reclamando da demora na investigação, e dizem que ainda não receberam qualquer atualização relevante por parte da polícia. No domingo, parentes das crianças fizeram um protesto pedindo solução para o caso. Ontem, as mães foram ouvidas na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e o delegado responsável pelo caso afirmou que “não descarta nenhuma hipótese”.
Pistas falsas levaram os familiares das crianças a diferentes locais, como Campo Grande, Santa Cruz, Central do Brasil e Flamengo, todos no Rio. Não bastasse isso, a mãe de um dos garotos contou que foi vítima de uma tentativa de extorsão.
“Na última terça-feira (05), dois amigos dos garotos prestaram depoimento e buscas foram realizadas em uma área de mata apontada como local para onde eles teriam ido. As investigações continuam”, informou a corporação através de nota.
Denúncias sobre o desaparecimento de Lucas, Alexandre e Fernando podem ser repassadas ao Disque Denúncia, através do telefone: 2253-1177 ou entrar em contato com a Fundação da Infância e Adolescência pelos telefones 2286-8337 ou 98596-5296.
A estudante de jornalismo e produtora cultura Rafaela Lohana - Foto: Divulgação
“Desde pequena eu sempre tive planejamentos e objetivos muito claros do que eu queria fazer da minha vida”. A produtora cultural e estudante de jornalismo, de 23 anos, Rafaela Lohana faz parte dessa nova geração de mulheres negras que reconhecem os sacrifícios dos que vieram antes dela para que ela tivesse mais oportunidades na vida.
A jovem da baixada fluminense, descende de uma família onde quase todas as mulheres trabalham como doméstica. “Eu falo por mim, estar viva é resistência. A minha família poder me apoiar a estar em lugares onde não tenha rostos como o meu, é resistência. Todas as minhas conquistas , não são só minhas, são de um avanço do que é ser preto e da minha história”, reflete Rafaela que participou de um programa de mentoria voltado para mulheres negras promovido pela Seda em parceria com os Institutos ID_Br e Plano de Menina.
“Eu planejei fazer faculdade , era um dos meus objetivos e para chegar até aqui eu tive que passar por muitas etapas pensadas antes da mentoria onde eu aprendi uma forma de organizar melhor esses planejamentos para os meus sonhos futuros” explica a estudante.
Ainda sobre a experiência de mentoria, feita por meio de um grupo no WhastApp, Rafaela conta que as conversas e exercícios, a ajudaram a tirar seus projetos do plano abstrato. “A gente olha para o que a gente quer, de uma forma fora da caixinha e pensa nas melhores estratégias dentro da nossa realidade que podem ser feitas para conseguir esse objetivo. Pessoas com o meu perfil, mulher , jovem negra, que moram na periferia do Rio de Janeiro que trabalham e estudam ao mesmo tempo, têm irmãos, família, uma casa para sustentar, bom é, importante a gente sonhar fora de uma realidade tão dura como a que a gente tem no dia a dia, mas também é importante para gente, planejar o que a gente quer de verdade, para tentar sair da inércia”.
Sobre síndrome do impostor, muito comum em mulheres negras que ocupam espaços com pouca diversidade, Rafaela reflete sobre a necessidade de celebrar nossas conquistas. “As pessoas sempre postam a chegada, mas ninguém posta a corrida, o processo, como foi, o que você perdeu e o que tem atrás da vitória. É importante a gente passar e pensar no processo. Eu quero saber como posso aprender até nas decisões erradas que eu tomei. Falando de mim mesma, muitas vezes eu esqueço das pequenas coisas que eu conquistei na vida. Da medalha que consegui como melhor aluna do 9º ano à ter conseguido um diploma de produtora de eventos e conseguido passar no vestibular. Todas as minhas tias são empregadas domésticas. Você planejar a sua vida e se sentir merecedora de onde você está, mesmo que com pouco, é muito importante. Eu sou muito grata e me sinto merecedora de conquistar tudo o que eu conquistei hoje”, finaliza a estudante.
O homem eleito era branco, dos olhos azuis e barba loira. Usava peles de animais, chifres na cabeça e possuía tatuagens com símbolos fascistas. Apesar de ser declaradamente supremacista, estar cometendo um crime, debochar das forças policiais, nada disso impediu que fosse alvo de desejo de feministas brancas.
