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Afrofuturismo – livro mistura elementos futuristas e mitologia Iorubá

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Fábio Kabral

O “Afrofuturismo”  é um gênero narrativo que mescla mitologia e cosmologias africanas, fantasia, pós-colonialismo, ciência e  tecnologia, com  protagonismo de autores e personagens negros. Sendo assim, o livro “ O caçador cibernético da Rua Treze” é uma típica aventura afrofuturista, uma vez que a história se passa em uma metrópole repleta de tecnologias avançadas e está intimamente ligada a mitologia Iorubá.

Fabio Kabral, autor do livro, conta como conheceu este gênero narrativo, ainda tão pouco explorado no Brasil: “A palavra “Afrofuturismo” apareceu para mim por volta de 2014, enquanto eu acessava sites gringos sobre cultura pop. Quando fui ver já era, mais ou menos, o que venho fazendo no meu trabalho de ficção; então me senti compelido a intensificar meus estudos sobre Afrocentricidade, o que coincidiu também com o meu mergulho na vivência ancestral do Candomblé”, conta.

Na história deste novo livro, João Arolê é o protagonista, ele é um jovem negro caçador de espíritos malignos. Morador de uma metrópole tecnológica, abitada por uma população negra, João vive cercado por carros voadores e máquinas que são acionadas por fantasmas. Nessa narrativa, o personagem, assombrado por crise de consciência por erros passados, acaba por se tornar um herói improvável.

Para este livro Kabral promete “uma história de ação intensa, um super herói com complexidades humanas e um cenário muito rico”.  A história também trás elementos ficcionais familiares da cultura pop.

O lançamento de “ O caçador cibernético da Rua Treze” acontece no dia 10 de agosto, a partir das 19h, na livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509, Bela Vista, São Paulo).

Escutar os mais velhos é um hábito africano ignorado

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A professora Diva Guimarães com a escritora Conceição Evaristo (Foto : Reprodução FB)

As narrativas pessoais são indispensáveis para a construção histórica de uma comunidade. A  tradição oral, se falarmos das culturas africanas, foi fundamental para conhecer o que sabemos hoje sobre nossos antepassados. Não é por acaso que o emocionante depoimento da Dona Diva Guimarães durante o evento “A pele que habito”, durante a Flip 2017, em Paraty,  fez mais de 11 milhões de pessoas pararem para ouvi-la. Temos uma dívida com os nossos mais velhos.

Os influenciadores, ou seja, as pessoas que a mídia por critérios discutíveis, aponta como quem devemos ouvir devido a relevância do seu discurso são cada vez mais jovens. O que vemos, em muitos casos, é uma reprodução de discursos muitas vezes baseados em achismos e seriados da Netflix, já que não se pode falar muito sobre vivências, visto que são jovens. O olhar dessa nova geração é egocêntrico e narcisista. A minoria tem um preocupação legítima com o mundo, que não necessite de um registro para o Facebook, ou que está aberto a ouvir pessoas fora da sua bolha social.

Não estou aqui afirmando que jovens são ignorantes, até porque eu sigo muitos deles, que leem e se informam antes de emitir sua opinião e discorrem sobre assuntos que eu aos 20 e poucos nem sabia que exista. Minha provocação é, mas porque só os jovens têm falas relevantes hoje em dia e de como isso pode empobrecer a nossa visão de mundo.

Território Flip/Flipinha: A pele que habito (trecho)

O momento mais emocionante da #Flip2017 veio pela voz do público no Território Flip/Flipinha: "A pele que habito". Com a palavra, Diva Guimarães:

Posted by Flip – Festa Literária Internacional de Paraty on Friday, July 28, 2017

“Eu posso dizer com certeza que em comunidades de Angola e Congo onde eu tenho mais contato as pessoas mais velhas ainda têm uma importância muito grande. Em Angola por exemplo, os mais velhos são chamados de cota”, explica o professor Carlos Machado, autor do precioso livro “Gênio das Humanidade – Ciência, Tecnologia, Inovação Africana e Afrodescendente.  “ A cultura de empoderar os jovens, é algo muito ocidental”, finaliza Machado.

Nas culturas tradicionais africanas os influenciadores são pessoas mais maduras

A chave é a pluralidade, mas vemos que há vozes muitos silenciados nos espaços onde discutimos negritude. Tão importante quanto a literatura são os depoimentos de senhoras como a dona Diva, que não discorreu sobre dados sobre o deficit na educação pública, ela se abriu sobre como fatos históricos afetaram emocionalmente sua vida. Poucos são os livros que se atentam as emoções, a tristeza, raiva ou compaixão que sentimos em situações de conflito racial.

