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Ncuti Gatwa será o primeiro ator negro a interpretar o Doutor em ‘Doctor Who’

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Foto: Netflix.

É oficial, Ncuti Gatwa foi confirmado como o novo Doutor em ‘Doctor Who’. A informação foi anunciada neste domingo (8) pela BBC, emissora responsável pela produção da icônica série. “Não há palavras que possam descrever o que estou sentindo. É uma mistura de profundamente honrado, mais do que empolgado e, claro, com um pouco de medo”, disse Gatwa em comunicado. “Esse papel e essa série significam tanto para tantas pessoas ao redor do mundo, inclusive para mim, e cada um dos meus talentosos antecessores lidaram com essa responsabilidade única e privilégio com o máximo cuidado. Vou me esforçar ao máximo para fazer o mesmo”.

Ncuti Gatwa será o 14º Doutor e o primeiro ator negro a interpretar o papel. ‘Doctor Who’ é uma série de ficção científica britânica, transmitida desde 1963. A série mostra as aventuras do Doutor, um Senhor do Tempo alienígena do planeta Gallifrey, que explora o universo em sua máquina do tempo. A obra possui forte impacto dentro da cultura popular, principalmente para os britânicos.

A nova temporada de ‘Doctor Who’ estreia em 2023.

A realidade do Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus é a de muitas mães negras do Brasil atual

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Foto: Divulgação

Como mãe negra, se você já teve qualquer contato com alguma das obras da Carolina Maria de Jesus, provavelmente você se identificou com ela em algum momento.

Mãe de três filhos, Carolina publicou o livro Quarto de Despejo, em 1960, mas ele ainda atravessa tanto a nossa realidade, que parece ter sido sido escrito por alguma mãe negra e favelada atualmente. O racismo, a falta de moradia digna, a fome, a pobreza, a saúde precária, muitas dessas notícias ainda atuais e continuamos lutando pelos direitos básicos para nós e nossos filhos. 

Quando fui à exposição da Carolina Maria de Jesus no IMS (Instituto Moreira Salles), na Avenida Paulista (SP), uma frase específica me chamou a atenção: ‘Pobre não tem direito de criar filhos’.

Enquanto achávamos que a nossa principal luta seria o direito a matricular nossos filhos nas creches, o país teve um “boom” de famílias inteiras com crianças, que vão morar nas ruas, passam fome ou sofrem algum grau de insegurança alimentar, desde o início pandemia da covid-19.

Segundo o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), cerca de meio milhão de brasileiros podem estar morando nas ruas hoje, principalmente, por não terem dinheiro para pagar moradia. O coletivo pontua que mulheres e crianças tem sido uma parcela bem expressiva.

Em 2018, o Brasil voltou ao Mapa da Fome e em 2020, de acordo com a pesquisa da Rede Penssan, 55,2% dos brasileiros vivem com a insegurança alimentar.

No ano passado, em diversos noticiários do país, foi possível ver pessoas fazendo filas para ganhar ossos, até que os açougues passaram a vender esses ossos, que chegam a custar R$4 o quilo, nas periferias de São Paulo, que continuam sendo uma realidade atual.

Nada diferente da realidade do Dia das Mães da Carolina, escrito na década de 50. “Ontem eu ganhei metade de uma cabeça de porco no Frigorífico. Comemos a carne e guardei os ossos. E hoje puis os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar”.

Carolina também diz: “Quando uma criança passa fome, é problema de todo mundo”, mas parece que ninguém se importa. 

Dia 8 de maio é Dia das Mães, mas nem todas as mães estão felizes, assim como Carolina também não estava quando escreveu Quarto de Despejo: ‘Parece que até a Natureza quer homenagear as mães que atualmente se sentem infeliz por não poder realisar os desejos dos seus filhos’.

Lizzo conquista sucesso global e série de recordes com ‘About Damn Time’

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Lizzo em 'About Damn Time'. Foto: Reprodução / Youtube.

