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Série documental vai contar a história do funk no Brasil

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Foto: divulgação

A série documental FUNK. DOC: POPULAR & PROIBIDO traz uma das últimas entrevistas de Mr. Catra, falecido em 2018

No dia 30 de agosto estreia a série documental FUNK. DOC: POPULAR & PROIBIDO. Transmitida pela HBO e HBO MAX, a série tem direção de Luiz Bolognesi, a série documental lança luz à história do funk brasileiro, com depoimentos de grandes nomes como Mr Catra, em uma de suas últimas entrevistas, Ludmilla, Kondzilla, Valesca Popozuda, MC Rebecca, Tropkillaz, MC Carol, MC Guimê, DJ Renan da Penha, Bonde do Tigrão, entre outros.

Ao longo de seis episódios e sob um olhar investigativo, a produção mostra como o funk é capaz de combater o preconceito com popularidade, seus desdobramentos sociais e a popularização mundial. FUNK. DOC:POPULAR & PROIBIDO narra a trajetória da música, além de introduzir questões essenciais de gênero.

Com produção de Caio Gullane, Fabiano Gullane, Eduardo Zaca, Patricia Carvalho e Rafaella Giannini, produção associada de Kondzilla, direção de Luiz Bolognesi, roteiro de Luiz Bolognesi, Henrique Crespo, Tejo Damasceno e Ricardo Farias, ‘FUNK. DOC: POPULAR & PROIBIDO‘ é uma coprodução com a Gullane e Buriti Filmes com lançamento exclusivo na plataforma de streaming e no canal HBO. A série documental conta com recursos da Condecine — Artigo 39.

“Minha expectativa é mostrar para as mulheres negras que podemos romper silenciamentos seculares”, diz premiada cineasta Natara Ney

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Natara Ney. Foto: Divulgação.

Pernambucana recebeu o Prêmio Cabíria de Roteiro, trabalhou na montagem de “Pluft, o Fantasminha” e está em cartaz com documentário sobre cartas de amor. Natara faz parte da Kilomba Produções ao lado de Erika Candido e Monique Rocco.

Uma coleção de prêmios e realizações em 2022. A noite literalmente não adormece nos olhos de Natara Ney. A cineasta e jornalista negra pernambucana está a todo vapor. Integrante da Kilomba Produções, ao lado de Erika Candido e Monique Rocco, ela começou o ano levando a prata no “New York Film Festivals” com o documentário “Elza Infinita”, dirigido em parceria com Erika, e acaba de receber o Prêmio Cabíria de Roteiro, segundo lugar com “Vedetes do Subúrbio”, concebido ao lado de Luisa Arraes e Janaina Fischer.

Em meio ao reconhecimento, diversas realizações em cartaz. Entre elas, o documentário romântico “Espero que esta te encontre e que estejas bem”, que tem direção e roteiro de Natara e vai para a décima semana de exibição e em breve chega nas plataformas de streaming. “Pluft, o Fantasminha”, primeiro filme infantil brasileiro de live-action em 3D, também contou com a participação da cineasta negra, que dividiu a montagem com Welington Dutra. 

O próximo desafio de Natara é a acessibilidade no audiovisual. Entre os dias 23 e 28 de agosto, ela participa do Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife, exibindo uma versão adaptada de “Espero que esta te encontre e que estejas bem”, documentário baseado na troca de cartas entre um casal separado por milhares de quilômetros de saudade e sonhos.

“Minha expectativa é cada vez mais e mais mostrar para as mulheres, principalmente para mulheres negras, que podemos romper silenciamentos seculares e colocar nossas vozes no megafone para dizermos bem alto o que pensamos sobre o mundo, sobre o amor e sobre nós mesmas”, ressalta Natara, que afirma sua identidade enquanto mulher negra, nordestina, filha de Iemanjá e Oxóssi, devota de São Jorge. 

“Tenho sorte por não ter morrido precocemente por doença, antes dos 30, ou emboscada, antes dos 20. Contar histórias sempre foi um desejo, que me empurrou ao jornalismo. Adiante compreendi que podia inventar minhas próprias narrativas, e um pouco adiante me encantei com experiências já vividas que precisavam ser contadas e reinventadas. Hoje conto todo tipo de história. Vivo me reescrevendo.”

