A rapper Karol Conká foi a participante mais rejeitada da história do reality show Big Brother Brasil, da Globo. Enquanto a cantora estava na casa, diversas campanhas encabeçadas por grandes perfis do Instagram pediam a eliminação de Conka do programa, inclusive com ameaças a Jorge Conká, de 15 anos de idade, filho de Karol.
A então participante enfrentou o cancelamento quando ainda nem tinha saído do programa e perdeu milhões de seguidores, além de ter shows cancelados.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Karol Conka diz que esse ódio deveria ser direcionado ao governo federal e a situação do país em relação à pandemia. “Isso merece o gasto de energia para ir às redes ou às ruas protestar. Nossa raiva tinha que ser canalizada para isso. Então estou, estou de mãos dadas com todo mundo que é fora morte, fora Bolsonaro. Estou na torcida para que o milagre aconteça”, disse.
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Para Karol o ódio virou uma espécie de esporte. “Isso mostra o quanto as pessoas amam odiar. É como se eu tivesse cometido uma atrocidade”, reflete a cantora que foi atacada com ofensas racistas, mostrando como a questão racial está ligada ao ódio direcionado à ela. “Quando essa diva sai do trilho, você vê que não existe esse acolhimento todo”,disse á Folha.
Nas redes sociais não houve acolhimento imediato para a compositora e isso gerou questionamento. “Eu ia falar ‘cadê a sororidade, cadê o movimento negro em massa?’. Não é passar a mão na cabeça, mas demonstrar apoio para o irmão que errou. Por que, quando um branco erra, a gente vê isso em massa nas redes sociais?”, aponta. Esse mesmo questionamento foi debatido nas páginas pretas sobre ela, Lucas Penteado e Lumena.
A rapper se prepara para lançar novas músicas após a boa recepção de “Dilúvio” e estamos de braços abertos para ouvir a talentosa Karol Conka. Para além de um recorte de 3 meses.
Compromisso também prevê capacitação para 3 milhões de pessoas até 2030. Investimento será de R$ 15 milhões por ano, nos próximos 3 anos.
Apostando na atuação conjunta de empresas para combate ao racismo, o MOVER, Movimento pela Equidade Racial, uma iniciativa que reúne, atualmente, 45 grandes empresas do país e multinacionais pretende gerar 10 mil novas posições de liderança para pessoas negras e criar oportunidades para 3 milhões de pessoas nos próximos anos por meio de ações práticas. O investimento soma R$ 15 milhões por ano, nos próximos 3 anos.
Formado por Alcoa, Aliansce Sonae, Align, Ambev, Americanas, Arcos Dorados-McDonald’s, Atento, Bain & Company, BRF, Cargill, Coca-Cola Brasil, Colgate-Palmolive, CSN, Danone, Descomplica, DHL Supply Chain, Diageo, Disney, EF, General Mills, Gerdau, GPA, Grupo Boticário, Grupo Carrefour Brasil, Heineken, JBS, Kellogg, Klabin, Kraft Heinz, L’Oréal Brasil, Lojas Renner, Magalu, Manserv, Marfrig, MARS, Michelin, Mondelëz International, Moove, Nestlé, PepsiCo, Petz, Sodexo, Tenda, Vale e Via, o MOVER, tem como premissa construir juntos. “Nós pretendemos transformar o agora, onde fazer é melhor do que falar e onde ouvir é a melhor forma de aprender. Para mudar o agora, é preciso movimento. Assim como é necessário aproximar todo mundo para essa conversa. As questões raciais não são apenas para pessoas negras, são sobre pessoas brancas também”, diz o manifesto assinado por todas as empresas.
No documento, todas as companhias envolvidas assumem um compromisso público como agentes de transformação para evoluir coletivamente na jornada antirracista, de forma propositiva, com toda a sua cadeia de valor, juntando forças. A união das empresas no MOVER conta com a participação ativa dos CEOs na tomada de decisão e visa acelerar os processos de transformação existentes nas companhias integrantes e impactar efetivamente a sociedade. Para isso, o movimento busca agregar mais empresas interessadas em juntar-se à iniciativa para ampliar as ações e debates e que queiram aprender e compartilhar experiências e boas práticas e transformar o hoje para um amanhã melhor.
