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Clubhouse: A comunidade negra na rede social das “lives de voz”

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Nos EUA, o Clubhouse, nova rede social que já está deixando muita gente viciada, a comunidade negra trouxe mais diversão, por forma de música e assuntos menos nerds dentro da plataforma. No Brasil, o aplicativo onde literalmente só sua voz importa, teve um aumento colossal no número de downloads na última semana. De acordo com o Google Trends o número de interesse pelo aplicativo aumentou 100 vezes nos últimos seis meses. Mas como será que nós, negros, a maioria dos brasileiros, vamos aproveitar essa nova plataforma?

A rede é social, mas o acesso é seletivo. Você precisa ter um iPhone e ser convidado. Sem os dois você está fora. E para quem pensa que esse tipo de acesso exclui a comunidade negra, eu vou concordar com você.

Os aparelhos de iPhone , ao contrário dos EUA, ainda não são uma realidade para a maioria dos brasileiros , somado à isso, práticas de networking também excluem a comunidade negra da bolha do pessoal do Linkedin ou grandes influenciadores, que são o perfil mais crescente e dominante de brasileiros dentro do Clubhouse. Conhecer alguém que te coloque lá dentro, pode ser um complicador, já que cada usuário só pode convidar duas pessoas.

Na prática o app é basicamente é assim. Você entra por um convite, faz seu cadastro com fotos e conecta opcionalmente ao seu perfil ao Twitter ou Instagram . Depois você busca os Rooms (Salas) com temas que te agradem. Lá dentro terão pessoas com microfone aberto ( quem criou a sala e convidados) e os demais ficam como ouvintes ( e microfone fechado). Assim como outras redes, você pode seguir pessoas ou ter seguidores. A sensação ao participar dos rooms são como você participasse de lives por áudio ou um podcast ao vivo.

A brasileira Daniela Gomes mora nos EUA, é Doutora em Estudos Africanos e da Diáspora Africana com especialização em Gênero e Sexualidade usa o Clubhouse há dois meses. Ela dividiu comigo algumas perspectivas do ponto de vista de raça. “Aqui não tem limitação com iPhone, qualquer pessoa tem iPhone que é o celular mais usado nos EUA. Eu não tenho experiência lá no Club House que não seja clubes negros, (tirando os sobre BBB), então pra mim já é uma questão identitária. Têm clubes negros com 20 pessoas e clubes com 5000 mil pessoas”, explica a professora que reforça a minha percepção de que os negros que encontramos por lá, ainda fazem parte do clubinho dos influenciadores ou grandes nomes do mundo corporativo. “Acho que essa propagação do ClubHouse no Twitter, de as pessoas começarem a falar nos tweets do Brasil sobre isso, que levou as pessoas para o ClubHouse. E no caso dos pretos, os pretos do Black Twitter são os pretos que estão migrando para o ClubHouse, são as mesmas pessoas”, analisa Gomes.

Uma mulher negra, Felicia Horowitz, casada com um dos investidores do Club House, Ben Horowitz ( da Andreessen Horowitz, que investiu 100 milhões de dólares no aplicativo) tem tido um papel fundamental em movimentar a comunidade negra na plataforma. Fundadora do Horowitz Family, Felicia falou ao CNBS sobre essa questão. “O Clubhouse fez um trabalho incrível ao abraçar a comunidade negra como investidores na plataforma e nos ajudar a construir uma comunidade na plataforma” . Drake, Oprah, DMX são algumas das celebridades negras que já deram pintam nos Rooms ( salas de conversa da plataforma), aqui no Brasil Preta Gil até já fez festinha e influenciadores negros como Gaby de Oliveira, Spartakus e AD Junior também já estão por lá. E é justamente essa ideia de proximidade de pessoas que a gente admira, conversando casualmente por voz, que torna esse produto digital tão especial.

Por enquanto a comunidade negra numericamente representativa dentro do app é a que fala inglês, pelo menos por enquanto, mas se receber o convite, não se intimidade. É importante enegrecer todos os espaços e quando você entrar provavelmente já terá gente conhecida por lá.

Eu já estou por lá e quem quiser conversar é só me procurar.

Existe um movimento de pessoas negras brasileiras, da qual eu e o Mundo Negro fazemos parte, de só se convidar pessoas negras e brasileiras. Essa prática também foi adotada pela Nina Silva do Movimento Black Money, que conversando comigo, abriu sobre os planos de amplificar as vozes negras dentro do Club House.

