Jharrel Jerome foi premiado no Emmy 2019 por Olhos Que Condenam. O ator negro, de origem latina, foi o primeiro afro-latino e ator mais jovem a levar a estatueta para casa. Ele tem 21 anos.
O interprete de Korey fez um discurso emocionante que foi aplaudido de pé. O astro, que levou a categoria de Melhor Ator em Minissérie ou Filme para a TV, dedicou o prêmio aos cinco jovens negros da vida real que inspiraram a história do seriado:
“Estou aqui na frente de pessoas que me inspiram”, disse o ator, que agradeceu muito o apoio de sua mãe para interpretar Korey Wise. “Obrigado a Ava DuVernay, Netflix, minha equipe, porém, mais importante, isso é para os homens que conhecemos como os Cinco Inocentados, isso é para Raymond, Yusef, Antron, Kevin e Korey”.
Baseado em uma história real que tomou conta dos EUA, Olhos que Condenam narra o caso notório de cinco adolescentes negros, rotulados como os Central Park Five, que foram condenados por um estupro que não cometeram. Todos os episódios já estão disponíveis na Netflix
Gláucia Batista conta por meio desse artigo, sua experiência criando dois meninos negros com transtornos mentais diferentes, mas ambos, muito desafiadores. Ela está fora do perfil “esperado” das mães negras e tem usado seu conhecimento e competência como mãe e profissional para ajudar mães e pais quem têm filhos com perfis similares ao dela por meio do perfil Humaninhos TDL.
“Sempre deixo claro que sou não sou da área da saúde. Sou licenciada em história pela UERJ e depois fiz economia pela UFF. Hoje eu sou servidora federal e trabalho na área de economia. Apesar de não ter seguido com o magistério, sempre tive afinidade com o universo infantil e sempre li muito sobre desenvolvimento infantil.
Quando meu filho mais velho fez pouco mais 1 ano, percebemos que ele estava falando cada vez menos, apesar do desenvolvimento adequado em outras áreas. De lá para cá, passamos por muitos especialistas e chegamos a pensar em autismo. Iniciamos tratamentos terapêuticos até que, aos 5 anos, fechamos o diagnóstico do Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem.
Foi muito angustiante porque não é um diagnóstico conhecido, apesar de bastante comum. A criança apresenta uma dificuldade persistente para adquirir a fala, mesmo não tendo doença ou síndromes relacionadas. A criança que não fala conforme o esperado para a idade acaba sendo julgada como menos esperta, estranha, inacessível. Por vezes ela começa a se isolar e se comportar mal. Eu, como mãe, sofria muito com os olhares, o julgamento, a frustração de me sentir impotente para ajudar meu filho.
Depois de anos em tratamento com fonoaudióloga, muito apoio da escola e da família, Thales começou a se desenvolver muito bem e hoje consegue se expressar claramente. Quando tudo estava caminhando, o meu segundo filho também começou a ter atraso na fala. Com quase 3 anos ele quase não falava. Eu via um filme repetido e chorei muito. Mas fui buscar ajuda para trata-lo e recebemos o diagnóstico de autismo. A verdade é que estamos esgotados de uma rotina cheia de leva e trás e salas de espera de terapeuta. Minha única escolha foi buscar luz pelas brechas. Abri meu coração e um pouco das nossas vidas para trocar acolhimento, experiências, conhecimento com outras famílias que passam por situações parecidas.
Tento manter o bom humor e mostrar a nossa verdade. Uma maternidade atípica de crianças pretas. Criei o @humaninhosTDl para me enxergar nas minhas falas e me ajudar a seguir em frente. Me fortaleci e aprendi muito. Conheci pessoas que me inspiram e pessoas que saíram do virtual para me ajudar aqui do lado real. Gosto de mostrar que a família precisa se envolver no tratamento e que os profissionais de saúde precisam entender as dificuldades que passamos em casa, na escola, na rua para nos apoiar, orientar e até cobrar participação.
Não tenho muitos parâmetros para avaliar o quanto a nossa cor influencia a popularidade do IG. Não somos a família branca padrão, de olhos azuis e sei que não chamamos atenção tão fácil. Ofereço conteúdo criativo e informativo para ajudar quem precisa. E o ponto em comum dos seguidores é a dor e o amor. Sinto que quem participa do IG se identifica e cria simpatia pelos meus filhos porque eles realmente são divertidos. São crianças simples e felizes tentando superar dificuldades comuns a muitas crianças. Como crianças pretas, acho que podem despertar a curiosidade de quem não convive com outras crianças pretas.
