Negros vivos, algemados e enjaulados, são as peças da exposição proibida em vários países e que está em pré-produção no Brasil
“Denunciar o racismo e as políticas xenofóbicas da Europa”. É assim que o artista plástico sul-africano (branco) Brett Bailey definiu, em entrevista ao jornal “The Guardian” o propósito da sua exposição polêmica “Exhibit B” que está em fase de pré-produção no Brasil.
A intenção é boa, mas os meios são no mínimo questionáveis. Isso porque, para mostrar a crueldade sofrida pelos negros em zoológicos humanos nos séculos 19 e 20, o artista usa atores negros, que passam o tempo todo expostos em correntes, jaulas e posições desconfortáveis para “instruir” o público.
A exposição foi alvo de protesto na Europa e chegou a ser proibida em Londres depois do protesto da comunidade negra local.
No final de junho, durante sua visita ao Brasil, Bailey já recrutou alguns atores brasileiros para sua exposição.
A corrente pró-Bailey defende, que já que há tantos filmes e peças que retratam o sofrimento dos negros durante a escravidão, o trabalho de Bailey tem o seu valor.
Os contra a exposição argumentam que mais uma vez o sofrimento do negro está sendo usado para entreter a elite branca e que os sentimentos dos descendentes das vítimas, estãosendo ignorados.
Ações contra o Zoo Humano no Brasil
A comunidade negra tem usado as redes sociais para informar e mobilizar a população a fim de evitar que a mostra “Exhibit B” chegue ao Brasil. O site Avaaz já colheu quase 3 mil assinaturas de brasileiros que não querem que a exposição aconteça no Brasil.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bretty Bailey disse que os locais onde a exposição ocorrerá no Brasil vão depender dos encontros que ele tem agendado com ativistas locais. “Preciso encontrar ativistas dessas cidades, colocá-los a par do que estou fazendo, de onde eu venho e por que estou fazendo isso. Preciso manter esse diálogo aberto”, disse o artista ao jornal.
Um salário de 15 mil reais e a possibilidade de viver em outro país. Essa é uma das vantagens de ser um diplomata brasileiro. Por motivos que já sabemos, há poucos negros nesta função no Brasil e para mudar esse quadro, em 2002 o Instituto Rio Branco criou um programa para promover o ingresso de negros na carreira.
IRBr e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico acabam de lançar o Edital “Programa de Ação Afirmativa – Bolsa Prêmio de Vocação para a Diplomacia” de 2015, para concessão de 36 bolsas, destinadas a apoiar o ingresso de negros na carreira de diplomata mediante o custeio parcial de estudos preparatórios ao CACD. As bolsas serão no valor de R$ 25.000,00 e destinam-se a auxiliar os candidatos nos gastos de estudos.
Poderão concorrer brasileiros natos, autodeclarados negros, em dia com as obrigações eleitorais e militares, que tenham concluído curso de graduação de nível ou estejam habilitados a conclui-lo até o final de 2015 e que tenham idade mínima de 18 anos, nos termos do Edital.
As provas da Primeira Fase se realizarão, concomitantemente, em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, na data provável de 13 de setembro de 2015, e as entrevistas da segunda fase se realizarão em Brasília, no período provável de 16 a 18 de novembro de 2015. O resultado final do Concurso deverá ser divulgado na data provável de 11 de dezembro de 2015.
As inscrições para concorrer às bolsas estarão abertas no período de 21 a 31 de julho, na página http://www.cespe.unb.br/concursos/irbr_15_bolsa.
Informações complementares poderão ser obtidas junto ao CESPE, no site indicado acima ou pelo telefone (61) 3448-0100.
O edital do programa foi publicado no Diário Oficial da União e pode ser acessado em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp…
Se você é negro ou pardo e tem o seu próprio negócio – não importa o tamanho – o projeto Afroempreendedor, que está em processo de seleção de candidatos, pode ser uma opção para não só alavancar suas vendas, mas também inovar suas formas de gerenciamento e o tornar mais competitivo. O projeto é encabeçado pelo SEBRAE em parceria com os coletivos de empresários negros CEABRA (SP) e IAB (PR)
Em 11 estados brasileiros, serão realizadas ações organização, mobilização, capacitação e formação de micro e pequenos empresários, e microempreendedores individuais afro-brasileiros. Os cursos serão feitos por meio eletrônico, em ambientes virtuais da internet, e as consultorias serão realizadas de preferência no ambiente da empresa ou do negócio do afroempreendedor, ou nos espaços do SEBRAE ou de consultores parceiros;
Ao concluírem o projeto as empresas participantes farão parte da rede nacional de Afroempreendedores do SEBRAE.
