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“A lista dos que machuquei é longa”: Will Smith renuncia como membro da Academia

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Foto: Reprodução Globo Play

O Oscar de Melhor Ator que Will Smith recebeu na cerimônia do último domingo, 27 afetou sua carreira de forma definitiva . O interprete de King Richard anunciou nesta sexta-feira (1º) que renuncia como membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O comunicado enviado à revista “Variety” é uma resposta à repercussão do tapa que Smith deu no ator Chris Rock, ao vivo, durante a cerimônia.

“Respondi diretamente ao aviso de audiência disciplinar da Academia e aceitarei integralmente todas e quaisquer consequências por minha conduta. Minhas ações na apresentação do 94º Oscar foram chocantes, dolorosas e imperdoáveis. A lista daqueles que machuquei é longa e inclui Chris (Rock), sua família, muitos de meus queridos amigos e entes queridos, todos os presentes e o público global em casa”, detalha o ator que não poderá participar de nenhum evento relacionado ao Oscar. Como não membros podem concorrer a estatueta, Will poderia ser indicado e até ganhar no futuro.

“Eu traí a confiança da Academia. Privei outros indicados e vencedores de sua oportunidade de celebrar e ser celebrado por seu trabalho extraordinário. Estou de coração partido. Quero colocar o foco de volta naqueles que merecem atenção por suas realizações e permitir que a Academia volte ao incrível trabalho que faz para apoiar a criatividade e a arte no cinema. Portanto, estou me renunciando da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e aceitarei quaisquer outras consequências que o Conselho julgar apropriadas. A mudança leva tempo e estou comprometido em fazer o trabalho para garantir que nunca mais permita que a violência ultrapasse a razão.”

Dr. Ewerton Carvalho assume caso de irmãos presos injustamente, em Diadema

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Imagens: Arquivo pessoal

O Advogado apoiará a defesa dos jovens que estão presos desde o início de março, no CDP de Diadema, mesmo com evidências que comprovam inocência.

Já completa um mês da prisão dos irmãos Luiz e Gustavo, dois jovens negros da periferia de Diadema, acusados de roubar carros, na região do ABC. Uma investigação particular, iniciada pela família, conseguiu imagens de circuitos de segurança e comprovam que no momento dos crimes, ambos estavam em um bar a mais de 3km de distância do local, acompanhados do pai. O delegado do 3º DP de Diadema deflagrou prisão em flagrante, pois um dos carros foi localizado na rua do bar, em que os jovens estavam. Imagens mostram o carro passando na rua, enquanto os dois jovens estão sentados com o pai.
Caso ganhou repercussão após a publicação do influenciador Roger Cipó, que foi vista por milhões de pessoas e o assunto ganhou as redes.

Roger Cipó, ao lado do pai dos garotos e do novo advogado da família

O Dr Ewerton Carvalho, advogado especialista nesse tipo de caso que, recentemente, viralizou e ganhou as páginas de jornais, ao noticiar e se emocionar com aa absolvição de um outro cliente, também jovem e negro, se junta à defesa para representar os irmãos Luiz e Gustavo.
Um novo habeas corpus está sendo elaborado e, no primeiro momento, solicitará liberdade provisória imediata, já que o caso ainda não foi julgado. A esperança é que o recurso seja acolhido e caso aconteça, os jovens podem ser liberados, nos próximos dias.

“Eu assumi o caso, pois são dois jovens pretos, acusados injustamente e precisamos unir forças”. Confirma o Dr. Ewerton que, nessa tarde, esteve no CDP de Diadema para ouvir seus novos clientes.

Uma rede de apoio também foi criada em torno da família que precisa de ajuda para suprir necessidades básicas de Luiz e Gustavo. Além disso, uma página foi criada nas redes sociais(@liberdadeluizegustavo) para atualizações do caso e com mais informações sobre como ajudar.
Evidentemente, esse é mais um caso que escancara o modo

Karol Conká lança seu novo álbum ‘Urucum’ e mostra que está mais poderosa do que nunca

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Ela viveu o cancelamento na pele, mais do que isso, se tornou a pessoa mais rejeitada em toda história do “Big Brother Brasil”, foi alvo de diversos ataques no país e apesar de todos os desafios, nada disso a impediu de seguir com sua arte. Karol Conká encontrou o julgamento implacável, o ódio e a agressividade de milhões de pessoas por sua conduta no reality da Globo. O caminho que encontrou para enfrentar tudo — seus próprios demônios, os demônios de seus haters — foi o mesmo ao qual recorre desde menina: a música. Dois meses depois da eliminação, em abril, entrou em estúdio com o produtor Rafa Dias (RDD, do ÀTTOOXXÁ) e preparou as canções que agora aparecem reunidas em seu quarto álbum, “Urucum” (Sony Music).

