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Realeza: Em parceria com a Marvel, estilista Jal Vieira lança coleção inspirada nas mulheres de Wakanda

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Difícil enumerar os aspectos que fizeram do filme Pantera Negra (Marvel, 2018) um divisor de águas na história do cinema.

Para quem assistiu o filme mais de uma vez, é notório o cuidado que o diretor Ryan Coogler teve para retratar as mulheres negras, seja em sua potência física e intelectual, mas também no aspecto estético. Okoye (Dani Guria) Shuri ( Letitia Wright) , Nakia ( Lupita Nyong’o) e a Rainha Ramonda (Angela Bassett) tiveram em suas vestimentas uma das maiores riquezas do longa que rendeu a Ruth E. Carter, o Oscar de Melhor Figurino (2019).

Inspirada nessas e outras mulheres da nação mais negra da Marvel, a estilista Jal Vieira lançou nessa quinta (20/05) a coleção Realeza em parceria com a Marvel/Disney que inaugura o projeto O Poder é Nosso, nova campanha de branding da Marvel no Brasil. Composta com três looks completos, a estilista usou técnicas de estamparia silkada em plastisol vermelho e preto para dar destaque à Erva-coração, tão protegida pelo pessoal do axé do reino do T’Challa.  As peças estão sendo vendidas na FARFETCH. Vale destacar o cuidado na criação das roupas, onde só as texturas, levaram duas semanas para serem feitas.

Para quem não consegue desembolsar o valor de uma peça de alta costura, feita artesanalmente, a estilista também desenvolveu estampas exclusivas para uma coleção de camisetas da ONG Orientavida, projeto social que orienta e capacita mulheres por meio do artesanato, oferecendo oportunidade de renda e autonomia. As peças serão vendidas no site da ONG e na FARFETCH por R$240.

A baiana Jal Vieira (32), largou o sertão baiano para se jogar no design de moda, sua paixão e sua profissão há 11 anos. Ela é formada em Design de Moda pela Belas Artes e pós-graduanda em Modelagem Criativa pelo Senac.  Em 2019, ela passou a integrar o line up principal da Casa de Criadores.

O Mundo Negro conversou com a Jal para entender mais sobre a beleza ancestral e afrofuturista da sua coleção

Mundo Negro – Quando a gente fala de mulheres negras e moda, ainda está no nosso inconsciente aquela ideia mais artesanal de se produzir roupas.  Pantera Negra traz muitas aqui de tecnologia e afrofuturismo. você acha que você é essa nova geração está bebendo da tecnologia para produzir as suas criações?

 Jal Vieira – Eu acho que sim Sílvia, acho que é um movimento de busca dos novos designers. A gente se pauta muito a respeito dos futuros possíveis, em que a nossa comunidade seja respeitada, seja representada e que seja futuro preto de fato.  Eu, por exemplo, nas minhas técnicas, no que eu trabalho, eu tento unir sempre a questão ancestral no fazer manual, mas com nova roupagem à essas peças que tragam um shape novo, que fuja até inclusive do da estrutura corpórea é isso também a tecnologia. É pensar numa modelagem e que se destaque do corpo e quase crie vida então acho que sim é uma movimentação muito presente.  

A renda desse trabalho será revertida para projetos sociais. Para chegar no valor das peças foi pensada a questão de ser acessível para a comunidade negra?

O que foi criado foi sempre pensando quanto de tempo isso foi implantado, porque por exemplo, só as texturas, sem modelagem, sem nada, elas demoraram cerca de 2 semanas para ficarem prontas.  Então é um trabalho que exige muito tempo e empenho. As texturas não são compradas são desenvolvidas por nós e é um trabalho de formiguinha.  O valor a gente também calculou considerando o tempo que foi feito essa peça, então sim, acaba sendo um valor mais alto.  O que a gente conseguiu fazer para que as coisas sejam mais acessíveis foi uma parceria com a ONG  Orienta Vida para trazer a possibilidade de que essas peças, no caso estamparia especificamente,  fosse uma possibilidade para que cada um pudesse ter uma parte dessa coleção .

