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Ativismo, Crítica Social e Protagonismo Feminino em países africanos será abordado em edição da “Mostra de Cinemas Africanos”

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Foto: Divulgação/ Anthony Nti (Gana)

A programação que abordará diversos temas da atualidade por meio de filmes africanos contemporâneos e inéditos no Brasil ocorrerá em formato online e é 100% gratuita 

A edição especial da Mostra de Cinemas Africanos ocorre entre os dias 12 e 22 de março de 2021 e será realizado em parceria com o Cineclube Mário Gusmão, projeto de extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 

Composta por filmes africanos contemporâneos, muitos inéditos no Brasil, a programação inclui a exibição de 7 documentários em longa-metragem e 14 curtas de ficção, todos legendados em português e disponíveis apenas em território brasileiro. 

A exibição dos filmes acontece de forma online e gratuita, em parceria com a Spcine Play, (plataforma pública de streaming do brasileira)

Cada filme fica disponível por 72h na plataforma da Spcine Play a partir da data de sua estreia e há limites de visualizações específicos para cada filme (ver programação).

A realização da Mostra pretende promover o contato com as estéticas e narrativas presentes na cinematografia africana atual ainda pouco conhecida pelo público brasileiro. 

Além dos filmes, a programação conta com comentários de especialistas nos três programas de curtas, uma mesa redonda sobre o documentário nos cinemas africanos contemporâneos e a produção de um catálogo com apresentações dos filmes e textos de convidados.

Confira a programação:

Documentários: Ativismo, crítica social e protagonismo feminino

A curadoria de longas é assinada por Ana Camila Esteves e Beatriz Leal Riesco, idealizadoras da Mostra de Cinema Africanos, e tem foco absoluto em documentários da cinematografia africana contemporânea, todos inéditos no Brasil e produzidos em países como Quênia, Marrocos, Gana, Egito, Etiópia e República Democrática do Congo. 

Os documentários giram em torno da ideia de ativismos africanos, traçando um breve panorama das formas contemporâneas de luta e resistência em diversos territórios do continente. Tanto no âmbito macro como no micro, as narrativas apresentadas oferecem ao público brasileiro um repertório atual sobre exercícios diários de lutas cotidianas, que vão desde enfrentamentos corpo a corpo na rua até investigações íntimas sobre o passado e a relação com diferentes gerações de uma família.

O filme de abertura, Pare de nos filmar (2020) é um dos destaques da programação, com coprodução entre a República Democrática do Congo e Países Baixos.

Dirigido por Joris Postema, o documentário apresenta uma sofisticada autocrítica do exercício de filmar a África e os africanos, colocando em perspectiva diferentes olhares que ao final se perguntam: quem pode (nos) filmar? Outro destaque é Softie (2020), um dos filmes mais exibidos e celebrados em festivais internacionais em 2020, que segue a trajetória do jovem ativista queniano Boniface Mwangi a partir da relação com a sua família.

Narrativas íntimas e de mulheres potentes norteiam dois dos filmes da Mostra. Em Descobrindo Sally (2020), a diretora Tamara Dawit decide descobrir a história de sua tia Sally, que morreu durante a revolução etíope após ter se tornado ativista em uma viagem de férias ao país.

Já em Vamos Conversar (2019) a diretora Marianne Khoury explora com sua filha quatro gerações da sua família e reflete sobre como é ser mulher nesse micro espaço da sociedade egípcia contemporânea.

Um Lugar sob o Sol (2019) joga luz sobre os vendedores ambulantes no Marrocos, apresentando de forma sutil e sugestiva suas existências complexas e suas relações familiares, a dureza da vida na rua e o impacto do progresso em grandes cidades sobre esta parcela da população.

Também em Sakawa (2018) observamos um questionamento sobre a forma de sobreviver na África contemporânea, através do longa dirigido pelo ganês Ben Asamoah, que desvenda e acompanha de perto um esquema de golpes via internet.

O longa que encerra a Mostra é o documentário queniano Me Chamo Samuel (2020), que retrata o romance homoafetivo protagonizado por dois homens e as adversidades encontradas num país como o Quênia, cujas leis criminalizam qualquer um que se identifique como LGBTQI+.

