O ex-participante do BBB e economista, que ficou conhecido como Gil do Vigor, acaba de formar uma nova parceria com a marca de iogurte Vigor.
De acordo com a empresa, Gil passa a ser garoto-propaganda da marca, e também terá participação nas campanhas, decisões estratégias e publicações da Vigor nas redes sociais em parceria com a SunsetDDB, a agência de publicidade da empresa.
Após a saída do participante a marca vem sendo cobrada pelo público para que a parceria aconteça, muitos internautas pediram para que a Vigor trouxesse o ex-brother como seu garoto propagando, pedido que foi atendido por ela.
Os pedidos do público motivaram a empresa a criar uma pesquisa mais densa. No mês de abril, a Vigor identificou mais de 15.300 menções à marca associadas ao ex-BBB.
“Ele terá um impacto muito positivo para a imagem da marca. Será uma grande honra poder contar com o talento e o carisma dele para os trabalhos de cocriação de conteúdo para Vigor Grego”, disse, em nota, Pipo Calazans, CEO da SunsetDDB.
“Estou muito feliz com essa parceria. É um momento de muito vigor para mim e para a marca. Nossas ideias se comunicam e acreditamos na força do ser humano em ser vigoroso, em acreditar e perseverar em seus sonhos”, disse Gil, em nota à imprensa.
Para oficializar a parceria, Gil vai ajustar seu nome em sua “bio” do Instagram para “Gil da Vigor”. De acordo com a empresa, em um primeiro momento, Gil vai desenvolver mensagens de conteúdo para a linha Vigor Grego. As peças publicitárias vão mostrar o economista consumindo produtos da linha, com o tema “Esse momento é meu, Brasil”, em uma associação ao seu bordão “Ai, Brasiiiil”.
A Coalizão Negra por Direitos realiza, nesta quinta-feira, o ato “13 de maio de Lutas“, data que marca a assinatura da Lei Áurea, em 1888, e deu fim à escravatura no Brasil. Segundo a Coalizão, são 40 atos confirmados em todo o país, dois nos Estados Unidos e um na Inglaterra. Se espera a mobilização de aproximadamente 200 mil pessoas. Neste mês, no ano passado, a morte de duas pessoas pretas comoveram o país: a morte do menino João Pedro, de 14 anos, durante ação policial no Rio de Janeiro em 18/05 e a do norte-americano George Floyd (25/05), o que torna os atos ainda mais simbólicos.
Acre, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal E Rondôni estão entre os Estados que receberão os atos. O movimento também cobra as autoridades um auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra o coronavírus e o fim do governo Bolsonaro. O lema dos atos é “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver!”.
O professor de história pela PUC-SP, fundador da Uneafro Brasil e integrante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior, conhecido como Negro Belchior disse que a chacina no Jacarezinho foi o pontapé para os grandes atos de hoje.”Teve o estopim de Jacarezinho que mostra a face explicita do racismo, com a violencia,morte e o coturno.Não tem vacina, mas tem chacina. No Jacarezinho tem movimentos da Coalizão e a nossa reação foi imediata”, afirmou o professor e ativista político.
Ao contrário do que costuma ser dito pela internet, Belchior desmente a suposta passividade do povo preto em face do genocídio diário perpetrado contra a população negra. “A classe media brasileira é menos suscetivel à mortes pretas do que nos Estados Unidos. Há um silenciamento do Movimento Negro , porque a gente reage à todas as mortes locais. A população reage, queima ônibus, bloqueia avenida, mas como isso é passado na TV? Não somos passivos como querem vender que nós somos, mas a mídia,a branquitude são perversamente racistas e não repercutem nossos atos.Hoje é o maior ato já convocado pelo Movimento Negro no Brasil e não há repercussão”, afirma.
Atos em São Paulo (Imagem: Coalizão Negra por Direitos)
A orientação das organizações que lideram os protestos é que os participantes usem máscaras, de preferência a PFF2, higienizar as mãos com álcool em gel constantemente, se manter em local ventilado e manter distanciamento social seguro.
