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A busca pelo afeto em tempos de relações rasas

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Foto: Og Cruz.

Este texto é uma travessia, um caminhar através de reflexões, perguntas, compartilhamentos de pensamentos e ressignificação das relações. 

Em rodas de conversas com diferentes amigos tenho observado que as mesmas questões, as mesmas dores atravessam as pessoas: a solitude que se transforma em solidão e a busca constante por afeto. Não falo exclusivamente de relações afetivas, falo de todos os tipos de relações. 

Estamos caminhando para três anos de isolamento social, muitas pessoas continuam trabalhando no formato de home office e toda troca se dá apenas através de uma tela. Não tem abraço, toque, muitos não conhecem como é a risada da outra pessoa, a sua altura e nem o cheiro. Perdemos a humanização do outro. Ainda não mensuramos o tamanho do impacto social e comportamental que a pandemia nos afetou, mas sentimos que não somos mais o mesmo quando saímos de casa e encontramos as pessoas. Parece que existe um certo deslocamento, uma sensação de não sei se abraço ou se fico com as mãos no bolso pra evitar que ultrapasse o limite do toque, os sons que se misturam entre conversas, música e trânsito.

Você já percebeu como tivemos muitas mudanças internas e nossas relações com as pessoas também estão afetadas? 

Além do impacto emocional-social causado pela pandemia, vivemos em tempos desafiadores para relacionar-se, onde as relações se tornaram rasas e líquidas. É muito mais fácil – e rápido – “trocar as pessoas” do que “trocar uma ideia”, afinal, pra conversar, precisa de tempo, disposição e, algumas vezes, paciência. Pois, o que forma as pessoas são seus ideais, suas histórias e experiências, suas visão de mundo diferente e por isso se chama troca. Entre os meus (e comigo), percebo um cansaço e uma frustração de se abrir para estes momentos e simplesmente não acontecer porque a outra pessoa não está disposta, não está na condição de se abrir, de mostrar suas vulnerabilidades, de se doar para conhecer a si e ao outro. Percebo que para muitas pessoas o período de isolamento, principalmente no início, foi um momento de mergulho interior, de autodescoberta e por isso, aconteceram mudanças significativas em busca de uma melhor versão de si mesmo. Alguns casais se formaram, outros terminaram. Muitos sentimentos sendo ressignificados, curados e finalizados. Abrindo assim o caminho para o “deixar ir” e “deixar vir”. 

E, se você chegou até aqui, tenho que te dizer que o desenrolar dessas linhas será sobre o que mais tem me atravessado nos últimos tempos ressignificar as relações a partir de novas perspectivas sobre o amor e o afeto.

Og Cruz

Tudo parte de duas leituras que me fizeram renascer, senti meu mundo se abrir para outras visões e passei a interpretar tudo de uma outra forma. Percebi que as minhas relações foram construídas não sob o ponto de vista de África e sim do ocidente. E isso faz toda diferença. Vamos conversar sobre Sobonfu Somé e bell hooks? 

Tudo começou com “Um defeito de Cor, que é turbilhão de emoções. A partir dele, comecei a me debruçar em livros de filosofia africana e cheguei em ”O Espírito da Intimidade” de Sobonfu Somé mais de uma vez. Me atravessou tanto que tive que resgatar e ler de novo. Pra começar, Sobonfu descreve a intimidade como “uma canção do espírito, que convida duas pessoas a compartilharem seu espírito. É uma canção que ninguém consegue resistir… Quer admitimos ou não, existe uma dimensão espiritual em todos os relacionamentos independentemente de sua origem”. Em que momento buscamos, pensamos ou temos conosco isso em nossas relações? Esquecemos (ou muitas vezes nem aprendemos) os costumes e a filosofia africana, de nossos ancestrais. Entramos no automático, deixamos de valorizar as pessoas que passam a fazer parte de nossa travessia porque simplesmente não paramos pra pensar que essas pessoas não apareceram por acaso, que os encontros acontecem em conexão com o espírito. É algo muito maior, mas estamos preocupados e apressados demais, deixamos de vivenciar os momentos e nem sabemos o sentido dessa pressa toda. 

