Comemorado em 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha ganha projeto especial no Globoplay e GNT. A partir das experiências de vida de 11 brasileiras, de diversas origens, gerações, classes e orientação sexual, ‘Sobre Nós’, dirigido por Naína de Paula, se debruça sobre a afetividade das mulheres negras.
Produção criada e dirigida por Naína de Paula traz depoimentos de nomes como Conceição Evaristo, Elisa Lucinda, Luedji Luna Jéssica Ellen e MC Carol, da filósofa Katiúscia Ribeiro, da socióloga Bruna Pereira e outras mulheres.
A iniciativa do projeto nasceu da experiência da própria Naína de Paula como mulher negra no audiovisual. “O racismo nos fez acreditar por muito tempo que as nossas vivências não eram importantes, e precisamos recuperar o que nos foi roubado da nossa própria história. O filme se propõe a fazer esse resgate. Como estamos falando de afetos, preterimentos, e nem sempre damos conta de expressar o que sentimos, usei o simbolismo para retratar algumas situações”, revela Naína.
Naína explica ainda por que em nenhum momento o termo ‘solidão da mulher negra’ é citado no filme. “Foi uma escolha não utilizá-lo. Pelas pesquisas que fiz, ele passa uma ideia errada do que acontece. Eu optei muito por preterimento porque o preterimento acontece sempre. É óbvio que existe a solidão da mulher negra, mas às vezes, você tem família, você tem amigos, você tem até um relacionamento, e o preterimento continua acontecendo. Ainda que as relações existam, elas acontecem de uma maneira diferente por você ser uma mulher negra. Então quis abordar a diferença de tratamento que vem desse processo de desumanização do que é uma mulher negra, que é sempre forte, a que dá o colo, mas nunca o recebe. É muito mais isso do que solidão”, elucida a diretora, que buscou sair de um enfoque tradicional.
A construção do amor de si, por si, entre si que pode ser vista no documentário também se deu nos bastidores. Durante as entrevistas, o cuidado era para que todas as pessoas no set de filmagem fossem mulheres negras, justamente para criar um ambiente repleto de sororidade.
Com 60 minutos de duração, o documentário foi filmado em três locações diferentes, que conversam bastante entre si. São espaços em construção, inacabados, para mostrar que o preterimento afetivo da mulher negra é um assunto que ainda requer muita construção e debate. No Rio de Janeiro, também há locações na chamada “Pequena África” (Gamboa, Pedra do Sal, Cais do Valongo), região central da cidade e primeira morada dos africanos que chegaram ao Brasil
‘Sobre Nós’ é criado e dirigido por Naína de Paula e tem direção executiva de Rafael Dragaud.
O longa “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos, rendeu o prêmio de Melhor Ator a Alfred Enoch no Pan Africa Film, realizado na última noite de 22 de julho em Los Angeles. O filme, com estreia prevista para o segundo semestre, no Brasil, participou de alguns festivais nos Estados Unidos e na Europa e vêm conquistando prêmios mundo afora.
Imagem: Divulgação
Em seu discurso de agradecimento, feito diretamente de Londres, onde vive, Alfred homenageou Lázaro Ramos, elenco do filme e falou da importância de ser um homem negro brasileiro. “É um prazer pra mim fazer parte desse filme e ser reconhecido pelo meu trabalho. Queria dizer um mega obrigado ao nosso diretor, Lázaro Ramos; ao Aldri Anunciação que escreveu a história original que deu origem ao filme. A todo o time de produtores, elenco, em especial Seu Jorge e Taís Araújo, a todo mundo que fez parte trabalhando no filme, pessoas experientes, capazes, apaixonadas. Quero agradecer também ao meu pai, pois hoje sou um ator. A minha mãe porque sou um homem negro brasileiro e sem isso não teria identidade pra contar essa história. Foi realmente uma experiência inesquecível e eu espero que seja também pra quem assista”, disse Enoch.