—- Para quem já está lá dentro, hoje à 20h, haverá uma conversa justamente sobre esse assunto. —-

Dicas para pessoas negras do Brasil que estão entrando na plataforma

  • Não se assuste, o Facebook também já foi estranho para você um dia
  • Ao entrar em uma sala, seu microfone abre só se você for selecionado por um moderador para falar ( ser um speaker e você pode usar o ícone da mão acenando para participar)
  • Procure o nome de amigos nos contatos, como todo mundo ainda está perdido, ter alguém conhecido por lá ajuda a diminuir a ansiedade
  • Procure temas diversos para ouvir com ou sem pessoas negras
  • Preste atenção no número de horas que você passa nas salas. O tempo voa e isso pode comprometer seu rendimento em outras atividades
  • Crie salas – Pessoas negras precisam participar não somente como ouvintes, aliás tá aí um app onde as pessoas terão que nos ouvir

    Link para baixar o aplicativo https://www.joinclubhouse.com/

BBB21: Pautas raciais são usadas de forma estratégica por participantes negras e correm risco de serem banalizadas na vida real

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Na última segunda-feira ocorreu o ‘Jogo da Discórdia’ no BBB21, os brother deveriam apontar entre si qual era o participante com perfil mais influenciável e o influenciador. 

O último final de semana foi bem movimentado na casa, após mais uma vez ser questionado e reprimido pelos participantes, o ator Lucas Penteado optou por desistir do programa, enquanto a cantora Karol Conká brigava com a atriz Carla Diaz sobre uma possível relação com o participante Arcrebiano.

Karol Conká gritou, ofendeu e ameaçou Carla Diaz -que não entendendo toda a revolta deixou a cantora falando sozinha em alguns momentos- e a reação da casa diante da briga foi a de reprovar a atitude da cantora, que tanto para os participantes e para o público foi uma atitude desnecessária.

Lumena Aleluia, que é a companheira de Karol Conká na casa, já tinha aproveitado de questões raciais para defender suas atitudes em outras situações.

No sábado, Lumena disse não gostar de Carla Diaz e ter ressentimentos, pois em Chiquititas não haviam personagens negras (o que não é verdade) 

“Eu nem gosto dessa coisa sem melanina… Sei lá, desbotada, tal… Olho, olho estranho… Olho de boneca, sabe? Boneca assassina!”, disse psicóloga. Após a sua fala, pessoas brancas logo a acusaram de “Racismo reverso”

Em outro momento, a psicóloga chegou a falar para a youtuber Vitória que suas experiências com Carla Diaz eram diferentes, pois Lumena é uma mulher negra.

Já na segunda-feira (8) a psicóloga disse que enquanto mulher negra, Karol não foi acolhida da mesma forma que Carla Diaz após a briga que Karol inicou:

“Carla Diaz como influenciadora, e Viih, Sarah e Thaís como influenciáveis. É interessante perceber que, nessa experiência específica, como a dor de uma mulher fenotipicamente branca mobilizou toda a casa, acionando sentimentos de compaixão, de compreensão, de acolhimento, em detrimento da dor de uma mulher negra que foi criticada, alvejada, convocada inclusive ao desejo de não estar mais no programa. Me chamou a atenção que a dor de uma mulher fenotipicamente branca acionou um acolhimento e a dor de uma mulher fenotipicamente negra causou o distanciamento da casa.” disse Lumena defendendo a amiga.

Confira o vídeo:

A fala de Lumena não foi bem recebida pelas telespectadoras negras, que a acusaram de querer se esconder atrás de pautas raciais para justificar suas atitudes, o que acaba banalizando lutas e movimentos.

A Jornalista Maíra Azevedo usou a fala de Lumena para o Lucas contra ela.

A questão pontuada por Lumena é necessária e precisa sim, ser debatida! Mas a sister tem usado certos debates de forma equivocada, que acabam enfraquecendo as lutas aqui fora. Quando o preterimento da mulher negra é usado para defender e justificar atitudes erradas de uma pessoa em rede nacional, esse tema é questionado e ridicularizados por pessoas brancas aqui fora.

