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Popular, mas sem a cara do povo: Na televisão brasileira, apenas 3,7% dos apresentadores são negros, diz pesquisa

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Sim. Gringos que visitam nosso país ainda se espantam como em nossa televisão, atores, jornalistas, apresentadores são em maioria brancos, enquanto os dados demográficos e as imagens do Brasil no exterior, mostram que somos uma nação de pessoas negras em maioria, incluindo-se aí os miscigenados, filhos de casais inter-raciais.

Em 2014 escrevi um artigo sobre a ausência de negros como colunistas nos principais jornais de São Paulo. E não era em cima de achismo não, meu texto foi baseado em uma pesquisa realizada pelo Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ações Afirmativas) da UERJ que mostrava que apenas 10% dos colunistas, dos três maiores jornais do país, O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão eram negros. Pouca coisa mudou de lá para cá. A Folha não tinha nenhum colunista negro, agora tem o Preta, Preto, Pretinhos dedicado à comunidade negra, escrito pelo jornalista Denise Mota. Porém, nada para ser muito comemorado, até porque as notícias da coluna, muito interessantes por sinal, não ganham nenhum destaque na homepage do portal.

A televisão é o veículo escolhido por 61% dos brasileiros como principal fonte de informação, mas as notícias são entregues por apresentadores brancos em quase totalidade, pelo menos em São Paulo. Quem traz esses dados frescos, colhidos entre 2016 e 2017, é o Coletivo Vaidapé, que aborda questões de direitos humanos e violência institucional.

Como alguns veículos como Rede Globo, que disse não separar seus funcionários por raça (!), não entregaram dados para o estudo, os responsáveis então resolveram organizar a pesquisa para obter esses números de outra forma. Eles então analisaram sete emissoras da rede aberta: Cultura, SBT, Rede Globo, Rede Record, RedeTV, Gazeta e Bandeirantes.  Os números são piores do que eu imaginava. Brancos são 97% dos apresentadores de programas na TV aberta.

“Checamos 204 programas das sete emissoras citadas que foram transmitidos entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro de 2017. O resultado foi um levantamento de 272 apresentadores que compõem as grades de programação. Ainda que a maioria dos programas sejam exibidos em rede nacional, para os casos que variam de região para região foi adotado como padrão a programação de São Paulo. Mesmo assim, a pesquisa dá um bom panorama da televisão brasileira”, explicam os responsáveis pela pesquisa no site do Vaidapé.

Fonte e Arte: Vaidapé

Record e SBT não tem um único apresentador negro. A emissora que apresenta maior diversidade é a RedeTV!,  com quase 9% de apresentadores negros.

Outro dado interessante da pesquisa é que negros quando conseguem ser apresentadores, encabeçam projetos ligados ao entretenimento, cabendo mais uma vez aos rostos negros, a função de divertir, como se não tivéssemos credibilidade para falar sobre política e economia, por exemplo.

Fonte e Arte: Vaidapé

“Ah Silvia, mas tem muito repórter negro!”. Talvez, mas dentro da hierarquia de um programa de TV,  ele está atrás de algumas funções e a maior parte dos apresentadores hoje em dia, são também editores, ou seja, pautam, decidem o que o repórter tem que falar.

As pautas, abordagem de temas, edição dos textos e reportagem seriam diferentes se o apresentador fosse negro? Se ele também for editor, com certeza. Quantas reportagens que mostram rostos negros, mas que não estejam ligadas à pobreza, racismo e criminalidade você vê nos noticiários? Quantos economistas negros você viu na TV falando sobre reformas, ou nutricionistas, professores, pais, estudantes falando de assuntos do cotidiano?

Apesar de ainda estar longe ser a principal fonte de notícia do brasileiro médio, a Internet, sobretudo o Youtube, é o espaço onde negros apresentam seu próprio programas. Filmam, editam, encontram personagens negros com outras narrativas como fonte para suas produções e estão mais próximos do que a TV aberta deveria ser.

Tia Ciata: Grande influência para o surgimento do samba, no RJ personagem é tema de documentário feito por mulheres

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Em agosto, o cinema brasileiro ganhará uma incrível obra sobre o protagonismo feminino negro através da história de Hilária Batista de Almeida, a famosa Tia Ciata. O documentário experimental abordará a trajetória de uma mulher de suma importância para a história e cultura brasileira, referência na construção da identidade nacional.

