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De preto pra preto: por que comprar no mercado blackMoney

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Foto: Reprodução/Internet

Por: Movimento Black Money

O Black Money é um movimento que se baseia no fortalecimento econômico da população preta. Para isso, é fundamental que o consumidor negro tenha as suas necessidades satisfeitas por empreendedores negros. Dessa forma, o dinheiro se mantém circulando entre as pessoas pretas por mais tempo, gerando emprego, renda e independência financeira.

Qualquer pessoa pode contribuir com esse movimento ao dar preferência aos empreendedores pretos na hora de adquirir produtos e serviços. Por isso, neste artigo, vamos falar sobre o poder de compra do consumidor negro e os tipos de empreendimentos que atendem a esse segmento de mercado. Você ainda vai saber como o Mercado Black Money cumpre um papel importante no faturamento de afroempreendedores. Confira!

Poder de compra do consumidor negro

Os consumidores negros nos Brasil movimentam mais de 1,7 trilhão de reais em renda própria por ano. Somos nós que geramos essa renda e é para nós que devemos utilizá-la. Ao direcionar a maior parte das transações financeiras para dentro da comunidade negra, o que estamos fazendo é fortalecer a nossa etnia.

Os empreendedores pretos faturam mais, tem uma demanda maior de produção, contratam mais pessoas pretas, que veem sua renda aumentar e conseguem adquirir mais produtos e serviços de gente preta. Ou seja, cria-se uma espiral positiva para toda a comunidade.

Tipos de empreendimentos negros que podem beneficiar o seu consumo

Existem diversos tipos de empreendimentos administrados por pessoas pretas em todas as cidades do país. Contudo, alguns segmentos são ainda mais importantes por ajudarem na luta identitária do povo negro em diáspora, tais como os exemplos que trouxemos abaixo.

Estética e beleza

As questões estéticas, para o nosso povo preto, estão muito mais relacionadas à afirmação da nossa identidade do que a qualquer coisa mais superficial. Somos muito diferentes em nossos traços, em nossos variados tons de pele e em nossos cabelos. Empresas de outras etnias não consegue captar a nossa essência da forma como merecemos e precisamos.

Nesse quesito estão incluídos produtos como maquiagem específica para a pele negra, xampus e cremes para hidratar os cabelos, ativadores de cachos, e serviços de tratamento de pele e massagem.

Moda e acessórios

A parte de vestuário, calçados e acessórios também são elementos importantíssimos para a expressão da nossa identidade racial. Desde a escolha das estampas coloridas e alegres até o uso de acessórios que só fazem sentido para nós, como os turbantes. A forma como nos apresentamos é também um resgate de nossas origens.

Literatura

Na parte de literatura, temos duas questões que se destacam. A primeira é sobre a literatura infantil e a forma como podemos educar nossas crianças. A diferença que podemos plantar na sociedade a partir do fortalecimento da consciência negra em nossos pequenos e pequenas. A segunda é sobre nós, adultos, que tivemos grande parte da nossa história omitida. O consumo de autores e autoras negras é mais uma forma de fortalecermos a nossa consciência e a nossa luta.

Cursos e treinamentos

Por fim, temos também os cursos e treinamentos criados por profissionais negros. Os temas variam bastante, e permeiam todos os tipos de assuntos. O que quer que você queira ou precise aprender, pode encontrar sendo ensinado por uma pessoa preta. Sem falar em alguns cursos e treinamentos que são de temas mais específicos, como é o caso do curso de Filosofia Africana, da Professora Katiúscia Ribeiro, ou o de Língua Yorubá, do professor Adebayo Abidemi Majaro.

Como o mercado black money contribui para o faturamento de afroempreendedores

O Mercado Black Money é o marketplace exclusivo para empreendedores pretos e pretas. Por meio dele, é possível vender tanto produtos quanto serviços, de forma prática, simples e rápida. Quem compra pelo Mercado Black Money está contribuindo com toda uma comunidade de pessoas pretas, principalmente no que diz respeito aos aspectos abaixo.

