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Aberta inscrições para curso gratuito de marketing cultural e empreendedorismo negro

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Getty imagens

A produtora Vital irá oferecer um minicurso, voltado para a comunidade negra, sobre marketing cultural e afroempreendedorismo, com a proposta de construir saberes, necessidades e soluções da comunidade negra, com métodos e fundamentos profissionais para os segmentos de cultura e empreendedorismo na região.

O Minicurso ministrado por eles, vai propor  para os alunos os processos da cadeia econômica cultural e gerar visibilidade às discussões que abrangem vários temas sociais, um deles são o saber do Marketing como ferramenta de inclusão no setor cultural de grandes produções, empreendedorismo cultural, black money, autoestima profissional, entre outros tópicos.

O minicurso será aplicado pelas ministrantes consultoras: Talita Peixoto, CEO do Clubinho Preto, Daniele Valentim, mestre das ciências das artes e da Comunicação e Line Vital, publicitária e produtora executiva da Vital Marketing Cultural. A grade curricular é composta por conteúdos intensivos de Marketing, produção, estratégia negra, empreendedorismo e black money. 

Em formato online e contando com o incentivo da Lei Aldir Blanc. As inscrições podem ser feitas até esta sexta-feira (5), através do link https://docs.google.com/forms/d/1jfASM8JEQ6-dzq8YVjFT4RhGQKxIZmt_zlyXkmcAp1A/viewform?edit_requested=true e será ministrado do dia 8/03 ao dia 24, às 21h.

                                                                                            
Cada tema-aula terá três dias de aulas virtuais com até 3hr/dia, divididas em três semanas (cada tema-aula por semana)

Vanda Ferreira, griot de gerações de ativistas, recebe medalha Chiquinha Gonzaga na câmara do Rio

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Nesta quarta-feira (3) a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou, com todos votos favoráveis e apenas uma abstenção, a entrega da Medalha Chiquinha Gonzaga, maior honraria da Casa, para Vanda Ferreira, personalidade de referência nos movimentos negros do Brasil.

Vanda Maria de Souza Ferreira, que é mais conhecida pelo apelido de Vandinha, tem mais de 50 anos de atuação em movimentos sociais e gestão de políticas públicas. Nos anos 80, próxima de Brizola e Abdias do Nascimento, foi diretora de cultura do Instituto de Pesquisas e Estudos da Língua e Cultura Yorubá (Ipelcy) e coordenadora do emblemático projeto Zumbi dos Palmares, da Secretaria Municipal de Educação do Rio, pioneiro na adequação do ensino para história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Além disso, teve vários anos de atuação no sistema prisional, onde trabalhou como diretora geral da Divisão de Educação e Cultura do Sistema Penal da Secretaria Estadual de Justiça do Rio, e teve passagens, também, pela Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras, em substituição de Abdias, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Secretaria Municipal de Cultura.

Griot de gerações de ativistas e intelectuais negros, é considerada por muitos uma das matriarcas do movimento, responsável por abrir caminhos e consolidar espaços de promoção da igualdade racial.

A homenagem com a Medalha Chiquinha Gonzaga, em reconhecimento de sua trajetória, foi apresentada na forma de um projeto de lei pela vereadora Thais Ferreira (PSOL).

Nollywood – O cinema Nigeriano

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Foto: Reproduçao/Nollywood

O cinema nigeriano, Nollywood, é uma referência de narrativas cinematográficas, em alguns “streamings” eles têm ganhado cada vez mais espaço.

E o mais interessante ao pesquisar sobre o cinema nigeriano, constatei que ele teve/tem investimento do governo nigeriano desde os anos 70, após a independência do país. A Nigéria é um dos países mais ricos do continente africano, é um território muito rico em petróleo. Além do destaque que vem tendo no cinema, a Nollywood, que incrivelmente está muito associado ao “boom” que nos anos 1970 o petróleo teve.

