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Dia dos Professores: Quantos professores negros você já teve?

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Nesta quinta-feira (15) é comemorado o Dia do Professor, data em que se homenageiam os responsáveis pelo desenvolvimento da educação e do conhecimento no país, abrangendo um grupo de profissionais que trabalham desde a educação infantil até o ensino superior. Como todos sabemos, trata-se de uma das mais importantes profissões praticadas no mundo, afinal, sem ela, a transmissão de conhecimentos e a correta apreensão destes pelas pessoas seriam praticamente impossíveis.

Sabemos que todos os professores são extremamente importantes para formação de uma criança, adolescente e adulto. Mas também sabemos o quanto a representatividade importa. Segundo o MEC, são 65.249 professores negros atuando em universidades brasileiras, número que representa 30,5% do total de docentes no Ensino Superior do Brasil, que é 214.224. A parcela negra na população brasileira é de 50,7%, de acordo com o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando se olha para as faculdades de ensino superior públicas, a taxa cai ainda mais, correspondendo a 14,4% dos docentes. Os dados mostram que, apesar de a maioria populacional do Brasil ser negra, ainda somos uma minoria entre o total de professores universitários.

Entre os professores negros no ensino superior:

31,3% tem doutorado como a titulação máxima;
45% tem mestrado como a titulação máxima;
23,7% tem especialização como a titulação máxima;
5,4% tem graduação como a titulação máxima;
4,5% tem graduação como a titulação máxima.

Eu, Thais Prado redatora deste site, em todo o meu período estudantil só tive uma professora negra. E ela era a única professora negra da Universidade. Hoje penso: “Em quem ela se espelhou?“. Devemos ser imensamente gratos por todos os professores que passaram por nos, e triplamente gratos pelos professores negros, sabemos bem como é ser negro em qualquer âmbito.

Você, professor / professora negra, obrigada por continuar, por ser referência para os pequenos e por manter nossos corações cheios de esperança. Não deve ser fácil, ainda mais nas escolas da periferia e por isso devemos nossos agradecimentos a vocês. Nossas crianças negras precisam de referencias em todos os locais. Obrigada!

Indicação ao BET Awards rende participação de Djonga no Jornal Nacional

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(Créditos: Daniel Assis)

Na última terça-feira, 13 de outubro, o rapper Djonga foi destaque no Jornal Nacional, o telejornal de maior alcance do país. A participação do artista na programação se deu pela indicação à premiação internacional BET Hip Hop Awards, sendo o primeiro brasileiro a ser indicado na categoria “melhor flow internacional”, e também o único representante do país para esta edição. A premiação, que ocorrerá em 27 de outubro, é a mais importante do segmento Hip Hop nos Estados Unidos, e Djonga concorre ao lado de rappers da França, Reino Unido, África do Sul e Quênia. 

A aparição do rapper no jornal causou grande comoção por parte de seus fãs nas redes sociais, uma vez que figura entre os principais nomes do Rap Nacional, estilo pouco presente em grandes mídias televisivas. Com cinco anos de carreira e com o lançamento de álbuns consecutivos nos últimos quatro anos, todo dia 13 de Março, foi a partir de sua quarta obra “Histórias da Minha Área” que ele colhe o fruto da indicação ao prêmio.

https://twitter.com/ferreiragabriof/status/1316175826463928322

Na reportagem, Djonga fala sobre a relação da música com sua família, por ter crescido em meio à festas que proporcionaram o contato com artistas que inspiram sua trajetória, como Elza Soares, Milton Nascimento e Racionais. E é no estúdio localizado na casa de sua avó, em Belo Horizonte, que o rapper grava suas músicas até os dias atuais.

