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“Manifesto nasce do desejo da moda em dialogar com a política” diz Mônica Anjos sobre nova coleção

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Foto: Reprodução / Instagram

No dia 7 de julho, a estilista baiana Mônica Anjos, 50, lançou a coleção “Manifesto” na 50ª edição da Casa de Criadores, na capital paulista. O desfile foi um ato político contra o racismo, como um contraponto a Semana de Arte Moderna, que completou 100 anos em 2022.

“O evento que se propunha romper com o formalismo estético e criar uma arte autenticamente brasileira, não foi capaz de inserir a produção negra, nem dialogar com nomes como Lima Barreto e Lino Guedes“, diz a marca Mônica Anjos em nota.

A coleção é um “Manifesto” contra a extinção dos povos originários; contra o extermínio da juventude negra, contra as perseguições constrangedoras nos corredores das lojas, contra as bananas atiradas aos jogadores negres, os rostos tatuados pela violência machista, contra a homofobia, ainda, contra os trabalhos análogos ao regime escravo e a imposições de padrões.

Mônica Anjos, uma estilista famosa entre as celebridades negras como Fabiana Cozza, Margareth Menezes e Luana Xavier, falou em entrevista ao MUNDO NEGRO sobre estilo, política e ancestralidade.

Lançamento da coleção “Manifesto” na Casa de Criadores

Moda também é sobre política? Como foi conceber as ideias para coleção Manifesto?

Sim, a nossa resistência é política. Como não se posicionar diante de toda nossa vivência, né? Porque faz parte da nossa vivência. E nós, negras, mães, que parimos crianças, filhos pretos, que vivemos nessa loucura que é o Estado brasileiro. Então é sobre política sim. O manifesto foi concedido, especialmente, pensado durante tudo que a gente vem vivendo como a própria Bia Ferreira [poetisa na abertura do desfile] coloca sobre o manifesto, sobre falar, sobre a nossa ocupação, sobre o racismo. É como a gente coloca: ‘não basta não ser racista, que tem que ser antirracista’, tem que defender a nossa bandeira. O manifesto nasce dentro dessa perspectiva do desejo da moda em dialogar com a política, com nossas insatisfações, com todas essas diferenças.

Você sempre veste celebridades. Tem sentido uma busca maior das famosas por uma moda mais étnica e ancestral? Qual seria hoje o seu perfil de cliente?

Desde o início da construção do projeto da marca, eu acho que a procura pela marca é exatamente através do resgate identitário de cada indivíduo. As pessoas que que se identificam com o projeto da marca ou com a sua identidade, a partir desse elemento do veste. Nós iniciamos um projeto identitário lá atrás, através de uma militância do próprio movimento negro, dos blocos afros. Identificar os nossos corpos com as nossas vestes. Isso foi algo muito presente pra mim no processo da construção aqui em Salvador, através das referências que eu tenho de militância de movimento negro, dos blocos afros. Então a tendência é aumentar, a partir do momento que você se descobre preto. A mulher negra e o homem negro de hoje, eram mulatos mestiços de alguns anos atrás, em que você preto de pele clara, alisava o seu cabelo e já estava ali na condição do branco. Então no momento que você se identifica, que você descobre a sua estética, que você passa a se ver no espelho, a gostar do seu cabelo, dos seus traços, isso tudo passa a ser o processo evolutivo.

As mulheres negras tem ocupado mais espaços no ramo da moda no Brasil? Qual a sua percepção desde que começou a trabalhar como estilista?

Sim, nós tivemos na São Paulo Fashion Week, por exemplo, quatro mulheres negras. Tivemos a Santa Resistência, por exemplo. Isso é realmente uma virada. Eu costumo dizer que essas marcas não surgiram ontem. Elas chegaram a esse espaço da moda do SPFW ou a própria marca Mônica Anjos na Casa de Criadores, a partir de uma construção que a gente já vem de muito tempo. Nós estamos ocupando esse lugar da moda brasileira, da moda afro-brasileira, das mulheres negras, dentro desse mercado, atingindo esse espaço de visibilidade. A gente começou a trabalhar há vinte anos, então é um passo a passo. A gente costuma falar que é um território conquistado.

A marca prioriza a beleza ao conforto ou vice-versa? E o que você veste no dia a dia?