Imagem: Coalizão Negra por Direitos
A Coalizão Negra por Direitos reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro brasileiro para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional. As entidades definem estratégias para intensificar o diálogo com o Congresso Nacional e com instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a pauta racial, além de fortalecer ações nos estados e municípios brasileiros nesse sentido.O
A médica e doutora em Comunicação, Jurema Werneck, será a próxima convidada do Roda Viva, nesta segunda-feira (17). Werneck integra o Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU para Mulheres no Brasil, além do Conselho Diretor do Global Fund for Women e é autora do “Livro da Saúde das Mulheres Negras: Nossos Passos vêm de Longe”.
Por ser diretora -executiva da Anistia Internacional no Brasil e acompanhar de perto as tragédias que ocorrem no país, os temas que serão abordados no programa serão a chacina de Jacarezinho, o maior massacre na história do Rio de Janeiro, o quadro de desigualdade social no país, agravado pela pandemia, e o desmatamento na Amazônia, que vem batendo novos recordes.
A bancada do programa será informada em breve, contudo, já foi confirmada participação do cartunista Paulo Caruso, indo ao ar às 22h, na TV Cultura, redes sociais e site da emissora.
A médica que sempre se mostrou muito presenta no campo politico e direitos humanos no país, acaba de ter seu depoimento aprovado na CPI que investiga como o atual presidente e seu governo lidou com a pandemia do Corona Vírus.
Por Jurema Werneck ser a coordena o Movimento Alerta, que consolida dados sobre a pandemia no Brasil, seu depoimento foi aprovado e será ouvido pelo Senador Renan Calheiros, autor do requerimento. Fazem parte do Movimento Alerta a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Oxfam Brasil, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Anistia Internacional Brasil, a Arquidiocese de São Paulo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e diversas outras entidades.
“Monstro” é adaptação do livro homônimo de Walter Dean Myers e conta a história de Steve Harmon (Kelvin Harrison Jr.), um jovem negro de 17 anos aspirante a cineasta., preso ao ser implicado num caso de assalto que acabou com o assassinato do dono de uma loja. Agora ele precisa provar sua inocência.
Filmes de drama de tribunal, por mais que se esprema a fórmula, sempre geram alguma tensão no espectador, e “Monstro” não é diferente. A escolha não linear de contar o que aconteceu pode quebrar o ritmo em alguns momentos, mas no geral é uma escolha inteligente ao incutir a dúvida no público se estamos acompanhando ou não a trajetória de um inocente ou de um culpado por assassinato.
A narrativa vai e volta, misturando passado e presente, fazendo com que ao mesmo tempo que simpatizamos pelo personagem principal, fiquemos apreensivos pelo desfecho de seu julgamento. Ajuda na empatia a ótima atuação de Harrison Jr (já tinha mostrado seu talento no ótimo ‘Ao Cair da Noite’). O ator mostra um olhar angustiado, confuso e choroso, denotando verdade quanto a estar na pele de alguém que pode perder sua liberdade por um longo tempo. Apesar de jovem, Harrison prova que pode segurar um filme sozinho.
Para além de um drama de tribunal, ‘Monstro’ é um exercício de metalinguagem do diretor Anthony Mandler. Sendo o protagonista um fã da narrativa do cinema, a obra brinca com as possibilidades de estar sendo criada uma história dentro da história e até onde a busca por uma boa narrativa e bons personagens levariam alguém a se envolvr com amizades duvidosas. Mandler dirigiu videoclipes de Rihanna e Beyoncé antes de estrear na direção de um longa e essa experiência como se vê aqui na montagem ágil das cenas no julgamento e na beleza da composição de muitas das tomadas, como quando Steve está com a namorada em cima de um prédio ao entardecer. Sobretudo, ‘Monstro’ é um filme bonito de se ver.
Imagem: Reprodução
A narrativa em off poderia ser cortada em algumas cenas, já que explica exatamente o que estamos vendo em cena, mas esse artifício conduz o filme de forma competente se juntar todo o tempo de duração da película. Aliás, é através da narração do protagonista que temos as reflexões mais incisivas sobre como um réu negro é visto por juíz, júri acusação. Não uma pessoa, não um inocente por presunção, mas um monstro que merece ser encarcerado.
As reflexões sobre o racismo estão lá, não explícitas pelo texto, mas na característica dos personagens e nas atitudes da polícia e do advogado de acusação (um caricato Paul Ben Victor).
