Três torcedores do Boca Juniors foram presos durante o jogo entre o time argentino e o Corinthians pelas oitavas de final da Copa Libertadores, na última terça-feira (28).
Segundo o delegado Cesar Saad, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, dois deles foram detidos por injúria racial após serem flagrados imitando macacos em direção à torcida do Corinthians, e terão de pagar fiança de R$ 20 mil para liberação.
O outro foi flagrado fazendo uma saudação nazista. Este seria enquadrado em apologia ao crime, que é inafiançável. De acordo com informações do GE, no entanto, horas depois, o argentino foi enquadrado no crime de racismo, mas também podendo pagar fiança de R$ 20 mil para ficar em liberdade.
Esta não é a primeira vez que torcedores do Boca são detidos por conta de atos racistas. No jogo contra o Corinthians pela primeira fase da Libertadores, um argentino precisou pagar fiança para deixar a delegacia após imitar macaco nas arquibancadas da Arena.
Em nota, o Corinthians repudiou os atos racistas.
“O Corinthians repudia veementemente os atos racistas que envolveram torcedores argentinos na Neo Química Arena nesta terça-feira (28), durante o jogo contra o Boca Juniors pelas oitavas da CONMEBOL Libertadores. Todos foram prontamente conduzidos ao Jecrim do estádio”.
Em junho celebramos três santos importantes para o catolicismo brasileiro: Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29). Cada um com suas características singulares, Santo Antônio certamente é conhecido por ser o santo casamenteiro. Ele também é aquele santo que recebe os castigos mais inusitados, há devotas que colocam o santo dentro da geladeira quando ele não atende suas preces, ou mesmo de cabeça para baixo em cima da geladeira. São João, festejado quase no final do mês, é por excelência o santo dono da fogueira dos festejos juninos e é dele também o feriado de junho em muitas cidades do Nordeste brasileiro. São Pedro é o mais sério desse pequeno grupo do mês, é quem decide quem entra ou não no céu. Ele é o guardião da chave do paraíso.
É na metade do ano que as ruas de todas as capitais do Nordeste estão coloridas com bandeirinhas e balões (e tantos outros símbolos juninos) para festejar. É um importante momento de sociabilidade urbana e rural, pois no interior dos estados desta região do Brasil festas nas ruas e nas casas ocorrem.
Escrevo este texto muito influenciada por minha própria experiência (nem sei se é possível escrever fora na nossa experiência). Lembro-me da concepção de escrevivência de Conceição Evaristo. Lembro-me daquela escrita que surge do cotidiano, das memórias e da experiência pessoal e coletiva. Escrevo com certo encantamento. Mas irei justificar. Nasci e passei o maior tempo da minha vida em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, há quase três anos me mudei para a Bahia. Então, pensei que seria minha primeira experiência no São João baiano. Porém, enfrentamos a pandemia do covid-19 e por dois anos os festejos foram suspensos. Uma ação mais do que necessária. Finalmente, em 2022, com calma e responsabilidade, as celebrações juninas voltaram. Com ela toda a nossa vontade de celebrar a vida dos santos e as nossas.
Essas comemorações são negras, nordestinas e fruto de um catolicismo próprio, o catolicismo afro-brasileiro. Diversas práticas religiosas festivas guardam certo sincretismo. Não aquele sincretismo racista e simplista descrito por Nina Rodrigues, no final do século XIX e início do XX. Não é um sincretismo de sobreposições, mas sim, de relações alicerçadas em hierarquias, porém num processo constante de negação dessas mesmas hierarquias. Falo de um sincretismo como aquele cantado por Maria Bethânia na música São João, Xangô Menino. Das lembranças sobre as características comuns entre Santo Antônio e Exu pelas aventuras de ambos e pela ideia de que eles abrem os caminhos. Há também quem relacione Santo Antônio com Ogum. Pelo senso de justiça, aspecto marcante tanto de Xangô, rei de Oió, quanto de São Pedro, que com a chave do céu toma importantes decisões. As relações entre santos e orixás são regionalizadas, o que a gente pode encontrar no Rio de Janeiro não é o mesmo que encontra em Salvador ou mesmo em Recife. Elas também mudam com o tempo.
Como uma admiradora de Iansã, terminarei este pequeno texto com o fogo. Para lembrarmos, ao longo dessa segunda metade do ano, da alegria da fogueira de São João e da energia forte do fogo de Xangô.
Em novo episódio da série Carpool Karaoke, a cantora Lizzo foi a convidada para um passeio em Los Angeles com o apresentador James Corden, onde a dupla animadíssima, abriu o programa cantando a música “Good as Hell“.
