Reportagem exibida nesta quarta-feira (27), pelo telejornal Bahia Meio Dia, afiliada da TV Globo, em Salvador, mostrou entrevista com a Madalena Silva, mulher negra resgatada de trabalho análago à escravidão, que temia pegar a mão da repórter Adriana Oliveira, por ela ser branca.
“Fico com receio de pegar na sua mão branca”, desabafou Madalena. “Mas por quê? Tem medo de quê?”, questionou a repórter, estendendo as mãos. “Por que ver a sua mão branca… eu pego e boto a minha em cima da sua e acho feio isso”, disse ela.
Durante a entrevista, a vítima mostrou a casa que passou a morar após ganhar ajuda de uma amiga para mobiliá-la e compartilhou os traumas dos maus-tratos recebidos.
Madalena foi resgatada em março do ano passado, por auditores do Ministério do Trabalho, após passar 54 dos 62 anos de vida escravizada por uma família. Atualmente, moradora de Lauro de Freitas, ela disse que não tinha salário, era maltratada e sofria com roubos da filha dos ex-patrões — que fazia empréstimos no nome dela e ainda ficou com R$ 20 mil da sua aposentadoria.
Madalena Silva, 62 anos, viveu em trabalho análogo à escravidão há pelo menos 54 anos. Adriana Oliveira, além de perguntar o porque de Madalena ter medo de segurar sua mão, ainda supõe que somos todos iguais.
O influenciador digital Raphael Vicente utilizou sua força nas redes sociais para incentivar os jovens (15 a 18 anos) a tirarem o título de eleitor. Cria da favela da Maré (RJ) e conhecido por vídeos icônicos na internet, Vicente recriou uma cena do filme “Meninas Malvadas” (2004) em que as “Poderosas” são apresentadas à aluna nova Cady Heron (Lindsahy Lohan).
Incluindo toda a família na cena repaginada, Regina George é interpretada por Luciene, madrinha de Rapha, e é a aluna que possui um título de eleitor, sendo assim admirada por todos os estudantes. O vídeo já conta com mais de 500 mil visualizações somente no Twitter. Registro não teve nenhum apoio governamental para sua criação.
“Pra mim, esse é o papel de um influenciador digital: levar informações. Sinto falta de campanhas feitas por órgãos governamentais com o público alvo. Não estou falando das campanhas genéricas, mas sim de campanhas com a linguagem do público que se quer atingir, como eu faço. Assim é o meu trabalho e acho que funciona por conta disso. Virei o ‘menino das campanhas’ desde que o vídeo da vacina viralizou”, conta Rapha.
Em agosto de 2021, Raphael Vicente viralizou e movimentou as redes sociais com um vídeo incentivando a vacinação contra a Covid-19. O influenciador acumula mais de 3 milhões de seguidores no Tiktok, Twitter e Instagram.
Foto: Divulgação.
Até o momento, impulsionado por campanhas na internet, mais de 1,1 milhão de jovens tiraram o título de eleitor, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral, número muito maior ao que foi registrado nas duas últimas eleições presidenciais. O prazo para tirar o título eleitoral vai até o dia 04 de maio e todo processo pode ser feito de forma online, através do site oficial do TSE.
O Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens – NACAB, contratou o jurista Hédio Silva Jr. para elaborar um parecer acerca da extensão do dano causado ao patrimônio cultural imaterial afro-brasileiro deteriorado pelo rompimento da barragem de Brumadinho. Trata-se de fato inédito na história do país visto que os processos judiciais e indenizações decorrentes de tragédias como as de Brumadinho normalmente consideram as vidas humanas, propriedades ou mesmo patrimônio cultural de natureza material.
A pretensão do NACAB, no entanto, é pautar pela primeira vez os prejuízos causados ao patrimônio cultural imaterial afro-brasileiro, isto é, saberes, celebrações, rituais, religiosidade, manifestações lúdicas, dentre outras praticadas pelas comunidades negras atingidas pelo rompimento.
Dr. Hédio Silva Jr.
“O aspecto principal é colocar em pauta a questão do patrimônio cultural imaterial brasileiro, porque a natureza ocupa um lugar central na liturgia, nos ritos, nos dogmas, nas cerimônias das religiões afro-brasileiras. Então, ao paralisar a atividade religiosa, ele não só prejudica essa dimensão do patrimônio cultural material, como incide sobre um aspecto importantíssimo, que o chamado conhecimento tradicional. O ensino, a aprendizagem, a formação do sacerdócio, tudo isso se passa no contexto do terreiro, do funcionamento do terreiro, Então, há um prejuízo à reprodução do conhecimento tradicional”, explica Hédio Silva Jr.