“Naquele momento o que eu tinha? A minha minha música, a minha verdade”, lembra a rapper. “Precisava entender porque eu me coloquei naquela situação e o que precisava para sair dela. Mergulhei na verdade. Era muita dor, muita angústia, porque eu cheguei a acreditar no que a mídia e as redes sociais diziam de mim. Mas essas canções, assim como a terapia, me trouxeram pro real, pro que eu sou. O álbum reflete esse recolhimento, esse processo de cura. Consegui fazer as pazes com a vulnerabilidade. Porque cresci pensando: “Sou mulher preta, não posso ser vulnerável”.

Ao longo das 11 faixas de “Urucum”, Karol expõe o que viu ao olhar para dentro de si, mas também para dentro das engrenagens da máquina de ódio que se ergueu fora dela. Sem rancor, sem autocomiseração, sem vingança. No lugar desses sentimentos menores, a potência afirmativa de quem se sabe viva — potência que vibra nos versos papo reto e nos beats de calor baiano de RDD.

Tudo isso fica evidente já nos primeiros segundos do disco, com o toque de berimbau sintetizado que abre o caminho para “Fuzuê” e seus versos anunciando a chegada firme e incendiária: “Já vai começar o fuzuê/ Então eu vou deixar inflamar”.

Da voz de rua pra voz da consciência, Karol explora outras nuances de seu canto em “Mal nenhum”, faixa seguinte — o álbum todo, aliás, amplia as possibilidades vocais da cantora, que a cada canção parece investigar um novo terreno. “Mal nenhum” trata do autoconhecimento pra entender o que é sua carga e o que não: “Não é sobre mim/ Toda essa amargurara aê”. Novamente, ela se afirma (“Por onde eu ando/ Batucada bate até de manhã”) e desafia (“Por onde eu ando/ Eu nunca te vi lá”).

Mais poderosa do que nunca, comemorando a chegada do “Urucum”, Conká apresenta o clipe de “Vejo o Bem”, registro em que aparece celebrando a felicidade ao lado de seus amigos.

Acarajé: símbolo de resistência e preservação, uma marca da diáspora africana no Brasil

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@duraesmuriloc

Acarajé é um tema que tá sempre em alta. Simboliza a preservação de uma essência africana que se tornou uma das marcas da diáspora africana no Brasil. Uma iguaria que nos lambuza e a gente ama!

Acarajé é comida sagrada. Comida de orixás! Comida que nutre o corpo e alma. Alimenta humanos, deusas e deuses também.
Existe uma lenda que envolve o acarajé:

Iansã, deusa dos ventos e das tempestades, é a senhora dos raios e dona da alma dos mortos. A ela são oferecidos os bolinhos feitos de feijão fradinho e fritos no azeite de dendê, o acarajé.
Segundo a lenda, a deusa dos ventos mulher de Xangô, foi a casa de Ifá buscar um preparado para o seu marido.
Ifá entregou o encantamento e recomendou que quando Xangô comesse fosse falar para o povo. Iansã desconfiou e provou o alimento antes de entregá-lo ao marido. Nada aconteceu, quando chegou em casa entregou o preparado ao marido, lembrando o que Ifá dissera.
Xango comeu e quando foi falar ao povo, começaram a sair labaredas de fogo da sua boca. Iansã ficou aflita e correu para ajudar o marido, gritando Kawô Kabiesilé. Foi então que as labaredas começaram a sair da sua boca também.
Diante do ocorrido o povo começou a saudá-los: Obá anlá Óyó até babá Inà, ou seja, grande rei de Oyó, rei de pai do fogo. Essa história do Candomblé explica o nome do acarajé, que vem do iorubá akárà (bola de fogo) e jè (comer)

Comer bola de fogo pra ficar forte!

Manuel Querino nos ensinou a moer o fradinho com instrumento específico e muita técnica
Na hora de preparar o acarajé: “ A pedra de ralar, como geralmente lhe chamam, mede cinquenta centímetros de comprimento e vinte e três de largura, tendo cerca de dez centímetros de altura. A face plana em vez de lisa, é ligeiramente picada por canteiro, de modo a torna-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica da mesma pedra de cerca de trinta centímetros de comprimento apresenta toda a superfície também áspera. Este rolo impelido para a frente e para a trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, tritura facilmente o feijão…Estes apetrechos africanos são geralmente conhecidos na Bahia e muita gente os prefere às máquinas de moer cereais. ” (A Arte Culinária da Bahia. WMF Martins Fontes, 2011. Org. e notas: Raul Lody. Pg. 35). Neste contexto, está o ofício das baianas de tabuleiro com as vendas de acarajé. E nos terreiros de candomblé esta comida é um emblema de Oyá, orixá que ensinou as mulheres a fazerem o “acará” para comercializarem nos mercados, e com isto terem autonomia.