Nós, mulheres negras e indígenas, apontamos o grande escárnio sobre nossa dor, mediante o ato simbólico de avanço da supremacia branca, e rapidamente fomos lançadas aos estereótipos racistas de briguentas e ignorantes.
Como não sabíamos que se tratava apenas de uma brincadeira?
Não sabemos usar as redes sociais?
Não sabemos o que é feminismo?
As mesmas pessoas brancas que há poucos dias apoiavam as “vidas negras importam” nos rotularam de “castradoras de tesão alheio” em defesa do seu direito de desejar um supremacista.
Ora, que tipo de pessoa sente tesão em um racista, senão outro?
O desejo é fruto das relações sociais, que por sua vez, são desiguais em termos de poder-raça. Nesse sentido, mulheres brancas apresentaram seu tesão reprimido em pureza racial.
Enquanto o branco supremacista tem espaço para a dita “brincadeira” pela sua estética lida socialmente como bela, homens negros INOCENTES são assassinados apenas pelo fenótipo, ou seja, pela sua estética.
Enquanto homens brancos racistas deixam clara sua intenção sádica, mulheres brancas racistas costumam fazer recurso da fragilidade e pureza feminina branca, criação ocidental novecentista, para se blindar das acusações de racismo e se colocarem no lugar de vítima.
“Nunca fique sozinho com uma mulher branca”. De onde vem esse jargão? Medo.
Na raiz está a episteme ocidental, que como dita seu modelo ideal, tem pai e mãe. Mulheres brancas podem ser e frequentemente são nocivas.
A polícia e o Estado, instituições de opressão por excelência, são fruto da mesma episteme ocidental antinegra e anti-indígena. Apesar do lugar de subalternidade se comparadas ao homem branco, mulheres brancas, sempre tiveram um lugar nessas instituições.
Outrora, durante o processo de escravização, mulheres brancas sustentavam a posição de vítima mediante o sexismo do senhor do engenho e castigavam mulheres negras, tidas como jezebéis. No século XIX, ocorreu uma inflexão no pensamento cristão sobre as mulheres brancas que deixaram de serem lidas enquanto sedutoras sexuais para serem musas inspiradoras, naturalmente boas, inocentes, virtuosas, não sexuais e mundanas. Para hooks (2014, p. 24) este processo foi uma espécie de exorcismo ao livrar as mulheres brancas “da maldição da sexualidade” tornando-as um espelho da virgem Maria.
O mesmo processo não ocorreu com mulheres negras, que tiveram sua imagem atrelada à luxúria e à maldade. Enquanto os brancos adotavam uma postura moralista, desde o tráfico de pessoas africanas até o pós-abolição, o homem e a mulher negra eram vistos como “selvagens sexuais”. Assim, as mulheres brancas acreditavam que a “pureza espiritual” do homem branco estava sendo seduzida pela mulher negra, a “Jezebel” que o levava ao pecado (hooks, 2014). Neste sentido, a mulher branca compartilhava o racismo do homem branco. Há relatos de mulheres brancas que perseguiam e torturavam mulheres negras, enciumadas por estas fazerem dos homens brancos “suas vítimas”.
Atualmente, podemos apontar as ações de algumas pfems que se autointulam contra a agressão de mulheres, ao mesmo tempo, que falam que “mulher de bandido tem que apanhar”. Além dos projetos de leis supostamente feministas e eminentemente racistas como a Lei Antibaixaria, que visam a perseguir apenas estilos musicais negros.
Durante as críticas ao desejo de feministas brancas, mulheres negras e indígenas tiveram seus perfis no Twitter denunciados e foram ameaçadas de processo. Esta tática costumeira sublinha o poder de mulheres brancas dentro da supremacia, ao mesmo tempo que utiliza do imaginário novecentista de inocência de brancas, ao se colocarem no lugar de vítima e criminalizarem pessoas negras e indígenas apenas por falarem.
Se houve algum tipo de castração neste cenário, nitidamente foi do direito de crítica negra-indígena. Brancas acadêmicas também fizeram uso de seus estudos em relações étnico-raciais para legitimar suas ações em defesa de seu desejo. Quando homens negros e indígenas se juntaram à nossa crítica fomos rotulados como um todo de milicianos.