Que as marcas que dona Diva deixou dentro de nós seja um símbolo de resgate a valorização dos nossos idosos negros. Temos que ouvi-los antes que seja tarde demais.

Mulher trans e negra escreve livro que trada de questões como depressão, transexualidade, homossexualidade, racismo e suicídio

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Ilustração da capa do livro "Quatro suicidas e uma peruca cor-de-rosa"

“A gente é semente, mas ninguém sabe do que” – essa frase continuou ecoando em minha mente, mesmo com a leitura já terminada. “Quatro suicidas e uma peruca cor-de-rosa” foi uma narrativa tão arrebatadora, que me fez estar atenta até a última página, sem interrupções. Como não me acontecia há muito tempo, terminei a leitura em penas um sábado.

De certo você já concluiu que o livro não é grande, e realmente não é; mas não se precipite em achar que se trata de uma literatura simplista; definitivamente, não é esse o caso. Este é um livro que trata de assuntos muito complexos, como: O que leva uma pessoa ao suicídio? Como a sociedade trata uma pessoa com depressão?

Ilustração do livro “Quatro suicidas e uma peruca cor-de-rosa”

São discussões tão pesadas, tão densas, e, ainda sim, o enredo consegue trazer doçura e encantamento à história. Trata- se de quatro pessoas: Gisele, Nicholas, Gregory e Demetrio; em algum momento esses personagens tentaram cometer suicídio e, em algum momento, a história deles se cruza e, juntas, tomam um novo rumo, criam um novo significado.

É um típico enredo que poderia virar série, filme, peça de teatro; porque a gente realmente quer saber o que vai acontecer com cada um dos personagens. Ao longo da leitura eu senti como se tivesse ganhado novos amigos. Porém, com o decorrer da trama, percebi que, ao conhecer cada personagem eu conhecia partes de uma mesma pessoa, a autora.

Kelvin Valentim deu vida a “Quatro suicidas e uma peruca cor-de-rosa” e mostrou, de forma fragmentada, sua luta enquanto mulher negra e trans. Com a leitura me deparei com a insegurança constante que é ser um ser humano fora da “normalidade” imposta socialmente, e o quanto isso é cruel.

Com um vocabulário riquíssimo, esse é um livro que, além de envolvente, é didático. A narrativa joga luz sobre temas como o colorismo, depressão, transexualidade; entre outros. O livro retrata ainda como o ambiente escolar pode ser difícil para negros e gays e como o simples fato de existir pode ser tão perigoso para transexuais.

“Quatro suicidas e uma peruca cor-de-rosa” é um símbolo muito especial de resistência, luta, sobrevivência e vitória. Com essa narrativa, Kelvin mostra que, apesar de tudo, ela, enquanto mulher negra e trans, vem vencendo a cada dia. E que, se não contam nossas histórias, se não apresentam outras perspectivas, nós mesmas o fazemos. E a gente tem muito pra dizer!

Grupo de artistas baianos criam o Afro-Horóscopo

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Foto: Reprodução FB

Será que o zodíaco age de forma diferente de acordo com nosso gênero e raça? Seja lá qual for o canal de “humor negro”, Ouriçado, de Salvador, mostrou a personalidade de homens e mulheres negros de acordo com o seu signo.

Veja o resultado abaixo e confirme ou não se bate com o seu signo.

“O Mundo no Black Power de Tayó” – Peça infantil exalta a estética e cultura negra

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Tayó é uma menina negra que tem um grande black power. Ela enfrenta piadas em sua classe, agressões dos colegas… Como muitas meninas e mulheres negras já ouviram, dizem para ela que seu cabelo é “ruim”; porém isso não a intimida! Chega de autoestima, Tayó enfeita seu cabelo e o deixa livre, pra quem quiser ver.

A peça “O Mundo no Black Power de Tayó” se constrói dentro desta narrativa, onde a autora Kiusam de Oliveira, transforma o cabelo black power da personagem principal em uma metáfora que, ao mesmo tempo, retrata a riqueza cultural do povo negro e a riqueza da imaginação de uma criança.

A peça, que tem entrada franca, acontece no dia 29 de julho, às 14h, no Centro de Culturas Negras do Jabaquara – Rua Arsênio Tavolieri, 45 , Jabaquara, SP. Saiba mais pelo evento no Facebook.