@duraesmuriloc

Falar de acarajé também é falar sobre a contribuição das mulheres pretas não só para nossa culinária afro-brasileira, onde tornou-se fundamental no processo de formação da cultura culinária afro-brasileira e sua consolidação como conhecemos hoje, tambem é de grande importância sua participação na esfera política, econômica e social, desde o período escravocrata até a contemporaneidade.

A força de nossa auto-organização feminina é ancestral e está presente em diversas sociedades africanas. E muito do que sabemos hoje quanto mulheres mercantes, aprendemos com mulheres que antigamente vendiam seus acarajés em suas gamelas.

As tradições ligadas ao comércio organizado pelas mulheres negras tem sido mantidas e/ou adaptadas como estratégias de sobrevivência e como forma de preservar os sabores tradicionais de matrizes africanas.

Então, quando você for comer acarajé, ouça as histórias da mulher que o prepara, uma das heranças de nosso povo é a oralidade. Valorize nossas histórias!
Aprecie sua indumentária: atenção à bata, a saia amarrada, ao pano da costa, às pulseiras e anéis, aos amuletos, fios de contas, ervas, de origem africana, uma forma de demonstrar relação com sagrado. Respeite nossa cultura!

E por fim, não deixe de conhece a historia de personalidades como: Luiza Mahin, Tânia Neri, Angélica Moreira e muitas outras mulheres negras que vendiam acarajés e revolucionaram e abriram espaço permitindo que sigamos seus legados. Não permita a continuidade do apagamento que nos invisibiliza!

Conheça Matheus Dias, ator que vive Bento em ‘Além da Ilusão’

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Foto: Divulgação.

Em sua estreia numa trama das 18h o ator vivencia a pluralidade de Bento, um apaixonado que opta em deixar seu grande amor para trás para lutar na Segunda Guerra Mundial.

“Um menino que saiu do interior de Minas Gerais com o sonho de ser artista e se tornou um homem que mantém os mesmos sonhos de quando era criança”. É assim que se define Matheus Dias, ator natural de São João Del-Rei que está no ar na pele de Bento em “Além da Ilusão”. Em sua estreia numa novela das 18h, Matheus tem a oportunidade de viver em cena a realidade dos anos 1940 com tudo que o período proporcionava aos jovens da época – do amor romântico nos relacionamentos à dura realidade da Segunda Guerra Mundial.

“O Bento é extremamente amoroso, inteligente, sensível, nobre, forte, teimoso, sonhador… Um misto de coisas que compõem um herói. Um jovem preto, filho de um ex-lavrador que acompanha o avanço da industrialização. Ele sonha ser um grande escritor e se casar com a Letícia (Larissa Nunes), seu amor desde a infância. Por valorizar muito as pessoas à sua volta, ele se alista e deixa família, amor e sonhos pra trás para proteger o melhor amigo, Lorenzo (Guilherme Prates)”, sintetiza o jovem de 22 anos.

No ar em sua terceira inserção na TV, Matheus sente que o principal desafio deste trabalho é a antecedência das gravações em relação às cenas que vão ao ar. “Apostamos em algo que não sabemos como está ficando e o personagem tem muitas nuances, o que é ótimo. Então, quando vemos as cenas que gravamos no início, o personagem já está completamente diferente. E o maior sabor é perceber que estamos conseguindo nos distanciar do que já foi feito”, orgulha-se.

Apaixonado desde cedo pelo audiovisual, na infância Matheus tinha como brincadeiras favoritas as que o proporcionavam brincar de atuar. O primeiro contato com o teatro aconteceu aos 12 anos, em um projeto teatral que foi oferecido na escola onde estudava, em Realengo. A primeira peça aconteceu no mesmo ano, mas a estreia profissional veio em 2016 em “Malhação – Pro Dia Nascer Feliz”. Em 2018 veio uma breve participação em “Cidade dos Homens” e, na sequência, os curtas-metragens “Memórias do Rio” e “Pássaro de Quintal”.

“Depois de ‘Malhação’ fiquei um bom tempo sem trabalho e tive que procurar outra ocupação. Minha mãe abriu um delivery de comida e eu fazia de tudo um pouco: cozinhava, atendia pedidos, entregava, cuidava da contabilidade… Trabalhei com ela durante dois anos e foi o que nos manteve durante a pandemia”, recorda Matheus, que encontrou em Larissa Nunes e Luciano Quirino, que interpretam, respectivamente, o grande amor e o pai de seu personagem na novela, grandes conexões para o momento atual.

