Pelo menos 11 pessoas foram mortas em operação realizada pela Polícia Militar na madrugada desta terça-feira (24), Na Vila Cruzeiro, localizada na Penha, no Rio de Janeiro. Moradores relataram que os tiros começaram às 4h da manhã. 11 escolas da região ficarão fechadas hoje.
Uma das vítimas é identificada como Gabriela Ferreira da Cunha, de 41 anos. Ela foi atingida e morta na Chatuba, ao lado da Vila Cruzeiro. Outras duas pessoas foram feridas e deram entrada no Hospital Getúlio Vargas, também na Penha.
Segundo informações do Bom Dia Rio, da TV Globo, a operação realizada entre a Polícia Militar, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, tinha o objetivo de prender chefes do Comando Vermelho que estariam na comunidade. Segundo a polícia, lideranças da facção em outras favelas do Rio e até de estados do Norte e do Nordeste também estão abrigados na comunidade.
Beyoncé durante o show no Festival Coachella em 2018. Foto: Getty Images / Netflix.
Em novo artigo para o The New York Times, a pesquisadora Laura Bullard, destacou a forma como as Universidades Historicamente Negras, as H.B.C.U.s (Historically Black Colleges and Universities), ganharam destaque ao longo dos últimos anos, principalmente após a apresentação de Beyoncé no palco do Coachella 2018. “Em um dos maiores acenos de uma das maiores estrelas, Beyoncé incorporou a eletricidade de alto nível de uma H.B.C.U. com sua banda marcial e a iconografia da vida grega negra em sua performance histórica no Coachella em 2018, que veio a ser apelidada de Beychella”, enfatizou a publicação.
Beyoncé durante show no Coachella 2018. Foto: Coachella / Reprodução.
De acordo com Bullard, a forma como o show, que se tornou um documentário da Netflix, incorporou elementos precisos de dança, canto e imagens ajudou a difundir a presença das universidades historicamente negras dentro da cultura pop. “A coreografia de precisão, os cânticos de chamada e resposta, o espírito inabalável, a performance foi uma celebração visível e visceral das tradições profundas presentes numa H.B.C.U.”.
“Este parece um momento muito novo e diferente em torno da aceitação, visibilidade e representação da cultura pop dos H.B.C.U.s”, disse Mark Anthony Neal, professor de estudos africanos da Duke University. “A estatura cultural dos H.B.C.U.s aumentou em parte, também, por causa da dinâmica social do país após o assassinato de George Floyd e um verão histórico de protestos que forçaram um despertar da justiça racial e uma deliberação nacional sobre o que significa ser negro na América”.
Cena da série “A Different World”. Foto: NBC / Divulgação.
Indo além de Beyoncé, o artigo também elencou os esforços históricos de obras como a série “A Different World”, de 1987 e o filme “School Daze”, dirigido por Spike Lee, de 1988. Leia a publicação, clicando aqui.
Bad Boys Para Sempre. Foto: Divulgação / Sony Pictures.
Em nova entrevista para o site Deadline, o presidente da Sony Pictures, Tom Rothman, negou os rumores sobre o cancelamento e suspensão do filme ‘Bad Boys 4’, que conta com Will Smithnum dos papéis principais. Os rumores do cancelamento ganharam força após o polêmico episódio do tapa de Smith em Chris Rock no Oscar 2022.
“Não. Isso foi impreciso. Esse filme está em desenvolvimento e ainda está”, declarou Rothman. “E não havia motivos para parar porque o carro não estava se movendo. Isso foi uma coisa muito infeliz que aconteceu, e não acho que seja realmente meu lugar para comentar, exceto dizer que conheço Will Smith há muitos anos e sei que ele é uma boa pessoa. Esse foi um exemplo de uma pessoa muito boa passando por um momento muito ruim, na frente do mundo. Acredito que seu pedido de desculpas e arrependimento são genuínos, e acredito em perdão e redenção”.
Will Smith em ‘Bad Boys Para Sempre’. Foto: Divulgação / Sony Pictures.
Os comentários de Rothman acontecem uma semana após o produtor da franquia ‘Bad Boys’, Jerry Bruckheimer, declarar que as informações sobre a continuação do filme estavam a cargo da liderança da Sony Pictures. “Não posso responder a essa pergunta a não ser (dizer), as pessoas que estão em cargos mais altos precisam tomar essa decisão”, afirmou Bruckheimer ao ser questionado sobre o lançamento de ‘Bad Boys 4’.
