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Com eventos abertos ao público, Faculdade Zumbi dos Palmares discute negritude, negócios e educação na semana da Abolição

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(Texto – Divulgação)

Entre o sábado, 13 de Maio e a sexta-feira, 19, acontece uma programação diferenciada na Faculdade Zumbi dos Palmares: a Semana da Abolição da Escravatura. As questões que permeiam a semana – que faz uma pausa no domingo – questionam os 129 anos pós-abolição e os temas que carrega desde racismo, sociedade e educação, até feminismo negro e religiosidade. O dia de abertura tem um horário diferenciado: das 11h às 19h enquanto, de segunda a sexta os alunos são recebidos e convidados a participar das feiras, palestras e workshop no horário normal de aula (19hs às 22h).

Programação Completa:

13 de Maio:
* Dedicado ao dia 13 de Maio, data conhecida pela abolição da escravatura, acontece a abertura de uma semana repleta de programações na Faculdade Zumbi dos Palmares: com aula de samba rock, feira de empreendedorismo, mas também, feira de alimentação e a integração de calouros e veteranos. Não faltarão opções para se divertir e produzir das 11hs às 19hs no Anfiteatro. Não acaba por aí, os alunos que estiverem às 17hs na biblioteca terão a chance de presenciar o lançamento do livro “Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua”, que conta a trajetória de um ex-escravo. Para criar ainda mais dinamismo, seguido do lançamento, acontece uma roda de conversa com Clarens Cherry e Egidio Trambaiolli no lançamento do livro até às 19hs.

*15 de Maio

Em 15 de Maio a Faculdade Zumbi dos Palmares retoma as atividades no Anfiteatro, onde o Reitor José Vicente filosofa sobre as “Verdades e mentiras da Aabolição da Escravatura”.

Já a Biblioteca recebe o palestrante Silvio Petluni, que abordará o tema “Podemos Vencer: empreendendo na vida e nos negócios”. Mas para quem está em busca de movimento, um workshop de dança invade o auditório da capoeira com o renomado dançarino Criolé.

Por fim, no Auditório (4º Andar) a Professora Ms. Ana Célia Nunes conversa sobre “As influências do racismo nos processos de desenvolvimento da população negra”.

Escolha seu tema favorito e participe da programação que se inicia às 19hs e termina às 22hs.

* 16 de Maio

Dentro da programação da Semana da Abolição na Faculdade Zumbi dos Palmares, na terça-feira, 16 de Maio, entre as 19hs e 22h, acontece no Anfiteatro o debate “Feminismo Negro: Mulher negra e sociedade” com a Professora Fernanda Santos de Paula. Enquanto isso, na Biblioteca, os alunos se juntam numa Conversa com o autor Oswaldo Faustino sobre seu livro “Legião Negra!”. Já no 4º andar, acontece a Oficina de Xerequê no Auditório de Capoeira e a roda de conversa “O poder do seu dinheiro!”, no Auditório.

* 17 de Maio

Das 19hs às 22h do dia 17 de Maio a Faculdade Zumbi dos Palmares abriga quatro acontecimentos: no Anfiteatro, a Professora Vera Benedito trata sobre as leis que colocam no currículo educacional obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira; Na biblioteca, acontece o lançamento do livro “A História de Mary Prince” junto à roda de conversa com o autor, Alexandre Camaru.

Criolé Show, novamente, realiza workshop, agora, o ritmo é de samba e acontece no Auditório da Capoeira, no mesmo andar do lançamento do livro “Executivos Negros”, que conta com a presença dos palestrantes Professores Pedro Jaime, Gabriela Santos e Cida Bento.

* 18 de Maio

Na quinta-feira, dia 18 de Maio, acontece na Zumbi dos Palmares rodas de conversas (das 19hs às 22hs) no Anfiteatro, com a pauta “Navio Negreiro da Contemporaneidade: Transporte, Urbanismo e Exclusão. Na biblioteca a conversa é em torno do lançamento do livro “Irrealizáveis realizações” com o próprio autor, Eduardo Machado.

No auditório do 4º andar, será exibido o documentário “Nega que é nega não nega ser nega não!” debatido com o Diretor Fabio Nunez. Por fim, no Hall do primeiro andar, o Sarau Idapé recebe o Sarau Versos em Versos. A programação continua dia 19, o último da Semana da Abolição da Escravatura.