Pautado por ações transversais, o movimento envolve processos, estruturas, mudança cultural e investimentos em capacitação, treinamento e geração de empregos e metas progressivas até 2030, por meio de três pilares: Liderança, Emprego e Capacitação e Conscientização.
No pilar Liderança, o compromisso do MOVER é trabalhar para a geração de 10 mil novas posições para pessoas negras em cargos de liderança (supervisão, coordenação, gerência, diretoria e C-levels) até 2030, por meio de modelos inclusivos de recrutamento e desenvolvimento. No campo de Emprego e Capacitação, as ações planejadas têm como meta gerar oportunidade para 3 milhões de pessoas, por meio da oferta de cursos, apoios e networkings com pessoas empreendedoras negras, entre outras ações. Já no pilar Conscientização, o Movimento pretende ser uma plataforma e ferramenta de apoio na meta de ter uma população conscientizada quanto ao racismo, com comunicação em mídias e pontos de venda, além de desenvolver o Guia de Comunicação.
O grupo empregará o potencial de impacto com colaboradores – juntas, as 45 empresas empregam 1,2 milhão de pessoas – para realizar iniciativas importantes dentro e fora das empresas, exercendo impacto em diversos segmentos da sociedade, como educação, empreendedorismo e geração de emprego e renda. Uma das ações internas do MOVER é criar princípios orientadores com ações transversais, envolvendo processos, estruturas e mudança cultural.
O manifesto completo e informações sobre as três frentes da iniciativa estão disponíveis no hotsite do MOVER (www.somosmover.org).
A dermatologista especializada em pele negra, Katleen Conceição, é a primeira médica brasileira a se tornar mentora no programa de mentoria da Skin Of Color Society, dos Estados Unidos. A Sociedade reúne dermatologistas experientes e médicos recém-formados para uma troca de experiência, focada no atendimento a pacientes de pele negra.
Dra. Katleen é conhecida por ser a primeira especialista em pele negra do pais e cuidar de muitas famosas como Iza, Preta Gil, Isabel Fillardis e Tia Má. Nas redes sociais, a dermatologista agradeceu pelo reconhecimento da sua trajetória e a quem acompanha o seu trabalho. “Agradeço demais a Deus e a vocês, que acreditam no meu trabalho e fazem o setor de pele negra crescer cada vez mais”, disse a médica.
Katleen será mentora da dermatologista Tara Akunna, formada pela Universidade do Texas em 2018.
A Pinacoteca de São Paulo e OSGEMEOS apresentam a série documental inédita “Segredos” sobre a origem, essência e perspectivas do hip hop nacional. “Segredos” conta com 4 episódios tendo como DJ’S convidados Erick Jay, DJ HUM, KL Jay, Lisa Bueno e Ninja ; BREAKDANCE – Alam Beat, B-boy Neguin, B-boy Pelezinho, B-Girl Fabi Girl, Nelson Triunfo, Ricardinho Electric Boogies; GRAFFITI – Binho, Doze Green, Gueto, ISE, Pran, Soberana Ziza, Speto, Tinho, Venus, Vitché; MC’S: Bivolt, Edi Rock, Ice Blue, Jack, Thaíde. Cada episódio terá aproximadamente 20 minutos e serão disponibilizados gratuitamente todas as quintas-feiras às 20h, a partir do dia 10 de junho no canal do YouTube da Pinacoteca.
A produção audiovisual é mais um desdobramento da exposição OSGEMEOS: Segredos em cartaz até 09 de agosto de 2021 no museu. Os episódios foram gravados de modo a revelar para os espectadores as principais influências criativas da dupla de artistas que tem no movimento hip hop uma importante fonte de inspiração.