Ao falar sobre a flauta nomeada “Sasha Floor“, inspirada no alter ego de Beyoncé “Sasha Fierce“, Lizzo falou como a Queen Bey foi importante para a sua vida.
“Quando eu era tímida, ou não achava que era legal quando implicavam comigo, eu ouvia Beyoncé no meu quarto e isso me transportava. Eu sentia alguma coisa. Eu sentia que minha vida seria melhor, sabe? Há esperança para mim!”, relembrou a cantora.
“Quando eu larguei a faculdade, eu estava realmente deprimida. Eu ouvia o ‘B-Day’ repetidamente. E eu cantava o ‘B-Day’ o tempo todo! E eu dizia ‘Eu vou ser uma cantora! Eu vou ser uma cantora!’. A maneira como ela faz as pessoas se sentirem, é assim que eu quero fazer as pessoas se sentirem com a música. “Ela tem sido minha ‘North Star‘ (estrela-guia)”, acrescentou Lizzo que em seguida, cantou super empolgada com o Corden a música “Crazy in Love“.
Veja o vídeo:
BET Awards 2022
Lizzo foi a estrela responsável em dar as boas-vindas aos convidados do BET Awards 2022 realizado no domingo (26), em Los Angeles. Radiante com um look dourado, ela iniciou a apresentação acompanhada apenas da flauta e em seguida, arrasou na coreografia com os dançarinos e agitou os outros artistas presentes no evento, com o sucesso da música “About Damn Time”.
Na noite desta segunda-feira (27), um incêndio de grandes proporções destruiu 16 casas da favela Kelson’s, no bairro da Penha Circular, Rio de Janeiro. As chamas começaram em um galpão onde funcionava um ferro-velho. O Corpo de Bombeiros afirmou que não houve vítimas, mas as famílias da região perderam tudo.
O ator Douglas Silva, que sempre falou orgulhosamente ser cria da favela Kelson’s, publicou um vídeo nesta manhã pedindo ajuda aos fãs para as famílias que estão precisando apoio neste momento.
Nas redes sociais, DG afirma: “Não consigo fazer nada sozinho e preciso da ajuda de todos vocês. Seja doando, divulgando ou quem puder os dois”.
Em breve, ele disse que será divulgado os pontos de arrecadações para doações às famílias. “Você que é empresário, que quer me ajudar nessa empreitada para minimizar esse sofrimento, entra em contato comigo na DM”. Douglas também diz que irá a Kelson’s pessoalmente para dar um suporte os moradores.
Nos vídeos feitos pelos moradores, é possível ver o momento em que as chamas se alastram na comunidade e a rede elétrica sendo afetada.
“Perdi tudo. As minhas roupas. Só deu tempo de tirar os documentos. O bujão e o fogão ainda tirei. Mas o resto perdi tudo, tudo. Queimou tudo”, disse uma moradora à TV Globo.
As recentes mudanças de entendimento da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre temas como a criminalização do aborto são sintomas de um problema ainda maior: o crescimento da supremacia branca no mundo. É isso o que o especialista em estratégia de dados, Marco Gomes, alerta em vídeo publicado recentemente em sua conta no Twitter.
“Até poucos dias atrás, a Suprema Corte dos Estados Unidos que não podia ser criminalizada uma pessoa que fizesse uma interrupção de gravidez. Também mudou, na mesma Suprema Corte, o entendimento sobre celebração religiosa em escolas. Professores e funcionários de escolas públicas podem realizar celebrações religiosas e conduzir e orientar seus alunos nessas celebrações e rezas”, começou ele.
Na visão de Marco, é importante sinalizar como pautas como o ataque aos direitos reprodutivos, casamento homoafetivo e liberdade religiosa sinalizam o crescimento da Supremacia Branca. Marco faz, ainda, um paralelo entre o que está acontecendo neste momento na Suprema Corte americana e o crescimento do chamado “Olavismo” no Brasil. “A gente não discutiu isso publicamente o suficiente e os caras chegaram na presidência”, analisou.
notou como a supremacia branca tem conseguido avançar suas pautas novamente? o foco atual é na natalidade de gente branca.
jornalistas de mídia mainstream, por favor, atenção na supremacia branca e o paralelo com o crescimento do olavismo (vídeo filho dum papo com @caiogomes) pic.twitter.com/8Rbz3KIePd
Pesquisa da Unicamp demonstrou que existem mais de 530 grupos extremistas no Brasil, no que pode chegar a um quantitativo de mais de 10 mil pessoas. Isso representa um crescimento de 270,6% de janeiro de 2019 a maio de 2021. Estes grupos estão espalhados em todas as regiões do Brasil. Em comum, esses grupos têm o ódio às mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+.