Lázaro Ramos diz que as premiações aumentam a expectativa para a recepção do filme. “Eu particularmente estou muito ansioso porque estamos gerando essa história desde 2012. O filme foi filmado antes da pandemia e só agora estamos recebendo esse feedback primeiro através dos festivais e se tudo der certo, aqui no Brasil no fim do ano. Alfred se entregou de corpo e alma nesse trabalho e é muito bonito vê-lo ganhando esse reconhecimento. Como diretor não poderia estar mais feliz”, declarou.
Alfred Enoch ficou conhecido quando interpretou o pequeno bruxo Dino Thomas nos filmes da franquia ‘Harry Potter’ e mais recentemente Wes Gibbins na premiada ‘How to Get Away with Murder’ onde interpretou um estudante direito aprendiz da protagonista Viola Davis.
Alfred Enoch, Tais Araújo e Seu Jorge em cena de Medida Provisória (Imagem: Divulgação)
“Medida Provisória” é inspirado na peça ‘Namíbia, Não!’, escrita pelo ator e dramaturgo Aldri Anunciação. A trama gira em torno de Antônio e André, dois primos que dividem um apartamento. Ambos, negros, são surpreendidos quando o governo institui uma medida provisória que prevê que os mais retintos sejam enviados para a África.
O filme estreia no segundo semestre no Brasil e além de Enoch, traz Seu Jorge e Tais Araújo no elenco.
Juliana Oliveira Fundadora da Oliver Press - Foto: Divulgação
Por Rodolfo Gomes em parceria com Victória Gianlorenço
Juliana Oliveira, nasceu e cresceu em uma família bem simples na cidade de Osasco, em São Paulo. Quando pequena ao ver jornalistas como Glória Maria já tinha vontade de seguir a profissão, e sonhava com o dia que fosse ela ali cobrindo momentos tão marcantes e impactando as pessoas.
Formada em Jornalismo na faculdade Unifieo, Juliana atua há mais de 15 anos no mercado de tecnologia e inovação. Com uma extensa trajetória em assessoria de imprensa, acompanhando mais de 400 empresas na sua carreira, Juliana ganhou espaço e realizou o sonho de montar a Oliver Press, sua própria assessoria de Comunicação, Inovação e Diversidade.
Ela sempre foi muito determinada em suas conquistas, desde sua graduação e o intercâmbio para a África do Sul, até chegar na sua trajetória com a assessoria de imprensa. A vontade de empreender não foi algo que nasceu com ela, e sim uma vontade que surgiu depois de ouvir muito “não” ao longo de sua carreira. “Eu uni cada desses nãos que recebi e transformei eles em força para fazer acontecer da forma que eu acreditava ser justa e equitativa”, comentou.
O fato de ter trabalhado com muitos CEO´S de tecnologia a fez criar uma rede muito grande de amigos e clientes, e ela aproveitou dessa fonte para criar o seu próprio negócio.
Sua história, assim como a de muitas pretas foi de luta e resistência. “Eu era uma das únicas pretas que falava sobre tecnologia, e isso era um desafio diário”, contou.
Há alguns anos, ela conta que não existiam negros falando sobre “Tecnologia e Inovação”, hoje vemos que graças a luta e resistência estamos abrindo espaços para a diversidade dentro das empresas.
E foi que ela fez há 6 anos , ao abrir a Oliver Press, uma empresa que tinha como valor a equidade, diversidade, inovação e tecnologia. Para isso acontecer, a empreendedora conta que trouxe em seu olhar um foco para a contratação de mulheres diversas. “Eu, assim como muitas mulheres, passei por problemas de chefia onde o machismo e racismo ainda predominavam”, contou.
Após sair de uma das empresas que trabalhava, Juliana, antes de virar empreendedora, se perguntou: “O que eu vou fazer agora?” A realidade é que ela não sabia o que ia fazer, e abrir uma empresa não fazia parte dos seus planos “Mas eu sabia o que eu não queria, e eu não queria mais homens dizendo o que eu tinha ou o que não tinha que fazer”, lembrou. E assim, a assessora de imprensa se viu em um processo de redescoberta de vontades, sonhos e ainda começou aos poucos a entender onde queria chegar.