Fotografia, retouch e direção corporal: Rony Hernandes – Modelos: Mayara Ferre @_mayferre, Luara Costa @feitadelua e Gerlen Moura @gerlenmoura

Pantera negra é um filme riquíssimo visualmente. Qual o critério na hora de escolher as texturas e cores que você vai usar nas suas peças?

Além das referências do filme, eu também tinha que encontrar quais são as minhas referências pessoais que se cruzavam por tudo isso, então eu assisti o filme uma 20 vezes eu acho.  É um filme muito rico, inclusive em texturizações porque ele tem referências das tribos, das escarificações na pele e outras inúmeras referências.

No caso das texturizações o que eu pensei foi trabalhar as nervuras e de que forma ela simbolizaria as pessoas que vieram de mim, a minha ancestralidade.   A representação do que vem antes, dessas histórias, estão nessas camadas.  No que diz respeito a estamparia eu foquei na erva coração.  Pensei em como essa erva é cultivada principalmente por quem que ela é cultiva.  Ainda que a erva coração dê poder ao Pantera, personagem principal do filme, essa erva passa pelas mãos das mulheres.

Confira os detalhes das peças no vídeo dirigido por Dayane Lima com direção criativa de Jal Vieira.

Jéssica Ellen, Majur e Xamã apresentam Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2021” em 29 de maio, no Multishow

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O reconhecimento de alguns dos principais nomes e iniciativas em prol da igualdade racial no Brasil é o objetivo do Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2021”. O evento acontece em 29 de maio e será exibido pelo canal Multishow, às 16h30. Outra opção é assistir no Facebook do Instituto Identidade do Brasil (ID_BR), organização responsável pela premiação, que é realizada desde 2018.

A apresentação do Prêmio será feita por Jéssica Ellen, Majur e Xamã, que também vão cantar. Agnes Nunes, Gloria Groove, Ludmilla, Xande de Pilares também estão na programação musical que inclui, ainda, um dueto que promete ser inesquecível com Elza Soares e o Diretor Musical da premiação, Zé Ricardo. E tem mais atrações: MC Carol cantando com Tati Quebra Barraco, Flávio Renegado com Lukinhas, e Brô Mc’s.

Em 06 de maio a organização do prêmio anunciou os/as finalistas, distribuídos/as em 10 categorias, divididas em três pilares: Cultura, Educação e Empregabilidade. Essa configuração agrega também as indicações populares, realizadas durantes os meses de janeiro e fevereiro, e uma curadoria interna definiu a lista de finalistas. Um júri especializado vai escolher quem vence em cada categoria entre três nomes.

“Mesmo com todos os desafios trazidos pela pandemia, recebemos mais de 8 mil indicações de pessoas e projetos de todo Brasil neste ano”, informa a fundadora e Diretora-Executiva do ID_BR, Luana Génot. E ela complementa que a “a última edição teve mais de 30 milhões de visualizações da premiação na nossa página do Facebook e ficamos entre os programas mais vistos no Multishow.”.

Uma das novidades deste ano é que das 10 categorias, sete têm também representantes indígenas. Outra mudança é que, pela primeira vez, além do troféu ‘Mad World’ (do artista plástico Vik Muniz), a premiação também contempla quem vencer com R$ 3 mil. 

Sobre o ID_BR – Organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil, tem como missão a aceleração da promoção da igualdade racial. A partir da campanha “Sim à Igualdade Racial”, o ID_BR desenvolve ações nos pilares de empregabilidade, educação e engajamento em diferentes formatos para conscientizar organizações e a sociedade, buscando reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho, como indica o objetivo dez da agenda 2030, da ONU, que reúne as 17 metas de Desenvolvimento Sustentável para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos.

Você pode conferir mais detalhes sobre cada finalista do Prêmio “Sim à Igualdade Racial” 2021, as categorias e pilares, no site do evento.