“O papel da arte de incomodar, de causar reflexão para mim é mais do que fundamental.” Djonga

Citado como um artista que fala sobre o racismo, as violências e as desigualdades sociais “ tocando o dedo na ferida”, o rapper comenta os efeitos destas discriminações e a importância da luta consciente como embate. “Tem situações que você pensaria ser impossível ser discriminado e você é. E aí diante disso, que você começa a ver o tamanho da estrutura e como que a gente tem que lutar de fato, e como que a luta é muito mais pesada e mais séria do que parece, não é uma coisa só de boca pra fora. Ainda assim o lance era bater no peito e falar “Vamo longe”.

https://twitter.com/anthunesarth/status/1316196498745556993

Autora do primeiro especial da TV Globo protagonizado por família negra é indicada a Roteirista do Ano no 4º Prêmio ABRA

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(Créditos: Tuanny Medeiros)

Cleissa Regina Martins  prepara série sobre profissionais negros na moda

Com apenas 25 anos de idade, Cleissa Regina Martins é a primeira roteirista negra a ter um projeto autoral na TV Globo, o especial “Juntos a Magia Acontece” foi criado, roteirizado e assinado por ela, sendo também o primeiro totalmente protagonizado por uma família negra. Como resultado da obra, ela foi indicada na categoria de Roteirista do Ano no 4º Prêmio ABRA (Associação Brasileira de Autores Roteiristas), e é a concorrente mais jovem em três edições da categoria. Enquanto aguarda o resultado do prêmio, que acontece dia 30 de Outubro, dedica-se à criação de uma série documental, já financiada, sobre jovens negros na indústria da moda.

“Saber que meu projeto foi relevante na visão dos meus colegas de profissão é bem importante, ainda mais sendo indicada ao lado de profissionais que eu admiro. Eu fui muito cuidadosa escrevendo e acho que essa indicação reconhece esse trabalho que, para além de representatividade, teve qualidade técnica”, ressalta Cleissa, que atualmente é co-representante do GT de Equidade Racial da Associação Brasileira de Autores Roteiristas. 

Cleissa é formada em Ciências Sociais pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), seu pontapé no projeto que a levou à TV Globo em 2017, foi quando participou do Laboratório de Narrativas Negras da FLUP (Festa Literária das Periferias). Atualmente, está na emissora como autora-roteirista, e colaborou em “Malhação – Transformação” (Priscila Steinman e Márcia Prates, 2022) e numa série de ficção. “Eu tinha a ideia da história do especial desde 2016, sabia que precisava de uma grande produção e foi assim que aconteceu. Como autora estive muito envolvida em todas as etapas e sei que é essencial ter pessoas negras nessa posição”, ressalta.

A roteirista já venceu quatro dos seis prêmios para os quais foi indicada ao longo de sua trajetória no audiovisual, dentre eles “Best First-Time Filmmaker” (Alternative Film Festival 2020/Canadá) e “The Next Generation” (Prince Claus Fund 2019/Holanda). Cleissa começou a delinear seu caminho no cinema em 2014, num curso de cinema no Centro Afrocarioca. “Mas quando conheci a figura do Zózimo Bulbul revi minha relação com a ficção. Antes, achava que só o documentário era político e ficção era entretenimento. Ali comecei a pensar nessa questão de um audiovisual negro e vi que também era importantíssimo”, relembra.

A paixão pela moda colaborou no desejo de desenvolver a série sobre a inserção dos jovens negros neste mercado. “A moda é muito elitizada, uma área onde sinto falta de representatividade e sei que é bem difícil pra pessoas negras entrarem e se manterem. Então me interessa saber quem está conseguindo furar essa bolha e como estão fazendo isso. Acho que no audiovisual faltam coisas leves com personagens negros em posições dignas. Quero muito fazer uma comédia romântica, filmes de comédia pra família toda, para além dos dramas de temas mais pesados. Quero emocionar e contar boas histórias – com protagonistas negros e de um ponto de vista negro – mas espero realmente ter a liberdade de colocar a arte em primeiro lugar, porque acho que isso é negado pra gente também”, finaliza.

