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“Negras Cabeças”: exposição retrata a importância ancestral de penteados e adornos

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Foto: Divulgação.

Apresentação virtual e imersiva representa mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba

No mês em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a exposição Negras Cabeças apresenta digitalmente oito pinturas, da artista visual ILLI, Íldima Lima, que têm como propósito estabelecer uma conexão visual-ancestral, partindo de referências e registros históricos de mulheres de grupos étnicos que utilizavam penteados e adornos de cabeça para expressar aspectos pertinentes à sua cultura.

Na mostra, serão apresentadas pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba. A exposição inova ao criar um ambiente de visitação imersivo em formato de game interativo, produzido pela empresa Ops Game Studio, com trilha sonora original de Filipe Castro. Os espectadores podem acessar a exposição através do site Negras Cabeças Art, que fica disponível até dezembro de 2021.

“É um olhar para a ancestralidade. Uma reverência às linguagens e tecnologias utilizadas por esses grupos para codificar mensagens através dos penteados, dos adornos, a fim de comunicar status e situações de interesse daqueles grupos, tendo se constituído com traços culturais definidores ao longo do tempo. Há um princípio nesses grupos em se fazer entender pelo que se vê e como se vê. A exposição é uma celebração dessas etnias”, relata Illi.

Em meio aos processos de reafirmação ancestral e temas de debates atuais e que são centrais na vida de mulheres negras, a exposição Negras Cabeças conversa diretamente com o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho, data que é um marco internacional de luta e resistência para reafirmar a luta contra o racismo e o sexismo vivido por mulheres negras.

A exposição é mais uma etapa de ações da artista visual Illi, que se propõe a contribuir para a ressignificação da imagem da mulher negra nas artes visuais. O objetivo é que o recurso digital estabeleça uma conexão com debates da sociedade atual, com temáticas de gênero, classe e raça, associadas ao fortalecimento das mulheres negras, sua apropriação estética, resgate ancestral, tendo como matriz simbólica a adoção do cabelo natural. 

A exposição se apresenta de forma inédita ao se utilizar da mecânica da gamificação para criar um elo entre o contemporâneo e o ancestral, a partir da criação de ambientes imersivos, com interação em primeira pessoa, concedendo ao visitante autonomia para explorar cada um dos 3 mundos criados pela artista, onde cada obra apresentada está contida em um cenário que reproduz o bioma onde aquela etnia vive/viveu. O recurso foi utilizado para favorecer a conexão do visitante com a realidade espacial de cada grupo étnico.

“A gente construiu um universo do zero e a proposta é que através do processo de gamificação, a exposição aconteça de uma maneira que o espectador tenha uma experiência de visitação em um processo imersivo. A ideia é que a exposição faça a pessoa se sentir dentro de um jogo com comandos de movimentação, como caminhar e girar, para que assim possa ter uma percepção completa do ambiente e interação com as obras”, conta Illi.

SERVIÇO

Negras Cabeças – Exposição virtual gamificada que retrata a importância ancestral de penteados e adornos de cabeça como linguagem para grupos étnicos

Data: De 29/06 a 30/12 

Acessar em: http://www.negrascabecas.art 

Adotando crianças negras: entenda como funciona a legislação brasileira

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Foto: Unsplash
  • Por Zaira Castro¹
    Jurista e Advogada

A  adoção é procedimento previsto na forma da Lei nº 8.069/1990, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que  teve aperfeiçoamento da sistemática a partir da  Lei 12.010/2009 visando a garantia do direito à convivência familiar a todas as crianças e adolescentes. Vale destacar, que a  adoção é medida excepcional e significa que um indivíduo assumirá como filho, uma criança ou adolescente nascido de outrem, de forma definitiva e irrevogável, somente quando esgotados os meios possíveis  de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, bem como quando os pais biológicos são desconhecidos, falecidos ou quando foram destituídos do poder familiar.