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A série documental é mais um desdobramento da exitosa exposição “OSGEMEOS: Segredos” em cartaz até 09 de agosto de 2021 na Pinacoteca de São Paulo. Os episódios foram gravados de modo a revelar para os espectadores as principais influências criativas da dupla de artistas que tem no movimento hip hop uma importante fonte de inspiração. Além de aproximar o público com o seu universo criativo, os vídeos também têm a intenção de incentivar outros jovens brasileiros a conhecerem e se aproximarem das manifestações artísticas de rua e seguir na busca de sua própria identidade, podendo até mesmo transformar a sua realidade. Por isso, além do canal do YouTube da Pinacoteca de São Paulo, o material será amplamente divulgado para a rede de professores e escolas estaduais e particulares, atingindo um grande número de jovens de todo o País.
Influenciado por este contexto, a série documental “Segredos” parte da própria trajetória dos irmãos para demonstrar didaticamente como o hip hop se transformou em uma das manifestações artísticas e culturais mais relevantes no Brasil, influenciando a música, a arte, a moda, os costumes e claro, a dança. Os episódios foram gravados em um cenário que simula um vagão de metrô, construído pelos próprios artistas em seu ateliê. Dentro do veículo, figuras icônicas da cena cultural se encontram para revelar segredos e discutir as origens, o presente e o legado de um estilo que começou nos Estados Unidos e atualmente impacta a vida de milhares de pessoas no Brasil.
Serviço: Série Documental Segredos A partir de 10 de junho no canal Youtube/PinacotecadeSaoPaulo Um episódio inédito será lançado toda quinta-feira sempre às 20h. Duração: aproximadamente 20 minutos cada Produção, roteiro e gravação: Porqueeu, Bicho Produções, Tilt e CORE Direção: Vinícius Colé
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie é a entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, da próxima segunda-feira (14). A participação da autora foi gravada.
Considerada uma das jovens autoras de maior destaque na literatura africana e mundial, Chimamanda Ngozi Adichie é mestre em Escrita Criativa pela Universidade Johns Hopkins de Baltimore e mestre de Artes em Estudos Africanos pela Universidade Yale.
Ela é autora dos livros ‘Hibisco Roxo’, ‘Meio Sol Amarelo’, ‘Sejamos Todos Feministas’, entre outros. Durante a pandemia, Chimamanda escreveu o livro ‘Notas Sobre o Luto’, em decorrência do falecimento do pai.
Além da apresentadora do programa, a jornalista Vera Magalhães, participam da bancada de entrevistadores a escritora Djamila Ribeiro; Marcella Franco, editora da Folhinha, na Folha de S.Paulo; Carla Akotirene, pesquisadora em Estudos Feministas na Universidade Federal da Bahia; Adriana Ferreira Silva, redatora-chefe da revista Marie Claire e Carol Pires, jornalista.
A funkeira Mc Dricka foi indicada ao prêmio BET Awards na categoria Melhor novo artista internacional, com votação popular. A premiação é voltada para artistas afro-americanos e será realizada no dia 27 de junho, nos Estados Unidos, com transmissão da MTV Brasil.
A funkeira, conhecida como ‘Rainha dos Fluxos’, tem mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify e canta letras fortes em “Empurra empurra”, “38 carregado”, “Vai fazer carão” e “Bate bate”. Em sua conta do Instagram, a MC pediu que os fãs votem nela.
“Estou muito feliz por essa indicação, a única brasileira representando o funk, e ainda mais o funk feminino. Agradeço de coração a todos que estão votando, votem bastante em mim”, disse nas redes sociais.
Agora, Dricka se junta a Emicida, indicado à categoria de melhor artista internacional. Os dois são os únicos concorrentes brasileiros na edição deste ano do BET Awards. Em 2020, o rapper Djonga também concorreu à premiação.
A produção audiovisual brasileira feita por cineastas negros tem ganhado espaço na Wolo TV e revelado pequenas pérolas que costumam passar batidas pelo grande público. Nessa crescente coleção de preciosidades está “Facão”, curta-metragem (ou média-metragem dependendo do país) dirigido por Camila Hepplin.