Taís Araujo convoca brancos e negros para a Marcha das Negras no RJ

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“Dia 30 de Julho tem a ‘Marcha da Mulher Negra contra o racismo, a violência e pelo bem viver’. Dia 30 de Julho, no Posto 4, em Copacabana, as mulheres negras marcharão em defesa dos seus direitos e por suas comunidades”, assim começa a fala de  Taís Araújo, convocando todos e todas a estarem presente na “III Marcha das Mulheres Negras” que acontece no Rio de Janeiro.

Taís continua: “Você não é negra? Não tem problema, não; vem junto! Uma sobe e puxa a outra”, não coincidentemente, estas são as duas hash tags da marcha em 2017: #VemJunto e #UmaSobeEPuxaAOutra

O evento terá inicio às 9h da manhã, com concentração na praia de Copacabana, Posto 4. A caminhada seguirá pela Avenida Atlântica, em direção a praça do Leme. As 10h haverá exposição de afroempreendedores e às 14h, roda de samba.

Confirme sua presença e saiba mais da Marcha pelo evento aberto no Facebook. E assista ao convite da atriz Taís Araújo:

Negras do Nordeste: Gabrielly Louise é uma das 5 mais lindas do Ceará

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Fotos: Divulgação

Finalmente mulheres negras descobriram que concursos de beleza também são para elas e vemos mais rostos escuros e cabelos crespos em eventos pelo Brasil.

O nosso colaborador, o estilista curitibano Luiz Mendonça entrevistou Gabrielly Louise, a Missa Messejana 2017 que adora orientar outras mulheres negras à valorizar sua beleza. “Quero passar para elas que eu passei pela a mesma coisa, e lutei para ser reconhecida do jeito que eu sou” diz Louise que ficou em quinto lugar no concurso de Miss Ceará deste ano.

Fotos: Instagram

Sempre sonhou ser miss?

Não. Nunca tive o sonho de ser miss. Sempre achei algo muito superficial, prezava só a beleza, não tinha nada que chamasse minha atenção. Mas com o tempo o conceito veio mudando e cada vez mais o mundo miss se fez presente nas minhas redes sociais, amigas tornando misses.. E por uma diversão resolvi participar de um concurso do meu bairro em que fiquei em segundo lugar. Mas surgiu um convite que me deixou muito motivada a dar um passo mais fundo nesse meio miss.

Após o concurso, uma das organizadoras  estava assistindo e me fez o convite a participar do Miss Ceará. Confesso que fiquei muito indecisa, pois não sabia nada sobre o mundo miss. Mas aceitei, e me dediquei o máximo que pude para aprender o que é preciso para ser uma miss.


Tem consciência que sua imagem e referência pra meninas e jovens negras?

Não tenho muita consciência. Até me vejo surpresa quando algumas meninas veem falar no privado me elogiando, me pedindo um pouco de atenção. Mas eu amo essas mensagens, me motivam cada vez mais, principalmente quando são negras.

Já me senti muito excluída e sei como algumas meninas se sentem. Quero passar para elas que eu passei pela a mesma coisa, e lutei para ser reconhecida do jeito que eu sou.


Já sentiu ser vítima de preconceito? Como lidou com a situação?

Sim. Quando criança sofria muito com apelidos na escola. Mas nunca quis mudar meu visual ou minha personalidade por mais que ficasse magoada. Quando consegui realizar um desejo que tinha a tempos, que era entrar no mundo da moda. Consegui que me OLHASSEM De outra maneira, como ícone de mulher negra, mas quando entrei na competição para ser miss Ceará me veio um susto , recebi críticas e muitas mensagens de racismo, me deixou triste e espantada pela forma como que as pessoas falavam e se escondiam. Também recebi muitos elogios e mensagens de força, isso fez com que eu deixasse todo o abalo de lado e continuasse focada no meu objetivo.

Como foi a experiência em representar sua cidade no miss Ceará?

A experiência foi incrível de participar do Miss Ceará, senti sentimentos que não conhecia. Conheci pessoas maravilhosas. E pra mim valeu muito a pena, pois alcancei mais do que eu esperava e me sinto de dever cumprido, para uma primeira vez eu me sinto vitoriosa!


Quais suas referências de beleza?