“É lindo ver o carinho e cuidado que eu e Luciano temos um com outro e como isso atravessa a tela. E me tornei grande amigo da Larissa desde o primeiro momento. Até hoje, quando temos cenas importantes, trocamos cartas, textos e áudios como personagem e isso nos ajuda muito nesse processo”, ressalta Matheus, que se mantém disponível e atento à realidade. “Tenho os pés no chão, sou trabalhador, amoroso e um pouco atrapalhado… mas com um coração gigante e aberto para todo e qualquer desafio”, finaliza.

Alfabantu oferece workshop gratuito de tecnologia para estudantes de escolas públicas

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Foto: Divulgação.

Crianças e adolescentes, preferencialmente negras, poderão participar de aulas de Programação de Scraft,  Manutenção de Computações, Ilustração e  Tecnologia de Impacto Ambiental

Com o objetivo de introduzir noções de diversos saberes para estudantes de escola pública e, com isso, contribuir para alavancar suas vidas profissionais no futuro, o Alfabantu, coletivo que atua na área de educação e tecnologia que fomenta o diálogo entre Brasil e África, criou o Umonhi: a arte de conectar.  Destinado a crianças e adolescentes de 08 a 15 anos, matriculadas em escolas públicas, as aulas serão ministradas por coletivos especializados de acordo com o tema. As inscrições poderão ser feitas entre os dias 01 e 17 de abril por meio do formulário neste link: https://forms.gle/GXsoLp9owFZkLBXN6

Umonhi nasceu com a finalidade de dar continuidade os trabalhos da Alfabantu ligados a tecnologia, educação e  inovação.  Rumo ao aniversário de cinco anos da startup, a proposta é desenvolver atividades no qual  criam novas possibilidades de ensino nas regiões periféricas onde grande parte da população negra é residente.  “Queremos reforçar  nossa intenção inicial de  empoderar crianças e adolescentes como mecanismos fortalecedores para autoestima, que permite não estar inserido ao movimento global da tecnologia, mas ter a oportunidade da descoberta das suas habilidades e competências desde cedo para  ingressar no mercado de trabalho”, declara Odara Dèlé, idealizadora da Alfabantu.

Ao longo de oito dias, os estudantes terão a oportunidade de conhecer quatro áreas diferentes. Ministrado por Viviane Cardial, técnica de TI da InfoPreta, empresa especializada no reparo e conserto de aparelhos para mulheres negras e pessoas de baixa renda, os dois primeiros dias (03 e 04 de maio) serão destinados à Manutenção de Computadores, que visa proporcionar o conhecimento da manutenção de hardware e software de computadores. 

No segundo encontro (05 e 06 de maio), o tema é “Programação de Scrapt  e  desenvolvimento de site”, em que Paulo Vinicius (Mais1Code), estudante de tecnologia e morador do Grajaú, ensinará sobre a liberdade de criar suas próprias histórias e jogos interativos. Já nos dias 10 e 11 de maio, o Coletivo Dedo Verde, que desenvolve ações ecológicas relacionadas à educação e preservação ambiental nas periferias de São Paulo, falará sobre “Tecnologia de Impacto  Socioambiental”, apresentando tecnologias verdes de baixo custo que podem ser implantadas em escolas, ONGs, residências ou prédios que irão contribuir diretamente para diminuir os efeitos relacionados às mudanças climáticas.

O workshop encerra nos dias 12 e 13 de maio com aulas de “Ilustração” ministrada pelo Coletivo Pretas que Criam, idealizado por Bruna Bandeira, Joyce Pills, Leia Tavares e Vanessa Ferreira (Preta Ilustra). Nesses dias, a proposta é promover um estudo detalhado das tarefas e narrativas a cargo do ilustrador para utilizar o desenho como instrumento de expressão do pensamento. 

Criada em 2016, a Alfa bantu é uma produtora de conteúdos determinada a discutir e refletir as infâncias voltada ao entretenimento, educação e cultura africana e afrobrasileira. E, por meio do conhecimento, adolescentes conseguem acessar lugares que foram historicamente negados, bem como pensar em possibilidades de inserção ao mercado de trabalho.

A lista de selecionados será anunciada dia 25 de abril, segunda-feira.