Incluindo a brasileira Sônia Guajajara, a renomada revista TIME divulgou nesta segunda-feira (23) sua lista anual de pessoas mais influentes do mundo. A tabela elenca as 100 pessoas de maior destaque em 2022, que desempenham papéis importantes nas áreas do entretenimento, política, esportes, negócios, entre outros campos. A lista é classificada em seções de artistas, inovadores, titãs, líderes, ícones e pioneiros.
Sonia Guajajara em pose oficial. Brasília.
Descrita como uma pioneira, Guajajara foi homenageada por sua luta pelos direitos das populações originárias. “Os pais de Sônia não sabiam ler e ela teve que sair de casa aos 10 anos para trabalhar. Apesar disso, ela desafiou as estatísticas e conseguiu se formar em uma universidade. Desde muito cedo, ela luta contra forças que tentam exterminar as raízes de sua comunidade há mais de 500 anos“, destacou o texto publicado pela TIME e escrito por Guilherme Boulos. “Sônia resistiu e continua resistindo até hoje: contra o machismo, como mulher e feminista; contra o massacre de povos indígenas, como ativista; e contra o neoliberalismo, como socialista…Sônia Guajajara está na linha de frente da luta contra a tentativa do governo Bolsonaro de destruir as terras indígenas, junto com a floresta amazônica”.
Oprah. Foto: Tom Cooper / Getty Images.
Além de Guajajara, personalidades consagradas como Oprah, Zoë Kravitz, Mary J. Blige e Jazmine Sullivan também foram homenageadas. Para a TIME, quem escreveu sobre Oprah foi Michelle Obama. “Cada projeto que ela toca segue o mesmo padrão, nos pedindo para pensar criticamente sobre nossa sociedade e como ela funciona, nos lembrando de nossa humanidade comum e nos desafiando a tomar nossas vitórias e fracassos, nosso orgulho e vulnerabilidade – e fazer tudo ser visto“, escreveu a ex- primeira dama dos Estados Unidos. “Quer ela esteja conversando com estrelas pop, presidentes, colegiais, acadêmicos – ou ela esteja perguntando sobre sua vida tomando um copo de vinho na sala de estar – Oprah sempre teve essa habilidade incrível de nos abrir, ouvir além de nossas palavras e descobrir uma verdade maior, ser vulnerável conosco de uma maneira que nos permita ser vulneráveis de volta“.
Zendaya durante passagem por Cannes 2021. Foto: JOEL C RYAN.
Dentro da seção de inovação, quem ganhou destaque foi a atriz Zendaya, vencedora do Emmy de ‘Melhor Atriz em Série Dramática’ por sua atuação em ‘Euphoria’, a estrela também segue em alta por sua atuação no cinema e no mundo da moda. “Para mim, Zendaya tem mil anos. Ela já viveu muitas vidas antes desta”, escreveu o diretor Denis Villeneuve. “E, no entanto, ela é tão jovem quanto a primavera. Por algum paradoxo inextricável, ela também dá a impressão de ter nascido em um futuro distante. Ela é atemporal, e ela pode fazer tudo. Ela é uma força criativa autônoma“.
Fotos: Ygor Marques, Divulgação, Rodrigo Sá e Andreh Santos
A Secretaria Municipal de São Paulo divulgou a programação completa da Virada Cultural 2022, que será realizado no próximo final de semana, nos dias 28 e 29 de maio.
Com o tema Virada do Pertencimento, a edição deste ano ocorrerá em oito regiões: Butantã (Zona Oeste), Freguesia do Ó (Zona Norte), Parada Inglesa (Zona Norte), Campo Limpo (Zona Sul), M’Boi Mirim (Zona Sul), São Miguel Paulista (Zona Leste), Itaquera (Zona Leste) e o Vale do Anhangabaú (Centro). A abertura acontece às 17h do sábado (28).
Entre as principais atrações do evento estão artistas como Ludmilla, Gloria Groove, Karol Conká, Pocah, BK, Rael, Black Alien, Rincon Sapiência, Djonga, Planet Hemp, Russo Passapusso, Jorge Aragão e Péricles.
Serão mais de 300 apresentações artísticas contemplando todas as modalidades e povos, entre os quais música, artes cênicas, danças e manifestações populares.