A cantora Lizzo está vivendo um ótimo momento em sua carreira. Após o lançamento do single ‘About Damn Time’, os números da artista nas plataformas de streaming dispararam numa crescente impressionante. O registro já está entre as 10 canções mais reproduzidas do mundo no Spotify, maior plataforma de música do planeta.

De acordo com a própria Lizzo, ‘About Damn Time’ é um “hino para curar, seguir em frente e refletir sobre todas as lutas contra depressão e ansiedade”. Cantora reflete que incentiva os ouvintes a falarem sobre seus sentimentos e lutarem por dias melhores, mesmo em momentos sombrios.

“Eu fiz a música do verão com ‘About Damn Time’. Estou na minha arte, e minha arte é a música. Eu sou boa em música. É o que eu faço“, contou Lizzo através das redes sociais. “‘About Damn Time’ pode levar a muitas conversas. Já está na hora de me sentir melhor, está na hora de sair dessa pandemia. Já está na hora de termos a primeira juíza negra da Suprema Corte. São tantas coisas. Já era hora de estourar o champanhe. Já era hora da tequila chegar aqui“.

Confiante com sua arte, ela realmente lançou a música do verão norte-americano. Pela primeira vez na carreira, Lizzo entrou no TOP 10 Global do Spotify, além de atingir o topo do TikTok, com milhares de vídeos virais sendo criados utilizando o áudio da canção. Nos Estados Unidos, a cantora também segue quebrando recordes, colocando a música entre as 5 mais escutadas do país. ‘About Damn Time’ fará parte de seu novo álbum ‘Special’, a ser lançado no próximo dia 15 de Julho.

“Eu acho que a música realmente vai falar por si mesma. Estou escrevendo músicas sobre o amor de todas as direções, e espero poder transformar um pouco do medo que está correndo solto neste mundo, energeticamente em amor“, comentou Lizzo sobre ‘Special’. “Essa é a questão. Eu tinha muito medo, e tive que fazer o trabalho em mim mesmo, e essa música é um pouco desse trabalho para transformar esse medo em amor. Espero que quando as pessoas ouvirem este álbum, isso torne o dia deles um pouco melhor, um pouco mais cheio de amor”.

Capa de ‘Special’, novo álbum de Lizzo.

“A cor da pele aparece antes de um transtorno oculto”, diz mãe de duas crianças atípicas

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Foto: Divulgação

Glaucia Batista, 41, é mãe de duas crianças atípicas. O Thales, 10, diagnosticado com TDL (Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem) e Breno, 6, com TEA (Transtorno de Espectro Autista).

O TDL trata-se da dificuldade persistente em expressar linguagem e pode se manifestar de forma sutil. Já o TEA, é um distúbrio do neurodesenvolvimento que causa déficits na comunicação, na interação social e padrões de comportamentos repetitivos.

“Comecei a perceber que meu filho não falava como as outras crianças da mesma idade antes mesmo dos 2 anos. Fiquei muito assustada porque nunca tinha ouvido falar de TDL (antes conhecido como DEL)”, relata Glaucia sobre o filho mais velho.

Como tudo era muito novo, ela começou a pesquisar sobre o tema e se tornou Embaixadora pela Conscientização do TDL no Brasil. “Esse conhecimento foi fundamental para que eu pudesse ajudar meu filho a se desenvolver, pois estimular o desenvolvimento dele potencializava os efeitos das intervenções da fonoaudióloga que o acompanhava na época”. E completa, “ano passado ele obteve alta e hoje se expressa bem”.

O filho mais novo também apresentava “[Ele] também estava demorando a falar, mas ele tinha características e personalidade bem diferentes. Ele recebeu o diagnóstico de autismo aos 2 anos”, relembra.

