Boa parte do planeta despertou indignada com a eleição de Donald Trump como novo presidente americano. O fato de votar não ser obrigatório nos EUA têm feito com que muitos analistas apontassem o feito “whitelash” como um dos responsáveis pela eleição do candidato republicano.
Para o comentarista da CNN Van Jones, dentro da perspectiva de raça, houve uma união entre os brancos contra uma política inclusiva praticada pelo atual presidente Barack Obama.
“Eu tenho amigos mulçumanos perguntando se devem deixar o país, eu tenho amigos imigrantes que estão aterrorizados”, explica o comentarista que diz que será difícil explicar para os filhos o que ainda está pro vir.
“Nós tentamos explicar essa eleição por vários ângulos, mas não falamos da questão de raça. Essa foi uma whitelash (união dos brancos), contra as mudanças do país, contra um presidente negro”, alerta Jones.
“Trump tem uma grande responsabilidade que é a de ser também o presidente das pessoas que ele insultou e excluiu. Nós não queremos sentir que alguém for eleito, por nos preterir, por achar que há pessoas mais importantes do que nós. Essa eleição não foi somente sobre questões de raça, mas temos que falar sobre isso também”, conclui.
A última edição dos Deusas Urbanas em São Paulo, acontece nesse domingo, 13 de novembro.
O mercado itinerante é presença obrigatória para mulheres negras que apreciam moda afro, seja a mais tradicional ou a mais de vanguarda. Roupas, acessórios feitos por produtoras de todo país podem ser comprados por preços acessíveis. Deusas Urbanas também é frequentado por modelos e Youtubers, que trazem ainda mais beleza ao encontro.
Workshops e roda de conversa também fazem parte do evento que tem entrada gratuita e é uma ótima opção de passeio para todas as idades.
Serviço:
Deusas Urbanas em São Paulo
Local: Ação Educativa(próximo ao metrô República)
De 11 às 18 horas
Ir a uma loja de brinquedos pode ser algo muito frustrante quando você quer presentear crianças negras. De uma prateleira a outra o que se vê em grande parte, são olhos azuis, cabelos loiros, que nem de longe refletem o verdadeiro perfil étnico dos brasileiros. É de doer o coração, ver os olhinhos dos pequenos que buscam pelos corredores bonecos iguais a eles e não encontram.
Quando se consegue comprar bonecas que sejam negras como seus pequenos e pequenas é algo muito valioso simbolicamente e dá ao ato de brincar de boneca, a possibilidade de novas narrativas lúdicas, que só surgem quando você se enxerga no seu brinquedo.
A coleção de Barbies de todas as cores do projeto Diversidade Divertida
O projeto Diversidade Divertida surge desse experiência das minhas filhas, três meninas Julia (6), Carolina (8) e Maria Helena (11), que colecionam bonecas negras, desde Barbies importadas à bonecas artesanais. De novelinhas, esquetes ao mostrar o que suas bonecas fazem, as meninas querem mostrar as outras crianças estórias protagonizadas por bonecas negras, não sendo exclusivo para os afro-brasileirinhos, já que o conceito de diversidade inclui todas os grupos étnicos.
O projeto conta com um canal no Youtube, página no Facebook e um perfil no Instagram repletos de fotos inéditas de bonecas negras.
Detalhe: todos os vídeos foram filmados e editados pelas mais velhas, pelo celular. Confira esse trabalho feito por crianças negras para pequenos de todas as etnias.
No dia 17 de novembro, quinta, às 19h, na Fapcom, acontece o cine debate a partir do documentário Negros Dizeres, do diretor Hugo Lima, com mediação de Gabriela Moura, Relações Públicas, co-fundadora do Não Me Kahlo e co-autora do livro #MeuAmigoSecreto: Feminismo Além Das Redes. O evento celebra o Novembro Negro, mês dedicado à discussão e reflexão sobre a situação das pessoas negras no Brasil.
O debate o objetivo refletir as ações efetivas contra a normatização da violência contra pessoas negras e questionar como o racismo afeta pessoas negras e brancas inseridas nos mesmos espaços. Pensando na comunicação como uma alternativa importante para engajar e em longo prazo transformar os indivíduos, o encontro torna-se uma maneira de estudantes e profissionais da área refletirem sobre o papel da mídia.