Eu enquanto estilista da marca Monica, fui convidada a fazer uma collab com as juristas negras do Brasil, que traz como o slogan “A justiça é uma mulher negra e não anda só”. É como você se reconhecer, através de qualquer cargo que você assuma, levar a sua indumentária como resgate identitário. O fato de fazermos uma moda autoral ou uma moda com essa concepção da moda identitária, da moda brasileira, a nossa roupa em várias modalidades, em vários momentos, são para serem usadas no dia a dia de cada pessoa. Claro que você na área de medicina, não vai usar essa roupa, mas na área do judiciário, por exemplo, as pessoas tem colocado a sua identidade na sua forma de existir. Eu enquanto estilista, consultora de imagem, figurinista, trabalho para figurinos, trabalho na área de jornalismo, algo que eu amo fazer, mas essas pessoas e as marcas tem pensado no dia a dia, no conforto, na praticidade do cliente, do perfil de cada marca.

Sobre o que eu visto no dia a dia, supostamente é a marca Mônica Anjos, pensando no conforto e na praticidade. Nós temos coleções, que o linho você pode usar do formal ao informal, você pode sair pra trabalhar de noite, pode ir para um evento. Então a gente tem pensado nisso. A construção dos looks parte no conforto, na praticidade, na temporalidade e vice-versa.

A moda étnica também pode ser usada no ambiente de trabalho? Quais dicas você daria para quem quer aderir a esse estilo no ambiente profissional?

É o que a gente vem discutindo o tempo inteiro, sobre o DNA de cada marca que obviamente todo cliente, tem aquela determinada roupa que ela usa no seu dia a dia e aquela determinada roupa que ela só usa para ocasiões específicas. Mas no caso da marca Mônica Anjos é uma moda contemporânea, ancestral, identitária. Mas cabe a cada cliente, cada personalidade, saber aonde ela vai usar o produto. E para isso, a gente vem desenvolvendo ao longo do tempo, roupas para serem usadas no dia a dia das pessoas. Se você pesquisar toda a roupa, todo processo criativo da marca, você vai se identificar com roupas que você usa no seu dia a dia, roupas que você usa pra ir para um evento específico.

Hoje a gente tem uma profissão, que eu amo, que é consultoria de imagem. O projeto da marca Mônica Anjos não é sobre consumo exacerbado, não é sobre consumir várias coisas que vai ficar no seu guarda-roupa e você olhando pro produto e dizendo ‘ai meu Deus, comprei, fiz um investimento nessa peça para usar em ocasiões específicas’. São compras assertivas, peças que você use no seu dia a dia pra você trabalhar, para o happy hour, para ocasiões formais e informais. Eu não fico nessa bandeira de moda afro, é moda contemporânea e ancestral. A base das minhas coleções são sempre as rendas, o linho rústico, peças desconstruídas que você muda, por exemplo, de um sapato. Só um acessório dá um caráter de uma roupa formal ou informal. Muitas vezes você aquele look, mas muda o acessório, o sapato, a bolsa, troca pela carteira e vice-versa e transforma aquele look atemporal e cheia de estilo para ocasião que você definir na sua vida.

Você tem outras estilistas negras como referências no seu trabalho?

Aqui na Bahia nós temos Goya Lopes, uma estilista, pesquisadora e historiadora porque ela conta história no seu processo criativo que são as suas estamparias e obviamente nós temos também todas as outras estilistas que a gente vem se conhecendo, conhecendo o trabalho da outra, tem sido muito legal porque você identifica o DNA, a identidade de cada estilista no seu processo criativo. Obviamente nós somos referências de nós mesmas. A gente busca essa referência que é uma referência ancestral, de tudo que nós somos, produzimos e construímos.  

“Dou cada vez menos abertura para falarem sobre o meu cabelo”, diz Maju Coutinho

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A quantidade de jornalistas negras na televisão brasileira tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Se quem cresceu nos anos 80 e 90 podia contar nos dedos a quantidade de repórteres e apresentadoras negras nas quais podia se inspirar, hoje o cenário já apresenta mais diversidade.