Após 15 anos de sua morte, jovem promessa Kiyan Prince, é homenageado no jogo “FIFA 21”

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 Kiyan Prince, jovem promessa do futebol, morto em 2006, foi homenageado no jogo “FIFA 21”, da EA Sports. Kiyan está disponível nos modos Jogo Rápido e Carreira e no Ultimate Team com a camisa de número 30. Usando escaneamento 3D, o simulador de futebol traz Kiyan Prince como um jogador de 30 anos de idade no auge da carreira. Prince foi assassinado à facadas em Londres, quando tinha apenas 15 anos enquanto tentava intervir a favor de um amigo durante uma briga. O atleta jogava pelo clube inglês Queens Park Rangers, sendo tratado como uma joia em formação.

Kiyan Prince: How teenager's tragic inspiration lives on at QPR | The  Independent
Imagem:QPR / Framestore

Com a partida precoce do jogador, o que o “FIFA 21” faz com a homenagem é emular como poderia ter sido a carreira do atleta que era visto como certo no futuro do time profissional. Para fazer com que o projeto fosse fiel à memória de Kiyan, a EA Sports entrou em parceria com Kiyan Prince Foundation, organização fundada pelo pai do atleta, Mark Prince, para consicientizar jovens atletas para evitar o tipo de tragédia que tirou a vida de Prince.

“A ideia é criar algo que inspire os jogadores de ‘FIFA’ a conhecer Kiyan e sua história. Queremos que isso leve as pessoas a conhecerem o trabalho da Fundação”, afirmou Billy Faithful, CCO da agência de publicidade que trabalhou com a EA no projeto. Kiyan aparecerá em Ultimate Team justamente em seu clube de formação, que à época de sua morte colocou o nome do jovem no antigo estádio Loftus Road, que hoje se chama Kiyan Prince Foundation Stadium.

https://twitter.com/QPR/status/1394533210239950848

Para desenvolver a participação de Kiyan em “FIFA 21”. A equipe da EA Sports usou as imagens de Prince com 15 anos e mesclou com fotos de seu pai com 30 anos, utilizando a semelhanca física como facilitadora para chegar mais próxima do que seria a atual aparência do jogador. Os movimentos, como forma de correr, dribles e chutes, foram emulados a partir de vídeosde arquivos do Queens Park Rangers, enquanto que todas outras habilidades de Prince foram colocadas no jogo a partir de depoimentos de ex-treinadores e ex-colegas de clube.

Emicida fará live em seu instagram sobre o poder transformador da criatividade, inclusão e diversidade para os negócios

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Emicida/Imagem: Reprodução

Nesta quinta-feira (20/05), das 18h às 18h30, o rapper Emicida, que estrela o quinto episódio da série Facebook LATAM Season, participa de uma Live Talk em seu IGTV (@emicida) com a diretora de Marketing de Negócios do Facebook para América Latina, Debora Nitta. 

Um dos principais responsáveis por abrir espaço para o rap nacional na grande mídia e desmarginalizar a cultura hip-hop, Emicida também é reconhecido por seu lado empreendedor e por ter fundado com Fióti, seu irmão, o LabFantasma, hub de entretenimento que tem gravadora, editora, produtora de eventos e marca de streetwear. 

Desde 2009, sua empresa trabalha com o propósito de transformar a realidade do mercado da música e da moda, colocando a cultura das ruas como protagonista. 

Por conta disso, foi natural sua participação no Facebook LATAM Season, uma série documental que convida a comunidade empresarial da América Latina a refletir sobre nosso papel e responsabilidade na construção de modelos de representatividade mais inclusivos e, em última análise, a perceber que a diversidade é fundamental para o sucesso dos negócios.

Apresentador e narrador do quinto episódio, Emicida contou um pouco de sua experiência com o uso da criatividade no empreendedorismo:

A criatividade é essencial para a minha arte. E isso não poderia ser diferente nos meus negócios. Eu acredito que com cocriação e colaboração é possível criar projetos que mostram diferentes possibilidades da gente se colocar no mundo. É assim a LabFantasma, coletivo do qual eu faço parte e que vem abrindo cada vez mais espaço para mais vozes.

O conteúdo da Live ficará disponível até o dia 20 de junho.