Ainda hoje, o racismo é tratado como patologia e não como estrutural e estruturante, como defendido por muitos estudiosos. O argumento de pesquisadores é sustentado pela idéia de que relações são constituídas em um padrão de normalidade. Segundo Silvio Almeida, podemos definir o racismo estrutural em três dimensões: econômica, política e subjetiva, das quais a pessoa negra, principalmente mulheres, encontram-se na base da pirâmide social.
O encontro tem mediação da historiadora Suzane Jardim e a presença do produtor e diretor do documentário. A produção discute, a partir das experiências pessoais, os primeiros contatos com o racismo evidenciando os espaços onde o crime acontece e suas influências na saúde mental e na autoestima de pessoas negras, desde a infância.
O primeiro Enegrecendo a Comunicação (2015) contou com a presença de profissionais da área para falarem sobre os desafios da produção acadêmica feita por militantes.
Enegrecendo a Comunicação
Dia: 17/11, das 19h às 22h
Local: FAPCOM – Rua Major Maragliano, 191. Vila Mariana, São Paulo – SP
(11) 2139-8500
Evento gratuito com inscrições antecipadas para emissão do certificado de participação até 16/11 – bit.ly/Enegrecendo_Comunicacao
O cantor Arlindo Cruz será um dos homenageados do Troféu Raça Negra 2016, por sua longa e bem-sucedida carreira como um dos mais importantes sambistas do país. O evento, considerado o “Oscar” da comunidade negra está na 14ª edição e homenageia outro nome de destaque no cenário musical, a cantora carioca Elza Soares.
A festa acontece no dia 21 de novembro, na Sala São Paulo, com Kênia Maria e Érico Brás como mestres de cerimônia, ao lado dos também atores Lidi Lisboa e Fábio Rhoden. Criado em 2000, o Troféu Raça Negra homenageia personalidades de destaque da comunidade negra, nacionais e internacionais, que contribuem para a construção de uma sociedade plural, por meio do combate ao preconceito, à intolerância e à discriminação.
Arlindo Cruz
Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por diversos artistas e é considerado o responsável pela proliferação do banjo no samba. Saiu do Fundo de Quintal em 1993 e começou uma carreira solo, logo depois fez parceria com Sombrinha. Em 2012, gravou mais um CD e DVD, ao vivo, “Batuques do Meu Lugar” com músicas inéditas e participações muito especiais, como: Alcione, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, entre outros.
Por Clélia Rosa – Pedagoga Mestre em Educação e mãe da Eloisa Rosa.
Dizer que “juntas somos mais forte” não é apenas um jargão ou uma frase de efeito, mas sim uma expressão que representa a força de um Grupo!
É no grupo que a gente se reconstrói, expõe nossas dores, nossos desejos, praticamos a escuta. E nele, recuperamos nossa dignidade. É no coletivo que nós, mulheres negras e mães podemos falar sem medos ou receios dos nossos desafios, e também sobre as conquistas nesse mundo da maternidade.
Inevitavelmente todas nós, em algum momento de nossas vidas passamos por situações de racismo. E justamente por termos sofrido na pele os efeitos do preconceito, da discriminação e da humilhação social, que estamos coletivamente pensando e agindo de maneira estratégica para nos fortalecer e a partir disso fortalecer também os nossos filhos e filhas desse sistema opressor estrutural que é o racismo.
Sabemos que a maternidade exige muito de nós e que não é “um mar de rosas” como muitas pessoas tentam romantizar. Sabemos também, que ao nosso modo, vamos construindo o melhor jeito de exercer a nossa maternidade, Lembrando sempre que, o melhor jeito de cuidar-educar os filhos e filhas para uma mulher não é necessariamente o melhor modo para a outra. Compreender isso é um exercício de não julgamento e, ao mesmo tempo, de empatia.
Precisamos cada vez mais realizar essa prática: mais empatia e menos julgamento. Pois, somos mulheres negras que vivemos numa sociedade machista e racista, criar e educar nossas crianças protegidas desses sistemas não é coisa simples; por vezes, algo muito dolorido.
Portanto, precisamos de espaços para chorar, gritar, dizer que esta ruim, assim como é indispensável nestes espaços o acolhimento, as parcerias, as trocas.
Por tudo isso e por muito mais, estamos juntas porque “juntas somos mais fortes”!