Após grande repercussão da fala racista do ex-piloto de fórmula 1 Nelson Piquet chamando o heptacampeão mundial Lewis Hamilton de “neguinho”, o piloto inglês usou o twitter para se pronunciar. “Vamos focar em mudar de mentalidade”, iniciou Hamilton, que tuitou em português.
Depois, ele prosseguiu. “É mais do que linguagem. Essa mentalidade arcaica precisa mudar e não tem espaço em nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes a minha vida inteira. Houve muito tempo par aprender. Chegou a hora da ação”, disse o piloto.
It’s more than language. These archaic mindsets need to change and have no place in our sport. I’ve been surrounded by these attitudes and targeted my whole life. There has been plenty of time to learn. Time has come for action.
Antes disso, com bom humor, o piloto retuitou um fã que disse: “E se Lewis Hamilton só twitasse “quem diabos é Nelson Piquet e fechasse o twitter?”.
PRONUNCIAMENTOS — Além do posicionamento de Hamilton, a F1 e a Mercedes também marcaram posição sobre Nelson Piquet e seu pensamento racista. “Linguagem discriminatória ou racista é inaceitável de qualquer forma e não deve fazer parte da sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito”, disse a F1 em comunicado.
Já a Mercedes, escuderia de Hamilton, exaltou os posicionamentos de Lewis Hamilton em favor da diversidade dentro e fora das pistas. “Condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória de qualquer tipo. Lewis liderou os esforços do nosso esporte para combater o racismo e ele é um verdadeiro campeão da diversidade dentro e fora das pistas. Juntos, compartilhamos a visão de um automobilismo diversificado e inclusivo, e este episódio destaca a importância fundamental de continuar lutando por um futuro melhor”
O ator Idris Elba poderá ter sua própria emissora de televisão. De acordo com o jornal The Sunday Times, o artista de 49 anos está em negociações avançadas para adquirir a Channel 4, emissora de rede aberta do serviço público britânico. A transação estaria avaliada em cerca de U$ 1,2 bilhão. Segundo informações do jornal, o ator também estaria analisando propostas e ofertas em conjunto com Marc Boyan, renomado empresário de marketing do Reino Unido.
Idris Elba em ‘Luther’. Foto: Divulgação.
A secretária de cultura britânica, Nadine Dorries, confirmou que a Channel 4 está à venda para competir com streamers globais como Netflix e Amazon. Profissionais ligados à emissora declararam o desejo em promover uma renovação do serviço prestado, de forma a “inaugurar uma era de ouro para a TV do Reino Unido”. O governo britânico está determinado a vender o canal estatal para permitir que o veículo seja capaz de competir melhor na era digital, embora o plano tenha sido amplamente contestado pela indústria do entretenimento e visto por muitos como um acordo ideológico que poderia causar estragos para pequenos produtores.
Além de Elba, empresas como Comcast Sky e a Paramount também estão em negociações pelo direito de aquisição da ‘Channel 4’.
O Ministério da Saúde anunciou que realizará nesta terça-feira (28) uma audiência pública para debater o conteúdo do novo manual do aborto. O documento, que teve uma prévia revelada durante as últimas semanas, foi amplamente criticado por instituições de saúde e personalidades públicas. Dentre tópicos, o manual prevê a investigação criminal de meninas e mulheres violentadas que optarem pela realização de um aborto legal.
De acordo com a Pesquisa Nacional (PNA), o perfil mais comum de mulher que recorre ao aborto é o de uma jovem de até 19 anos, negra e já com filhos. As novas diretrizes do manual impactam diretamente e com maior intensidade a comunidade negra.
Nesta tarde de segunda-feira (27), a atriz Camila Pitanga se posicionou contra o novo manual do aborto. “O Ministério abriu um canal para que pessoas como eu e você se manifestem sobre o manual. Vamos lotar a caixa de email deles com um só coro – não vamos ‘aguentar mais um pouquinho‘! Exija que eles cuidem das nossas meninas”, publicou Camila em seu Twitter, compartilhando um link para o pedido de revogação do manual.
🚨 URGENTE: amanhã de manhã vai rolar uma audiência pública para discutir o novo manual do aborto do Ministério da Saúde, que prevê que pessoas que sofreram violência sexual e fizeram um aborto legal sejam investigadas pela polícia.