Confira programação com artistas negros:
ANHANGABAÚ (Viaduto do Chá)
28/05
20h30 | Margareth Menezes (90 min)
29/05
03h30 | Batekoo + Mamba Negra (270 min)
08h00 | Toré – Encontro de Aldeias e Etnias Indígenas (60 min)
17h30 | Planet Hemp (60 min)
ANHANGABAÚ (Praça das artes)
29/05
00h30 | Tássia Reis com participação de Monna Brutal
16h30 | Juçara Marçal (60 min)
ZONA SUL: CAMPO LIMPO (Praça do Campo Limpo)
28/05
19h00 | Vitão (60 min)
21h00 | Xande de Pilares (60 min)
29/05
17h00 | Luedji Luna (60 min)
ZONA SUL: M’BOI MIRIM. Av. Luiz Gushiken, s/n
28/05
17h00 | Mumuzinho (60 min)
21h00 | Rashid (60 min)
29/05
15h00 | Coruja BC1 (60 min)
ZONA SUL: PIRAPORINHA
28/05
16h00 | Kyan (60 min)
18h00 | Indy Naíse (60 min)
20h00 | Nina do Porte (60 min)
ZONA SUL: CENTRO CULTURAL GRAJAÚ
29/05
DJ Lorrany (intervalos)
13h00 | Drik Barbosa (60 min)
15h00 | Bivolt (60 min)
17h00 | BK’ (60 min)
ZONA LESTE: ITAQUERA. Praça Brasil
28/05
19h00 | Rael (60 min)
21h00 | Glória Groove (60 min)
29/05
13h00 | Pocah (60 min)
17h00 | Djonga (60 min)
ZONA LESTE: RIBEIRÃO
28/05
16h00 | Arlindinho (60 min)
18h00 | DBS Gordão Chefe + Sombra SNJ + MC Fler (60 min)
Em declaração polêmica, a cantora e apresentadora Jojo Todynho afirmou que por ser casada e levar seu matrimônio a sério, não vai participar da ‘Farofa da Gkay’, festa promovida pela influenciadora Gessica Kayane. O evento é conhecido pela presença de convidados famosos e também pelo clima de pegação. “Não é ambiente para mim e nem para o meu marido”, disse Jojo.
Nos stories, ela explicou o motivo de sua recusa para a festa. “Eu tô sendo marcada em páginas fofocas e recebendo alguns directs falando ‘ai, que bobeira, você não vai pra Farofa da Gkay por causa do seu marido’. Não, não é por causa dele. É respeito. E eu acho que, quando a gente escolhe casar, tem certos ambientes que não são mais… ‘Ah, mas vão vários casais lá’. Problema de vários casais. Eu não sou todo mundo”.
No vídeo, a cantora deu a entender que não gostaria de passar por situações em que o marido ou ela fossem assediados durante a festa. “Eu me conheço e sei que se alguém olhasse assim, o pau ia comer na casa de Noca, então é melhor evitar”, detalhou a funkeira.
“Eu fiz a escolha de casar e levar o meu relacionamento a sério. Eu me conheço. Pra eu acabar com a Farofa… Não me custa”, disse ela, que completou afirmando que se estivesse solteira, iria, sim, à festa. “Agora, se eu fosse solteira, ia com certeza. Mas casada eu não vou”. “Tô fora, boa curtição pra quem vai, aproveita, se joga. Mas eu acho que casamento é algo sério para mim. Eu me conheço, então a gente evita”, concluiu.
A HQ do super-herói Mano K, intitulada Caos Primordial, que há muito tempo estava sendo aguardada, foi finalmente lançada pela EditoraKriô Comics. A revista pode ser comprada exclusivamente no site.
Criado pela jornalista, escritora, e diretora da Editora Kriô Comics, Edna Pessanha, Mano K tem seu roteiro escrito pelo excelente roteirista Jean Canesqui, que nos faz imaginar se um garoto pobre e negro da periferia de São Paulo, desses que o universo conspira para lhe roubar o futuro, ganhasse poderes que o levasse muito além da humanidade. O dom de manipular algo misterioso e poderoso, como a Chave do Caos, e alterar a probabilidade, o fato, a própria realidade!