Nestas eleições, Brasil tem 49,3% de candidaturas negras

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Foto: Dado Galdieri/Bloomberg

Nesta terça-feira (16) teve início, oficialmente, a campanha eleitoral de 2022. O diferencial para este ano é a alta proporção de pessoas negras concorrendo a cargos eletivos. Segundo dados parciais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), das 26.398 candidaturas registradas, 49,3% são de pessoas negras e 49,1% de pessoas brancas. As candidaturas de mulheres representam 33,4% até agora.

Esses números representam os pedidos de registro de candidaturas apresentados ao TSE. Ainda não são números finais que considerem candidaturas deferidas e indeferidas. As solicitações para registro de candidatura terminaram na última segunda-feira (15).

Em dezembro de 2021, o TSE aprovou resolução que estabeleceu regras de distribuição dos recursos do fundo eleitoral que determina que os partidos precisam distribuir o dinheiro para financiamento de campanha de forma proporcional para candidaturas negras e brancas, levando em consideração o número de candidatos em cada partido.

Além disso, a partir deste ano os votos dados a candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados serão contados em dobro na definição dos valores do fundo partidário e do fundo eleitoral distribuídos aos partidos políticos. A medida será válida até 2030.

A população brasileira vai às urnas em 2 de outubro de 2022. O segundo turno das eleições será em 30 de outubro.

Com informações da Folhapress.

Queen Latifah e Ludacris protagonizam filme de ação e suspense

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Foto: URSULA COYOTE/NETFLIX

Netflix liberou o trailer de “End of the road”, longa com Queen Latifah e Ludacris que deve estrear no mês de setembro

Com estreia prevista para 9 de setembro na Netflix, o filme “End of the Road”, ou “Fim da Estrada”, traz a rapper e atriz Queen Latifah na pele de Brenda e Ludacris como seu irmão, Reggie. A direção é assinada por Millicent Shelton.

Brenda é uma viúva, mãe de dois filhos (interpretados por Mychala Faith Lee e Shaun Dixon), que está em uma viagem com a família pelos Estados Unidos. Eles acabam sendo testemunhas de um assassinato brutal e, a partir de então, passam a ser perseguidos pelo assassino e lutam para sobreviver durante o trajeto.

A diretora contou em entrevista para a revista Essence que foi Queen Latifah quem sugeriu o rapper para o papel de Reggie. “Queen Latifah foi quem inicialmente sugeriu para o papel de Reggie”, disse Shelton, que já acompanhava o trabalho de Ludacris. “Sou fã de longa data da franquia Velozes e Furiosos e de sua música, mas nunca o conheci. A primeira vez que nos encontramos no Zoom , eu soube imediatamente que nos daríamos bem e que ele acertaria o papel de Reggie. Chris entendeu que Reggie era aquele membro da família que todo mundo ama, mas é um idiota, e ninguém espera nada dele, mas há mais para ele”.

Ela ainda complementou: “Quando li o roteiro inicialmente, sabia que precisava retratar essa família como uma família normal de classe média, mas também enfatizar suas experiências como uma família negra viajando pelo sul”.

A Netflix liberou hoje o trailer do filme:

Jeniffer Dias, atriz da série “Rensga Hits!”, fica fora da lista de elenco em site, sem divulgação do perfil no Google e Yuri Marçal expõe na web

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Foto: Reprodução/Instagram

O humorista Yuri Marçal publicou um vídeo no Instagram nesta segunda-feira (15), em que exibe como os atores negros da série “Rensga Hits!” da Globoplay estão sendo excluídos das pesquisas no Google e no site de entretenimento. A exemplo disso, ele tentou procurar pelo nome da noiva e atriz Jeniffer Dias, que interpreta a cantora Thamyres.