Programas de curtas: memórias, vivências e corpo-território

Serão exibidos 14 curtas-metragens organizados em três programas que ficam disponíveis até o final da Mostra de Cinemas Africanos, sem limite de visualizações. Cada programa estará disponível na plataforma da Spcine Play às 19h do seu dia de estreia.

 A curadoria dos curtas é assinada por Jamille Cazumbá, Ema Ribeiro e Álex Antônio, todos integrantes do Cineclube Mário Gusmão, e é resultado de um processo prático de formação em curadoria no âmbito do projeto.

O primeiro programa de curtas, intitulado “Memória: performatividades entre-tempos”, reúne cinco filmes que exploram linguagens experimentais em torno de nuances da memória. 

O segundo, “Vivências do novo e perspectivas do agora”, explora a diversidade de experiências das infâncias e juventudes africanas contemporâneas. 

Já o terceiro, “Corpo-território: transversalizando os espaços”, apresenta narrativas que colocam em disputa diferentes noções de territorialidades quando falamos de África. 

Os filmes que compõem a programação de curtas são todos de ficção, incluindo quatro inéditos no Brasil: Ward e a Festa da Henna (Egito), Tab (África do Sul), Encrenqueiro (Nigéria) e Boa Noite (Gana) – este último integra a shortlist para indicação ao Oscar 2021.

Os programas de curtas estreiam respectivamente nos dias 13, 15 e 17 de março, e cada sessão contará com comentários de especialistas.

Para assistir aos filmes é preciso entrar no site SpcinePlay e fazer um rápido cadastro na plataforma parceira Looke. Em seguida é só clicar na aba do site referente à Mostra de Cinemas Africanos e escolher o título desejado. 

Os filmes ficam disponíveis na plataforma exclusivamente durante o período da Mostra, dentro da programação, e somente em território brasileiro.

PROGRAMAÇÃO:

12/03 (sexta): Pare de nos filmar (República Democrática do Congo, 2020) – 600 views

13/03 (sábado): Programa de curtas 1: Memória: performatividades entre-tempos. Filmes: Um cemitério de pombos (Nigéria), Invisíveis (Namíbia), Treino Periférico (Guiné Bissau), Bablinga (Burkina Faso), A lutadora de boxe (Senegal) – sem limite de views

14/03 (domingo): Softie (Quênia, 2020) – 600 views

15/03 (segunda)  Programa de curtas 2: Vivências do novo e perspectivas do agora. Filmes: Encrenqueiro (Nigéria), Perdendo  Minha Fé (Nigéria), Tab (África do Sul), Cabelo com Balanço (África do Sul), Boa Noite (Gana) – sem limite de views

Dia 16/03 (terça): Um Lugar sob o Sol (Marrocos, 2019) – 600 views

Dia 17/03 (quarta): Programa de curtas 3: Corpo-território: transversalizando os espaços. Filmes: Ethereality (Ruanda), Ward e a Festa da Henna (Egito), O Azul Branco Vermelho do meu Cabelo (França), Gagarine (França) – sem limite de views

Dia 19/03 (sexta): Sakawa (Gana, 2018) – 500 views

Dia 20/03 (sábado): Descobrindo Sally (Etiópia, 2020) – 500 views

Dia 21 (domingo): Vamos Conversar (Egito, 2019) – 400 views

Dia 22 (segunda): Me Chamo Samuel (Quênia, 2020) – 600 views

Articulação de Mulheres Negras Brasileiras cria agenda “Março de lutas” contra o racismo e o patriarcado

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A AMNB – Articulação de Mulheres Negras Brasileiras amplia a mobilização do dia 08 de março, um marco internacional de luta contra o patriarcado e o racismo, para o mês inteiro. A agenda de #MarçoDeLutas em 2021 é um conjunto de ações coletivas para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências, viabilizar denúncias para potencializar o enfrentamento ao racismo, o sexismo e a lesbitransfobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres.

Ao vivo, acontecem dois encontros on-line. O primeiro é a Live “Mulheres Negras Contra a Violência Política”, com a participação de parlamentares brasileiras que sofreram ataques recentes, no dia 05 de março, às 19h. O segundo é o “Diálogo Internacional – 20 anos da Conferência de Durban e a luta global contra o Racismo”, com a presença de mulheres negras das Américas, em 19 de março, às 15h.