No entanto, um dos requisitos para quem deseja adotar é que seja  maior de 18 (dezoito) anos, e isso independe do estado civil. Além disso, conforme a lei  o adotante (aquele que adota a criança ou adolescente) deve apresentar uma diferença mínima de 16 (dezesseis) anos em relação à idade do adotando (aquela criança ou adolescente que é adotado). Todavia, se o adotante for um casal, apenas um dos dois, há de ser 16 (dezesseis) anos mais velho do que o adotando. E o adotando deve possuir  no máximo, dezoito anos à data do pedido.

O ECA também expressa que as gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude que é competente para conhecer os pedidos de adoção. Assim, o passo inicial para o interessado ou postulante em adotar é  procurar a Vara de Infância e da Juventude da região em que reside, onde serão fornecidas todas as orientações quanto à documentação a ser apresentada para dar entrada ao pedido de adoção.

E ainda é possível fazer um pré-cadastro antes de comparecer  à Vara da Infância e Juventude, através do site de Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disponível no link https://www.cnj.jus.br/sna/, e após o preenchimento do respectivo pré-cadastro e provido do número de protocolo e da documentação, deve comparecer  a Vara da Infância e Juventude para prosseguir com os demais trâmites.

Contudo, para os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, de acordo o artigo 197-A do ECA, deverá apresentar uma  petição inicial na qual contenha a qualificação completa; cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;  cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;  comprovante de renda e domicílio;  atestados de sanidade física e mental, entre outros documentos como antecedentes criminais.  E cabe ressaltar, que após a entrega da documentação, a equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, elabora um estudo psicossocial, que se dará através de uma entrevista para avaliar a capacidade  dos postulantes à adoção para o exercício de uma paternidade ou maternidade responsável.

Em seguida destaca-se a obrigatoriedade da participação dos postulantes à adoção em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio da equipe técnica responsável pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a referida Justiça, e que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos, observando que algumas Comarcas recomendam a realização do curso anterior à entrega da documentação.

Nesse contexto, importante destacar, a necessidade proeminente de um curso que promova à adoção inter-racial, já que conforme dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), no relatório total de 46.390 (100,00%) pretendentes cadastrados,  6.490 (13.99%) dos postulantes aceitam crianças da raça branca, e somente 360 (0.78%) postulantes cadastrados à adoção aceitam crianças da raça negra. Portanto é notória que a questão racial permeia o procedimento de adoção, considerando que os interessados em adotar preferem crianças da raça branca, assim culminando na discriminação racial tão balizada no racismo estrutural e institucional. Até o próprio sistema de cadastro de adoção já expôs que apenas 8% das crianças e adolescentre negros são adotados. Muitos dos postulantes à adoção já manifestam os seus critérios e a sua preferência da raça da criança tão logo  na entrevista e/ou documentação inicial já que todas as informações irão constar no cadastro de adoção, e visando essa situação, que algumas Comarcas direcionam primeiramente a realização do curso, que segundo a interpretação normativa promove à adoção inter-racial, haja vista diminuir o racismo no processo de adoção. 

Entretanto, após certificação do mencionado programa, o processo é encaminhado ao Ministério Público para apreciação e posteriormente a Autoridade Judiciária (Juiz) determina a juntada da avaliação psicossocial, designa audiência de instrução e julgamento, quando se aplica o caso e posterior sentença. E caso não exista diligências, e sendo  a sentença favorável o postulante será inscrito nos cadastros do registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. Nesse ínterim,  a convocação do postulante  para a adoção é realizada  de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis, além dos critérios indicados pelos os postulantes à adoção.

A priori, após informações devidamente cruzadas, a Vara da Infância e Juventude segue com a  adoção precedida de estágio de convivência observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso, assim como acompanhada pela equipe interprofissional técnicos a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, visando a garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório sobre a  conveniência do deferimento da medida. E destaca-se que o vínculo da adoção dar-se-á por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado, e por fim a adoção definitiva  somente produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença.