Eu poderia falar Beyoncé, pois gosto muito da artista, pessoa e as ideias que ela tem, mas para mim toda mulher dona de si , que se faz firme em frente de qualquer situação, que se criam uma imagem que ela não é, e ela vai lá e mostra que estão errado, enfatizar novamente as negras pois as lutas diárias são constantes.

 

Série de fotografias denuncia o racismo e silenciamento sofrido pela mulher preta

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fotografia: Rás Akanni

A imagem acima faz parte da obra “O embranquecimento da mulher preta através da estética” que, por sua vez, faz parte do projeto fotográfico  “Racismo em percurso”, realizado pelo fotógrafo Rás Akanni, com o objetivo de aborda as diversas facetas do racismo e suas consequências no corpo negro.

Rás se juntou a maquiadora Carol Romero a fim de criar as fotos que estão disponíveis na página “Afrotografia”. As imagens, que trazem elementos provocativos acerca do racismo e em embranquecimento,  já alcançaram mais de 40 mil pessoas.

O objetivo é invocar na pessoa negra a memória de cada momento vivido em que ela tenha sido potencialmente silenciada, ou embranquecida esteticamente para se tornar aceita a em algum grupo, uma vez que a ideia social de beleza é racista e exclui a estética negra.

“ É importante acentuar que o mercado da beleza ainda tem resquícios eugenistas, onde os processos de desenvolvimento e promoção dos produtos tem foco em peles claras, em corpos magros ou robustos(…). Por este motivo escolhemos uma modelo com a melanina acentuada, pois o mercado não olha para estas mulheres com o potencial de consumo. Mulheres pretas, gordas e retintas não são vistas como concepção de beleza”, afirma Carol.

Para ver a todas as fotos que compõem “O embranquecimento da mulher preta através da estética”, acesse a página  “Afrotografia” no Facebook.

“Marcha de Mulheres Negras e Indígenas” acontece dia 25 de julho em São Paulo

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No dia 25 de julho é comemorado o dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. O dia foi estabelecido como um marco na luta das mulheres negras por justiça e igualdade social.

Aproveitando esta data o coletivo independente “Marcha das Mulheres Negras de São Paulo” convoca a população para a “Marcha de Mulheres Negras e Indígenas por nós, por todas nós, pelo bem viver”.

O coletivo ajudou a construir a “Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a violência e pelo Bem Viver”, que levou cerca de 50.000 mulheres a Brasília. Também foi responsável por organizar esta marcha, pela primeira vez, na cidade de São Paulo, em 2016, também no dia 25 de Julho, levando mais de 3.000 mulheres pelas ruas do centro da cidade.

O objetivo da marcha é que, unida, a população lute por uma sociedade igualitária, livre de racismo, machismo, luta de classe, fobias e ódios de todas as ordens; uma vez que o movimento acredita que as mulheres, em especial as mulheres negras, sempre foram protagonistas dos movimentos por mudanças sociais.

A “Marcha de Mulheres Negras e Indígenas” terá concentração na Praça Roosevelt, a partir das 17h, no dia 25 de julho. O ato contará com as presenças do grupo Ilú Obá De Min, LuanHansen, Mc Sophia, Levante Mulher, roda de Capoeira e Jongo, além de diversas intervenções artísticas e falas de Coletivos. Encerramento no Largo do Paissandu.

“Gusmão: O Anjo Negro e sua legião”: peça remonta vida e carreira de um grande artista negro

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Mário Gusmão

Mário Gusmão foi um ator e dançarino que viveu entre 1928 e 1996. Ele também foi o primeiro negro a se formar pela Escola de Teatro na Universidade Federal da Bahia .  A história desse artista será remontada pela Companhia de Teatro da UFBA, com o espetáculo “Gusmão – O Anjo Negro e sua Legião”.

Com dramaturgia e direção de Tom Conceição, o espetáculo traça uma linha de fatos que tem início na Cidade de Cachoeira, onde Mário nasceu.  A cronologia continua com referências às mulheres da Irmandade da Boa Morte, às feiras livres e ao Samba do Recôncavo. A montagem também passa por Salvador, na década de 50, expondo marcos da ascensão e da derrocada de Gusmão.

A estreia do espetáculo “Gusmão: O Anjo Negro e sua legião” acontece dia 27 de julho, às 19h, no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro  da UFBA, no bairro do Canela, Salvador – BA). A montagem fica em cartaz até o dia 13 de agosto, com entrada gratuita.

Saiba mais informações na página da peça no Facebook.

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