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Meus seguidores são pessoas que passam por algo parecido ou têm empatia com nossas lutas. Não tenho falado diretamente de negritude, mas mostro o que somos e isso é significativo. Muita gente se impressiona porque eu (mulher preta) sei escrever bem e mostro familiaridade com assuntos fora da minha área profissional. Eu estudo os temas, leio publicações internacionais, faço traduções e compartilho numa linguagem que leigos entendem. Muitos terapeutas me seguem e indicam o blog para seus pacientes. Recebo muitas mensagens de carinho de quem está num momento de incertezas e ansiedade sobre a saúde mental do filho. Mostrar nossa história e como já superamos tantas dificuldades é inspirador. Sinto o peso dessa responsabilidade e tenho me comprometido cada vez mais com essa missão. Tenho prazer em ajudar outras crianças como posso.”
O espetáculo “Solano, Vento Forte Africano” apresenta a trajetória humana e artística de Solano Trindade permeada por música, dança e poesia no ano em que o poeta recifense completaria 111 anos. Com dramaturgia de Elisa Lucinda e Geovana Pires (que também assina a direção), direção musical de Beá e direção de movimento de Valéria Monã, a temporada vai até dia 29 de setembro, sextas, sábados e domingos, às 19h no Teatro Dulcina.
A peça é permeada por música, canto, dança e sapateado, conduzindo o espectador de forma lúdica à trajetória de Solano. A narrativa evidencia episódios marcantes, como seu convívio com a atriz Ruth de Souza, amiga que o abrigava após as manifestações políticas pelos direitos dos trabalhadores; e o momento em que “Mulher Barriguda”, cuja letra é de Solano e compreendida como canção de protesto à ditadura militar, foi gravada pelo grupo Secos e Molhados, em 1973.
“A voz de Solano se faz necessária neste momento porque, infelizmente, tudo que ele falou há 70 anos segue em pauta. O Brasil ainda sofre com essa ferida aberta que é o racismo; os direitos dos trabalhadores estão caindo por terra e o povo vem sendo massacrado. A luta de Solano se dava com armas como a poesia, a palavra e o amor”, diz Geovana, diretora e idealizadora do projeto.
O elenco e a equipe técnica do espetáculo são predominantemente formados por profissionais negros. “Solano tem profunda importância na unificação dos movimentos negros”, reforça.
Nordestino como Solano, o ator Val Perré foi escolhido para dar vida ao “poeta do povo”, que foi ainda fundador do Teatro Popular Brasileiro, companhia formada basicamente por domésticas, estudantes, comerciários e operários na década de 1950.
“Tive a dimensão da importância da obra do Solano ao receber o convite para interpretá-lo e, como ator negro e nordestino, fico pleno de prazer e reconheço esta responsabilidade. Temos uma missão de levar a obra de Solano a todos, dando voz e continuidade, percebendo a mensagem de liberdade e o amor que é latente na sua obra”, ressalta o ator, que começou a carreira no Balé Folclórico da Bahia até ser descoberto por Gabriel Vilela e estrear em “O Sonho” (1995).
Embu das Artes (SP) foi o local escolhido para o espetáculo realizar sua primeira apresentação, em 13 de maio deste ano. “A família acompanhou todo o processo e tivemos a honra de ter seu filho, Liberto Trindade, como consultor das músicas populares que Solano usava em suas peças. Contaram-nos muitas histórias que não sabíamos e as inserimos na dramaturgia. Foi um momento mágico e emblemático”, relembra Geovana.
“Este espetáculo é um grito de liberdade. Creio que a mensagem mais importante é a consciência de que estamos em guerra, que o Estado está dizimando nossa juventude negra e que temos que nos unir para vencer. É urgente e todos estão envolvidos”, finaliza.
Com o objetivo de oferecer ajuda para que as pessoas aprendam mais sobre cultura, artes e orientações profissionais, o Projeto Social Despertar promove eventos e cursos gratuitos com a ajuda da comunidade. Eles estão com vagas abertas para aulas e atividades como alemão, canto, violão, yoga, funcional, capoeira angola, Clube do Livro e teatro. Todas as modalidades são gratuitas e são realizadas no espaço no anexo à Tapioca da Paulete, no Trevo de Juquehy, na Costa Sul de São Sebastião.
Os responsáveis pelo projeto são Paulo Araújo, 24, Deilaine Pires, 24, e Danilo Golveia, 17, e surgiu com o intuito de despertar as pessoas para o trabalho social, voluntariado e o despertar de consciência. Inicialmente, o projeto chamava-se “Alegrar”, porque eles realizavam festas para à comunidade em datas comemorativas.