Facão, interpretado por Heraldo de Deus é jovem um reservado e solitário, passando por um momento de dificuldade, se arrisca em pequenos delitos para sobreviver. Ao assaltar Pietra (Aíla Oliveira), uma jovem apaixonada por cinema, tem sua vida transformada pelos filmes que encontrou na mochila roubada.
Imagem: Instagram/Camila Hepplin
A sutileza narrativa da produção ecoa por todos os vinte minutos de duração da obra. Logo no início, a apressada e atrasada estudante enche sua mochila de DVDs, cena que é seguida pelo olhar fixo da personagem durante a projeção de um filme na escola. Se estabelece que estamos acompanhando uma apaixonada por cinema sem que isso precise ser dito. O mesmo acontece com a apresentação de Facão, que comete furtos para sobreviver, mas em nenhum momento é mostrado descontrolado e agressivo.
Quando Facão se encontra com Pietra e leva sua mochila, encontra os filmes da garota e essa é a liga para a construção de uma relação que começa a se desenvolver para além do primeiro e traumatizante encontro. Confrontado pela menina, decidida a ter seus filmes de volta, Facão se despe do estereótipo que seu apelido lhe confere.
Os diálogos se instalam com os empréstimos subsequentes de filmes do personagem de Heraldo com Pietra. A paixão pelo cinema estabelece uma conexão que valida a aproximação entre essas pessoas que até aquele instante decidiram lidar (ou foram compelidos?) com a realidade do preto periférico de formas diferentes. Em determinado momento, após assistir “Faça a Coisa Certa”, de Spike Lee, Facão diz a Pietra que ficou feliz por ver tanta gente preta em um filme e isso soa como uma mensagem ao público do próprio filme de Hepplin. É muito bom ver tanta gente preta produzindo cinema.
Tanto Heraldo de Deus quanto Aíla Oliveira imprimem expressividade parecidas com a que vimos nos atores iniciantes de “Cidade de Deus”. E iniciante aqui, entendam como um elogio à crueza que torna atuação verossímil e menos teatral.
“Facão” é uma pequena carta de amor ao cinema e o quanto ele pode fazer para estabelecer conexões entre as pessoas.
A atriz Tais Araújo está com um cabelão lindo e volumoso, mas ainda não tão longo como ela gostaria. Na noite de domingo, nos stories, falando com seus seguidores enquanto estava prestes a ser trançada pela Maia Boitrago, Tais confessou que cansou de esperar os cabelos crescerem naturalmente e arrumou uma solução: apliques.
“Vou botar trança, mas decidi também que vou voltar a ter cabelo comprido”, ela explicou. “Meio de Julho vou botar aplique, vou voltar a ter cabelo compridão, cansei de esperar, tô de saco cheio dessa história de deixar o cabelo crescer”, desabafou a diva que disse que deixará seu cabelo natural crescer naturalmente debaixo de um aplique.
A decisão é certeira. Cabelos crespos e cacheados parecem crescer mais devagar por conta do fator encolhimento. Muitas vezes a gente ganha volume, mas o comprimento não fica visível e gera frustração.
Confira algumas técnicas para quem, como a Taís, cansou de esperar. Você pode escolher entre o cabelo sintético e o cabelo natural. Ah e você não está livre do cronograma capilar. O aplique de cabelo natural, por exemplo, pode ressecar e até ter pontas duplas assim como o nosso cabelo.
APLIQUE TIC TAC
Perfeito para quem quer uma mudança para uma ocasião específica como um evento, ou uma reunião online importante e quer impressionar. O cabelo vem com uma presilha que você pode colocar sem a ajuda de um profissional. Não é recomendado dormir ou entrar na piscina ou mar com esse tipo de aplique.
APLIQUE COM QUERATINA
Esse método exige muita paciência pois leva um tempinho. Nesse método o cabeleireiro usa pequenas mechas de cabelo humano e as une à raiz do seu cabelo natural com uma cola à base de queratina. Mas o tempo compensa, pois ele tem um dos efeitos mais naturais, que permite fazer vários penteados.