“Eu fui pesquisar sobre a série, saber ficha técnica. E aí eu notei algumas informações que eu queria passar pra vocês”. No vídeo, Yuri exibe a pesquisa no Google com o nome “Rensga Hits”, entra em “Elenco” e aparece nomes como: Lorena Comparato, Alice Wegmann e Rafa Kalimann, mas no perfil da Jeniffer, ela foi a única que não aparecia a foto.

“Minha mulher não tem rosto. Eu sou noivo da mãe do Tom, do Tom e Jerry”, ironiza o humorista. “Aí você clica nela e não tem nada. Tem uma notícia recente. Inacreditável, pô”, completa, ao tentar encontrar mais informações sobre a noiva na web.

https://www.instagram.com/p/ChS0vfGpDLn/

Sem sucesso pelo Google, Yuri tenta encontrar informações pela plataforma AdoroCinema, e nem aparece o nome da atriz. “Tem que mudar o nome do site para Simpatizo com Cinema”, brinca.

Com mais nomes divulgados no elenco do site, só aparece um ator negro, o Sidney Santiago, que interpreta o Theo. A Tia Má, que faz o papel da Carol, dona do Espetinho da Carol, também está fora da divulgação do nome no elenco.

“Uma pessoa que tem vários trabalhos na pista, não tem informações. Por que isso escroto pra caralh*? Porque dificulta em tudo, quantidade de seguidores que ela poderia ter e não tem, a quantidade de trabalhos, a quantidade de fãs”. E Yuri completa: “Claro que tem outras formas de você pesquisar, mas no macro, ocasiona lá na pontinha do iceberg de dificultar os trabalhos chegarem. Dificulta o artista ter uma visibilidade maior ou justa que ela poderia ter e não está tendo”.

Só neste ano, além de estar na série lançada no início do mês “Rensga Hits!”, a atriz Jeniffer Dias também está no filme “Barba, cabelo e bigode” da Netflix, lançado em julho, e “Mussum, o filmis”, que será lançado em breve, sem data definida para estreia.

Jeniffer iniciou a carreira no elenco do programa “Esquenta” da TV Globo, ao lado de Regina Casé, e logo emendou o trabalho atuando em duas novelas da emissora “Malhação Vidas Brasileiras” e “Novo Mundo”. Protagonizou o curta-metragem “Carne”, a comédia romântica “Ricos de Amor” da Netflix, e a na segunda temporada da série “Segunda Chamada”.

Personagens negras são destaque em ‘Sandman’, nova série de fantasia da Netflix

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Foto: Netflix / Divulgação.

Novo série de sucesso da Netflix, ‘Sandman’ está entre os assuntos mais comentados do mundo. A obra, que faz uma mistura sobre mito moderno e fantasia sombria, combina ficção contemporânea, drama histórico e lenda. A série gira em torno das pessoas e dos lugares afetados por Morpheus, o rei dos Sonhos, na tentativa de corrigir os erros cósmicos e humanos que cometeu em sua vasta existência.

Para além dos conflitos, do suspense e dos efeitos especiais, a presença talentosíssima de personagens negras dentro da obra vem chamando atenção da internet e dos espectadores. O rei dos Sonhos é um dos Endless, grupo de seres imortais que governam aspectos do universo mortal. No episódio 6 da primeira temporada, recebemos o primeiro contato com a Morte, irmã mais velha do Sonho, que é interpretada pela atriz britânica Kirby Howell-Baptiste.

Kirby Howell-Baptiste como Morte em ‘Sandman’. Foto: Netflix.

Conforme somos apresentados, a Morte, existia no início do mundo e existirá no final, transportando os falecidos para seu reino com um sorriso e palavras gentis. No contexto da série, ela está sempre disposta a ajudar o Sonho e tenta fazer com que ele entenda melhor as pessoas. A performance comovente de Kirby Howell-Baptiste em ‘Sandman’ vem chamando atenção pelos diálogos humanos, sensíveis e até mesmo filosóficos. Com um apelo empático e extrema compaixão, o episódio que apresenta a Morte e seus desdobramentos no mundo humano é o ponto alto de toda a temporada.