Capacitismo é um crime que se equipara ao de racismo

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Foto: Divulgação / Marcelo Zig

Por Marcelo Zig

Uma criança autista, de 8 anos, foi resgatada ontem, 19/05/2021, por agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro após várias denúncias de cárcere privado. O crime ocorreu na comunidade Gogó da Ema em Belford Roxo e foi cometido pela mãe e avó da criança que foram presas em flagrante. “A criança era mantida em cárcere privado, isolada das demais crianças, sem água, sem alimentação. Foi encontrada suja, mal asseada, sem nenhuma condição, num local totalmente desumano. Na verdade, era um galinheiro que foi adaptado para colocar essa criança em cárcere, separada das demais”, declara o delegado, Alexandre Neto, que acompanhou o caso.

E o delegado acrescenta, diante das alegações da mãe e avó de que a criança não passava muito tempo presa: “A criança foi encontrada com ferimentos e equimoses de idade diversa, o que revela que essa criança vinha sofrendo maus-tratos há um bom tempo. Caracteriza, com certeza, a síndrome da criança espancada, o que demonstra que não era simplesmente maus-tratos, mas a criança era submetida a um intenso sofrimento físico”. O fato é que, por mais chocante que seja o relato do delito, não se trata de um caso isolado e a sua reincidência continuará ocorrendo enquanto a sociedade não discutir o capacitismo que submete as pessoas com deficiência a crimes como este.

Capacitismo é toda forma de discriminação contra a pessoa com deficiência por causa da deficiência.

Em 20/01/21 foram libertas uma idosa de 83 anos e duas filhas, uma com deficiência intelectual e outra com deficiência física, do cárcere privado que o filho e irmão das vítimas cometiam contra elas no município de Boa Viagem, interior do Ceará.

Em 27/01/21 uma mulher de 64 anos, com deficiência intelectual, foi liberta de um porão de 12 metros onde era mantida em cárcere privado por 12 anos pelo marido na cidade de Sorocaba em São Paulo.

Em 28/02/21 um jovem de 23 anos com deficiência intelectual foi liberto de um quarto sem iluminação e ventilação em que era mantido em cárcere privado pelo pai e a madrasta, na Zona Leste de São Paulo, tendo uma bacia como banheiro.

Em 30/04/21 uma mulher de 33 anos, cadeirante com uma doença degenerativa foi liberta do cárcere privado de 7 meses em que era mantida pela irmã, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Em 05/05/21 foram libertas duas mulheres com deficiência que estavam em cárcere privado, junto com o sobrinho de 8 anos e a sobrinha de 5 anos, acorrentados pela mãe e irmã das vítimas. Desde sempre, na história da humanidade, o cárcere privado é cometido contra as pessoas com deficiência seja em suas próprias residências ou institucionalizadas em manicômios.

Vale ressaltar que o capacitismo, quando tratado e reduzido aos crimes de maus tratos e cárcere privado, não cessa com a punição das pessoas envolvidas. Por esta razão, nos casos citados, e não citados neste texto, questiona-se: qual será a sorte das pessoas com deficiência, se as pessoas que dizem amá-las estão presas e o Estado e a justiça brasileira não reconhecem a tipificação do capacitismo como crime? O crime de capacitismo equipara-se ao de racismo e prevê pena de um a três anos de reclusão e multa, podendo a reclusão ter o seu período aumentado dependendo das condições em que o crime foi praticado.

A ausência de compreensão da profundidade do crime sofrido pelas pessoas com deficiência delineia estruturalmente a relação capacitista que os órgãos responsáveis e envolvidos estabelecem com as, agora, suas vítimas.

Marcelo Zig é filósofo, escritor, palestrante, servidor público e ativista afrodeficiente. Idealizador do Projeto Mergulho Cidadão – campanha preventiva aos riscos de acidente por mergulho em águas rasas – terceira causa de lesão medular no Brasil, fundador da Comissão de Profissionais com Deficiência da Empresa de Águas e Saneamento do Estado da Bahia – Embasa, fundador do coletivo Quilombo PcD que trabalha a interseccionalidade de raça e deficiência no combate ao atravessamento do racismo e do capacitismo na vida da pessoa preta com deficiência.