* 19 de Maio

Em seu último dia, a programação da Semana da Abolição realizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares das 19hs às 21hs, a Sala 14 abriga a exposição “A importância de brincar durante o processo de aprendizagem”. No mesmo horário, o Professor Reitor José Vicente reflete sobre o simbolismo do dia 13 de Maio no Anfiteatro, mesmo local em que às 21hs10 até às 22hs acontece o encerramento do evento, com capoeira e samba de roda.

Faculdade Zumbi dos Palmares

Avenida Santos Dumont – 843 -Armênia
São Paulo
http://www.zumbidospalmares.edu.br
Tel.(11) 3325-1000

Oficina criativa estimula crianças a falar sobre racismo por meio de contação de histórias e brincadeiras

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Imagem: Era uma vez o mundo

Com o projeto “Dia de Brincar e Aprender’, a ONG Grupo Mulheres do Brasil, voltada à ações de inclusão e empoderamento feminino, quer conscientizar os pequenos sobre alguns assuntos de gente grande, mas de forma lúdica e criativa.

No próximo dia 20 de maio, o assunto será raça. Para estimular a reflexão dos grandes e pequenos sobre a discriminação racial, o comitê de igualdade racial convida para uma manhã de oficina educativa com a leitura do livro ‘O Herói de Damião’ e ‘Era uma vez o mundo’.

O evento que acontece na zona Sul de São Paulo é gratuito.


Serviço:
COMITÊ IGUALDADE RACIAL CONVIDA:
DIA DE BRINCAR E APRENDER

20 de maio de 2017, 11h-13h
Casa Grupo Mulheres do Brasil
Rua Tomas Carvalhal, 681, Paraíso
São Paulo, SP
Mais informações e reserva de ingressos clique aqui. 

 

 

 

Com valores que podem chegar até 100 mil reais, Prêmio Afro encerra inscrições no próximo dia 10 de maio

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O 4º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras tem o objetivo de atender às expressões artísticas de estética negra, nos segmentos de Artes Cênicas, Música e Prêmio Especial na área de Preservação de bens culturais.

Com o patrocínio da Petrobrás o projeto tem um total de quase um milhão de reais, para serem distribuídos em prêmios aos 11 projetos vencedores. Trata-se de um investimento que vem contribuindo para a valorização e o fortalecimento de produtores, empreendedores e classe artística, que trabalham sistematicamente com temáticas de matriz africana.

As inscrições de projetos estarão abertas no até a data dia 10/05/2017, através do site http://www.premioafro.org/ onde o regulamento está disponível.

4ª Edição do Prêmio 2017, vem com algumas novidades.

  • Inclusão do segmento Artes Cênicas – Trata-se da unificação dos segmentos de Teatro e Dança;
  • Inclusão de Prêmio Especial na área de Preservação e Difusão do Patrimônio Cultural e Histórico da Cultura Afro-brasileira – Trata-se de uma modalidade até então não contemplada, na qual sentimos grande necessidade de inclusão, visto que, com os avanços tecnológicos e o crescimento eminente de nossas cidades, faz-se necessário contribuir para que esses bens, materiais ou imateriais, que fazem parte da nossa identidade cultural, permaneçam não apenas na memória coletiva, mas, principalmente, que possamos contemplá-las no nosso dia a dia e com todos os nossos sentidos.
  • Foco na democratização do acesso – O objetivo é atingir pessoas de várias regiões do país, principalmente as que não tem acesso aos bens culturais e vivem longe dos grandes centros urbanos.

O proponente terá a possibilidade de propor projetos inovadores, que façam uso ou não de recursos tecnológicos, podendo misturar linguagens ou veicular no ambiente virtual (website, Facebook, You Tube, Instagram).

O valor total de premiação da 4ª edição será de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), distribuídos entre 11 (onze) projetos:

  • Artes Cênicas – 05 projetos de até R$ 80.000,00
  • Música – 05 projetos de até R$ 80.000,00
  • Prêmio Especial – 01 projetos de até R$ 100.000,00 (área de Preservação e Difusão do Patrimônio Cultural e Histórico da Cultura Afro-brasileira). Quem Pode Participar Pessoas jurídicas, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, com efetiva e comprovada atuação na área cultural, especialmente as que promovem a difusão e a valorização das expressões culturais afro-brasileiras e que estejam em conformidade com as condições definidas no edital.