SERVIÇO

Workshop: Umonhi: a arte de conectar

Local: CCJ – Centro Cultural da Juventude – Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 – Vila dos Andrades, São Paulo

Lista de selecionados: 25 de abril

Período: 03 a 13 de maio

Horário: 14h às 16h

Inscrições: https://forms.gle/GXsoLp9owFZkLBXN6

PROGRAMAÇÃO

Manutenção de Computadores

Data: 03 e 04 de maio  

Horário: 14h às 16h

Ministrado por : Viviane Cardial (InfoPreta)

O encontro visa proporcionar o conhecimento da manutenção de hardware e software de computadores. 

Programação de Scrapt  e desenvolvimento de site

Data: 05 e 06 de maio  

Horário: 14h às 16h

Ministrado por Paulo Vinícius (Mais1code) 

Software livre com a produção e manuseio fácil, este programa garante a interação entre a comunidade online onde tem a liberdade para criar suas próprias histórias e jogos interativos.  

Tecnologia de Impacto  Socioambiental

Data: 10 e 11 de maio  

Horário: 14h às 16h

Ministrado por Coletivo Dedo Verde

Ciclo formativo consiste em apresentar Tecnologias Verdes de baixo custo que podem ser implantadas em escolas, ONGs, residências ou prédios que irão contribuir diretamente para diminuir os efeitos relacionados às mudanças climáticas.  

Ilustração

Data: 12 e 13 de maio  

Horário: 14h às 16h

Ministrado por Coletivo Pretas que Criam

Será promovido o estudo detalhado das tarefas e narrativas a cargo do ilustrador para utilizar o desenho como instrumento de expressão do pensamento. 

A busca pelo afeto em tempos de relações rasas

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Foto: Og Cruz.

Este texto é uma travessia, um caminhar através de reflexões, perguntas, compartilhamentos de pensamentos e ressignificação das relações. 

Em rodas de conversas com diferentes amigos tenho observado que as mesmas questões, as mesmas dores atravessam as pessoas: a solitude que se transforma em solidão e a busca constante por afeto. Não falo exclusivamente de relações afetivas, falo de todos os tipos de relações. 

Estamos caminhando para três anos de isolamento social, muitas pessoas continuam trabalhando no formato de home office e toda troca se dá apenas através de uma tela. Não tem abraço, toque, muitos não conhecem como é a risada da outra pessoa, a sua altura e nem o cheiro. Perdemos a humanização do outro. Ainda não mensuramos o tamanho do impacto social e comportamental que a pandemia nos afetou, mas sentimos que não somos mais o mesmo quando saímos de casa e encontramos as pessoas. Parece que existe um certo deslocamento, uma sensação de não sei se abraço ou se fico com as mãos no bolso pra evitar que ultrapasse o limite do toque, os sons que se misturam entre conversas, música e trânsito.

Você já percebeu como tivemos muitas mudanças internas e nossas relações com as pessoas também estão afetadas? 

Além do impacto emocional-social causado pela pandemia, vivemos em tempos desafiadores para relacionar-se, onde as relações se tornaram rasas e líquidas. É muito mais fácil – e rápido – “trocar as pessoas” do que “trocar uma ideia”, afinal, pra conversar, precisa de tempo, disposição e, algumas vezes, paciência. Pois, o que forma as pessoas são seus ideais, suas histórias e experiências, suas visão de mundo diferente e por isso se chama troca. Entre os meus (e comigo), percebo um cansaço e uma frustração de se abrir para estes momentos e simplesmente não acontecer porque a outra pessoa não está disposta, não está na condição de se abrir, de mostrar suas vulnerabilidades, de se doar para conhecer a si e ao outro. Percebo que para muitas pessoas o período de isolamento, principalmente no início, foi um momento de mergulho interior, de autodescoberta e por isso, aconteceram mudanças significativas em busca de uma melhor versão de si mesmo. Alguns casais se formaram, outros terminaram. Muitos sentimentos sendo ressignificados, curados e finalizados. Abrindo assim o caminho para o “deixar ir” e “deixar vir”. 

E, se você chegou até aqui, tenho que te dizer que o desenrolar dessas linhas será sobre o que mais tem me atravessado nos últimos tempos ressignificar as relações a partir de novas perspectivas sobre o amor e o afeto.

Og Cruz

Tudo parte de duas leituras que me fizeram renascer, senti meu mundo se abrir para outras visões e passei a interpretar tudo de uma outra forma. Percebi que as minhas relações foram construídas não sob o ponto de vista de África e sim do ocidente. E isso faz toda diferença. Vamos conversar sobre Sobonfu Somé e bell hooks? 