O governo passou a investir no cinema com a intenção de propagar sua política e promover uma descolonização da mente nigeriana após a independência que aconteceu em 1960. A Nigéria foi colonia britânica até 1960. Assim, esses filmes passaram a fazer sucesso no país, embora com viés mais comercial, a presença da cultura e arte foi importante para seu triunfo, se destacando como uma das indústrias cinematográficas mais significantes do mundo, arrecadando por ano cerca de 300 milhões de dólares.

Então resolvi indicar 5 filmes nigerianos que eu já vi e amo, e acredito ser bacana para conhecer um pouco da cultura nigeriana.

FILME 1 – A ESTRADA NUNCA PERCORRIDA de 2015
É a história de um casal a Victória e o Izu, que estão recém separados e precisam fazer uma viagem juntos. É interessante porque indiretamente e de forma natural cita a anemia falciforme, que é uma doença predominantemente na população negra, e aqui no Brasil é pouco falado. Mas enfim, ao longo da viagem eles vão tendo uma lavagem de roupa suja, que olha, se eu falar mais eu vou dar spoiler, então vejam.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=dop5Ujm7H8g

FILME 2 – CINQUENTONAS de 2015
É a história de 4 mulheres negras bem sucedidas que estão chegando nos 50 anos, o filme vai discutir tantos assuntos como afetividade, sexualidade, carreira, padrões sociais, econômicos. Mulheres com problemas e dilemas de mulheres casadas e traídas, separadas, solteiras, num filme bem divertido, mas muito reflexivo. E eu fiquei chocada que Cinquentonas é uma série também, e tem 2 temporadas.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=65AUN3b2umA

FILME 3 – NA BATIDA DE LARA de 2018
É a história de duas irmãs: Lara e Dara, que são riquíssimas, mas sofrem um
golpe e perdem tudo, tudo mesmo. Dara, é cineasta e a irmã caçula, e sai em busca
de tentar solucionar o problema, enquanto Lara, a blogueira, resolve investir em sua
carreira musical, ela canta muito bem. E a mensagem do filme é sobre o poder de
união das mulheres. são 2 horas de filme que vale a pena.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=2lEje7vEgtA

FILME 4 – O CASAMENTO DE NICOLE de 2016
É uma comédia dramática, sobre Victor, um cara que não aceita sua origem pobre e que está noivo de Nicole, a filha de um ricasso nigeriano. Victor tem por missão bancar um casamento milionário, mas não tem um tustão, e vive por inventar mentiras. Eu achei esse filme pesado, muito machista, mas por um lado levanta muitas questões sociais que ainda tem de ser superadas: o machismo e o capitalismo impostos nos países africanos. Mas também nos possibilita conhecer mais da cultura nigeriana.

Trailer indisponível

FILME 5 – SIN CITY de 2019 Um casal, Phil e Julia, viajam para curtir uns dias juntos, vão para um hotel onde recebem uma proposta diferenciada para casais. Em uma das noites o casal aceita essa proposta e vivem uma noite inesquecível, e que quando você pensa que o filme vai acabar, e que a mensagem do filme é sobre um casamento saudável mesmo com aventuras, tudo muda e a trama te segura até o final, e se eu falar mais vou dar spoiler.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=4aoYcXSr0_A

Bom, essas são minhas indicações, se você já assistiu algum filme NOLLYOWDIANO me indica aí, e se você ver algum desses, bora papear.

Escrito por Jéssica Machado -Cientista Social e professora

OkMestre lança projeto que reúne MC’s e dará visibilidade a artistas independentes de São Paulo

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Com o apoio da Secretaria de Cultura do município de São Paulo através da Lei Aldir Blanc, OkMestre lançou nesta quarta-feira (3), o projeto FADA que dará visibilidade a cinco Mc ‘s do cenário do Rap nacional. O evento terá lives streaming semanais até o dia 31 de março, através do facebook da OkMestre direto do estúdio da Live Factory.

O ano de 2020 começou turbulento e vimos uma das piores crises globais acontecendo diante de nossos olhos. Com casas de shows e centros culturais fechados por conta da pandemia de Covid-19, o setor artístico independente vem sofrendo grandes perdas financeiras e sem sombra de dúvidas, é umas das categorias mais afetadas com o avanço do novo coronavírus.