Maiores informações e inscrições, acesse o site http://www.premioafro.org/.

Mãe Stella de Oxossi lança aplicativo para celular com frases inspiradoras narradas por ela mesma

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Mãe Stella de Oxóssi (Foto: Divulgação)

Neste 2 de maio, Mãe Stella de Oxóssi uma das Iyalorixás mais respeitadas do Brasil completou 92 anos e sua generosidade é tão grande, que ela nos presenteou lançando seu primeiro aplicativo para celular: Orientações de Mãe Stella.

Gratuito e disponível por enquanto apenas para Google Play, o aplicativo é uma coletânea de pensamentos baseados no conhecimento da cultura Iorubá e também do Candomblé.  Todas as frases são narradas pela própria Mãe Stella de Oxóssi, o que confere ao aplicativo um toque muito especial e uma sensação de proximidade com a Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá.

Imagem ilustrativa do aplicativo

“Competir é mostrar seu potencial e saber aplaudir o potencial do outro”

“Se é difícil encontrar um amigo sincero, muito mais difícil é ser um deles”.

Essas são algumas das frases que nos levam a reflexão, aquecem o coração e motivam, ainda mais com a voz de uma senhora que é pura sabedoria e amor.

Curtiu? Baixe o aplicativo clicando aqui.

 

Autobiografia de Mahommah Baquaqua : um dos raros relatos sobre a escravidão no Brasil escritos por um ex-escravizado

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Texto e Imagens: Divulgação

Em 13 de Maio deste ano, a Editora Uirapuru lançará a única autobiografia de um negro escravizado no Brasil no século XIX, em Recife – PE, a Autobiografia de Mahommah Baquaqua.

Trata-se de uma obra inédita no Brasil, que será publicada depois de 167 anos de sua criação, em edição limitada, para comemorar os 20 anos da fundação da Editora Uirapuru, uma empresa que investe na literatura para o público negro.

Mahommah Gardo Baquaqua nasceu em uma família muçulmana no final dos anos 1820, no reino de Bergoo, (atual Borgoo, no atual Benin), interior da África Ocidental. Quando jovem, foi escravizado na África Ocidental, dias depois foi traficado para o Brasil na década de 1840. Como escravo trabalhou numa embarcação comercial escapando em 1847.

Liberto por abolicionistas na cidade de Nova York, depois seguiu para o Haiti. Ali, permaneceu sob os cuidados de um casal de missionários batistas, retornando aos Estados Unidos em 1849. Logo transferiu-se para o Canadá onde trabalhou com o editor Samuel Moore, responsável pela publicação de seu livro de memórias Biografia de Mahommah G. Baquaqua, um nativo de Zoogoo, no interior da África.

Anos depois, viajou para a Inglaterra na esperança de voltar à sua terra natal, na África. O último registro histórico em sua referência é de 1857, após essa data desapareceu por completo. Nos primeiros sete capítulos de sua narrativa, Moore apresenta uma visão política e cultural da Bergoo, época da mocidade de Baquaqua, acrescidos de seus próprios comentários sobre o seu país, o islamismo e a escravidão.

Autobiografia de Mahommah Baquaqua

Editora: Uirapuru
Autores: Mahommah Gardo Baquaqua
Tradutor e organizador: Lucciani Furtado
Números de página: 80
Ano de edição: 2017 Idioma

Cara gente branca e autocríticas sobre o movimento negro

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Foto: Divulgação

Eu tive duas impressões prévias sobre a série Cara Gente Branca (Dear White People) que estreou no Netflix neste final de semana. Esse texto nem é sobre o aspecto corajoso do roteiro em criticar os brancos, porque não tenho como arriscar qual foi a percepção deles sobre o filme, só espero que algumas cenas, sobretudo o devastador episódio 5, os levem a constatação que nossos “mimimis”, não são mania de perseguição.