Portanto, ao refletir sobre o processo de adoção no Brasil, a primeira coisa  que  se vislumbra  é o  racismo, para além dos dados apresentados pelo Cadastro Nacional de Adoção, mas  ao lembrar das crianças em abrigos e casas de acolhimento, também existe o fator idade, pois a maioria dos postulantes à adoção deseja uma criança com idade entre zero e 5 anos, o que dificulta a adoção de adolescentes especialmente ao  somar ao fator raça, então temos a questão racial significativamente estrutural, inclusive na dinâmica da relação social  atravessada no processo de adoção, no qual os corpos negros foram subjugados à opressão.

Além disso, os processos de adoção por vezes são morosos, o que demonstra que apesar de alguns avanços, através da atualização da lei, e a criação do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) criado em 2019 junto ao Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA), com o objetivo de auxiliar a elaboração e o monitoramento de políticas judiciárias, regulamentado pela Resolução nº 289/2019 deste Conselho, assim como projetos como “mãe legal”, “ação cidadã ame e adote” e “dia do encontro que incentiva a adoção tardia”, entre outros, ainda há muito que avançar sobre o procedimento de adoção, especialmente referente à discriminação racial.

Por fim, ao repensar muito referente  às crianças e adolescentes negras  que perpassam o trâmite da adoção, inclusive a inter-racial, lembro do trecho de Frantz Fanon em  Pele negra, máscaras brancas, “Cheguei ao mundo pretendendo descobrir um sentido das coisas, minha alma cheia de desejo de estar na origem do mundo, e eis que me descubro objeto em meio aos outros objetos. Enclausurado nesta objetividade esmagadora, implorei ao outro. Seu olhar libertador, percorrendo meu corpo subitamente livre de asperezas, me devolveu uma leveza que eu pensava perdida e, extraindo-me do mundo, me entregou ao mundo. Mas, no novo mundo, logo me choquei com a outra vertente, e o outro, através de gestos, atitudes, olhares, fixou-me como se fixa uma solução com um estabilizador. Fiquei furioso, exigi explicações… Não adiantou nada. Explodi. Aqui estão os farelos reunidos por um outro eu.”

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“É importante fazer uso de filtro solar dentro de casa e no frio”, explica Dr. Fred Nicácio

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Hormônios, acnes, foliculite, feridas. Nossa pele negra tem manchas de várias origens que podem ser potencializadas pela radiação da luz. Muitas pessoas se baseiam em dois erros em relação a pele mais escura. O primeiro é que peles negras não precisam de proteção e o segundo somente a luz Sol é a vilã. A luz da lâmpada e até da tela do computador, também podem deixar suas manchinhas mais escuras, ou seja, o temido melasma.

Conversamos com o Dr. Fred Nicácio sobre a necessidade proteger a pele mesmo durante o isolamento social onde passamos boa parte do tempo dentro de casa.

“É muito importante fazer o uso e a reaplicação do filtro solar em casa e mesmo em tempos nublados ou frio.  O fator proteção solar adequado deve ser acima de 30. Os danos causados pela luz visível, que é a luz branca são os foto-danos que são bem menores do que os causados pela pela radiação ultravioleta que é a luz invisível do Sol está”, explica o médico que destaca que mesmo sendo uma interferência menor, a luz artificial também aumenta as manchas.

E por que manchamos mais? Dr. Nicácio conta para gente. “Nós pessoas negras temos tendências a fazer em hiperpigmentação, que são essas manchas onde qualquer tipo de lesão em inflamatória pode ser uma espinha, um corte , tende a ficar muito mais escura em pessoas negras.  Isso é causado devido uma proliferação da melanina no corpo e aí uma desorganização dessa produção causa a hiperpigmentação”.

Se você tem alguma predisposição que favoreça as manchas invista em um bom protetor solar para o rosto e corpo. Não se esqueça das mãos que também ficam expostas para quem dirige e também dê atenção aos lábios grossos que tem pele bem mais fina que o resto do corpo.

Quem tem medo de ficar com a pele cinza ao escolher o protetor solar com cor, pode optar para um sem cor, mas a boa notícia é que cada vez mais as marcas entenderam a diversidade de tom da pela negra. Confira alguns produtos.

