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Atriz que interpretou Tia Viv em ‘Um Maluco no Pedaço’ fará aparição no reboot ‘Bel-Air’

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Chris Haston/NBCU Photo Bank / Getty Images

A atriz Daphne Maxwell Reid, responsável por interpretar a personagem Tia Viv em ‘Um Maluco no Pedaço’, a partir da 4ª temporada, fará uma participação no reboot de ‘Bel-Air’. Dessa vez, num papel diferente, Daphne será Helen, uma diretora do conselho de artes.

De acordo com o site TVLine, Reid ainda contará com a companhia de outra estrela da série original, Vernee Watson-Johnson, atriz que em ‘Um Maluco no Pedaço‘ atuou como Viola “Vy” Smith, a mãe do protagonista Will (Will Smith). As duas aparecerão no capítulo 9 de Bel-Air, o penúltimo da primeira temporada. O episódio vai ao ar em 24 de março nos EUA, pelo streaming Peacock. No Brasil, ainda não há previsão de chegada.

De acordo com a sinopse oficial, ‘Bel-Air’ é ambientada na América moderna, em um análogo dramático da sitcom ‘Um Maluco no Pedaço’ dos anos 90, que se inclina para a premissa original: a complicada jornada de Will das ruas da Filadélfia Ocidental até as mansões fechadas do bairro titulo. Com uma visão reimaginada, a série mergulha mais fundo nos conflitos, emoções e preconceitos inerentes que eram impossíveis de explorar completamente em um formato de sitcom de 30 minutos. A produção terá duas temporadas e possui Will Smith como produtor.

Por ser negra, Zoë Kravitz revela que foi rejeitada como ‘Mulher-Gato’ em ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’

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Foto: EPA/NEIL HALL - Keystone

Em nova revelação ao The Guardian, Zoe Kravitz revela que foi rejeitada como ‘Mulher-Gato’ dentro do filme ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’, de 2012, por conta de sua pele negra. Interpretando a atual personagem dentro do novo filme ‘The Batman’, Zoe contou que cerca de 11 anos atrás foi considerada ‘urbana’ demais para assumir o papel, que acabou sendo direcionado para Anne Hathaway. “Não sei se a decisão veio diretamente de Chris Nolan [diretor de ‘O Cavaleiro das Trevas Ressurge’]”, disse Kravitz. “Eu acho que provavelmente era algum tipo de diretor de elenco, ou um assistente de diretor de elenco… Ser uma mulher negra, uma atriz negra, e ser informada naquela época que eu não estava apta a fazer o papel por causa da cor da minha pele, e a palavra ‘urbana’ sendo jogada assim, foi realmente muito difícil naquele momento.

Anne Hathaway como ‘Mulher-Gato’ em ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’.

Em ‘The Batman’, Kravitz interpreta Selina Kyle muito antes de ela ser conhecida por toda Gotham como a Mulher-Gato. A atriz estudou séries de capoeira e se debruçou sobre o estudo das relações de onças e gatos domésticos para aperfeiçoar o papel. Kravitz vem recebendo ampla aclamação por seu papel, sendo descrito pela crítica especializada como um desempenho único e envolvente. ‘The Batman’, dirigido por Matt Reeves já arrecadou mais de U$ 250 milhões pelo mundo.

Ludmilla ganha página de destaque como compositora no Spotify

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Foto: Reprodução/Internet

A cantora Ludmilla, reconhecida por sua habilidade musical e composicional, ganhou uma página de destaque como compositora dentro do Spotify. Com o objetivo de exaltar e celebrar talentos ao redor do mundo, a plataforma de streaming criou uma página dedicada aos grandes compositores mundiais. O perfil de Lud possui, ao todo, 65 músicas de sua autoria, elencadas numa nova playlist, a ‘Written By LUDMILLA’. Sucessos como ‘Verdinha’, ‘Solta a batida’, ‘Sou Eu’ e ‘Amor Difícil’ estão inclusas numa nessa seleção exclusiva.

De acordo com o Spotify, o Songwriters Hub, é uma página que possui o objetivo de apoiar a comunidade de compositores, através de um novo lugar para os ouvintes encontrarem playlists escritas por autores estabelecidos e emergentes, além de ouvir podcasts sobre o ofício de composição e descobrir um elenco rotativo de compositores em destaque e momentos culturais a cada mês.