Tudo começou com “Um defeito de Cor, que é turbilhão de emoções. A partir dele, comecei a me debruçar em livros de filosofia africana e cheguei em ”O Espírito da Intimidade” de Sobonfu Somé mais de uma vez. Me atravessou tanto que tive que resgatar e ler de novo. Pra começar, Sobonfu descreve a intimidade como “uma canção do espírito, que convida duas pessoas a compartilharem seu espírito. É uma canção que ninguém consegue resistir… Quer admitimos ou não, existe uma dimensão espiritual em todos os relacionamentos independentemente de sua origem”. Em que momento buscamos, pensamos ou temos conosco isso em nossas relações? Esquecemos (ou muitas vezes nem aprendemos) os costumes e a filosofia africana, de nossos ancestrais. Entramos no automático, deixamos de valorizar as pessoas que passam a fazer parte de nossa travessia porque simplesmente não paramos pra pensar que essas pessoas não apareceram por acaso, que os encontros acontecem em conexão com o espírito. É algo muito maior, mas estamos preocupados e apressados demais, deixamos de vivenciar os momentos e nem sabemos o sentido dessa pressa toda. 

A intimidade está num lugar que é acompanhado de outros ingredientes raros – vulnerabilidade, confiança, entrega e o principal, deixar de ter qualquer expectativa ou projeção sobre perfeição, seja sobre si próprio ou sobre o outro. Para acessar esse lugar, você precisa abrir mão daqueles estereótipos formados em sua cabeça e enxergar quem está ali na sua frente, verdadeiramente. Você está pronto pra isso? Pra deixar de lado as princesas e príncipes da Disney? O processo de aceitação começa por você, por aceitar seu corpo, suas marcas, suas experiências, acolher suas dores, seus tramas e suas sombras, assim como encontrar e admirar suas riquezas, sua fortaleza. Quando conseguir se olhar na intimidade sem se julgar, vai conseguir olhar pra outra pessoa com todo carinho e afeto que ela também merece.

Já com bell hooks, em “tudo sobre o amor – novas perspectivas”, somos provocados a refletir sobre qual é o significado do amor. Toda vida o amor foi visto por mim como um sentimento, não sei se eu posso dizer (assim como muitas pessoas pretas) que me senti sempre amada. Posso ter me sentido cuidada, mas amada não necessariamente. bell traz reflexões sobre a origem do amor  mesmo a partir das relações com nossas famílias, ou como a sociedade fala e deseja o amor mas não sabe defini-lo. Gosto quando ela aponta que o amor como uma ação, a partir do trabalho de Erich Fromm que define amor como “a vontade de se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento espiritual ou de outra pessoa […] O amor é o que o amor faz. Amar é um ato de vontade […] A vontade também implica escolha. Nós não temos que amar. Escolhemos amar”. E aqui também aprendi alguns ingredientes raros para essa construção: afeição, carinho, reconhecimento, respeito, confiança, honestidade e comunicação aberta.

Os ensinamentos africanos são muitos e nos atravessam, se permitirmos e nos abrirmos. 

Mas alerto para momentos de reflexão, de revisão da vida e da forma como somos e nos colocamos no mundo. Pois, depois de acessar esses ensinamentos, mudanças podem acontecer no seu interior e quando você buscar trocas, pode sentir um vazio porque as pessoas tem medo de usar esses ingredientes todos e assim chega a frustração, o cansaço de tentar se relacionar com base na troca de afeto, de cuidado, de carinho e conexão. 

Tenho acreditado cada vez mais que o amor cura. E que o amor preto é revolucionário, um ato político. 

Mas também enxergo as relações como uma responsabilidade que demanda tempo, dedicação, paciência e disposição, com altas doses de coragem. 

Mas se você se sentir atravessado por esses ingredientes e estar disposto, tente acreditar que vai acontecer essa troca, confia no cochicho que chega nos seus ouvidos, são seus ancestrais te preparando para o que vai chegar, se renda às transformações.  

L’homme Statue lança videoclipe para ‘Canto de Sereias’

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Foto: Rayssa Lima.

Faixa integra ‘Ser’, recente álbum de estreia divulgado pelo multiartista que destaca todas as narrativas e subjetividades de um corpo preto, viado e imigrante afro-francês no Brasil

Você já deve ter se deparado com os vídos de L’homme Statue no seu feed do instagram, falando sobre as “coisás” que ele aprendeu a amar no Brasil. Além de oferecer esse intercâmbio Brasil x França com seus ricos conteúdos sobre a diversidade cultural daqui e de lá, ele também está investindo em sua carreira musical. Depois de divulgar ‘Ser’, seu primeiro álbum, construindo novos imaginários para o seu chamado “corpo preto viado”, Loïc Koutana, o L’homme Statue, embarca em uma série de lançamentos que marcam visualmente o ainda recente álbum de estreia.