O primeiro trailer que de acordo com a gerente de Marketing do Netflix, Renata Vieira (durante o evento Mulheres Digitais), gerou a maior onda de ataques e ameaças de boicote da história da empresa (acusada de promover racismo inversa, vejam só), me passou a ideia de que a série derivada do filme homônimo lançado em 2014, ambas as produções são assinadas por Justin Simien seria apenas uma crítica ácida á hipocrisia com que algumas pessoas brancas lidam com o racismo. O teaser mostra cenas de uma Black Face Party, o que gera revolta entre os negros da Ivy League Winchester, uma universidade conceituada e majoritariamente branca. As falas da protagonista Samantha White, poderosa e sem filtro, eram aquele sopro de frescor que sinto ao ver essa nova geração de jovens negros que não levam desaforo para casa, sabem dos seus direitos e usam o intelecto e não à violência para combater o racismo.

'Dear White People' Teaser

"Dear white people, here's a list of acceptable Halloween costumes…" Netflix's 'Dear White People' series gets its first trailer. (And its first wave of controversy?)

Posted by Collider.com on Wednesday, February 8, 2017

Já no segundo trailer lançado no começo de Abril minha sensação foi outra. Haviam trechos sátiras com os coletivos negros como quando Sam White, se gaba de ter ganho muitas curtidas em um texto que escreveu sobre não se apaixonar sobre o opressor, quando confrontada por sua amiga Joelle por estar se relacionando com um homem branco.

Ainda há um trecho que Kelsie, uma estudante que parece a versão de saia do Carlton Banks de Um Maluco no Pedaço, dizendo que achava que o racismo tinha acabado com a Era Obama.

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Ou seja, há também um tom crítico no seriado em relação à o modo de pensar desses coletivos negros dentro da universidade, dos mega engajados aos alienados.

As férias acabaram. Bem-vindos de volta à escola. #CaraGenteBranca, 28/4 na Netflix.

Posted by Netflix on Thursday, April 13, 2017

Após assistir à todos os 10 episódios da série, que ganhou o prêmio de escolha do público no Festival SXSW de 2017,  creio que a o texto tem um crítica para brancos e para negros, e isso o que fez para mim , com que o roteiro de Simien seja um dos mais originais e preciosos sobre questão racial dos últimos tempos.

Com roupas de patricinha e cabelo alisado, Coco sabe quais são as regras do jogo e circula bem entre negros e brancos (Foto: Divulgação)

É confortável para nós negros ouvirmos Sam como se ela fosse uma sumidade sobre as questões raciais. Ela realmente é uma ativista influente, inspiradora e combativa. Muito necessária para liderar o pequeno número de negros dentro de uma grande instituição tradicional e racista. Porém, é difícil mas necessário constatar que ela é movida pela vaidade tanto quanto pela ideologia. Ela gosta do conflito, mesmo que este seja o fim em si mesmo, não trazendo nenhum avanço concreto para o grupo que ela lidera. Ela é a dona do negrômetro, aquele medidor imaginário que dita que é mais negro que o outro e ela nem cogita a possibilidade de diálogo com que pensa diferente dela. Seja com editor chefe da Pastiche, revista racista e preconceituosa do campus, que chega  a pedir trégua, seja com sua ex-melhor amiga, Coco que por ser uma negra de pele retinta ( e Sam é bi-racial) sofreu muito mais com racismo do que ela, a líder dos negros de Winchester fala muito, mas não ouve.

Sam White: a ativista beneficiada pelo colorismo (Foto: Divulgação)

No episódio em que um dos personagens sofre racismo durante uma festa (sem detalhes para não dar spoilers), logo em seguida os estudantes negros ficam mais preocupados em organizar protestos e  atacar à reitoria do que dar suporte emocional à vitima que disse nunca ter se sentido tão sozinha. Nós ainda falhamos muito no respeito ao suporte emocional dos negros que sofrem racismo. Muitos se tornam depressivos, suicidas, mas no afã de se fazer justiça nos esquecemos do aspecto humano da questão.

A dor solitária e inconsolável de Reggie (Foto: Divulgação)

Lionel, o tímido mas revolucionário jornalista, mostra como preterimos nossos heróis silenciosos, aqueles que não são motivados por likes, confetes ou holofotes, mas pela indignação com a injustiça. Estamos muito ocupados e entretidos com os donos da verdade, os que lacram, tombam e ditam as regras nas quais nós negros e também os brancos, deveríamos viver.