Mas não é só a performance de Howell-Baptiste que impressiona. O destaque contínuo para a paixão e o carinho de Lucienne também é contagiante. Interpretada pela atriz Vivienne Acheampong, ela é a principal bibliotecária do reino dos Sonhos e uma das servas mais fiéis do Sonho. Ela faz o possível para manter o reino em ordem, mesmo em meio aos perigos do abandono e de solidão. Lucienne é responsável por apresentar o tom lógico, razoável e concreto da série.

Vivienne Acheampong como Lucienne ‘Sandman’. Foto: Netflix.

Com o decorrer da obra também somos apresentados à Rose Walker, interpretada pela atriz Vanesu Samunyai. Apesar da aparição relativamente curta, Walker é uma órfã que só quer arrumar um bom emprego e encontrar o irmão que perdeu quando seus pais se separaram. Infelizmente, para o contexto de ‘Sandman’, ela também tem o poder de quebrar as barreiras entre o reino dos Sonhos e o mundo desperto, ação que causa uma grande desordem para o enredo da obra.

Vanesu Samunyai como Rose Walker em ‘Sandman’. Foto: Netflix.

Numa aposta tão grandiosa como ‘Sandman’, observar personagens negros como referências de destaque traz um olhar contemporâneo e representativo para a obra. Baseada na série de quadrinhos da DC de Neil Gaiman com o mesmo nome, é bom acompanhar novos nomes pretos ganhando destaque internacional numa plataforma tão grandiosa como a Netflix.

Manoel Soares revela que quase desistiu da TV para trabalhar como vendedor de pão de queijo

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Manoel Soares. Foto: Globo / Kelly Fuzaro.

Destaque da TV Globo, Manoel Soares, atual apresentador do ‘Encontro’, revelou em recente entrevista para o podcast Podpah, que quase desistiu de sua carreira como comunicador de TV para se dedicar à carreira de vendedor de pão de queijo. “Eu trampava em uma TV do Rio Grande do Sul havia uns 15 anos. Cheguei na ‘nega’ e falei o seguinte: ‘Vamos fazer uma franquia de pão de queijo? Porque acho que o nosso futuro está no pão de queijo’”, disse Soares. “Eu tinha feito uma matéria na fila do presídio e vi que tinha muita mulher desempregada que ia lá visitar os irmãos na cadeia. Falei: ‘Vamos botá-las para vender, porque elas também tiram um dinheiro’. Mas precisava de uma grana inicial. A graninha ia ser o quê? A rescisão”.

Soares contou ao podcast que chegou a pedir demissão, mas o diretor da afiliada global se assustou com a súbita solicitação do repórter. “O cara falou: ‘Negão, você está viajando, você tem um futuro pela frente. Você é um comunicador, só está ansioso. Vai ter uns links e você vai fazer, vai ver que a visibilidade nacional também vai abrir outros horizontes para você’”, disse ele.

Manoel, entretanto, estava decidido a deixar a televisão e até planejou sabotar sua estreia em rede nacional no ‘Encontro’, durante a cobertura de uma festa tradicional no Rio Grande do Sul. “Falei: ‘Quando tiver o ao vivo, vou aprontar uma, esse cara vai me demitir, você vai ver o que vou fazer’”, declarou ele.

Acontece que o plano teve um efeito reverso. À época, Manoel cumprimentou Fátima Bernardes, ao vivo, com tanta informalidade, que conquistou a apresentadora. “Que irreverente, que legal! Eu quero que você venha trabalhar comigo!”, disse Fátima ao manter contato com o repórter. Desde então, trabalhando com um carisma único, Manoel passou a receber destaque dentro da TV Globo, e com o passar do tempo, assumiu o cargo de apresentador do ‘Encontro’.

Viola Davis será a vilã principal do novo filme de ‘Jogos Vorazes’

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Viola Davis. Foto: Divulgação / CBS.

A atriz Viola Davis foi confirmada como vilã principal do novo filme de ‘Jogos Vorazes’. A vencedora do Oscar interpretará a Dra. Volumnia Gaul, personagem responsável por comandar e idealizar a 10º edição dos jogos, em ‘A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes’, longa prequel da saga. Informação foi confirmada nesta tarde de segunda-feira (15) pelo The Hollywood Reporter.