A intimidade está num lugar que é acompanhado de outros ingredientes raros – vulnerabilidade, confiança, entrega e o principal, deixar de ter qualquer expectativa ou projeção sobre perfeição, seja sobre si próprio ou sobre o outro. Para acessar esse lugar, você precisa abrir mão daqueles estereótipos formados em sua cabeça e enxergar quem está ali na sua frente, verdadeiramente. Você está pronto pra isso? Pra deixar de lado as princesas e príncipes da Disney? O processo de aceitação começa por você, por aceitar seu corpo, suas marcas, suas experiências, acolher suas dores, seus tramas e suas sombras, assim como encontrar e admirar suas riquezas, sua fortaleza. Quando conseguir se olhar na intimidade sem se julgar, vai conseguir olhar pra outra pessoa com todo carinho e afeto que ela também merece.

Já com bell hooks, em “tudo sobre o amor – novas perspectivas”, somos provocados a refletir sobre qual é o significado do amor. Toda vida o amor foi visto por mim como um sentimento, não sei se eu posso dizer (assim como muitas pessoas pretas) que me senti sempre amada. Posso ter me sentido cuidada, mas amada não necessariamente. bell traz reflexões sobre a origem do amor  mesmo a partir das relações com nossas famílias, ou como a sociedade fala e deseja o amor mas não sabe defini-lo. Gosto quando ela aponta que o amor como uma ação, a partir do trabalho de Erich Fromm que define amor como “a vontade de se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento espiritual ou de outra pessoa […] O amor é o que o amor faz. Amar é um ato de vontade […] A vontade também implica escolha. Nós não temos que amar. Escolhemos amar”. E aqui também aprendi alguns ingredientes raros para essa construção: afeição, carinho, reconhecimento, respeito, confiança, honestidade e comunicação aberta.

Os ensinamentos africanos são muitos e nos atravessam, se permitirmos e nos abrirmos. 

Mas alerto para momentos de reflexão, de revisão da vida e da forma como somos e nos colocamos no mundo. Pois, depois de acessar esses ensinamentos, mudanças podem acontecer no seu interior e quando você buscar trocas, pode sentir um vazio porque as pessoas tem medo de usar esses ingredientes todos e assim chega a frustração, o cansaço de tentar se relacionar com base na troca de afeto, de cuidado, de carinho e conexão. 

Tenho acreditado cada vez mais que o amor cura. E que o amor preto é revolucionário, um ato político. 

Mas também enxergo as relações como uma responsabilidade que demanda tempo, dedicação, paciência e disposição, com altas doses de coragem. 

Mas se você se sentir atravessado por esses ingredientes e estar disposto, tente acreditar que vai acontecer essa troca, confia no cochicho que chega nos seus ouvidos, são seus ancestrais te preparando para o que vai chegar, se renda às transformações.  

L’homme Statue lança videoclipe para ‘Canto de Sereias’

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Foto: Rayssa Lima.

Faixa integra ‘Ser’, recente álbum de estreia divulgado pelo multiartista que destaca todas as narrativas e subjetividades de um corpo preto, viado e imigrante afro-francês no Brasil

Você já deve ter se deparado com os vídos de L’homme Statue no seu feed do instagram, falando sobre as “coisás” que ele aprendeu a amar no Brasil. Além de oferecer esse intercâmbio Brasil x França com seus ricos conteúdos sobre a diversidade cultural daqui e de lá, ele também está investindo em sua carreira musical. Depois de divulgar ‘Ser’, seu primeiro álbum, construindo novos imaginários para o seu chamado “corpo preto viado”, Loïc Koutana, o L’homme Statue, embarca em uma série de lançamentos que marcam visualmente o ainda recente álbum de estreia.

Em ‘Canto de Sereias’, artista surge avisando que, sim, ele chegou para abrir caminhos, exatamente como brada em sua música-manifesto, mergulhado em si mesmo, confidenciando emoções, expondo vulnerabilidades, pedindo a proteção daquelas que vieram antes, reverenciando a sua mãe e todas as divindades femininas que o abraçam, também, como uma força da natureza. Aqui, representada pela sua própria arte e todos os seus atravessamentos.