Jeffrey Wright (‘Jogos Vorazes’) está bem como o pai preocupado com o filho, mas pouco tem a fazer. Quem tem mais tempo e se sai bem é Jennifer Ehle, conhecida pela série de 1995 ‘Orgulho e Preconceito‘. A atriz britânica é a advogada de defesa de Steve que nem parece indiferente ao acusado, mas também não entra na armadilha de parecer uma advogada completamente envolvida emocionalmente com o réu e sua família, tornando a atuação crível emcomparação com o que costumamos ver na vida real
“Monstro” é um filme bonito, que pede reflexão sobre como um homem preto que é acusado de um crime é visto antes mesmo da sentença e funciona melhor por causa do talento de Kelvin Harrison Jr.
Em 13 DE MAIO DE 1888, terminava, oficialmente, a escravidão no Brasil. Assim, desse jeito e sem rodeios. Dia esse em que a bondosa Princesa Isabel — não deixe de notar aqui uma boa dosagem de ironia — deu fim ao tormento dos negros no Brasil, perpetrando a chamada Lei Áurea. O texto dizia:
“A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade, o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil. Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrario. Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nella se contém. O Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comercio e Obras Publicas e interino dos Negócios Estrangeiros, Bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de sua Majestade o Imperador, o faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do Império. Princeza Imperial Regente.”
É de se imaginar que tais palavras encham os olhos de quem lê, e, diante de tudo o que houve, construa-se a imagem da Princesa Imperial Regente como uma heroína para muitos. A abolição da escravatura foi um marco na História Brasileira e na vida dos negros no país, não há como negar. Porém, as coisas não foram como muitos imaginam, os resultados da falta de planejamento e interesse por parte de nossos governantes da época resultaram em mais de um século de dores e sofrimentos, que continuam ocorrendo.
Antes de falar sobre o que aconteceu com os negros após maio de 1888, é interessante pincelar um pouco sobre as condições que levaram à nossa história. As coisas começaram a se desenhar muito antes de 1888. Portanto, tomemos como ponto de partida o ano de 1845.
Em 9 de agosto de 1845, o Parlamento Inglês aprovou a chamada Slave Trade Suppression Act (em tradução livre: Lei de Supressão do Comércio de Escravos), proposta pelo Ministro das Relações Exteriores George Hamilton-Gordon, o Lorde Aberdeen. Tal ato parlamentar autorizava a Marinha Britânica a apreender todo e qualquer navio suspeito de transportar escravos no oceano atlântico.
Após a aprovação de tal, a vida dos escravagistas brasileiros não foi facilitada. Centenas de embarcações que faziam o tráfico de escravos para o Brasil foram apreendidas e destruídas, entre 1845 e 1850, fazendo com que tal prática se tornasse inviável, economicamente falando. Até mesmo por existirem dois fatores determinantes na situação: Portugal e Brasil possuíam relações diplomáticas estreitas e dependiam da Coroa Britânica para diversas finalidades, ao mesmo tempo em que a Marinha Inglesa era superior a qualquer outra no mundo.
Devido a tal pressão inglesa, a fim de demonstrar certa soberania de fachada, o Brasil aprovou sua primeira lei abolicionista. Aprovada em 4 de setembro de 1850, a chamada Lei Eusébio de Queirós determinava a proibição da entrada de escravos africanos no país.
Em seu texto:
“Estabelece medidas para a repressão do trafico de africanos neste Império.”
Somada ao Slave Trade Suppression Act, a Lei Eusébio de Queiroz reduziu a zero, em menos de 3 anos, o número de escravos trazidos ao país, forçando uma reforma escravagista no modo de conseguir trabalhadores para o serviço escravo, fomentando assim o aumento do tráfico interno.
Paralelo a esses acontecimentos, a Europa vivia a segunda fase da conhecida Revolução Industrial que, junto a conflitos entre alguns países como Alemanha e Itália, fez crescer a emigração de trabalhadores para o Brasil.