Página inicial do Songwriters Hub. Foto: Spotify.

“É difícil mensurar a importância dos compositores para o processo de fazer música. Eles são responsáveis ​​pelas letras, melodias, batidas e acordes que compõem as músicas que amamos”, publicou a plataforma em comunicado. “Mas, por mais integral que sejam, os compositores geralmente estão nos bastidores e não na vanguarda – seus nomes listados nos créditos e toda a amplitude de suas contribuições conhecidas apenas por especialistas da indústria. No Spotify, temos o compromisso de apoiar compositores de todo o mundo e criar mais oportunidades para eles”.

“Nunca mais piso nesse lugar”: Influenciadora Sarah Fonseca denuncia episódio de racismo sofrido em padaria no RJ

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Foto: Reprodução.

A empresária e influenciadora digital Sarah Fonseca usou as redes sociais na manhã desta segunda-feira (7), para denunciar um caso de racismo que sofreu por um funcionário da Baked Padaria, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Segundo relato de Sarah, o funcionário mandou que ela se retirasse da padaria após ela entrar e se dirigir à mesa onde o namorado dela estava sentado com os pais.

“Fui até a mesa onde meu namorado estava sentado com a mãe e o marido para pegar a chave do apartamento que estava com ele. Assim que cheguei na mesa e só consegui falar uma frase, o funcionário da @baked.padaria mandou eu sair”, começou Sarah. Visivelmente abalada e chorando, a influenciadora continuou a relatar o espisódio de discriminação que sofreu.

“Acabei de sofrer racismo por esse cara aqui em Ipanema. Meu namorado estava sentado com os pais, e ele me mandou sair porque ele achou que eu estava pedindo dinheiro ou perturbando eles”, disse Sarah no Instagram Stories. Enquanto Sarah gravava a denúncia, o homem negou ter pedido que ela saísse da padaria.

“Eu não consigo descrever a humilhação que eu senti sendo tratada assim na frente de todos que estavam lá, inclusive meu namorado, a mãe e o marido”, escreveu Sarah. “E olha que eu já fui cliente deles, nunca mais piso nesse lugar”, finalizou.

Série inédita aborda a importância da educação antirracista no Brasil

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Foto: Divulgação.

Produção do Projeto SETA reúne depoimentos das populações indígenas, quilombolas e negras. Lançamento ocorre dia 09 de março no Youtube do Canal Futura

Será lançada na próxima quarta-feira (9), na página do youtube do Canal Futura, a série Seta – Caminhos Possíveis. Realizada pelo projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura, a produção audiovisual conta com quatro episódios sobre a importância da educação antirracista no Brasil a partir das perspectivas indígena, quilombola, periférica e uma análise de especialistas sobre o tema no Brasil.

Os episódios estarão disponíveis no Globoplay e no Canal Futura a partir de abril. O evento de lançamento online ocorre no âmbito do Dia pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, e contará com as participações de: Alexsandro Santos, Doutor em Educação, Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Suelaine Carneiro, coordenadora do Programa de Educação do Geledés – Instituto da Mulher Negra e Naomy de Oliveira Ramos, Gestora do Centro de Desenvolvimento dos profissionais da Educação do Rio Grande do Sul. A mediação fica por conta da jornalista Louise Freire. 

A proposta da série audiovisual que foi gravada na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, no Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia e no Parque das Tribos, em Manaus, é provocar reflexões, compartilhar histórias e fomentar a relevância da pauta para o desenvolvimento do país. Ao longo dos episódios, os espectadores também serão convidados a questionar a história que aprenderam na escola, com base em novas perspectivas que não são contempladas na educação formal. 

O Projeto Seta é uma aliança inovadora, com sete organizações da sociedade civil nacional e internacional: ActionAid, Ação Educativa,  Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Geledés – Instituto da Mulher Negra, Makira-E’ta e a Uneafro Brasil. O Seta ainda é um dos finalistas da ação global da Fundação Kellogg para promoção da equidade racial (Racial Equity 2030).