Durante toda sua jornada, ela viu colegas trabalhando muito sem serem promovidas, enquanto homens brancos subiam de cargo a todo momento, sem ao menos terem vivido um pouco de suas experiências.
A Oliver Press começou do quarto de sua casa, é a voz de muitas mulheres que lutam por espaço e o diálogo entre todos, é um lugar onde mulheres pretas e diversas falam sobre tecnologia, inovação e principalmente sobre a diversidade em vários aspectos. Para ela, trabalhar com um time de pessoas em suas diversas etnias é extremamente enriquecedor, e isso se consolida como um dos grandes pilares e manifestos da Oliver Press. “Eu peguei todos os meus erros durante anos, lembrei das dores que meus clientes tinham e fiz acontecer. Esse tempo todo de trabalho foi um grande MBA da vida.”, disse ela.
O que poderia ser apenas trabalho se transformou em respeito pela trajetória brilhante que ela construiu, passando por diversas assessorias até abrir sua própria, formada apenas por mulheres.
E não só a Oliver cresceu neste tempo, a Juliana também se desenvolveu cada vez mais. “Por empreender, adiei o sonho de ser mãe por algum tempo, mas hoje o Arthur me mostra todos os dias como ser uma mãe melhor, uma mulher melhor e uma empreendedora completa”.
A admiração foi tão grande que viramos cliente um do outro, e hoje em dia tenho o prazer não só de criar apresentações para seu negócio como também de ter a Oliver Press cuidando da assessoria da minha empresa. Após a chegada de seu filho Arthur, de 2 anos, muita coisa mudou em sua rotina. A parceria com seu companheiro se fortaleceu e a garra de entender a Oliver Press como um filho cresceu ainda mais.
E nem mesmo a pandemia foi capaz de impactar o crescimento de sua empresa, Juliana se orgulha do time que quase triplicou de tamanho durante este período da Covid-19. Mas também assume os desafios que este tempo de isolamento social trouxe para os empreendedores, pensando na saúde mental e emocional dos colaboradores e dos seus clientes. Dessa forma, ela se posiciona a frente das suas expectativas e dos seus sonhos, a fim de construir um ambiente melhor para este ecossistema de trabalho.
“Ser mulher, preta e empreendedora em uma país como o Brasil é um ato de resistência, é preciso todos os dias sabem chegar no fundo do poço e conseguir levantar mais forte”, completou.
O Movimento Black Money (MBM) sempre reforça a importância de Comprar Preto , fortalecer a economia comunitária e trabalhar em um plano para Impactar Vidas Pretas.
O MBM explicou em outro artigo que depender do ecossistema branco fará com que os filhos dos pretos sejam os últimos a serem contratados os primeiros a serem demitidos. Também alertou que o sentimento de povo, de nação não pode ser construído sobre caridade, doações ou dependência de outros grupos para fornecer à sua comunidade as necessidades básicas para viver.
Imagem: Nappy.co
Cada vez mais pessoas pretas entendem a prática e importância da filosofia do #BlackMoney e o quanto ela pode ser desafiadora. Para continuar ajudando nessa jornada o MBM continua aqui com as dicas que iniciaram no artigo publicado na semana passada. Este é o segundo artigo desta série, Caso não tenha lido o primeiro artigo siga o link para as primeiras 10 dicas adaptadas do livro ‘Powernomics’, que possuem o poder de transformar a comunidade negra. Leia até o final e confira mais 10 estratégias!