Em entrevista ao Tamoio News, Danilo conta como eram feitas as atividades anteriormente. “Quando só realizávamos os eventos e as visitas, frequentemente nos deparávamos com pessoas que não sabiam como valorizar o trabalho voluntário. E por muitas vezes durante alguns eventos, tínhamos que ouvir coisas desagradáveis, como se nós fossemos uma empresa e estivessem pagando por nossos serviços. Sem mencionar a falta de respeito com o trabalho que estava sendo oferecido gratuitamente”, diz.
Os cursos são oferecidos por professores e por pessoas “comuns” que disponibilizam seu tempo para ensinar alguma habilidade. “Não precisa necessariamente ser um professor de violão para ensinar a tocar, basta ter o conhecimento, habilidade e boa vontade de querer ensinar ao próximo, afinal, fazer o bem faz bem”, explica Paulo,, idealizador do projeto.
Confira os horários das aulas:
Aula de Funcional com a profª Alessandra Lima, toda segunda-feira das 8h30 as 10h.
Aula de Alemão com o profº Guilherme Silva; toda a terça-feira das 18h as 19h (vagas limitadas).
Aula de Yoga com a profª Tatiana Tamiso, que acontecerá as quintas-feiras das 10h às 11h.
Aula de Teatro com o profº Brenalta Silva toda sexta-feira das 17h30 às 19h (Vagas limitadas).
“O Rap é algo que, para mim, é muito mais que um gênero musical. Ele me faz acreditar que os sonhos podem se tornar reais. É o que eu ouço quando estou triste, nervoso, feliz ou calmo. Para cada momento tem um verso que te ajuda a superá-lo ou apreciá-lo ainda mais”. É assim que o ilustrador Douglas Lopes define seu amor por esse gênero musical que é a fonte de sobrevivência e sanidade mental de muitos jovens, sobretudo os negros que moram em regiões periféricas.
Juntamente Max Koubik, Lopes escreveu e ilustrou o projeto Existe outro Caminho – Parte 1, que se trata de um HQ que conta a história do Rap nacional desde o final da década de 80, com o nascimento do hip-hop nacional nas festas e encontros no Largo São Bento, até por volta do ano de 1993, com o lançamento do clássico Raio-X do Brasil, do Racionais MC’s.
Imagem ilustrativa da HQ (Fonte: Divulgação)
A dupla responsável pelo HQ está buscando apoio para imprimir o material produzido e vendê-lo durante o Comic Con Experience, que acontece em dezembro em São Paulo. Quem gosta de tema pode ajudar e ainda ganhar recompensas bem legais por meio da plataforma de financiamento coletivo Catarse (clique aqui). O HQ impresso e entregue pelos Correios é uma das recompensas.
O prólogo do projeto também está disponível (clique aqui).
Se você como eu fica procurando nomes de pessoas negras em listas de premiação, hoje foi um dia para se comemorar. O ator brasileiro Raphael Logam, concorre ao Emmy Internacional, como melhor ator, por sua atuação como Evandro, na série Impuros, da Fox.
Em entrevista à revista Veja, o ator disse que relutou ao papel de bandido da série que conta a história de vingança do protagonista que teve o irmão assassinado.
Esses perfis mais violentos, sempre são interpretado por homens negros, porém as nuances de Evandro ( que nem foi sempre bandido), convenceram o ator a mudar de ideia. “Ele é bandido, mas muito humano”, disse Logam em entrevista ao semanal.
Confira o trailer da série:
O Emmy é o “Oscar” das produções para TV e a versão internacional premia as produções fora dos Estados Unidos.
Representando o Brasil, ainda temos nossa presença nas categorias de Melhor atriz, com Marjorie Estiano, pela sua atuação na série “Sob Pressão”, Programa de Arte (“Ópera aberta – Os pescadores de pérolas”, da HBO), Documentário (“A primeira pedra”, do Canal Futura), Série Dramática (“1 contra todos“, da Fox), Série curta (“Hack the city”, da National Geographic”, e Programa de Língua Estrangeira (Magnífica 70, da HBO).
O Sesc São Paulo vai realizar durante o mês de outubro o “Tecnologias e Artes em Rede: Tecnologias Negras“, ação que reúne artistas, cientistas, criadores, mestres populares e pesquisadores negros e negras para compartilharem seus conhecimentos por meio de bate-papos, palestras, encontros, cursos e oficinas que acontecem nas unidades de todo o estado.