Espetáculos premiados como A Cor Púrpura e Quase Normal serão disponibilizados virtualmente

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Créditos: Carlos Costa

As seis peças, dirigidas por Tadeu Aguiar, terão o jornalista e dramaturgo Artur Xexéo como mestre de cerimônia

Um dos maiores sucessos do teatro em 2019, o musical A Cor Púrpura, volta à cena, agora, em ambiente virtual, junto com outros cinco espetáculos, todos produzidos pela Estamos Aqui Produções. “Essa pandemia deixou muitos dos nossos artistas e técnicos fora do mercado, sem receber nenhum salário. E tendo todo esse material gravado, de altíssima qualidade, achamos que era uma grande oportunidade poder reverter a renda dessas apresentações para os profissionais que sempre colaboraram com a gente”, conta Tadeu Aguiar, sócio da Estamos Aqui Produções e diretor do musical. 

As peças disponibilizadas são 4 Faces do Amor (2011), Quase Normal (2012), Dia em Que Raptaram o Papa (2013), Despertando para Sonhar (2015), Eu Não Posso Lembrar Que Te Amei (2017) e A Cor Púrpura (2019). Eduardo Bakr, também sócio da produtora, conta que se emociona ao ver o resultado do projeto “Os espetáculos conseguem se aproximar do espectador mesmo em ambiente virtual, que é diferente do teatro, da TV e do cinema. É uma experiência para se viver”.

O jornalista e dramaturgo Artur Xexéo, responsável pela versão brasileira de A Cor Púrpura e pela dramaturgia de Eu Não Posso Lembrar Que Te Amei será o mestre de cerimônia dos 6 espetáculos. Ele fará uma apresentação antes de cada peça, contextualizando as histórias e falando sobre a sinopse. “Não faço crítica, não explico e não analiso. Teatro não é para ser explicado, é para ser visto. E que bom que a Estamos Aqui cuidou de registrar em vídeo todas essas peças”, pontua Artur Xexéo.

O videomaker Paulo Severo é responsável pela filmagem dos espetáculos, que serão exibidos com resolução full HD. “Tento entender o movimento dos atores, a mudança da luz, a intensidade do gesto, a ideia do espetáculo e, principalmente, me coloco como espectador. Tento captar o prazer que a cena proporciona à plateia e levá-la para o vídeo. Tento filmar respeitando o palco, busco respirar com atores e com a plateia”. Segundo Severo, filmar teatro é uma tarefa difícil, porém, com o passar dos anos e com a sofisticação dos recursos tecnológicos disponíveis, a qualidade técnica da filmagem foi ganhando melhores resultados. “Tivemos o VHS, o mini DV, o full HD, estamos no 4K. Gravamos o áudio direto da mesa de som, com microfones na plateia e várias câmeras, especialmente nos espetáculos com maior número de atores em cena”, explica Severo. 

SERVIÇO

(O público terá acesso ao espetáculo com 15 minutos de antecedência)

Vendas: 

https://www.sympla.com.br/estamosaquicomvoce

A COR PÚRPURA, O MUSICAL 

14 de outubro às 20h 

18 de outubro às 17h 

Duração: 2 horas e 22 minutos 

Ingresso: R$ 30,00 / Ingresso amigo: R$ 50,00 / Ingresso colaborativo: R$ 100,00 / Ingresso parceiro: R$ 150,00 / Ingresso apoiador: R$ 200,00

Classificação indicativa: 12 anos 

QUATRO FACES DO AMOR 

21 de outubro às 20h – Temporada carioca

28 de outubro às 20h – Temporada paulista

Duração: 1 hora e 28 minutos

Ingresso: R$ 20,00 / Ingresso amigo: R$ 50,00 / Ingresso colaborativo: R$ 100,00 / Ingresso parceiro: R$ 150,00 / Ingresso apoiador: R$ 200,00

