‘A Cor Púrpura‘ dominou as bilheterias nesta segunda-feira (25) e se tornou a maior estreia de um filme no dia de Natal desde 2009, superando ‘Sherlock Holmes‘, além de se tornar a segunda maior estreia no dia de Natal de todos os tempos.
O remake musical do clássico de 1985, superou as expectativas e arrecadou US$ 18 milhões em 3.152 cinemas norte-americanos, no primeiro dia em cartaz.
O longa também se manteve à frente de outros dois estreantes nesta segunda-feira: as cinebiografias ‘Ferrari‘ e ‘The Boys in the Boat‘. Com críticas positivas, ‘A Cor Púrpura’ também chama a atenção por ser o primeiro musical que faz sucesso nas bilheterias em pelo menos seis anos.
Dirigido por Blitz Bazawule e com produção de Oprah Winfrey e Steven Spielberg, a nova adaptação da obra de Alice Walker conta com diversas estrelas no elenco, como: Taraji P. Henson, Danielle Brooks, Colman Domingo, Halle Bailey, Fantasia, H.E.R., Ciara, Corey Hawkins e muito mais.
No Brasil, A Cor Púrpura estreia em 4 de janeiro. Veja o trailer:
Em meio às celebrações de Natal, um bordão pegou entre os brasileiros nas redes sociais: “Valeu, Natalina!“. Essa frase foi dita por uma criança, durante uma entrevista ao canal do YouTube do Diogo Defante, que viraliza na web desde 2019. Entretanto, em junho deste ano, a família do menino abriu um processo contra o humorista. Segundo o blog do Ancelmo Gois, no jornal O Globo, a família diz que Defante se apropriou da imagem do menino para “fins comerciais” e solicita o fim da veiculação do vídeo.
Na ação que corre na Justiça do estado do Rio de Janeiro, a mãe do menino, moradora de Duque de Caxias, pede que Defante seja condenado por danos morais e repasse o valor supostamente arrecadado com o vídeo para o filho.
“O bordão ‘Valeu, Natalina’ foi criado pelo jovem, que sem qualquer sombra de dúvida levou o réu a alcançar altos patamares, ficando o bordão muito conhecido nas redes sociais, entre os artistas e personalidades. Sendo assim, está evidente que o réu aproveitando-se da vulnerabilidade do jovem passou a auferir grandes lucros”, diz trecho da petição inicial.
Procurado pelo UOL, o Defante não se pronunciou sobre o caso, mas a assessoria informou que “os advogados de ambas as partes estão cientes e o caso está sendo decidido judicialmente”.
Lembre o meme
Em 2019, o humorista Defante entrevistou dois meninos que vendiam balas nas ruas do Rio de Janeiro, vestido com um gorro de Papai Noel, quando pediu para que um deles deixasse uma mensagem natalina aos telespectadores. Mas o jovem achou que “natalina” era uma pessoa, por isso respondeu com a frase que hoje faz sucesso na web: “Valeu, Natalina!”. O vídeo já foi reproduzido mais de 3 milhões de vezes no canal do YouTube.
A segunda instância da Justiça do Rio de Janeiro decidiu que a atriz Cacau Protásio será compensada com uma indenização de R$ 80 mil devido aos ataques e insultos racistas e gordofóbicos que recebeu durante as filmagens de um longa-metragem em um quartel do Corpo de Bombeiros, em 2019, localizado no Centro do Rio de Janeiro. A informação é do blog Ancelmo Gois, do O Globo.
Na decisão, a desembargadora Ana Cristina Nacif Dib Miguel afirmou que o Estado é responsável pelas ações de seus funcionários. A magistrada ainda ressaltou a gravidade das ofensas e a ampla repercussão do caso. Áudios e vídeos circularam a internet com ofensas direcionadas à Cacau. Dois agentes responsáveis pelas ofensas foram punidos.
À época, Cacau lamentou o ocorrido. “Existem pessoas que estão me agredindo, me xingando. Eu sou negra, gorda, sou atriz e tenho orgulho de tudo isso. Agradeço a Deus todos os dias, quem me conhece sabe, mas eu acho isso uma falta de respeito“, disse ela. “Eu conto história, conto ficção. Eu não mereço ser agredida. Assim como ninguém merece”. O Corpo de Bombeiros também afirmou que não compactua com qualquer ato discriminatório.
