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Sons de Diáspora: Histórico Social da Música Negra no Brasil acontece em dezembro

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Foto: Divulgação

A partir do dia 1º de dezembro acontece o evento Sons de Diáspora: Histórico Social da Música Negra no Brasil e tem programação aberta, com transmissão ao vivo e completamente gratuita, até o dia 10. O projeto traz representantes ativos de ritmos como o Samba, o Afoxé, o Rap, o Jazz, o Reggae, o Soul, o Sambalanço e o Samba-Rock.

Artistas como o sambista Tadeu Kaçula, a atriz e cantora de jazz Thalma de Freitas e o fundador do bloco Ilu Inã Fernando Alabê, irão compartilhar seus saberes práticos e teóricos. As atividades serão transmitidas no Facebook e Youtube do evento sempre, às 19h.

“Acho importante destacar que essa é uma oportunidade que nós, da comunidade preta, temos de contar e aprender sobre as nossas próprias histórias, registrando e documentando nosso protagonismo dentro dessas e outras manifestações”, ressalta Mila Felix, idealizadora e produtora do Sons de Diáspora.

Voltado para todos os interessados em música negra de modo geral, com interesse em resgatar seu valor cultural, social e histórico. O evento tem por objetivo promover a reflexão, fortalecimento, reafirmação e até mesmo a ressignificação da importância da música negra. Divididas em dois blocos, as dinâmicas acontecerão das seguintes formas: no primeiro momento, com uma hora de duração, participantes farão um mergulho na origem, história do gênero, artistas expressivos envolvidos na cena, popularização, contexto e legado cultural do ritmo em destaque.

Logo depois, uma conversa com os convidados discutirá pertencimento e representatividade, além de seus reflexos sociais e psicológicos no passado, presente e futuro. Já no dia 1/12, Tadeu Kaçula abre o projeto com o samba: um gênero musical brasileiro que se originou entre as comunidades afro-brasileiras urbanas do Rio de Janeiro no início do século XX. Os convidados desta rodada serão Claudinha Alexandre e Rogerinho Família.

Em seguida, o jazz, uma manifestação artístico-musical originária de comunidades de Nova Orleans, nos Estados Unidos, ganha espaço com William “Mumu” Silva. Para o bate-papo, somam Edson Ikê, Douglas Araujo e Thalma De Freitas. Já em 03/12, a história do reggae é abordada por Lys Ventura. Entram na conversa Tarcísio Selektah, Dodô da banda Filosofia Reggae e Erick King Poor. O estilo musical “Reggae” foi desenvolvido originalmente na Jamaica do fim da década de 1960. No Brasil, é um ritmo predominante no Maranhão.

No encontro de 08/12, o “Afoxé, Do Terreiro Para A Rua” abre a roda sob os comandos do palestrante Fernando Alabê. Ele fala dos sons produzidos pelo conjunto instrumental e vocal de mesmo nome quando desfila no carnaval pelas ruas da Bahia, em forma de rancho ou cordão. Tanto o bloco como o ritmo estão intimamente ligados aos praticantes de candomblé, com raízes afro-brasileiras. Val Benvindo, Harry De Castro e Vânia Oliveira estarão presentes.

Partindo para um dos cinco pilares fundamentais da cultura Hip Hop, Márcio Macedo aborda a força do discurso rítmico que surgiu no final do século XX, entre as comunidades afro-descendentes nos Estados Unidos: o rap. Esse será pautado no dia 09/12, ao lado de Jaqueline Santos, Oga Mendonça e Sharylaine

Por fim, Carlos Tico traz a combinação de elementos da música gospel afro-americana, Rhythm and Blues e Jazz. O Soul music – um gênero musical popular que se originou na comunidade afro-americana dos Estados Unidos nos anos 1950 e no início dos anos 1960 – fecha a programação. DJ Cláudio Costa, Ivisson Ferreira e Marcelo Pinheiro estarão no diálogo proposto após todas as aulas. 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:

Terça-feira (1), às 19h | Samba  

Palestrante: Tadeu Kaçula  

Convidados: Claudinha Alexandre e Rogerinho Família 

Quarta-feira (2), às 19h | Jazz

Palestrante: William “Mumu” Silva 

Convidados: Edson Ikê, Douglas Araujo e Thalma De Freitas

Quinta-feira (3), às 19h | Reggae 

Palestrante: Lys Ventura 

Convidados: Tarcísio Selektah, Dodô Filosofia e Erick King Poor

Terça-feira (8), às 19h | Afoxé, Do Terreiro Para A Rua

Palestrante: Fernando Alabê

Convidados: Val Benvindo, Harry De Castro e Vania Oliveira 

Quarta-feira (9), às 19h | RAP

Palestrante: Márcio Macedo

Convidados: Jaqueline Santos, Oga Mendonça e Sharylaine 

Quinta-feira (10), às 19h | Do Soul ao Samba Rock 

Palestrante: Carlos Tico

Convidados: Dj Cláudio Costa, Ivisson Ferreira e Marcelo Pinheiro

SERVIÇO

Sons de Diáspora”:Histórico Social da Música Negra no Brasil

  • Data: terças, quartas e quintas, do dia 1º até 10/12
  • Horário: sempre às 19h [duração diária aproximada: 3 horas]
  • Formato: online
  • Canal: Transmissão ao vivo no Facebook e Youtube
  • Palestrantes: Tadeu Kaçula (Samba), William “Mumu” Silva (Jazz), Lys Ventura (Reggae), Fernando Alabê (Afoxé), Márcio Macedo (Rap) e Carlos Tico (Soul music)
  • Convidados especiais: Claudinha Alexandre, Rogerinho Família, Edson Ikê, Douglas Araujo, Thalma De Freitas, Tarcísio Selektah, Dodo Filosofia, Erick King Poor, Val Benvindo, Harry De Castro, Vania Oliveira, Jaqueline Santos, Oga Mendonça, Sharylaine, Dj Cláudio Costa, Ivisson Ferreira e Marcelo Pinheiro
  • Ingresso: Gratuito

“Tira esse joelho daí” última música gravada por Gerson King Combo denuncia o racismo e relembra o assassinato de George Floyd

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Foto: Divulgação

Em parceria com o irmão Getúlio Cortês, com quem já dividiu palco diversas vezes, e criou uma das músicas mais representativas para a comunidade negra na década de 70 “Mandamentos Black”, Gerson King Combo nos deixou uma música que critica o caso de racismo que assassinou George Floyd e prega a exaltação do povo negro.

A letra que repete “Tira seu joelho daí” e diz “Você usa seu joelho sujo, só para matar”, remete ao policial Derek Chauvin que assassinou George Floyd em maio desse ano pressionando seu joelho contra o pescoço de George por 8 minutos. 

A música foi gravada duas semanas antes da partida de Gerson, e passa o seu recado diretamente e tem muito impacto na voz de Gerson e Getúlio, “Tira seu joelho daí” foi lançada nesta segunda-feira, 30 de novembro data de aniversário de Gerson King Combo, que completaria hoje 77 anos.  A música foi a última obra de Gerson e é marcada como seu último clamor pelo fim do racismo.

“O mundo estarrecido, viu, no chão homem caído, porém ninguém lhe deu a mão. Sou afrodescendente, e muito consciente, é tempo de tomar decisão. No mundo se diz, que a nossa pele tem raiz, o meu sangue é vermelho (sem distinção de cor). Não aceito e não tolero, minha tolerância é zero, pra covardia e sua discriminação (comigo não, comigo não)”.

“Tira esse joelho daí” já pode ser ouvida em todas as plataformas digitais.

Cinema ‘Nosso’ abre inscrições para formação gratuita de jovens negras no audiovisual

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Foto: Divulgação; Equipe/Jogo Nia

Com o intuito de promover a inserção de jovens negras no audiovisual e estimular o empreendedorismo e autonomia dentro do setor, o cinema “Nosso” abriu a segunda edição do curso “Empoderamento e Cinema: Jovens Negras no Audiovisual”, com inscrições até janeiro de 2021.

O projeto é destinado para meninas negras, mas incentiva que mulheres indígenas, trans e refugiadas também façam a inscrição. Para participar do processo seletivo, é necessário que seja moradora da cidade do Rio de Janeiro, com idade entre 15 e 29 anos e estudantes do ensino público estadual e/ou federal.

O programa, que está abrindo sua segunda turma, terá três cursos de formação no formato semipresencial: produção de jogos, cinema e roteiro para séries. A grade também é composta pelo módulo introdutório de Narrativas e Linguagens Audiovisuais, além de atividades complementares como webinários e lives, que trarão temáticas específicas sobre os assuntos.