Pela experiência de já ser uma mãe atípica, desta vez, Glaucia conseguiu lidar de uma forma mais tranquila. “Me senti aliviada por ter um nome para buscar orientação, direitos e o que fazer a partir de então. Preocupada com o futuro, comecei a correr atrás de um tratamento mais intensivo para ele e viável para o nosso orçamento”.

Depois do dignóstico do Breno, a mãe optou por trabalhar apenas em home office para ter mais flexibilidade de horário e acompanhá-lo nas sessões, consultas e reuniões.

“É muito corrido, cansativo e dispendioso lidar com tudo isso sem rede de apoio. E quando eu digo rede de apoio, não falo da ajuda de familiares. É uma questão política. A estrutura não foi feita para acolher a diversidade humana. Os espaços de convivência, a mobilidade urbana, as escolas, a saúde pública, nada é pensado incluindo as nossas crianças, uma população que só aumenta paralelo ao avanço da conscientização”, desabafa.

Quando se trata de rede apoio, o SUS (Sistema Único de Saúde) é o que mais deixa a desejar. “Não existe terapia, não existe exames, consultas, tudo é muito demorado. Quem depende exclusivamente, está lançado a própria sorte”.

“Uma cidade aqui do lado, São Gonçalo, eles sorteiam vagas para tratamento de autismo. Chega a ser violento você olhar. ‘Se inscreva seu filho no sorteio’ pra saber se ele vai poder ser tratado”, relata.

Por essas razões, apesar das dificuldades, Glaucia optou para que os filhos realizassem todo o tratamento por meio de um plano de saúde.

O LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), pagam um salário mínimo para famílias que tenham um membro com deficiência ou algum tipo de transtorno, mas a mãe diz o quanto é injusto as regras do programa.

“Pra você passar num programa desse, você tem que ser miserável, ter uma renda muito baixa. Às vezes a pessoa tem o salário um pouco acima, ganha dois salários mínimos pra família inteira, já não é aprovado pra receber o auxílio. A família que tem pessoa com deficiência de classe média, a renda dela vai toda em medicação, deslocamento, em consulta médica e tratamentos. E se um dia ela foi classe média, ela não é mais”, explica.

Esses desafios faz a Glaucia perceber como podem ser diferentes as lutas entre mães atípicas negras e brancas. “Muitas vezes não nos identificamos com as pautas da comunidade autista. A maioria da população com deficiência que é ouvida como autoridade é branca”.

Segundo a Glaucia, pela medicina ainda ser marjoritariamente branca, isso também reflete no atendimento das crianças negras. “É mais fácil dizer que o menino é agressivo, do que considerar alterações sensoriais relevantes. É mais fácil rotular uma menina negra de incapaz, do que adaptar o conteúdo escolar para que ela aprenda de forma mais acessível. A cor da pele aparece antes de um transtorno oculto, e é a partir do impacto do racismo, que esta criança estruturalmente sofrerá, que será traçado um prognóstico quanto ao seu potencial de desenvolvimento”.

No Instagram @humaninhoTDL, Glaucia luta pela visibilidade das mães atípicas que batalham, seja pela saúde ou por uma educação inclusiva: “Pensa o Marcos Mion vivendo a minha vida… É bem diferente”.

Glaucia também é coautora do livro Maternidades Plurais, onde ela relata junto com outras seis mães, as próprias vivências sobre ser mãe atípica negra.

E reforça que sua luta maior é pela inclusão e bem-estar das crianças atípicas. “Meus filhos são incríveis, inteligentes e precisos para nós. E eu escolheria ser mãe deles em todas as vidas”. 

Djonga vai à justiça em defesa da mulher condenada pela frase ‘Fogo nos Racistas’

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Foto: Divulgação | Instagram

Após repercussão de uma decisão judicial que condenou uma enfermeira negra a apagar uma publicação no Facebook com a frase ‘Fogo nos Racistase pagar uma indenização no valor de R$5mil por danos à imagem da loja, onde a irmã foi vítima de racismo, em Mogi Guaçu, São Paulo, o rapper Djonga acionou sua equipe de advogados, segundo o jornal Alma Preta.