Cena do clipe. Crédito: Fred Ouro Preto.

Com direção de Fred Ouro Preto, o videoclipe apresentado para a faixa é guiado por três atmosferas diferentes que refletem, de maneira muito poética e afetuosa, os movimentos da vida, a introspecção, a pureza e o renascimento.

Na sonoridade, a alma blues evolui para um RnB com batidas modernas do trap, construídas por Pedro Zopelar – produtor musical do projeto e maior parceiro criativo de Statue. “Vale dizer que essa é uma das canções mais líricas que estão no álbum e nós já fizemos várias versões dela. Inclusive essa, do clipe, é exclusiva e conta com a participação do guitarrista Maurício Souza”.

Imigrante afro-francês nascido em Paris, de família natural do Congo e da Costa do Marfim, L’homme Statue vive no Brasil –– por amor – há mais de 6 anos. É cantor, dançarino, modelo, performer e influenciador digital. É, na verdade, o que quiser ser. E nada, além de si mesmo, pode o definir.

“Eu decido tomar o controle sobre o meu corpo, a minha sexualidade e quem eu sou. Quero que as pessoas lembrem de mim pelo fato de ser. Esse é o meu maior poder. Ser é ser pelado, ser você mesmo, ser fraco, ser forte. Eu alcancei mais níveis a cada vez que fiquei mais frágil. Fui mais eu mesmo”.

Sendo quem é, L’homme Statue é para quem gosta de dançar e celebrar a vida. Para quem tem curiosidade e não se poupa de sempre experimentar.

Confira:

“Os movimentos sociais resgatam a nossa humanidade”, diz Antonio Isuperio

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O arquiteto Antonio Isuperio - Foto: Reprodução Instagram

Nascer num país que exalta a pele branca e a miscigenação pode fazer até as pessoas que nascem em famílias negras se entenderem e serem socializadas como brancas por terem a pele mais clara. Foi assim com Antonio Isuperio, o entrevistado desta semana do podcast Falas Diversas, da jornalista Silvia Nascimento.

“Sair do armário da negritude, foi muito mais violento do que sair do armário da LGBTfobia. Eu falo isso para as pessoas, elas ficam surpresas, mas para mim, realmente me reconstruir dentro de toda ancestralidade, reconhecer todos os valores que a minha família sempre teve e que foram apagados, inclusive pelo os meus parentes diretos, que são os meus pais, foi um processo muito violento”, detalha Antonio Isuperio, arquiteto, nascido no interior de Goiás e que hoje vive em Nova York (EUA).

Com 100 mil seguidores no seu perfil no Instagram, ele usa seu alcance para denunciar casos de racismo e expor os absurdos que a branquitude pratica cotidianamente. O que para alguns pode ser considerado apenas problematização, é, entre outras coisas, uma técnica que Isuperio usa para manter sua saúde mental.  “Eu decidi que eu não iria me calar nunca mais. Eu ficaria realmente muito mal da saúde mental, se eu não pudesse problematizar e falar sobre isso e respeitar que eu sou o sonho dos meus ancestrais que tiveram que morrer para eu estar no lugar que eu estou, com acesso à educação, acesso aos pequenos espaços de poder que eu já consegui participar, então eu não vou me calar”, explica.

O colorismo foi um dos temas do bate-papo. Isupério só se descobriu negro na fase adulta, há 9 anos. “Reconquistar essa perda da identidade, toda essa violência que eu tive, foi realmente no período pós-universidade, quando eu me envolvi com os movimentos sociais, então por isso que eu sempre vou defender a os movimentos sociais, porque são eles que resgatam a nossa humanidade”, disse o creator.

Cinema e arquitetura foram outros assuntos que surgiram ao longo dessa conversa disponível no nosso canal no Youtube e também no Spotify.