As inscrições do processo seletivo já estão abertas desde o dia 25 de novembro e irá até o dia 17 de janeiro de 2021. O processo ocorrerá em três etapas, com a busca de selecionar as meninas para o curso que começará em fevereiro de 2021.

A primeira edição do projeto foi concluída em outubro de 2020, com a formação de 30 jovens negras nas áreas de Cinema de ficção, Cinema documental e Produção de Jogos. Foram produzidos dezesseis curtas-metragens, cinco roteiros originais e um jogo analógico.

Processo Seletivo Ano II do projeto “Empoderamento e Cinema: Jovens Negras no Audiovisual”:

Período de inscrição: 25 de novembro de 2020 a 17 de janeiro de 2021.

Divulgação de selecionadas para a etapa 2: 22 de janeiro de 2021.

Pré-seleção: 22 de janeiro de 2021 a 27 de janeiro de 2021.

Divulgação para a última etapa: 29 de janeiro de 2021.

Seleção: 04 de fevereiro de 2021 a 18 de fevereiro de 2021.

Divulgação das selecionadas: 19 de fevereiro de 2021.

Link para inscrição:

Formação em Produção de Jogos

Formação em Roteiro para Séries

Formação em Cinema

Chef Ricardo Brasil dará workshop sobre afroveganismo na casa vogue experience

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Chef Ricardo Brasil; foto/Reprodução: Divulgação

Um dos embaixadores do afroveganismo, Chef Ricardo Brasil, ministrará na Casa Vogue Experience, um workshop sobre o movimento e ensinando pratos seguindo os preceitos do tema.

O afroveganismo é um movimento gastronômico que visa popularizar o veganismo para a comunidade negra e Ricardo acredita na nutrição e conexão com a natureza e comida, encontrando nela sua ancestralidade e estudos.

 “A minha cozinha é orgânica e natural. Comida de verdade. Comida saudável. Porque acredito que se manter vivo e saudável é uma forma de revolução para povos marginalizados. Acredito que uma população que só tem acesso a uma comida pobre em nutrientes é vítima de nutricídio. Afroveganismo é o conceito político do meu trabalho”, comenta ele.

O workshop acontece na quarta-feira (02/12) às 15h, com transmissão via redes sociais (@casavoguebrasil) e site da revista Casa Vogue.

Cia ‘Os Crespos’ trará palestras gratuitas sobre criação teatral e matrigestão

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Foto/Reprodução: Google imagens

Os crespos, coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual, apresentam nesse mês de dezembro suas primeiras atividades públicas, como parte integrante do projeto “De Mãos Dadas: Afetos Políticos, Contornos Poéticos”.

Na programação, eventos de formação para equipes artísticas contarão com debates com intuito de difundir a reflexão dos temas trazidos com o público durante o processo de criação.

 “O projeto contemplado consiste em investigar, através de pesquisa cênica-audiovisual, as possíveis transformações causadas quando se transgredi os espaços afetivos pré-determinados, superando estereótipos e realidades subalternizantes. Serão pesquisas simultâneas que desembocarão na criação de dois espetáculos, um para público adulto e outro voltado para o público jovem.” Explica a companhia teatral.

O evento ocorrerá nas terças-feiras do dia 1 e 8 de dezembro às 19:00h e trarão duas palestras online e gratuitas que terão transmissões pelo youtube da Cia Os Crespos.

A primeira palestra contará com a doutora em Literatura Africana, Aza Njeri, falando sobre “A criação teatral e a transgressão das identidades subalternizadas”, que falará sobre a relação do teatro com o oan-emi e será nesta terça-feira (01).

Já na próxima semana, na terça-feira do dia 8/12, a palestra vai ser ministrada pela filósofa Katiuscia Ribeiro e terá como tema “Matrigestão – As mulheres e suas filosofias de transformação”.

Coletivos pretos lançam galeria de arte que expõe monumentos racistas no Brasil

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Imagem: Estátua de Tiradentes

O Coletivo de Historiadores Negros Teresa de Benguela em conjunto com o site de notícias ‘Notícia Preta’ e mais um coletivo de publicitários pretos lançaram nesta quinta-feira (26), uma galeria virtual que expõe estátuas de escravocratas colocadas no Brasil.

O site, nomeado ‘Galeria de Racistas’, foi lançado nessa quinta-feira (26) sendo o resultado de uma extensa pesquisa sobre monumentos brasileiros que homenageiam figuras escravagistas que cometeram diversos crimes contra a humanidade e estão espalhados diante o Brasil.