Após sofrer racismo, cientista Nina da Hora vai abrir “livraria verdadeiramente antirracista”

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Foto: Ana Branco/ Agência O Globo.

A cientista Nina da Hora decidiu movimentar uma vaquinha virtual para viabilizar o projeto de uma livraria antirracista. O projeto já fazia parte dos planos de Nina, mas foram antecipados após um episódio de racismo sofrido por ela na última semana, na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro.

Nina, no entanto, reafirma que a iniciativa não é a primeira envolvendo a venda de livros e a questão racial. “Eu tô realmente disposta a levantar uma livraria sim mas não será a primeira livraria feita por pessoas negras. E jamais poderia ganhar esse rótulo e concordar com isso”, disse a cientista, que aproveitou a oportunidade para divulgar outras iniciativas comandadas por pessoas negras.

Entenda o caso — Na última quinta-feira (3), Nina foi com a irmã à Livraria da Travessa, quando foi seguida por segurança da loja, que chegou a impedir a cientista de ler no estabelecimento, cujo slogan é “entre, leia e ouça”. Quando foi falar com a gerente da loja, foi questionada sobre onde morava.

“Eu tive que falar o valor que eu gastei da última vez que foi alto e depois falar com a gerente. Agora, a gerente disse que ia conversar com ele, mas registrando, pois imagina só me constranger a ponto de não me deixar fazer uma das coisas que mais amo, que é ler. Gente, a primeira pergunta que a gerente me fez foi onde eu morava. Esse é o nível”, desabafou.

Em nota, a Livraria da Travessa disse que “não compactua com nenhuma prática discriminatória de qualquer natureza”. De acordo com Nina, a conversa com a loja “foi pior” do que a nota emitida.

Conheça as quatro pretas que estão revolucionando o audiovisual no Brasil

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Natara Ney, Monique Rocco, Gaby Amarantos, Erika Candido e Gabriela Freitas. Foto: Divulgação.

O Dia Internacional das Mulheres é uma excelente oportunidade para conhecer corajosas profissionais negras que inspiram e fortalecem outras mulheres. No campo do audiovisual, quatro mulheres pretas uniram seus talentos e trajetórias para formar a Kilomba Produções. A empresa, fundada em 2018, se empenha em criar e desenvolver conteúdo audiovisual para diversas plataformas. Um dos principais compromissos das realizadoras é fomentar ecossistemas e cadeia produtiva no audiovisual negro. Uma sobe e puxa a outra na prática e na tela.

“Nossas equipes são compostas, em sua maioria, por mulheres negras periféricas, que contribuem com nossos projetos em todas as etapas, desde a criação até a finalização. Nosso foco é criar espaços de trabalho acolhedores e respeitosos para todes”, destaca Erika Candido, akilombada e diretora do longa-metragem Elza Infinita (2021), ao lado de Natara Ney, outra integrante da Kilomba Produções. 

Monique Rocco e Gabriela Freitas completam o quarteto fantástico. Elas começaram 2022 a todo vapor. Ainda no primeiro semestre, lançam um vídeo sobre mulheres na política para o projeto Estamos Prontas, uma parceria com o Instituto Marielle Franco e o movimento Mulheres Negras Decidem, e preparam uma série sobre atletas LGBTQIA + que praticam esportes radicais. A produção é uma parceria com o Canal Off. 

Monique Rocco, Erika Candido e Gabriela Freitas nos bastidores de Isso é Coisa de Preta, no GNT. Foto: Divulgação.

Agora que você já sentiu o peso desse bonde, segue aqui para conhecer um pouco mais dessas pretas potências. 

Erika Candido, 38 anos

Uma das mais requisitadas produtoras do país, com premiações em Rotterdam, Sundance, Cannes, além dos maiores festivais nacionais. Assina a produção dos filmes “A Vida Invisível”, “O Estopim”, “3 verões”, dos premiados “Kbela” e “Uma Paciência Selvagem me trouxe até aqui”. Fundou a Kilomba para ter um espaço de criação e formação de profissionais negros. Em 2021, foi responsável pela direção de produção do especial “Isso é coisa de preta”, para o canal GNT, ela também assinou seu primeiro longa-metragem “Elza Infinita”, atualmente disponível no catálogo da Globopay. Erika é carioca e cria de Vicente de Carvalho. 