Mesmo com imagens que provam sua inocência, dois jovens negros estão presos há um mês, em SP

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Presos há um mês, os irmãos Luiz, de 24 anos, e Gustavo, de 19, estão lutando na justiça para provarem sua inocência, após terem sido acusados de roubar dois veículos entre o Taboão e São Bernardo do Campo, em São Paulo. Sobre o ocorrido, no último dia 01 de março, dois roubos aconteceram perto da região onde os jovens moram, em Diadema, uma dupla de ladrões roubou o carro de uma mulher, por volta das 18 h 40 min, descrito como um Ford Ka prata, sete minutos depois, às 18h 47 min, os criminosos roubaram outro carro, dessa vez em São Bernardo do Campo, um Voyage prata.

A polícia então, foi chamada e por meio de um sistema de rastreio, encontrou o Voyage perto de um bar, local onde estava Gustavo e Luiz. Ação foi suficiente para a polícia enquadrar e prender os jovens, que segundo a família, tinham atravessado a rua para fumar, já que estavam no bar, celebrando o aniversário de um conhecido, durante todo o final de tarde.

No dia dos roubos descritos, os irmãos saíram acompanhados do pai, Luiz César Marques, para celebrarem o aniversário de um conhecido, num bar. Diferentes imagens, obtidas pela família, por meio de câmeras de segurança, mostram o momento em que os jovens saem de suas casas acompanhados do pai e chegam no bar. No momento em que Luiz e Gustavo se encontram no local é o horário em que o roubo do primeiro carro estava acontecendo em outro lugar. Os crimes aconteceram há mais de 3 km de distância, onde os jovens estavam.

Câmera de segurança mostram Gustavo e Luiz saindo de suas casas por volta das 18 horas, no dia 01 de março de 2022. Foto: Arquivo Pessoal.

A defesa dos moradores de Diadema argumenta que os mesmos não realizaram os roubos descritos, já que durante todo o período do crime, eles ficaram juntamente com o pai e demais amigos no bar. A câmera de segurança do estabelecimento estava 01 hora adiantada, por conta do antigo horário de verão, mas registros mostram a chegada dos rapazes, acompanhados de César Marques às 18h 36 min.

“Eles foram presos porque estavam perto de um carro roubado. A polícia já chegou pedindo pra eles assinarem uma série de documentos, eles nem sabiam o que eram e acabaram sendo levados. Quando as vítimas foram reconhecer, reconheceram eles por conta da camisa e da cor da pele”, declara ao MUNDO NEGRO, a profissional que está cuidando do caso e defendendo os jovens.

“Estamos na frente de um racismo estrutural, não temos como falar sobre outra situação a não ser essa. A situação é essa, sabe-se lá Deus quanto tempo eles vão ficar lá, porque a perícia demora. Vou pedir ao juiz que me dê permissão para acompanhar a reinquirição dessas vítimas, para assegurar que não façam perguntas tendenciosas, não confio nesse trabalho da polícia”, destacou.

Horário em que os jovens chegam no bar acompanhados do pai

“Eles saíram de casa com os pai e estavam com ele o tempo todo porque era aniversário de uma pessoa conhecida da família. O reconhecimento [dos acusados] não foi feito como a lei exige e as vítimas acabaram sendo induzidas por toda a situação do reconhecimento. Eles [ Luiz e Gustavo] estão pagando por essa situação, desde o dia 1 de março, sem conseguir provar a inocência deles”, diz o profissional da família que cuida do caso.

Enquanto o assalto acontecia em outro lugar, os jovens seguiam no bar, estavam mandando mensagens para os amigos, tirando fotos, conversando com outras pessoas ao redor. Todo o material, que em tese provaria a inocência dos jovens foi anexado no processo, mas segundo o Ministério Público, os arquivos de vídeo foram editados e por isso, autenticidade dos mesmos foi contestada pela justiça. Enquanto isso, Luiz e Gustavo seguem presos.

Uma das fotos tiradas por Gustavo dentro do bar, no dia do roubo descrito pelas vítimas. Registro foi feito às 18 h 49 min.

“Quando a vítima registrou o primeiro boletim de ocorrência, o ladrão estava com uma camisa vermelha, sendo que os meninos estavam com camisas cinzas. Além disso, a polícia não encontrou nenhum dos pertences que foram roubados na posse dos meninos, celulares, notebook, documentos, bolsa, nada foi encontrado na posse de Luiz e Gustavo”, enfatiza a advogado da família. “Claramente um erro em torno do caso, a polícia concluiu o inquérito em apenas 3 dias”.