A ideia do projeto é saber quem são essas figuras e reivindicar a retirada desses monumentos., pensando em saber quem são as figuras e reivindicar a retirada dos monumentos que homenageiam racistas.

A Galeria de Racistas é uma ação afirmativa que tem como objetivo expor a verdadeira história dos escravagistas exaltados que apenas servem como forma de perpetuar o racismo, sendo uma forma de provocar na sociedade a mesma reflexão causada por outros protestos ocorridos no mundo.

Conversamos um pouco com o historiador e um dos idealizadores do projeto, Jorge Santana, sobre o projeto e a ideia de catalogar estatuas que lembram escravistas brasileiros, segundo ele, “ao longo da pesquisa nós  encontramos aproximadamente 150 monumentos a partir de 4 categorias: proprietários de escravizados, traficante de escravizados, responsáveis por massacres contra escravizados e defensores da escravidão.”

O entendimento do projeto é que essas figuras não podem permanecer como heróis ou sendo expostos em praça pública, lutando para que o Estado retire os monumentos escravistas e substitua por monumentos em homenagem a negros e indígenas que lutaram contra a escravidão.

Um projeto de lei que intitula a proibição de novas estatuas que homenageiam escravistas também foi pedido.

“A manutenção desses monumentos é um absurdo porque essas pessoas representam uma memória da escravidão que exalta aqueles que foram algozes do genocídio negro e indígenas. Desta forma nós defendemos a revisão desses monumentos como uma política de memória, verdade e justiça sobre a escravidão. Nesse sentido não queremos apagar a escravidão em nosso país, mas queremos que os autores desse crime contra a humanidade sejam vistos como responsáveis de um crime e não como heróis da nação. Por exemplo, Tiradentes é  considerado um herói nacional por ter lutado pela  ‘liberdade’ quando na verdade teve 6 escravizados. E hoje Temos um feriado nacional em homenagem a ele, além de estátuas pelo Brasil inteiro.  Em contrapartida, não temos um feriado nacional para Zumbi dos Palmares que lutou pela liberdade dos escravizados”, concluiu Jorge Santana.

O coletivo catalogou monumentos com sua exata localização para os internautas também possam denunciar e pressionar o poder público para que estas homenagens sejam retiradas imediatamente das ruas do país.

A carga mental de ser um consumidor negro: uma reflexão sobre o varejo no Brasil

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Foto: Fernando Madeira feita durante a cobertura de protesto no Carrefour aqui de Vila Velha, ES.

Ser um consumidor negro é de um peso mental terrível e pode ser perigoso. O que aconteceu com João Alberto – e a escolha de posicionamento do Carrefour Brasil  – em se eximir da culpa ao responsabilizar a empresa de terceirizados – denuncia que o discurso de diversidade e inclusão não está chegando a quem atende pessoas negras diariamente e seguimos lidando com racismo em instituições de consumo. Não acredita? Pergunte às pessoas negras à sua volta.

Essas microagressões vêm de todas as partes, seja das instituições ou até mesmo de outros consumidores não-racializados. Em um país racista como o Brasil a célebre frase do “você trabalha aqui” denuncia o olhar enviesado de que – independente da roupa, condição econômica e estar frequentando o mesmo espaço – se você tem um determinado tom de pele só pode estar ali para servir. 

Isso quando não somos vistos como ameaça. Como o caso de perseguição policial que ocorreu na semana passada na Cidade de São Paulo. A atividade denominada Caminhada São Paulo Negra, conduzida pela agência de viagem e produção cultural Black Bird Viagem, através das passagens por bairros como Liberdade, Sé e República propõe-se a resgatar a memória das contribuições de pessoas negras em momentos importantes na cidade de São Paulo. Após serem abordados por policiais e mesmo após esclarecerem o motivo de estarem reunidos o grupo foi acompanhado por três horas pela polícia. Imagine a sensação de apreensão ao ser escoltado pelo aparato Estatal que deveria estar ali para te proteger e não coagir, enquanto se faz uma atividade simples.

Essa lógica de apreensão e vigilância em relação à presença de corpos negros se perpetua nas instituições de prestação de serviço ou bens de consumo e denunciamos isso a anos. Somos condicionados a não nos sentir confortáveis em determinados lugares. Saímos de lojas com a nota fiscal na mão para evitarmos ser constrangidos sobre um produto que compramos. Diariamente, somos perseguidos pelo segurança do supermercado, da loja, do shopping. E quantas vezes não somos nem atendidos ou somos mal atendidos por vendedores que julgam que a gente “não tem cara de quem consome”. 