“Dra. Gaul é tão cruel quanto criativa e tão temível quanto formidável. O conhecimento de Snow como operador político se desenvolve em grande parte devido às suas experiências com ela como a figura mais dominante dos jogos”, disse Francis Lawrence, diretor do novo filme. “Desde o início, Viola tem sido o nosso sonho para a Dra. Gaul por causa da inteligência e emoção que ela traz para cada papel. Uma estrategista brilhante e excêntrica, Gaul é fundamental para moldar o jovem Coriolano Snow no homem que ele se tornará. Somos incrivelmente sortudos por ter uma atriz com o alcance e a presença extraordinários de Viola para desempenhar esse papel fundamental”.

Imagem inicial de ‘Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes’. Foto: Divulgação.

O filme, que antecede os acontecimentos da saga já conhecida pelo público, conta a história de Coriolanus Snow. “Anos antes de se tornar o tirânico presidente de Panem, Coriolanus Snow, de 18 anos, é a última esperança para sua linhagem decadente, uma família outrora orgulhosa que caiu em desgraça no Capitólio do pós-guerra”, diz a sinopse oficial do filme. Com o 10º anual dos Jogos Vorazes se aproximando rapidamente, o jovem Snow fica alarmado quando é designado para orientar Lucy Gray Baird, a garota tributo do empobrecido Distrito 12. Mas, depois que Lucy Gray comanda toda a atenção de Panem cantando desafiadoramente durante a cerimônia de colheita, Snow acha que pode virar as probabilidades a seu favor. Unindo seus instintos de carisma e conhecimento político recém-descoberto, a corrida de Snow e Lucy contra o tempo para sobreviver revelará quem é um pássaro canoro e quem é uma cobra“.

‘Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes’ chegará aos cinemas brasileiros em 16 de novembro de 2023.

“Fui obrigada a me retirar de uma cafeteria”, relata a viajante Nataly Castro sobre racismo na Hungria

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Foto: Reprodução/Instagram

Nataly Castro é a primeira mulher brasileira visitando todos os países do mundo em tempo recorde. Já conheceu 44 de 200 países e compartilha diariamente suas experiências e dicas nas redes sociais e incentiva mulheres negras a também viajarem.

Porém, no último sábado (13), Nataly relatou um caso de racismo sofrido em uma cafeteria na rodoviária de Budapeste, Hungria, quando estava a caminho da Romênia. “Entrei no local para tomar um café enquanto aguardava o ônibus para o próximo país, e em seguida, uma funcionária veio pedir para eu sair. Eu não sai e disse que estava comendo. Em seguida, o gerente enviou uma cliente e ela perguntou se eu falava inglês, eu disse sim. Ela disse que o gerente mandou ela avisar que eu tinha que sair. Eu perguntei porque, eles só falaram pra sair”, escreveu no Instagram.

“Não teve motivo e tinha outras mesas vagas. O motivo foi um só: discriminação. Pois tinha outras pessoas sentadas e somente eu tive que sair!”. E completa: “Essa é a situação que muitos de nós negros passamos diariamente!”.

https://www.instagram.com/p/ChLaLquj1UW/

A viajante também exemplifica como o ocorrido afeta as pessoas negras: “Atitudes assim nos matam diariamente, nos traumatizam e fazem a gente passar vergonha e humilhação. Enquanto não usarmos a nossa voz e nos unir, vai ser daí pra pior!”.

“O que mais temos que fazer ou provar para conquistar nosso espaço e frequentar lugares? O racismo não está aumentando, ele só está sendo filmado e divulgado”, diz.

Nataly publicou o vídeo e marcou a cafeteria nos stories, mas ela afirma que a página deletou, desativou os comentários. “Me mandaram mensagem pedindo desculpas. É sempre assim, no final é só pedir desculpa”, lamenta. 