“Temos provas, os meninos estavam no bar, mandando mensagem pros amigos, tirando foto, no momento em que o assalto estava acontecendo em outro lugar, temos muitas provas… O que mais entristece é o tanto de prova que a gente tem e o descaso que fazem o que temos e o Ministério Público ainda dizer que a câmera foi editada”, conta a profissional ao MUNDO NEGRO.

Após 10 anos de união, Sheron Menezzes se casa com Saulo Bernard: “Uma alegria imensa”

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Foto: Reprodução / Instagram / Sabrina Vasconcelos.

Através de uma cerimônia íntima, Sheron Menezzes se casou com o lutador Saulo Bernard. O anúncio foi feito nesta tarde de quinta-feira (31) através das redes sociais da atriz. Juntos há mais de 10 anos, o casal compartilhou fotos da união civil. “E no civil nós dissemos sim! Essa é a nossa energia! São 10 anos de muitos motivos para comemorar…e ainda não acabou… passa logo tempo, que tô ansiosa pra próxima etapa!“, escreveu a artista.

Foto; Reprodução / Redes Sociais / Sabrina Vasconcelos.

Sheron apareceu super emocionada nos registros. O filho do casal, o jovem Benjamin, de 4 anos, testemunhou a união dos pais. Em Setembro de 2021, Saulo pediu Menezzes em noivado, numa viagem aos Lençóis Maranhenses, no Maranhão. “Depois de 10 anos, um filho lindo e muitas histórias, ao nascer do sol, nas areias brancas das dunas dos Lençóis Maranhenses, você ajoelhou e me surpreendeu… Fui tomada por uma alegria imensa, a mesma que sempre tive ao seu lado só que potencializada!”, escreveu a atriz em celebração à ocasião. “Que história linda temos pra contar, hein!! E quantas outras temos a nos esperar… O Shrek de alma doce ajoelhou e eu disse sim! Te amo”.

Foto; Reprodução / Redes Sociais / Sabrina Vasconcelos.

Visando promover a valorização da cultura afro-diaspórica, UNAFRO anuncia novos cursos

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Foto: Reprodução / Youtube / UNAFRO

Com inscrições abertas para a primeira semana de abril, a UNAFRO, Universidade Livre de Sociologia e Comunicação Afro Brasileira, vai ministrar dois novos cursos em EAD (ensino à distância) sobre a valorização da cultura afro-diaspórica. Ação tem o objetivo de enriquecer a plataforma pedagógica da instituição, protagonizando mais uma etapa de inserção de estudantes de minorias excluídas do ambiente acadêmico, e da capacitação para o mercado de trabalho.

Os cursos têm duração de 03 a 05 semanas e serão ministrados por dois mestres por meio de professores que se debruçaram em suas pesquisas para trazer à tona as falas silenciadas, apagadas e ocultadas do processo de construção do país. O objetivo ressaltar a cultura africana e o protagonismo do negro na academia.

O primeiro curso, Teatro experimental do Negro e a Censura em São Paulo, terá duração de 04 semanas no período de 5 de Abril a 2 de Maio, com 02 aulas semanais. Para a idealizadora do conteúdo, Ms. Eliane Almeida, é importante valorizar personagens que fizeram parte do Teatro Experimental do Negro (TEN), liderado por Abdias Nascimento e que teve grande influência politica para o cenário da época. O TEN possui um legado que fortalece a luta antirracista até os dias de hoje.

Banner de divulgação do curso Teatro experimental do Negro e a Censura em São Paulo. Foto: Reprodução / Sympla.

Já o curso, Tebas – a Lenda, o Homem e a Alegoria, terá a duração de 03 semanas no período de 4 de Abril a 24 de Abril, com 01 aula semanal. Segundo o professor Abílio, Tebas foi o arquiteto negro cuja influência na estrutura arquitetônica da cidade de São Paulo foi apagada e neste curso iremos estudar a partir deste personagem fundamental para entender as experiências práticas de cidadania autônoma, espaço urbano e disputas concretas e simbólicas que fazem parte da cidade.