   Políticas antirracista não contemplam apenas discussões de  diversidade e inclusão nas empresas, aumento de funcionários negros no quadro de colaboradores, assim como discutir sobre temas ligados a representatividade em meios de comunicação. Ser antirracista deve passar pela cultura empresarial e essa sem prática de seus colaboradores é apenas um discurso vazio.

O que choca no episódio lamentável de agressão brutal a João Alberto no Carrefour e pergunta que perdura é: quando foi que os estabelecimentos comerciais começaram a normalizar a agressão [e microagressões] a corpos negros? Independente dos clientes que presenciaram a cena e foram omissos a situação, se o discurso antirracista tivesse chegado até a ponta, aquelas pessoas que condenaram João Alberto a morte seriam impedidas por seus pares. Onde estavam os outros colaboradores do estabelecimento no momento que aquele homem gritava por socorro? Não adianta estampar nossos rostos em propagandas, patrocinar nossas causas e promover nossas bandeiras se o seu discurso antirracista não chega a ponta de suas lojas e seguem permitindo que sejamos constrangidos ou até mesmo assassinados ao efetuar atividades cotidianas.

ViDançar: há 10 anos o projeto leva balé clássico para jovens da periferia

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Luís Fernando atualmente é bailarino da Companhia Jovem, da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville (SC). Foto: Alinne Volpato

O projeto idealizado por Ellen Serra completa 10 anos em 2020 e em conversa com o Mundo Negro a diretora do ViDançar contou suas motivações para a criação do projeto e o impacto deixado nas dezenas de crianças que já passaram por lá.

Pensando em mudar a realidade da grande taxa de evasão escolar e gravidez na adolescência Ellen se juntou a uma professora de balé e iniciou o projeto, atendendo inicialmente 14 meninas da antiga comunidade da Skol. Como requisito para a participação das aulas de balé clássico, as inscritas precisam mostrar a carteira de vacinação em dia, estar matriculada em uma rede de ensino e comprovar assiduidade.

Após algum tempo de projeto e acompanhamento das crianças, Ellen notou que havia potências naqueles espaços, e acreditando no potencial daquelas crianças, passou a inscrevê-las em escolas profissionais de dança. Luís Fernando Rego e a Larissa foram os primeiros jovens do projeto a serem aprovados na escola de dança Maria Olenewa do Teatro Municipal (Primeira e mais importante instituição de ensino  de  balé  no  País) e atualmente mais de 20 crianças já foram aprovadas em outras instituições profissionais.

Balé na pandemia:

Fotos: Arquivo Pessoal

“O balé clássico é uma atividade que exige muito muita disciplina.” Conta Ellen Serra

O projeto vem crescendo mais a cada ano, e em 2020 não foi diferente. Porém, com a pandemia como obstáculo as idealizadoras precisaram se reinventar para que as crianças não ficassem paradas, decidiram também realizar ações para impactar ainda mais vidas em um momento tão delicado. As aulas on-line foram anunciadas e mais de dezenas de crianças de outras comunidades do Rio de Janeiro foram contempladas com o ensino de balé clássico a distância.

O projeto não se limita a dança, as idealizadoras do ViDançar mantêm um comprometimento com a comunidade como um todo, e durante os piores momentos da pandemia movimentaram redes de doações através de parcerias com Instituições filantrópicas como Gerando Falcões e Voz das Comunidades e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cestas básicas, cartão vale mercado e kits de higiene básica para a prevenção do coronavírus foram distribuídos pela comunidade. E outros suportes são dados através da visita de um coordenador local, que auxilia as pessoas que não tem acesso à internet.

Impacto do projeto ViDançar:

“Nós tivemos durante 3 anos 97% de aprovação nas escolas por conta das exigências do projeto.” Conta Ellen, orgulhosa.

Ter crianças pretas e periféricas se interessando e atuando em uma área tão elitizada quanto o balé clássico é de muito orgulho, e o projeto ViDançar é responsável por tirar a ideia de um caminho único de vida da cabeça de muitas crianças e jovens favelados e apresentar a eles um mundo de opções.

Ellen nos contou que o impacto do projeto se estende, além de apresentar opções para as crianças, famílias são aproximadas e através da dança algumas crianças podem ter o mínimo, que é a alegria de um lar saudável. 