Classificação indicativa: 10 anos 

EU NÃO POSSO LEMBRAR QUE TE AMEI 

25 de outubro às 17h

Duração: 1 hora e 07 minutos 

Ingresso: R$ 20,00 / Ingresso amigo: R$ 50,00 / Ingresso colaborativo: R$ 100,00 / Ingresso parceiro: R$ 150,00 / Ingresso apoiador: R$ 200,00

Classificação indicativa: 10 anos 

O DIA EM QUE RAPTARAM O PAPA 

01 de novembro às 17h

Duração: 1 hora e 20 minutos 

Ingresso: R$ 20,00 / Ingresso amigo: R$ 50,00 / Ingresso colaborativo: R$ 100,00 / Ingresso parceiro: R$ 150,00 / Ingresso apoiador: R$ 200,00

Classificação indicativa: Livre

DESPERTANDO PARA SONHAR 

04 de novembro às 20h

Duração: 1 hora

Ingresso: R$ 20,00 / Ingresso amigo: R$ 50,00 / Ingresso colaborativo: R$ 100,00 / Ingresso parceiro: R$ 150,00 / Ingresso apoiador: R$ 200,00

Classificação indicativa: Livre

QUASE NORMAL 

Dia 08 de novembro às 17h
Duração: 2 horas e 11 minutos
Ingresso: R$ 30,00 / Ingresso amigo: R$ 50,00 / Ingresso colaborativo: R$ 100,00 / Ingresso parceiro: R$ 150,00 / Ingresso apoiador: R$ 200,00
Classificação indicativa: 14 anos 

Gilberto Gil debate a arte, educação e racismo em live

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No dia dos professores, celebrado nesta quinta (15), Gilberto Gil participa de uma live para falar sobre arte, educação e racismo. O evento será promovido pelo canal oficial do Instituto Arte Escola no YouTube. A partir das 17h, o cantor e compositor baiano debate a importância da arte na educação e também sobre um assunto bastante falado atualmente: educação antirracista.

Há mais de 30 anos, o Instituto Arte na Escola (IAE), qualifica, incentiva e reconhece o ensino da arte na Educação Básica brasileira. Defende que a arte é um objeto do saber, que desenvolve nos alunos habilidades perceptivas, capacidade reflexiva e incentiva a formação de uma consciência crítica, não se limitando à autoexpressão e à criatividade.

Desde 1989, promove de formação continuada para professores do Brasil por meio quatro iniciativas permanentes: organização de polos em universidades que formam a Rede Arte na Escola; parcerias e projetos aprovados em leis de incentivo; produção e distribuição de materiais educativos para subsidiar os educadores e realização do Prêmio Arte na Escola Cidadã.

‘Um Príncipe em Nova York 2’ muda da Paramount para o Amazon Studios em um negócio de US $ 125 milhões

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Foto: Reprodução/Um Príncipe em Nova York

A tão esperada sequência do clássico de Eddie Murphy está passando por mudanças antes do lançamento do filme.  Um Príncipe em Nova York está mudando da Paramount para a Amazon Studios. A Paramount vendeu a sequência para a Amazon em um acordo supostamente de US $ 125 milhões em meio ao impacto da pandemia do COVID-19.

Segundo a Variedade, os detalhes finais ainda estão sendo elaborados, incluindo campanhas de marketing ao consumidor. Espera-se que negócios com o McDonald’s e a Crown Royal levem o filme à Amazon.

SOBRE O FILME 

O primeiro “Um Príncipe em Nova York” de 1988, teve Murphy como o encantador príncipe africano Akeem, que viajou para a cidade de Nova York para escapar de um casamento arranjado. O filme arrecadou quase US $ 300 milhões nas bilheterias mundiais.

Na sequência do filme, o Príncipe Akeem se tornará rei do país fictício de Zamunda quando descobre que tem um filho que nunca conheceu nos Estados Unidos- um nativo do Queens -. Para honrar o desejo do ex-rei de preparar seu neto como príncipe herdeiro, Akeem e Semmi voltam para os Estados Unidos. Murphy, Hall e Jones estão reprisando seus papéis. 