Considerando um cenário que já não era animador, por conta do baixo investimento na cultura dentro das favelas, a falta das redes de apoio e oportunidades a categoria de trabalhadores do setor artístico se viu em situação comprometedora para garantir comida para si.

Dados do Mapa da Desigualdade de 2019 apontam que as regiões periféricas da cidade de São Paulo contam com menos centros culturais, casas e espaços de cultura, museus, cinemas, salas de shows e concertos, acervos de livros adultos e infanto-juvenis do que regiões centrais e bairros ricos. A desigualdade chega a ser 265 vezes maior em alguns casos.

Ninguém mais do que a periferia está sofrendo com a Pandemia, não existe isolamento”, como bem disse o rapper Emicida, “o distanciamento social sempre existiu e agora ainda é necessário isolamento físico“.

A ideia do projeto Fomentando o Alimento da Alma (Fada) é de levar uma mensagem de esperança aos menos favorecidos, além de viabilizar a manutenção financeira dos envolvidos, fomentar e fortalecer o cenário independente do Movimento Cultural HIP-HOP de São Paulo, durante a execução do programa cada artista irá gravar uma faixa  exclusiva para o projeto. As músicas de trabalho foram gravadas  no estúdio Base Mc Beat, com direção artística da OkMestre, além de todo suporte  para licenciamento e distribuição nas plataformas digitais para que eles possam lucrar. O resultado desse trabalho que foi produzido pelo FADA será apresentado ao público em uma série de live com estrutura de sonorização e streaming profissional.

Segundo o Diretor Artístico do projeto do projeto, Rodrigo Rocha de Souza, conhecido na cena do Rap como Vinão Alobrasil, a ideia do projeto surgiu  da vontade de ajudar essa galera independente que não tem o conhecimento específico dentro da área cultural, que tem o desejo de apresentar o seu trabalho para outras pessoas e não sabe como chegar e nem como fazer. Os artistas selecionados para participar dessa primeira edição do projeto FADA são: os rappers Arcanjo Ras, Lua Rodrigues, Cesar Selva,Flor MC e Vinão Alobrasil.

  PROGRAMAÇÃO DAS LIVES

03/03 (Quarta) – Vinão Alobrasil  é considerado aquele mano que é “correria milianos”! Ele é multiartista e atua em diversas áreas do Movimento Cultural HIP-HOP. Vinão é bacharel em Assistência Social pela Universidade Uninove São Paulo e não abandona a luta de base, denunciando as injustiças sociais e fomentando o alimento da alma através da sua arte. 

10/03 (Quarta) – Lua Rodrigues é Militante, Mestra de Cerimônia, tem a militância no sangue, Neta de Benedito Rodrigues Ex-combatente da Guerra Civil (Revolucionário Constitucionalista 1932) e Benedita Maria Rodrigues da Família de músicos do grande Mestre Lazinho de Sorocaba – SP, pais de Vera Helena Rodrigues de Souza (Mãe de Lua), “Naruna Uchôa” como é conhecida a artista plástica, também militante e engajada totalmente a Movimentos de Luta e situações de vulnerabilidade social.

17/03 (Quarta) – Cesar Selva Ficou conhecido por trazer um estilo único de fazer rimas, inspirado por MC’s da época dos anos 80. Desde 1993 vem exercendo sua trilha no HIP-HOP RAP Nacional e está trabalhando seu primeiro CD. Influenciado pela velha escola do RAP, César Selva está fazendo história na cena independente fazendo a Nova Escola se renovar. 

24/03 (Quarta) – Flor MC A cuiabana hoje fortalece o rap em São Paulo como MC e comunicadora. Quando Flor partiu do cerrado para descobrir o país, talvez não imaginasse que o ‘rolê’ que gostava de fazer com os amigos se tornasse seu ganha pão.  Hoje, em São Paulo, ela se revela no rap, gênero musical e movimento social que fortalece como MC e comunicadora. Em entrevista para o LIVRE, a jovem contou essa história começou e como ganha a vida, além de falar de suas impressões da cena cuiabana e sobre ser mulher em um duelo de rimas. 