No dia 08 de março será lançada uma revista eletrônica sobre o protagonismo das mulheres negras numa das maiores mobilizações brasileiras, em termos de articulação e engajamento. “Marcha das Mulheres Negras – Da ancestralidade ao futuro” é o nome da revista eletrônica, resultado de parceria da AMNB com o Cultne – Maior acervo digital de cultura negra da América Latina, que também é parceiro na exibição de materiais de audiovisual do acervo e produção de materiais inéditos sobre o legado da luta das mulheres negras no Brasil.

O Março de Lutas vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos, protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política”, comenta Valdecir Nascimento, coordenadora executiva da AMNB.

O conjunto de ações honra legados e trajetórias de pessoas e organizações negras com marcos históricos no mês de março como: os 3 anos do assassinato da militante negra parlamentar Marielle Franco, no dia 14 de março de 2018, ainda sem justiça; Neste mesmo dia homenageamos o nascimento de duas estrelas negras que tiveram grande contribuição para a luta negra brasileira: Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento – ambos nascidos em 14 de março de 1914. 

Já no dia 16 de março de 2021 faz sete anos que a trabalhadora Claúdia Ferreira foi assassinada por Policiais Militares (PMs) do Rio de Janeiro e arrastada do lado de fora da viatura, fato que será lembrado. É também em março, dia 21, que celebramos o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Em 27 de março celebramos o nascimento de outra estrela negra brasileira, Luiza Bairros, que tem inspirado homens e mulheres negras com seu legado.

Continuaremos em marcha até que todas as Marielles, Claudias, Carolinas, Abdias e Luizas tenham direito à vida e ao Bem Viver”, ressalta a coordenadora executiva da AMNB, Valdecir Nascimento. A primeira edição do Março de Lutas foi criada em 2019, em Salvador (BA), pelo Odara – Instituto da Mulher Negra. Nas edições anteriores foram realizadas ações de comunicação em alusão às datas que fazem parte da agenda. Confira a agenda completa no quadro abaixo.

A Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) é constituída por 49 organizações de mulheres negras, distribuídas nas cinco regiões do Brasil. São 20 anos atuando com a missão institucional de promover a ação política articulada de grupos e organizações integrantes, com enfrentamento ao racismo, sexismo, lesbofobia e todas as formas de discriminação. 

Serviço – Março de Lutas / Agenda AMNB

Site com Programação detalhada: http://amnb.org.br/marcodelutas

Fotos de Divulgação: http://bit.ly/FotosAMNBImprensa

Redes: https://www.instagram.com/amnboficial/ 

Local das Lives: http://bit.ly/YoutubeAMNB 

Assessoria de imprensa – Paó Comunicação/Cultne: 61 98179-9316 

Data/HoraPROGRAMAÇÃO – Março de Lutas 2021
01/03 Lançamento do hotsite da campanha nas redes sociais
05/03 – 19hLive “Mulheres Negras Contra a Violência Política”Participantes: Ana Lúcia Martins (Vereadora PT \ Joinville); Vereadora Carol Dartora (Vereadora PT / Curitiba); Vereadora Dandara (Vereadora PT / Uberlândia);  Lívia Duarte  (Vereadora PSOL/ Belém); Erica Hilton (Vereadora PSOL / SP). Mediação: Terlúcia Silva (AMNB)Transmissão – Canais do Youtube e Facebook da AMNB 
08/03 – 19h30Lançamento da Revista Eletrônica “Marcha das Mulheres Negras – Da ancestralidade ao futuro” Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB
14/03 – 19h3019h30 – Re-exibição de curta-metragens produzidos pelo acervo Cultne: “Marielle Presente – Eu sou porque nós somos”; “Teatro Experimental do Negro – Abdias Nascimento”; “Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus”, estrelando Ruth de Souza.Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB
16/03 – 19h30Re-exibição do documentário “Somos tod@s Claudia!!”, ato público registrado pelo acervo Cultne em 2014.
Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB
19/03 – 15hDiálogo Internacional – 20 anos da Conferência de Durban e a luta global contra o Racismo.
21/03Mobilização nas redes sociais da AMNB: Publicação de materiais da campanha em alusão ao Dia de Eliminação da Discriminação Racial
27/03 – 19h30Lançamento do documentário “Tributo à Luiza Bairros” produzido pelo acervo Cultne.Transmissão: Canais do Youtube e Facebook – AMNB
31/03Mobilização nas redes sociais da AMNB: Publicação de materiais da campanha para referenciar a participação da população negra na luta pela democracia e contra a ditadura militar.