Em outro vídeo publicado ontem, Nataly agradeceu o apoio de todos e reforçou a importância de lutar contra o racismo e ocupar os espaços: “Eu sei que essa situação vai se repetir em outros lugares, já comecei essa viagem sabendo disso”.

https://www.instagram.com/p/ChQCJcxjMKr/

Nascida no bairro Carrão, na Zona Leste de São Paulo, Nataly, aos 27 anos, deixou o Brasil há 5 meses, com o desafio de se tornar a primeira mulher negra brasileira a visitar todos os países. Ela já passou pelo Paquistão, Grécia, Itália e Israel, entre outros.

Ela já relatou outra situação de racismo sofrida em junho deste ano, quando estava no Afeganistão. Ela foi parada pelo Talibã, grupo extremista islâmico. “O Tali me parou agora pedindo o meu passaporte no meio da avenida, vinte homens me cercaram e ficaram olhando, sabe?”, relatou em entrevista à TV Globo.  Ela foi a primeira mulher a viajar para o Afeganistão sozinha após a entrada do novo governo.

Novo álbum de Djavan traz participação de Milton Nascimento e da família do músico

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Foto: Gabriela Schmidt

“D”, novo álbum de trabalho de Djavan, já está disponível nas plataformas digitais e traz 11 canções inéditas

“D”, o 25º álbum autoral de Djavan chegou no dia 11 de agosto nas plataformas digitais. O novo lançamento musical do cantor, que conta com 11 faixas totalmente inéditas, segue acompanhado da apresentação do clipe de “Iluminado”, em que Djavan divide a tela com os filhos e netos. Além de um trabalho realizado em família, o disco também conta com as participações especiais de Zeca Pagodinho e Milton Nascimento.

Coisa de disco de número redondo, 25, espécie de bodas de prata do artista com a sua voz e suas melodias e letras gravadas, “D” (Luanda Records/Sony Music) talvez proponha um jogo, seja um enigma: um estilo e um pensamento artístico a serem decifrados nas canções. O título-enigma nasceu das conversas entre Djavan e Giovanni Bianco, designer brasileiro de presença internacional (já trabalhou, por exemplo, com Madonna), diretor criativo e responsável pela capa e pela direção dos clipes do novo álbum.

Produzido e arranjado por Djavan – com desenhos de sopros (explorando a abertura de “vozes” e as muitas possibilidades de timbres dos instrumentos), utilização intensa da percussão e aproveitamento do estilo pessoal de cada músico da base, que atestam sua maturidade como arranjador – “D” é antes de tudo uma impressionante safra de canções, todas com a marca do autor. Ou seja, melodias sinuosas, harmonias ricas e surpreendentes, passeio por diversos gêneros e ritmos, e sem qualquer perda do acento pop, pelo contrário. Há hits instantâneos como a própria “Num mundo de paz”, uma melodia irresistível sobre base de funk tradicional, as baladas “Primeira estrada” ou “Quase fantasia”, a folk “Iluminado”. Como há, também, algumas canções das mais sofisticadas que Djavan fez na vida. Em canções novas, “D” parece conter todas as vertentes da criação de “D”javan. “D”aí, talvez, o enigma a ser decifrado.

Sevilhando“, por exemplo, é uma canção de Djavan que já nasce clássica para seus fãs, e cheia de pistas para se decifrar esse enigma “D”: pelo neologismo do título, um verbo que não existe mas que deveria existir pelo que Sevilha representa em termos existenciais, paisagísticos, estéticos e criativos para o mundo; por seu diálogo com outra canção clássica de seu repertório, “Andaluz” do disco ” Coisa de acender” (1992), pelo que contém do estilo e das ideias de Djavan. Vejam que já musicalmente, “Sevilhando” parece um exercício de estilo, uma canção brasileira com base rítmica de funk, harmonia e arranjo de jazz, melodia espanhola (uma bela receita, como se fosse possível haver receita, das influências musicais de Djavan).