LANÇAMENTO

Por conta da pandemia do Covid-19 acabou mudando as datas de lançamento de vários filmes de 2020 do estúdio da Paramount. No caso do Príncipe em Nova York 2, ainda não se sabe a situação do lançamento com a mudança para Amazon Studios até o momento, o filme continua com a data confirmada para dezembro.

Stevie Wonder lança duas músicas com lucros revertidos para ONG que alimenta mais de 46 milhões de pessoas

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Nesta terça-feira (13), Stevie Wonder aproveitou a ocasião do 36º aniversário de seu segundo filho mais velho, Mumtaz Morris, para realizar algo inédito. Com um espírito de celebração, ele lançou duas músicas ao mesmo tempo: “Can’t Put It in the Hands of Fate”, com as colaborações de Rapsody, Cordae, Chika e Busta Rhymes, e “Where Is Our Love Song”, que traz a participação de Gary Clark Jr. Ambas as canções, que foram escritas e produzidas por Stevie Wonder, já estão disponíveis em todas as plataformas digitais e de streaming.

Stevie Wonder é uma das figuras mais célebres e icônicas da música popular. Aos 12 anos, ele foi o artista mais jovem a alcançar o primeiro lugar com a música “Fingertips, Part 2” e também o primeiro a alcançar simultaneamente o topo das paradas Billboard Hot 100, R&B Singles e Album Charts. Até o momento, ele acumula 49 singles no Top 40, 32 singles número 1 e vendas mundiais acima de 100 milhões de unidades.

As músicas fornecem inspiração para os desafios globais de hoje. “Can’t Put It In the Hands of Fate” apresenta quatro dos artistas visionários do hip-hop: a estrela em ascensão Rapsody, o indicado ao GRAMMY® Cordae, o aclamado Chika e o onze vezes indicado ao GRAMMY® Busta Rhymes. A colaboração de Stevie com artistas de outros gêneros e gerações simplifica o poder da necessidade de ação exigida pela música. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/CPIITHOFPR .

“Where Is Our Love Song”, que traz a participação do guitarrista vencedor de quatro GRAMMYs® Gary Clark Jr., identifica o que é necessário enquanto o mundo luta seus desafios históricos, colocando a questão “Onde estão nossas palavras de esperança, oração pela paz e nossa canção de amor tão desesperadamente necessária?”. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/WhereIsOurLoveSongPR .

Tudo e todos foram afetados pelo Covid-19, especialmente as comunidades carentes não-brancas. Todos os lucros de Stevie com os royalties da faixa “Where Is Our Love Song” serão doados para Feeding America (ONG norte-americana que alimenta mais de 46 milhões pessoas).

Nestes tempos, estamos ouvindo os mais pungentes gritos e precisamos despertar esta nação e o mundo. Por favor, atendam à nossa necessidade de amor, paz e unidade”, declarou Stevie.

Luedji Luna canta sobre humanidade e amores das mulheres negras em novo CD

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Por: Guilherme Soares Dias

“Eu sou a preta que tu come e não assume (…), por acaso, eu não sou uma mulher?”. Os versos certeiros da música “Ain’t I A Woman?” ajudam a resumir o grito que “Bom mesmo é estar debaixo d’água”, segundo CD de Luedji Luna traz. Com sua voz doce e marcante, a cantora baiana fala de amores e desamores, além de cantar a mulher negra como musa. São 12 músicas entre inéditas, poema de Conceição Evaristo, recitado pela própria escritora, e uma canção de Nina Simone que falam sobre a humanidade da mulher negra por meio do amor.