Nascida na Bahia em 1854, a jovem Ciata chegou ao Rio de Janeiro devido ao movimento conhecido como diáspora baiana. Fez história na Praça XI como líder comunitária, religiosa e empreendedora, juntamente com outras tias baianas. Chamada de Pequena África, a casa de Tia Ciata foi verdadeiro núcleo de resistência cultural, servindo de pólo de integração de vários grupos que difundiam e mesclavam ritmos e costumes, afirmando a presença da diversidade e riqueza da cultura negra, sendo o lugar responsável pelo desenvolvimento e consolidação do samba no Brasil.

O filme, que ganhou o especial nome de “Tia Ciata”, trará depoimentos importantes de mulheres negras que são referência na luta contra o racismo no Brasil. Contará com nomes como o da escritora Conceição Evaristo, da filósofa e escritora Helena Theodoro, da historiadora Giovana Xavier, da pesquisadora de cinema negro brasileiro Janaina Oliveira, da atriz Angela Peres, das cantoras Marina Íris e Nina Rosa, da bisneta de Tia Ciata, Gracy Mary e da Ialorixá Mãe Beata de Iemanjá, que faleceu recentemente deixando um legado de luta pela igualdade de direitos para o povo negro e sempre será referência de força ancestral e resistência, inspirando gerações.

Produção Filme Tia Ciata no terreiro Ilê Asé Òpô Afonjá (visit…

Tia Ciata foi uma importante Mãe de santo! Sabendo disso, estivemos no terreiro Ilê Asé Òpô Afonjá, que é característico pela liderança feminina, para realizar uma pesquisa e tivemos uma ótima conversa com a Ìyalorixá Regina Lúcia.Espia só esse vídeo:

Posted by Tia Ciata – Filme on Tuesday, May 24, 2016

 

Mariana Campos, uma das diretoras do filme, comentou sobre a importância do papel de Tia Ciata na nossa cultura e sobre como a trajetória dela e de muitas outras mulheres negras foram invisibilizadas em nossos registros, uma vez que vivemos em um país marcado pelo machismo e por um racismo estrutural que atravessa gerações. Raquel Beatriz, que também dirigiu o curta, ainda salientou sobre a ancestralidade que os depoimentos trazem, fazendo com que seja possível nos compreender enquanto sociedade.

O filme foi selecionado para o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe – que acontecerá entre os dias 30 de agosto e 9 de setembro no Rio de Janeiro, e terá sua estreia no Cine Odeon. Para mais informações, acesse a página Tia Ciata no Facebook e se atente às datas de divulgação da programação completa.

Fotógrafo jamaicano registra o crescimento dos seus pequenos vizinhos

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Fotos: Adrian MacDonalds/ http://www.lexonphotography.com/

Encantando com a maneira com que seus pequenos vizinhos viviam em seu próprio mundo na hora de brincar,  Adrian McDonald, um fotógrafo de casamento jamaicano resolveu registrar esses momentos. Isso foi em 2015 e ao postar as fotos em suas redes sociais elas viralizaram. A luz, a expressão das crianças, a região rural e iluminada, os brinquedos simples e clássicos, resultaram em fotografias que aquecem o coração de qualquer um.

Agora em 2017, Adrian retorna o projeto fotografando as mesmas crianças. Confira os resultados. Todas as fotos estão no Instagram do artista que vale muito a pena conferir.

 

Black Love: Com 34 anos de casados Denzel e Pauletta compartilham segredos de como fazer o amor dar certo

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O casal do poder: Paulleta e Denzel Washington (Foto revista Ebony)

Os 34 anos de casados do premiado ator e diretor Denzel Washington e sua esposa a também atriz  Pauletta Washington, completados hoje, 22 de junho, não é só um dos mais longos relacionamentos de Hollywood, mas também tem sido um dos casamentos mais bem sucedidos na comunidade negra.

Juntamente com o casal Obama lá fora e Taís e Lázaro aqui no Brasil, eles são um exemplo de amor preto que deu muito certo.  Não importa quantos rumores surjam tentando quebrar a imagem positiva do casal, eles continuam a celebrar o seu amor com classe e alegria.

“A gente tem que trabalhar para o relacionamento dar certo. Não desistir um do outro. É um compromisso. Não existe lua de mel todos os dias, mas serem sempre bons amigos pode ajudar”, argumenta Denzel.