Citando uma série de inconsistências científicas presentes no novo manual do aborto, a Anis (Instituto de bioética) e a Rede Feminista de Apoio, em parceria com outras instituições de saúde da mulher, declararam uma carta de repúdio, pedindo pela revogação do documento. “O manual possui diversas inverdades acerca da realidade do abortamento no Brasil. Primeiro, se refere ao abortamento como tema de pouca importância, muito embora esta seja a quarta causa de mortalidade materna no país”, destacaram as instituições. “Segundo, trata o procedimento como de alto risco, sendo que os riscos concernentes ao parto são 14 vezes maiores (isso ainda sem considerar partos em gestantes menores de idade). O manual tampouco se ampara nas mais atualizadas evidências científicas, como as recomendações da Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras e da Organização Mundial da Saúde, que recomendam não haver limite de tempo gestacional para a interrupção da gravidez”.
Em entrevista a nossa editora-chefe Silvia Nascimento, que também esteve nesta missão com os jornalistas negros, pelo Site Mundo Negro, Raimundo falou sobre como surgiu a ideia de fazer a Tv Quilombo, em 2017.
“Quando criamos a Tv Quilombo Rampa, muitas coisas passavam em nossas cabeças, muitas perguntas sem resposta e como ninguém respondia essas nossas perguntas, fomos assim buscar as respostas por nós mesmos. Para buscar entender o porquê muitas pessoas tinha acesso a isso e aquilo e nós não, por que a gente assistia tudo na Tv, mas a gente, o nosso povo quilombola não estava lá e quando aparecia nesses meios era tendo uma história mau contada, era apenas sendo vitima do racismo e preconceito enraizado em todos aspectos institucionais”, conta Raimundo.
Raimundo no Programa de Liderança para Visitantes Internacionais nos EUA (Foto: Arquivo pessoal)
A Tv Quilombo foi criada no Quilombo Rampa, localizado a 27 km da cidade Vargem Grande, no Maranhão. Composto por 4 comunidades quilombolas, onde vivem atualmente cerca de 500 pessoas, foi fundado em 1818.
“A gente tinha em mente muitas coisas, mas resolvemos nos apegar em algumas, pois se elas dessem certo, todas as outras aconteceriam como consequência”. Foram elas: “criar nosso próprio espaço, já que os espaços que ja estavam criados não iam nos aceitar do nosso jeito; usar esse espaço não como forma de dar voz a comunidade, mas como forma de fazer com que a voz que já existe pudesse ser respeitada e aceita daquele jeito, sem mudar nada; não recuar em momento algum”.
Desde o início, o grupo sempre soube o que gostaria de retratar no veículo de comunicação. “Com a criação da Tv Quilombo, a gente só queria comunicar a nossa realidade como ponto principal, a nossa cultura, o Tambor, as comidas, os remédios caseiros, as estratégias, o criar alternativas de sobrevivência, a relação e cuidado com a natureza, a gente queria comunicar a potência que é os saberes ancestrais e como devem permanecer vivos e respeitados”.
Crianças quilombolas apresendendo jornalismo com a Tv Quilombo (Foto: Arquivo pessoal)
A prioridade da Tv é falar sobre “a luta das comunidades quilombolas, também indigenas, ribeirinhas, assentamentos, e todas comunidades tradicionais”, diz Raimundo.
A ideia da Tv Quilombo sempre foi para que os quilombolas pudessem se comunicar mais entre si. “A nossa preocupação desde o início foi falar de nós pra nós, de dentro pra dentro, fazer com que o quilombo inteiro, desde a criança até o ancião se sentissem capaz de está ocupando o espaço que eles sempre pensavam que não existia até ter contato, e que pensavam que não poderiam estar nesses espaços, pois sempre foi negado. A gente queria comunicar de uma forma que todos ficassem a vontade pra ser e contar a sua própria realidade”.
No Brasil, o quilombos ainda sofrem muito pela falta de reconhecimento no Brasil e continuam sendo invisibilizados, analisa Raimundo.
“As comunidades quilombolas no Brasil sempre foram invisibilizadas, sempre existiram e existem, mas sempre o sistema as tratou como se não existissem, e na minha região que está situado o Quilombo Rampa e demais comunidades quilombolas do nosso território e de outros também essa sempre foi uma realidade, para se ter uma ideia o nosso quilombo vai fazer 204 anos em agosto, mais muitas pessoas das cidades mais próximas não sabiam até a criação da Tv Quilombo que ali existia Comunidade Quilombolas, com as suas permanências culturais, na nossa região Vargem Grande existe cerca de 15 comunidades Quilombolas, mas nem todas ainda são se quer reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares”, ressalta.