Ferramenta completa para o empreendedor

O Mercado Black Money é uma plataforma que oferece todos os recursos que uma pessoa precisa para vender produtos e serviços pela internet. O processo de criação da loja e cadastro dos produtos é muito simples e intuitiva, em alguns minutos já é possível começar as vendas. Com isso, o negócio das pessoas pretas ganha mais visibilidade e podendo fazer a captação de mais clientes.

Variedade para os consumidores

Por se tratar de um marketplace, o Mercado Black Money é um lugar que reúne milhares de opções de produtos e serviços para os consumidores. A grande diferença dele para os demais do mesmo tipo está no foco em empreendimentos de pessoas pretas. 

Isso faz com que tudo o que está sendo vendido ali seja ainda mais especial. São produtos e serviços de diferentes categorias, todos criados por negros e negras que entendem muito bem as necessidades do nosso povo. 

Representatividade

Em uma plataforma de vendas online focada em empreendedores negros, a representatividade é um ingrediente básico, presente em cada detalhe. A começar pelos produtos e serviços, tudo ali é feito por e para os pretos e pretas. Nós somos o público-alvo de todas as campanhas e de todos os vendedores.

Navegando pelas lojas, é muito mais fácil de se ver comprando e utilizando o que está sendo oferecido. São produtos e serviços diferenciados, específicos para nós, pessoas negras, e que fortalecem a nossa identidade e nossas origens.

Fortalecimento do conceito de black money

A prática do Black Money é a forma que nós, do Movimento Black Money, enxergamos como mais eficiente de luta antirracista. É o meio que temos de tomar o poder que nos foi tirado e construir uma sociedade mais igualitária, onde o povo africano, em diáspora, não seja diminuído ou visto como uma raça inferior.

O consumidor negro que compra na plataforma está ajudando a fortalecer o conceito de Black Money, direcionado o seu dinheiro para dentro da comunidade preta e fazendo com que ele permaneça mais tempo nela. Isso se traduz em mais empregos, renda e crescimento econômico dos nossos irmãos e irmãs.

Se você entendeu a importância de fazer parte desse movimento e o quanto tem a ganhar e a contribuir, então, não deixe passar essa oportunidade de fazer a sua parte. Compre agora mesmo de uma pessoa preta!

Espetáculo “Tu Maracá! – Brincantes Online” reúne toda manifestação cultural do Maracatu

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O espetáculo “Tu Maracá! – Brincantes Online” está disponível no canal do diretor Ícaro Ramos no Youtube. A obra fílmica reúne música, movimentos e visualidade do Maracatu, importante manifestação cultural de Pernambuco, e celebra o mês dedicado à dança.

TU MARACÁ! – Brincantes Online é a reverberação da minha vivência com maracatus em Recife e Olinda, no período do carnaval de 2015. Tem gente que viaja e dessa viagem se inspira pra escrever um livro ou criar uma música ou etc. No meu caso, eu crei dança. E é dança, é cinema, é música, é brincante! Tudo isso brincando online em casa. Das ruas para as casas e das casas para as telas. ‘Carrego pra onde vou o peso do meu som lotando minha bagagem. Meu maracatu pesa uma tonelada de surdez e pede passagem’, como diria Nação Zumbi”, explica Ícaro Ramos, que assina a direção geral, roteiro e edição do projeto.

O filme traz no elenco os intérpretes-criadores Aline Moreira, Guilherme Silva, Heloisa Maria, Iago Gomes, Ícaro Ramos, Marcos Ferreira, Natália Silva, Rhayman Silva e Ruan Wills. Suellen Massena assina o figurino e Leonardo Santos a assistência de direção. Produção de Guego Anunciação e Nanda Rachell como assistente.

Assista “Tu Maracá! – Brincantes Online”:

Tv Cultura reapresenta ‘Persona’ com João Acaiabe nesta sexta-feira

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Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira (9/4), a TV Cultura reapresenta a edição do Persona que homenageia o ator e contador de histórias João Acaiabe, morto no último dia 31 vítima da Covid-19. A edição terá apresentação de Atilio Bari, o programa vai ao ar às 23h30.