O casal se conheceu em 1977 quando o ator estava filmando seu primeiro papel na TV, o filme Wilma – que ela também estava estrelando.

Ao falar sobre sua esposa em um episódio recente de TD Jakes , um talk show dos EUA, Denzel se derreteu ao descrever sua amada.

“Ela fez o trabalho pesado. Ela tem sido consistente. Ela deu a instrução religiosa diária em casa. Ela foi a única levar as crianças para a escola, (eles têm 4 filhos juntos) enquanto eu estava fora provendo”, diz Denzel que explicou ainda que eles eram de famílias bem diferentes quando se conheceram.

“Eu cresci no atletismo, mas a família de minha esposa teve uma boa educação. Ela foi uma criança prodígio. Sua família tinha um amor e uma proximidade que eu nunca tive. Vim de um lar desfeito e eu disse para mim mesmo que eu merecia ter um tipo da família assim, como a dela” .

Em 1995 eles renovaram seus votos de casamento na África do Sul em cerimônia realizada pelo arcebispo Desmond Tutu.

O casal na capa da revista Ebony

Pauletta sempre ficou do lado de Denzel durante os rumores do suposto envolvimento do seu marido com outras mulheres. O que mantem a paz do casamento, segundo ela, é a confiança do que ela significa para ele. “Ele sabe que tem a estabilidade em mim, enquanto sua esposa, e isso lhe dá força no meio de tantas fofocas”.

“Ele é um símbolo sexual. Todo mundo está ao seu redor. E quando estamos fora, eles me empurraram para ficar sempre colada nele. Essa parte não é tão fofa. Eu sei que ele é assediado, mas eu confio no nosso casamento e ele também”, diz Pauletta a revista Ebony.

Denzel e Pauletta compartilham que é a superação durante momentos de crise que fizeram com que seu relacionamento prosperasse. “Vivemos em um tempo – e não estou aqui para julgar – que as pessoas desistem facilmente. É uma sociedade descartável, onde o parceiro é rapidamente substituído”, diz o ator.

Pauletta concorda dizendo:” Para mim, o “amor” na história de amor é como você passa pelas provações. A paixão, a luxúria – é fácil. A história de amor é como você se apaixona após as dificuldades “.

#UseaSuaVoz: Cansada de ofensas racistas e gordofóbicas Roberta Freitas faz campanha para estimular pessoas a falarem sobre suas dores

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Foto: Reprodução Facebook

Ser mulher é difícil. Ser mulher negra é mais difícil. Ser mulher negra, gorda então, significa ter que lidar com preconceito vindo, inclusive, de mulheres e pessoas negras.

Quando uma negra acima do peso decide ocupar espaços de destaque é quase regra que alguma opressão ela sofrerá de forma cotidiana. A Youtuber Roberta Freitas que participou da 17ª edição do Big Brother Brasil selecionou três das das muitas ofensas que ela recebeu por meio da Internet e fez um vídeo em seu canal, No caso com Roberta Freitas, para estimular as pessoas vítimas de racismo e preconceito a falarem sobre suas dores. No vídeo ela diz que as pessoas não são obrigadas a gostar da personalidade dela, mas elas não têm o direito de não gostar dela por ela ser preta e gorda.

“Olha a cara do bixo, olha as ventas da primata”

“Votei na opção fuscão preto em BB17 quem você quer eliminar”.

Essas foram algumas das ofensas destacadas pela youtuber em seu vídeo. “ A motivação para fazer esse vídeo foi a minha tristeza. Por mais bem resolvida e segura que eu fosse, eu não estava conseguindo segurar a barra”, explica Roberta. Ela ficou surpresa em notar que os ataques não eram oriundos de páginas “fake” em muitos casos.

“Quando a gente vê que a pessoa é real e tem essa coragem, a gente leva um susto e eu fiquei mal. Quando me recuperei decidir fazer esse vídeo, tive que ter força porque muitas meninas que me seguem são negras e gordas como eu. O vídeo foi um grito se socorro, mas também de força”.

Os ataques aumentaram depois que Roberta participou do Big Brother. “É como se o negro só pudesse fazer o que é esperado. Quando eu entrei no programa e era brincalhona e divertida estava tudo ok, mas depois eu comecei a fazer o que não era esperado por eles, os ataques aumentaram”, explica a Youtuber.