Nesse domingo tem Kwanzaa na Zona Sul de São Paulo. Se trata de uma série de encontros com diversos temas propostas pela filosifia do Kwanzaa americano. Nesse evento será discutido o NIA (PROPÓSITO). “Para tornar a nossa vocação coletiva na construção e no desenvolvimento da nossa comunidade, a fim de restaurar ao nosso povo a sua grandeza ancestral”explicam os produtores do encontro.
“Nesse V Encontro do Kwanzaa Brasil vamos rever o nosso propósito de vida. Veremos que enquanto indivíduos, devemos e podemos usar a nossa capacidade e colocar nossa habilidade, potencial e talento para fortalecer a nossa família e a nossa comunidade.
Quando temos um propósito somos encorajados a olhar para dentro de nós mesmos e para definir metas pessoais, mas que se estendem ao coletivo e são benéficas para o fortalecimento da nossa comunidade”.
C O N V I D A D O S
Fábio Amarante – “O Poder do Seu Dinheiro”
Nesse bate papo será feito uma viagens sobre o Poder de Consumo da Comunidade Negra, a Construção imagética da Negra e do Negro no Brasil ( Do século passado até os dias de hoje…), as mensagens subliminares na mídia e uma nova perspectiva de realização dos projetos voltados para a comunidade!
Hernani Francisco – “Como construir uma cultura de paz, frente ao racismo religioso?
É possível à partir de uma cultura de paz, criar um diálogo de respeito mútuos entre todas as pessoas? Saber reconhecer e respeitar as diferenças culturais e a história da África é um caminho para garantir a laicidade do Estado e a superação do racismo religioso.
*Adriana Vasconcellos – “Mulher Negra – Ancestralidade, Identidade e Resistência” *
Ao pensarmos a situação da mulher negra no Brasil atual temos que levar em consideração que em uma sociedade democrática o respeito às diferenças de raça, etnia, gênero e aparência física não é abandonar cada segmento à sua própria sorte, mas questionar as relações de poder que hierarquizam as diferentes posições.
_Drª Claudia Luna – “Racismo – Crime ou injuria?” _
Ao contrário da injúria racial, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível. Mas quem comete crime de racismo vai preso no Brasil? Quais são ações efetivas de combate ao racismo? Venha debater essas e outras questões.
RobSoul Za – Intervenção poética
Particiapação musical: Banda kwanzaa Brasil Jazz Band
Youtubers e blogueiros negros são ignorados pelos anunciantes
A gente reclama que a faltam negros no Globo, no SBT, nos grandes jornais e revistas, mas esquecemos que há muita mídia negra muito ativa e independente. O que você acompanha ou sabe sobre eles?
Com a popularização da Internet, tornou-se fácil e de baixo custo a criação de veículos de comunicação online. Desde Abril deste ano, o site Mundo Negro, por meio do projeto Negros Digitais mapeou e capacitou alguns veículos de comunicação feito por e para negros. Fizemos cursos como Youtube Black Brasil em parceria com o Youtube Space e o Workshop online ministrado por Najda Pereira, da Zero.54 , jornalista especializa redes sociais.
O projeto cresceu e hoje são mais de 200 produtores de conteúdo, todos negros que vão de jornalistas à produtores audiovisuais, vloggers e fotógrafos que por meio de um grupo do Facebook trocam informação, ensinam e aprende e além de fazerem muitas parcerias.
Beleza, culinária, empoderamento, humor, entrevistas, dicas de relacionamento, notícias, literatura. São muito temas debatidos por esses comunicadores muito bem informados e conscientes.
Confira os veículos que estão bombando no mês de novembro, curtam as páginas, se inscrevam nos canais e COMPARTILHE CONTEÚDO NEGRO. Com sua audiência esses veículos crescem e toda a comunidade negra ganha. Confira alguns projetos para acompanhar de perto:
Todo conteúdo produzido por eles será publicado na página do Mundo Negro no Facebook ao longo no mês de Novembro. Siga-nos também no Twitter e Instagram e se prepare para ter um mês da consciência negra com muito mais informação.
O racismo no ambiente de trabalho não escolhe cargo. Da copeira ao diretor, a discriminação se faz presente de diversas formas, que vão das diferenças salariais à intolerância com o cabelo. E foi isso que aconteceu com a desenvolvedora de negócios Luanna Teófilo. Com 35 anos, ela é mestre em Linguística pela Université Sorbonne Nouvelle e havia recentemente voltado ao Brasil onde estava atuando nas áreas de venda da PR Newswire, uma multinacional da área de Marketing e Relações Públicas.