Facebook lança “Latam Season” série com Liniker, Vivi Duarte e Emicida sobre diversidade e inclusão

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Estreia no dia 11 de março a primeira série documental totalmente produzida pelo Facebook na América Latina. ‘Latam Season’ tem seis episódios e trata da “importância crucial da diversidade e da inclusão para o sucesso dos negócios”.

Cada capítulo é apresentado por um especialista. Na lista estão o músico, escritor, compositor, apresentador e empresário Emicida; a atriz, cantora e compositora Liniker; a blogueira mexicana de moda plus size Priscila Arias; a locutora chilena Caterina Moretti, que tem síndrome de Down; a jornalista e empreendedora social Viviane Duarte, e a cantora, compositora, produtora, antropóloga e ativista mexicana Lila Downs.

Os filmes abordam temas como representatividade e identidade, comunidades, democratização digital, criatividade coletiva e tecnologia. Cada episódio será liberado individualmente. A agenda será publicada na página oficial da produção.

“Matriarquia em Processo”: Camila Pitanga estreia peça online e transmitida direto de sua casa

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Foto: Google imagens

No próximo dia 07 de março, às 19h, Camila Pitanga estreia “Matriarquia em Processo”, espetáculo solo com transmissão online dentro da plataforma “Em casa com o sesc”, do Sesc São Paulo.

Pensada como “poema cênico musical performático”, a atriz, acompanhada do musicista Luiz Gayotto, interpreta a agente de saúde Stela, uma mulher que, submetida a um constante estado de vigília, passa a ter delírios auditivos, reencontrando a própria mãe no fundo de suas memórias e dialogando com a filha, momento em que a narrativa da personagem atravessa e conecta-se às memórias da própria atriz.

Matriarquia é sobre o encontro de mulheres, é sobre o meu encontro com minhas vivências e percepções, bem como minha experiência neste mundo que atravessa uma pandemia”, explica Camila.

Camila, criadora da peça em conjunto com a roteirista Dione Carlose e Lucia Gayotto, preparadora vocal, inicialmente pensou em encenar um texto já existente, mas durante a pandemia começaram a desenhar a obra atual.

“Nós duas estudamos diversos textos juntas, mas precisamente em 29 de maio de 2020, após assistirmos na televisão notícias com profissionais de saúde que travam a guerra contra a Covid-19, entendemos que a personagem principal seria uma agente de saúde, e então convidei a dramaturga Dione Carlos para uma leitura de seus textos”, conta Lucia.

 “Eu ainda não tinha vivido a experiência de ter um texto lido assim, pela internet, mas para a minha surpresa algo aconteceu naquele dia. Camila fez o texto dançar”, relembra Dione, que prossegue pontuando que todas contribuíram para o roteiro e resultado final.

Dione rememora que, no meio deste processo, em agosto de 2020, Camila teve Malária e contato direto com outras agentes de saúde do Hospital das Clínicas, em São Paulo. “Todas estas experiências foram assimiladas pelo trabalho. Cris Moura, nossa diretora, trouxe propostas valiosas para a encenação, fazendo com que eu voltasse ao texto e o ampliasse a partir de cenas já levantadas”, ressalta Dione.

Uma história de drama, a peça será passada no dia 7 de março nas redes sociais do Sesc SP às 19h, tendo duração de 60 minutos e classificação etária a partir dos 10 anos e é gratuito.

Festival Fade To Black oferece laboratório de roteiro e palestra com o cineasta Stefon Bristol

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O FADE TO BLACK Festival é uma iniciativa que visa descobrir, divulgar e premiar narrativas audiovisuais criadas por pessoas negras do audiovisual brasileiro e internacional. Além do Laboratório para Roteiristas, contará com Mostra de Curtas-Metragens, Concurso de Roteiro, e Painéis de discussão.