Na CNN Brasil desde meados de 2019, a jornalista Luciana Barreto anunciou nesta terça-feira, 26, sua saída da emissora. Em uma publicação nas redes sociais, ela compartilhou um vídeo com imagens suas ao lado de pessoas com quem trabalhou e entrevistou ao longo de pouco mais de quatro anos e escreveu uma mensagem de despedida na legenda: “Um pouquinho de vivências nesta casa que me abrigou nos últimos anos. Vivências nunca se vão! Adeus, @cnnbrasil“.
Para o Mundo Negro, Barreto afirmou à jornalista Silvia Nascimento: “estou voltando para minha cidade, para minha filha, que precisa muito de mim, e para minha família e amigos”, contou a jornalista, que também fará uma viagem para os Estados Unidos com objetivo de estudar: “E na volta, novo ciclo!”, destacou.
Na CNN Brasil, Luciana Barreto assumiu como âncora do Jornal da CNN, transmitido diariamente pela emissora. A jornalista chamou a atenção da audiência ao noticiar, com lágrimas nos olhos, a morte de George Floyd, morto por um policial nos Estados Unidos, que aconteceu em 2020 durante a pandemia do Coronavírus e desencadeou uma série de protestos no mundo inteiro contra o racismo. A jornalista destacou que este foi o momento que marcou seu trabalho na emissora: “George Floyd, com certeza! Existe um olhar sobre problemas raciais antes e depois de George Floyd”, disse.
Antes de ser contratada pela CNN Brasil, Luciana Barreto havia trabalho por 14 anos na TV Brasil e acumulava prêmios pelas reportagens com foco na comunidade negra. Na CNN, ela também apresentava o podcast ‘Entre Vozes’, programa especializado em temas como questões de classe, gênero, raça e tantas outras.
A jornalista também foi vítimas de ataques racistas na internet: “Sofri muitos ataques de ódio ao longo dos anos. Sofri muito com discursos racistas desde o dia em que fui anunciada na CNN, em 25 de julho de 2019, dia da Mulher Negra. Entendi, no entanto, o quanto o espaço podia ser uma vitrine para dar visibilidade a esta parte triste do Brasil que muita gente fingia não ver”, contou a jornalista que lançou o livro “Discursos de Ódio Contra Negros nas Redes Sociais”, no início de dezembro.
O rapper Kanye West reativou sua conta no Instagram nesta terça-feira (26) para pedir desculpas pelos seus comentários antissemitas. Após uma série de polêmicas envolvendo o povo judeu, Kanye se manifestou pela primeira vez, através de um texto em hebraico.
“Peço sinceras desculpas à comunidade judaica por qualquer explosão não intencional causada por minhas palavras ou ações. Não era minha intenção magoar ou rebaixar, e lamento profundamente qualquer dor que possa ter causado”, disse o rapper. “Estou empenhado em começar por mim mesmo e aprender com esta experiência para garantir maior sensibilidade e compreensão no futuro. Seu perdão é importante para mim e estou empenhado em fazer as pazes e promover a unidade”, finalizou.
Em outubro do ano passado, a Adidas encerrou a colaboração bilionária com West após os comentários antissemitas do rapper. “Após um estudo aprofundado, a empresa tomou a decisão de encerrar imediatamente a colaboração com Ye”, disse a empresa alemã. “A Adidas não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio. Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça”, disse o comunicado à época.
Comentários antissemitas
Em outubro de 2022, Kanye teve suas contas nas redes sociais suspenas após publicações consideradas antissemitas. A publicação original de Kanye West no Twitter dizia: “Estou um pouco sonolento esta noite, mas quando eu acordar vou morrer com 3 On JEWISH PEOPLE”. O termo “3 On” seria uma referência a DEFCON, um estado de alerta usado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos que indica prontidão para a guerra.
Nos últimos dias, os fãs de Beyoncé e Ludmilla foram à loucura com as fotos que registraram o encontro das duas. A brasileira já havia relatado como a Queen B é uma fonte de inspiração para sua carreira, entretanto, esse momento histórico tem sido protagonizado com uma nova trend com edições que excluem ela e outros fãs selecionados por fotos de outras pessoas, como se elas estivessem posando com a diva pop. A ação tem incomodado não só a funkeira, como também o coordenador de projetos da BeyGOOD, fundação da Beyoncé.