“Eu trabalhava numa multinacional e como todos ambientes brancos, lá era bastante preconceituoso até que um dia a presidente diante de toda equipe ordenou que eu tirasse minhas tranças”, explica Luanna que já havia presenciado vários comentários racistas durante o período que ela trabalhou na empresa, mas nunca de forma tão direta como o “Tira isso”, proferido em alto e bom tom, pela presidente da companhia Thaís Antoniolli que que concluiu que as tranças de Luanna eram inadequadas para o ambiente de trabalho.
Indignada, Luanna pediu providências ao departamento de Recursos Humanos da empresa que tentou uma reconciliação entre ela e Thais. A líder da PR Newswire no entanto, classificou como petulante a atitude de Luana ao exigir uma retratação. O caso foi levado à a sede da empresa nos EUA e um boletim de ocorrência também foi feito contra a presidente da multinacional.
Outro caminho para externar a sua inconformidade com o ocorrido foi a criação de uma página no Facebook chamada #tiraisso, onde Luanna começou a postar conteúdo sobre racismo no mercado de trabalho além de outras temáticas ligadas à questão racial.
Todo esse processo aconteceu desde de setembro, onde apesar do racismo e assédio moral sofrido, Luanna estava sendo bem avaliada e prestes, de acordo com colegas, a ser efetivada após o final do período de experiência. Porém depois de uma falta por motivos de saúde no dia 19 de outubro, a gerente de projetos foi demitida por “baixo desempenho”.
O lado da empresa
O Mundo Negro entrou em contato com a PR Newswirepara ouvir sua versão sobre o caso, por e-mail, eles emitiram a seguinte nota:
“A PR Newswire, empresa global de serviços de comunicação, lamenta o mal entendido ocorrido em suas dependências. A companhia repudia qualquer tipo de intolerância e preconceito e ressalta que possui código de conduta e políticas internas que visam estabelecer o bom convívio no ambiente de trabalho, bem como a condução ética em seus negócios. Ainda, a PR Newswire entende que este é um tema importante e por este motivo dedicou todos os esforços para elucidar o episódio, que está devidamente esclarecido.”
Planos para o futuro
Luanna não pretende ficar parada após a demissão. Suas excelente formação e experiência internacional adquirida na França, Argentina e EUA, serão usadas para as suas próprias empresas. “Eu tenho uma empresa de desenvolvimento de negócios . No momento trabalho paralelamente em dois projetos”, diz Luanna que comanda a loja online produtos afro multiculturais BAP Store enquanto aguarda o andamento do caso.
A estilista Mônica Anjos ( Foto - Central de Comunicação)
Um desfile de moda afro, dentro de um espaço simbólico para comunidade negra paulistana. No próximo sábado, dia 22 de outubro, a estilista baiana Monica Anjos, que já vestiu Margareth Meneses, Ellen Olléria, a Miss Priscila Santiago, entre outros, vem à São Paulo para apresentar a sua coleção primavera/verão 2017.
A Miss Bahia Priscila Santiago
O local do desfile é o Aristocrata Clube foi espaço de vários projetos culturais que atendiam os anseios de uma elite negra existente, mas inviabilizada pelo sistema racista. Além das famílias negras que frequentavam o clube, o lugar foi palco de grandes vozes negras da MPB como Elizeth Cardoso, Djavan, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Noite Ilustrada, Alaíde Costa além de artistas internacionais a exemplo de Sarah Vaughan, Josephine Baker e tantos outros.
Além dos novos modelos que serão apresentados pelos modelos da HDA Models, primeira agência especializada em negros, o evento ainda terá o show da cantora Luedji Luna, nascida na Bahia e a residente em São Paulo além de comidinhas muito especiais para os convidados. A primeira Miss Brasil Negra, a gaúcha Deise Nunes confirmou sua presença no evento.
Serviço:
III Sarau de Moda e Gastronomia do Aristocrata Clube com Mônica Anjos
Sábado, 22 de Outubro.
Das 13h às 21h
Local: Aristocrata Clube
Avenida Piassanguaba, 3049 – Planalto Paulista www.aristocrataclube.com.br