O cabelo das apresentadoras e jornalistas negras é um marcador forte da presença delas na televisão e um dos primeiros sinais percebidos pela audiência, sendo frequentemente associados, de maneira racista, a desleixo ou falta de profissionalismo. Na segunda entrevista da série sobre jornalistas negras de televisão e seus cabelos, o MUNDO NEGRO conversou com Maju Coutinho, atualmente apresentadora do Fantátisco, da Rede Globo, sobre como foi sua trajetória capilar na televisão.

De escolhas estéticas do dia-a-dia passando por danos causados aos fios por conta do uso de babyliss para trazer mais definição aos crespo, Maju divide um pouco de sua rotina capilar e dos cuidados que desenvolveu e aprendeu com profissionais para o cuidado diário com os fios.

Confira:

1) Como era o seu cabelo quando você começou a aparecer na TV? Era um estilo que você se sentia confortável para aparecer em frente às câmeras?  

Comecei a carreira usando trancinhas, depois passei a usar meu cabelo solto. Ora usava totalmente natural, outras vezes definia os cachos com o babyliss. Por causa da temperatura alta do babyliss, a parte da frente do meu cabelo ficou danificada e passei a usar “aplique” para que ele crescesse naturalmente de novo. Hoje está totalmente natural e só uso babyliss em situações muito especiais.

2) Ainda no início, quais as jornalistas negras você tinha como referência não só pelo conteúdo, mas também pela estética e o que te chamava atenção nessa pessoa em termos de visual? 

Glória Maria e Zileide Silva.

4) Nos EUA, onde as questões dos direitos civis são bem avançadas, as jornalistas negras, em maioria, ainda usam o cabelo liso e até mesmo perucas e apliques. Por que no Brasil somos diferentes? E usar o cabelo liso seria um problema, na sua opinião? 

Creio que há relação com o fato de negras com cabelo crespo terem menos chance no mercado de trabalho. Li uma pesquisa sobre isso há alguns anos. Mesmo com avanços, o padrão de beleza que ainda vigora, em muitas sociedades, é o da mulher branca, magra e de cabelos lisos. Romper com esse padrão não é tarefa fácil.

5) O seu cabelo já foi alvo de algum comentário racista? Caso sim, o que foi feito a respeito?  

Meu cabelo já foi alvo de todo tipo de comentário. As pessoas sentem-se muito à vontade em opinar sobre o cabelo crespo, mesmo quando  suas opiniões não são requisitadas. Atualmente, dou cada vez menos abertura para falarem sobre o meu cabelo. 

6) Sobre quem cuidou e cuida do seu cabelo. Você sente que os profissionais sabem cuidar do cabelo natural? 

Hoje em dia, vários profissionais de beleza estão tendo que correr atrás da informação e de treinamento para lidar com cabelos crespos. Dicas não faltam. Já conheci cabeleireiros que tinham medo de pegar no meu cabelo, por pura falta de experiência. Hoje em dia, procuro, eu mesma, descobrir o melhor jeito de cuidar do meu cabelo e da minha maquiagem para não ficar totalmente dependente dos profissionais.

7) O cabelo de quem trabalha na TV sofre com o efeito de secador, gel e outros produtos. Qual sua rotina de cuidado capilar? 

Evito colocar creme de pentear no couro cabeludo. Uso apenas no comprimento e nas pontas. Uso máscara de hidratação potente uma vez por semana.

8) Tem algum truque que você aprendeu no trabalho, sobre cuidados com seu cabelo, que você poderia compartilhar com a gente?

Aprendi no trabalho a alternar a temperatura do secador entre quente e fria para danificar menos os fios.

Luisa Mell pergunta aos seus seguidores se escravidão moderna merece perdão

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Foto: Reprodução/Instagram

Nesta quinta-feira (21), a ativista pelos animais Luisa Mell, publicou um vídeo no Instagram com uma enquete, questionando seus seguidores se a Margarida Bonetti, procurada pelo FBI dos Estados Unidos, merece perdão pelo crime de escravidão moderna e ainda houve pessoas que responderam que sim.

Ontem foi o lançamento do último episódio do podcast da Folha de S. Paulo, “A Mulher da Casa Abandonada“, do jornalista Chico Felitti, que narra a história da Margarida, moradora de uma mansão em Higienópolis, que torturou e escravizou uma mulher por 20 anos junto com o seu marido e fugiu do FBI para o Brasil. Mais tarde nesta quarta-feira, Luisa foi o centro das atenções quando invadiu a mansão para resgatar um suposto gato da proprietária, que não estaria recebendo os cuidados necessários.