Num contexto de ataques frequentes à memória, à identidade, à história e ao legado civilizatório africano, protegidos constitucionalmente, a iniciativa do NACAB colocará na pauta do Judiciário e da Vale, a relevância deste legado intangível, mas igualmente tutelado por lei.
O conhecimento sobre o uso litúrgico e fitoterápico dos vegetais, por exemplo, ocupa lugar destacado no corpo doutrinário das religiões afro-brasileiras. O parecer servirá exatamente para que se possa aferir o efeito danoso sobre tradições, conhecimentos e práticas transmitidas de geração em geração, afetados drasticamente pelo rompimento da barragem.
O advogado Hédio Silva Jr., Doutor em Direito pela PUC-SP e ex-Secretário de Justiça de São Paulo, é considerado um dos maiores juristas do país no campo da liberdade de crença, patrimônio cultural afro-brasileiro e igualdade racial, com extensa atuação no Judiciário na defesa destes temas.
Emicida e Taís Araújo em 'Medida Provisória'. Foto: Mariana Vianna.
Em sua terceira semana de exibição nos cinemas, o filme ‘Medida Provisória’se aproxima dos 300 mil espectadores pelo Brasil. Aclamado pelo público, o longa dirigido por Lázaro Ramos também recebeu elogios da crítica especializada, acumulando 92 pontos de aprovação no Rotten Tomatoes, plataforma internacional de análise crítica das obras cinematográficas. Agora, após a terceira semana em cartaz, o filme começará a perder espaço dentro das salas de cinema do país.
“Naturalmente, depois de um certo tempo e com novas obras estreando, o filme vai saindo de algumas salas. Então, esse vídeo é pra agradecer vocês e para recomendar que vocês assistam! Que, talvez, essa seja a última semana que o cinema perto da sua casa vai exibir o filme“, destacou Lázaro Ramos através de uma postagem nas redes sociais.
“Então aproveita, finzinho de mês, assista ‘Medida Provisória, talvez seja nossa despedida. Mas por hora, já digo muito obrigado, muito honrado e muito feliz pelo movimento que vocês fizeram indo ao cinema assistir o filme, muito obrigado”, destacou Lázaro.
Desde que estreou, o filme recebeu amplo apoio do público. A ação fez o longa ser exibido em mais de 330 salas de cinema pelo país, um feito raro para o cinema nacional e para obras do gênero de ‘Medida Provisória’.
E aconteceu uma coisa rara no nosso cinema: #MedidaProvisóriaOFilme, graças aos pedidos e presença de vocês, subiu de 188 para 330 salas.
Obrigado mais uma vez por todo o movimento marcando as salas de cinema pedindo que o filme fosse exibido.
De acordo com a sinopse de ‘Medida Provisória’, em um futuro distópico, o governo brasileiro decreta uma lei, em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, provocando uma reação no Congresso Nacional, que aprova uma medida obrigando os cidadãos negros a migrarem para a África, na intenção de retornar a suas origens.
Em recente entrevista para o programa The View, a atriz Viola Daviscomentou sobre o início de sua carreira e a chave de virada que teve em sua vida ao perceber que também poderia entrar no ramo da atuação. Tudo se transformou após Davis assistir, em 1974, o filme ‘The Autobiography of Miss Jane Pittman’, estrelado por Cicely Tyson no papel principal. “Você precisa ver uma manifestação física do seu sonho”, declarou Viola sobre a importância da representatividade. “Eu amo tantas atrizes por aí, mas tem alguma coisa em ver alguém que se parece com você que torna [o sonho] mais tangível. Você pode ver. Pode tocar. Te dá a possibilidade de olhar através da sua imaginação e redefinir a si mesma”.
Davis, que está lançando seu novo livro ‘Finding Me’, ressaltou a forma como a arte salvou sua vida, saindo de uma realidade extremamente difícil, marcada pela extrema pobreza e fome, até o estrelado e consagração como uma das maiores atrizes do século. “Eu renasci, eu precisava renascer. A imaginação é esse infinito sentimento onde você pode renascer. Foi isso que vi em Cicely Tyson e na excelência dela. Eu vi além”. Viola e Cicely Tyson, que faleceu aos 96 anos em janeiro de 2022, atuaram juntas na série ‘How To Get Away With Murder’, em 2019.
Viola Davis e Cicely Tyson nos bastidores de ‘How To Get Away With Murder’. Foto: Getty Images.