Em ‘Canto de Sereias’, artista surge avisando que, sim, ele chegou para abrir caminhos, exatamente como brada em sua música-manifesto, mergulhado em si mesmo, confidenciando emoções, expondo vulnerabilidades, pedindo a proteção daquelas que vieram antes, reverenciando a sua mãe e todas as divindades femininas que o abraçam, também, como uma força da natureza. Aqui, representada pela sua própria arte e todos os seus atravessamentos.

Cena do clipe. Crédito: Fred Ouro Preto.

Com direção de Fred Ouro Preto, o videoclipe apresentado para a faixa é guiado por três atmosferas diferentes que refletem, de maneira muito poética e afetuosa, os movimentos da vida, a introspecção, a pureza e o renascimento.

Na sonoridade, a alma blues evolui para um RnB com batidas modernas do trap, construídas por Pedro Zopelar – produtor musical do projeto e maior parceiro criativo de Statue. “Vale dizer que essa é uma das canções mais líricas que estão no álbum e nós já fizemos várias versões dela. Inclusive essa, do clipe, é exclusiva e conta com a participação do guitarrista Maurício Souza”.

Imigrante afro-francês nascido em Paris, de família natural do Congo e da Costa do Marfim, L’homme Statue vive no Brasil –– por amor – há mais de 6 anos. É cantor, dançarino, modelo, performer e influenciador digital. É, na verdade, o que quiser ser. E nada, além de si mesmo, pode o definir.

“Eu decido tomar o controle sobre o meu corpo, a minha sexualidade e quem eu sou. Quero que as pessoas lembrem de mim pelo fato de ser. Esse é o meu maior poder. Ser é ser pelado, ser você mesmo, ser fraco, ser forte. Eu alcancei mais níveis a cada vez que fiquei mais frágil. Fui mais eu mesmo”.

Sendo quem é, L’homme Statue é para quem gosta de dançar e celebrar a vida. Para quem tem curiosidade e não se poupa de sempre experimentar.

Confira:

“Os movimentos sociais resgatam a nossa humanidade”, diz Antonio Isuperio

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O arquiteto Antonio Isuperio - Foto: Reprodução Instagram

Nascer num país que exalta a pele branca e a miscigenação pode fazer até as pessoas que nascem em famílias negras se entenderem e serem socializadas como brancas por terem a pele mais clara. Foi assim com Antonio Isuperio, o entrevistado desta semana do podcast Falas Diversas, da jornalista Silvia Nascimento.

“Sair do armário da negritude, foi muito mais violento do que sair do armário da LGBTfobia. Eu falo isso para as pessoas, elas ficam surpresas, mas para mim, realmente me reconstruir dentro de toda ancestralidade, reconhecer todos os valores que a minha família sempre teve e que foram apagados, inclusive pelo os meus parentes diretos, que são os meus pais, foi um processo muito violento”, detalha Antonio Isuperio, arquiteto, nascido no interior de Goiás e que hoje vive em Nova York (EUA).

Com 100 mil seguidores no seu perfil no Instagram, ele usa seu alcance para denunciar casos de racismo e expor os absurdos que a branquitude pratica cotidianamente. O que para alguns pode ser considerado apenas problematização, é, entre outras coisas, uma técnica que Isuperio usa para manter sua saúde mental.  “Eu decidi que eu não iria me calar nunca mais. Eu ficaria realmente muito mal da saúde mental, se eu não pudesse problematizar e falar sobre isso e respeitar que eu sou o sonho dos meus ancestrais que tiveram que morrer para eu estar no lugar que eu estou, com acesso à educação, acesso aos pequenos espaços de poder que eu já consegui participar, então eu não vou me calar”, explica.

O colorismo foi um dos temas do bate-papo. Isupério só se descobriu negro na fase adulta, há 9 anos. “Reconquistar essa perda da identidade, toda essa violência que eu tive, foi realmente no período pós-universidade, quando eu me envolvi com os movimentos sociais, então por isso que eu sempre vou defender a os movimentos sociais, porque são eles que resgatam a nossa humanidade”, disse o creator.

Cinema e arquitetura foram outros assuntos que surgiram ao longo dessa conversa disponível no nosso canal no Youtube e também no Spotify.