Lionel: o tímido autor dos textos revolucionários (Foto: Divulgação)

Obviamente os coletivos negros da Ivy League Winchester mais acertam do que erram. Mas o roteiro inclui sim algumas reflexões sobre como agimos “sendo o rosto negro em um ambiente branco” em meio de tensões raciais causadas por professores, reitor e alunos. Nada se compara ao racismo, o que não significa que nós, enquanto grupo oprimido, temos sempre razão.

 

Ocupação Conceição Evaristo: Literatura negra em uma experiência multimídia

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Foto/Itaú/Divulgação

A partir da quarta-feira, 3 de maio – com visitação aberta ao público de 4 de maio a 18 de junho –, a vida, obra, influências e referências de Conceição Evaristo podem ser conferidas no Piso Paulista, o espaço expositivo do térreo no Itaú Cultural. A 34ª mostra da série Ocupação, realizada pelo instituto desde 2009, transpira as “escrevivências” da escritora, como ela mesma se refere ao seu trabalho – uma escrita que nasce das vivências, vivendo para narrar, narrando o que vive. São dela, obras reconhecidas como Ponciá Vicêncio, seu primeiro romance publicado, em 2003, Becos da Memória, de 2006, Poemas da Recordação e Outros Movimentos, lançado dois anos depois, e os livros de contos Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de 2011, Olhos D´Água, de 2014, e Histórias de Leves Enganos e Parecenças, do ano passado. No dia da abertura da mostra, a própria Conceição faz a leitura de Olhos D’Agua.

 Com curadoria da própria autora e dos Núcleos de Audiovisual e Literatura e de Educação e Relacionamento, e concepção artística de Aline Motta, a Ocupação Conceição Evaristo revela ao visitante a origem do domínio da escritora sobre as palavras, as ideias e sentimentos desencadeados, primorosamente, por ela e o percurso feito até se tornar escritora reconhecida na atualidade. Ela dá sequência à de Laura Cardoso, que abriu a série de ocupações, neste ano dedicada a mulheres – depois da atriz e da escritora, a próxima será a curadora de artes visuais Aracy Amaral, seguida da psiquiatra Nise da Silveira e da cantora Inezita Barroso.

 Textos, fotografias, objetos pessoais, obras de referência, audiovisuais, manuscritos de poemas e contos, cartas de familiares e amigos conduzem o visitante por esse caminho iniciado em uma favela mineira, onde Conceição cresceu cercada por palavras, graças à sua mãe, a lavadeira dona Joana.

A velha senhora, mãe de 10 filhos, começou a escrever os seus próprios textos inspirada em Carolina Maria de Jesus (1914-1977), autora de Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada (1950), livro autobiográfico que narra a vida na periferia de São Paulo, traduzido para 13 idiomas. Sem dinheiro para comprar cadernos novinhos em folha, resgatava os que encontrava na rua, muitos em branco, e ali depositava os seus pensamentos sobre o dia a dia, as dificuldades da vida na favela, poemas e frases soltas. Formou, assim, uma obra nunca antes publicada, mas que, somada à cultura da oralidade colocada em prática dentro de casa, muito inspirou a filha, que viria a se tornar escritora.

 Junta-se à exposição uma programação especial com mesas, debates, masterclass da autora e outras atividades conduzidas pelo Núcleo de Educação e Relacionamento. Também é acompanhada de amplo conteúdo virtual, como entrevistas em vídeo sobre a vida e a obra da escritora e informações biográficas no site da Ocupação aucultural.org.br/ocupacao) e na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras (http://enciclopedia.itaucultural.org.br/).

Nesta Ocupação, a publicação que acompanha todas as mostras da série ganha um caráter inovador ao retomar o projeto Cartas Negras, criado por Conceição e amigas escritoras, como Esmeralda Ribeiro, Geni Guimarães e Miriam Alves, nos anos 1990. Elas trocavam missivas sobre suas vidas, em uma espécie de debate escrito, também sobre outros temas como a solidão, o machismo e o racismo.

Nesta nova versão, as antigas parceiras juntam a sua voz e pensamentos a novas escritoras, como Ana Cruz, Ana Maria Gonçalves, Cristiane Sobral, Débora Garcia, Elizandra Souza, Jenyffer Nascimento, Lívia Natália, Mel Adún e Raquel Almeida.