O mundo de Mano K é o nosso mundo. Onde o bem e o mal não são tão definidos como se vende por aí, e a superciência e a magia coexistem, conspurcando qualquer certeza. É o mundo em que o filme Cidade de Deus e o seriado Cidade dos Homens, se encontram com as fantásticas dimensões de Top Tem e Astro City.
A Terra possui sua cota de super-humanos e outros seres que assombram as pessoas. Na Segunda Grande Guerra, a lendária Galeria Sombria lutou contra o totalitarismo, ao lado do misterioso grupo chamado o Segredo. Hoje, agindo como o Greenpeace e a Cruz Vermelha, o Mito reúne meta-humanos em nome da paz mundial, gerando uma adoração entre a população não vista desde os Beatles e Hitler, além de muitos conflitos com várias potências e seus negócios escusos. Do mesmo modo, o Comitê, organização criminosa emersa em atrocidades, se alimenta da guerra, do crime organizado internacional, e da corrupção para controlar o verdadeiro poder. Nisso, o Brasil se torna um dos alvos para suas ações. Um lugar perfeito para as fazendas de seres humanos de destruição em massa. Poderosos super-humanos a serviço como armas vivas para quem puder pagar. A favela da Jujuba, é um dos vários pontos na América Latina para instalação de suas bases, aproveitando-se da miséria para transformar jovens em produtos perigosos. Chacina, Cadeira Elétrica e Cutelo, são seus tenentes encarregados de dominar o crime local, e recrutar a juventude sem esperança, eles mesmos pessoas de destruição em massa, oriundos de vidas trágicas. Todavia, Mano K fez suas escolhas pessoais, e talvez elas não passem pelos planos do Comitê.
Mano K não se trata de uma história de semideuses perfeitos do American way of life, mas de pessoas comuns, que um dia descobriram que podem voar.
Sinopse
Em um mundo similar ao nosso, onde seres com superpoderes surgem com alguma frequência, os meta-agentes Chacina, Cadeira Elétrica e Cutelo, massacram os traficantes da Favela da Jujuba e dominam o local. A comunidade se tornará mais uma fazenda de super-humanos do Terceiro Mundo, sob o controle do Cartel do Supercrime Internacional, o Comitê. Alheio a isso, Marcos, um jovem negro morador da Favela da Jujuba, tenta levar a vida do melhor jeito possível. Ele é um grande fã dos super-heróis dessa realidade, motivo de irritação para a mãe religiosa, pois ela os considera coisa do Diabo. Certo dia no entanto, ao mexer no velho opala deixado por seu falecido pai, de quem a viúva misteriosamente sempre evitou falar, encontra algo que transforma sua vida para sempre: A Chave do Caos!
Nos últimos dias tivemos notícias de duas gestações que fizeram nossos olhos brilharem. A atriz e cantora Jéssica Ellen e o ator Dan Ferreira anunciaram a gravidez do primeiro filho ou filha do casal. Dias antes, sorrimos com a gravidez de gêmeos da dentista Elis Regina Valentim e seu esposo, o jornalista Marcos Luca Valentim. Longe de romantizar as relações maternas e paternas, mas celebrar a vida e o amor negro faz parte na nossa militância.
Nos últimos anos falamos principalmente sobre as relações afrocentradas e a importância do amor negro. Mas para que a gente pudesse celebrar nas ruas e nas redes sociais nossos amores negros ocorreu uma luta política e o combate de ideologias sociais.
No Brasil pós-abolição da escravatura os casamentos interétnicos foram incentivados a fim de diminuir o número de negros na população nacional. A ideia de democracia racial teve muito sucesso, ela foi difundida no Brasil no início do século XX e contou com a participação de intelectuais como Gilberto Freyre. De forma muito geral, essa vertente teórica e ideológica afirmava que no Brasil as diferentes raças convivem harmoniosamente num paraíso sem discriminação racial. E as relações sexuais entre brancos e negras era um exemplo dessa suposta democracia racial. Certamente, você já está com certa raiva de Freyre, vamos então para outra ideia: a política de branqueamento. Com ações sistemáticas nosso país desenvolveu uma campanha massiva de entrada de europeus no final do século XIX e início do século XX com o objetivo de criar, a longo prazo, uma nação branca. Falharam.