1) Protetor Solar FPS60 ( Sallve) R$ 59,90 2) Protetor Solar Facial Renew Advance Matte com Cor Anti-Idade da Avon R$ 38,90 3)Garnier SkinActive Uniform & Matte Vitamina C R$ 39,90 4) Mantecorp Episol Color FPS 30 R$ 72,90

Movimento Black Money dá cinco dicas para pessoas pretas que querem investir

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A quantidade de pessoas pretas investindo seu dinheiro e abrindo o próprio negócio é cada vez maior (felizmente). Pensando nisso, o Movimento Black Money preparou algumas dicas para quem está pensando em iniciar a jornada como investidor e assim diminuir os riscos que a empreitada costuma envolver.

Imagem: : Gustavo Fring/Pexels

1. Coloque ordem em suas finanças

O ponto de partida da jornada de um investidor é assumir o controle das suas finanças. Isso inclui não apenas saber o quanto se ganha e o quanto se gasta, mas também o como o dinheiro tem sido utilizado. Colocando as contas na ponta do lápis, fica mais fácil encontrar os gastos desnecessários, que podem ser reduzidos ou até mesmo eliminados. Além de conhecer melhor a sua rotina financeira, essa organização ajuda a manter a disciplina que será exigida na gestão dos investimentos. 

2. Use o Fundo De Emergências somente para emergências

Uma das regras básicas de todo investidor é ter uma reserva de emergência. Ela é o porto seguro das finanças, o refúgio para quando algo inesperado acontece. É fundamental que ela conte com um montante suficiente para sustentar seus gastos habituais por um período mínimo de 6 a 12 meses, caso perca sua fonte de renda de forma repentina. 

Apesar de ele precisar estar disponível para ser resgatado a qualquer momento, é essencial que ele seja o último recurso. Apenas casos extremos, como a perda de um emprego, ou a necessidade de uma reforma urgente na casa são elegíveis, e sempre que for utilizado, o valor deve ser reposto o quanto antes. 

Google for Startups investe em 8 startups de fundadores ou líderes negros
Imagem: Google for Startups

3. Entenda o investimento como prioridade

Ao começar a investir, é importante compreender que o investimento é uma das prioridades da sua nova vida. Isso significa que não se deve aplicar o que sobra no fim do mês, mas sim, gastar o que sobra depois de aplicar e pagar as contas. Parece simples, mas é essencial que essa ordem seja estabelecida na sua mente, pois é ela que garante que seus planos não sejam sabotados por você mesmo. 

4. Tenha paciência para começar a investir

Você já deve ter ouvido aquele ditado que diz que a pressa é inimiga da perfeição. Bom, no mundo dos investimentos, a pressa pode se transformar em prejuízo financeiro e ninguém quer perder dinheiro, não é mesmo?

Os investimentos se sustentam em um tripé formado pelo tempo, rendimento e risco. Os três elementos estão sempre em equilíbrio e qualquer oferta que tire essa estabilidade tem grandes chances de ser uma cilada. Então, saiba que se você tem pressa, ou vai ter que assumir mais riscos ou vai perder em rendimentos. O melhor é sempre agir com calma e tranquilidade.

5. Não coloque todo o seu dinheiro em um lugar só

A diversificação da carteira de investimentos é outra premissa fundamental de um bom investidor. Por mais vantajoso que seja um investimento, ele não deve concentrar todo o seu dinheiro. Afinal, nunca se sabe o que pode acontecer de um dia para o outro, principalmente no mercado de capitais, e isso pode afetar os títulos tanto de forma positiva quanto negativa. 

Ao variar nos tipos de investimento, você aproveita melhor cada um deles e evita grandes perdas caso algo aconteça. É uma forma de se resguardar e, ao mesmo tempo, de obter melhores rendimentos. 

Como você pôde ver, os cuidados que devem ser tomados por quem deseja começar a investir são simples, mas muito importantes. Cada um deles vai te ajudar a alcançar seus objetivos de forma mais rápida e com menos riscos. Então, pense bastante em cada dica e boa sorte!