“Quando você é jogada no mundo ao nascer, quem te diz quem você é? Quem te diz como você deve viver? Quem te diz como vocêdeve encontrar a felicidade, paz e tudo mais? Quem define isso? Eu te digo: a televisão, as capas de revista, os filmes. E você vai se agarrando nisso na falta de outras coisas, mesmo sabendo que é errado, mas você não tem nenhuma arma para lutar. Era assim que eu era. Eu só sabia revidar”, declarou Viola.
Em junho de 2020, uma enfermeira negra fez campanha no Facebook para denunciar um caso de racismo contra a sua irmã, em uma loja no centro de Mogi Guaçu, na Grande São Paulo. Mas o juiz Schmitt Corrêa, da 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou no começo deste mês, que a imagem de um cartaz escrito “Fogo nos Racistas” publicada no Facebook fosse excluída.
Além de apagar a publicação, a enfermeira também foi condenada a pagar R$5 mil por dano moral à mulher que agrediu fisicamente e verbalmente a sua irmã.
Segundo a enfermeira, a irmã tinha sofrido um problema capilar e estava careca, por isso foi até a loja e comprou um adereço para a cabeça que custava R$100. No entanto, ao chegar em casa, ela notou que deram para ela um produto que custava R$70, então ela voltou na loja para fazer a troca. A dona da loja não quis fazer a troca.
A enfermeira contou que a dona da loja disse que “não era problema dela que a minha irmã era negra, careca e uma cadela”. A proprietária do estabelecimento teria pego um ferro e bateu na cliente além de fazer ofensas como “sai daqui sua cadela” na frente de funcionários e de outros clientes. A dona da loja teria expulsado a moça, puxado sua peruca moça, deixando ela constrangida diante das pessoas.
Nove meses depois, a enfermeira fez um post no Facebook pedindo justiça. “A delegacia da cidade não fez nada para ajudar a minha irmã, liberou a dona como se nada tivesse acontecido. Gente, por favor, isso é um crime, me ajudem, quero justiça. Me ajudem, não ao racismo, vamos compartilhar para que a justiça seja feita”.
A dona da loja entrou com um pedido de dano moral com uma indenização de R$13,8 mil, retratação na rede social e em um veículo de comunicação de grande circulação para “recuperação de sua imagem e honra”, pois a postagem teve repercussão na internet e em programas de televisão.
Na sentença, o juiz Schmitt Corrêa acatou em parte o pedido de dano moral e determinou a exclusão do post, pois segundo ele, a frase “Fogo nos Racistas” gerou uma situação de ameaça para a dona da loja.
A frase ‘Fogo nos Racistas’ ganhou repercussão nacional após lançamento da música ‘Olho de Tigre’, do rapper Djonga. No Instagram, ele manifestou sua indignação com o caso.
“No mesmo país que o presidente fala que uma mulher ‘não merece ser estuprada porque é feia’, que fala frases como ‘bandido bom é bandido morto’, você não pode gritar ‘FOGO NOS RACISTAS’.
A astronauta Jessica Watkins entrou para a história nesta quarta-feira (27) como a primeira mulher negra astronauta a ir para o espaço em missão estendida na Estação Espacial Internacional. Ela e mais três astronautas foram lançados ao espaço do Centro Espacial Kennedy em Merritt Island, Flórida.
“Acho que é realmente apenas uma homenagem ao legado das astronautas negras que vieram antes de mim, bem como ao futuro emocionante à frente”, disse Watkins em entrevista à NPR.
Em novembro passado, a NASA anunciou que Watkins seria o quarto e último assento no Crew Dragon para a missão Crew-4 da SpaceX. A atribuição significava que ela seria a primeira mulher negra a se juntar a uma tripulação da ISS para pesquisa científica, manutenção da estação, treinamento e muito mais em um período de seis meses. Anteriormente, Victor Glover, parte da missão Crew-2 da SpaceX, lançada em novembro de 2020, tornou-se o primeiro astronauta negro a se juntar a uma tripulação da estação.
Para mim, enquanto crescia, era importante ter modelos nos papéis em que eu aspiro, contribuindo da maneira que eu aspirava a contribuir”, disse Watkins à NPR. “Então, na medida em que sou capaz de fazer isso, estou honrada e grata pela oportunidade de retribuir o favor.”
A NASA também anunciou no ano passado que Watkins foi escolhida para o programa Artemis, que visa colocar os astronautas de volta à Lua até 2025.
A próxima novela das sete ‘Cara e Coragem’, ainda nem começou e já está deixando os noveleiros de plantão ansiosos.