Os interessados poderão se cadastrar pelo site do Instituto Aldolpho Bauer até o final de agosto. O projeto é gratuito.
Por Silvia Nascimento –Com problemas na parte elétrica do seu carro, a ativista negra Sandra Bland, de 28 anos, foi parada pela polícia no dia 10 de julho, no estado americano do Texas. Uma falha que poderia render simplesmente uma multa, resultou na prisão da jovem que foi encontrada morta na cela três dias depois. A polícia local alega suicídio.
Um vídeo divulgado hoje pela imprensa americana mostra a abordagem agressiva e violenta do policial que se irritou com o fato de Sandra não querer apagar o cigarro enquanto ele a interrogava. Depois de ameaçar a ativista com sua pistola elétrica ele a força a sair do carro e machuca seus pulsos enquanto coloca as algemas. No vídeo é possível ouvi-la gritando de dor enquanto é algemada.
A polícia do Texas defende que Sandra se matou na cadeia, já que seu corpo foi encontrado pendurado com um saco preto na cabeça – usado para manter a privacidade das presas e ela apresentava um perfil depressivo. A família da americana contesta, dizendo que Sandra nunca teve depressão e como ativista, jamais tiraria sua própria vida na cadeia.
Este é mais um dos inúmeros casos de abuso policial cometidos contra negros nos EUA, país onde o presidente também é negro e mesmo após diversas mobilizações sociais, os policias parecem não se intimidar.
Zelo de celebridade quando o preso é branco
Nas redes sociais, muitos compararam o tratamento dado a Sandra com o recebido por Dylaan Roof, que assassinou 9 negros durante uma missa, em uma igreja na Carolina do Norte no mês passado.
O jovem teve uma escolta digna de rock star e quando teve fome, comeu um hambúrguer do Burger King providenciado por um dos policiais. O colete a prova de balas também mostra o zelo com o assassino, dispensado quando o preso é negro.
Freddie Gray foi preso em Abril deste ano, em Baltimore por carregar uma arma que era permitida no Estado e morreu no camburão, com diversas vértebras quebradas por estar algemado e sem cinto de segurança.
Foto 1: Dyllan Roof: matou nove negros Foto 2) Sandra Bland: não usou o pisca alerta. Morreu na prisão. Foto 3) Freddy Gray: preso por carregar uma navalha. Sofreu lesões no camburão e morreu no hospital
Da redação – Um movimento revolucionário de artistas negros que juntamente com o movimento negro, usaram a arte para disseminar a cultura e história negra para as massas. Este o Teatro Popular Solano Trindade. Raquel Trindade, filha do ativista Solano Trindade falecido em 74, fundou o teatro há 40 anos.
Para comemorar esta 4ª década, o Auditório do Ibirapuera – Oscar Niemeyer, receberá os membros da família Trindade (e convidados) para o lançamento do CD o CD Ossé – Vitor da Trindad, neste sábado (25), em São Paulo.
O evento – gratuito – com início a partir das 20h começa fora do palco, com os membros do Teatro Popular Solano Trindade abrindo caminho entre o público no foyer da casa ao som do Samba Lenço Rural Paulista, cuja origem está nos primeiros batuques africanos no Brasil. Na sequência, emendam com a dança Coco de Alagoas e Pernambuco, convidando a plateia a entrar no Auditório e iniciar o espetáculo com histórias contadas por Raquel Trindade.
Zinho abre o repertório musical com Rio, de Vitor e Solano Trindade, também compositores das demais canções a serem ouvidas naquele palco: Xangô, Bolinha de Gude, Canto da Musa Crioula, Navio Negreiro, Contrastes, Poema A Mulher Negra, Amor, Balada Molenga a Uma Negra Dengosa, Mulata, Batuque da Jurema e Maracatucar.
Serviço
SERVIÇO
40 anos do Teatro Popular Solano Trindade
Dia 25 de julho (sábado), às 20h
Duração: 90 minutos (aproximadamente)
Ingressos: Gratuitos e distribuídos com 1h30 de antecedência do espetáculo.
Classificação indicativa: Livre.
Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Capacidade: 800 lugares
Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera
Ar-condicionado. Acesso a deficientes. Proibido fumar no local.