11° INICIAR OU PARTICIPAR DE UM FUNDO OU CLUBE DE INVESTIMENTOS PRETO
O Clube de Investimento é uma forma de investimento coletivo de pessoas físicas no Mercado de Capitais. Esse grupo é composto por no mínimo 3 e no máximo 50 participantes, para aplicação em Títulos e Valores Mobiliários que podem ser Ações ou Derivativos. Assim como nos fundos, o patrimônio do Clube de Investimento é dividido em cotas. Ao aplicar seus recursos em um clube, o investidor se torna um cotista. Os cotistas podem fazer a gestão de investimentos do Clube ou contratar um gestor profissional certificado e credenciado à CVM, ambos casos precisam ser eleitos pela assembleia geral.
Um Clube de Investimentos Preto é um grupo de membros da família, amigos, colegas de trabalho ou indivíduos que compartilham dos mesmos valores e que não necessariamente precisam manter seus investimentos em capital especulativo – compra de ações, títulos, fundos mútuos – e sim, que possam ser revestidos para criação de negócios pretos, compra de propriedades ou outros ativos. Como diz o ditado africano; “muitas mãos fazem a luz funcionar”. Quanto mais capital for reunido, maiores serão os empreendimentos em que seu grupo é capaz de se envolver.
12° ENCONTRE, ENTRE E COLABORE COM UM BANCO PRETO
Através da desigualdade sócio-racial presente neste país, que menospreza a comunidade negra, percebemos um vazio. Não apenas na falta de valorização da vida dos negros, mas também politicamente e, acima de tudo, economicamente. Somos 54% da população, 51% dos proprietários de negócios e movimentamos R$1,7 trilhão no ano, mas não controlamos bancos, grandes mercados ou partidos políticos.
OD’BlackBank é uma Fintech criada para conectar consumidores a empreendedores negros. Como primeiro produto foi lançada a maquininha de cartões, a #Pretinha. A #Pretinha é um instrumento desenvolvido especialmente para empreendedores negros. Com taxas justas, ela ajuda o pequeno empresário negro a girar seu capital, o que proporciona mais facilidade de recebimento de seus clientes e aumenta a circulação do dinheiro na comunidade preta.
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13° CROWDFUNDING PARA ELEVAR O CAPITAL
Algumas vezes, o próprio empreendedor tem os recursos necessários para realizar projetos inovadores. Outras vezes, o empreendedor reúne sócios para que ajudem a financiar a iniciativa. Mesmo assim, uma série de projetos fica só na ideia, ou no papel, sem conseguir nascer. A internet pode ser uma excelente aliada na hora de buscar alternativas de financiamento para realizar esses projetos que estão no papel. Por meio de plataformas colaborativas, muitas pessoas ou equipes já estão cadastrando seus projetos e conquistando o apoio de diversos colaboradores para a sua realização. Trata-se do chamado crowdfunding, ou financiamento coletivo.
Estudo de caso:
A Diáspora.Black para financiar sua operação e construção da plataforma própria precisaram buscar investidores através de um Equity Crowdfunding. O resultado? Levantaram mais de R$ 600.000 com seus investidores.
14° CONSTRUA UM SISTEMA DE TROCAS DENTRO DA SUA COMUNIDADE
O dinheiro nem sempre é necessário para fazer uma economia funcionar. De fato, a definição de economia é a riqueza e os recursos de um país ou região, especialmente em termos de produção e consumo de bens e serviços. Se você tem um produto ou serviço para trocar por outras coisas que você precisa, não tenha medo de negociar.
Ex: Negocie a permuta de serviços de beleza em troca do serviço de babás.Serviços de Social Mídia por uma reparação em seu automóvel.
15° MUDE SEUS HÁBITOS DE COMPRA
Pode ser inconveniente rastrear empresas negras que fornecem os bens e serviços que você está procurando. Praticar a economia em grupo significa mudar alguns dos seus hábitos de compra para beneficiar sua comunidade. Por exemplo, em vez de usar o Google para encontrar uma empresa com o que você quer por perto, use uma lista de empresas da Pretas. Em vez de fazer compras em lojas físicas, use a internet para encontrar produtores pretos, Você pode encontrá-los no Mercado Black Money, e comprar itens antes de precisar deles. Isso reduz a necessidade de se esgotar e comprar papel higiênico e sabonete no último minuto. Você pode ter que andar um pouco mais, ou gastar um pouco mais, mas o retorno do nosso investimento na comunidade irá superar o inconveniente.