Em uma live com mais de 30 mil pessoas no seu perfil, Luisa descobriu, que na verdade, o gato se tratava da energia elétrica e ainda assim, ela entrou na casa com os policiais que elas estavam lá com uma autorização da Justiça de busca e apreensão para averiguação de crime de abandono de incapaz e roubou o cachorro das mãos de Margarida.

Durante a invasão ao vivo da Luisa também com o apresentador Datena no programa Brasil Urgente, ele ainda se solidarizou pela Margarida, a colocando como uma senhora frágil.

Após Luisa acusada nas redes sociais de sensacionalismo junto com o Datena e minimizar a dor da uma mulher negra escravizada por se preocupar mais com os “resgates” de animais, ela apareceu no vídeo de hoje criticando a escravidão e afirmando que concordaria com a prisão perpétua para esse tipo de crime, junto com a enquete do merecimento do perdão.

No Twitter, lideranças negras repercutiram como o caso da escravidão foi minimizado pela população. O colunista do Site Mundo Negro Levi Kaique, comparou as diferenças de comportamentos das pessoas brancas ao pregarem o ódio com o termo “bandido bom é bandido morto”: “Um celular vale mais do que a vida de uma pessoa preta”, escreveu.

A jornalista Tia Má também desabafou sobre o caso. “Me causa nojo e revolta!” e completa “a mulher torturou e escravizou uma mulher preta lá nos EUA, e aqui, ganhou ares de heroína”.

https://twitter.com/tiamaoficial/status/1549906376448786432

A vereadora de São Paulo Luana Alves, tweetou que a escravidão não acabou em 1988. “São 134 anos de trabalho análogo à escravidão escondida por trás da frase ‘é quase da família’, por trás da ideia de ‘emprego está difícil pra todo mundo, estou fazendo um favor'”. E finaliza: “Margarida Bonetti é o retrato da sociedade brasileira”.

O escritor Renzo Carvalho lembrou que em 2019, a Luisa Mell promoveu difamações contra as religiões de matrizes africanas com a justificativa de defender os animais. “Justamente no momento em que os casos de perseguições aos terreiros mais estavam eclodindo no país”.

Fenty Hair: Rihanna registra marca especializada em produtos capilares

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Foto: AFP / Associated Press.

Aos 34 anos, Rihanna continua expandindo seu império no mundo dos negócios. Após se tornar a bilionária mais jovem dos Estados Unidos, com o sucesso das marcas ‘Fenty Beaty’ e ‘Savage x Fenty’, a artista barbadiana parece estar investindo num outro ramo, o de produtos capilares.

Ainda em 2021, a cantora deu entrada no processo de criação da marca ‘Fenty Hair’, agora com a marca registrada, a empresária passou a expandir a área de atuação do possível empreendimento. Sob o novo negócio, Rihanna poderá produzir itens como grampos de cabelo, extensões, perucas, artigos decorativos, laces, bobes, escovas e muito mais.

Registro da marca ‘Fenty Hair’. Reprodução / Redes Sociais

A super estrela barbadiana possui um patrimônio líquido avaliado em US $1,4 bilhão. A maior fatia desse valor vem de suas três empresas de varejo: Fenty Beauty, Fenty Skin e Savage X Fenty. A barbadiana é proprietária de 50% das ações vinculadas à Fenty Beauty, empresa que gerou US $550 milhões em receita no ano de 2020. A outra metade é de propriedade do conglomerado francês LVMH.

Ainda não está claro quais serão os próximos passos de Rihanna, mas especula-se que a cantora deva continuar investindo na expansão de seus negócios.

Michelle Obama anuncia o lançamento de seu segundo livro, ‘The Light We Carry’

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Foto: Paras Griffin / Getty Images.

Uma das mulheres mais influentes do mundo, Michelle Obama anunciou nesta quinta-feira (21), o lançamento de seu segundo livro, intitulado ‘The Light We Carry’, algo como ‘A Luz que Carregamos’, em tradução livre. Projeto chega como uma continuação de seu aclamado livro de memórias “Becoming” (Minha História). Ainda sem data de lançamento no Brasil, o novo registro literário será disponibilizado nos Estados Unidos dia 15 de novembro.