Estacionamentos / Transporte:
Estacionamento do Parque Ibirapuera, sistema Zona Azul – R$ 5,00 por duas
horas. Dias úteis das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados das 8h às 18h
Ônibus:
Linha 5154 – Terminal Sto Amaro / Estação da Luz
Linha 5630 – Terminal Grajaú / Metrô Bras
Linha 675N – Metrô Ana Rosa / Terminal Sto. Amaro
Linha 677A – Metrô Ana Rosa / Jardim Ângela
Linha 775C/10 – Jardim Maria Sampaio / Metrô Santa Cruz
Linha 775A/10 – Jd. Adalgiza / Metrô Vila Mariana
O Auditório Ibirapuera não possui estacionamento ou sistema de valet. O estacionamento do Parque Ibirapuera é Zona Azul e tem vagas limitadas. Sugerimos que venha de táxi ou transporte público
Horários da bilheteria:
Quinta-feira: das 11h às 20h
Sexta-feira e sábado: das 11h às 22h
Domingo: das 11h às 20h
Ingressos
Sistema Ingresso Rápido, pelo site www.ingressorapido.com.bre pontos de venda espalhados por todo o Brasil.
Com a proposta de “enegrecer” os espaços públicos da cidade de São Paulo, levando para esses lugares uma programação com entretenimento e reflexão, o projeto Ocupação Preta tem uma nova edição no próximo dia 25 de julho (sábado), no Centro Cultural da Penha.
Oficina de Turbantes, desfile afro, encontro de cacheadas, shows da rapper Tassia Reis e até um debate sobre afetividade, fazem parte da programação. A entrada é franca. Confira a programação completa:
15h30 – RODA DE CONVERSA “TEMA: AFETIVIDADE”, com Flávia Mateus
Rios e Cléria Rosane dos Santos Prestes (Mediação: Ana Caroline, da Terça Afro)
17h30 – ENCONTRO DE CRESPAS E CACHEADAS com Márcia Turbanista
18h – OFICINAS – TURBANTE, CABELO E MAQUIAGEM, com Márcia Turbanista
18h – SHOW “PENHAROL RAP a DUB” CONVIDA: Dory de Oliveira
18h30 – DESFILE
20h – SHOW DE ENCERRAMENTO COM A CANTORA TÁSSIA REIS20h – SHOW DE ENCERRAMENTO COM A CANTORA TÁSSIA REIS
Serviço: OCUPAÇÃO PRETA
Quando: dia 25 de julho de 2015, a partir das 15h30
Onde: Centro Cultural da Penha (Largo do Rosário, 20, zona Leste de São
Paulo)
Quanto: ENTRADA FRANCA
Informações: (11) 2293-6630
O Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.288/2010, completa cinco anos de vigência nesta segunda-feira (20), com desafio de equiparar direitos e superar o racismo, segundo especialistas. Em 65 artigos, o estatuto abrange diversas áreas como cultura, esporte, saúde, moradia, religião e comunicação. Mas, para que a norma seja efetivada, é preciso atuação de órgãos federais, estaduais e municipais, além da participação do setor privado.
Para o professor de direito da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro Thomaz Pereira, algumas medidas do estatuto são gerais e demandam algum tipo de iniciativa específica. “Às vezes, é uma lei, às vezes, são medidas no âmbito das secretariais estaduais, municipais ou de ministérios”, diz o professor.
Os negros são, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, mais da metade da população brasileira, 52,9% – soma daqueles que se declaram pretos e pardos. A porcentagem, no entanto, não se repete em espaços acadêmicos. De um total de 387,4 mil pós-graduandos, 112 mil são negros – menos da metade dos 270,6 mil brancos. Também não se mantém na Câmara dos Deputados, onde quase 80% dos deputados se declararam brancos, tampouco nos meios de comunicação.
Histórico
O professor explica que projeto de lei surge a partir da demanda da sociedade, dos movimentos sociais, em um contexto em que diversas medidas vinham sendo tomadas para promover a igualdade racial. Entre as medidas, está a adoção das cotas raciais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e, no âmbito federal, pela Universidade de Brasília (UnB).
“O estatuto é quase como se fosse uma mini Constituição no sentido de representar e de unir em um documento só medidas diferentes. Uma coisa interessante no estatuto é a sua própria estrutura. Ele trata de saúde, de educação, esporte e lazer, além de direito de liberdade de consciência, de crença, de cultos religiosos, de acesso à moradia, de trabalho, dos meios de comunicação. Todas essas diversas áreas aparecem de maneira diferente e exigem soluções diferentes”, explica o professor.