Alcione e Criolo cantam grandes clássicos do samba em live no dia 22

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Foto: divulgação

A cantora Alcione se juntará ao rapper Criolo em uma live, no dia 22 de maio, sábado, 21h30, cantando grandes clássicos do samba.A live vai promover a arrecadação de doações para o projeto “Faça Parte: Comece Pelo Que Não Tem Preço”, que direciona as doações para ONGs que ajudam a combater a fome da população afetada pandemia. A live será transmitida no canal do YouTube da Mastercard Brasil e no Multishow.

O evento é uma homenagem ao movimento “Faça parte: comece o que não tem preço”, que doou o equivalente a mais de 5 milhões de refeições via ONGs para comunidades carentes em combate à fome e à pobreza.

Durante a live um QR Code ficará disponível na tela para doações. Cada real doado será revertido em um prato de comida a ser destinado às famílias mais afetadas pela pandemia por meio da ONG Ação da Cidadania.

Imagem: Divulgação

Com o mesmo propósito, a Mastercard já promoveu três lives inéditas no ano passado:   Gilberto Gil e IZA, em junho; Milton Nascimento, Liniker e Xenia França, em julho; Elza Soares, Agnes Nunes e Seu Jorge, em setembro. Esse novo encontro foi pensado por Zé Ricardo, curador artístico do palco Sunset do Rock in Rio, e tem Cassius Cordeiro como Diretor Cinematográfico.

Livro que investiga a relação do carnaval carioca com os movimentos artísticos negros do anos 60 é lançado

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Imagem: Divulgação/Livro e autor

Seguindo o fio histórico a partir do clássico desfile da Salgueiro de 1963 e sendo denominado como uma Ficção e relato histórico, a obra em homenagem à personagem Xica da Silva resgata o contexto artístico de movimentos como o Teatro Experimental do Negro de Abdias do Nascimento, a poesia de Solano Trindade e a dança de Mercedes Baptista.

O livro denominado “Laroyê Xica da Silva” transmite sobre o icônico desfile, em homenagem a Xica da Silva, que redesenhou sua figura e a alçou à popularidade.


Os desfiles desse período que estende entre 1959 e 1971, amplamente abordado no livro, dialogam com uma série de iniciativas do movimento negro dos anos de 1960. O desfile que marca esse processo é realizado em 1960, narrando a história do Quilombo dos Palmares, idealizado pelo cenógrafo Fernando Pamplona, que convivia com nomes como Abdias e Solano Trindade na cena cultural carioca.

O pesquisador José Jorge Siqueira, autor de “Entre Orfeu e Xangô: a emergência de uma nova consciência sobre a questão do negro no Brasil 1944/1968”, acredita que o período entre 1944 e 1968 define uma nova consciência sobre a questão do negro na discussão cultural brasileira.

A forma como a narrativa é construída pelo desfile, que tratou Zumbi dos Palmares como herói, dialoga com a narrativa requerida por Abdias Nascimento, na qual o negro precisa ser representado como rei, como herói, não como escravo, já que a cultura e a dramaturgia brasileira ignoram o potencial humano do negro, sublimando a importância de escrever a epopeia das revoltas e dos levantes contra o regime escravocrata. Toda essa construção positiva de grandes personagens negros da nossa história foi feita em desfiles do Salgueiro nesse período.

Quem também participou ativamente destes cortejos foi Mercedes Baptista. A primeira bailarina negra do Municipal foi convidada por Fernando Pamplona a coreografar alas para o desfile do Salgueiro, algo inédito até então. “Os anos de 50 e 60, até a ditadura civil militar, fez florescer uma série de artistas negros na cena cultural carioca, movimentando todo um debate sobre a história afro-brasileira. Não à toa isso se refletiu no carnaval, os temas até então pautados pela história oficial, ganharam nova visão”, explica Leonardo Antan.