Em seus 40 anos de carreira, João Acaiabe participou de dezenas de montagens teatrais e filmes, e foi presença marcante na televisão. O artista ficou especialmente conhecido por interpretar os personagens Tio Barnabé em Sítio do Picapau Amarelo e o chefe Chico na novela Chiquititas.

Durante o programa, Acaiabe é entrevistado pelas atrizes Carla Fioroni e Lizette Negreiros. No decorrer da atração, conta também com depoimentos a seu respeito de inúmeros artistas como Nicette Bruno, Luiz Serra, Ana Maria Barreto, Oswaldo Mendes, João Batista de Andrade, Roberto Marti e Gigi Anhelli.

O artista relembra sua infância em Espírito Santo do Pinhal (SP) e o início de carreira, aos 16 anos, como locutor de rádio em sua cidade natal. Comenta que começou a se interessar por teatro devido ao circo que passava em sua cidade. “Era um circo-teatro. Várias vezes eu quis fugir com o circo, mas não tinha coragem”, confidencia.

O ator comentou sobre sua vinda para São Paulo, aos 18 anos. 

“Eu tinha feito o magistério e vim para São Paulo para fazer psicologia”. João ainda lembra seu ingresso na Escola de Arte Dramática e o fato de ser o único negro da turma.

 “No ginásio, eu era o único negro e na escola também. Mas é incrível como o teatro recebe a gente, negros, brancos, mestiços, gays, lésbicas. Ele abraça”, diz.

Quando estava na Escola de Arte Dramática, ainda muito jovem, Acaiabe foi para a Colômbia, no Festival Internacional de Teatro de Manizales, onde interpretou um personagem que tinha que cantar e dançar. “Foi muito bom, mas eu nunca sofri tanto na minha vida”, diz aos risos.

No Persona, o artista conta sobre algumas das peças das quais participou, como Pedro Pedreiro, Missa Leiga, Balada de Manhattan, Um tiro no coração, Jesus Homem, Lembrar é Resistir e Vamos jogar o jogo do jogo. Também fala dos espetáculos infantis, como Histórias para a Hora do Não, e de seus trabalhos voltados às crianças na televisão, como o célebre Bambalalão, da TV Cultura, em que contava histórias. “Eu fui pioneiro de contar história em televisão. O Antônio Abujamra me deu isso”.

No cinema, fez diversos filmes, como Vozes do Medo, Eles não usam black-tie, Os Boleiros e A Próxima Vítima, que lhe rendeu um prêmio.

Ismael Ivo, maior dançarino e coreógrafo brasileiro, morre aos 66 anos

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O dançarino e coreógrafo Ismael Ivo morreu aos 66 anos, vítima de Covid-19. Ivo fez carreira no exterior e despontou no auge da dança contemporânea de São Paulo nos anos 1970. Na década seguinte, seguiu para o exterior. Voltou ao Brasil em 2017 para comandar o Balé da Cidade, o corpo de baile do Theatro Municipal de São Paulo, cidade onde nasceu.

Ivo criou e foi diretor artístico do ImpulsTanz, de Viena, um dos mais importantes festivais de dança contemporânea da Europa. Ismael Ivo também dirigiu o Teatro Nacional Alemão, em Weimar, se dizendo o primeiro negro e estrangeiro nesse posto, e chefiou a seção de dança da Bienal de Veneza.

O governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, o classificou como um dos maiores coreógrafos contemporâneos.

Ismael foi diretor da Bienal de Veneza, do Balé da Cidade, e o primeiro estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional Alemão”, escreveu Doria no Twitter. “Era um amigo querido. Muito triste.”

BBB21: Carla Diaz é procurada pela polícia para apurar caso de “racismo reverso”

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Foto: Reprodução/Internet

Na última quinta-feira a atriz e ex-BBB Carla Diaz contou nos stories do seu  Instagram que foi procurada por um policial da DECRADI – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Rio de Janeiro. 

Enquanto a atriz ainda estava confinada, aqui fora iniciou uma investigação de um caso de discriminação racial da psicóloga Lumena contra ela.