Mesmo com imagens que provam sua inocência, dois jovens negros estão presos há um mês, em SP

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Presos há um mês, os irmãos Luiz, de 24 anos, e Gustavo, de 19, estão lutando na justiça para provarem sua inocência, após terem sido acusados de roubar dois veículos entre o Taboão e São Bernardo do Campo, em São Paulo. Sobre o ocorrido, no último dia 01 de março, dois roubos aconteceram perto da região onde os jovens moram, em Diadema, uma dupla de ladrões roubou o carro de uma mulher, por volta das 18 h 40 min, descrito como um Ford Ka prata, sete minutos depois, às 18h 47 min, os criminosos roubaram outro carro, dessa vez em São Bernardo do Campo, um Voyage prata.

A polícia então, foi chamada e por meio de um sistema de rastreio, encontrou o Voyage perto de um bar, local onde estava Gustavo e Luiz. Ação foi suficiente para a polícia enquadrar e prender os jovens, que segundo a família, tinham atravessado a rua para fumar, já que estavam no bar, celebrando o aniversário de um conhecido, durante todo o final de tarde.

No dia dos roubos descritos, os irmãos saíram acompanhados do pai, Luiz César Marques, para celebrarem o aniversário de um conhecido, num bar. Diferentes imagens, obtidas pela família, por meio de câmeras de segurança, mostram o momento em que os jovens saem de suas casas acompanhados do pai e chegam no bar. No momento em que Luiz e Gustavo se encontram no local é o horário em que o roubo do primeiro carro estava acontecendo em outro lugar. Os crimes aconteceram há mais de 3 km de distância, onde os jovens estavam.

Câmera de segurança mostram Gustavo e Luiz saindo de suas casas por volta das 18 horas, no dia 01 de março de 2022. Foto: Arquivo Pessoal.

A defesa dos moradores de Diadema argumenta que os mesmos não realizaram os roubos descritos, já que durante todo o período do crime, eles ficaram juntamente com o pai e demais amigos no bar. A câmera de segurança do estabelecimento estava 01 hora adiantada, por conta do antigo horário de verão, mas registros mostram a chegada dos rapazes, acompanhados de César Marques às 18h 36 min.

“Eles foram presos porque estavam perto de um carro roubado. A polícia já chegou pedindo pra eles assinarem uma série de documentos, eles nem sabiam o que eram e acabaram sendo levados. Quando as vítimas foram reconhecer, reconheceram eles por conta da camisa e da cor da pele”, declara ao MUNDO NEGRO, a profissional que está cuidando do caso e defendendo os jovens.

“Estamos na frente de um racismo estrutural, não temos como falar sobre outra situação a não ser essa. A situação é essa, sabe-se lá Deus quanto tempo eles vão ficar lá, porque a perícia demora. Vou pedir ao juiz que me dê permissão para acompanhar a reinquirição dessas vítimas, para assegurar que não façam perguntas tendenciosas, não confio nesse trabalho da polícia”, destacou.

Horário em que os jovens chegam no bar acompanhados do pai

“Eles saíram de casa com os pai e estavam com ele o tempo todo porque era aniversário de uma pessoa conhecida da família. O reconhecimento [dos acusados] não foi feito como a lei exige e as vítimas acabaram sendo induzidas por toda a situação do reconhecimento. Eles [ Luiz e Gustavo] estão pagando por essa situação, desde o dia 1 de março, sem conseguir provar a inocência deles”, diz o profissional da família que cuida do caso.

Enquanto o assalto acontecia em outro lugar, os jovens seguiam no bar, estavam mandando mensagens para os amigos, tirando fotos, conversando com outras pessoas ao redor. Todo o material, que em tese provaria a inocência dos jovens foi anexado no processo, mas segundo o Ministério Público, os arquivos de vídeo foram editados e por isso, autenticidade dos mesmos foi contestada pela justiça. Enquanto isso, Luiz e Gustavo seguem presos.

Uma das fotos tiradas por Gustavo dentro do bar, no dia do roubo descrito pelas vítimas. Registro foi feito às 18 h 49 min.

“Quando a vítima registrou o primeiro boletim de ocorrência, o ladrão estava com uma camisa vermelha, sendo que os meninos estavam com camisas cinzas. Além disso, a polícia não encontrou nenhum dos pertences que foram roubados na posse dos meninos, celulares, notebook, documentos, bolsa, nada foi encontrado na posse de Luiz e Gustavo”, enfatiza a advogado da família. “Claramente um erro em torno do caso, a polícia concluiu o inquérito em apenas 3 dias”.

“Temos provas, os meninos estavam no bar, mandando mensagem pros amigos, tirando foto, no momento em que o assalto estava acontecendo em outro lugar, temos muitas provas… O que mais entristece é o tanto de prova que a gente tem e o descaso que fazem o que temos e o Ministério Público ainda dizer que a câmera foi editada”, conta a profissional ao MUNDO NEGRO.

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