31/03 (Quarta) – Arcanjo Ras Diretamente do Ipiranga – SP, Robinson Rocha de Souza, mais conhecido como Arcanjo Ras, deu início a seus trabalhos na música em meados de 1997.  Começou como DJ, e logo 

descobriu seu talento vocal, fez parte de vários grupos vocais da grande SP, O cantor já foi integrante do Coral Erudito de São Paulo e do Coralusp (Coral da USP). Atualmente, estuda Canto Lírico com o conceituado Barítono Eduardo Paniza e também faz parte do Coral do Hospital Sírio Libânes. 

Serviço:

Projeto FOMENTANDO O ALIMENTO DA ALMA

Data: 03 a 31 de março

Horário: 21:00 hora

Local: online pelo facebook da OkMestre

Amazon Prime Video divulga trailer eletrizante de “Sem Remorso” protagonizado por Michael B. Jordan

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Amazon Prime Video revelou o primeiro trailer de Sem Remorso, a adaptação do livro de Tom Clancy protagonizado por Michael B. Jordan. A prévia mostra um soldado da marinha entrando em uma perigosa jornada de vingança após o assassinato de sua esposa.

O longa segue um soldado da marinha (Jordan) que descobre uma conspiração internacional enquanto buscava justiça pela morte de sua esposa grávida nas mãos de uma equipe militar russa. Sua jornada de vingança cria uma união com uma colega da marinha (Jodie Turner-Smith) e um agente misterioso da CIA (Jamie Bell), em um plano que ameaça um novo conflito entre os EUA e a Rússia.

O personagem de Jordan faz parte do mundo da espionagem criado por Tom Clancy e já apareceu em 17 romances do autor.

Stefano Sollima (“Sicário: Dia do Soldado”) é o diretor da adaptação, com roteiro de Taylor Sheridan (“Sicario”). Além de atuar, Jordan também produz o filme junto a Akiva Goldsman, Josh Appelbaum e Andre Nemec.

O filme será lançado no Prime Video dia 30 de abril.

Confira o trailer:

“Super Sema”: Lupita Nyong’o e YouTube vão lançar uma minissérie infantil de super-heróis Africanos

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Imagem/Divulgação

A atriz ganhadora do Oscar, Lupita Nyong’o, está fazendo parceria com a mídia de Nairóbi e a startup de tecnologia “Kukua” para apoiar a franquia ‘Super Sema’, um novo programa infantil e familiar do YouTube Originals.

Super Sema marca a primeira série animada de super-heróis infantis do Continente Africano e vai estrear os primeiros oito episódios em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Os 12 episódios restantes serão lançados ao longo de março e abril.

Alimentado pelos superpoderes STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática), Super Sema segue as aventuras da extraordinária jovem africana, Sema, que vive na comunidade futurista neo-africana de Dunia.

Além de ser a produtora executiva de Super Sema, Lupita atua como acionista da Kukua, a startup fundada em 2015 por Lucrezia Bisignani. Além disso, ela dará voz a um personagem da série.

“Compartilho o objetivo de Kukua de capacitar as crianças por meio de histórias inspiradoras que apresentam personagens nos quais as crianças se vêem refletidas. Estou muito feliz por fazer parte desta equipe talentosa e liderada por mulheres de criadores decididos ”, disse a atriz.

Cynthia Erivo dará vida à Fada Azul em live action de Pinóquio

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Imagem: divulgação

Depois de uma Cinderela, Sininho e Ariel negras, os racistas terão mais um motivo de choro: De acordo com a Variety Magazine, a atriz e cantora Cynthia Erivo foi escalada para viver a personagem Fada Azul no longa metragem que conta com outros atores confirmados como Tom Hanks e Luke Evans. Na trama, a Fada Azul é quem transforma o boneco em um menino de madeira. A produção dos estúdios Disney começará a ser filmado no Reino Unido ainda esse mês, e será lançado diretamente na plataforma de streaming oficial da empresa, o Disney Plus, mas ainda não há uma data definida para isso.