A atriz Taís Araújo, vai interpretar as sósias Clarice e Anita e já compartilhou que Paulo Lessa tem sido seu grande companheiro na nova novela, “faz par romântico comigo, é um grande ator e acredito que vcs vão curtir demais”, diz.
O maquiador da novela Brenno Melo, também tem compartilhado alguns spoilers da trama. “Preparados pra conhecer duas Pretas Patricias de universos completamente diferentes?”.
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Com vivências completamente diferentes, Taís revelou o cabelo e a maquiagem de cada personagem.Veja a diferença:
Resumo da novela
Clarice Gusmão é presidente da siderúrgica Siderúrgica Gusmão, um negócio de família. Clarice é do tipo justa e comprometida. Irmã de Leonardo (Ícaro Silva) e filha de Martha (Claudia Di Moura), ela mantém um romance secreto comÍtalo (Paulo Lessa), seu ex-segurança e instrutor de Parkour.
A morte inesperada de Clarice abre caminho para desvendar outras facetas da empresária, até então desconhecidas, e a revelação de uma sósia, a massoterapeuta Anita, que pode ser a chave para inúmeros mistérios. Mas Clarice e Anita são muito diferentes no jeito e estilo de vida. Popular e despachada, Anita gosta de frequentar as rodas de samba da cidade e chama a atenção por onde passa, principalmente pela semelhança física com Clarice. Anita tem um passado misterioso e esconde segredos sobre a noite da morte da empresária.
Juntamente com o showrunner Luis Lomenha, a Netflix anunciou nesta tarde de quarta-feira (27), o início de um novo projeto de ficção inspirado na tragédia que ficou conhecida como a “Chacina da Candelária”.
Dirigida por Lomenha e Marcia Faria, a produção acompanha as 36 horas que antecedem a tragédia pelo ponto de vista de quatro crianças. Oriundos de lares desestruturados, esses jovens encontram nas ruas do Rio de Janeiro, e na companhia mútua, uma forma de tocar a vida e, quem sabe, alcançar seus sonhos e viver aventuras – até terem seus futuros interrompidos por uma chacina de repercussão mundial.
A Chacina da Candelária aconteceu em 1993, na madrugada de 23 de julho, quando oito meninos de rua que dormiam em frente à Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, foram mortos a tiros.
Luis Lomenha, showrunner da série. Foto: Jorge Bispo/Netflix.
Com título ainda em definição, a minissérie de quatro episódios vai misturar realismo, fantasia e afrofuturismo como uma inovação estética para contar a trajetória de crianças que, nessa narrativa, representam milhões de pessoas que vivem nas ruas das grandes metrópoles brasileiras.
“A infância é sinônimo de esperança. É o hoje, o amanhã e o depois. Uma sociedade que se silencia diante da morte de crianças pretas é um agrupamento de desumanos, um sodalício que precisa de um novo começo”, afirma Lomenha.
Para desenvolver o projeto, Lomenha reuniu alguns dos sobreviventes com os roteiristas Renata Di Carmo, João Santos, Luh Maza, Dodo Azevedo e Igor Verde. O roteiro desse drama que cruza cenas de ação, elementos oníricos e realidade surgiu a partir do relato dessas experiências.
Com início das gravações em 2022, a minissérie terá protagonistas interpretados por jovens negros que ainda não atuaram no mercado do audiovisual, selecionados após cinco meses de parceria com diversos grupos artísticos da periferia do Rio de Janeiro. Cada episódio também contará com participações especiais de nomes renomados do entretenimento brasileiro.
A segunda temporada do podcast Original Spotify Mano a Mano apresenta uma conversa histórica entre Mano Brown e a ex-Presidenta Dilma Rousseff. No sexto episódio, que vai ao ar amanhã, dia 28, Dilma faz revelações sobre sua infância e a relação com a família, conta com detalhes seu interesse pela militância e o combate às injustiças sociais, além de comentar sobre momentos marcantes da sua vida política.
Nesta segunda temporada, o MC continua recebendo personalidades de diferentes gerações, expandindo o diálogo com temas até então não explorados e também sempre dá um jeito de revelar o lado mais pessoal do convidado e da sua própria história. Até agora, Mano Brown já entrevistou o rapper, apresentador e escritor Emicida, a cantora Jojo Todynho, o cantor e ator Seu Jorge e o cineasta Jeferson De, e os humoristas Felipe Kot e Yuri Marçal, e o neurocientista Sidarta Ribeiro.
A primeira temporada deste podcast Original Spotify também contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi o episódio mais escutado no Spotify no Brasil em 2021, além do vereador da cidade de São Paulo Fernando Holiday.