A música tema do disco “Bom mesmo é estar debaixo d’água” é leve, dançante e poética e gruda fácil na cabeça. “Goteira” fez parte de uma gravação de voz e violão que já tem mais de 600 mil views no Youtube. As demais canções são novas e esbanjam nos arranjos que remetem ao jazz. Sai a percussão que era a base do primeiro CD “Corpo no mundo” e entra a bateria, o sopro e instrumentos de cordas. O novo CD não tem nenhuma música solar e que poderia se transformar num hit dançante como era “Banho de Folhas” no primeiro álbum. Luedji firma-se com o novo trabalho como expoente da nova MPB, música preta brasileira, com mistura de jazz, reggae e sons africanos.

Parte do novo CD foi gravado no Quênia. “Arrisquei bastante na sonoridade. Fui para África em busca disso. Deixei músicos livres a partir de sua sonoridade. São músicos instrumentistas do jazz. As células da bateria são ritmos bastante africanos”, considera. A cantora diz que ama estar no continente africano e que o Quênia é como Wakanda, o reino do filme Panteras Negras. “É chique, foda. Consigo me comunicar com as pessoas”, afirma.

Conceição Evaristo recitando “A noite não adormece nos olhos das mulheres” traz o tom de poesia-denúncia do disco. Luedji parece cantar com um sorriso de canto de boca e brinca com as palavras. “Eu danço na dança das tuas marês”, canta no refrão da música tema do disco.  Em entrevista exclusiva ao Guia Negro, a cantora que acabou de dar a luz ao primeiro filho, diz que está vivendo a vida de dona de casa, mas com saudades da rua. A pandemia, segundo ela, contribuiu para que seja mãe em tempo integral. “Estou morrendo de saudades do palco, mas feliz que ainda não tive que me separar do baby”, divide.

Histórias de amores e desamores

A cantora ressalta que o CD traz canções de várias paixões, de vários amores, produzidas nos últimos três anos enquanto percorria o Brasil e o mundo cantando o primeiro CD. “São músicas feitas pós-verão em Salvador ou em Salvador, no avião. Tem uma série de histórias em cada letra”, conta. Luedji diz que quis mostrar seu lugar de mulher negra, bissexual, uma vez que há pouco repertório de mulheres negras falando por si mesmas dos próprios sentimentos. “Há apagamentos de vivências amorosas e afetivas. É muito difícil de ver retratado na cinematografia a mulher negra sendo amada, sendo musa, falando em primeira pessoa. Quero construir esse imaginário”, reivindica.

“Bom mesmo é estar debaixo d’água” é um disco mais maduro, segundo a cantora, e que fala mais sobre ela, sobre o “nós, mulheres negras”, e traz seus causos e histórias. Trazendo como referência a água, elemento ligado às emoções e a Oxum, orixá africano ligado ao amor e a maternidade, o disco é fluído, com canções que dialogam entre si e que apresentam múltiplas vozes pretas e femininas acerca do tema. A canção “Manto da noite”, por exemplo, foi composta em homenagem a “uma mulher preta retinta”. Já “Lençóis” é de co-autoria da escritora Cidinha da Silva e conta com a participação da poeta brasiliense Tatiana Nascimento

A cantora diz que o disco não fala apenas sobre “solidão da mulher negra”, mas sobre desejo, sexo, desamor. “É um mergulho sobre esse sentimento. Um disco denso, cantar essas músicas me custa muito. É reviver essas experiências”, diz. A busca, segundo ela, é tirar o amor do lugar de clichê, apesar de admitir que ele também é isso, mas com proposta de discutir a humanidade, a partir do dar amor e da ausência de recebê-lo. “Reafirmar a humanidade da mulher negra. Somos seres dignos de sermos amadas”.

A música “Ain’t I A Woman?” foi composta para um homem que repetia o padrão de querer apenas sexo e não avançar para o relacionamento. “É uma crítica a esse lugar da objetificação, mulher negra só como corpo. Uma relação que não consegue se desenvolver. Não tenho nada contra sexo casual, adoro, mas se tivesse uma variável… Era muito a repetição desse padrão de ser a preta que todo mundo come e ninguém assume”, dispara. 