Vejam bem, estamos caminhando aos 3 anos da morte de Marielle, sem saber quem mandou matá-la. Esse tipo de comentário que coloca os movimentos negros-indígenas no mesmo lugar da milícia que brutalmente assassinou uma mulher negra, é no mínimo sádico.
O caso de Madalena Gordiano foi outro dia.
Lá estava encenada a base da família cristã onde a mulher branca exerceu um papel fundamental, o de sinhá.
A filha, médica, que teve seu curso custeado pela pensão de Madalena, ao ser denunciada nas redes sociais, fez o uso da mesma estratégia de inocência e fragilidade de brancas se declarando “vítima de um linchamento público de maneira covarde”. Percebam como essa estratégia antiga e secular, retira a perversão da escravidão em nome da pureza e sacralidade da mulher branca.
O colonialismo está presente em todos os âmbitos de nossa vida, conseguimos senti-lo. O trauma do passado se torna vivo no presente, fazendo com que qualquer espaço de tensão racial se torne uma colônia metafórica. “De repente, “patrões” se tornam sinhás/senhores simbólicas/os e negras/os através do insulto e da humilhação tornam-se escravizadas/os figurativas/os” (KILOMBA, 2019, p. 157).
Rever privilégios é uma invenção liberal risível pois branquitude é um espaço de poder. Este necessita ser o alvo.
Feminismo branco é uma face da supremacia branca desde seu nascimento. O frágil elo entre mulheres brancas e não brancas sempre foi conturbado. Desde o movimento sufragista, feministas brancas apelaram ao homem branco pela solidariedade racial mostrando sua face racista.
No cenário atual de sofisticação das dinâmicas raciais em meio ao capitalismo racializado, a nossa saída precisa ser cada vez mais de união entre os movimentos negros e indígenas. Nossos mais velhos e mais velhas já ensinaram que o quilombo só teve sucesso pois primeiramente pediu licença aos donos da terra, os povos indígenas.
Que 2021 seja um ano de avanço de todas nossas lutas.
Referências:
hooks, bell. Não sou eu uma mulher: mulheres negras e feminismo. Plataforma Gueto, 2014.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. São Paulo: Ed. Cobogó. Tradução: Jess Oliveira, 2019.
Editora e Coordenadora da Revista Odù: Contracolonialidade e Oralitura. Doutoranda em Antropologia Social na UFSC. Autora do livro “Para Além da Imigração Haitiana: Racismo e Patriarcado como Sistema Internacional”. Autora da dissertação: “Defeito de Fabricação”: Maternidades Negras. Trabalha com Maternidade Negra, Afroperspectivismo, Contracolonialidade e Cosmopolíticas Afroindígenas.
Em comparação com o mesmo período do ano de 2019, em 2020 os números de jovens negros contratados para programas de estágio e trainee mais que dobraram. De janeiro a dezembro do último ano, o número de contratações de jovens negros tiveram um aumento de 118% nesses programas, segundo Cia de Talentos.
2020 foi um ano problemático para a comunidade negra, marcado pelos protestos do movimento ‘Vidas Negras Importam’, no Brasil, por conta do crescimento dos protestos, houve um aumento pela busca de medidas antirracistas que foram adotadas pelas empresas.
Em grandes empresas brasileiras o número de contratações de jovens negros nesses programas teve um aumento de 42%. No geral, foram 60 companhias pesquisadas para a análise comparativa. “Nesse ritmo, veremos uma realidade muito mais diversa nos cargos de liderança dessas organizações até 2025”, afirma Sofia Esteves, fundadora do Grupo Cia de Talentos, em comunicado sobre o estudo.
O esperado é que os números cresçam cada vez mais e que as ações e políticas antirracistas das empresas permaneçam na “moda”. Dessa forma, mais jovens negros estarão empregados e com espaços no mercado de trabalho, mudando o cenário atual, em que segundo o IBGE 65% dos desempregos do país são jovens negros.
Uma publicação recente no twitter de LeBron James confirma que o astro está pensando em se tornar proprietário do Atlanta Dream, da WNBA a liga feminina de basquete está atualmente sob o controle de Kelly Loeffler, senadora republicana dos EUA, que é publicamente conservadora.