“Montagens e memes fazem parte do jogo. Brincar com trends da internet é legal, na maioria das vezes. Mas brincar é diferente de querer roubar protagonismo. Estar acostumado a ser o centro da narrativa e brincar apenas pra se manter no centro é mesquinho. Mais do que mesquinho, é perigoso porque algumas pessoas têm dificuldade de distinguir o que é e o que não é verdade no meio desses contextos. Olhem o post de algumas dessas montagens e vejam um número extremamente expressivo de pessoas não tendo o discernimento de compreender que se tratam de montagens”, escreveu Anderson Nick nos stories do Instagram, na véspera de Natal.
“Apenas fãs selecionados e pessoas que trabalharam para fazer o evento foram convidados para tirar fotos. As demais não passam de uma necessidade narcísica de aparecer (e quando não explicitamente indicadas que são montagem – de querer confundir)”, finaliza. As fotos originais com Beyoncé foram tiradas nos bastidores do “CLUB RENAISSANCE” em Salvador, na última quinta-feira (21).
No mesmo dia, Ludmilla também havia se queixado da nova trend com exclusão de sua foto: “esse bagulho de tudo por engajamento tá feião galera. Em 2024, vamos se mancar um pouco, pelo amor”, escreveu no X (antigo Twitter).
Entre as pessoas famosas que entraram nessa trend foi a influenciadora Gkay. Na legenda, ela diz: “MEU DEUS tão incrível conhecer a PRIMEIRA E ÚNICA!!!! Espero que você esteja aproveitando o Brasil. Obrigada Ludmilla por esse momento e Lucas Rangel pela legenda que colei 😂”. Lucas Rangel foi outro influenciador a realizar a montagem com a exclusão da Lud na foto.
A modelo Giannina Antonette Oteto, que aparece na capa do álbum ‘Awaken, My Love!’ de Donald Glover, utilizou as redes sociais para revelar que não recebeu os devidos pagamentos pelo trabalho na obra do cantor norte-americano. O disco foi lançado em 2016. “É incrível poder segurar um álbum no qual estou na capa, celebrando ao lado da mãe da minha melhor amiga, minha maior torcedora. Este álbum foi difícil de comemorar por várias razões, e por anos eu o ressenti“, publicou Giannina ao compartilhar uma imagem segurando o disco.
A modelo conta que se sentiu explorada após não ter recebido o pagamento total pelo trabalho. “Descobri que fui explorada, junto com a maquiadora e a estilista, todas mulheres negras. Apesar de promessas de pagamentos adicionais, só uma mulher branca envolvida na peça recebeu. Após anos de mentiras, silêncio e complicações legais, é emocional lidar com isso. Meus advogados foram ignorados pelo artista e sua equipe“, informou ela.
A equipe de Donald Glover não comentou sobre o caso. O disco ‘Awaken, My Love!’ se tornou um enorme sucesso e recebeu diversas indicações ao Grammy, incluindo ao título de ‘Álbum do Ano’.
Nova York está estabelecendo o terceiro grupo de trabalho dos Estados Unidos que tem o objetivo de avaliar a possibilidade de reparar as injustiças da escravização no estado norte-americano. A iniciativa foi anunciada há uma semana, no dia 19 de dezembro, após a governadora Kathy Hochul assinar um projeto de lei que autorizou a criação de uma comissão que deve estudar a história da escravização no estado, proibida no ano de 1827, e as consequências sociais desse período na vida dos afro-americanos, como a discriminação habitacional, o policiamento tendencioso, a desigualdade de renda e o encarceramento em massa.
De acordo com o jornal The New York Times, Nova York é o terceiro estado a empreender esforços de reparação, após Califórnia e Ilinóis criarem seus grupos de trabalho voltados para este fim. Ainda não se sabe como essas reparações poderão ser feitas ou como poderão acontecer, considerando as complexidades que envolvem as conversas sobre o período da escravização, incluindo questões financeiras e políticas e responsabilização com o passado.
O estado da Califórnia, por exemplo, passa por um déficit orçamentário de bilhões de dólares que ameaça impedir possíveis reparações financeiras aos descendentes de pessoas que foram escravizadas.
“Sei que a palavra ‘reparações’ traz à tona muitas ideias conflitantes para as pessoas”, afirmou a governadora de Nova York no dia da assinatura do projeto de lei. “Muitas pessoas se interessam instintivamente quando ouvem isso, sem realmente pensar no que isso significa ou por que precisamos falar sobre isso.”
“Hoje, desafio todos os nova-iorquinos a serem patriotas e a repreender – e não a desculpar – o nosso papel em beneficiar da instituição da escravatura”, declarou.