Mary Wilson, lenda do grupo The Supremes, morre aos 76 anos

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Na noite desta segunda-feira (8), Jay Schwartz empresário da cantora anunciou que a lenda da gravadora Motown havia falecido. Mary Wilson foi uma das fundadoras do grupo The Supremes. Mary faleceu em sua casa em Las Vegas, aos 76 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Em 1959, as adolescentes Florence Ballard, Diana Ross, Mary Wilson e Betty McGlown formaram o grupo The Primettes, em Detroit. Não fizeram sucesso na formação original, Betty deixou o grupo e Barbara Martin assumiu o lugar. O quarteto conseguiu um contrato com a Motown, em 1961, e mudou o nome para The Supremes. O primeiro álbum, “Meet The Supremes”, também não teve êxito e foi a vez de Barbara deixá-las.

O grupo então chegou à formação clássica e alcançou o o topo da parada Billboard, em 1964, com “Where Did Our Love Go”. Nos anos seguintes, emplacou “Baby Love”, “Stop! In The Name of Love” e “You Keep me Hangin’ On”.

Berry Gordy, o fundador da Motown, chamou Mary Wilson de pioneira e disse em um comunicado que as Supremes abriram portas para outros artistas na gravadora.

O funeral da artista será reservado por causa das restrições da pandemia do coronavírus.

Stacy Osei-Kuffour é escolhida como roteirista de ‘Blade’ e será a primeira mulher negra a roteirizar um projeto da Marvel

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Foto: Reprodução

Segundo o The Hollywood Reporter , “O estúdio passou os últimos seis meses se reunindo com escritores no que foi descrito como uma busca meticulosa, com Ali diretamente envolvido. Apenas escritores negros foram seriamente considerados, um reflexo do foco da Marvel na diversidade e na representação um fator chave – especialmente ao lidar com personagens não brancos. “

Stacy Osei-Kuffour, é uma dramaturga que trabalhou como editora de história e escritora na aclamada série da HBO  “Watchmen”, e agora foi escolhida para escrever o roteiro do reboot de “Blade – O Caçador de Vampiros” Ela será a primeira escritora negra a escrever um filme da Marvel.

(Atualmente Nia DaCosta, que está trabalhando em Captain Marvel 2, é a primeira diretora negra da Marvel.)

A escritora, que também trabalhou em Caçadores da Amazonconseguiu uma indicação ao Emmy de Melhor Roteiro em Série de Comédia pela série “Pen15″. 

O próximo passo para adiantar o filme é encontrar alguém para a direção. 

Após lutar contra o fechamento de escolas públicas, Lucas Penteado atuou no premiado filme “Espero Tua (Re)volta”

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Nesta segunda-feira (8), o Instagram Globo Filmes relembrou os seguidores sobre a atuação de Lucas Penteado que não só participou do filme como lutou contra o fechamento de 94 escolas públicas no estado de São Paulo. “Sabia que o Lucas do #BBB21 lutou bravamente contra o fechamento de 94 escolas públicas em SP? ✊ Por isso, ele é 1 dos 3 personagens de @espero_tua_revolta, filme premiado que conta essa história e está disponível no #Globoplay. E boa sorte pro Lucas nas próximas batalhas!“.

Sinopse

Lançado no circuito comercial, o documentário Espero Tua (Re)volta é um retrato do movimento estudantil que ganhou força a partir do ano de 2015, ocupando escolas estaduais por todo Brasil.

Quando a crise se aprofundou no Brasil, os estudantes saíram às ruas e ocuparam escolas protestando por um ensino público de qualidade e uma cidade mais inclusiva. Espero Tua (Re)volta acompanha as lutas estudantis desde as marchas de 2013 até a vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Inspirada pela linguagem do próprio movimento, o filme é conduzido pela locução de três estudantes, representantes de eixos centrais da luta, que disputam a narrativa, explicitando conflitos do movimento e evidenciando sua complexidade.

Assista ao trailer:

O filme está disponível na Globoplay.

Circuito Tamboreira Percussiva abre inscrições para oficinas de percussão para mulheres negras e indígenas

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Idealizado por Loiá Fernandes, Percussionista, Produtora Audiovisual, Arte Educadora e Atriz, o projeto tem o objetivo reunir mulheres negras e indígenas do Nordeste e de outras Regiões do Brasil em torno dos tambores, estabelecendo também intercâmbios internacionais. O Circuito é uma iniciativa que visa fortalecer a rede entre mulheres percussionistas, que se apropriam dos tambores como instrumento de expressão de força e poder.

O projeto contará com oficinas de ritmos percussivos afro-brasileiros e xamânicos, cantigas e expressões corporais e acontecerá entre os dias 3 e 7 de março. Nasce de uma perspectiva unificadora e intercultural, baseado na pluriversalidade, considerando a necessidade de fomentar a atuação das mulheres no segmento de instrumentação percussiva, tendo como princípio fundamental as raízes culturais dos tambores africanos e dos povos originários.