O interesse principal do atleta está no âmbito social, LeBron pretende ocupar o lugar de proprietário da senadora conservadora que é contra o movimento Black Lives Matter e luta pela despolitização dos esportes americanos.
Em julho, no auge dos protestos do movimento ‘Black Lives Matter‘ Kelly Loeffler disse: “Eu me oponho veementemente ao movimento político Black Lives Matter, que defendeu o esvaziamento da polícia, pediu a remoção de Jesus das igrejas e a ruptura da estrutura familiar nuclear, abrigou pontos de vista anti-semitas e promoveu violência e destruição em todo o país. “
As recentes ações da senadora republicana têm incomodado algumas atletas da WNBA, e diversas jogadoras chegaram a apoiar a campanha do adversário de Kelly Loeffler na última eleição. Ao que tudo indica, a senadora está sendo pressionada a vender a sua parte.
Aproveitando os rumores da possível venda, LeBron James manifestou por meio das redes sociais seu interesse em se tornar proprietário da Atlanta Dream
“Acho que vou montar um grupo de proprietários para o The Dream. Quem está dentro?” Publicou o astro da NBA em seu Twitter
Em cena o artista Kleber Lourenço - Foto de Felipe Salles
A companhia de arte “Nave Gris”, dedicada a investigação das intersecções possíveis entre teatro, dança e performance, abriu suas inscrições para artistas da dança e do teatro interessados em participar de “Encontros (per)Formativos” com Kleber Lourenço e Paula Salles.
Projeto realizado com apoio do 27º Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura, os seis nomes escolhidos devem participar de um trabalho técnico-criativo durante três meses.
O workshop serão articulados entre si e vão acontecer às terças e quintas-feiras. As inscrições acontecem entre os dias 12 e 27 de janeiro através do site http://navegris.com.br/ e a divulgação dos(as) (es) selecionados (as) (es) será dia 1° de fevereiro.
Aprimorar e ampliar as habilidades técnicas-criativas do dançarino a partir de alguns princípios do movimento que se manifestam em todas as linguagens da dança com especificidades diferentes. É a partir dos atravessamentos dessas linguagens como a dança brasileira, a dança moderna que as habilidades são trabalhadas proporcionando novas experiências, reflexões e descobertas sobre o corpo.
Paula Salles é bailarina, coreógrafa e pesquisadora em dança. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, especialista em estudos em dança contemporânea pela UFBA e Faculdade Angel Viana, professora de dança e de expressão corporal nos cursos de licenciatura em dança e teatro da Faculdade Paulista de Artes tem se dedicado a estudar o corpo e seus mecanismos de comunicação nos procedimentos técnicos–criativos na dança, no teatro e também na religião.
Kleber Lourenço é artista da Dança e do Teatro, educador e pesquisador em Artes da cena. Doutorando em Artes pela UERJ e Mestre em Artes pela UNESP. Dirige o Visível Núcleo de Criação, é integrante do grupo de pesquisas MOTIM/PPGArtes UERJ e foi encenador da Capulanas Cia de Arte Negra/SP. Seus trabalhos concentram-se nas linguagens da dança e do teatro em cruzamento com as culturas populares, atuando nas áreas da coreografia, encenação e formação pedagógica.
– Realização dos Encontros (per)Formativos: às terças (das 14h às 16h) e às quintas (das 09h às 11h), de 09/02/2021 a 29/04/2021
– Local de realização: em fevereiro os encontros serão virtuais, via plataforma online. Caso o contexto pandêmico mude, em março e abril os encontros serão presenciais no Espaço Cultural A Próxima Companhia – Rua Barão de Campinas, 529 – Campos Elíseos – São Paulo/SP
A música de trabalho, “Awurê”, é assinada por Teresa Cristina e Raul di Caprio. E o EP tem outra participação significativa que é a do Ogan Bangbala que, aos 101 anos, é o mais antigo Ogan vivo no país.
O grupo nasceu em Madureira, e atualmente comemora seu 3º ano de existência. O grupo surgiu de um encontro despretensioso entre amigos músicos com diferentes influências, tendo sido constituído na pluralização oriunda de diversos estilos musicais, como o Samba, Ijexá, Jongo, samba de roda e toques de candomblé.