Movimento Negro Unificado abrirá queixa-crime contra Bolsonaro após novos comentários racistas

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O Movimento Negro Unificado (MNU), irá ingressar com queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro em razão de comentários racistas proferidos ao final de sua live que foi ao ar ontem, (8) quinta-feira. Na saída do Planalto, acompanhado de um apoiador negro que usa cabelo estilo black power, diante de apoiadores e microfones de câmeras de TV e rádio, Bolsonaro pronunciou frases associando o corpo negro a barata, piolho e imundície.

Em uma das frases dirigidas ao apoiador, Bolsonaro afirmou,aos risos: “Olha o criador de baratas aqui. Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos os seus piolhos”. Em seguida acrescentou: “Tu lava (sic) esse cabelo quantas vezes por mês?”, ao que o rapaz retificou “Por mês não, por semana”. Essa conversa foi similar a uma conversa que ele teve com o mesmo apoiador meses antes. O seguidor alegou que “não é um negro vitimista” e que “nada o difere de uma pessoa branca”.

Estou vendo uma barata', diz Bolsonaro a apoiador com cabelo black power -  06/05/2021 - Cotidiano - Folha
Imagem: Reprodução

O presidente já fez declarações racistas antes. Em 2017, numa palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, Bolsonaro referiu-se expressamente aos quilombolas como vagabundos, inúteis, incapazes sequer de procriar e cujo peso deve ser medido em arrobas (unidade de peso utilizada para animais). Nesse caso, por maioria, a 1ª Turma do STF entendeu que não houve crime de racismo.

Segundo os advogados do MNU, Hédio Silva Jr, Wanderson Pinheiro e Sílvia Souza, uma mensagem com este conteúdo, veiculada pelo YouTube e por meios de comunicação, propaga um conteúdo criminoso à medida em que induz e incita os receptores a associarem o corpo negro à insetos e falta de asseio.

.Os advogados estão confiantes, baseados nas reiteradas assertivas racistas e homofóbicas de Bolsonaro, de que desta vez o STF irá determinar abertura de inquérito por crime de racismo.

Bolsonaro ficou por cerca de 1 hora no chamado “cercadinho” e disse aos apoiadores que estava com agenda livre enquanto fazia piadas de gosto duvidoso e atacava o PT e os trabalhos da CPI. Bolsonaro também fez piadas misóginas e fez oração com os integrantes do cercadinho.

Narrando as últimas 24 horas de vida de um jovem negro, Fruitavale Station é dramático e envolvente

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Em janeiro de 2009, nas primeiras horas daquele ano, Oscar Grant, homem negro de 22 anos de idade foi baleado e morto por um policial na Estação de metrô Fruitvale Station, Oakland. É com as imagens reais desse assassinato que o longa estrelado por Michael B Jordan começa.

10 filmes com spoilers no nome - Tediado
Imagem: Reprodução

“Fruitvale Station” é o primeiro longa-metragem dirigido por Ryan Coogler, que viria a dirigir ‘Pantera Negra’ e ‘Creed’ (ambos com B Jordan) e foi premiado em diversos festivais independentes pelo mundo. O filme acompanha as últimas 24 horas de vida de Grant e nos oferece um um retrato doloroso do quanto a sociedade norte-americana continua a repetir ciclos de racismo e violência policial.

Grant liga para mãe,Wanda, interpretada por Octavia Spencer, beija a namorada,recebe ligação da irmã que precisa de ajuda, fala com os amigos, tenta recuperar o emprego e tenta não cair na de vez no mundo da compra e venda de drogas ao mesmo tempo que está precisa  ser pai de uma criança que não tem como sustentar. Um dia normal na vida de muitos jovens pretos sem boas oportunidades.

A história de Oscar Grant, infelizmente, é de uma familiaridade universal até hoje e Ryan Coogler fortalece a intimidade com o personagem de Jordan por meio do uso de uma câmera nervosa, que faz com que o filme pareça um documentário. O tom dramático ganha poder com as excelentes atuações de Octavia Spencer  (‘Histórias Cruzadas)  e Jordan (‘Creed‘).