O orçamento do filme está estimado em cerca de 150 milhões de dólares. Apesar de Cynthia ser a única pessoa negra confirmada no elenco até agora, na internet houve quem não gostou muito do anúncio, sob a justificativa que a Fada Azul é originalmente branca e de olhos azuis. Em contrapartida, também houveram aqueles que comemoraram a novidade e justificaram que o papel deveria ir para quem tivesse talento para interpreta-lo, independentemente das características físicas.

Jornalista transforma dissertação em livro sobre religiões afro-brasileiras e escolas de samba

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O livro é uma narrativa sobre duas manifestações que sempre dialogaram: religiões afro-brasileiras e escolas de samba, segundo a jornalista e autora, Claudia Alexandre. A obra sugere um “olhar desfragmentado” sobre a presença das tradições de matrizes africanas em expressões culturais, que ajudaram a construir o que chamamos de identidade nacional. Vemos que, ao longo do tempo, o que era uma forma de perceber o mundo foi sofrendo rupturas provocadas por interpretações e ações hegemônicas. O que inclui o assombro da indústria cultural e as violências da intolerância religiosa. De qualquer forma, religar esses universos, tensionando o ambiente acadêmico e revisitando acervos das experiências negro- -africanas em diáspora, também nos revela novos caminhos para (re) escrever a História do Brasil a partir da história dos sambas e das escolas de samba.

 A autora, “devidamente” autorizada, adentrou a encruzilhada da Vai-Vai, um território negro paulistano onde reinam Exu, o orixá mensageiro, e Ogum, o guerreiro. Lá, encontrou um terreiro que as telas das televisões não são capazes de registrar. O carnaval negro não pode ser concebido sem os cultos ancestrais, porque há uma ardidura que os mantém em uma potente ligação. 

A Escola de Samba Vai-Vai foi fundada em 1930 por um grupo de negros e, apesar das transformações inerentes ao tempo, ainda mantém um sistema religioso que ultrapassa os limites do sagrado-profano, em total conexão com os valores ancestrais. Nesse terreiro nada está separado: é o pavilhão preto e branco, com seus ramos de café e a coroa de rei; é o surdo de primeira, a divindade que dá o ritmo na avenida; mas é também o toque para os orixás, as procissões que embalam as ruas do bairro; são os altares para os santos das macumbas; é o pai de santo e é o quarto de Exu e Ogum. A africanidade se compõe para continuar desafiando as narrativas que insistem em colocar samba de um lado e orixás de outro. 

Orixás no terreiro sagrado do samba – Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai também evoca a ancestralidade para mostrar como outras linguagens e outras expressões foram reinventadas em redes de pensares, saberes, fazeres e negociações, que driblaram todas as tentativas cruéis de se fazer esquecer um passado ou para eliminar sujeitos de sua própria história.

O terreiro sagrado da Vai-Vai é lugar de reverenciar nomes de gente que reza e continua sambando entre os seus. É o encontro constante do passado com o presente, na trajetória de Pé Rachado, Geraldo Filme, Chiclé, Dona Nenê, Dona Marcinha, que ainda estão ali em todos os altares que são acesos por Fernando Penteado, Osvaldinho da Cuíca, Thobias da Vai-Vai e Sandrinha, que cuidam do quarto de Exu e Ogum. 

O que eu encontrei na escola de samba Vai-Vai foi uma tradição que revive a matriz africana e surpreende porque está ali na encruzilhada de Exu, não apenas dando sentido identitário à comunidade, mas político e de resistência também. Os símbolos do Candomblé, envolvidos na rotina da festa, o calendário religioso, embalados pelos sambas formam um verdadeiro terreiro sagrado do samba em plena São Paulo”, disse Claudia Alexandre. 