Na música “Origami”, um instrumento de Madasgacar chamado marvan, utilizado pela tribo Masai, de onde vem um grupo que canta no fim da canção, “carimba” o passaporte africano do disco. A produção é um dos exemplos de que música é linguagem universal, uma vez que não tinha músicos brasileiros no estúdio.

A gravação ocorreu no início da gestação da cantora, que diz que sempre quis fazer música para o mundo. “Música está nesse lugar da universalidade”, reforça. Com o novo filho musical no mundo, Luedji quis trazer um pouco de leveza para esse 2020 tão difícil. “Cogitei adiar o lançamento para 2021, mas acho que merecemos um pouco de alívio”. E “Bom mesmo é estar debaixo d’água” traz isso.

OUÇA AQUI:

“Nunca permita que alguém diga que você não é lindo, você é” diz Rafael Zulu durante viagem ao Maranhão

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Durante sua viagem para o Maranhão, o ator Rafael Zulu conheceu um dos destinos mais cobiçados do estado por muitos famosos justamente pela tranquilidade do local: O vilarejo de Atins. Ao lado da noiva, ele conheceu também o centro histórico de São Luís e agora segue para outros municípios e vilarejos como Vassouras, Barreirinhas e Caburé.

Eu já vim ao Maranhão muitas vezes trabalhando com peça e com o Tardezinha, é um destino que venho bastante a negócios, mas sempre é um prazer. Dessa vez vim só para passear e pra apresentar esse lugar a essa mulher linda com quem compartilho a vida. Eu já tinha vindo aos lençóis mas não conhecia os cantinhos daqui. Hoje fomos a Vassouras, que eu não conhecia e que é incrível, depois parei em um outro pontos onde tinham umas dunas onde rola um encontro do rio com o mar e agora estou em Atins, ou seja, vou sempre querer voltar porque tem sempre uma coisa nova a se fazer por aqui. Mais do que nunca acho que está na hora do Brasileiro olhar para o Brasil e conhecer, óbvio que com responsabilidade, esse tesouro que a gente tem. Costumo brincar que o Brasil humilha os os países de fora“, disse.

No sábado (10), ele publicou uma das fotos do ensaio fotográfico que fez em Atins e se direcionou aos seus amigos e irmãos pretos. “Aos meus amigos, irmãos e seguidores pretos: Nunca permita que alguém diga que você não é lindo. Vocé é, nós somos. Taca um sorriso agora no rosto, vai pra rua GIGANTE e certo de que vc é FODA! Bom sábado com esse sorriso LINDO que tá aí na foto“, escreveu em legenda de foto postada no Instagram.

https://www.instagram.com/p/CGKbYlchhW2/

Editora Cobogó lança coleção sobre artistas-ativistas da periferia

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(Créditos: Instagram @renesilva)

“Cabeças da periferia” mostra como personalidades constroem narrativas e mobilizações a partir da cultura e da comunicação

A coleção Cabeças da Periferia traz entrevistas com artistas-ativistas das periferias que transformam, com seu trabalho e mobilização, seus entornos e a conexão com o mundo. Os primeiros três livros apresentam, cada um deles, o comunicador Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades, o escritor Jessé Andarilho, autor de Fiel (Objetiva, 2014) e Efetivo variável (Alfaguarra, 2017), e a dançarina e pesquisadora Taísa Machado, criadora do Afrofunk. Como protagonistas de suas próprias narrativas, eles revelam o que pensam e como criam, falando de seus projetos e ativismos, realidades e ações transformadoras.

A coleção, que conta com a organização de Marcus Faustini, escritor e idealizador da Agência de Redes para a Juventude, traz a cada livro entrevistas conduzidas por Faustini com a participação de comentadores como Julio Ludemir, Rôssi Alves, Fred Coelho, Paulo Sampaio, Isabel Diegues, entre outros, convocados para esquentar as conversas. Partindo de como cada um dos personagens narra a si mesmo, somos apresentados ao que pensam de cultura, ativismo, circulação na cidade, refletindo sobre o território, a criação, sobre como afetam e provocam suas comunidades e qual a expectativa com a produção de suas práticas. As capas, são fruto da obra de Maxwell Alexandre, artista visual carioca.