Ela destaca que apesar dos maioria dos ataques serem gordofóbicos, muitos são motivados por sua cor. “As médias das minhas fotos são de 300 comentários, mas a minha foto de biquíni eu tive mais de 1.300 e maioria me xingando. As pessoas me atacam por ser gorda, mas querem dizer coisas racistas”.

Roberta usa sua influência e visibilidade para que outras pessoas se sintam estimuladas a falar  usar a sua voz relatar suas tristezas em situações de racismo e preconceito.

“Cansei de livros sobre meninos brancos e seus cães”. Garota de 12 anos, faz da literatura negra infantil sua bandeira como ativista

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Foto: http://www.npr.org/

Somos muito preocupados com a vocação das crianças, mas muitos ignoram a veia empreendedora ou senso de oportunidade para criar algo novo, que muitas têm desde pequenas. No caso das crianças negras, a falta de representatividade na hora de se divertir, as fazem querer criar aquilo que elas sentem falta.

Marley Dias, na época com 11 anos era uma ávida leitora e estava entediada com os livros que ela lia na escola ou que encontrava nas lojas. De acordo com a jovem americana, a maioria era “sobre meninos brancos e seus cães”.

Ela então decidiu por conta própria mudar isso e lançou em 2015 a campanha #1000BlackGirlBooks (mil livros de garotas negras). Seu objetivo era coletar e doar 1.000 livros que tivessem garotas negras como personagem principal. Hoje, Dias tem mais de 9 mil livros acumulados.

Marleu Dias: “Cansei de não me ver nos livros” (Foto: Reprodução Instagram)

Para a revista  Forbes Women, a garota americana refletiu sobre como ela foi capaz de transformar sua frustração em um movimento poderoso.

“A frustração é combustível que pode levar ao desenvolvimento de uma ideia inovadora e útil”, disse a pequena sábia.

Em sua inúmeras entrevistas, ela destaca que livros com meninas negras como personagem principal, são para todas as crianças, visto que nem todas as garotas negras têm a mesma história.

Marley além de coletar e doar livros para comunidade, conversa com educadores, advogados, celebridades e legisladores sobre a importância da diversidade na literatura. Seu próximo passo agora é escrever seu próprio livro.

Dias quer coletar, distribuir e escrever seus próprios livros (Foto: Reprodução Instagram)

“Eu quero criar um espaço onde seja natural incluir meninas negras como eu e fazer delas as protagonistas das histórias”, finaliza a Dias.

Marley fez um site com o catálogo dos livros colecionados. As obras estão todas em Inglês. Para saber mais clique aqui.

Por que no Brasil “Hidden Figures” foi traduzido como “Estrelas Além do Tempo”?

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É notório que o Brasil tem uma dificuldade histórica na discussão clara e consciente sobre o racismo até hoje institucionalizado em nossa sociedade. Afinal, foram quase 400 anos de escravidão, criando normas, sistemas e conceitos ainda vigentes no país e que impactam a população negra cotidianamente.  Não à toa os dados são alarmantes.

Apesar de termos uma expressiva população negra no Brasil, estimada em 51% da população, somando pretos e pardos, estudos apontam que somente teremos equidade salarial em 127 anos, ou seja meados de 2.137. Em 2010 um estudo sinalizou que dentre as mortes por homicídio no país 75% eram negros. Dos cerca de 16 milhões de brasileiros na extrema pobreza em 2012, 65% eram negros.  Negros representam somente 5,3% no quadro executivo das grandes empresas, 5% dos políticos no congresso nacional. Se estratificarmos o IDH brasileiro em brancos e negros, veremos que o país dos brancos teria índices similares a países europeus, enquanto o país dos negros teria dados extremamente similares aos dos países mais pobres do mundo.

Relembro todos esses dados para reforçar o cenário atual do país, pois muitos céticos ainda duvidam do abismo de direitos entre brancos e negros. E o ponto para o qual quero chamar a atenção nesse artigo é como um filme que traz um posicionamento tão claro em relação a opressão e avanços da luta racial como “Hidden Figures” que traduzido em português teria o título de “Figuras escondidas”, no Brasil é traduzido como “Estrelas Além do Tempo”. Veja bem, não tratasse apenas de uma questão de gostar ou não do título. Está claro que Figuras Escondidas tem um viés mais provocativo e ideológico enquanto “Estrelas Além do Tempo” tem um viés mais romanceado. Assim, a mudança na tradução para o português expressa a dificuldade do brasileiro na discussão transparente do racismo no país.