É importante deixar claro que o Slave Trade Supression Act e todas as políticas abolicionistas futuras que pressionaram o Brasil à abolição da escravatura não tinham intenções humanitárias. Veja, não era por pena dos negros que a Inglaterra empurrava o mundo para a liberdade, o interesse era puramente econômico: Ao forçarem países mundo afora a libertarem seus escravos, a Inglaterra, enquanto uma das principais exportadoras de produtos do mundo, ganharia uma nova parcela de libertos com poder de compra para consumi-los, além de concentrar mão-de-obra em suas colônias.
Devido à soma de leis de proibição inglesa e brasileira, traficar escravos para o Brasil se tornou difícil, os escravagistas e donos de lavouras brasileiros tiveram que buscar novas formas de mão-de-obra. Foi neste momento que a grande chegada de imigrantes europeus serviu como um embrião de força de trabalho assalariado nas lavouras.
Embora não escravos e assalariados, muitos europeus sofreram uma espécie de semiescravidão no Brasil nesse período. Até o momento, o método de se cobrar produtividade era o desumano método escravagista. Então os italianos e alemães sofreram muito no trabalho em fazendas brasileiras, por isso alguns relatos de abuso e exploração da força de trabalho surgem em documentos histórico
Bom, seguindo na História, os grupos abolicionistas brasileiros ganharam um novo fôlego em conjunto às pressões inglesas para o fim da escravidão no Brasil, o que resultou nos passos seguintes do país rumo à abolição.
Ainda em 1850 e anos seguintes, leis abolicionistas eram propostas à Câmara Imperial Brasileira, mas não obtinham grande sucesso. Foi em setembro de 1871 que os abolicionistas deram um novo passo:
A chamada Lei do Ventre Livre determinava a alforria às crianças nascidas de mulheres escravizadas
A Lei do Ventre Livre, em seu texto, dizia:
“Declara de condição livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, libertos os escravos da Nação e outros, e providencia sobre a criação e tratamento daquelles filhos menores e sobre a libertação annaul de escravos…”
Embora parecesse um grande avanço determinar o fim gradual da escravidão no país, o decreto de 1871 ainda tinha um problema: o liberto permanecia sob posse do senhor, trabalhando até os 21 anos de idade. Ou seja, os jovens “libertos” ainda eram obrigados a trabalhar para os senhores em sua fase mais produtiva de vida, e, com isso, os senhores explorariam ao máximo esta mão-de-obra.
A Lei do Ventre Livre tinha caráter paliativo, mas animou os movimentos abolicionistas da época, incitando a luta pelo fim da escravidão por completo.
Em 1885, foi promulgada uma nova lei de caráter abolicionista, a Lei dos Sexagenários. Essa lei concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Percebe-se que, na prática, tal lei traria mais benefícios aos senhores de escravos do que aos velhos escravizados brasileiros. Dadas as condições de vida, eram raros os escravos que alcançariam a idade de liberdade, e os que chegariam lá seriam pouco produtivos. Ao permitir o “descarte” de tais, os senhores de escravos economizavam com alimentação e moradia para escravos pouco produtivos.
O Brasil caminhava forçadamente para a abolição da escravatura, tanto por pressões externas — principalmente inglesas —, quanto por pressões internas com protestos organizados por membros das cúpulas abolicionistas espalhadas pelo país e grupos de ex-escravizados fugitivos e libertos devido a alguma particularidade. Mesmo com o pouco que havia se conquistado até o momento, manter a escravidão no Brasil estava se tornando cada vez mais difícil e caro. Aos poucos, os senhores preferiam contratar mão de obra assalariada europeia, fruto das grandes migrações, do que manter escravos em suas fazendas.
A soma das leis abolicionistas, iniciadas em 1845; epidemias de varíola ocorridas ao decorrer dos anos; o grande levante de fugas de escravos ao redor do país; pressões externas e internas de movimentos abolicionistas e até mesmo o grande número de mortos e libertos durante a Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870, fizeram com que os grandes senhores e escravagistas ficassem cada vez mais inseguros com relação a manter a escravidão como único meio de mão-de-obra.
O Brasil então já havia perdido mais da metade do número de escravos nesse período e a busca por alternativas forçou o país a até mesmo adotar um sistema de importação de mão-de-obra assalariada que financiava a vinda e as despesas iniciais dos imigrantes europeus, somando-se a ideais eugenistas muito difundidos na época.