Grata com os resultados, a idealizadora do projeto ainda contou sobre o desempenho de seus bailarinos:

“(…) Além de conseguirem acessar com talento, com persistência, com garra, com resiliência, eles acabam se tornando os melhores alunos dessas escolas.”

A diretora do ‘Projeto ViDançar’ falou sobre a gratidão dos alunos ser demonstrada através de seus resultados, no olhar de Ellen, que citando Nelson Mandela reforçou que acredita na educação como única forma de mudar o mundo, a vontade dos jovens em almejar uma mudança na vida através da dança traz os melhores resultados.  

Chef Aline Chermoula ensina receita com influências ancestrais africanas para o Natal

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No dia 17 de dezembro, a chef Aline Chermoula vai te ensinar, em uma aula aberta e gratuita, como fazer o Jambalaya, um prato típico do Oeste africano, que também é muito consumido em países da diáspora africana aqui nas Américas e é o carro chefe de seu empreendimento, Chermoula Cultura Culinária.

Você vai assistir ainda uma explicação detalhada do contexto histórico e cultural dos ingredientes utilizados e do prato em si, além de uma abertura para várias culturas que muitas vezes são ignoradas pela grande mídia e pelo circuito gastronômico brasileiro.

A oficina terá uma hora de duração e será realizada no canal no YouTube da Aline Chermoula.

Já que estamos falando em diversificar, resgatar, honrar nossas raízes, você conhece o Kwanzaa, o “Natal Africano”? Ele é baseado em sete princípios, um para cada dia de comemoração: unidade, autodeterminação, trabalho coletivo e responsabilidade, cooperativa de economia, objetivo e criatividade. Quer saber mais? O Mundo Negro contou essa história. Veja aqui.

4° Edição do Festival Segunda Black, acontece em formato on-line e gratuito

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A  4a Edição do Festival Segunda Black, que homenageará os 150 anos do nascimento de Benjamim de Oliveira e o 30° aniversário do Bando de Teatro Olodum, selecionou produções artísticas negras de todo país, consiste na realização de mostra não competitiva de performances ou experimentos teatrais nas modalidades de artes cênicas adulto, tendo como objetivos fomentar as artes cênicas, promover o intercâmbio, as atividades de formação e debates entre artistas e profissionais da área, destacar e divulgar novos talentos e dar continuidade ao movimento criado pelo TEN – Teatro Experimental do Negro –: Inspirar e fortalecer a criação de novas narrativas a nível nacional e internacional.

Além das performances, o Festival terá, em sua abertura, uma masterclass com a professora Leda Maria Martins, às 15h abordando o tema da Memória, um dos eixos curatoriais desta edição.  E, no dia 07 de dezembro, no mesmo horário, haverá uma roda de conversa com perspectivas para o fomento e difusão para as artes negras da cena com Hilton Cobra (Ex presidente da Fundação Palmares), Aline Vila Real (Diretora de Artes da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte), Galiana Brasil (Gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural) e Marcos Rego (Gerente de Cultura do Sesc Departamento Nacional).

Desde sua concepção, o projeto preza pela formação dos artistas e de plateia. Nesta edição, tendo a internet como plataforma, há a oportunidade de expandir os horizontes pelas fronteiras fluidas do mundo virtual, permitindo que o público de diferentes partes do Brasil – e também da lusofonia -, possa ter acesso a essas criações artísticas que nas edições anteriores ficaram limitadas à presença física no mesmo espaço-tempo. O Segunda Black encoraja e instiga a inovação como forma de construir um amanhã, portanto, é imprescindível que esta construção seja lúcida da realidade de seu tempo histórico. E a História está no convocando a ressignificar, repensar e produzir novas maneiras de refletir o mundo.

A realização do projeto em formato online, irá gerar postos de trabalho, mesmo que temporários, em um cenário de desemprego e instabilidade econômica. Fomentar o festival em formato digital é proporcionar aos artistas participantes possibilidades de experimentações artísticas alinhadas a linguagem do audiovisual e da transmissão online. Construindo assim narrativas cênicas e performáticas de corpos negros em diálogo com aparatos tecnológicos.

SERVIÇOS

4a EDIÇÃO DO FESTIVAL SEGUNDA BLACK

DE 30 DE NOVEMBRO A 8 DE DEZEMBRO – às 19h30

Plataforma: FACEBOOK @asegundablack

Ingresso: Gratuito

Classificação Indicativa: 16 anos

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