ENTRELAÇAMENTO
O aplique é costurado ao cabelo natural depois de ser feito tranças (tipo rasteirinha). É um método não tão demorado como da queratina, mas que garante um visual lindo e natural por um bom tempo. Há quem tenha muita coceira no couro cabelo nos primeiros dias, porque para garantir que o cabelo fiquei no lugar, o profissional geralmente prende bem, causando uma fricção que irrita o couro cabelo mais sensível.
Gilberto Gil vai comandar um especial de festa junina que será transmitido pela Globoplay e pelo Multishow no dia 13 de junho, às 18h. Um palco na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, receberá o cantor e seus músicos – três deles seus filhos. Gil vai cantar músicas que remetem às festas juninas, além de grandes sucessos, como ¨Toda Menina Baiana”, Andar com Fé”, Esperando na Janela”, “Asa Branca”, entre outras. A live marca a chegada em todas as plataformas do trabalho de Gil, “São João em Araras ao Vivo”. “Mais uma festa de São João feita do jeito que a gente pode fazer. Faça a sua também”, comenta Gil.
A ex-BBB Juliette Freire também vai fazer parte do festejo. Vai ser a estreia da paraibana cantando em um show, ao lado de um dos ícones da MPB.
A gravação do álbum São João em Araras- Ao Vivo tem origem em disco (‘Fé na Festa) e show lançados pelo cantor em 2010. O disco era voltado para xotes e baiões, ritmos típicos das festas juninas tradicionais..
O disco motivou show captado em setembro daquele ano, sob direção do cineasta Andrucha Waddington, em apresentação do cantor no Retiro dos Artistas, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O registro audiovisual do show deu origem ao álbum e DVD Fé na festa ao vivo (2010), lançado em dezembro. Essa mesma turnê originou a gravação do show em Araras (RJ).
Gilberto Gil será acompanhado pelos instrumentos de trê de seus filhos: Bem, José e Nara Gil.
A atriz e apresentadora Luana Xavier interpreta Giovana na nova temporada de ‘Sessão de Terapia’, série da GloboPlay que apresenta Selton Mello como o psicoterapeuta Caio Barone. A neta de Chica Xavier (1932-2020) recebeu com surpresa o processo para sua entrada na produção. “Eu fui surpreendentemente chamada para o teste que era sigiloso. A Cássia, produtora de elenco, disse que o diretor do projeto me conhecia e queria muito que eu fizesse aquele teste. Ela então me enviou um termo de confidencialidade onde vinha o nome “Sessão de Terapia”. Mas por ser um termo de confidencialidade eu achei que o nome era fictício”. Luana é uma das principais produtoras de conteúdo do Instagram quando se fala em ancestralidade preta e a aprovação para o seriado entra em sua lista de conquistas no processo de ocupação de espaços. “Não acreditei que se tratava da série tão aclamada e da qual eu já era fã há algum tempo. Quando chegou o texto do teste, eu vi que em uma das frases a Giovanna usava o nome Caio como vocativo. E só aí foi que eu entendi que realmente se tratava da série dirigida e protagonizada por Selton Mello”, conta a atriz.
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Após o teste, Luana, que esteve em produções como “A Vida Invisível” e “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (2017), não recebeu resposta imediata e assimilava um processo de perda quando recebeu o sinal dos produtores da série. “Por conta da pandemia, agora os testes não são feitos em estúdio. A gente grava o vídeo em casa, de uma forma caseira mesmo, sem editar e envia para produção. Eu gravei meu teste sem contar para os meus pais do que se tratava. Eu disse para eles que ia pra minha própria terapia on-line. Me tranquei no escritório, gravei e deixei a sorte lançada. Isso foi em julho de 2020. No dia 14 de agosto, quando eu estava em meio ao sofrimento pela partida da minha avó, Chica Xavier, recebi uma ligação da produtora de elenco. E a essa altura do campeonato eu já nem me lembrava mais do teste. Nessa ligação a Cássia me perguntou se eu poderia participar de uma reunião virtual com o Selton e com o Roberto d’Ávila, produtor da série. E nessa conversa eles me perguntaram se eu topava dar vida a essa personagem naquele momento tão delicado que todos já estávamos vivendo por conta da pandemia. Eles me deram alguns dias para pensar. E dois dias depois eu enviei um e-mail dizendo que estava pronta e que tudo o que eu li dos textos da Giovana tinha me deixado aos prantos”, relata.