Natara Ney, 54 anos

A primeira formação da cineasta foi no jornalismo, onde desenvolveu o talento para contação de histórias. No audiovisual ela encarou o desafio de montar mais de 20 longas metragens e séries. Recebeu diversos prêmios de montagem com os filmes “Divinas Divas”, “Mistério do Samba” e “Um Outro Ensaio”. Nos últimos anos se dedicou à criação de roteiros e à direção. Em 2022, estreia na direção com dois longas metragens “Cafi” e “Espero que esta te encontre”. Natara é pernambucana de Olinda.

Monique Rocco, 40 anos

Realizou inúmeras produções audiovisuais premiadas como* Cannes, New York Festival, Berlin, Amsterdam. Em 2021, recebeu o convite para integrar a delegação brasileira para o Production Network, em Cannes. Assina a Produção dos premiados filmes “O Estopim”, “KBELA”, “Dentro da Minha Pele”, as séries “Quebrando o Tabu” para o Canal GNT, “Política Modo de Fazer”, “Refazenda”, GNT, série de culinária da Bela Gil, o Especial “Buddy Valastro: Uma viagem doce”, para o Discovery H&H. Fez a Produção Executiva do “Documentário  Racionais MCs”, de Juliana Vicente para Netflix e do longa “Enterre Seus Mortos”, do Marco Dutra. Especialista em transmissão ao vivo, foi a produtora responsável pela implementação do VAR – Arbitro de Vídeo no Brasil, dando sequência as produções das Copas América, Sulamericana, Recopa e Libertadores da América com a Conmebol e das transmissões ao vivo da Copa do Mundo de 2014. Em 2021 fez a produção executiva do Diálogos GNT – “Isso é Coisa de Preta”, também ao vivo. Monique é carioca de Santa Cruz.

Gabriela Freitas, 24 anos

Versatilidade é uma palavra que define esta produtora. Gabriela atua na criação e desenvolvimento de projetos. Trabalha com cinema, teatro, música e artes plásticas. Coordenou produções para o Canal Off, GNT e Rock In Rio. No ano de 2021 coordenou a produção do “Diálogos GNT – Isso é Coisa de Preta”, um programa transmitido ao vivo. Na Kilomba, Gabriela é responsável por pesquisas de formato e desenvolvimento de conteúdo. Atualmente Gabi prepara sua primeira instalação artística “Bolo e Guaraná”. Gabriela é carioca de Barra de Guaratiba. 

“No RS, apenas dois longas-metragem de ficção foram feitos por diretores negros”, diz Gautier Lee, fundadora do MacumbaLab

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Gautier Lee é uma mulher negra de cabelos curtos, Está sentada com uma mão no queixo. Usa blazer bege.
Gautier Lee. Foto: Divulgação.

A dificuldade enfrentada por profissionais negros no audiovisual é percebida e combatida por muitas realizadoras e realizadores por todo o mundo. Uma delas, é a cineasta Gautier Lee, que se uniu a outros especialistas da área e criaram o Macumba Lab, um coletivo de profissionais do audiovisual negros no Rio Grande do Sul.

“O Macumba Lab surgiu em 2018 após o 46º Festival de Cinema de Gramado. Naquele ano, nenhum dos profissionais premiados era uma pessoa negra. Isso desencadeou uma vontade coletiva de alguns profissionais em mudar a situação de equidade racial dentro do audiovisual gaúcho. O coletivo começou como um grupo de estudos de roteiro com cerca de 7 pessoas e aos poucos chegaram profissionais negros de outras áreas do audiovisual, como atuação, fotografia, cenografia, edição de som”, lembra.

O racismo no segumento apresenta obstáculos seja para atividades banais ou atuações no mercado de trabalho, em que há a necessidade de se provar a cada dia, a cada trabalho realizado. “O mercado audiovisual ainda é muito dominado por uma velha guarda que consiste, em sua maioria, de homens cis hetero brancos acima dos 50 anos”, relata. 