Um dos palestrantes confirmados é Stefon Tefon Bristol, diretor de cinema e parceiro de Spike Lee (vencedor do Oscar). A parceria rendeu ao filme “See You Yesterday”, de 2019, o prêmio de “Melhor Roteiro de Estreia” pela Independent Spirit Award. Anunciado nesta semana, o próximo projeto de BRISTOL para Netflix “Gordon Hemingway & The Realm of Cthulhu”, também será produzido por Spike Lee.

Idealizadora do evento, a cineasta Gautier Lee reforça que: “Quando falamos sobre narrativas e estéticas negras existe um senso comum, e um tanto errôneo, de que somos homogêneos, de que o ‘ser negro’ é uma experiência única, e de que agimos e reagimos da mesma forma. Mas, apesar de sermos iguais perante os olhos de muitos, não somos idênticos pelo simples fato de sermos indivíduos. O FADE TO BLACK Festival possui um objetivo ousado: ser, em pleno 2021, um quilombo audiovisual para afrocriadores de toda a diáspora.”

Entre as atividades gratuitas, o evento virtual oferecerá o Fade to Black Lab, direcionado para roteiristas iniciantes que tenham projetos de curta-metragem tanto para TV quanto cinema. Serão selecionados até 12 projetos que receberão consultorias de profissionais com destaque no mercado. As inscrições são gratuitas e foram prorrogadas até o dia 4 de março. O formulário de inscrição e o regulamento estão disponíveis no site:  www.fadetoblackfestival.com .

Contemplado pela lei Aldir Blanc de incentivo às produções culturais (Lei federal nº 14.017/2020), o FADE TO BLACK Festival é idealizado pela produtora audiovisual Gautiverse, de Gautier Lee e realizado em parceria com a Reina Produções. Além disso, o FADE TO BLACK Festival conta com parceiros internacionais: Organization of Black Screenwriters, Black Film Space, Black Film Allegiance, Black Femme Supremacy Film Fest e parceiros do mercado nacional: Macumba Lab, APAN, Revista Exibidor, Griottes Narrativas, Frapa, Rota, Roteiraria, Películas Negras/Saturnema Filmes, Cabíria, ABRA e Serie Lab.

Para mais informações acesse www.fadetoblackfestival.com  e as redes sociais do evento: Instagram @fadetoblack_festival, Facebook @fadetoblackfestival  e Twitter @fadetoblackfes1.

Folha de SP abre inscrições, exclusivo para pessoas negras, para seu programa de treinamento em jornalismo diário

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Foto: Getty imagens

O jornal Folha De São Paulo, abriu na sexta-feira (19) inscrições para seu programa de treinamento em jornalismo diário, que será destinado exclusivamente para pessoas negras. O curso contemplará e selecionará estudantes universitários e formados em qualquer área de atuação.

Por causa da pandemia, o curso será online e, por isso, pessoas interessadas de qualquer estado do país podem participar. Com o critério auto declarativo de cor, o treinamento terá três meses e será no período noturno, das 18h às 22h.

Os trainees terão aulas de práticas jornalísticas, português, uso de banco de dados e economia, entre outros temas. A coordenadora do curso será Flavia Lima, Ombusdsman da Folha.

Para Alexandra Moraes, editora de Diversidade, “a iniciativa deve se somar a outras para reduzir a distância entre o perfil da Redação, majoritariamente branca, e o da população num país de maioria negra”.

As inscrições encerram no dia 21 e março, através do site (http://treinamento.folha.com.br/programadetrainee/index/).

O jornal não dá garantia de emprego final, mas o curso é, com certeza, uma grande oportunidade de crescimento e experiência.

279 meninas sequestradas em uma escola da Nigéria são soltas e devolvidas ao governo do país

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Foto: Afolabi Sotunde/Reuters

O sequestro de 279 meninas em um colégio interno é o mais recente de uma série de casos semelhantes de sequestro na Nigéria, um dos principais países do Continente Africano. Pelo menos 42 pessoas foram sequestradas de uma escola estatal no mês passado e depois liberadas, após uma ‘negociação do governo’.

As meninas, que foram pegas enquanto estavam em aula, foram sequestradas na sexta-feira (26), por homens armados que invadiram sua escola estatal no estado de Zamfara, no noroeste da Nigéria, disse a polícia.