Outro ponto de a decisão ter ocorrido como se deu foi pelo medo de que a Abolição da Escravatura resultasse numa reforma agrária que diminuísse os lucros da elite, como ocorrera a exemplo dos EUA
A abolição foi, acima de tudo, uma medida de protecionismo econômico.
Notaram como tudo se desenrolou até maio de 1888? Não foi necessariamente a bondade, humanidade e heroísmo da princesa Isabel e dos políticos da época. Foi necessário muita luta, muita pressão interna e externa e até mesmo a inviabilidade econômica de se manter o regime escravagista para que a Lei Áurea fosse promulgada.
É triste ter que imaginar que até mesmo as pressões para tais coisas tinham motivação econômica e não humanas, afinal, quem disse que negros eram reconhecidos como humanos?
Talvez por tudo ter ocorrido assim, de forma NÃO natural, o Governo não teve nenhum plano de reintegração aos negros libertos a sociedade.
É importante conhecer a realidade do contexto histórico que levou à promulgação da Lei Áurea, porque nossa história é contada por brancos e insiste em repetir que havia heroísmo na Princesa Isabel. Dessa forma, apagam a luta de milhares de abolicionistas e negros que batalharam e morreram para que isso acontecesse.
Após o “fim” da escravidão, os senhores — agora, ex-escravagistas —, preferiam bancar as despesas de imigração de trabalhadores europeus do que dar trabalho para os negros recém-alforriados. Isso forçou nossos antepassados a se conglomerarem em subúrbios e favelas, sem condições de vida saudáveis ou prospecção de futuro pós-liberdade. Às margens da sociedade, os negros libertos eram agora vítimas de uma sociedade que não os queria de forma alguma. Se antes éramos vistos como animais úteis para o trabalho braçal, agora nem isso…
E aqui estamos nós, 133 anos após a assinatura da Lei Áurea, lutando contra o racismo e os traços perversos da escravidão que nos permeia através do racismo. Aqui estamos nós, buscando trazer luz à história de luta e resistência da conquista da nossa liberdade, não pela benevolência imperial da princesa branca, mas pelo sangue e luta de nossos antepassados.
E! Entertainment anunciou que Laverne Cox será sua nova apresentadora para a cobertura especial do Tapete Vermelho do indicada ao Emmy.
A ativista que já foi indicada quatro vezes ao prêmio, é uma proeminente defensora dos direitos e vai começar o novo desafio na temporada de premiações 2022.
“Estou muito emocionada e profundamente honrada por ser a host da célebre cobertura do Tapete Vermelho do E!. Por muitos anos, eu acordava cedo em dias de premiação, pegava meus petiscos e assistia à cobertura do o dia todo”, disse Cox, admitindo que sempre foi uma apaixonada por esse mundo.
Segundo a E!, a paixão de Laverne pelos maiores eventos de Hollywood, pela moda e inclusão se alinha perfeitamente com o compromisso da empresa de criar uma experiência moderna, inclusiva e interativa para celebridades e fãs de todo o mundo.
“Eu sonhava caminhar pelo tapete vermelho. Agora, além de somar vários momentos divertidos e incríveis no tapete vermelho, também posso ser uma guia para a exigente audiência do E! e conversar com meus colegas e pessoas que admiro profundamente nesses eventos tão especiais em suas vidas”, acrescentou a atriz, empolgada. “Mal posso esperar para começar e desejo realizar fantasias de moda para todas as idades”.
A Kilombarte, associação de capoeiristas liderada pelo Mestre Paulão Kikongo, com apoio de capoeiristas de todo o país, ingressou hoje com representação na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro (DECRADI) contra pastor que postou vídeo contendo ofensas à capoeira e às religiões afro-brasileiras.
No vídeo, intitulado “Capoeira Braço do Diabo”, o pastor afirma: “Quando um capoeirista, né, o cara da capoeira que é considerado um nível ‘não sei o quê’; eles dão uns nomes lá, um é ‘Coelho na toca”, é… é… é… é assim olha “onça da mata” é uma papagaiada a capoeira, que é um braço do diabo sobre a terra”. Segundo a transcrição da representação criminal da Kilombarte o pastor continuou: “A capoeira é um braço do diabo sobre a terra. Quem quiser tirar esse pedacinho para deixar rodar por aí afora (se referindo a recortar o vídeo e divulgar) e dê preferência para as igrejas que implantaram a capoeira dentro das suas organizações! Loucura! Eles não são igrejas, eles são terreiros de macumba”, afirma o pastor .