Octavia traz para sua Wanda a compreensão maternal de uma mãe que teme por seu filho e o ama incondicionalmente. Se o filme tivesse tido lobby de um grande estúdio na época, ela poderia ter levado o Oscar sem risco de injustiça aos outros concorrentes. Mas é Michael B Jordan que apresenta aqui uma das melhores atuações da carreira. Natural em todas as reações. Dos rompantes de fúria às dúvidas, o ator, na época com 26 anos, mostra talento artístico digno de veterano e segura bem a trama, que em alguns momentos apela para manipulação emocional dispensável. Essa tentativa de levar o espectador para o caminho da comoção por meio de algumas cenas como mostrar o personagem chorando por um cachorro atropelado se mostram desnecessárias, uma vez que a história real, por si só, já é forte e comovente.

Octavia spencer
Imagem: Reprodução

A meia hora final da projeção é intensa e difícil não chegar às lágrimas com o desfecho. Quando Oscar e seus amigos chegam na famigerada estação não tem como torcer para um final diferente ainda que se saiba o que vai acontecer. A vontade é de tentar mudar o mundo real por meio da tela. A aparição truculenta dos policiais faz com que a apreensão se misture com a raiva e Jordan imprime no olhar o medo que provavelmente Oscar sentiu em seus últimos momentos de vida. A atuação sofrida, mas sem exageros de Spencer são de cortar o coração. 

“Fruitvale Station” é envolvente e dramático. Ao fim sobra o nó na garganta e a infelicidade de saber que nada mudou desde a morte de Oscar Grant

Disponível no Amazon Prime Video.

“Está ok não estar ok”: Naomi Osaka fala sobre saúde mental e apoio de Michelle Obama

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A tenista Naomi Osaka, número 2 do mundo, foi capa da última edição da revista Time escreveu um artigo onde falou sobre a importância da manutenção da saúde mental. Em artigo intitulado “Está ok não estar ok”, a atleta japonesa discorreu sobre a importância de respeitar os próprios limites em relação aos cuidados com a saúde emocional e psicológica.

Osaka withdrew from the French Open to tend to her mental health
Imagem: Williams & Hirakawa

Osaka relembrou os acontecimentos recentes sobre o Aberto da França em que abandonou por sentir que não podia dar as entrevistas coletivas obrigatórias. “Você nunca pode agradar a todos. O mundo está tão dividido agora quanto consigo me lembrar em meus curtos 23 anos. Questões que são tão óbvias para mim, como usar uma máscara em uma pandemia ou ajoelhar-se para mostrar apoio ao anti-racismo, são ferozmente contestadas. Quer dizer, uau. Então, quando disse que precisava perder as coletivas de imprensa do Aberto da França para cuidar de mim mentalmente, deveria estar preparado para o que se desenrolou”, inicia em seu texto. A lição dois foi talvez mais enriquecedora. Tornou-se evidente para mim que literalmente todo mundo sofre de problemas relacionados à saúde mental ou conhece alguém que sofre. O número de mensagens que recebi de um grupo tão grande de pessoas confirma isso. Acho que podemos concordar quase universalmente que cada um de nós é um ser humano e está sujeito a sentimentos e emoções”, diz Osaka que é protagonista de uma campanha do Comitê Olímpico Internacional (COI) trazendo o olhar mais humanizado sobre atletas de elite.

A tenista é um dos nomes mais cotados para faturar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. Em vésperas de fazer parte de um evento de alcance global, a atleta aponta para a importância da privacidade dos atletas. Acusada de não gostar da imprensa, ela explicou: “O primeiro é a imprensa. Nunca se tratou da imprensa, mas sim do formato tradicional da conferência de imprensa. Vou repetir para os que estão atrás: eu amo a imprensa. Eu não amo todas as conferências de imprensa”, escreve a tetracampeã de Grand Slams.