As garotas chegaram na madrugada da terça-feira a casa do governo de Zamfara, onde estavam vestidas com hijabs em tons pastéis idênticos, assustadas, muitas delas diziam que viveram “os piores momentos de suas vidas”.

Yusuf Idris, porta-voz do governador regional Bello Matawalle, disse na terça-feira que todas as 279 meninas foram devolvidas em segurança, ficando presas para averiguação. Idris disse, ainda, que eles estavam em “boas condições”, embora algumas delas tivessem feridas abertas nos pés.

“A maioria de nós se machucou nos pés e não podíamos continuar a caminhada, então eles (os sequestradores) disseram que atirariam em qualquer um que não continuasse a andar”, disse Umma Abubakar, uma das meninas sequestradas a repórteres reunidos na casa estadual na terça-feira.

“Atravessamos um rio e eles nos esconderam e nos deixaram dormir sob os arbustos em uma floresta.”

Quando ocorreu o ataque na escola, as informações oficiais e divulgadas pelos maiores veículos de imprensa do país africano, eram de que um total de 317 alunas tinham sido sequestradas, contudo, ao voltar apenas 279, o porta-voz do governo falou que o primeiro número tinha sido falso e que as pessoas acreditassem que houve o resgate de todas as sequestradas.

O sequestro para obter resgate (em forma de dinheiro com uma combinação governamental) é comum em partes da Nigéria e se tornou um grande desafio para a segurança pública do país. Algumas pessoas relataram que os governadores dos estados pagam resgates regularmente para garantir a segurança das vítimas, mas raramente admitem fazê-lo.

Idris disse que nenhum resgate foi pago pela libertação das meninas, dizendo à CNN que as meninas sequestradas foram libertadas depois que “bandidos arrependidos” agiram como intermediários para negociar sua libertação.

O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, falou recentemente que os governadores precisavam reaver “sua política de recompensar bandidos com dinheiro e veículos”, dizendo que o tiro “poderia sair pela culatra com consequências potencialmente desastrosas”. Buhari também pediu aos governadores estaduais que trabalhem duro para garantir a segurança de suas escolas.

Após a volta das vítimas, o presidente falou em suas redes sócias que estava feliz com o desfecho da história, mas iria trabalhar duro para pôr fim a acidentes de sequestros sombrios e dolorosos.

“Estamos trabalhando duro para pôr fim a esses incidentes de sequestro sombrios e dolorosos. Os militares e a polícia continuarão a perseguir os sequestradores”, disse ele.

Polícia pede prisão de Negão da BL, Mc Poze e outros 12 por realização de bailes funk na pandemia

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Foto: Reprodução/Internet

As delegacias de Repressão aos Crimes de Informática e de Combate às Drogas da Polícia Civil solicitou a prisão de Negão da BL, Mc Poze e outros 14 responsáveis por realizar festas e bailes funk durante a pandemia.

Nas últimas semanas dezenas de funkeiros e favelados se tornaram alvo de investigações da delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e de Combate às Drogas da Polícia Civil.

O último caso que repercutiu na mídia foi a prisão do pagodeiro Belo, o cantor foi detido e acusado de incentivar a aglomeração em shows nas favelas. 

Na manhã desta terça-feira (2) a polícia alegou que eles são acusados de crimes de infração de medida sanitária preventiva, epidemia e associação ao tráfico de drogas.

Segundo a polícia os artistas em questão descumpriram os decretos municipais e estaduais que determinam a suspensão de atividades que envolvam aglomeração de pessoas durante a pandemia de covid-19, e também desrespeitaram a Lei do Silêncio e reproduziram músicas que fazem apologia ao crime.

Confira trecho do documento oficial:

“Os organizadores utilizam equipamentos de som de grande potência cujos decibéis ultrapassam em muito o limite legal estabelecido, propagando-se a quilômetros de distância, perturbando o sossego da coletividade, no período entre as 22:00hs e 07:00hs da manhã do dia seguinte, expondo crianças, adolescentes e adultos ao nefasto conteúdo, visto que, em sua grande maioria, são tocadas “músicas” de produção clandestina (proibidões) que fazem apologia ao crime ou a criminosos, sendo também tema recorrente o sexo, a violência, o tráfico e o uso de drogas”.