Mestre Paulão Kikngo (Imagem: Redes Sociais)
“A capoeira constitui patrimônio cultural da humanidade, seu vínculo com a cultura e religiosidade afro-brasileiras é internacionalmente reconhecido e protegido pela Constituição Federal, leis federais, IPHAN e ONU. É ilegal, portanto, qualquer forma de ataque ou mutilação deste bem cultural”, argumenta Hédio Silva, um dos advogados que representam o Mestre.
Em um país que o protestantismo cresce de forma acelerada, que tem uma bancada evangélica e um presidente com discurso fundamentalista não é de se estranhar que declarações como a do pastor venham a compelir fiéis a atacar terreiros e hostilizar quem professa a fé nas religiões de matriz africana. A ação da Kilombarte é salutar em buscar mostrar que não pode haver impunidade para tais práticas em um país com maioria da população preta e que busca consolidar sua jovem democracia promovendo o respeito à diversidade de crença.
Mestre Paulão Kikongo (Imagem: Mapa da Cultura)
Lembrando que a roda de capoeira é tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, segundo a Unesco.
Mestre Paulão tem profundo conhecimento da causa em que luta. Ele é jornalista, contabilista, Mestre em Patrimônio, Cultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e é considerado um dos maiores especialistas do país em Patrimônio Cultural Afro-brasileiro.
Na avaliação de Renato Emerson dos Santos, os cortes de orçamento na UFRJ e em todo o Brasil revelam o desejo de impedir que a produção de conhecimento revele dados e informações importantes sobre a realidade do Brasil.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) só tem recursos para manter as portas abertas até julho deste ano. A informação foi dada pela reitora da instituição, Denise Pires de Carvalho em artigo no jornal O Globo. O orçamento de 2021 da instituição é semelhante ao orçamento de 2008, quando a instituição tinha 34 mil estudantes de graduação. Hoje, são 57 mil.
Para Aza Njeri, professora doutora em literaturas africanas e pós-doutora em Filosofia Africana pela UFRJ, a precarização da universidade é presente há muitos anos nas faculdades de Ciências Humanas, mas classifica o momento atual como “avassalador”.
“O fechamento de uma das maiores universidades do mundo – a UFRJ figura entre as 250 melhores universidades do mundo, à frente de universidades como a Sorbonne, por exemplo, tem um impacto avassalador. Agora, a gente tá falando de não ter dinheiro para pagar contas básicas, como água, internet, saneamento e segurança”, explica.
Para Aza Njeri, o fechamento de uma das maiores universidades do mundo é avassalador.
Antes de chegar a esse ponto, outros cortes já vinham acontecendo nas universidades do Brasil. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o corte de verba para as políticas de permanência nas universidades federais foi de R$ 177 milhões em todo o Brasil. Muitos estudantes só conseguem se manter estudando por meio deste incentivo.
“A gente sabe que estudar é caro, e estamos em um cenário de pandemia em que as pessoas estão perdendo emprego, estão perdendo as casas, estão passando fome. Então, o apoio das Universidades para que não haja um abandono dos estudos é essencial, e isso também não vai mais ter”, lamenta.
Na avaliação de Renato Emerson dos Santos, professor adjunto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Regional da UFRJ, os cortes de orçamento na UFRJ e em todo o Brasil revelam o desejo de impedir que a produção de conhecimento revele dados e informações importantes sobre a realidade do Brasil.
“A Universidade faz pesquisas que ajudam a revelar o quadro da nossa sociedade. Se não tem essas pesquisas, não temos como produzir diagnósticos e formular políticas de mitigação, por exemplo, dos impactos da pandemia. Outros órgãos também passaram por isso, como o IBGE e o INPE, em 2019, quando o órgão começou a revelar o aumento do desmatamento da Amazônia” relembra o professor.