Ainda em seu artigo, Naomi pede que haja mudança no formato de coletivo, que classifica como uma relação de “sujeito x objeto”. Para Naomi Osaka, houve surpresa com a proporção que sua recusa em dar uma entrevista tomou. “Comuniquei que queria pular as coletivas de imprensa em Roland Garros para exercer o autocuidado e a preservação da minha saúde mental. Eu mantenho isso. Os atletas são humanos. O tênis é nossa profissão privilegiada e, claro, há compromissos fora da quadra que coincidem. Mas eu não posso imaginar outra profissão onde um registro de freqüência consistente (eu perdi uma entrevista coletiva em meus sete anos de turnê) seria tão duramente examinado”, declarou.

Na época, Osaka recebeu apoio de ícones do esporte como o piloto Lewis Hamilton, a lenda do tênis Serena Williams e do ex-nadador Michael Phelps. “Michael Phelps me disse que por me posicionar eu posso ter salvado uma vida. Se isso é verdade, então valeu a pena”, revela.

No artigo, ainda há indicações da atleta para que as associações de tênis ofereçam afastamento para cuidados médicos e dispensas de entrevistas sem obrigar os competidores a revelarem os motivos. Osaka também revelou ter recebido apoio da ex-primeira dama Michelle Obama e do astro do basquete Stephen Curry.

“Acredite ou não, sou naturalmente introvertida e não cortejo os holofotes. Sempre tento me esforçar para defender o que acredito ser certo, mas isso geralmente acarreta grande ansiedade. Eu me sinto desconfortável em ser o porta-voz ou o rosto da saúde mental de um atleta, pois isso ainda é muito novo para mim e não tenho todas as respostas. Espero que as pessoas possam se relacionar e entender que está OK não estar bem e OK também não falar sobre isso“, concluiu.

Trazendo influências de samba e reggae, cantora baiana Iane Gonzaga lança primeiro álbum

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.A cantora e multi-instrumentista baiana baiana Iane Gonzaga lança seu primeiro EP “Territóriamente“. O álbum conta com cinco músicas autorais: “Colé de Mermo”, “Euforia”, “Meu Bem”, “Sensação de Desejo” e “Amanheceu” e a canção inédita “Zabumba meu Boi” de autoria do baiano Valter Tonhá.

Imagem: Camila Brito

Em suas músicas, Iane versa sobre as relações entre corpos e territórios, lugares e suas linguagens, sensações, desejos, relacionamentos e memórias vivenciadas. As canções são carregadas de influências afrodiaspóricas, trazendo doses de samba, ijexá e no reggae. “Territóriamente celebra a importância de acreditar em si, ouvir as intuições e vibrar nossas existências”, afirma a cantora. 

Gravado em meio a pandemia da Covid-19, o álbum (feito com apoio do Programa Aldir Blanc Bahia) demarca, juntamente com outras produções musicais baianas, a resistência artística de cantores, músicos e produtores da cena autoral independente e ressalta a importância da coletividade. “Esse trabalho chega em um momento de retorno às nossas intimidades, busca por acolhimento coletivo e valorização das escutas”, ressalta Iane. Na produção do EP foi mobilizada uma rede de pequenas empreendedoras locais, desde o figurino por Tatá Costureira, hairstylist por Nega Nagô, aos acessórios em parceria com a Chilli Chokers.

‘Territóriamente’ já está disponível em todas as plataformas digitais.

Netflix divulga trailer de série documental sobre a tenista Naomi Osaka

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A Netflix lançou o trailer de sua próxima série documental, “Naomi Osaka – Estrela do Tênis”. A série vai mostrar a luta da atleta dentro e fora das quadras.

Dirigido pela documentarista indicada ao Oscar , Garrett Bradley (‘Time’), a série oferecerá uma lente próxima sobre as pressões e decisões difíceis que moldaram a vida de Osaka. Filha de mãe japonesa e pai haitiano, a série também segue Osaka enquanto ela explora a descoberta de sua ancestralidade ao mesmo tempo que abria caminho para se tornar uma das maiores atletas da atualidade.