Sobre a Obra 

O livro é fruto da dissertação de mestrado em Ciência da Religião (puc-sp/2017) da jornalista e pesquisadora Claudia Alexandre. A autora, que tem vivências e trânsitos nos universos das religiões de matrizes africanas e nos sambas, apresenta, a partir de seu trabalho acadêmico, uma investigação sobre as origens das manifestações afro-brasileiras, desde os primeiros batuques, onde as práticas dos povos negros se confundiam entre o profano e o sagrado, até as passarelas do samba, onde destaca a experiência da comunidade negra que ocupou o famoso bairro do Bexiga, em São Paulo, e deu origem à Escola de Samba Vai-Vai. É nesse terreiro de samba que ela vai encontrar uma complexa relação entre os sambistas e os cultos do Candomblé. A Vai-Vai mantém um sistema religioso próprio, que possibilita em seu espaço de festa o culto aos orixás patronos da comunidade: Exu e Ogum.

A autora explica: “Acho importante destacar que encontrei uma religiosidade na escola de samba Vai-Vai para além do resultado estético do espetáculo apresentado nos desfiles carnavalescos, algo que não se vê na tela da televisão. O olhar fragmentado, reproduzido pelos meios de comunicação será incapaz de revelar o que sustenta a devoção daqueles sambistas no momento máximo da festa. Com certeza, ali a paixão transcende o componente e a escola de samba na passarela parece se transformar em um templo religioso”. É exatamente o que nos traz Edmilson de Almeida Pereira: “no decorrer dos desfiles das grandes agremiações, quando os meios de comunicação captam, em plano geral, a massa de anônimos e, em close, os personagens famosos do mundo do espetáculo, estão de fato captando uma fração do carnaval”. 

Após eliminação, Lumena Aleluia fala sobre sua passagem no BBB e aprendizados

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Foto: Reprodução/TV Globo

A psicóloga Lumena Aleluia foi a 5º eliminada do BBB21, com 61,31% dos votos a baiana deixou a casa cheia de arrependimentos. Em entrevista ao Gshow, Lumena avaliou sua performance na casa, revelou onde acha que errou e comentou sobre os memes que protagonizou

“Eu fui com a intenção de dançar de um jeito e dancei de outro. Até o meu jeito de expressar questões vem junto com o corpo, com a voz. É tudo muito grandão, literalmente (risos). Eu poderia ter dançado de uma forma mais leve no jogo”, acredita. Contou Lumena assumindo mais uma vez que gostaria de ter mostrado seu lado mais leve no programa.

Lumena foi convidada a fazer uma avaliação da sua jornada no programa e alegou que foi vítima de algumas ciladas emocionais: 

“O sentimento é de que eu caí em algumas ciladas emocionais que eu nunca imaginei que pudesse cair. Eu só comecei a retomar meu proposito principal, que era o de levar a minha jornada com leveza, alegria, entrega e pesar muito menos as questões identitária, quando eu fui para o paredão. Só que os encontros e os gatilhos com algumas pessoas lá foram muito profundos. Eu não sou uma pessoa rasa, não consigo lidar com nada na minha vida de maneira superficial. Eu tentei estudar possibilidades de questões que poderiam surgir, me preparar para isso, mas jamais imaginei que pudessem ser tão profundas com pessoas também muito profundas. Por isso eu acho que foi uma jornada um pouco desastrosa. Eu me distraí com questões muito sérias lá dentro. E o meu foco de ser uma mulher competidora, alegre e que gosta de desafios acabou ficando em segundo plano, assim como minha subjetividade, baianidade e “gastação de onda”. Isso acabou me afastando do meu propósito real. Eu queria comprar meu trio elétrico, quero ser mãe, fazer minha inseminação… Me atrapalhei toda no “rolê” (risos).” 

Lumena foi eliminada em seu primeiro paredão, com a saída de seus aliados Karol Conká e Nego Di a baiana contou que esperava que “a bomba caísse no seu colo” e contou o que pode ter atrapalhado ela no jogo:

“Eu não me calei em horas que eu poderia ter calado e me posicionei de maneiras que eu não curto me posicionar mais. Eu deixei parte da minha dinâmica de vida, que é tratar de questões que são duras para mim de forma leve, e liguei o modo “dedo na cara”.”