16° VOTE COM SEU DINHEIRO
Em seu livro, ‘Powernomics’, o Dr. Claude Anderson discute a ligação entre grupos econômicos e políticos. Os políticos têm o poder de escrever as zonas econômicas na política, dando a proteção da lei às operações pretas e às zonas econômicas.
Apoie mandatos coletivos Pretos, apoie com o financiamento de candidaturas pretas. Coloque os políticos e vereadores em alerta: Ou cuidam do dinheiro dos Pretos, ou vamos tirar seu dinheiro. Funcionou em Ferguson (EUA), pode funcionar em qualquer lugar.
17° LUTA POR REPARAÇÕES
Alguns podem não ver reparações como praticantes da economia de grupo. Mas o fato é que a Bélgica ainda está ganhando juros sobre o dinheiro obtido do trabalho escravo no Congo sob o governo do rei Leopoldo III. Os Estados Unidos devem seu sucesso econômico ao trabalho escravo Preto. O Brasil foi o último país a “acabar com a escravidão” e para aumentar o nível de desigualdade a primeira Lei de cotas foi a Lei do Boi , a primeira lei no Brasil a garantir cotas nas universidades públicas. E tenham a certeza de que, pelo período (ditadura) e pelo ocupante do posto de presidente, essa lei de cotas não foi para os pobres.
Se os TRILHÕES de dólares que foram dados a outras raças, ou que permanecem trancados nas contas bancárias de nações brancas forem liberados de volta para nossa posse, esse dinheiro poderia ser usado para recuperar o controle sobre as fontes de produção, terra e manufatura. Só isso poderia mudar nossa posição econômica por gerações.
18° CONSTRUIR UMA COOPERATIVA
Uma Cooperativa é o título profissional para um grupo de pessoas trabalhando juntas para benefício mútuo. Um negócio cooperativo pertence às pessoas que o utilizam – pessoas que se organizaram para se proverem dos bens e serviços de que necessitam, ao mesmo tempo que ganham dinheiro.
Os proprietários se reúnem regularmente, apresentam e ouvem relatórios sobre suas atividades comerciais e de investimento e contratam Gerentes Gerais para lidar com assuntos do dia-a-dia em suas empresas. Os membros investem nos negócios para fornecer capital para uma operação forte e eficiente e, quando as empresas começam a ganhar dinheiro, os lucros são devolvidos aos membros da cooperativa.
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19° CONTRATAR PRETOS
Ao contratar seu próprio pessoal, você pode dar uma oportunidade a um membro da comunidade que pode não ter tido a chance de provar seus talentos no mercado de trabalho.
Embora não seja fácil treinar e reter funcionários, se você estiver disposto a colocar em prática o esforço, isso será recompensado em um negócio em expansão e uma melhoria geral nas condições de nosso pessoal.
20° APRENDA OS FUNDAMENTOS DA ECONOMIA, DO ESPÍRITO DO EMPREENDEDORISMO E DO FINANCIAMENTO
Isso não deveria ser dito, mas se você não entende de economia, você é menos capaz de “subir” e fazer a economia funcionar para você. Faça o dinheiro trabalhar para você.
Você não precisa voltar para a faculdade para entender como os sistemas econômicos funcionam. Você pode criar seu próprio currículo aprendendo com aqueles que entendem o assunto e conseguiram grandes feitos.
Seguindo essas dicas o caminho para fortalecer a comunidade e a filosofia Black Money se tornarão menos complexos ainda que desafiadores. É possível conquistar a emancipação econômica e fazer o dinheiro girar entre pessoas negras através das gerações.
Intelectual e ativista que lutou bravamente denunciando o racismo e o sexismo.
No mês da mulher negra é impossível não se lembrar de Lélia Gonzalez, já que ela foi muito importante na comunidade preta. No dia 1° de fevereiro nascia em Belo Horizonte essa mulher que inspira muitas outras nos dias de hoje.