Voltando mais um pouco no tempo e chegamos na colonização e na retirada violenta de africanos de seu continente de origem para trabalharem à força nas Américas. As famílias eram desfeitas, no Brasil houve a tentativa de construção de novos laços, porém sempre a partir da negociação e do conflito com seus respectivos senhores. Ainda sobre a violência colonial, os escravizados presenciavam a tortura de seus irmãos e não podiam os acolher, pois era possível que o castigo se estendesse a eles próprios. Cuidar das feridas dos iguais era um risco, que muitos resolveram correr.
A colonização e a colonialidade imprimiram em nossas mentes que o corpo negro é mais apto ao trabalho, é mais resistente e forte. Ele é também um corpo destoante do padrão de beleza, que é branco. Foram muitas as mentiras difundidas massivamente sobre a gente. Essa difusão teve consequência nas nossas relações afetivas. Você deve estar se perguntando, mas esse texto não era sobre amor? Também. Tive que falar de dor para falar de afeto.
A valorização da beleza negra foi e é pauta de luta do Movimento Negro. O bloco afro Ilê Aiyê teve importante participação na busca por essa valorização ao promover pela primeira vez em 1979 o concurso Noite da Beleza Negra, exclusivo para mulheres negras. Já em 1991, a frase “Reaja à violência racial. Beije sua preta em praça pública” que abre o poema “Bandeira”, escrito por Lande Onawale, foi publicado no jornal do Movimento Negro Unificado (MNU). Além do texto, uma fotografia de um casal negro se beijando compunha aquele número. A edição ficou famosa e ainda hoje a utilizamos como um lema em defesa ao amor negro. O poema vai virar documentário. A cineasta Camila de Moraes está trabalhando numa obra audiovisual sobre as relações afetivas de famílias negras. Já queremos assistir nos cinemas de todo país.
Para não dizer que não falei de flores. Voltamos para os afetos. Amar é um ato revolucionário, quando se é negro essa ação é duplamente revolucionária. Como a arte também revoluciona termino esse texto com um trecho da música Dengo de Thiago Elninõ: “Famílias pretas são sementes de comunidades vivas/ Por isso que eu dou minha vida/Pra nunca deixar morrer/ Essa coisa bonita que entre nós se fortifica/ Preta, hoje tu tá linda, então deixa o tempo correr”. Na música, no cinema, nas revistas, nas ruas, nas praças, nas redes sociais vamos enaltecer os amores negros.
O atendente do McDonald’s Mateus Domingues Carvalho deu detalhes sobre o dia em que foi baleado pelo sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque, após uma discussão por causa de um cupom de desconto. “Eu levei um tiro por causa de R$ 4”, disse Mateus em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo (22).
Após ser baleado, Mateus perdeu um rim. A bala se alojou nas costas após perfurar o intestino do rapaz, que agora usa uma bolsa de colostomia, que deverá ser retirada após novo procedimento cirúrgico dentro de dois meses.
Paulo César de Souza Albuquerque . Foto: Reprodução.
Mateus contou que estava feliz por ter conseguido o primeiro emprego com carteira assinada, e que o caso aconteceu por volta das 2h da manhã do dia 9 de maio. “Quando chegou por volta das 2h tinha um carro na frente, antes dele. Estava muito cheio de gente e nisso ele já estava bem alterado lá atrás. Buzinando muito, muito, muito”, disse.
O bombeiro teria ficado irritado porque Mateus não considerou um cupom de desconto que ele tinha apresentado após a conclusão do pedido. “Foi uma coisa muito fútil, cara. Se ele esperasse um minuto eu ia chamar o gerente, ele ia bater o cupom. Ele ia levar o que ele queria”, disse Mateus.
Paulo César Albuquerque se entregou na 32ª Delegacia de Polícia, na última sexta-feira (20), após expedição de mandado de prisão preventiva contra ele. O documento foi expedido pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, do 4º Tribunal do Júri, na quinta-feira (19). No documento, o juiz afirma que a prisão é necessária para garantir a “integridade física e psíquica das testemunhas e, especialmente, da vítima sobrevivente”.
Cultne e Site Mundo Negro integram a carteira de clientes da jovem agência, que já criou estampa para o desfile da Santa Resistência para a São Paulo Fashion Week
A Agência Apuan nasceu de um incômodo e da vontade de não se acomodar no mercado de trabalho publicitário e da Comunicação Digital. Em 2019, Rafael Sants decidiu empreender para não ter mais que lidar com a situação de ver seus trabalhos de design, com presença majoritariamente negra, barrados em agências onde trabalhava. Junto com Kevony Martins, idealizou e fundou uma agência que trata a “barreira” da representação negra e indígena como o principal diferencial em relação à concorrência.