Através de atividades práticas e reflexivas, saberes como Tecnologias Africanas na Construção de Moradias, Afrogames, Modelagem em Argila a partir da Arte Dogon, Moda Afro-brasileira – Racismo e Criação, Percussão, Escrita Afrofuturista, Desenho de Modelo Vivo com Corpos Negros, Reconhecimento Facial – Processamento de Imagens e Questões Raciais, Empreendedorismo Negro serão abordados na terceira edição do Tecnologias e Artes em Rede, programação que mobiliza todos os 37 ETAs (Espaços de Tecnologias e Artes) das unidades do Sesc.
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Afonsinho Menino, DiCampana Fotocoletivo, Fábio Kabral, Fióti, Hudson Rodrigues, Ike Banto, João Simões, Luciane Ramos, Marcelo D’Salete, Mestra Alcione (MG), Mestra Cristina (RJ), Mestra Janja Araújo (BA), Sonia Guimarães, Tiganá Santana e Walter Firmo são alguns dos profissionais e grupos que irão ministrar mais de 150 atividades, em sua maioria gratuitas, que contemplam cinco eixos temáticas:
Tecnologias Ancestrais – Tradicionais, da Palavra e Manuais
Abordagens que retomam ou atualizam habilidades, técnicas e saberes antigos, ou ainda relacionados a práticas, memórias e histórias orais.
Tecnologias Digitais e Contemporâneas
Práticas desenvolvidas utilizando recursos elétricos, eletrônicos e de informática, ou reflexões e discussões relativas à atualidade.
Afrofuturismos, Distopias e Utopias
Estéticas e filosofias culturais que refletem e discutem representações e realidades de pessoas negras em diálogo entre passado, presente e futuro, utilizando cosmovisões africanas, ficção científica, mitologias e realidade fantástica.
Tecnologias Invisibilizadas e de Resistência
Conceitos e técnicas desenvolvidos por pessoas negras que foram sistematicamente apagados ou ignorados na história da humanidade e que buscam fortalecê-los e potencializá-los na atualidade.
Estética, Crítica e História da Arte
Reflexões e práticas ligadas ao campo das artes visuais que podem, ou não, promover discussões a respeito de relações étnico-raciais.
A expectativa de público é de mais de 3 mil pessoas. O projeto complementa os temas abordados nas duas edições anteriores da ação – As Mulheres e as Tecnologias, em setembro de 2018, e as Tecnologias Livres, em junho de 2019 –em uma ação que intensifica o trabalho educativo de promover a reflexão, a prática e o aprendizado oferecido regularmente nos ETAs do Sesc São Paulo.
O espetáculo Contos Negreiros do Brasil, assistido por mais de 50 mil pessoas, reestreia no dia 30 de setembro e segue em temporada até 5 de novembro, segundas e terças, sempre às 19h, no Teatro Sesi Centro, no Rio de Janeiro. “Contos Negreiros do Brasil” apresenta a condição real e atual dos negros no Brasil, seja o jovem estudante, o gay negro, a negra hiperssexualizada pela sociedade, o menor infrator, a prostituta e a idosa.
A peça denuncia as exposições a que a carne mais barata do mercado é submetida a partir de experiências reais, sociais e culturais, com amparo das estatísticas que reforçam o que as vivências reafirmam dia após dia. O espetáculo documentário leva o público a presentificar índices estatísticos, contextualizados com cenas que reproduzem dores, paixões, medos, alegrias e angústias. A carne negra é exposta em suas dimensões e experiências reais, sociais e culturais.
Os personagens veem as cenas através de números atuais apresentados pelo ator, diretor, sociólogo e filósofo Rodrigo França. Os atores interpretam todos os personagens contidos no livro “Contos Negreiros”.
O texto exalta a ancestralidade e citações em Yorubá são intercaladas as cenas, mostrando a importância e sua influência na formação da cultura brasileira. Em cena estão: Rodrigo França, Aline Borges, Milton Filho, Marcelo Dias e Valéria Monã.
Ficha Técnica:
Texto: Marcelino Freire
Direção: Fernando Philbert
Direção musical: Maíra Freitas
Elenco: Aline Borges, Rodrigo França, Valéria Monã, Marcelo Dias e Milton Filho
Cenário e figurino: Natália Lana
Iluminação: Vilmar Olos
Produção: Sergio Canizio
Realização: Diverso Cultura e Desenvolvimento
A segunda edição do Festival Agora É Que São Elas tem como foco o que o legado de Marielle Franco está provocando no país. O evento será nos dias 21 e 22 de setembro, no Centro Cultural de São Paulo (CCSP). Terá mesas de debates, oficinas, mentoria, música, cinema e artes plásticas As inscrições para mesas de debates, mentorias e oficinas são gratuitas e podem ser realizadas através do site: http://www.festivalagora.com.br.