No início do confinamento a psicóloga foi escolhida pelo público para entrar já imune, seus vídeos no pré confinamento e sua apresentação conquistaram os telespectadores no primeiro momento, mas com o passar do tempo Lumena não conseguiu resgatar a pessoa do pré confinamento:

“Eu acho que a minha sinceridade pode ter levado a isso. Eu fui mostrar a minha criança no reality, a Lumena “gastação”. Só que junto com ela vieram as feridas. Eu fico muito triste por ter reverberado muito mais as minhas feridas do que o meu lado lúdico. No primeiro momento, eu acho que prevaleceu a minha ludicidade. E também não tinha ninguém lá engatilhando nada, eu estava sozinha. Sozinha eu sou do “corre”, é outra parada.”

“Eu entrei como Pipoca, participei de um processo seletivo com milhares de pessoas. Queria aproveitar!” desabafou Lumena

A ex-sister também comentou sobre um dos maiores acontecimentos dessa edição a desistência do ator Lucas Penteado:

“Na saída do Lucas, aquele choro foi uma catarse de reconhecer que tanto a saída dele quanto a minha postura transcendiam o que agente viveu ali dentro. Eram matrizes que vêm da história dele e da minha história. A imagem dele me lembrava os meus primos, pessoas com quem eu me relacionei na vida, pessoas que eu acolhi, a quem eu me doei. Eu confundi muita coisa lá dentro. Ele projetou em mim um acolhimento que, em dado momento, eu desejei e me anulei no jogo para me doar. Quando ele me feriu, eu decidi ligar o modo contra-ataque, o que foi muito prejudicial para o meu jogo. Me senti atacada pelo que ele me causou, e eu não levo desaforo para casa de homem nenhum. Pensei: “se me atacar, vou atacar também”. Só que eu esqueci que eu estava num reality, não num campo de batalha.”

Em um papo mais descontraído a baiana falou sobre os memes que foram criados aqui fora a partir de suas falas e atitudes na casa:

“É real essa parada? Nem Twitter eu tinha, não estou ligada nesse corre. Eu estudei tanto para virar meme (risos)! Mas é isso, meu primeiro cancelamento. Vou levar para o meu Currículo Lattes e está tudo certo. Vou elaborar o que é ser cancelada na internet, o que é virar meme. Vou levar para a minha análise, vou beber cerveja dando risada com as minhas amigas. Porque, gente, o que eu vou fazer? Fui cancelada.”

Além do meme “Não autorizou” Lumena também ficou conhecida pelo seu vocabulário extenso, vídeos de influencers pegando o dicionário para traduzir falas da psicóloga viralizaram nas redes sociais, a ex-sister comentou o que achou de toda essa repercussão:

“Eu estou muito chocada (risos)! Eu sou uma mistura: cresci na periferia de Salvador, aí fui fazer um corre acadêmico. E sou DJ de pagode, então pesquiso muito a subjetividade pagodeira baiana – é gíria atrás de gíria. Eu sou apaixonada pela minha terra, pela maneira com que a gente lida com questões sérias na Bahia. É uma forma leve, gastona. Eu gosto do “sincerão” e o meu mistura academia, o corre do Lattes. Eu gosto dessa performance acadêmica e lá era o que tinha para “tocar”. Um monte de influencers e eu pensei: “Gente, que mundo é esse? Milhões de seguidores, uau”. A única coisa que eu tinha para compartilhar eram minha pesquisa, meus termos, que eram muito naturais; eu falo assim. E a minha verdade: sou uma mulher baiana, migrante, do corre. Usei “fenótipo”, minha orientadora deve estar doida (risos).” 

Sobre suas atitudes mais “ríspidas” Lumena falou sobre profundidade e a forma como reagiu a certas questões:

“Eu liguei um modo muito profundo lá dentro, que era totalmente contrário ao meu propósito no BBB. Eu já lido com essas questões de maneira profunda em agendas muito específicas aqui fora. É uma coisa que eu criei na minha rotina: só vou falar disso em momentos que eu me organizar para falar disso. Envolve projetos, agenda da militância. Minha vida não se resume a militância. Se eu tenho uma reunião com tal pessoa, eu vou falar sobre essas questões e tudo certo. Início, meio e fim. No resto do tempo, eu vou me divertir, curtir. E lá parece que eu liguei um outro modo. Eu tenho o sentimento de que gostaria de ter feito de outras formas, mas com o que chegou para mim, com a minha história de vida, não consegui fazer outro cálculo. Foram basicamente reações. E lá dentro só quem vive aquelas contingências sabe.” 