 Para obter mais informações sobre toda a programação, clique aqui

SERVIÇO

Ocupação Conceição Evaristo
Coquetel de abertura: 3 de maio (quarta-feira), às 20h
Visitação: 4 de maio (quinta-feira) a 18 de junho (domingo)
Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h
[permanência até as 20h30]

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Piso térreo

Acesso para pessoas com deficiência

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones:  +55 11 2168-1776/1777

atendimento@itaucultural.org.br

www.itaucultural.org.br

Depois da democracia é a vez do cinismo racial no país da diversidade

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We hardly talk about it. But Brazil did not belong to my African ancestors, or to the whites who came before us. Our land is indigenous, but how many of them you live from day to day? Here in São Paulo it is easier to find a Mongolian family than indigenous. And racial extermination is the term that explains this process. There were a people with traditions, much knowledge and ancestry that was exterminated and is treated almost folkloric way into our collective imagination.

About us blacks, this extermination process is present. It is no coincidence that we are the biggest victims of homicide and the largest prison population.   Brazilian institutions do not work in favor of the black community. It is no exaggeration to say that we are all survivors and that Brazil is scheduled to complicate our lives more than facilitate.

Rafael Braga, the young man sentenced to 11 years in prison on the last day 20 is the customization of how the judicial system is successful in taking poor black movement, using legal maneuvers to condemned by human rights organizations. His case led the black community to the streets in this cold night of Monday in the city of São Paulo.

“The arrest by the sun Pine size was in 2013, during the acts of that year, spent two years in prison because of that and went on probation (with electronic ankle bracelet.) This sentence of 11 years in prison was because of a second arrest unfair, where Rafael walked in his neighborhood towards a bakery and PMs approached him asking him to identify the local drug dealers. he said he could not because it did not know them. the PMs not satisfied ‘planted’ 0.6 grams of marijuana and 9 of cocaine in Rafael and took him prisoner. for this prison he took 11 years trafficking and association for drug trafficking, “explain Antonio Junior, journalist portal Journalism Bridge who made a careful coverage of the case.

rafael braga e condenado a onze anos de prisao

Vigil for freedom of Rafael Braga (Photo: Rosenildo Ferreira) Brazil has assumed racist and the myth of racial democracy is increasingly going to the ground, because we have data that break any theory that there is equal opportunity for blacks and whites. Before we could not prove and today we have the numbers do not lie. Even recommend the Video Youtuber Valtinho Rege on the mathematics of exclusion.

Brazilian left: white also dominate

I do not think that all whites are racists. Especially because for some racist color has some relevance and the vast majority of economically privileged white do not think about racial issues since they do not live with blacks. They think about feminism perhaps on environmental issues likely economic for sure, but they do not know for example, that are the minority in Brazil, as in work, little party at the club, just have people like them.

The award-winning documentary “I’m not your black,” James Baldwin, that brilliant mind, full of scholarly knowledge, so essential to a universal reflection on human affairs and advised Martin Luther King and Malcolm X, it takes when he says that white unaware what being black for lack of interest even. In his book, treated in the documentary he says. “Most whites have nothing against blacks, the real question is apathy and ignorance.”

Pulling Brazil to gross reality of the figures shows that the situation is worse. Here we are 54% of the population and our intellectuals (aka left already enjoys many privileges) can organize a manifesto , Brazil Nation Project, which talks about the Brazilian inequalities without not have the signature of any black or indigenous person and mentions racial question once. We were forgotten.

I sincerely believe, yes, dialogue is the solution but we must stop being cynical, whites and nonwhites and not just assume that we are a racist country, but to go beyond involving on the problems that are out of your own backyard, after all we live a community. The problem of the Brazilian black is a matter of national interest. We are the majority, they built this country as slaves and in the 21st century, the explicit or institutional racism (that kind hidden subject, we do not see but it’s there) impedes our progress and kill us.