Sua trajetória se estabelece forjada na importância e na beleza de todo legado africano, onde o povo negro se sente pertencente a todo o processo.
Tendo como música de trabalho uma composição exclusiva de Teresa Cristina e a participação do Ogan Bangbala numa das faixas, o lançamento do EP será trasmitido no canal oficial do grupo no Youtube.
Tocando ritmos atravessados pelos tambores de diversas células rítmicas oriundas da riqueza do legado africano, o grupo formado por Fabíola Machado, Arifan Jr., Anderson Quack e Pedro Oliveira resgata a ancestralidade e combate a intolerância com arte.
“A arte também é alimento espiritual. Escolhemos esta data porque é aniversário do grupo e também dia de São Sebastião, o padroeiro do Rio de Janeiro. Este lançamento demostra o nosso respeito e cuidado com o público.
Queremos resgatar a esperança em nós e nas pessoas que estão com a gente, sonhando e acreditando que é possível. E, apesar de tudo que vivemos no ano passado, levar uma mensagem de união e afeto, mostrando como foi a construção deste EP: de maneira coletiva, afetiva, cheia de mãos, olhos e abraços virtuais, aqueles que vamos dar presencialmente em breve”, afirmou Fabíola Machado.
Duas semanas após visita para conhecer o quintal do grupo em Madureira,Teresa Cristina compôs a música de trabalho do grupo, que remete à sensação que ela e seu parceiro Raul di Caprio tiveram:
“O que o Awurê nos traz é de uma beleza do tamanho que a gente merece! É muito bonito ver a pesquisa que eles fazem, o cuidado que eles têm. A gente chega no lugar e tem uma folha no chão, um repertório pensado no que a gente está vendo. Estou muito feliz em saber que, mesmo na situação que o Rio de Janeiro está, existe um lugar, um grupo, uma intenção de mostrar a beleza da cultura negra. Isso é uma coisa que não dá para falar em muitas palavras. Eu só agradeço”, comentou a cantora e compositora.
Desde o primeiro encontro do grupo, além de uma roda de samba mensal no Quintal de Madureira, o grupo tem se apresentado em teatros e espaços culturais do Rio de Janeiro.
O EP está imperdível, e pode ser acessado a partir das 12:00 hrs do dia 20 de janeiro no YouTube
SOBRE O REPERTÓRIO:
“AWURÊ” (Teresa Cristina e Raul di Caprio)
A música que dá título ao EP parte de um Ijexá bem valente que, com o sotaque do berimbau, chama sutilmente o eletrônico e a sanfona para entrar nessa roda de diversos sons.
“FILÓ” (Khrystal / Ricardo Baya)
Uma música “filha da terra”, como ela própria se define em sua primeira estrofe. Sua letra exalta a diversidade cultural do nosso Brasil e a parte rítmica, também bem plural, tem como destaque o samba, o Torre e o Maracatu de Pernambuco.
“OYÁ OYÁ” (Arifan Jr. / Cley Santana)
Traz na sua rítmica um suave Ijexá que é embalado pelo vento, e traz no corpo de suas letras uma linda mensagem de resiliência e da força feminina. Termina com um toque conhecido como “quebra pratos” e uma cantiga em reverência à orixá Iansã.
“PONTO DA CABOCLA DA MATA” (Luiz Antonio Simas)
Uma música em exaltação às matas, com os tambores bem explorados e ritmado no toque Congo, flertando, no final, com o samba de caboclo do Rio de Janeiro.
“POUT-POURRI SAMBA DE RODA” (Fabiola Machado / Arifan Jr. / Cláudio Gamela /Daniel Delavusca) Não poderia falta o bom samba de roda, com aquele sotaque bem baiano, que faz o quintal do Awurê pegar fogo, além de sambas de roda baianos e cancioneiros populares centenários.
“OPAXORÔ” (Raul di Caprio)
Fechando o EP, um ijexá em reverência a Oxalá anunciando que “o fim do círculo é sempre recomeço”. No término, cânticos das cerimônias do candomblé com a participação de Bangbala, o Ogan mais velho do Brasil.