“Se as pessoas continuam afirmando que não existe racismo no Brasil, fica muito mais difícil superá-lo. O primeiro passo da superação é reconhecer que ele existe”.
A observação é de Vera Baroni, integrante da coordenação da Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras. Segundo ela, apesar dos esforços feitos até agora, o estatuto ainda não está devidamente conhecido para que possa ser mais amplamente cobrado e efetivado.
Reforma
O diretor executivo da organização não governamental (ONG) Educafro, frei David Santos, defende uma reforma do estatuto. Segundo ele, as mudanças feitas durante a tramitação da lei no Congresso Nacional enfraqueceram o dispositivo. Termos que obrigavam certas medidas foram substituídos por mais brandos, que apenas as incentivavam. “Estamos procurando deputados de vários partidos que possam ajudar na composição de equipe pluripartidária que trabalhe com garra nessa missão.”
Frei David
Ele cita como exemplo a retirada, do texto-base do estatuto, da obrigação de pelo menos 20% dos atores e figurante de filmes e programas de televisão serem negros. Segundo ele, caso isso ocorresse haveria mais negros nesses espaços e ações de racismo, como as sofridas pela jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, seriam reduzidas.
“O Brasil atravessa o momento de despertar do povo negro. A questão do negro vai continuar essa luta até que a sociedade branca consiga entender nosso direito e assim teremos a inserção de negros e brancos como irmãos, que é o que queremos”.
O senador Paulo Paim (PT-RS) é o autor do projeto que deu origem ao Estatuto da Igualdade RacialMarcelo Camargo/Agência Brasil
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto que deu origem à lei, uma reforma seria retrocesso. “O estatuto não é uma lei perfeita, mas não dá para usar a desculpa de que teve esse ou aquele veto para enfraquecer uma conquista do povo brasileiro”, diz.
“O que temos que fazer são reformas pontuais, propondo projetos que possam incorporar alguns artigos. A política de cotas na educação, por exemplo, não entrou no estatuto, mas trabalhamos de forma pontual e hoje ela está incorporada”, acrescenta.
Perguntado se, em cinco anos, o estatuto cumpre seu papel, Paim diz que isso deverá ser feito ao longo da história. “São dezenas de artigos e cada um cria uma lei. Até que seja implementado, leva tempo. Mas acho que tem ajudado. Se com a lei tudo pode, fora dela, não pode nada. A lei é um instrumento para combater o racismo e conseguimos avançar em algumas questões”.
(Por Silvia Nascimento) Se suas habilidades correspondem à descrição de uma determinada vaga e você foi chamado para uma entrevista, são grandes as chances de você conseguir o emprego desejado. No entanto, na prática há outros fatores que fazem com que o entrevistador decida contratar ou não. E quais seriam eles?
Após uma pesquisa com mais de 2700 gerentes, o site americano especializado em Recursos Humanos CareerBuilder, traçou um perfil de comportamento do entrevistadores e formulou quatro passos para que o candidato possa se destacar numa entrevista de emprego. Antes de ir para uma entrevista, fique atento a eles:
1. Esteja pronto para falar com a liderança
De acordo com a pesquisa 85% dos empregadores informaram que os candidatos são entrevistados por um executivo de alto escalão dentro da organização. Prepare-se para esta possibilidade. Em primeiro lugar compreenda a missão da empresa e como ela se apresenta no mercado. A maioria dos sites corporativos têm uma página “Sobre”, que apresenta um resumo da organização, seus objetivos e biografias curtas dos principais executivos da organização. Você também pode fazer a pesquisa pelo LinkedIn.
2. Certifique-se que seus perfis online estão livres de “sujeira digital” Muitos dos empregadores vão olhar sua conta do Facebook (44% de acordo com a pesquisa americana) e Twitter antes de te chamar para uma entrevista. De acordo com a pesquisa americana, eles procuram saber se o seu perfil da rede social está coerente com a forma com que você se apresenta no seu currículo. Todo cuidado é pouco com fotos publicadas, textos compartilhados e até erros ortográficos em atualizações de status.
3. Faixa salarial
20% dos empregadores eliminam os candidatos cujas expectativas de salários são muito altas. Pesquise uma faixa salarial que seja realista no mercado de trabalho. Isso pode ser obtido em sites de procura de emprego que permitem filtrar os resultados do trabalho por tamanho da empresa, faixa salarial e local.