A equipe se uniu às advogadas que já estavam fazendo a defesa da enfermeira e entraram com um recurso contra a decisão do juíz Schmitt Corrêa, da 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, responsável pelo julgamento em 2ª instância, no dia 29 de abril, alegando contradições, vícios e pontos obscuros.

“É como se dissesse que a imagem de uma loja, onde aconteceu um caso emblemático de racismo que causou traumas numa família inteira, é mais importante do que o sentimento e a liberdade de expressão de uma mulher negra”, esclarece Karina Galvão, uma das advogadas do Djonga.

O outro advogado do rapper, Ariel Chacão, aponta o problema na condenação. “O racismo estrutural também tem está presente no sistema jurídico e afeta cada vez mais as decisões, gerando uma jurisprudência enraizada na discriminação. A condenação que estamos tentando reverter é muito perigosa para a luta antirracista. É uma forma de silenciar a comunidade negra que se posiciona contra o racismo. Aliás, o racismo é crime”.

A frase ‘Fogo nos Racistas’ ganhou repercussão nacional após lançamento da música ‘Olho de Tigre’, do Djonga. Indignado, o rapper desabafou no Instagram, um dia antes dos advogados entrarem com recurso contra a decisão judicial.

“No mesmo país que o presidente fala que uma mulher ‘não merece ser estuprada porque é feia’, que fala frases como ‘bandido bom é bandido morto’, você não pode gritar ‘FOGO NOS RACISTAS’.

https://www.instagram.com/p/Cc3tnXNg8JQ/

Entenda o caso

Em junho de 2020, a enfermeira fez campanha no Facebook para denunciar um caso de racismo contra a sua irmã, em uma loja no centro de Mogi Guaçu, mas o juiz Schmitt Corrêa determinou no início de abril, que a imagem de um cartaz escrito “Fogo nos Racistas” publicada fosse excluída.

Ela enfermeira também foi condenada a pagar R$5 mil por dano moral à mulher que agrediu fisicamente e verbalmente a sua irmã.

Segundo a enfermeira, a irmã tinha sofrido um problema capilar e estava careca, por isso foi até a loja e comprou um adereço para a cabeça que custava R$100. No entanto, ao chegar em casa, ela notou que deram para ela um produto que custava R$70, então ela voltou na loja para fazer a troca. A dona da loja não quis fazer a troca.

A enfermeira contou que a dona da loja disse que “não era problema dela que a minha irmã era negra, careca e uma cadela”. A proprietária do estabelecimento teria pego um ferro e bateu na cliente além de fazer ofensas como “sai daqui sua cadela” na frente de funcionários e de outros clientes. A dona da loja teria expulsado a moça, puxado sua peruca moça, deixando ela constrangida diante das pessoas.

Nove meses depois, a enfermeira fez um post no Facebook pedindo justiça. “A delegacia da cidade não fez nada para ajudar a minha irmã, liberou a dona como se nada tivesse acontecido. Gente, por favor, isso é um crime, me ajudem, quero justiça. Me ajudem, não ao racismo, vamos compartilhar para que a justiça seja feita”.

A dona da loja entrou com um pedido de dano moral com uma indenização de R$13,8 mil, retratação na rede social e em um veículo de comunicação de grande circulação para “recuperação de sua imagem e honra”, pois a postagem teve repercussão na internet e em programas de televisão.

Na sentença, o juiz Schmitt Corrêa acatou em parte o pedido de dano moral e determinou a exclusão do post, pois segundo ele, a frase “Fogo nos Racistas” gerou uma situação de ameaça para a dona da loja.

Apple planeja adiar ‘Emancipation’, filme estrelado por Will Smith

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Will Smith. Foto: Getty Images.