NAOMI OSAKA Trailer. Netflix Documentary Follows Tennis Superstar Over Two  Years | VIMooZ
Imagem: Reprodução

Naomi Osaka foi uma das vozes públicas mais ativas durante o auge do movimento Black Lives Matter e competiu no US Open 2020 usando máscaras com nomes de pessoas negras vítimas de violência policial ou racismo. “Nenhuma dessas mortes teve que acontecer”, diz Osaka. “Eu só quero que todos saibam os nomes.”

O documentário trará uma mistura de vídeos caseiros com trechos da carreira da atleta, o que deve trazer luz para uma personalidade tão magnética.

A tenista se mostra avessa aos holofotes e este ano se retirou do Aberto da França após revelar que coletivas não a faziam se sentir bem, o que deflagrou uma discussão sobre a importância da manutenção da saúde mental entre atletas de alto rendimento. Com a chegada da série, os fãs poderão desvendar um pouco mais sobre as angústias e motivações de Osaka

“Sempre tive essa pressão para manter essa imagem estridente, mas agora, eu não me importo com o que alguém tem a dizer”, diz a tenista no trailer.

A previsão de lançamento é para o dia 16 de julho. Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=OuBd0MyHXX8&t

“As pessoas não vão mais me ver batendo boca na internet”, diz Jojo Todynho em entrevista ao Trace Trends

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Foto: Divulgação.

Em bate-papo descontraído, a apresentadora fala sobre novo programa, vida pessoal e trajetória no episódio que vai ao ar hoje às 17h no Multishow, e já está disponível no Globoplay

Dona de uma personalidade forte e de um sucesso estrondoso, Jordana Gleise de Jesus Menezes, mais conhecida como Jojo Todynho, conquistou o Brasil e soma hoje mais de 18 milhões de seguidores apenas no Instagram. A cantora, que ganhou notoriedade na mídia ao participar do videoclipe Malandra, da Anitta, estreou recentemente como apresentadora, no talk show, Jojo Nove e Meia, no Multishow. Durante o bate-papo com Xan Ravelli e Alberto Pereira Jr. no episódio do Trace Trends que vai ao ar hoje às 17h no Multishow, e já está disponível no Globoplay, ela conta como tudo começou e fala sobre seu novo momento de carreira.

Rodeada de mulheres fortes, criada pela avó, Jojo teve sempre muito apoio da família para ir em busca dos seus sonhos. Julgada muitas vezes pelo seu temperamento, aprendeu a não ligar para a opinião dos outros. “As pessoas não vão mais me ver batendo boca na internet, elas vão brigar sozinhas, porque eu estou em outro patamar. Elas entenderam o que me dá gatilho, onde perco a paciência, então vão me atacar e esperar. E elas vão ficar sentadas esperando, porque eu tenho mais o que fazer. Se você parar para tacar pedra em todo cão que late, sua vida não anda”, dispara Jojo.

A apresentadora fala ainda sobre a pressão que sofre com a imposição do público de uma vida perfeita. “No setor que eu vivo hoje, as pessoas ficam enfatizando que é ‘a vida perfeita’, a ‘família perfeita’. Então quem acompanha, quer cobrar isso, que eu esteja sempre perfeita. Mas eu mostro para as pessoas que não vou estar sempre perfeita, porque eu nunca serei perfeita. Sou uma pessoa normal como todo mundo. Eu sou famosa só na televisão. A realidade é ir ao mercado, pagar boleto, resolver coisas, se estressar. A vida é isso”, desabafa.

O programa traz ainda os conselhos de Babu Santana no “Fala, Babu!”, Ad Junior falando sobre representatividade na moda em “Adendo”, detalhes do álbum Excelsion Café, que reúne Hyldon, Golden Boys, Leci Brandão e outros nomes da Black Music, além de muitos Bafros musicais.

Com apresentação de Alberto Pereira Jr., Xan Ravelli, Ad Júnior, João Luiz Pedrosa e Babu Santana, a nova temporada do Trace Trends tem, a cada semana, um episódio inédito exibido às quartas-feiras no Globoplay e às sextas-feiras, às 17h, no Multishow.

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