A letra é ainda mais pessoal, confessional até. Nela, Djavan define-se pessoal – “Mas Sevilha plantou/Na Alagoas nata/Um fiel servidor”, e musicalmente: “E uma música negra/Vai sevilhando/Tudo ali na lata”, a origem de sua música brasileira tanto na África como na Espanha. Arrisca-se a falar de grandes temas como o amor, necessariamente livre – “E só é inteiro/O que aclama/Toda forma de amor” – e da vida ela mesma – “Ao se falar de vida/Vê-se o quanto é tão sério/Nada mais é a vida/Que sede de um grande império” – ou de religião: “Deus é quem dá o caminho/Mas as pernas são as  suas”. E tudo isso em versos curtos, que cabem na fluente canção popular, admitindo a simplicidade das canções (“Decida/Uma é saber como/A outra é nada saber”) e culminando com a opção pela natureza, por referências da natureza tão típicas de seu trabalho recente: “Queria sândalo/Mas também podia ser camomila/Ou mesmo lavanda/Ou vanila/Para enfrentar o viver”. Um clássico de Djavan, como se vê, todas as suas grandes influências – a canção brasileira, a música negra, e o flamenco – amalgamados numa canção pop e muitíssimo bem feita.

Falando de influências e de parte do tal enigma “D”, “Beleza destruída” é outra canção importantíssima neste trabalho. Talvez pouca gente saiba, mas não houve influência maior do que Milton Nascimento na fase inicial, virada dos anos 60 para os 70, quando a sensibilidade musical de Djavan estava se formando. Sobretudo na liberdade e inventividade harmônica, na atenção às melodias e, é claro, na maneira única de cantar. Ouvindo bem, tudo isso está em “Beleza destruída”, canção feita especialmente para este disco 25 e para reparar uma lacuna em sua carreira, nunca ter gravado nada com Milton Nascimento. Segundo single e clipe do álbum, lançados em 21 de julho, o duo com Bituca é das canções mais comoventes de Djavan: a misteriosa melodia, sobre a harmonia inventada no seu violão são base para uma letra urgente, política, ecológica – como tantas do repertório de Djavan e de Milton – e que denuncia a insistência na destruição da natureza, sem meias palavras: “Mas o homem/Cego por dinheiro/Só sabe dizer:/Dizimar, dizimar/Ver tanta beleza/Destruída/Encolhendo/A própria vida assim/É o fim!”. Como todas as canções do disco, “Beleza destruída” foi arranjada com todo cuidado por Djavan para que as vozes tão únicas dele e de Milton Nascimento – encontro que em si já é um acontecimento – se harmonizassem. Evidentemente emocionados, eles gravaram suas vozes juntos no estúdio.

Seguindo seu método muito pessoal de compor, Djavan fez quase todas as músicas de “D” no Rio de Janeiro, a partir de junho de 2021 e no decorrer do segundo semestre do ano passado. Gravou-as todas com músicos de várias fases de sua carreira, cada canção “pedindo” o músico mais apropriado para ela. Em “Num mundo de paz”, por exemplo, na cozinha rítmica mistura a bateria técnica, perfeita, de Felipe Alves, da banda do disco anterior, “Vesúvio”, com o baixo mais criativo e suingado de Marcelo Mariano, que acompanhou Djavan há mais de 20 anos. Dessa mesma época, Djavan convocou o argentino-brasileiro Torcuato Mariano na guitarra, que faz a introdução e os solos. Além do fiel escudeiro Paulo Calasans no teclado – e assistente de Djavan na produção musical. Outros antigos companheiros de banda compõem o naipe de sopros presente em várias faixas, Marcelo Martins no saxofone, Jessé Sadoc no trompete e flugelhorn, que recebem o novato do grupo Rafael Rocha, no trombone. Tal rodízio de músicos se dá em cada canção, e não uma banda fixa, o baterista pode às vezes ser o “antigo” Carlos Bala ao lado do baixista Arthur de Palla, da banda de “Vesúvio”. Esse rodízio, não deixa de fazer parte do enigma “D”, o segredo de seu som.

Com as músicas prontas, arranjadas e gravadas, Djavan foi em janeiro de 22 para sua casa de praia na Alagoas natal, onde nos dois meses seguintes todas as letras foram escritas, talvez daí venha a característica tão solar do álbum. Todas, na verdade à exceção de duas: o samba “Êh, Êh!” e “Iluminado”, duas faixas que têm origens e características diferentes das outras dez do álbum, mas que contêm igualmente grande parte do enigma de “D”.