And once again the case of Rafael Braga shows to prove innocence is also a privilege. Here there are perhaps one hundred years, we’ll look at this moment in history and see that the Brazilian judiciary to who is black, has almost the same perversity that slavery. That was absurd the crime of racism not send people to jail for being treated as a racial slur and that the police, despite having very dedicated and competent professionals, largely consisted of trained members to cram the bodies of prisons black when those surviving to an almost institutionalized extermination. But we as a nation, we are indifferent to this reality, blinded by cynicism that of the black community forward, if empowered and alone is able to eliminate racism.

Mães negras não adoecem

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“Quem aqui de vocês quando doente, conseguiu ficar mais de três dias de cama, sem ter que se recuperar antes do tempo previsto, para retomar seus compromissos ?”. Essa foi a provocação inicial feita durante o primeiro encontro do Iyá Maternância grupo de mulheres que discute maternidade negras aqui em São Paulo, em outubro do ano passado.

E é isso. Se mulher negra tem que ser forte, mães negras não podem ser dar “ao luxo” de adoecer. A imagem da escrava negra sempre disponível e pronta para servir, ainda existe, mesmo em lares afro-centrados. São as feridas da escravidão ainda abertas e cutucadas diariamente, e que se traduzem em muito dor, baixa autoestima e a sensação de que não merecemos ser amadas.

Quem já participou de encontros de mulheres negras, sabe o quanto é tocante, o quanto choramos deixando evidente uma dor coletiva, mas silenciada dentro dos nossos lares. Temos medo de nos mostrarmos vulneráveis, visto que temos que ser a solução e nunca o problema ou ainda, pela falta de ter quem se importe.

“Minha mãe morreu aos 53 anos, de tanto trabalhar. A imagem que tenho dela é de sofrimento, ela apanhava do meu pai e trabalhava todos os dias da semana, até que seu coração não aguentou”, disse uma das participantes daquele encontro. Eu, infelizmente, não acho que esse seja um caso isolado. A maior parte das famílias negras, são sustentadas por mães exaustas.

Projetos sobre maternidade negra são urgentes porque a sensação de solidão e abandono persiste até entre mães jovens. Não nascemos mães. Parir e educar crianças negras é outro papel que tivemos que assumir sozinhas.

Minha dúvida é, porque o homem negro é tão ausente nessas questões?  Em outros depoimentos ficou evidente que o pai, negro ou branco, delega a mãe, mais esse fardo, como se só ele tivesse o direito de usar a carta da Glória Pires e não opinar, passando para nós, mais uma vez a função de administrar e gerenciar conflitos gerados em situações de racismo.

Quem exige das lojas a boneca negra, quem vai à escola para pedir mais diversidade nos livros paradidáticos ou denunciar o coleguinha racista, quem muda sua estética para ser referência para os seus filhos é a mãe negra.

As recompensas por essa doação incansável é essa nova geração de crianças negras empoderadas.

Mães negras, como todas as outras, têm dúvidas, medos, se cansam, sentem dor, tem muitas dúvidas e não têm resposta para tudo, no entanto o racismo é imperdoável, mesmo com as que ainda carregam seus filhos no ventre. Até a dose de anestesia no parto pelo SUS é menor quando a mãe tem pele escura.

Enquanto isso não é um problema para o Estado, nem para os pais, iniciativas como coletivos de mães negras são o que irá garantir que nossas meninas negras, sejam mais felizes e amparadas no futuro quando se tornarem mães.

 

Entre pessoas negras, a Skol é a bebida alcoólica mais consumida

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Em levantamento inédito realizado pela ETNUS | Planejamento e Pesquisa, a consultoria observou e conversou com afrodescendentes da cidade de São Paulo, para entender quais são as bebidas mais consumidas por esses consumidores e o que esse consumo representa para eles. Entre cervejas, vodkas, vinhos, catuabas, uísques e cachaças, a Skol desponta como a bebida alcóolica mais consumida e a catuaba Selvagem, como a que mais ascende no consumo.