Segundo levantamento feito pelo coletivo Macumba Lab, no Rio Grande do Sul, apenas dois longas-metrangens de ficção foram realizados por diretores negros. Sobre este assunto, conversamos com a diretora Gautier Lee, na entrevista que você pode conferir abaixo:

Na sua opinião, qual é o principal desafio enfrentado pelas pessoas negras no audiovisual hoje?

Um dos maiores desafios que profissionais negros do audiovisual encontram certamente é a inserção no mercado de trabalho. Há uma gama muito grande de profissionais altamente qualificados que, mesmo com trabalhos premiados, não conseguem se inserir ao mercado, especialmente aqueles que moram fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Isso é reflexo de diversos fatores históricos e econômicos. O fazer audiovisual iniciou-se no Brasil em 1898, apenas dez anos depois da abolição da escravatura. Como uma pessoa que uma década antes era considerada propriedade de outra iria ter acesso a equipamentos e fazer um filme? Deixamos de ser vistos como propriedade para sermos vistos como mão de obra barata, e esse pensamento segue vivo até hoje. Cineastas negros premiados pelo público e pela crítica são oferecidos as vagas de trabalho mais baixas da cadeia audiovisual. E é uma luta intensa e árdua para que ocupemos não somente essas vagas, mas também as vagas de lideranças tanto na cena independente quanto dentro das grandes produtoras e streamings.

Estamos às vésperas do Oscar, e temos grandes nomes de diretoras/es, atrizes e atores de renome internacional que ainda não chegaram a conquistar o prêmio. Qual é a saída para este tipo de situação?

O próprio Oscar alterou, em 2020, seus critérios de escolha. As mudanças, que só valerão a partir de 2024, visam contemplar mais diversidade na premiação, tanto em aspectos criativos como em aspectos técnicos. A criação de políticas de diversidade e inclusão em premiações é um ótimo passo para que caminhemos em direção a algo semelhante à equidade racial. Mas também é de extrema importância que hajam premiações voltadas exclusivamente para grupos minoritários como o BET Awards, que, anualmente, premia artistas negros e o Fade to Black Festival, criado e dirigido por mim, que premia e capacita roteiristas negros, além de profissionais negros de outras áreas do audiovisual.

Como o Macumba Lab tem incidido diretamente sobre estas questões?

O Macumba Lab atua em diversas frentes para promover o acesso de profissionais negros à indústria cinematográfica. O coletivo tem buscado democratizar a educação dentro da indústria promovendo oficinas, workshops e cursos de formação. Também lutamos por melhorias nas políticas públicas atuantes no Estado, fazendo parte e colaborando com outras instituições do audiovisual gaúcho. Nosso objetivo é compartilhar recursos, tanto financeiros como educacionais, com produtores negros e empresas produtoras criadas por pessoas negras. Segundo mapeamento do coletivo, em toda a história do Rio Grande do Sul, lugar onde o grupo nasceu e hoje funciona, apenas dois longas-metragens de ficção foram feitos por diretores negros. O Macumba Lab existe para mudar isso.

Nova fase musical de Normani deve explorar seu lado pessoal e vulnerável

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

Um mecanismo de defesa”, é assim que Normani define seu novo single ‘Fair’, que será lançado no próximo dia 18 de março. Canção deve marcar o início de um momento pessoal e reflexivo em torno da cantora. Anos após sua explosão em carreira solo com a forte e enérgica ‘Motivation’, Normani ainda possui muito a contar. Com um álbum solo super aguardado entre os fãs, enfrentando controvérsias em torno de sua gravadora e fazendo o possível para mostrar ao mundo seu valor enquanto artista, a cantora norte-americana se vê agora num momento de vulnerabilidade.

“Fair é a música mais pessoal que já fiz. É tão diferente do que já criei, é outro ponto de vista do que a Normani é. Sou eu sendo um pouco desconfortável por estar tão vulnerável, como se eu sempre tivesse que ser resistente e resiliente, é um mecanismo de defesa, estou me protegendo”, contou a artista em entrevista ao extra.

Em julho de 2021, Normani revelou à Harper’s Bazaar como se sente em relação à pressão que recebe em sua carreira: “Sinto que todo mundo tem uma expectativa além das expectativas que eu já tenho para mim mesma”, detalhou. “Para mim, mais do que qualquer coisa, meu trabalho é maior do que música. Eu acho que finalmente estou lançando meu próprio caminho e o mundo poderá ver o que Normani representa, quem ela realmente é musicalmente, e o amadurecimento que tive nos últimos dois anos. É realmente um nível acima”, completou.