Em ‘The Light We Carry’, que tem 336 páginas, Obama oferece uma série de histórias e reflexões sobre mudança, desafio e poder – incluindo a crença pessoal da ex-primeira dama de que quando “acendemos a luz” para os outros, podemos iluminar a riqueza e potencial do mundo ao nosso redor, descobrindo verdades mais profundas e novos caminhos para o progresso.

“Ao longo dos últimos tempos muita coisa aconteceu, vimos uma pandemia global, vimos a ascensão do ódio, da intolerância e muito mais. E isso frequentemente me deixou fora de equilíbrio. Não sei você, mas me senti vulnerável, e sim, em muitos momentos me senti com medo”, disse Michele em pronunciamento. “Como superamos isso? Como superamos nossos medos? Como podemos transformar nossa frustração em algo positivo? E como podemos reacender aquela chama que existe dentro de cada um de nós? Fiz muita reflexão sobre questões como essa, conversei com muitas pessoas, estudei sobre e isso acabou resultando em meu novo livro, chamado de ‘The Light We Carry'”.

“Pode não haver soluções organizadas ou respostas concisas para os grandes desafios da vida, mas Michelle Obama acredita que todos podemos localizar e nos apoiar em um conjunto de ferramentas para nos ajudar a navegar melhor pelas mudanças e permanecer firmes no fluxo”, apresenta a descrição oficial do livro. “Em The Light We Carry, ela abre um diálogo franco e honesto com os leitores, considerando as questões com as quais muitos de nós lutamos: Como construímos relacionamentos duradouros e honestos? Como podemos descobrir força e comunidade dentro de nossas diferenças? Que ferramentas usamos para lidar com sentimentos de dúvida ou desamparo? O que fazemos quando tudo começa a parecer demais?“.

Confira mais informação sobre o livro ‘The Light We Carry’, clicando aqui.

José Vicente e Nina Silva se juntam ao Conselho Deliberativo do Movimento pela Equidade Racial

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Nina Silva e José Vicente (Fotos: Reprodução/Instagram)

Em busca de mais representatividade negra nas tomadas de decisões, o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), oficializou a posse dos membros eleitos para a composição do Conselho Deliberativo do Movimento. Os especialistas são o professor José Vicente, doutor em Educação, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a executiva em tecnologia, fundadora do Movimento Black Money e CEO do D’Black Bank, Nina Silva.

Eles serão responsáveis por validar e admitir novas associadas, verificar se os planos traçados pelas empresas vêm sendo desenvolvidos e suas metas atingidas, além de participar de outras tomadas de decisão juntamente com os seis CEOs que até então compunham o Conselho Deliberativo.

“Queremos, junto a eles, fazer cumprir com todas as disposições contidas no Estatuto Social, como, por exemplo, a disposição de ser um agente de transformação na luta pela equidade racial, visando o desenvolvimento e a capacitação de jovens e o aperfeiçoamento de políticas públicas. É muito importante para nós termos em nosso Conselho Deliberativo lideranças com forte engajamento dentro da comunidade negra para nos ajudar a atingir as metas propostas no nosso plano de ação com muito mais eficiência, privilegiando todos os três pilares que compõem o MOVER”, declarou Marina Peixoto, diretora-executiva do MOVER.

Fundado em junho de 2021, o movimento, hoje composto por 47 empresas de diferentes setores, propõe ser um agente de transformação e atuar de forma propositiva e colaborativa na luta pela equidade racial.

Sua atuação é pautada em três pilares: Liderança, Emprego e Capacitação e Conscientização com o objetivo de ter mais 10 mil posições de lideranças ocupadas por pessoas negras até 2030; gerar oportunidades para 3 milhões de pessoas de diversas formas, inclusive com cursos, capacitação, conscientização, conexão com empreendedores negros, entre outras ações; e ser uma plataforma e ferramenta de apoio na meta de ter uma população conscientizada quanto ao racismo, por meio de comunicação ativa para públicos internos e externos, englobando toda a cadeia de valor.

Museu Afro Brasil celebra Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha com visita virtual e clube de leitura

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Carolina Maria de Jesus e Fraçoise Ega (Fotos: Divulgação)

O Museu Afro Brasil (MAB), em São Paulo, apresenta uma programação especial para o mês de julho, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 (segunda-feira). A data também é marcada pelo Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que viveu no século XVIII e que se tornou um símbolo de resistência à violência da escravidão.