Banner de divulgação do curso Tebas – a Lenda, o Homem e a Alegoria . Foto: Reprodução / Sympla.

As inscrições estão disponíveis pelo site da Universidade (Universidade Afro – brasileira | Unafro) e têm desconto para as minorias étnicos raciais. Além disso, o curso oferece certificado ao fim do processo.

A UNAFRO tem como objetivo criar espaços educativos que possam conectar pessoas de formas independentes, criativas e libertárias dentro de uma ação pedagógica antirracista.

Fundada em 2020, a UNAFRO quer criar espaços para construir novas narrativas a partir de um sistema educacional decolonial de repensar, redescobrir e reescrever essa sociedade em que vivemos, movendo para a frente com consciência da importância ancestral e histórica que nos permite ousar em pensar em futuros possíveis, como a prática Sankofa nos ensina.

”Bolinhas na pele” ao se barbear ou raspar a cabeça é mais comum em homens negros: entenda

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(Imagem: Freepik)

Se você tem o costume de se barbear com lamina, ou usa a mesma para raspar os cabelos, já pode ter notado um reação bastante incomoda na pele. Para ser mais exato, na nunca, linha do cabelo e barba. Isso tem um nome: foliculite queloidiana da nuca. Nada mais é, do que aqueles carocinhos incômodos que coçam e se formam na nuca, linha do cabelo e barba. Com o tempo, esse inchaço se transforma em uma cicatriz, e pode levar a queda dos cabelos a sua volta. Ocasionalmente, essas cicatrizes evoluem, aumentam de tamanho e se ficam parecidas com queloides: duras, altas, e podem ser doloridas. Entre as queloides, se é possível observar fios de cabelos partidos e encravados.

Mas você já notou que essa situação é mais recorrente em homens negros? A dermatologista Dra Katleen Conceição, chefe do setor de dermatologia para pele negra do grupo Paula Bellotti, explica que sim, isso é verdade. ”É mais comum nos homens de raça negra que apresentam politriquia, ou seja, fusão de folículos na superfície da pele, onde surgem dois ou três pelos. Afeta a parte de trás da cabeça e a nuca”- diz a médica à respeito das formações de postulas capilares na nuca. Sobre o uso da lâmina, ela ainda esclarece que não é só uma impressão das pessoas que sofrem com esse problema: ”Os pacientes precisam estar cientes que o ato de raspar ou cortar os cabelos muito curtos pode agravar o problema.”

Aparar muito os pelos ou cabelo, pode causar ferimentos que inflamam e destroem o folículo piloso. Mas essa não é a única causa: o atrito constante das golas de camisas nessas regiões, leva à quebra dos fios, assim como o uso do capacete, que pode puxar fios causando foliculite e cicatrizes. Também vale ficar atento ao calor e humidade, fatores que podem piorar o quadro.
Outro ponto a se considerar, é o das infecções crônicas de baixo grau, pois elas também podem ter relação com esse problema.

Conhece alguém que sofre com essa situação? Manda essa matéria pra ela, e não se esqueça de procurar ajuda profissional.

Katiúscia Ribeiro comanda programa sobre Filosofia Africana no GNT

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Foto: Karla Brights.

A filósofa Katiúscia Ribeiro comanda o novo programa O Futuro é Ancestral, no canal GNT. O semanal vai abordar temas como amor, saudade, vaidade e ancestralidade, sob a ótica da Filosofia Africana, trazendo autores como Ptah Hotep, Dr. Molefi Keti Ashanti e outros, de uma forma didática e em uma linguagem simples e acessível.

“A primeira ideia é apresentar a filosofia africana e trazer pensadores desde o Antigo Egito, mostrando que a história negra não começa no século XV”, explica Katiúscia. Os programas terão dois formatos: o primeiro, com duração de seis minutos e outro, com dois minutos em formato de pílulas durante a programação do canal. Além de passar no GNT, o programa ficará disponível na Globoplay e no Youtube.