De acordo com a Variety, a Apple Studios está planejando adiar o lançamento de ‘Emancipation’, filme estrelado por Will Smith. Originalmente previsto para ser lançado no circuito de festivais de outono deste ano, o longa deve ser adiado para 2023.

Dirigido por Antoine Fuqua, ‘Emancipation’ seria o primeiro lançamento de Smith após o polêmico tapa em Chris Rock no Oscar 2022. Como resultado, Will acabou sendo banido da premiação e de todos os eventos da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pelos próximos 10 anos.

Foto: : Neilson Barnard / Getty Images.

Embora a Apple não tenha compartilhado uma data oficial para o lançamento de ‘Emancipation’, uma fonte ligada à Variety e familiarizada com o longa disse que o drama de ação não chegará à plataforma de streaming e aos cinemas em 2022. Nas semanas que antecederam o Oscar 2022, o burburinho já estava crescendo em relação à ‘Emancipation’. Um cineasta, que pediu para permanecer anônimo, disse à Variety que viu as primeiras imagens do filme, declarando que Will possuía fortes chances de ganhar a estatueta por dois anos seguidos, já considerando sua vitória em ‘King Richard: Criando Campeãs’.

Em ‘Emancipation’, Will Smith viverá a história de Peter, um homem escravizado que foge de uma fazenda nos Estados Unidos para se unir ao exército que batalhou contra o fim da escravidão, durante a Guerra Civil. Peter se tornou símbolo da luta abolicionista quando uma foto de suas costas nuas, marcada com cicatrizes deixadas por um chicote, foi publicada pelo Independent em 1863. De acordo com o Deadline, o longa mostraria a fuga do homem e como ele sobreviveu aos caçadores que tentavam levá-lo de volta à fazenda escravocrata.

Foto: Reprodução / Reporter Budapest.

Este não é o primeiro filme ou projeto de Will Smith que sofre adiamento após o episódio no Oscar 2022, a Netflix também suspendeu a produção de um longa estrelado pelo ator.

Com Whoopi Goldberg, relacionamento interracial e baixa apreciação do público, “Corina” é reexibido este sábado na Globo

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Imagem: divulgação

O longa de 1994, interpretado por Whoopi Goldberg e Ray Liotta, é um clássico da Sessão da Tarde. Nele, a atriz interpreta Corina Washington, uma candidata a vaga de babá, que acaba conquistando o cargo após ganhar o coração da garotinha Molly, que estava muito abatida desde a morte de sua mãe.

No entanto, Molly parece não ter sido a única que se rende aos encantos de Corina, e trazendo um tom de romance ao drama do filme, a babá se envolve em um relacionamento amoroso com o empresário Manny Singer, até então, seu patrão (e um homem branco). E aqui, vale lembrar que apesar de ter sido lançado nos anos 1990, a história se passa nos EUA dos anos 1950.

Nessa época, era proibido o casamento interracial em grande parte do país. Proibição essa que durou até 12 de junho de 1967, quando a Suprema Corte aboliu uma lei do estado da Virginia que proibia o casamento entre negros e brancos, e consequentemente outros 16 estados tiveram que acatar a decisão. O dia acabou conhecido por ”Loving Day”, já que a revogação da lei veio após o processo do casal Richard e Mildred Loving -que por sinal, virou até um filme, ‘‘Loving”, disponível na Apple Tv e Youtube.

Imagem: Divulgação

Nesse ponto, é importante ressaltar que, independentemente da opinião que você tenha sobre relacionamentos interraciais, devemos concordar em uma questão: o governo não pode impedir o seu casamento por esse motivo. Você não pode ser perseguido, ameaçado ou preso por isso. Aprovando ou não a ”palmitagem” como é chamado popularmente no Brasil, é preciso compreender que os motivos pelos quais o governo dos EUA agia dessa maneira, não era os mesmos pelos quais você age. Não era por preocupação com a solidão da mulher negra, com a hipersexualização do homem negro, ou com a falta de afeto entre os seus semelhantes. O único motivo que o governo tinha para isso, era o racismo, em seu sentido mais literal: conduta discriminatória que te recusa ou impede de acessar algo, que te nega ou coloca obstáculo. É relevante pontuar também, que nesses casos onde se formariam famílias interraciais, teríamos pessoas negras em bairros brancos, em uma época onde era extremamente ditado quais lugares poderíamos frequentar (não que não seja hoje, de uma maneira mais sútil), e isso causava fúria nos racistas.