Veja a longa lista de eventos e os artistas investigados que tiveram a prisão solicitada:

Comunidade do Jacarezinho – Evento: Carnaval do Jaca 

Marcos Almeida da Costa – DJ Markinho do Jaca;

Leonardo Helcias Andrade Cardoso – o Leo

Denílson Rodrigues Ferreira – DJ Denilson do Chapadão;

Adriano de Souza Freitas, vulgo Chico Bento, (líder da quadrilha de narcotraficantes da localidade).

Comunidade da Pedreira – Evento: Pedra Folia

Luiz Cedro da Silva Junior – o Júnior;

André dos Santos Saraiva – DJ Andrezinho da Divisa;

Rodrigo Santos Silva – DJ RD San;

Rene de Freitas Lopes Araujo, vulgo Coelho da Pedreira, líder da quadrilha de narcotraficantes da localidade.

Comunidade do Castelar – Evento: Baile do Castelar Especial de Carnaval

Marlon Brendon Coelho Couto da Silva – MC Poze do Rodo;

Rangel da Silva Castro;

Jose Carlos dos Prazeres Silva, vulgo Cem ou Piranha, líder da quadrilha de narcotraficantes da localidade.

Comunidade de Acari – Evento: Acari Folia

Mateus Bento de Souza – negão da BL;

Gerson Rezende Sampaio e Silva;

Alexsander Mesmer Fernandes, vulgo Formigão, líder da quadrilha de narcotraficantes da localidade.

Informações: Rap Mais

Como cumprir o Plano de Vacinação entre as comunidades quilombolas?

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Foto: Prefeitura de Cachoeira do Piriá/Divulgação

Por: Hilton P. Silva*

 Não se sabe exatamente quantas comunidades quilombolas existem no Brasil. Em 2019, o IBGE havia identificado 5.972 grupamentos. Segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 do Ministério da Saúde, essas populações têm elevada vulnerabilidade social, logo, são prioritárias para imunização. Com a chegada das vacinas, haverá necessidade de planejar as formas de abordar esse grupo para garantir o acesso e a eficácia da campanha.

É fundamental que os municípios se preparem, reconhecendo quantas comunidades existem em seu território e qual a população total sujeita à vacinação. Além disso, é papel da Secretaria Municipal de Saúde coordenar com as associações representativas dos quilombos para identificar as condições de acesso, a fim de planejar os modos de transporte, quantidade de insumos, equipamentos, combustível e equipes necessárias para a ação. As turmas novas devem ser imediatamente sensibilizadas, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Para o adequado cumprimento de sua missão, as equipes de saúde devem ser preferencialmente das próprias comunidades, ou serem os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e outros profissionais já familiarizados com a população local. E, claro, com pleno acesso aos equipamentos de proteção individuais (EPIs).

Já o acesso aos territórios e a abordagem da população precisam ser feitos com o apoio das lideranças e/ou organizações locais, responsáveis também por indicar os espaços destinados à vacinação, cabendo aos técnicos a avaliação de possíveis adaptações a serem executadas pelo município.

Como o isolamento geográfico dos territórios pode dificultar o retorno no prazo adequado, será preciso planejar para que todos os grupos sejam vacinados em cada visita, bem como a logística para a volta a todas as comunidades para aplicação da segunda dose. Em virtude da precariedade das condições sócio-sanitárias da maioria dos quilombos, a prefeitura deve garantir a entrega de materiais de higiene e máscaras para todos os moradores, em ambas as etapas de imunização, reduzindo assim, o risco de contaminação.

Dada a situação de vulnerabilidade das pessoas, é fundamental que a vacinação seja organizada de forma a evitar aglomerações. Como podem ocorrer efeitos colaterais, recomenda-se que a equipe permaneça no local de 12 a 24 horas, para acompanhar eventuais intercorrências.

Em tempos de grande circulação de notícias falsas, o sucesso do Plano Municipal de Vacinação dependerá também da sua divulgação, com uma ampla campanha informando datas, locais e público-alvo para evitar que outros se dirijam aos postos quilombolas, causando aglomeração e potencial infiltração da doença.