Respeitando todas as medidas protetivas contra a COVID 19, a programação acontecerá em formato virtual, em plataforma online (zoom, youtube e instagram). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 12 de fevereiro.

O critério para seleção é, primeiramente, a indicação racial, mulheres negras e indígenas, além das condições de vulnerabilidade que inviabilizam o acesso à arte e à cultura. A avaliação racial será feita através da fotografia anexada ao formulário de inscrições.

Não há indicação etária, mulheres de todas as idades podem participar. Cada oficina contará com o número médio de 20 participantes. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Para se inscrever acesse: https://linktr.ee/tamboreirapercussiva.

Super Black 2021: H.E.R, Jazmine Sullivan e The Weeknd foram os destaques da noite

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Imagem: Billboard

Mal acaba uma edição do Super Bowl, e os olhos do mundo todo já se voltam (com grandes expectativas) para a do ano seguinte. Madonna, Beyoncé, Diana Ross, Justin Timberlake, todos esses artistas fizeram história se apresentando no maior evento esportivo dos EUA. Ano passado, foi a vez de Shakira e Jennifer Lopez, duas mulheres latinas, deixarem suas marcas na história do evento, em um show em Miami.

Esse ano por sua vez tivemos o ”Super Black”. A tão aguardada apresentação de The Weeknd, com um investimento de cerca de R$38.000.000,00 de reais foi o ponto alto da noite, roubando até os holofotes de Tom Brady e Patrick Mahones. No repertório, ”I Cant Feel My Face”, ”The Hills” e o hit duradouro ”Blinding Lights” foram os grandes destaques. Entretanto alguns fãs ainda sentiram falta de sucessos como Lust For Life ou Love Me Harder. O que é compreensível, mas vale a pena lembrar que o show do intervalo tem duração média de apenas 15 minutos. 15 Minutos dos quais ficamos hipnotizados na frente TV. Abel entregou uma super produção com direito a vários cenários, bailarinos e fogos de artificio, que deixa a tarefa ainda mais difícil pra quem for se apresentar no ano que vem.

Além dele, a cantora H.E.R apresentou uma versão muito particular de America The Beautiful, com direito a solos de guitarra e uma roupagem bem diferente do que estamos acostumados a ouvir. E para cantar o hino nacional dos EUA ao lado do cantor country Eric Church, tivemos a cantora 12 vezes indicada ao Grammy, Jazmine Sullivan que lançou seu mais novo álbum em janeiro. Confira as apresentações:

O hino nacional, por Jazmine Sullivan
América The Beautiful, por H.E.R
O show do intervalo, com The Weeknd

Oficina de autorretrato para mulheres negras e indígenas abre inscrições gratuitas

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Foto: Adriana Chaves/Divulgação

O projeto visa reunir, em encontros virtuais, mulheres de todo o país para criação de fotoperformances e autorretrato –  realizado da artista para a câmera, tendo a fotografia como objetivo final -. Surgindo com a necessidade de reunir e mover processos criativos de mulheres negras e indígenas interessadas em transformar pensamentos em imagens, a oficina será gratuita.

As atividades contarão com a supervisão das artistas e educadoras Dani de Iracema, Jessica Lemos e Jeisiekê de Lundu. Entre fevereiro e março deste ano, o projeto terá encontros semanais e ao final será realizada uma vídeo-exposição com o material produzido durante o processo, que tem suas inscrições abertas até o dia 12 de fevereiro.

Com apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia- FUNCEB, através da Secretaria de Cultura (Programa Lei Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Para Dani de Iracema, “essa é uma ação poético-política decolonial, uma oportunidade de reunir forças criativas, promover troca, partilha e produção de conhecimento artístico entre mulheres negras e indígenas, para refletir suas relações com a autoimagem em um mundo que ainda objetifica e violenta nossos corpos racializados e dissidentes”.

Para as mulheres que se dispõe a criar composições de imagens de  autorretratos e fotoperformances, a oficina será virtual e gratuita, no link:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSduIHVW9z-dT9XUdp5JhRv1hiIDqYNSuPkrRxvxz9NR8wsnBw/viewform

Cotas raciais: UFRJ cancela matrícula de alunos de medicina por fraude

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Foto: Reprodução

Recentemente a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) cancelou a matrícula de 21 alunos da faculdade de medicina que fraudaram as cotas raciais. Entre os fraudadores têm estudantes desde o 4º até o 11º período, alguns estavam cursando o último semestre

Um grupo de alunos negros fizeram a denúncia, após descobrir a quantidade de pessoas brancas que ocupavam vagas para pessoas pretas. No geral, 96 estudantes foram  denunciados, mas somente 21 pessoas foram expulsos.