“Toda cagada na branquitude” disse Lumena em conversa com a cantora Karol Conka. Carla não tinha conhecimento do inquérito e disse que foi surpreendida com a visita da polícia.

“Bateram na minha porta. Levei um susto, óbvio, até porque alguém pediu para a delegacia instaurar um inquérito. Eu vou ter que prestar esclarecimento sobre um procedimento de preconceito racial. Sim, como se eu fosse a vítima. Como se eu tivesse sido vítima de discriminação. Quero dizer que acho isso tudo um absurdo”, desabafou Carla Diaz.

https://twitter.com/Carladiaz/status/1380222783515455492

A atriz aproveitou para ressaltar para os seus seguidores que racismo reverso não existe, portanto, ela nunca foi vítima de discriminação racial:

 “Acho importante afirmar aqui que racismo reverso não existe. Gente, por favor, vamos ler, vamos nos informar. A Internet está aqui para isso. O programa debateu racismo a semana toda. Estou muito chateada com essa situação, ainda mais porque tudo isso começou quando eu ainda estava na casa. Usaram meu nome, sem meu conhecimento, para me colocar nessa situação”, continuou.

A atriz também informou que o caso está com o seu advogado, e por ora, ela não tem mais informações sobre o assunto.

Negra Li lança projeto “Só Uma Tacinha” para se aproximar e matar a saudade do seu público

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O projeto consiste em aproximar a cantora de seu público em um formato informal e leve, onde o foco é conversar e responder perguntas tomando uma taça de vinho.

A inspiração do projeto vem da saudade de poder conversar com os amigos tomando um bom vinho sentados na sala de casa. Por conta da pandemia, esses encontros de tornaram impossíveis, mas a cantora deu um jeitinho e utilizou disso para conversar com seus fãs.

Os vídeos serão postados de 15 em 15 dias e vão trazer temas importantes para a cantora. Neste primeiro, ela fala de amadurecimento, sentimentos que estão presentes durante os aniversários e como hoje ela se sente muito mais feliz do que era quando tinha 20 anos.

Pensamos nesse projeto como uma forma para me aproximar ainda mais do meu público e poder conversar como se estivesse falando com amigos mesmo. Meu foco é trazer temas que são importantes para mim, mas de uma forma leve, tranquila, para que possa mostrar minha visão de acordo com a vivencia que tive e de alguma forma poder ajudar e influenciar de uma forma positiva todo meu publico“, comenta a cantora.

Confira:

Netflix lançará documentário sobre a carreira e vida de Kanye West

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Foto: Reprodução/Internet

A carreira do rapper Kanye West sempre foi marcada por grandes acontecimentos, desde a polêmica envolvendo a cantora Taylor Swift no VMA 2009 o cantor nunca mais saiu dos holofotes, candidatura a presidência, envolvimento com a família Kardashian e exposições nas redes sociais e muitos outros assuntos mantiveram o nome de Kanye no topo.

A Netflix decidiu comprar o projeto que mostra detalhes dos últimos 20 anos da carreira e vida do rapper. O documentário deverá ser lançado ainda no ano de 2021, e é uma produção dos diretores Clarence Simmons e Chike Ozah, que já trabalharam com o rapper em um  clipe de 2003. Durante esses anos os diretores registraram diversos momentos da vida de Kanye, que serão exibidos com exclusividade no documentário. 

Assuntos como sua candidatura a presidência dos EUA em 2020, a morte da mãe de Kanye e seu divórcio com Kim Kardashian serão abordados.

Leia mais sobre Kanye West:

Série “Casa de Vó”, estrelado por Margareth Menezes, vai ser exibida na TV Educativa da Bahia

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Imagem; Júlio-Limiro

A TV Educativa da Bahia (TVE), emissora de televisão pública e educativa brasileira sediada em Salvador, vai exibir a partir de segunda-feira (12) a série “Casa de Vó, estrelado pela cantora Margareth Menezes, às 20h.