É evidente que o filme que conta a história de cientistas negras da NASA, que no auge da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria, tiveram um papel crucial para a vitória dos Estados Unidos, liderando uma das maiores operações tecnológicas registradas na história americana e se tornando verdadeiras heroínas da nação, tem no título “Figuras Escondidas” uma clara reflexão crítica em relação as milhares de personalidades sejam  negros, judeus, mulheres, entre outros, que desempenharam papel fundamental ao longo da história da humanidade, mas simplesmente foram saqueados da história.

Vejamos algumas das “Figuras Escondidas” do Brasil na questão racial que você sequer talvez saiba que existiram ou que eram negros e negras.  Vejamos alguns exemplos:

Dandara dos Palmares foi uma grande guerreira na lua pela liberdade do povo negro. No século XVII, conquistou espaço de liderança nas lutas palmarinas e enfrentou todas as lutas seguintes em Palmares. Foi companheira do Zumbi de Palmares e seguia ao seu lado sem perder o protagonismo feminino.

Nilo Peçanha, presidente do Brasil entre 1909 e 1910. Nilo Procópio Peçanha foi o primeiro – e até agora o único – presidente do Brasil negro. Filho de pai negro e mãe branca, Peçanha assumiu a presidência após a morte de Afonso Pena e ficou no cargo entre 1909 e 1910.

Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839, quase dispensa apresentações, pois é considerado o maior nome da literatura brasileira. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.

André Rebouças, nasceu em 1838, filho de Antonio Rebouças, advogado, parlamentar e conselheiro do Império. Estudou nas melhores escolas do Rio de Janeiro, completando seus estudos na Europa, onde se especializou em fundações e obras portuárias. Participou na Guerra do Paraguai (1865-1870), como engenheiro.

Por fim, reafirmo, é está a importante contribuição reflexiva que o filme traz e que a tradução romantizada do título no Brasil, creio não por acaso, põe a perder. Que estas mulheres foram estrelas e marcaram a história além do tempo, assim como milhares de outros homens e mulheres, ninguém dúvida. A questão que as diferenciam, no entanto, é o fato de não terem sido notórias ao grande público.

O fato de terem sido apagadas e escondidas da história. E somente agora, tantos anos depois, trazidas para os centros das atenções. Que o filme sirva como um ponto de atenção para que essa história não continue a se repetir. Que as pessoas sejam reconhecidos pelos seus feitos e não pelo grupo étnico, social, racial, entre centenas de outras características do qual fazem ou não parte.

Dicas de ouro da semana: a literatura negra ganhando espaço!

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Se você for até uma livraria convencional, mesmo que nas principais capitais do Brasil, a realidade que encontrará nas prateleiras, em pleno século XXI, é de pouquíssimo espaço para os autores negros. Mas essa luta, assim como todas as outras que o povo negro precisa enfrentar, ganha força a cada dia. A literatura negra brasileira ganha duas obras incríveis, para fortalecer ainda mais o movimento.

O ator, diretor e escritor Lázaro Ramos, lança “Na minha pele”. Nessa obra, ele trata de episódios íntimos de sua vida e estabelece um diálogo franco com os leitores sobre pluralidade cultural, racial, étnica e social. Num mundo ainda tão cheio de preconceitos, Lázaro traz em sua escrita, um misto de conversa ora afetuosa e ora provocadora, colocando na mesa questões de extrema relevância e se perguntando sobre o que é ser negro hoje no Brasil.

O projeto do livro surgiu há 10 anos, em meados de 2007. As experiências vividas por Lázaro durante as gravações do programa Espelho, do Canal Brasil, fortaleceram a narrativa. A obra traz um tom autobiográfico e, por vezes, assume a forma de um diário. A sua sinceridade e simplicidade, emocionam e até mesmo incomodam, são como um dedo na ferida.

Em paralelo, a editora Perspectiva, transforma em livro o ciclo de palestras realizadas em 2012, pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. “O racismo e o negro no Brasil” oferece ao leitor um profundo e candente debate sobre o espinhoso tema do racismo e preconceito no país. A obra reúne nomes importantíssimos do movimento negro, como Maria Beatriz Costa Carvalho, Kabengele Munanga, Isildinha Baptista Nogueira, Maria Lúcia da Silva.