Feito em parceria com Zeca Pagodinho, “Êh, Êh!” foi lançado por Alcione, uma estilista do samba, em 2014. Também estilista e ele próprio um inventor do samba ao seu modo, Djavan sentiu vontade de mostrar também a sua maneira de fazer essa música. O violão de samba do autor de “Flor-de-lis” e “Fato consumado” e o jeito próprio de Djavan de fazer samba são precisamente a contribuição de “Êh, Êh!” ao enigma “D”. É a faixa feita para quem gosta de curtir o violão de Djavan.

Já “Iluminado“, a mais nova das canções de “D” e que lhe serve de terceiro single, foi composta na praia, diante do mar de Alagoas. E a sua prole, filhos e netos, todos reunidos. A melodia nasceu em Djavan a partir de uma batida de ukulele que sua filha Sofia fazia na praia. Em pouco tempo a canção estava pronta, música e letra, simples, praiana, solar – “Tudo é possível/Como um dia de sol/É jogar o anzol/Esperar/Pra ver o que vem”. Djavan acha que é a canção mais popular do disco e lhe proporcionou um velho sonho: gravar com todos os filhos e netos músicos, dos mais velhos e já profissionais Flavia Virginia, João e Max Viana, aos filhos mais novos Sofia e Inácio (“que toca um violão igual a mim”, surpreende-se o pai) e os netos Thomas Boljover e Lui Viana. A família tão musical e fazendo uma canção solar e cheia de esperança no futuro também faz parte do enigma “D”.

O tal enigma de “D” está todo nas canções. Seria muito interessante entrar na cabeça de um fã de Djavan, ou de qualquer pessoa que ame a música brasileira, ouvindo o disco e se perguntando qual é a melhor canção do álbum. Se a supercomplexa e jazzística canção “Ao menos um porto“, cheia de nuances harmônicas e melódicas, seu levíssimo arranjo de sopros cheio de “vozes” abertas, o arranjo vocal feito e todo cantado por Djavan, e a letra de um amor desesperado. E o lindo título. Ou a valsa-jazz “Nada mais sou“, em compasso 6/8, tão típica de Djavan. Ou ainda a balada pop que abre o álbum, “Primeira estrada“, com todas as sutilezas harmônicas possíveis brotando do violão de Djavan, e imagens poéticas inusitadas (“Campos que florirão/Num sertão de vinho”, inspirado nas vinícolas do São Francisco) e comoventes (“Se alguém sabe de amor/Por favor, me fale/Se era amor, por que acabou?/ Quem amou não sabe”).

Talvez a melhor seja a pop e djavânica, com todas as quebradas rítmicas e poéticas tão típicas suas, “Cabeça vazia“, um perfeito exercício de estilo. Ou, ainda no quesito exercício de estilo, seja o delicioso bolero “Você pode ser atriz“.  Afinal, faz parte do enigma “D” esse exercício constante de reinventar os gêneros básicos da musicalidade brasileira e latina, o bolero como um dos símbolos máximos desse exercício.

Pode ser duas abordagens inusitadas do amor: a canção pop “Quase fantasia“, um amor platônico – “Poderei conquistar a lua/Se eu tocar nessa boca tua” – mas vivido como se fosse real e vital, “Fui na trama dos teus passos/Sucumbir/Quase como se fosse um doente/E você o elixir”; e, como se fosse o seu oposto, o blues  “Ridículo“, um amor real, só que na verdade um tremendo erro, tema tão típico do gênero. As diversas abordagens do amor, aliás, também fazem parte do enigma “D”.

Na verdade, o 25º álbum de Djavan traz esse título ao mesmo tempo simples e enigmático porque talvez “D” represente aqui a continuidade da obra de um artista, o desenvolvimento dos muitos caminhos musicais propostos por Djavan, e sua busca constante por novidades, desde que começou a ouvir música, menino ainda, em Maceió. Um enigma decifrado canção a canção, disco a disco. Agora, no momento em que o ouvimos pela primeira vez. E a ser ouvido e decifrado para sempre.

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