A obra mostra a vida de Teresa, interpretada por Margareth, uma ex-funcionária pública bem-sucedida que abriga seus quatro divertidos netos em casa. A protagonista é uma “senhora good vibes” e exímia pagodeira típica dos anos 90 acompanhada dos netos: Wellington Neto é o gênio debochado, Dan é o digital influencer nas redes sociais e André é o artista tropicalista que vive em atritos com a sua irmã Ana, advogada e a única com trabalho fixo.
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Teresa é dona do salão de beleza badalado da cidade, um lugar que serve de divã para falar da vida das pessoas. Para a estreia de “Casa da Vó”, além de Margareth Menezes, a equipe traz um elenco diversificado, que mistura artistas e influenciadores digitais: o rapper Rincon Sapiência, os influenciadores Jacy Lima e Dum Ice e o ator Wilson Rabelo.

Dirigida por Licínio Januário, criada em parceira com Allex Miranda e roteirizada com colaboração de Érica Ribeiro e Milena Anjos, “Casa da Vó” é uma minissérie da WoloTV, serviço de streaming focado em produzir conteúdos que representem a população negra brasileira.

A séries estará disponível na TVE e na Wolo TV, com apresentação na Tv Bahia e reapresentação na quinta, às 21h e no domingo, às 18h.

Com produção de Viola Davis, série de comédia “Black Don’t Crack” começa a ser gravada

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Imagem: Viola Davis/Instagram

A série de comédia “Black Don´t Crack”, produzida por Viola Davis, para a ABC começou a ser gravada essa semana e será focada em três mulheres (Tisha Campbell, Essence Atkins e Sherri Shepherd).

Na trama, o trio vai interpretar ex-colegas da faculdade que se encontram anos depois, com histórias em comum.

Tisha Campbell, que é muito conhecida por diversos papeis, principalmente por fazer “My Wife and Kids”, interpretará Tasha Marks, uma dona de casa moderna de Atlanta e Essence Atkins fará a “House”, mas outras informações ainda não estão disponíveis.

No elenco ainda estão nomes como, Tahj Mowry (Baby Daddy), Beth Grant (Donnie Darko) e Isaiah Mustafa (t: Chapter Two).

A 1ª temporada de “Black Don’t Crack” até o momento não possui data de estreia confirmada.

Tisha Campbell colocou em seu instagram que era uma honra trabalhar com os colegas e estava sentindo-se em casa na gravação do novo sitcom. “Estou honrado, humilde e abençoado por trabalhar com o vencedor do prêmio e meu produtor executivo @violadavis. Grato por trabalhar com meu outro produtor executivo @juliustennon mais uma vez.”

“De homem branco para homem branco” o impacto do discurso do Tiago Leifert na branquitude

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Foto: Reprodução/BBB21

Desde o último final de semana um assunto tomou conta das redes sociais, BBB21 e o racismo por trás da fala do cantor sertanejo Rodolffo “O seu cabelo tá parecendo o do João” disse Rodolfo comparando o cabelo de uma peruca de um personagem pré-histórico com o cabelo crespo do professor João Luiz.

João rebateu a comparação, mas na hora não conseguiu fazer mais do que dizer que não parecia, e quando teve a oportunidade conversou sobre o assunto com a sua amiga, também negra e do cabelo crespo Camilla de Lucas. Em uma cena de acolhimento e identificação, Camilla e João se abraçaram e sentiram juntos a dor do racismo, mais uma vez.

Na última segunda-feira, no “Jogo da Discórdia” João deu uma “flechada” no cantor sertanejo e explicou o porquê a comparação o ofendeu

“É um momento de muita coragem poder estar falando disso aqui agora, mas o Rodolffo chegou a fazer uma piada comparando a peruca do monstro da pré história com o meu cabelo. Então isso pra mim, tocou num ponto muito específico, o jogo pode ser sim, de coisas que a gente vive aqui dentro, mas também tem que ser um jogo de respeito”

Em sua defesa, Rodolffo manteve a comparação entre a peruca da fantasia e o cabelo crespo do João

“Se todo mundo observou como era a peruca do monstro, acredito eu, que é um pouco semelhante! E isso não tem nada a ver”

O assunto tomou proporções inimagináveis aqui fora, pessoas negras famosas e anônimas apontaram o racismo na fala de Rodoffo e o porquê de comparações como essas machucarem tanto, enquanto outras pessoas disseram que tudo não passava de vitimismo da parte de João.