Como as duas vacinas foram aprovadas para uso emergencial, é preciso fazer um cuidadoso acompanhamento individual, uma vez que podem ocorrer eventos adversos pós-vacinação (EAPV) em dias subsequentes, e que todos devem receber a segunda dose. O Ministério da Saúde desenvolveu um software com esse propósito (aplicativo Conecte-SUS), mas este está ainda em fase de implantação. Então, talvez seja necessário planejar alternativas localmente.

Finalmente, considerando o racismo estrutural vivido pelas comunidades tradicionais, e com a finalidade de garantir a democracia do acesso, a imunização não deve ser condicionada a apresentação de qualquer tipo de documento ou cadastro prévio, e tampouco ser solicitado a assinatura de termo de consentimento para o usuário. Porém, cada um deverá receber um comprovante de imunização e ser informado para trazê-lo ao voltar para a dose complementar.

*Hilton P. Silva, é membro do GT Racismo e Saúde da Abrasco e Prof. Dr. da Universidade Federal do Pará (UFPA). Este artigo é uma produção do GT Racismo/Abrasco com apoio institucional do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA)

A arte de ser brasileira, negra, mãe e escritora na Suécia

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Isabel Cintra - Foto: Divulgação

Quando se escolhe outro país para viver, a mudança que ocorre é profunda. Requer cuidado e muito afeto, principalmente por parte de nós mesmos.  

Era pleno verão, há 12 anos, quando cheguei na Suécia e uma conversa me intrigou: “Aqui, num mesmo dia, é possível que se veja as quatro estações do ano.”  De fato.

Já fui acordada pelo calor do sol refletindo na vidraça do meu quarto. Horas depois, através da janela da cozinha, acompanhar a queda de pedras de gelo muito miúdas, mas que não chegam a ser neve. A seguir, no almoço, receber mensagens pelo SMS do Serviço Meteorológico a prevenir sobre as possibilidades de ventos fortes, atentando aos perigos na condução.

Para uma brasileira do interior – São Joaquim da Barra, SP – onde a gente cresce sentindo o calor do sol intenso, sem se importar qual será a temperatura máxima e tendo a claridade como algo que nos pertence, chegar aqui é constatar que só existe um caminho a seguir: o da aceitação.

A partir do princípio que tenho de estar bem para poder cuidar do outro, dou início a um processo de autocuidado que requer tempo, conhecimento e reconhecimento.

A socialização diminui drasticamente com a chegada do inverno: as pessoas estão mais dentro de suas casas ocupando-se das crianças e dos afazeres domésticos. É neste momento que me agarro ainda mais aos livros e tento fazer das minhas leituras (sozinha ou com as crianças) um dos poucos momentos de prazer que a estação fria oferece.

Mulher negra, mãe, esposa e escritora.

A frase é curta, mas traz um significado pesado nos muitos detalhes que representa.

É importante e fundamental a missão de não só evidenciar a representatividade através da escrita, mas também mostrá-la no dia-a-dia para as minhas filhas, para as pessoas com quem me relaciono. E isso se dá da maneira mais natural possível.

A nossa rotina de todas as manhãs revela às minhas meninas uma mãe atenta ao relógio enquanto prepara o leite com chocolate e o pão com manteiga para lhe servirem. Elas sabem que, após entrarem no táxi escolar, irei me sentar por horas no pequeno canto da sala, onde fica minha mesa de trabalho e escrever estórias com os personagens negros ilustrados pelo tio Zeka Cintra.

Ao chegarem da escola no final da tarde, já sabem onde me encontrar e chegam ansiosas. Para elas, é divertido me observar enquanto escrevo. Procuro deixar sempre claro a enorme diferença que há entre minha infância e a delas e o quanto a história das protagonistas dos livros é importante para que, agora, eu protagonize a minha própria com dignidade e liberdade. Sem medo.

Por fim, me fortaleço ao vê-las fortalecidas ouvindo sobre minhas memórias afetivas, e também em poder expressar minha gratidão. Afinal, o caminho continua a ser feito. Faço parte desta construção e poder sonhar estar em todos e quaisquer espaços sociais é algo que está sendo conquistado.

Seja qual for a estação, ao longo de todo o ano, quero me sentir honrada e privilegiada em poder compartilhar tanto afeto, cumplicidade e representatividade com minhas meninas. Seja no Brasil, na Suécia, ou em qualquer lugar do mundo.

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