‘Fair’ chega após o lançamento de ‘Wild Side’, sua parceria com Cardi B. Enquanto cantora negra dentro da indústria da música, Normani já comentou diversas vezes sobre os desafios criativos e sobre as barreiras que precisa quebrar para provar seu valor. Como uma ex-integrante do grupo Fifth Harmony, Mani – termo utilizado pelos fãs – não podia explorar toda sua capacidade artística, era limitada à produção de outras pessoas. Agora, ela deseja mostrar o oposto, sua liberdade e capacidade criativa em torno daquilo que faz melhor: música.

Por que a representatividade negra em Hollywood incomoda tanto?

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Foto: Reprodução / Disney +.

Ao longo dos últimos anos, os grandes estúdios em Hollywood passaram a dar mais espaço para protagonistas pretos em suas produções. Ainda que de forma lenta e em proporção menor quando comparado a atual presença de indivíduos brancos em papéis de destaque, a representatividade negra passou a incomodar um grupo considerável de pessoas ao redor do mundo. A última jornada de problemas e críticas descabidas em grande escala ocorreu após o anúncio dos elfos e anões negros na série ‘Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’, da Prime Video. Diversos comentários com teores racistas e preconceituosos em diferentes níveis invadiram as redes e os pontos de acesso da plataforma. Quando esse tipo de debate vem à tona, os comentários são sempre os mesmos, ‘não existem elfos negros’ ou ainda ‘não existem sereias negras’, como ocorreu em 2019, quando a atriz Halle Bailey foi escalada para viver a princesa da Disney em ‘A Pequena Sereia’. 

Princesa anã Disa em ‘Senhor dos Aneis: Os Anéis de Poder’. Foto: Prime Video, 2022.

Já partimos do pressuposto lógico de que sereias e elfos não existem, mas eles cumprem enquanto apoio midiático, um local de entretenimento, de fantasia, como o próprio gênero define. A verdade é que durante muitas décadas, o protagonismo branco se fez presente em todos os espaços de Hollywood. Não era comum existir produções em grande escala como ‘Pantera Negra’, ‘Homem-Aranha’, ‘Moana’, ou ainda, o mais recente projeto da Disney, ‘Encanto’, que introduz uma família com personagens diversos e em certos momentos, muito próximos da realidade humana, seja por suas feições ou aparências. Aos olhos dos anos 2000, por exemplo, uma produção desse tipo jamais teria sido lançada com um budget tão alto. 

Moana. Foto: Reprodução / Disney.

A verdade em torno de Hollywood e demais produções internacionais, é que o protagonismo negro se tornou forte entre os consumidores, se tornou um mercado rentável e com grandes cifras ao redor do mundo. Antes de ser lançado como filme, ‘Pantera Negra’ enfrentou sérias resistências dentro do mercado da Marvel e dos críticos. Muitos acreditavam que a obra não teria apego popular, mas a verdade é que a franquia se tornou um verdadeiro fenômeno, arrecadando mais de U$ 1,3 bilhão em bilheteria e firmando diversos recordes pelo mundo.

Essa representatividade em torno da nossa existência incomoda porque o sistema em que ela está inserida é racista, uma resposta simples, básica, mas verdadeira. Não existe outra constatação ou explicação. Tal representatividade se faz importante pelo simples e singelo fato de que nós existimos enquanto pessoas pretas e merecemos ver nossas histórias de grandeza, felicidade e fantasia sendo contadas nas telas. 

‘Pantera Negra’. Foto: Reprodução / Marvel Studios.

Enquanto comunidade, precisamos sim, garantir que as vozes negras sejam devidamente valorizadas, fato que ainda é um ponto cego da indústria. Precisamos acreditar no poder da representatividade e no poder da transformação enquanto consumidores das artes e do entretenimento. Questionar a falta de personagens ou pessoas negras em determinados espaços é uma forma de observar – e em muitos casos se indignar – com o apagamento racial em torno das produções do cinema e da TV. 

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