O aspecto psicanalítico é largamente abordado no livro, endossando a questão de que as condições socioeconômicas e ideológicas há anos enfrentadas pelos negros no Brasil, têm moldado suas estruturas psíquicas, e esses danos não são facilmente resolvidos.

O movimento literário negro vem ganhando espaço e, com isso, é possível notar o surgimento de um “eu-enunciador” que tem assumido posicionamentos políticos e ideológicos de maneira forte e com grande embasamento teórico e social.

 

 

Quilombinho: Evento afro-centrado de férias chega a São Paulo em julho

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Dois dias de julho, mês das férias, com brincadeiras e atividades inspiradas na cultura afro-brasileira, num espaço de grande simbologia ancestral para comunidade negra. O Quilombinho, evento realizado no estilo colônia de férias em Vitória (ES), durante uma semana inteira, chega em São Paulo em uma versão compacta, mas não menos divertida.

Foto: Divulgação

Idealizado pela organização capixaba Instituto Das Pretas.Org, liderado pela blogueira e ativista Priscila Gama, o evento  Quilombinho tem temática negra, porém é aberto a todas as crianças que querem brincar e ao mesmo saber mais sobre a influência da cultura afro-brasileira.

Contação de histórias, oficinas de bonecas, dança afro, cineminha, capoeira, Baile dos Crespinhos, momento de rimas e grafites fazem parte da programação do Quilombinho em São Paulo,uma celebração a identidade negra.

Foto: Divulgação

O evento está sendo feito em parceria com o site Mundo Negro e com os apoios da pedagoga Clelia Rosa, da blogueira Marfim Rosa e das empresas Era uma Vez um Mundo e Crespinhos SA. Um dream time formado por pais e mães empenhados no empoderamento infantil das crianças negras.

Inscrições

O Quilombinho terá 60 vagas para crianças e adolescentes de 1 a 14 anos. Os pais deverão deixar as crianças no começo do evento e busca-las ao final, a não ser que eles também sejam voluntários do projeto. O período de inscrições se inicia em 1o de julho. Você pode inscrever seu e-mail aqui para ser notificado.

Time de voluntários

No ES, o Quilombinho foi realizado por um Time de Voluntários e Oficineiros, dentro de uma programação pedagógica que atendia o perfil da criançada. Os pequenos foram divididos em duas turmas, de acordo com a idade. Para a versão paulistana, o evento está recrutando 20 voluntários, que precisam além de gostar e ter paciência com crianças, ter alguma identificação com projeto.   As inscrições nesse link (clique aqui)

​ Serviço

Quilombinho – Colônia de Férias (EDIÇÃO SÃO PAULO)
Data: 15 e 16 de julho
Inscrições a partir de primeiro de julho
Hora: das 14h às 18hs
Local: Centro de Culturas Negras do Jabaquara
Endereço: R. Arsênio Tavolieri, 45 – Jardim Oriental, São Paulo – SP, 04321-030
Telefone: (11) 5011-2421
Inscrição gratuita
Link para evento no Facebook:http://bit.ly/2salLRx 
Para maiores informações: quilombinho.daspretas@gmail.com

 

Urgente: Após sofrer racismo na escola, adolescente foge da casa dos pais no RJ

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Reprodução Facebook

Atualizando: Pedro voltou para casa durante a madrugada depois de vagar pela rua e ser assediado. Agradecemos quem se envolveu para ajudar o menino, seja compartilhando o texto, seja por meio de vibrações e orações.

Evelin Dias mãe de Pedro Augusto de 14 anos usou seu perfil do Facebook para pedir ajuda para localizar o seu filho, desaparecido desde a tarde de desse segunda feira, 12 de junho.

O jovem que estuda Escola Municipal Cientista Mario Kroeff, Penha,RJ, bairro onde também residem, disse estar sofrendo hostilidade por parte da coordenação da escola e colegas depois de ter dado queixa de que estava sofrendo racismo.

A mãe já tinha agendado um consulta para Pedro com um grupo de ajuda, mas ele fugiu de casa antes de ser atendido, deixando um bilhete dizendo: “Não estou fugindo por cause de vocês, é por outros motivos e também por causa da escola”.

Reprodução Facebook

Link do perfil da mãe de Pedro no Facebook.(clique aqui)

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