Criado no Morro do Adeus, Rene Silva é um dos empreendedores brasileiros listados na #ForbesUnder30 e um ativista reconhecido internacionalmente. No livro, ele narra sua trajetória e como foi criar com apenas 11 anos o jornal Voz das Comunidades, veículo de comunicação comunitária que hoje atua em 14 comunidades cariocas informando sobre o dia-a-dia e as necessidades das favelas, articulando moradores e criando pontes.

“Nosso maior objetivo é trazer melhorias, levar melhorias para dentro das favelas, onde a gente exerce um papel de conectar. Conectar a favela com o asfalto, a favela com o governo, ser essa ponte”, comenta Rene.

Já Jessé Andarilho, nascido no bairro de Lins e criado em Antares, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, escreveu seu primeiro livro, Fiel (Objetiva, 2014), de forma nada convencional: no bloco de notas do celular nas viagens de trem de Santa Cruz à Central do Brasil. Desde então, publicou vários títulos, profere palestras Brasil afora, criou o Marginow — um sarau de poesia, slam e rap —, e administra uma biblioteca comunitária em Antares. “Tudo eu penso na troca. Pra quem não conhece a realidade da favela e lê o livro, eu tô mostrando um universo novo pra essa pessoa. E pra quem já é da favela e conhece o universo, eu tô mostrando esse universo de outro jeito”, diz Andarilho reforçando seu propósito.

Taísa Machado, a Chefona Mermo, cresceu entre a Pavuna e São João de Meriti e está à frente do Afrofunk. Por meio do projeto de dança são oferecidas oficinas que mesclam funk, twerk, dança afro e outros movimentos afrocentrados ancestrais, além de debates sobre o lugar da mulher na sociedade, suas relações com o corpo, a sensualidade e a cultura que nasce nas periferias. “Eu estudo a ciência milenar de mexer com os quadris. E vai desde as perspectivas ancestrais até as músicas histericamente sexualizadas da cena contemporânea. Essas, particularmente, eu adoro, sendo que o funk é a minha preferida. As mulheres rebolam, e isso não é vanguarda, isso não é um privilégio do tempo presente, é um fato”, justifica Taísa.

É por meio destes três primeiros livros da coleção Cabeças da periferia, que descobrimos quais as estratégias de criação e ativismo, e como, através da arte e cultura, esses personagens atuam.

Ficha técnica

Título: Jessé Andarilho, a escrita, a cultura e o território

Organização: Marcus Faustini      

Entrevistado: Jessé Andarilho

Comentadores: Julio Ludemir, Rôssi Alves, Isabel Diegues

Número de páginas: 96 páginas

ISBN: 978-65-5691-007-9

Formato: Brochura

Dimensões: 13×19 cm

Preço: R$32

Editora: Cobogó

Ficha técnica

Título: Rene Silva, ativismo digital e ação comunitária

Organização: Marcus Faustini

Entrevistado: Rene Silva

Comentadores: Paulo Sampaio, Fred Coelho, Isabel Diegues

Número de páginas: 88 páginas

ISBN: 978-65-5691-009-3 

Formato: Brochura

Dimensões: 13×19 cm

Preço: R$32

Editora: Cobogó

Ficha técnica

Título: Taísa Machado, o Afrofunk e a Ciência do Rebolado

Organização: Marcus Faustini

Entrevistada: Taísa Machado

Comentadores: Emílio Domingos, Sinara Rúbia, Isabel Diegues

Número de páginas: 104 páginas

ISBN: 978-65-5691-008-6

Formato: Brochura

Dimensões: 13×19 cm

Preço: R$32

Editora: Cobogó

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