O assunto foi tão repercutido que quebrando um dos protocolos do programa o apresentador Tiago Leifert decidiu ter uma conversa com Rodolffo sobre o ocorrido na noite de eliminação:

“Eu vi sua defesa, bastião. E quando eu era mais novo, no colégio, também brincavam com meu cabelo. Aliás, o pouco que me resta não é liso. As pessoas brincavam que era cabelo de lixa, mas isso nunca fez a menor diferença para mim. Um cabelo black power não é um penteado. É mais do que um penteado. É um símbolo de luta, resistência, foi o que os pretos americanos usaram como símbolo antirracista, eles vestiam o black power para mostrar que eles se amavam. Há pouquíssimos anos atrás uma pessoa negra tinha que levantar de um ônibus para um homem branco sentar. Historicamente, o cabelo do João foi associado a uma coisa errada, suja, feia. Não existia cosmético para a pele da Camilla até pouquíssimo tempo atrás. E é por isso que quando a gente faz um comentário sobre o cabelo do João não é sobre um penteado. Você está falando de um símbolo, da ancestralidade do João, tem muito aí” disse o apresentador e jornalista

“Eu não vejo maldade no que você fez e ao mesmo tempo legitimo a dor do João. Porque tem milhares de meninos e meninas pretos e pretas que sentem a dor que o João sentiu. E a dor que o João sentiu não discerne entre um comentário ingênuo e um comentário maldoso […] O sem querer e o de propósito doem do mesmo jeito.” Continuou Tiago.

O discurso do Tiago foi muito bem recebido nas redes sociais, pessoas dizendo que tinham finalmente entendido toda a questão e o quanto o apresentador foi necessário e sensato em suas palavras

Mas o que nos assusta é que tudo isso e muito mais já havia sido dito pela Camilla De Lucas na noite anterior, e enquanto ela tentava explicar a problemática para Rodolffo, o sertanejo seguiu ‘sem entender’ e a interrompia com frequência.

Num nítido exemplo do quanto a branquitude se escuta, Tiago começou a conversa com Rodolffo dizendo que era um papo “De homem branco para homem branco” e o cantor não tentou se defender enquanto Tiago falava e se mostrou atento durante todo o discurso. 

Essa cena é muito comum aqui fora, quando pessoas pretas apontam racismo e tentam explicar porquê houve racismo, são vistos como vitimistas e “mimizentos” agora quando pessoas brancas pontuam as mesmas coisas, elas são ouvidas. E mais uma vez o protagonismo vai para… 

Temos bons exemplos disso nas versões anteriores do próprio programa, em 2019 com um grande número de participantes negros, que abordavam assuntos raciais e sociais uma racista foi a campeã, e em 2020 mulheres brancas que pontuaram as mesmas questões foram apelidadas de “Fadas sensatas”. Nós sabemos quem brancos acolhem e quem eles escutam, aos seus semelhantes.

Após o discurso do Tiago o assunto voltou a ficar em alta nas redes, e com isso, os ataques também aumentara! Enquanto João e Camilla se tornaram os “chatos, mimizentos” Tiago Leifert foi enaltecido como necessário:

Comentários na página do João:

Foto: Reprodução/Instagram

Comentários na página da Camilla de Lucas:

Foto: Reprodução/Instagram

Enquanto os comentários sobre o discurso do Tiago foram em sua maioria positivos! O apresentador, em defesa do Rodolffo repetiu diversas vezes que não foi a intenção do cantor e que ele não sabia, e em uma indireta aos militantes negros disse que a solução não é “Tacar fogo no Rodolffo” fazendo referência a frase “Fogo nos racistas!” que ganhou força no último ano.

As tentativas de defender quem ofende são maiores que a tentativa de entender e acolher aquele que foi ofendido, e isso é o que o racismo faz, no final das contas, João se tornou o vilão da história, pois constrangeu o racista que só foi racista por “falta de informação”

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