Para além desse ponto de vista, comercialmente falando o filme apesar de memorável não foi um grande sucesso de bilheteria, arrecadando menos do que o seu orçamento. Entre a critica especializada, o longa-metragem dirigido por Jessie Nelson recebeu opiniões mistas, com questionamentos sobre como a diretora, que é uma mulher branca, abordou o delicado tema do casamento interracial. No Rotten Tomatoes, Corina não parece ser uma babá muito perfeita com apenas 37% de aprovação entre 19 votos. Já para o público do Google, ela está aprovada com 87% dos votos. E para o público do Mundo Negro, o filme envelheceu como um vinho sul-africano ou como um leite no sol do meio-dia?

Forest Whitaker vai receber Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes

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Foto: Reprodução.

O ator Forest Whitaker vai receber um reconhecimento especial por sua carreira no no Festival de Cannes de 2022. Ele será homenageado com a Palma de Ouro, principal prêmio do Festival, de forma honorária. O ator, que venceu o Oscar por sua atuação em O último Rei da Escócia, disse que o Festival de Cannes mudou sua vida.

“34 anos atrás, ir a Cannes pela primeira vez mudou minha vida e garantiu que tomei a decisão certa de me dedicar a conectar a humanidade através do cinema”, disse Whitaker.

“É sempre um privilégio voltar a este belo festival para exibir meu trabalho e ser inspirado por vários dos maiores artistas do mundo – e me sinto incrivelmente honrado por ser celebrado como parte do importante 75º aniversário do Festival”, completou.

Essa será a segunda Palma de Ouro de Whitaker. Ele já ganhou o prêmio de Melhor Ator em 1988, por sua performance em Bird.

Em uma postagem no Instagram, o Festival disse que “o prêmio saúda sua brilhante carreira artística, sua rara personalidade e seu compromisso humanitário”.

A premiação será entregue no primeiro dia do Festival, que este ano acontece entre 17 e 28 de maio, na Riviera Francesa.

Jacarezinho: Após operação policial mais letal da história do Rio, outras 33 chacinas ocorreram no Grande Rio

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Foto: Ricardo Moraes / Reuters.

Um ano depois da operação, 10 das 13 investigações do Ministério Público foram arquivadas, duas foram aceitas e uma segue em andamento.

A operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, ocorrida no Jacarezinho, na Zona Norte, completa um ano nesta sexta-feira (6). A Chacina do Jacarezinho, como é conhecida, terminou com 28 mortos, entre eles o policial civil André Frias, além de cinco outros feridos. A operação afetou a rotina de moradores, traumatizou crianças que presenciaram tudo e parou a circulação da população pela cidade. 

Desde aquele 6 de maio até hoje, pouca coisa mudou. Um ano após a Chacina do Jacarezinho, a Região Metropolitana do Rio concentrou 47 outras chacinas, que mataram 174 pessoas. 33 dessas chacinas ocorreram durante ação/operação policial, resultando em 126 mortos, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.

Para Cecília Olliveira, diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado, operações policiais que terminam com muitas mortes, como a ocorrida no Jacarezinho, evidenciam a falta de planejamento e de prioridades. “É preciso que as operações policiais sejam orientadas por estratégia, inteligência e responsabilidade com a vida dos moradores. Os impactos dessas ações policiais sem o devido planejamento vão além das mortes, impactam na rotina e a população. Pessoas baleadas até dentro do metrô. Isso não pode ser aceitável”.