O tema principal desta edição é a violência política de gênero em diferentes vertentes: econômica, moral e física. “Essa temática segue nosso fio condutor, que é debater a inserção da mulher nas instâncias de poder. Mas chama muito a atenção por ser um tema pungente e que ainda não está sendo discutido na sociedade como deveria”, afirma a cientista social e roteirista Antonia Pellegrino, uma das organizadoras do festival de mulheres.
Monica Benício, viúva de Marielle, e a cineasta Éthel Oliveira, vão discutir distintos desdobramentos que sucederam ao brutal assassinato da vereadora carioca e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Éthel está finalizando as filmagens de Sementes, documentário que acompanha seis mulheres que se candidataram a cargos políticos impulsionadas pelo caso.
“É um filme a partir da Marielle. O assassinato provocou um abalo de grandes proporções no Rio de Janeiro, mas foi um abalo profundíssimo no povo preto e nas mulheres negras. Quando aconteceu, houve a insurgência de um bloco de mulheres negras”, relata a diretora.
Jaqueline de Jesus e Tainá de Paula, duas das seis candidatas acompanhadas em Sementes
O trabalho contou com orçamento de R$ 50 mil arrecadados em vaquinha na internet e segue as campanhas de Monica Francisco (candidata a deputada estadual pelo PSOL-RJ), Renata Souza (candidata a deputada estadual pelo PSOL-RJ), Talíria Petrone (candidata a deputada federal pelo PSOL-RJ), Rose Cipriano (candidata a deputada estadual pelo PSOL-RJ), Tainá de Paula (candidata a deputada estadual pelo PC do B-RJ) e Jaqueline de Jesus (candidata a deputada estadual pelo PT-RJ).
Sementes se propõe, também, a se inserir como registro histórico. “O povo preto tem participação fundamental na política do Brasil, mas isso está invisibilizado porque não há documentários como os que registram os brancos”, exemplifica. Para Éthel, o legado é amplo e sua construção está no início. “Marielle é uma semente que não ficou sem fruto e não tem mais como fazer política sem nós”, afirma.
A mulher e os vários campos de poder serão base para as demais atividades da programação, que propõem o compartilhamento de experiências entre convidadas de diferentes segmentos sociais, a reflexão e a mudança estrutural da sociedade para enfrentar a desigualdade de gênero.
A exposição “Mulheres na arte brasileira: entre dois vértices” vai trazer artistas como a performer Micaela Cirino e Élle de Bernardini, que fará exposição e performance. As intervenções começam no fim de semana do festival e vão até 22 de outubro. Aos sábados, haverá rodas de discussão com as artistas.
O festival também terá uma mostra de cinema dedicada à cineasta Barbara Hammer, morta em março. “O Corpo Não É Metáfora” trará 15 filmes, sendo doze em 16 mm, exibidos em sessões de 19 a 22 de setembro. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes das exibições.
O público que passar pelas instalações do CCSP no fim de semana do festival também vai contar com uma edição especial da Feira Preta, que reúne empreendedores negros nas áreas de arte, moda, cosméticos e gastronomia.
Que momento vivemos! A diversidade na TV demorou, mas finalmente desabrochou. Mesmo ainda estando longe de contemplar a comunidade negra em termos proporcional, rostos negros estão cada vez mais presentes como protagonistas em programas importantes.
O multi-talentoso ator Érico Brás, vai apresentar a partir do dia 30, de segundo a sexta, logo após o novo Jornal Hoje com Maju Coutinho, o programa “Se Joga”. Junto com ele, a jornalista Fernanda Gentil e a atriz Fabiana Karla, formam o trio mais diverso da TV aberta.
Brás que está envolvido em vários trabalhos, entre eles a Escolinha do Professor Raimundo, disse que já havia sinalizado à Rede Globo a vontade de apresentar um programa na emissora. “Quando veio a oportunidade de fazer um teste para o Se Joga, fui com tudo e dei o meu melhor”, disse o ator em entrevista ao Mundo Negro.
Silvio Santos, Hebe Camargo, Cid Moreira, eram as inspirações do artista, em uma época que não havia rostos negros na TV. “Quando eu era mais jovem não tinha apresentadores negros, mas eu os via, observava e dizia para mim ‘olha, eu acho que sei fazer esse negócio”, explica Érico.
Para ele a Globo realmente está empenhada na diversidade.
“Eles estão dedicados à questão da representatividade na grade e esse é o nosso momento”, finaliza Brás.