Embora tenha sido eliminada do jogo, o BBB21 impactou bastante na vida da psicóloga, que pretende estudar sobre internet, cancelamento e afins:

Eu quero estudar melhor sobre o impacto da internet nas nossas vidas. O comportamento de internautas, a comunicação nesse mundo. Lá na casa, pela primeira vez, eu pude entender o processo de sofrimento de influencers. Eu sou pesquisadora, gosto de entender tudo sobre comportamento. Até então, eu pesquiso muito questões de raça, gênero e território. E saí de lá com muita vontade de pesquisar e contribuir de algum modo com o que é esse comportamento na internet. É minha primeira experiência de cancelamento. Eu pesquiso o que eu vivo na minha história. Se essa pauta chegou para mim como experiência do que eu vivi lá dentro, agora o doutorado vai ser sobre isso. Eu gosto de estudar, de entregar informações para as áreas com as quais eu me comprometo.

E finalizando a entrevista, Lumena contou quais são os seus planos daqui pra frente:

Eu tenho muita sorte de ter pessoas que me amam muito e me entendem do jeitinho que eu sou. E a minha companheira, Fernanda, é uma delas. Eu quero ter filho. Minha prioridade agora também é viajar, mergulhar numa cachoeira, comer um acarajé, voltar minha cabeça para a minha religião, que é o que cuida da minha mente. Me reconectar, voltar para a minha leveza, cuidar da minha espiritualidade. Quero me fortalecer. Ouvir as músicas que minha mulher já fez para mim. E vou me dar prazeres porque isso alimenta minha alma. Vou voltar para o meu eixo de sanidade, organização e ludicidade. Vou tentar estudar um pouco esse mecanismo das redes sociais e ver o que posso oferecer para essas pessoas que estão me seguindo também.

Entrevista: Gshow

Criada por um jovem negro, nova marca de calçados vira tendência entre as Cariocas

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Imagem: Divulgação

Lançada durante a pandemia, a marca “Soul Calçados” se reinventou e tornou-se um sucesso no Rio de Janeiro. Idealizada pelo administrador Filipi Sant’Anna, a marca nasce de um projeto que ele tem desde adolescente: empreender no ramo da moda. 

Desde os 14 anos, Filipe já vendia bolsas e sandálias de porta em porta nas residências de Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste onde viveu por alguns anos, sempre envolvido no ramo da moda e com esse mercado que movimenta, anualmente, uma média de R$ 140 bilhões de reais no Brasil.

Trabalhando em Londres, Filipi se viu forçado a voltar ao Brasil quando o coronavírus atingiu a Europa, no início de 2020, e no meio da crise, lembrou de seu sonho de atuar no mercado fashion como empresário.

As vendas da Soul Calçados começaram online e deram tão certo que, em menos de um ano, a empresa já conquistou duas lojas físicas em shoppings centers – uma no Rio, no Norte Shopping, e outra em São Paulo.

Imagem: Divulgação

Além de vender modelos de calçados confortáveis, como sandálias, scarpins, sapatilhas e tênis, a Soul Calçados investe em sapatos com numeração especial, trabalhando desde o número 33 até o 42. A partir dessa ação, alcança um nicho que tem dificuldades de encontrar calçados diversificados com preço acessível. 

Outra grande sacada da marca é a produção de coleções focadas na relação entre mãe e filha. Criando modelos para usarem juntas, com a mesma estampa e estilo, a marca ganhou um público fiel.

Ao crescer em passos largos durante uma das maiores recessões econômicas atravessadas pelo país, vale a pena ficar de olho nas próximas novidades da marca Soul Calçados, que pretende conquistar de vez o coração dos cariocas.

Imagem: Divulgação
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