Para Katiúscia, a abertura deste novo espaço de diálogo é fruto das conquistas do Movimento Negro. “O Movimento Negro tem lutado historicamente para que nós tenhamos voz. Agora, a gente chega na televisão trazendo uma pauta que sempre esteve presente na comunidade negra e nos debates. O que a gente tá tentando fazer é fazer com que as pessoas cada vez mais entendam que a história da população negra não começa no século XV”, define.

O historiador Jonathan Raymundo assina o roteiro do programa e está animado com a nova missão. “A grande tarefa do professor é pegar um conteúdo complexo e trazer para a realidade do dia a dia. No programa fazemos isso em diálogo com uma das maiores filósofas do país,é um grande desafio”, explica.

Para ele, “traduzir” a filosofia africana para o grande público é um desafio instigante. “O pensamento africano é uma outra forma de perceber o tempo, as relações, é uma outra ética. Então foi o desafio de trazer essa outra ética sem perder o que há de essencial nesse conteúdo filos´ofico e discutindo temas que são quase abstratos, no sentido de que são situais complexas, como a saudade, por exemplo”, detalha.

O novo projeto conta com equipe formada majoritariamente por pessoas negras nas diversas etapas desde a concepção, passando pelo figurino e roteiro. O Futuro é Ancestral vai ao ar toda quinta-feira às 13h15 no GNT e fica disponível também no Youtube do canal GNT e na Globoplay.

Série documental sobre a família Gil vai se chamar ‘Em Casa com os Gil’

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Foto: Divulgação.

A série documental do Prime Video sobre a Família Gil já tem um nome oficial: Em Casa com os Gil. A série vai mostrar a família de Gilberto Gil nos bastidores da preparação para a turnê “Nós, a Gente”, que celebra os 80 anos de vida do cantor e compositor. Gravada de forma documental, a produção contará com cinco episódios de 30 minutos cada e estará disponível no Prime Video em mais de 240 países e territórios em todo o mundo.

A série tem direção geral de Andrucha Waddington, com direção de Pedro Waddington e Rebaca Diniz, e traz uma das famílias mais famosas da música brasileira durante a criação de uma turnê histórica, que vai reunir todas as gerações dos Gil no palco pela primeira vez. Na série, Gilberto Gil e a família com filhos e netos se encontram para um retiro criativo de 20 dias no interior do Rio de Janeiro. Câmeras acompanham os bastidores de tudo que acontece nessa preparação para o espetáculo que irá rodar a Europa.

Além de momentos de intimidade nunca vistos, a reunião é palco para discussões polêmicas. A formação familiar dos Gil, o racismo no Brasil, a forte influência da cultura afro na sociedade são alguns dos temas abordados na série, que será embalada por músicas que marcaram gerações e a cultura do país.

Sérgio Camargo sai da Fundação Palmares para se candidatar a deputado federal por SP

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Foto: Sérgio Lima.

Sérgio Camargo não é mais presidente da Fundação Palmares. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (31). O substituto dele ainda não foi informado.

Na última terça-feira (29), Camargo filiou-se ao PL, mesmo partido do presidente Bolsonaro. “Filiei-me ao PL! Negros não precisam ser vítimas. Negros são livres. Pretos e brancos unidos. Palmares digna. Bolsonaro até 2026. Sigamos, patriotas!”, escreveu ele no Twitter. Pela mesma rede social, ele informou que disputará o cargo de Deputado Federal por São Paulo.

“Todos que disputarão as eleições estão deixando hoje o governo. Eu sairei candidato a deputado federal por São Paulo. Estou filiado ao PL, partido do nosso PR. Conto com o apoio dos patriotas na campanha. Juntos, faremos avançar as mudanças fundamentais para nosso País!”, diz a postagem.

https://twitter.com/CamargoDireita/status/1509522121277509638

Nos bastidores, assessores do presidente vinham defendendo a demissão de Sérgio Camargo como manobra para reduzir a diferença nas pesquisas de intenção de voto em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O sentimento é de que Sérgio teria passado dos limites ao atacar o congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro.

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