Um ano depois da operação, 10 das 13 investigações do Ministério Público foram arquivadas, duas foram aceitas e uma segue em andamento. Isso significa que 23 mortes das 28 mortes tiveram inquéritos arquivados.

Para a operação policial no Jacarezinho, foram utilizados 250 policiais, quatro blindados e dois helicópteros, mas apenas dois agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) envolvidos na operação cumprem medida cautelar, dentre as quais estão o afastamento da função pública externa e de toda e qualquer atividade policial no bairro onde se deram os fatos.

Até o momento, somente um dos 13 inquéritos resultou em denúncia: a morte de Omar Pereira da Silva, de 21 anos, dentro do quarto de uma menina de 9 anos. O impacto emocional foi tão grande que, por dias, ela não quis dormir em casa. “Ele entrou na casa baleado, se escondendo. Entrou no quarto da minha filha, deitou na cama dela e se cobriu. Entrou um policial, todo de preto, sem o nome, e foi falando: ‘Cadê, cadê a pistola?’. Quando cheguei na sala, de costas, com a minha filha na frente, ele efetuou os disparos. Acho que foram três disparos. Eu protegi ela (a filha) com o meu corpo”, revelou o pai da menina na época.

Entre os cinco feridos durante operação policial no durante a operação no Jacarezinho, estavam dois policiais civis, um morador foi atingido no pé, quando estava dentro de casa e dois passageiros do metrô, que foram atingidos por balas perdidas dentro de um vagão da linha 2, na altura da estação Triagem.

Cecília Olliveira reforça que os impactos de uma operação policial sem planejamento vão além das mortes e afetam diretamente a rotina dos moradores de favelas. “Crianças precisam fazer tratamento psicológico por presenciarem cenas de violência, passageiros que são baleados dentro de metrô, mães que perdem emprego porque não conseguem ir ao trabalho, e por aí vai. Não é só uma operação. Não é só as pessoas procuradas. É a sociedade toda”.

Pela primeira vez, Casa Branca terá porta-voz negra e lésbica

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Foto: Reprodução.

Karine Jean-Pierre se tornará a nova secretária de imprensa da Casa Branca. O anúncio foi feito pelo presidente Joe Biden em um comunicado. Karine será a primeira mulher negra e também a primeira pessoa abertamente LGBT a ocupar o cargo. Atualmente, ela é a vice-secretária de imprensa da Casa Branca.

“Karine não apenas traz a experiência, o talento e a integridade necessários para este trabalho difícil, mas ela continuará a liderar a comunicação sobre o trabalho do governo Biden-Harris em nome do povo americano”, disse Biden em nota.

“Ainda estou processando porque este é um momento histórico e não passou despercebido para mim. Eu entendo o quão importante é para tantas pessoas lá fora. Tantas comunidades diferentes que estou sobre seus ombros “, disse Karine. Ela acrescentou: “É uma honra e um privilégio estar por trás deste pódio”.

No briefing da Casa Branca na quinta-feira, a atual secretária de imprensa, Jen Psaki, convidou Karine ao púlpito e as duas se abraçaram enquanto Psaki lia as qualificações de Karine e o significado de ela aceitar o cargo.

“Ela será a primeira mulher negra, a primeira pessoa LGBTQ+ a servir neste papel, o que é incrível porque a representatividade importa e ela vai dar voz a tantas e permitir e mostrar a tantas o que é realmente possível quando você trabalha duro, sonha grande e isso importa, e… devemos comemorar isso.”

Karine Jean-Pierre começará formalmente após o último dia de Psaki, que será 13 de maio. Ela atua na equipe sênior de comunicação da Casa Branca desde que Biden assumiu o cargo e antes disso foi conselheira de sua campanha e chefe de gabinete da agora vice-presidente Kamala Harris.

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