Em sua historia o que mais chama a atenção é saber que ela assumiu sua condição de mulher e negra, através do candomblé, da psicanálise e da cultura afro. A trajetória é cheia de momentos importantes como a sua participação no Movimento Negro Unificado (MNU), do qual foi uma das fundadoras.
Lélia sempre foi muito engajada nos seus ideais, militou em diversas frentes em organizações como o Coletivo de Mulheres Negras N’Zinga, do qual foi uma das fundadoras e no Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN). Também, teve participação ativa na politica brasileira, em 1982, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e disputou vaga na Câmara Federal.
Vale destacar que essa mulher incrível graduou-se em história e filosofia, e exerceu a função de professora da rede pública.No movimento negro contemporâneo ela exerceu um papel fundamental, ajudou e influenciou muitos jovens pretos em Salvador, Bahia.
Suas reflexões são utilizadas e estudadas até os dias atuais. Aos 59 anos de idade, faleceu vítima de problemas cardíacos no Rio de Janeiro no dia 10 julho de 1994. Julho das pretas é propicio para lembramos dessa mulher forte, potente e necessária.
“Muito Prazer” é o novo single da cantora Pocah e já está disponível em todas as plataformas digitais. Primeira música inédita da cantora gravada após o confinamento no BBB21, a batida mistura reggaeton com o funk e reafirma sua essência ao falar das liberdades femininas e debater a sexualidade. A composição ganhará clipe no dia 30 de julho. “Eu poderia aproveitar este momento de maior interesse e lançar uma música de refrão fácil, mas acredito que esta é a hora de mostrar meu estilo e o que mais gosto”, explica a cantora.
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A canção fala sobre liberdade feminina, inclusive a sexual, mas não só sobre sexo, como explica ela sobre o trecho que entoa ‘gostou do que eu faço com a raba, imagina o que eu faço com a boca’: “É sobre sexo, sobre sexo oral, mas também é sobre minha boca, minha voz, e o que eu posso fazer, cantar e inspirar. E é, sobretudo, sobre quebrar preconceitos de quem acha que uma funkeira apenas rebola”, diz.
Para Pocah, qualquer mulher, ao ouvir uma música como essa, entende que pode se libertar de qualquer regra, convenção ou machismo. Assim como a mulher pode tomar as rédeas de qualquer relação, como em um de seus trechos favoritos no qual ela indaga “por que tanta pressa para chegar lá?” ao se referir ao orgasmo e prazer feminino.
Com mais de 10 anos de carreira e um punhado de hits, Pocah é um dos nomes de maior destaque do funk brasileiro contemporâneo.
Clipe alcançou quase 3 milhões de visualizações em sete horas de lançamento
Lil Nas X não está para brincadeira! Seu último lançamento, “Industry Baby”, com clipe lançado na última madrugada, bateu quase três milhões de views em menos de sete horas de lançamento. Mas o comprometimento de Nas X vai além: os lucros da nova música serão doados para o “The Bail Project”, uma organização sem fins lucrativos que luta contra o fim da fiança em dinheiro, considerada um dos fatores que favorecem o encarceramento em massa nos Estados Unidos. Para esta ação, foi criado o Bail X Fund, o fundo específico de doações capitaneado por Nas X.
“A música é a forma como luto pela libertação. É meu ato de resistência. Isso não é apenas teórico para mim. É pessoal. Eu sei a dor que o encarceramento traz para uma família. E eu sei o impacto desproporcional que a fiança em dinheiro tem sobre os negros americanos”, diz Nas X.
A proposta é que outros artistas e também qualquer pessoa possa doar. “Por meio do Bail X Fund, ele espera encorajar outros artistas a se juntarem a ele e ao The Bail Project na luta pelo fim da fiança em dinheiro. Todas as doações vão diretamente para o Fundo Nacional Rotativo de Fiança do Projeto Bail para pagar as fianças das pessoas”, diz o site da campanha.