4. Etiqueta e boas maneiras
Você já mandou uma mensagem de agradecimento após a entrevista? Pois é, não é só durante a entrevista que é importante fazer uma boa impressão. Dentro de 24 horas após sua entrevista, escreva um breve agradecimento via e-mail e envie uma versão personalizada para todo mundo que te entrevistou. Se você só tem um endereço de e-mail, peça gentilmente que sua mensagem seja compartilhada com os demais envolvidos no processo.
Praticar estas quatro etapas irá colocá-lo à frente da concorrência na procura de emprego e fazer você se destacar, já que você mostrará ser um candidato bem informado, atualizado com a era digital e que preza por etiqueta e marketing pessoal.
Apesar do grande número de sites, blogs para negros na internet, ainda há poucos espaços para este público em frente às câmeras. Numa breve pesquisa no YouTube eu achei muitos canais voltados a beleza negra, sobretudo sobre cabelos crespos, mas poucas coisas relacionadas à comunidade negra fora do aspecto estético.
Selecionei alguns que me chamaram a atenção pelo conteúdo e outros pelo aspecto técnico. Se você gosta de comunicação e tem uma câmera decente no seu celular ou tablet que tal se arriscar em verbalizar suas opiniões, ideias e reflexões sobre o que é ser negro no Brasil? Confira nossas dicas:
Apenas Ana
Esse é um dos canais mais populares voltado ao cuidados com os cabelos crespos. Ana, a dona do canal, tem apenas 16 anos, mas dá dicas preciosas de cuidados com os fios que servem para todas as idades. Dicas de produtos, macetes caseiros, aulinha de maquiagem e até um diário aberto estão entre os vídeos da vlogueira que tem milhares de acessos.
A Cor da Cultura
Este espaço foi desenvolvido pelo canal Futura com o objetivo de popularizar a cultura negra nas escolas. Educação, música e ancestralidade são alguns dos temas discutidos por profissionais de diversas areas no canal.
Tá bom pra você
“ Margarina Black: porque negro também come pão com com margarina”. Essa é alguma das sátiras que o ator global Érico Brás junto com sua trupe, faz com a publicidade brasileira raramente mostra negros em comerciais de produtos básicos, como margarina, pasta de dente e farinha.
Racionais TV
Esse não é bem um canal exclusivamente para negros, mas neste espaço os integrantes do maior grupo de rap do Brasil não só mostra suas músicas, mas discutem temas de grande interesse para comunidade negra da periferia.
Windeck
Pense em uma novela onde a maioria do elenco é formada por negros ricos, poderosos e chiquérrimos. Essa novela é a Windeck. Produzida na Angola ela terminou em 2013, mas tem todos os episódios disponíveis em seu canal no YouTube.
A chance de um negro ser assassinado é quase 4 vezes maior do que a de um jovem branco. Essa foi uma das conclusões apontadas no relatório da CPI da violência contra jovens negros, na tarde desta quarta-feira (15).
O grupo que conta, com 36 deputados, sugere 16 projetos de lei e oito Propostas de Emenda à Constituição (PECs) para combater a violência aos jovens negros.
O relatório aponta também medidas como a criação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como efetivas iniciativas no sentido de combater o racismo e, consequentemente, combater a violência aos jovens negros através da execução de políticas públicas.
O entendimento do grupo é que muito mais que um problema de segurança pública, a violência direcionada aos jovens negros é, fundamentalmente, enraizada no racismo, que tende a criminalizar os negros antes mesmo de investigar os supostos delitos. Para os deputados Jean Wyllys (RJ) e Erika Kokay (DF), há um discurso de ódio racial que é propagado pelos meios de comunicação, especialmente em programas policiais.
“É o discurso da invisibilidade do racismo que combatemos. Há a naturalização da subalternação do negro em relação ao branco e a sociedade aceita isso, sendo reafirmada por um discurso de ódio racial pela mídia”, afirmou Erika.
Para Jean Wyllys, o propagação do discurso de racismo na mídia é algo que não pode ser ignorado e que a sociedade deve ter conhecimento. Na visão do parlamentar, é trabalho da CPI realizar este tipo de alerta.
Com a aprovação do relatório, a tarefa dos deputados agora é consolidar os projetos de lei e apresentá-los a mesa diretora da câmara. A tramitação de cada proposta varia, e não há previsão de quando as leis serão votadas.