Amostragem


Foto: Acervo ETNUS – Fernando Bueno
            Segundo o IBGE, a população negra (que compreende pretos e pardos) representa 37,05% dos habitantes da cidade de São Paulo. Esses mais de 4 milhões de afroconsumidores têm renda formal média domiciliar de R$ 2868,00, de acordo com relatório “Perfil social, racial e de gênero, dos 200 principais fornecedores da prefeitura de São Paulo.”, publicado pelo Instituto Ethos, totalizando uma movimentação aproximada de R$ 3,2 bilhões ao ano. Influenciado diretamente pelas variáveis “raça e/ou etnia” em diversos campos do consumo, no segmento das bebidas alcóolicas o comportamento do consumidor afrodescendente segue a mesma direção, sendo o sétimo item mais consumido por esse público, em uma escala de vinte categorias de consumo. Neste contexto, o estudo realizado buscou compreender as expressões étnico-raciais traduzidas nas práticas de consumo dos afro-brasileiros paulistanos e, com isso, proporcionar insights relevantes para a valorização estética e racial desses consumidores, sob o viés da comunicação e da produção industrial.
No ano de 2016, através de levantamentos qualitativos, quantitativos, acompanhamentos etnográficos e netnográficos, a ETNUS concentrou a pesquisa em uma amostragem de pouco mais de 200 afrodescendentes (pessoas negras autodeclaradas ou não), moradores de diferentes regiões da capital paulista, de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 44 anos, predominantemente das classes econômicas média e alta (classificação econômica de acordo com o INPC – valores de Julho de 2013), buscando obter informações referentes a esse universo.

Análises

Entre pessoas da faixa etária de 18 a 44 anos, o tipo de bebida mais consumida é a cerveja, sendo a Skol a marca mais comprada, seguida pelo drink afrodisíaco, a catuaba e, em terceiro lugar, o vinho. Mesmo a catuaba estando em segundo lugar como categoria mais consumida, a marca Selvagem fica em terceiro lugar no consumo, atrás da Smirnoff, que domina a segunda colocação. Catuaba, vodka e vinhos mais simples, protagonizam o consumo na faixa etária entre 18 e 30 anos.

Notamos que a Skol tem uma força considerável, devido ao seu preço acessível e a sua presença forte no imaginário social, mesmo que ainda desconexa nas mensagens emitidas em sua comunicação com a população negra. No entanto, no levantamento em profundidade, ela não protagoniza um atributo importante, na tomada de decisão pelo consumidor, para a manutenção de seu consumo – o desejo por essa cerveja específica – podendo ser facilmente substituída por cervejas de outras marcas, como Brahma e Itaipava, ou, em muitos casos, pela catuaba Selvagem. Com exceção da Selvagem, que não aparece com um concorrente expressivo na mesma categoria, as outras marcas são facilmente preteridas e substituídas em momentos de oscilação econômica.

Catuaba Selvagem, no encalço da Skol


Foto: Arbor Brasil (Divulgação)

Apesar de ocupar a terceira posição das bebidas mais consumidas por esse público e alavancar o segundo lugar na categoria do tipo de marcas mais consumidas, a catuaba Selvagem é a que mais ascende no consumo, em todas as classes econômicas dos entrevistados. A falta de conexão desse consumidor, com outras marcas ou produtos, dada a sua especificidade, acaba gerando um gap no consumo de cerveja.

Acontece que não existe fidelização de marcas de cervejas entre esses consumidores afrodescendentes abrangidos pela pesquisa realizada: aproximadamente 44% das pessoas entrevistadas são influenciadas diretamente por amigos na decisão de compra, ao passo que 77% não se sentem representados esteticamente nas comunicações das marcas de bebidas alcoólicas.

Nas análises dos dados levantados, o comportamento de migração de consumo de cerveja para o de catuaba aparece bem evidente, pois ela desponta como principal detentora das características valorizadas por esse público: preço acessível, aceitação social do coletivo o qual pertence e quantidade de produto na embalagem. Parafraseando um dos entrevistados: “”A catuaba Selvagem é a bebida do momento. Além de ser prática para levar por aí, custa menos que uma “caixinha de Skol fininha”, dá mais “barato” e consigo dividir mais com meus amigos.“”

De acordo com o DCI, a Ambev, detentora da marca Skol, apresentou no ano de 2016 uma queda de 6,6% em seu volume de vendas e 5,7% na receita líquida. Na contramão dessa retração, a Arbor, fabricante da catuaba Selvagem, comemorou um crescimento inesperado de 55% no volume de vendas, ultrapassando os 30% desejados para o mesmo ano, conforme entrevista concedida ao Valor Econômico pelo diretor da empresa, Marco Tulio Hoffmann.
Visualize à pesquisa online na íntegra através do link.

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