Comunidade quilombola (Foto: Arquivo pessoal)
Com 74% da população maranhense sendo negra e um dos estados com mais comunidades quilombolas do país, alguns problemas antigos continuam a serem resolvidos. “Falta de políticas públicas adequadas, conflitos agrários, desrespeitos a sua cultura e muitas falta a titulação de seus territórios”.
Começar o projeto do zero foi um grande desafio para o grupo. “Custumo dizer que Quilombola já nasce lutando, pois o preconceito, o racismo infelizmente já são bem estruturados e bem alimentados em nosso país. Os desafios são vários, no nosso caso, criar uma Tv sem recurso, a partir de materiais improvisados, câmera de papelão, microfone de graveto, tripé de Bambu, Bambú Drone e muitos outros materias improvisados, foi um tremendo desafio, fazer com quer as pessoas olhassem e respeitasse foi e é ainda um grande desafio, hoje bem menos, pois já temos mais estrutura”, lembra Raimundo.
O projeto que Raimundo criou só com o amigo William, hoje conta com uma equipe de mais de 30 pessoas e diversos canais de comunicação.
Membros da Tv Quilombo (Foto: Arquivo pessoal)
A Tv Quilombo oferece um espaço de experimentação através da abertura do estúdio para toda a comunidade, trabalha com diversas mídias e plataformas, e incentiva a propagação dos saberes ancestrais e as trocas intergeracionais com encontros e reuniões. Mesmo com os desafios, o produtor quilombola está contente com os resultados do trabalho que tem feito.
“As melhores coisas superam todas as dificuldades, que no geral foi fazer com que o nosso povo pudesse ser protagonista da sua própria história, contar essa história do seu proprio jeito, que é o jeito certo, afinal ninguém melhor pode contar nossa história do que nós mesmos. Fazer com que a criança, o jovem, o adulto e o ancião se exergasse na Tv com sua própria história, não tem preço. Ver que a Tv vem contribuindo no enfretamento diário de aceitação da nossa indentidade é algo maravilhoso e continuar esse processo é mais que importante, é essencial”, diz orgulhoso.
Sobre a oportunidade de compartilhar essa trajetória e aprender com os outros jornalistas negros nos EUA, Raimundo só tem a agradecer. “Esse Intercâmbio foi de uma grande importância pra gente, ter contato, ensinar, aprender, e lavar pra nosso dia a dia que cada passo que fizemos e estamos fazendo pra mostrar nosso povo é essencial, o contato com outros jornalistas pretos brasileiros que não conhecia, o poder entender como é o jornalismo preto no Estados Unidos e fazer essa relação com o Brasil, com o Quilombo está sendo incrível”.
Raimundo José na cidade de IOWA, durante programa nos EUA (Foto: Arquivo pessoal)
Vídeo foi gravado em julho do ano passado mas ganhou repercussão no último final de semana
Nelson Piquet foi gravado se referindo ao heptacampeão mundial da Fórmula 1, Lewis Hamilton, como “neguinho”. A fala com conotação racista aconteceu em julho do ano passado, enquanto Piquet comentava um acidente envolvendo Hamilton e Max Verstappen durante o Grande Prêmio de Silverstone de Fórmula 1, na Inglaterra.
“O neguinho meteu o carro de não deixou. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro se f*deu. Ele teve muita sorte, disse Piquet.
O comentário racista foi muito criticado na internet com os usuários relembrando polêmicas nas quais o ex-piloto já esteve envolvido. “Piquet é aquele típico cidadão bem e de família cujo filho causou um acidente de propósito na Fórmula 1 para prejudicar outras pessoas. O filho foi banido da Fórmula 1 e o Piquet deve milhões em impostos”, disse um usuário do Twitter.
Nelson Piquet chamou Lewis Hamilton de 'neguinho'. Piquet é aquele típico cidadão bem e de família cujo filho causou um acidente de propósito na Fórmula 1 para prejudicar outras pessoas. O filho foi banido da Fórmula 1 e o Piquet deve milhões em impostos.
“Puro suco de racismo, inveja e ressentimento mas vai ter que engolir que o maior piloto da história da fórmula 1 é preto”, disse o criador de conteúdo Alexandre Santana.
Nelson Piquet chamando Lewis Hamilton de "Neguinho”… Puro suco de racismo, inveja e ressentimento mas vai ter que engolir que o maior piloto da história da fórmula 1 é preto
Em junho deste ano, Hamilton recebeu o título de cidadão honorário do Brasil. Estou sem palavras. Hoje me foi concedida a cidadania honorária de um dos meus lugares favoritos no mundo”, celebrou Hamilton através das redes sociais na época. “Eu realmente não tenho as palavras agora. Obrigado Brasil, eu te amo, mal posso esperar para te ver novamente“.