A Biblioteca Carolina Maria de Jesus dará continuidade ao “Clube de Leitura”, iniciativa que tem como foco a literatura produzida por escritoras e escritores negros, nacionais e internacionais, para apresentar ao público o acervo bibliográfico do MAB e disseminar as narrativas dessas obras por meio de debates.

O encontro do dia 27 julho dialogará sobre o livro “Cartas a uma negra“, de Françoise Ega. A escritora antilhana trabalhava em casas de família, em Marselha, na França, e um de seus prazeres era ler a revista Paris Match, na qual se deparou com um texto sobre Carolina Maria de Jesus e o seu livro “Quarto de despejo“.

Identificando-se, passou a escrever “cartas”, que nunca foram entregues, à autora brasileira. Publicado postumamente, “Cartas a uma negra” é considerado um dos documentos literários mais significativos e tocantes sobre a exploração feminina e o racismo do Século XX.

“O Museu Afro Brasil, alinhado a sua missão, compreende a relevância de uma data como o dia 25 de julho. Trazer essa data à tona é apontar os desafios de ser mulher negra no Brasil e também homenagear essas mulheres que são parte importante da nossa história. É sobre reverencia-las enquanto projetamos dias melhores. Daí a importância de uma programação especial para celebrar esse dia e o legado dessas mulheres” – Siméia de Mello Araujo, coordenadora do Núcleo de Educação.

A “Visita Temática: As Mulheres“, no dia 29, complementa as atrações ao propor reflexões acerca das produções artísticas de mulheres, por meio de obras do acervo do Museu Afro Brasil, bem como de personalidades importantes, como Beatriz Nascimento, utilizando-se de suas narrativas para discutir e memorar a presença de mulheres negras no Brasil.

Serviço

Clube de Leitura da Biblioteca Carolina Maria de Jesus: Cartas a uma negra

Data e horário: 27/07, das 15h às 17h

Local: Plataforma Zoom

Inscrições: https://museuafrobrasil.byinti.com/#/event/clube-de-leitura-cartas-a-uma-negra

Visita Temática: As Mulheres

Data e horário: 29/07, às 15h

Local: Plataforma Zoom

Museu Afro Brasil

Endereço: Parque Ibirapuera, Portão 10 / Estacionamento pelo Portão 3

Horário: Das 10 às 17h (permanência até as 18h)

Ingressos: R$15 (meia-entrada R$7,50) / Entrada gratuita às quartas-feiras

Google Doodle homenageia a sambista Jovelina Pérola Negra

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Foto: Divulgação/Google

O Google Doodle homenageou a Jovelina Pérola Negra, uma grande referência feminina no partido alto, que faria 78 anos neste 21 de julho. A ilustração na página inicial do site, mostra a cantora acompanhada de sua banda ao fundo, foi produzida pela artista carioca La Minna.

Nascida no Rio de Janeiro, Jovelina Faria Belfort cresceu cantando e dançando samba no bairro Belford Roxo. Um amigo que sugeriu o nome artístico Jovelina Pérola Negra, pela sua cor, seu estilo único de graciosas improvisações e uma voz profunda. 

A sambista trabalhou como empregada doméstica até os 40 anos e frequentava a escola de samba do Império Romano. Cantava nas festas de samba e pagode nos subúrbios do Rio de Janeiro.

Após ser descoberta por um produtor local, Pérola Negra gravou e compôs três músicas para o seu primeiro LP “Raça Brasileira“, em 1985, junto com outros artistas no subgênero do samba partido-alto. Entre as músicas compostas, que são famosas até hoje, foi “Bagaço da Laranja”, uma parceria com Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, e “Feirinha da Pavuna”.

Jovelina Pérola Negra (Foto: Divulgação)

O sucesso foi tanto, que a gravadora RGE a convidou para gravar o seu primeiro LP solo no mesmo ano, auto-intitulado “Pérola Negra“, ainda mais aclamado. Assim como retratada no Doodle, seu álbum contém cavaquinho e ukulele. 