Luana se sente satisfeita com o resultado conseguido nas gravações da série. A vivência de Giovana não difere das experiências pessoais da própria artista. Diagnosticada com obesidade grau três, a atriz usa as redes sociais para dar visibilidade aos debates sobre a doença e costuma promover campanhas de conscientização. “Acho que o mais difícil em viver essa personagem foi falar de uma história com tantos pontos em comum com a minha própria vida, mas de uma forma que o público enxergasse a Giovana e não a Luana Xavier. E pelas respostas que já venho recebendo de quem prontamente assistiu a nova temporada acredito que eu tenha conseguido alcançar esse objetivo. E essa é uma das maiores alegrias de uma atriz. Saber que conseguiu ceder corpo, voz e alma para uma personagem, mas deixando que o protagonismo seja de fato da personagem”, reflete Luana
Adepta do processo psicoterapêutico em sua vida pessoal, a atriz e ativista aponta processos curiosos em ter de conversar com um psicólogo fictício e sua terapeuta na vida real: “É bem interessante pensar que em alguns momentos eu dizia coisas na minha terapia e no momento seguinte perguntava a minha terapeuta se eu já tinha dito aquilo pra ela ou se eu estava confundindo com o que Giovana disse pro Caio”, diz Luana que reforça a importância da sinceridade e confiança entre paciente e profissional: “Mas uma coisa que eu aprendi nesses 3 anos ininterruptos de terapia é que não existe nada que a gente diga no consultório que não seja relevante. O nosso silêncio diz muito, nossas pausas também. E até informações que a princípio parecem supérfluas certamente serão de grande utilidade para o processo de autoconhecimento. E isso eu emprestei pra Giovana”, conta.
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Além de protagonizar ‘Sessão de Terapia’, como psicólogo Caio Barone, Selton Mello também é o diretor da série que chega à sua quinta temporada. Questionada se Mello é um bom psicólogo, Luana Xavier não poupa adjetivos: “Selton Mello é um diretor preciso e cuidadoso, um ator extremamente generoso e todas às vezes que entrei no estúdio pra gravar eu pude contar de forma integral com o olhar e a escuta do Caio. Eu enxergava o Caio ali. Me sentia verdadeiramente em um divã. Os grandes artistas, os gênios como o Selton conseguem nos proporcionar isso. A gente ali não brinca de faz de conta. A gente sente na pele, se arrepia, se emociona e vê muita verdade em cada troca de olhar na cena”, descreve Luana.
Ser uma mulher preta e gorda em uma série aclamada é considerado mais que um troféu individual para a atriz e apresentadora. “Uma conquista de uma pessoa preta nunca é individual, é sempre coletiva. Quando me vejo em uma série de tanta relevância como essa eu automaticamente penso em minha avó Chica Xavier, em Ruth de Souza, Léa Garcia, Zezé Motta, Cléa Simões. Mas penso também nas mais jovens. Penso em Isabell Fillardis, Iléa Ferraz, Tatiana Tiburcio, Juliana Alves, Cacau Protasio, Vilma Mello. Lembro também das mais jovens ainda como a Erika Janusa, Elli Ferreira, Erica Ribeiro, Livia Silva e muitas outras.
Minha avó costuma dizer uma frase simples, mas cheia de significados: “a nossa cara precisa estar lá”. E mesmo que minha avó não esteja mais aqui pra presenciar esse momento tão importante na minha carreira, eu sei que lá do Orum ela está dizendo: “Minha Lua cheia de amor entendeu direitinho o recado, porque a cara dela tá lá!”, conclui.
“Sessão de Terapia” já está disponível na GloboPlay.