Mas qual seria, então, a perspectiva de reversão do cenário de encerramento das atividades da UFRJ? Para Renato Emerson, só há um caminho. “Nossa perspectiva é lutar. Não há outra perspectiva para nós, a não ser lutar pela recomposição do financiamento público à universidade. A universidade brasileira tem que ser pública, gratuita, de qualidade e democratizada. Nós, através do Movimento Negro, conseguimos trazer a democratização como uma meta da universidade, e é exatamente neste momento que os ataques são mais radicalizados”, define.
Na última terça-feira (11) completou 7 dias desde a morte do ator e humorista Paulo Gustavo, vítima do Covid-19 e ocorreu a Missa de Sétimo Dia no Cristo Redentor com amigos próximos e família do ator prestando suas homenagens.
A cantora de apenas 15 anos Mariah Nala, que já teve um vídeo seu compartilhado pelo humorista Paulo Gustavo nas redes sociais, emocionou família, amigos, fãs e muitos brasileiros cantando a sua versão de “Pretty Hurts” da cantora Beyoncé.
O humorista era fã da cantora norte-americana, já foi em diversos show e sabia de cór as músicas. Após a notícia da morte de Paulo Gustavo, ele foi homenageado no site de Beyoncé e pela mãe da artista nas redes sociais.
Paulo conhecia o trabalho de Mariah, e era um grande admirador. Quando compartilhou o trabalho da cantora em suas redes,além de elogia-la em público, fez questão de mandar uma mensagem carinhosa para Mariah “Parabéns, sua voz é linda! Você vai fazer muito sucesso!” disse Paulo em uma das mensagens que incentivava e dava dicas para Mariah.
A cantora de apenas 15 anos é um sucesso na internet, começou a carreira aos 8 anos cantando em igrejas. Com 12 anos começou a publicar seus vídeos de covers na internet e nos últimos anos conquistou os internautas e já acumula mais de 442mil seguidores apenas no Instagram e mais de 1 milhão de visualizações em seus vídeos no Youtube. Hoje, contratada da Sony Music, Mariah está preparando o lançamento de um EP
Mariah chama atenção não só pela sua voz incrível, mas a jovem tem características e heranças africanas muito marcantes como: diastema e cachos cor de mel volumosos.
Michael B. Jordan é John Kelly, um oficial de elite da Marinha que, após participar de uma missão secreta, vê sua esposa grávida ser assassinada.
“Sem Remorso” é baseado no livro homônimo do escritor Tom Clancy (criador do espião Jack Ryan) e o filme da Amazon prometia revitalizar a trama que originalmente se passava no Vietnã. No longa dirigido por Stefano Sollima (‘Sicario – O Dia do Soldado), o país asiático dá lugar à Russia como país envolvido em tensões com os Estados Unidos.
Infelizmente, apesar do carisma de Jordan, o filme pouco oferece de diferente ao gênero do cinema de ação. Se recentemente tivemos a renovação do gênero de ação com filmes como “Joh Wick” e “Atômica”, ‘Sem Remorso’ está mais para mais um derivado genérico dos irmãos mais esquecíveis do gênero. A cena da morte da esposa de John Kelly gera tensão e B Jordan vai bem tanto nas cenas de ação quanto nas dramáticas, mas o que se segue é um punhado de sequências pouco inspiradas, que podem divertir quem for menos exigente, mas deixa um gosto amargo pelo que poderia ter sido.
Michael B Jordan e Jamie Bell em cena (Imagem: Reprodução)
Na sequência mais tensa do longa, a equipe do soldado Kelly está encurralada em um prédio, mas pouco é explorado do espaço geográfico. O que poderia ser um recurso para emular uma situação claustrofóbica acaba parecendo apenas preguiçosa
Jamie Bell (‘Blly Elliot’) pouco tem a fazer interpretando um agente da CIA com atitudes dúbias e Jodie Turner Smith (‘Queen & Slim’) está convincente como uma capitã durona do exército, mas definitivamente o que falta a ‘Sem Remorso’ é um antagonista de peso. A reviravolta final é previsível e o vilão revelado tem uma motivação que pode tirar do filme até o espectador de melhor boa vontade.
O final dá a entender que a ideia dos produtores é criar uma franquia, mas vai depender da resposta do público para a produção.
‘Sem Remorso’ carece de falta de ritmo e cenas de ação inspiradas. É boa pedida para quem só quer se distrair, mas há um caminhão de opções melhores no gênero.