Uma força-tarefa formada por nove membros, que devem ser nomeados pelo governador e pelo legislativo, ficará responsável por produzir um relatório contendo recomendações não vinculativas sobre formas de corrigir séculos de discriminação. Caberá aos legisladores aprovar a legislação e implementar as recomendações do grupo.
Na Califórnia, um relatório que recomenda um amplo programa de reparação a nível estadual além de um pedido formal de desculpas para os residentes negros do estado foi aprovado em maio deste ano. Segundo o NYT, os pagamentos das reparações financeiras relacionadas à escravização no estado poderiam atingir U$ 1,2 milhão por pessoa, um custo que atualmente é muito alto para o estado que possui um déficit de 68 mil milhões de dólares, cerca de R$ 330 bilhões, e outros desafios fiscais.
A responsabilidade de decidir sobre qualquer financiamento a ser concedido ou sobre as recomendações de mudanças de política propostas pela comissão cabe atualmente aos legisladores estaduais e ao governador Gavin Newsom, da Califórnia. Até o momento, não houve aprovação de legislação por parte dos legisladores, embora o Black Caucus legislativo tenha se comprometido a apresentar um conjunto de medidas para consideração no próximo ano.
Essa comissão foi além da simples consideração da escravidão, buscando quantificar os impactos do racismo estrutural em diversas áreas, como detenções por tráfico de drogas, discriminação habitacional, apreensões de propriedades e discrepâncias na expectativa de vida. As reparações propostas na Califórnia seriam destinadas exclusivamente a residentes que são descendentes de escravizados ou afro-americanos livres que viveram nos Estados Unidos antes do século XX.
No ano de 2021, Evanston, um subúrbio de Chicago, fez história ao se tornar a primeira cidade nos Estados Unidos a implementar reparações efetivas, oferecendo subsídios habitacionais de até US$ 25.000. Até agosto, a cidade anunciou que havia distribuído pouco mais de US$ 1 milhão em subsídios. O compromisso da comissão de reparações de Illinois persiste, com reuniões públicas programadas para o próximo ano.
Em São Francisco, um comitê separado composto por 15 membros emitiu uma lista de 111 recomendações, incluindo uma proposta ousada, porém improvável: um pagamento único de 5 milhões de dólares para pessoas elegíveis.
No entanto, as restrições financeiras e as divisões políticas na cidade destacam os desafios políticos enfrentados pelos programas de reparação: os pagamentos sugeridos poderiam totalizar mais de 100 bilhões de dólares, aproximadamente sete vezes o orçamento anual de São Francisco. A prefeita da cidade, London Breed, que é afrodescendente, não assumiu um compromisso em relação a compensações monetárias, e seu gabinete indicou que o governo federal está mais bem equipado para lidar com esse tipo de reparação.
Nova IYork enfrenta desafios orçamentais semelhantes. Após dois anos de orçamentos estaduais recordes impulsionados por assistência federal durante a pandemia, as autoridades do estado agora preveem um déficit orçamentário U$ de 4,3 bilhões para o ano fiscal de 2024, com projeções de déficits ainda maiores nos anos seguintes. Diante disso, cortes podem estar no horizonte, renovando os pedidos de legisladores de esquerda para aumentar os impostos sobre os mais ricos, uma proposta que Hochul se opõe.
A governadora Hochul reconheceu os desafios complexos que aguardam as negociações, admitindo ter tido preocupações desde o início com o projeto de lei.
Ela também mencionou os riscos políticos ao abrir uma discussão sobre erros históricos, mas ressaltou que verdadeiramente combater o racismo significaria “mais do que meramente pedir desculpas 150 anos depois”.
Antes da Revolução Americana, Nova York abrigava mais africanos escravizados do que qualquer outra cidade dos EUA, exceto Charleston, SC. A população de africanos escravizados representava 20% da população de Nova York, conforme dados do gabinete do governador.
O líder da minoria republicana no Senado, Robert Ortt, argumentou que Nova York já quitou sua dívida pela escravidão com o “sangue e vidas” dos americanos durante a Guerra Civil.
“Uma comissão divisiva para considerar reparações é impraticável”, declarou Ortt em comunicado. “Tal como visto na Califórnia, estou confiante de que as recomendações desta comissão serão irrealistas, com um custo astronômico para todos os nova-iorquinos, e só servirão para dividir ainda mais nosso estado.”
A assinatura do projeto atraiu uma variedade de líderes políticos negros do estado, incluindo os proponentes do projeto no Senado e na Assembleia Estadual, assim como o presidente da Assembleia, Carl E. Heastie, e a líder da maioria no Senado, Andrea Stewart-Cousins.