Até o momento, o The Bail Project já doou mais de 47 milhões de dólares em assistência gratuita em fiança para mais de 17.000 pessoas de baixa renda nos EUA. Eles também fornecem suporte após a saída da prisão, por meio de lembretes judiciais, transporte gratuito e encaminhamentos voluntários para moradia, tratamento de uso de substâncias e outros serviços com base nas necessidades das pessoas.
Música está disponível em todas as plataformas digitais
A cantora pernambucana Doralyce apresenta “Vá e leve”, seu novo single. A música, que fala da despedida de um grande amor, vai fazer todo mundo que já teve que dar adeus a um relacionamento se perceber na letra composta pela cantora. Com uma interpretação suave e sensível, a nova música revela um lado mais leve da Miss Beleza Universal. “Todo mundo me conhece como pedreira e agora eu me revelo cachoeira”, resume. A faixa, produzida pela própria artista tem direção musical de Dudu Souto, violões de Renato Piau e piano de Sir Lucas. “Vá e leve” está disponível nas plataformas digitais.
“Com essa música quero encorajar outras pessoas a encararem suas realidades como ciclos e entenderem que a vida está em movimento o tempo inteiro e nós também estamos. A gente precisa se abrir para o novo e para isso, na maioria das vezes é necessário fechar uma porta do passado” explica Doralyce.
Ela acrescenta que a canção aborda uma despedida com leveza, com gratidão e com um amor para além do momento. “É muito especial uma mulher preta falar de sentimentos porque o lugar de falar o que sente sempre nos foi negado por essa sociedade racista e misógina. As dores que atravessam a comunidade preta são parecidas e acho que as mulheres que precisam encerrar um ciclo vão se identificar com ‘Vá e leve’ como uma canção de cura”, acredita. Ouça:
Doralyce tem tocado bastante violão durante a pandemia e foi praticando, dedilhando em busca das notas, que compôs “Vá e leve”. Se inspirou em clássicos de Cássia Eller, Mart’nália, Tim Maia e Luiz Melodia Por isso chamou Piau, que já tocou com todos esses nomes, para trazer o tom certo no violão de aço.
A artista, ativista e empresária Doralyce é fundadora do selo Colmeia22, voltado para o agenciamento de artistas que fazem parte de minorias sociais. Em seu catálogo constam lançamentos como Bia Ferreira, Tyaro, Bixarte e Júlia Tizumba. Doralyce, com seu trabalho dentro e fora dos palcos, se propôs a fazer parte de uma revolução feminista e usar a música como sua principal arma. Seus shows são um ritual de som, dança, poesia e fé. Sua sonoridade, a da cultura popular brasileira. Entre suas composições estão os hinos “Miss Beleza Universal” e a versão feminista da música “Mulheres”.
Sua obra é pura libertação e emancipação da mulher afrolatina, questionando os padrões de beleza, democracia, o lugar da mulher, e o papel da arte para visibilizar as vozes que foram historicamente silenciadas. Doralyce já se tornou uma referência na construção do legado intelectual negro, sendo interpretada por grandes artistas como Bia Ferreira, Gaby Amarantos, Preta Rara e incontáveis rodas de samba e blocos de carnaval.
Durante o mês de julho, em que é comemorado o mês da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, a atriz e cantora Jéssica Ellen preparou em seu instagram uma série de homenagens para outras artistas, mulheres que a inspiraram na profissão e fizeram uma carreira icônica com seus talentos.
Com uma série de fotos em homenagem às cantoras brasileiras como Elza Soares, Jovelina Perola Negra, Dona Ivone Lara e mais nomes, Jéssica ainda prepara uma homenagem às cantoras internacionais. As postagens internacionais começam no dia 02 de agosto.
“Eu acho importante a homenagem aos mais velhos que abriram as portas, na vida e como artistas, estudar sobe outras performances e mulheres que vieram antes para abrir novos caminhos. Devemos reverenciá-las.” Falou a atriz, ao dizer que pensou no projeto em casa, como uma forma especial para o mês da mulher negra latino americana e caribenha.