Um enredo comum da bibliografia sobre o período é dizer que o Salgueiro introduziu na festa os temas afro-brasileiros. Já haviam outras iniciativas de narrativas sobre a escravidão e o próprio samba, mas fato é que o Salgueiro promoveu um processo de mudança estética e narrativa ao dialogar com referências do Balé Folclórico de Mercedes Baptista e o Teatro Experimental do Negro.

O livro “Laroyê Xica da Silva” é fruto do mestrado em História da Arte no Instituto de Artes da UERJ pelo escritor Leonardo Antan, com orientação do professor Felipe Ferreira. Tem a orelha assinada pela pesquisadora Helena Theodoro e o prefácio escrito pelo historiador Luiz Antonio Simas, no qual afirma que “o texto pode ser lido de várias maneiras: a encruzilhada não é metáfora, mas conceito fundante da reflexão. O que posso dizer é que li o trabalho fabuloso de Leonardo Antan sorrindo e, vez por outra, gargalhando.”

O livro está à venda na lojinha do “Carnavalize” e foi viabilizado com a lei Aldir Blanc, através do Edital de Fomento à Produção e Aquisição de Bens e Serviços da Secretaria Municipal de Cultura de Nova Iguaçu.

‘Casa Sueli Carneiro’ terá bate-papo ao vivo no Twitter sobre recém lançada biografia da ativista.

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Foto: reprodução

A Casa Sueli Carneiro iniciou suas atividades para o público no Twitter e entre as primeiras ações estão bate-papos ao vivo com a escritora e jornalista Bianca Santana e a dançarina, da perfomer Luanda Carneiro Jacoel, idealizadoras da Casa Sueli Carneiro, e a própria Sueli Carneiro, ativista pelos Direitos Humanos. O público poderá enviar perguntas no Twitter por meio da hashtag #PergunteParaSueliCarneiro.

O bate-papo será dia 24, segunda-feira, 19h e terá como tema a recém lançada biografia “Continuo Preta: A Vida de Sueli Carneiro” (Companhia das Letras), escrito pela jornalista e pesquisadora Bianca Santana, com mediação de Fernando Gallo e Natália Neri, ambos do Twitter Brasil. O livro é parte de um projeto amplo de salvaguarda da memória e história do ativismo de Direitos Humanos no Brasil. A casa onde Carneiro viveu por mais de quarenta anos e que guarda importantes documentos históricos principalmente do ativismo antirracista e sua biblioteca estará aberta para atividades culturais e de pesquisa. O acervo que vem sendo digitalizado também estará disponível nas plataformas em que a instituição está presente, entre elas, o Twitter.

Antes do bate-papo, para apresentar a Casa, comentar sobre a recém-lançada biografia e apresentar os planos futuros, Bianca Santana e Luanda Carneiro, participarão de um Espaço (novo recurso do Twitter que conecta as pessoas por meio de conversas de áudio ao vivo) realizado pelo perfil da Casa Sueli Carneiro amanhã, dia 21, a partir das 17h. Para acompanhar, basta entrar no link Tweetado pelo perfil no dia do evento.

Aula sobre intolerância religiosa antecede exposição de acervo de arte sacra iorubá

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O babalorixá e professor Sidnei Nogueira, vai conduzir a aula nesta quainta-feira. Foto: Divulgação

A intolerância religiosa estará em foco na masterclass desta semana no projeto Tesouros do Nossos Ancestrais. Ministrada pelo professor e Babalorixá Sidnei Nogueira de Xangô, Intolerância Religiosa e as religiões de matrizes africanas, acontece nesta quinta (20), às 20h, e traz à cena um tema que tem sido recorrente nos principais meios de comunicação, e que abrange a relação intrínseca entre a fé, africanidades e religiões com matriz civilizatória africana. Totalmente gratuita, a inscrição para a aula pode ser feita através do link https://linktr.ee/casaheranca.

Sidnei é especialista em epistemologia de terreiro. Babalorixá da CCRIAS – Comunidade da Compreensão e da Restauração Ilê Axé Xangô, professor de linguística e africanidades, mestre e doutor em Semiótica e Linguística Geral pela USP, além de coordenador do Instituto Livre de Estudos Avançados em Religiões Afro-brasileiras – ILÊ ARÁ. Também é autor dos livros “Coisas do Povo do Santo” (2011) e “Intolerância Religiosa” (2020) pela coleção Feminismos Plurais.