As denúncias se estenderam para outros cursos da UFRJ nos cursos de Psicologia, Enfermagem, Comunicação Visual e Engenharia também tinham fraudadores. E outras possíveis fraudes nos cursos de Odontologia, Direito e Química estão sendo melhor apuradas.

Informações: Isto É

Representatividade negra e trans: A série “Pose” deve ser assistida por todos

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Foto: Reprodução/Netflix

Pose é uma série dramática norte-americana, que estreou em 3 de junho de  2018 na FX, a série fala sobre o cenário LGBTQIA+  negro na cidade de Nova Iorque.  A sua popularidade no Brasil se deu após estrear na Netflix em 28 de setembro de 2019. Logo no mês de estreia a série se tornou patrimônio cultural da comunidade LGBTQIA+ brasileira e norte-americana.

Embora tenha sido muito premiada e muito contemplada em diversos países, a série ainda não tem a atenção merecida, por isso, nós reunimos 4 motivos para você começar a assistir Pose na Netflix:

UM MARCO NA CULTURA POP:

Além da predominância negra, Pose entrou para a história por ter o maior número de pessoas trans trabalhando na série, são mais de 50 pessoas, na frente e atrás das câmeras, envolvidas na produção e preparação de elenco. Isso é inédito, uma vez que as oportunidades de trabalhos para pessoas trans é inexistente o que leva grande parte da comunidade à prostituição por falta de uma única oportunidade.

ATUAÇÕES DE TIRAR O FÔLEGO:

No que diz respeito a atuação, você estará bem servido, o elenco é magnífico, de uma compreensão artística absurda, você terá a oportunidade de ver,  Dominique Jackson, MJ Rodrigues, Angelica Ross,  Indya Moore dentre  outras dando um show de atuação, além do maravilhoso Billy Porter que se tornou o primeiro homem assumidamente gay a ganhar um prêmio Emmy na categoria ‘’ melhor ator em série dramática’’ em 2018.

 REPRESENTATIVIDADE NEGRA E TRANS:

Nem todas as pessoas negras/trans que estão na televisão é uma representatividade negra/trans. Quando falamos em pessoas trans na televisão, a experiência é quase nula, afinal, o que acontece na grande maioria dos casos são atores cisgêneros encarnando a personagem travesti e tirando a oportunidade de atrizes travestis, além disso não ser uma representatividade, chamamos de ‘’transfake’’, o ato de atores cisgêneros interpretar papel de pessoas trans/travestis.

Quando falamos de pessoas negras na televisão, a experiência é quase dolorosa, só vamos ter uma grande quantidade de pessoas negras contratadas quando o enredo envolver escravidão. Pose fala de dor mas também de muitas alegrias, de beleza, encontro, arte, estilo. O racismo e a transfobia pode unir esses corpos, mas existe diversidade nas narrativas, Angel (Indya Moore)  é uma personagem que sonha em ser uma grande modelo, Blanca (MJ Rodrigues) está por enfrentar um dos maiores vírus de todos os tempos enquanto ajuda seus filhos a trilhar o caminho, somos múltiplas, nos definir em uma única narrativa é colaborar com a nossa desumanização.

NECESSÁRIA PARA TODAS AS PESSOAS  CISGÊNERAS:

Todas as pessoas cisgêneras deveriam assistir Pose, pois a ideia é humanizar as nossas narrativas, pessoas cis-aliadas na tentativa de apoiar nossas vidas acabam caindo em um grande erro que é a cristalização – não vou discordar porquê ela é travesti, mesmo quando o assunto não diz respeito a questão de gênero. Isso é um problema e acaba construindo aquele imaginário colonizador da travesti ‘agressiva’ ‘mal-educada’ a cristalização de qualquer corpo nunca é legal, é a mesma coisa de ser ‘café com leite’ na brincadeira de pega. Pose mostra pessoas trans, acertando, errando, fazendo piadas de mal gosto, o nosso pior e o nosso melhor, pois o ser humano é assim. É recomendado para pessoas cisgêneras, pois a ótica dessas pessoas sobre o nosso corpo poderá mudar, pois, elas irão enxergar a humanidade e a fortaleza que existe em nós.

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