Para o ensaio, Jéssica estudou um pouco sobre a história de cada artista homenageada e procurou referências que a deixasse mais próxima de suas referências.
“Estou muito feliz pela reação das pessoas porque foi uma ideia que eu tive em casa, o que eu poderia fazer para o mês de julho e aí eu convidei meus amigos e é muito bonito ver o quanto essa imagem impacta nas pessoas e eu estou super feliz com isso.”
Jéssica seguirá com as homenagens em sua rede social enquanto se prepara para atuar nas telonas. Depois de brilhar em amor de mãe, atriz está em estudo de personagem para o filme “Os Malês”, de Manuela Dias e Antônio Pitanga.
O Instituto C&A, braço social da C&A Brasil, e a pretahub, hub de criatividade, inventividade e tendências pretas responsável pela Feira Preta, se unem para lançar a 2ª edição do Afrolab Moda – programa voltado para apoiar e impulsionar as potências empreendedoras negras e indígenas da moda – que, agora, ganha o nome Afrolab Moda by Instituto C&A.
O edital irá selecionar 20 empreendedores que, ao longo de cinco meses, passarão por um intenso processo online de desenvolvimento, capacitação e aprendizagem. As inscrições serão abertas no dia 22 de julho e vão até o dia 3 de agosto por meio de preenchimento de formulário disponível em: https://forms.gle/QFyWBbKverfSK4Fq5
Com uma metodologia multiplataforma, o programa Afrolab Moda by Instituto C&A será dividido em duas fases. Os selecionados tambémterão as suas marcas nos canais de venda da Feira Preta.
A primeira fase, que acontece nos meses de julho e agosto, consiste em uma imersão de sete dias em que serão ofertados conteúdos exclusivos relacionados à autoconhecimento, criatividade, negócios, prototipagem e planificação. Além disso, o programa vai oferecer um módulo sobre Marketing Digital em que os participantes terão a oportunidade de aprimorarem seus conhecimentos em ferramentas como GoogleClassroom, Zoom, LinkedIn, WhatsApp Business, Market Up, Facebook e Instagram Ads.
O edital é voltado para pessoas negras, indígenas e afroindígenas com idades entre 18 e 80 anos, que já possuem um empreendimento de design de roupas, calçados ou acessórios e vivência com o mundo da moda brasileira. Os interessados devem ter conhecimentos técnicos em produção de coleções, ter proximidade com a temática e fazer parte de regiões descentralizadas do Brasil. É necessário ainda ter acesso a internet e a um dispositivo móvel como um laptop, smartphone ou tablet.
“O Instituto C&A entende que o empreendedorismo é uma dentre as muitas possibilidades exploradas por profissionais negros, indígenas e afroindígenas e, por isso nos preocupamos com o desenvolvimento destes profissionais. Sobretudo porque sabemos que a inclusão produtiva para este público é mais desafiadora. O Afrolab Moda by Instituto C&A é a nossa contribuição para tornar negócios de moda afro e indígenas mais resilientes, somando na sua estruturação, adaptação à nova realidade do consumo e geração de renda”, diz Gustavo Narciso, Gerente Executivo do Instituto C&A.
Após a etapa imersiva, as marcas trabalharão na criação do Catálogo Afrolab Moda by Instituto C&A entre agosto e setembro, além de participar de atividades com associados voluntários da C&A Brasil.
“Toda a jornada dos participantes foi inspirada nas dores e delícias dos 20 anos da Feira Preta, em que vivenciamos e compreendemos de perto as realidades e demandas dos mais de mil empreendedores e empreendedoras que já passaram pelo Afrolab”, explica Adriana Barbosa. “O Afrolab é uma resposta que se debruçou cuidadosamente sobre as especificidades dos negócios negros e indígenas e para trazer ferramentas práticas, inspirações e espaço de criação e produção efetiva”, completa.