Ao longo da carreira, Jovelina lançou mais quatro discos individuais e experimentando diferentes gêneros, como o samba-canção, ritmo mais lento e ganhou um disco de platina. Com sucesso internacional, ela se apresentou em diversos países como Angola, França e Japão.

A carreira foi interrompida após onze anos de sucesso, quando faleceu devido devido a um infarto fulminante no dia 2 de novembro de 1998.

Em 2016, o Ministério da Cultura concedeu à sambista a Ordem do Mérito Cultural. Suas músicas estão disponíveis em todas as plataformas de streaming e em lojas de discos pelo mundo. 

Repórter de afiliada da Globo é ameaçada ao vivo por homem armado

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Foto: Reprodução.

A repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, afiliada da TV Globo no Espírito Santo, foi ameaçada por um homem armado durante uma entrada ao vivo. O caso aconteceu durante o Bom Dia Espírito Santo, telejornal matinal da emissora. A jornalista falava sobre tiroteios nos morros de Vitória, capital do estado, quando interrompeu a notícia o e contou ter sido ameaçada.

“Nós acabamos de ser ameaçados no Morro do Cabral. A gente vai sair daqui agora, um homem armado nos mandou embora neste momento. Esse rapaz aqui apontou uma arma para mim. Pouco antes, um comparsa dele passou por aqui e falou que a gente tinha que meter o pé”, contou a jornalista.

“A gente vai descer essa escada, porque não quer colocar a nossa vida em risco, mas nós temos vídeos que mostram criminosos com armas pesadas e fuzil em cima do banco de uma praça. Estamos deixando essa região agora porque foi ameaçado, se der nós voltamos. Estou nervosa, com a voz meio trêmula, mas é normal numa situação dessas”, disse Daniela.

Confira:

Em sua conta no instagram, a jornalista lamentou o ocorrido. “Assim como se acham no direito de tirar a paz de pessoas de bem, criminosos acham que podem nos impedir de contar o que eles fizeram e cobrar segurança por parte das autoridades”, disse Daniela. “Todo mundo que faz o bem merece viver em paz! Que a polícia coloque os bandidos atrás das grades e que prefeitura e governo coloquem em prática projetos que impeçam que noites e madrugadas como essa voltem a acontecer.”, concluiu.

Mulher é demitida após denunciar que empresa a vigiava pela webcam durante home-office

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Foto: Reprodução.

Michae Jay viralizou nas redes sociais após denunciar que a empresa para a qual ela trabalhava, nos EUA, ligava a câmera de seu computador enquanto ela trabalhava em home-office. Ela descobriu a atitude da empresa após ser punida por se afastar da mesa de trabalho para preparar um lanche no horário do expediente. Quando denunciou o caso, Michae foi demitida.

O vídeo que ela publicou no TikTok já possui mais de meio milhão de visualizações e, nele, ela explica como a empresa a punia cada vez que ela se afastava do computador, bloqueando seu acesso à plataforma de trabalho, e mostra, inclusuve, uma foto que a empresa tirou dela preparando um lanche com a mensagem: “Fora da mesa. Ação aplicada. Por favor obtenha autorização do supervisor para tentar novamente”.

@michaejay22 #wfh #PrimeDayDreamDeals ♬ original sound – MichaeJay

“Essas pessoas bloquearam meu computador. Bloquearam meu computador porque eu estava na cozinha preparando um lanche. Eles querem que a gente só trabalhe [enquanto estamos] em casa”, disse a mulher.

Em um segundo vídeo, ela menciona que a empresa não permitiria que ela desligasse ou cobrisse sua webcam, que eles usavam para “monitorá-la e tirar fotos dela ao longo do dia”. Ela também contou que seu computador era bloqueado se ela fosse vista se levantando de seu assento, usando o celular ou se uma pessoa entrasse na sala.

Em uma outra sequência de vídeos , a jovem criticou outros aspectos da empresa em que trabalhava. Ele conta, por exemplo, que não foi avisada, quando aceitou o emprego, que o valor da sua hora trabalhada variaria de acordo com o número de horas que ela trabalhava por semana e que os gerentes muitas vezes tentavam argumentar que os funcionários costumavam trabalhar menos horas do que realmente diziam. Ela também reclamou da linguagem pouco profissional supostamente utilizada pelos gestores e alega que a empresa apresenta alto índice de rotatividade.

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