O projeto Tesouros de Nossos Ancestrais faz parte da programação que antecede a exposição de peças do acervo particular do rei OOni de Ifé, na Nigéria, Ojaja II. A coleção imperial de arte iorubá, composta por obras milenares e contemporâneas que chegaram a ser extraviadas do continente africano durante o processo de colonização dos séculos XIX e XX, conta a história de Oduduwa, o ancestral maior do povo Iorubá, e seus descendentes através de esculturas produzidas na vasta terra iorubá, por artistas de diferentes povos locais.

Projeto idealizado pelo rei de Ile Ifé, Ojaja II, vai expor obras de arte sagrada do povo iorubá. Foto: Divulgação.

Agora recuperado, este verdadeiro tesouro histórico, religioso e cultural, será exibido pela primeira vez ao público a partir de junho, como forma de aproximar as culturas, auxiliando o povo brasileiro a conhecer melhor suas origens, heranças, histórias e até feições, possibilitando este intercâmbio cultural entre povos irmãos, trabalho que vem sendo feito de forma intensa pela Casa Herança de Ododuwa, através de palestras e cursos oferecidos, atualmente de forma virtual.

“Não existe caminho possível para o futuro da humanidade sem olhar para o continente africano e compreender o legado que nossos ancestrais nos deixaram. Sem dúvida, é essa herança que irá auxiliar a construirmos juntos um mundo melhor para todos. Nossos ancestrais deixaram conhecimentos vitais para os problemas da humanidade e tenho certeza de que o futuro é ancestral”, conta Ooni de Ifé.

A programação completa do evento entre outros conteúdos culturais poderão ser acessados no perfil oficial da Casa Herança Oduduwa no Instagram.

Projeto “Arquitetas Negras” recebe apoio da Suvinil

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Foto: reprodução/Instagram

Pensando no desenvolvimento de profissionais da área, a Suvinil investe em diversas iniciativas que oferecem conteúdo qualificado e oportunidades de negócios. Com arquitetos e designers de interiores não é diferente: a fabricante é mantenedora da construtech Archademy, primeira rede de aceleradoras de escritórios de interiores no mundo, e apoia diversas ações que começam a se espalhar e a transformar a cena arquitetônica.

Um dos primeiros matchs de 2021 foi entre a Suvinil e o projeto Arquitetas Negras, como mantenedora da Achademy, a Suvinil tem direito a 30 acessos ao programa de aceleração desenvolvido pela startup e, neste ciclo, todas as vagas foram destinadas ao projeto Arquitetas Negras. “Buscar a igualdade de oportunidades na arquitetura é transformar a arquitetura em ferramenta social “, diz Gabi de Matos, fundadora do Arquitetas Negras.

O objetivo do programa e em especial neste clico, é fazer com que arquitetas e designers de interiores, donas dos seus próprios escritórios ou autônomas, recebam a orientação adequada para que organizem os seus negócios, sejam mais valorizadas e reconhecidas, e consigam novos e melhores clientes. “Sabemos das dificuldades e dos desafios encontrados por profissionais negras para que consigam se inserir, manter e tornar seus negócios sustentáveis, então quando surgiu o convite, a empolgação veio junto“, conta Audrey Carolini, co-coordenadora do Arquitetas Negras.

Contamos com um time engajado com práticas inclusivas que tem permitido acesso a jovens que muitas vezes precisam apenas de um direcionamento profissional“, ela relata.

O investimento para participar do projeto é de R$2.997, mas para as profissionais selecionadas, será totalmente gratuito. 

Sobre a Archademy

A Archademy é o primeiro e o maior Market Network de Arquitetura e Design de Interiores do Brasil. Por meio de sua plataforma e comunidade, a Archademy capacita arquitetos com conteúdos especializados, fomenta transações em seus centros de negócios, possibilita o gerenciamento de projetos e oferece crédito para a realização de projetos. 

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