Da inovação e ousadia, mas também da visão de que é urgente ofertar representação real da população ao mercado, surge a Apuan. Quando Kevony Martins topou a empreitada de idealizar e concretizar a agência, o foco começou no Design de produtos. Em menos de três anos, foi preciso ampliar o cardápio de serviços e produtos, que hoje também abrange design para comunicação digital, gestão de redes sociais, criação de identidade visual, e outras “aventuras” no criativo que inclui uma inserção na São Paulo Fashion Week. No desfile da Santa Resistência, a Apuan fez Arte Design.
“O mercado de trabalho não estava preparado, então foi preciso deixar de colaborar com outras agências e iniciar o próprio negócio. Empreender no Brasil já é difícil, mas para quem começa com mais força de trabalho e talento que capital é um grande desafio diário de sobrevivência e coragem.”, ressalta Rafael, CEO, designer e administrativo-financeiro da jovem – em todos os aspectos – agência de comunicação.
CARTEIRA – A clientela da Apuan é diversificada – em relação à área de atuação e serviços ofertados. Na área de audiovisual, destaca-se a Cultne – maior acervo digital de cultura negra do Brasil; o Site Mundo Negro, o maior site sobre negros do Brasil; Design para comunicação digital, gerenciamento de redes sociais, criação e/ou redesign de marca, criação de produto, são serviços oferecidos para clientes na área de moda, vestuário, comunicação, joias e setor alimentício.
As experiências adquiridas ao longo do processo de estar à frente de uma agência de Comunicação Digital e Design são processadas rapidamente nessa equipe formada por profissionais abaixo dos 30 anos. Essa é uma geração que já cresceu imersa no universo da internet móvel, de alta velocidade, redes sociais, serviços de streaming, conectada com referências contemporâneas e foco para pesquisar, estudar e criar conectando passado, presente e futuro na sua produção.
Conheça um pouco a equipe:
FRANCIELE FRIAS (Artista visual, redatora, responsável pela criação de planejamentos e de conteúdos): “Comecei como editora e redatora na Apuan em abril de 2020, na função de redatora de textos, legendas para redes sociais, bios, além da criação de conteúdos. Desde que cheguei foi fácil me adaptar, me relacionar, fui recebida com cuidado e fico feliz em trabalhar num ambiente de aprendizado e apoio. São quase 3 anos aprendendo e produzindo, adquirindo conhecimentos e trabalhando em parceria.”
KEVONY MARTINS (Co-fundador da Apuan, Designer Gráfico, Graduando em Design de produto pela UFRJ, é o encarregado por criar artes e soluções visuais): “A APUAN foi idealizada para mostrar que pessoas negras e indígenas são profissionais e público alvo, não somente em datas comemorativas, queremos criar conteúdo, artes, produtos para essas pessoas, queremos mostrar que nós, enquanto pessoas negras e lgbts, podemos também ser vistos enquanto profissionais da área. No início, para além de uma agência que buscava atender e evidenciar pessoas negras, queríamos construir uma empresa que fosse plural e estamos na luta pra isso. Me sinto orgulhoso de onde chegamos e do quanto temos crescido, dos clientes que conquistamos, das parcerias que firmamos e dos trabalhos que tivemos o prazer de executar.”
RAFAEL SANTS (Co-fundador da Apuan, Diretor executivo e designer de produto da agência, Bacharel em Design pela UFF): “Criar e manter em ação uma empresa no meio de uma pandemia é baseado em muita coragem. Trabalhar na Apuan e ser empreendedor, ao mesmo tempo, traz um mix de sensações e experiências, diariamente tem o que aprender. Além de aprendizados na área criativa, como administrador tenho que gerenciar altos e baixos, desafios de quem tem uma pequena empresa no Brasil e como também lidamos com empreendedores de diferentes portes, vemos histórias se repetirem. Desde o começo entendemos que design é uma ferramenta potencial para um negócio e nem sempre acessível. Apoiar pequenos/as empreendedores/as mostrando suas ideias para o mundo se tornou uma de nossas principais missões. Podemos não conseguir ultrapassar todas as barreiras enfrentadas, mas de fato vejo que hoje estamos propondo algo importante para nossa clientela, que é fundamental para a economia Brasileira.”