O reverendo Al Sharpton expressou gratidão à governadora Hochul por sua “ousadia e coragem” ao apoiar a proposta, descrevendo a assinatura como “o começo de um processo para reparar os danos causados”.
“Não se pode curar a menos que se trate das feridas”, enfatizou. “Este projeto de lei estabelecerá uma comissão para tratar dessas feridas.”
Agora que o projeto de lei foi assinado, Hochul e os líderes do Senado e da Assembleia nomearão três membros cada para compor a força-tarefa. O grupo terá um ano, a partir de sua primeira reunião, para apresentar um relatório com suas conclusões e recomendações ao Legislativo.
No dia 12 de dezembro, o ator vencedor do Emmy, Andre Braugher, faleceu aos 61 anos por complicações causadas pelo câncer no pulmão. O intérprete do Capitão Holt na série ‘Brooklyn Nine-Nine’, lutava contra a doença há poucos meses. O ator entrou para uma estatística preocupante em termos de saúde, considerando que a prevalência do câncer de pulmão é maior entre os homens negros nos Estados Unidos, segundo dados da Associação Pulmonar Americana publicados em uma reportagem da NBC News.
De acordo com o estudo, um em cada 16 homens negros será diagnosticado com câncer de pulmão ao longo da vida nos Estados Unidos. E apenas 12% deles terá a probabilidade de ser diagnosticado ainda na fase inicial da doença. Segundo a associação, “os homens negros têm maior probabilidade de contrair câncer de pulmão e morrer por causa dele do que homens brancos, apesar das taxas de tabagismo historicamente mais baixas”.
E a razão está mais ligada a fatores sociais e econômicos que afetam em maioria a população norte-americana negra do que a fatores genéticos relacionados à raça. Além do diagnóstico em estágio avançado, homens negros americanos também sofrem com a menor probabilidade de receber tratamento cirúrgico ou qualquer tipo de tratamento se comparado à situação de homens brancos.
O estudo afirma que: “Homens e mulheres negros com câncer de pulmão têm significativamente menos probabilidade do que homens e mulheres brancos de serem diagnosticados em estágio inicial, antes de o câncer se espalhar, quando o tratamento tem mais chance de ser curativo.”
No Brasil, os dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), não trazem um recorte racial, mas informam que o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens, somando 18.020 novos casos por ano, sendo o que mais causa morte entre os homens no país.
Aqui, assim como nos EUA, as mortes por câncer de pulmão estão ligadas ao tabagismo. De acordo com o INCA, no Brasil, 85% dos diagnósticos estão associados ao consumo de derivados do tabaco. Já nos Estados Unidos, 80% a 90% das mortes por câncer de pulmão tem ligação com tabagismo e 10 a 20% dos casos de câncer acontecem com pessoas que nunca fumaram ou que fumaram menos de 100 cigarros durante toda a vida, segundo dados do Centros. para Controle e Prevenção de Doenças, obtidos pela NBC.
Na última sexta-feira, 22, Jéssica Vitória Canedo, uma jovem de 22 anos, residente em Minas Gerais tirou a própria vida após ser vítimas de ataques nas redes sociais depois que supostas conversas entre Jéssica e o humorista Whindersson Nunes foram divulgadas nas redes sociais da página Choquei. Apesar das alegações do humorista negando que conhecia a jovem, a exposição pública gerou uma série de ataques virtuais contra ela.
Os prints dessas conversas surgiram online em 18 de dezembro, mas Whindersson Nunes negou qualquer contato com Jéssica, classificando os prints como “falsos”. A Choquei, página com milhões de seguidores no Instagram e antigo Twitter, gerida por Raphael Sousa, que chegou a debochar do pedido de remoção da publicação feito pela jovem.
Após a comoção da morte de Jéssica, os perfis que originalmente compartilharam os supostos diálogos deletaram as publicações. Amigos e familiares da jovem lamentaram profundamente a perda e ressaltaram o impacto das fake news e dos ataques virtuais em sua saúde mental. A mão da jovem chegou a compartilhar um vídeo pedindo que a página retirasse o conteúdo do ar.
O Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, falou sobre sua preocupação diante do ocorrido. Em uma publicação, o ministro lamentou o trágico evento, e também fez um chamado à responsabilidade: “Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem – e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais – de que tenho notícia”, começou ele na publicação.
“Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política. A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”, continuou.
“A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, pontuou Silvio Almeida.