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Com 17 anos, ela se tornou a primeira comissária de bordo com necessidades especiais

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Com apenas 17 anos,  Shantell “Shannie” Pooser nasceu com um defeito no coração e outros na parte respiratória e passava horas no avião fazendo bate-e-voltas entre a Denmark (Carolina do Sul )onde mora, até Cincinnati (Ohio), cidade do Hospital onde ela se trata. 

Tanto vai e vem que se tornaria entediante para muitos, no caso dela, fez surgir um amor por voar de tal forma, que ser comissária de bordo se tornou um dos seus sonhos. 

Em entrevista ao jornal americano WIS 10 News, Deanna Pooser mãe de Shannie,  disse que ao todo foram 57 viagens para que a filha pudesse se tratar e daí surgiu esse sonho. “Ela um dia viu a comissária de bordo e disse, ‘Mãe, que quero ser comissária também'”.  

Depois de uma recuperação fora do normal após uma grande cirurgia, onde na UTI ela cantou o tema de Frozen Let it go”, surpreendendo a equipe médica, Shannie entrou para o noticiário americano por conta da sua vontade de viver.  

Quando ela fez 17 anos, em Outubro de 2018, a American Airlines ajudou a realizar um dos maiores sonhos da adolescente e nomeou Shannie que tem Síndrome de Down como a primeira comissária de bordo com necessidades especiais. Além de comemorar o aniversário dentro do avião, a jovem ganhou o uniforme da empresa para usar toda vez que for viajar.   

Apesar da jovem não poder voar por longas horas por causa dos seus problemas de saúde, Shannie trabalhou com uniforme quatro vezes desde seu aniversário e sua mãe espera que quando sua filha fizer 18 anos, seja contratada oficialmente como funcionária da American Airlines.  

Inclusão na prática é isso aí! 

Pretas no topo: Ludmilla bate recorde de público em show em Cabo Verde

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Se sentindo em casa, visto que é um país de Língua Portuguesa, Ludmilla deu inicio a turnê Hello Mundo em Cabo Verde, na África. Seu show foi noite desta sexta-feira (10).  Com um modelito prateado e cavado, a cantora esbanjou felicidade além de tranças perfeitas no tom loiro.

No palco, a funkeira cantou sucessos como “Bom”, “Não Quero Mais”, “Sou Eu”, “Din Din Din” e “Favela Chegou”. Campeã do “Show dos Famosos”, quadro do Domingão do Faustão”, Ludmilla também agitou o público com “Flash”. “Às vezes fico assustada e feliz com a minha voz… É muito igual a gravada”, comentou, aos risos. “Obrigada, meu Deus, pelo dom”, completou.

Sente a energia do público:

https://www.instagram.com/p/B0-Kz-ZguY4/?igshid=1555wtlt3tln4

A jovem cantora agradeceu o número recorde de público “Sem palavras pra vocês, estou arrepiada até agora e emocionada, quando me disseram que tinha gente acampada a dias pra ficar na frente do palco eu não acreditei e fui ver com os meus próprios olhos, e estavam lá vocês. Obrigada por todos os sorrisos e lágrimas de hoje e o recorde de público vocês são f***”, escreveu a artista.

 

Afetividade: Atores negros fazem campanhas de Dia dos Pais 

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A humanização do homem negro por meio da publicidade é muito importante. A imagem dos pais negros que conhecemos pelos olhos midiáticos ainda é muito carregada de estereótipos, onde a ausência ou a presença violenta é o que mais vemos nas novelas e filmes. Na publicidade até pouco tempo, é como se núcleos familiares completos, tradicionais ou contemporâneos, nem existissem. 

Aos poucos, bem lentamente, as coisas estão mudando. Lázaro Ramos, Rafael Zulu e Érico Brás aparecem em campanhas lindas de Dia dos Pais onde falam sobre paternidade e como a chegada dos filhos mudaram suas vidas.  

Érico Brás e sua linda filha Érica conversam juntos sobre paternidade e o que admiram um no outro em uma campanha para Defensoria da Bahia.

https://www.instagram.com/p/B05rPCgF9tG/

Para Reserva, Lázaro Ramos fala sobre paternidade e memória. 

Rafael Zulu fala sobre ser pai herói e ser referência para sua filha em campanha para Diesel.

Para você a publicidade tem mostrado mais famílias negras?

 

A solidariedade é negra: um grupo pequeno de voluntários quer distribuir 100 marmitas com sopa no centro de São Paulo

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“Do que adianta sair na rua gritando e protestando se nós não temos uma estratégia?”. Essa provocação é de Ana Paula Evangelista, formada em Direito, mas que trabalha com sua paixão que é cozinhar e tem usado sua vocação para ajudar pessoas negras em situação de rua, em São Paulo Na capital paulista, as noites de inverno têm batido recorde de frio e a estação mais gelada do ano, só se encerra em 23 de setembro. No dia 6 de julho, ela, o marido, o escritor Durval Arantes , sua filha e mãe,  fizeram 50 marmitas com sopas para entregar para pessoas carentes.

Fotos: Divulgação


Pensando Fora da Caixinha foi o evento aconteceu em maio e trouxe a reflexão sobre a necessidade de sair do discurso e partir para ação para ajudar os grupos mais desfavorecidos da comunidade negra. Por meio do grupo Intelectualidade Afrobrasileira , nós chamamos pessoas para participar e nos ajudar com as sopas.  De 22 mil pessoas somente 14 quiseram participar, três homens e onze mulheres. Como tudo é corrido, algum depositaram outras doaram. Conseguimos fazer 50 marmitas e levamos. As sopas foram feitas na minha casa, eu o Durval , minha mãe e minha filha passamos a madrugada fazendo sopa”, descreve Ana. Ela explica que em poucos minutos dezenas marmitas feitas por sua família e distribuídas no Viaduto do Chá em São Paulo, acabaram. “Foi tudo muito rápido, era uma noite muito fria”.  

Fotos: Divulgação

A próxima meta é fazer 100 marmitas para serem entregues no dia 17 de agosto.  “Faremos o mesmo processo para entregar no dia seguinte. Precisamos além de alimentos, voluntários e mais homens para ajudar porque agora a maioria é mulheres”, detalha Ana que juntamente com Adriana Xavier, tem tentando mobilizar mais pessoas e até criaram um grupo no Whatsapp para isso.  As sopas são entregues no período da noite.  

Quer somar nesse projeto tão necessário? Veja abaixo tudo o que está faltando para a próxima noite da sopa. Os alimentos devem ser entregues até o dia 14 de Agosto.  Doação em dinheiro, alimentos e principalmente tempo e presença são importantes para a continuação dessa iniciativa. O grupo de voluntários também precisa de carro para transportá-los até o local onde a sopa será distribuída.
                                                     

Itens para sopa: 

– 5kg macarrão  

– 10kg peito de frango 

– 10 kg batata 

– 2kg cenoura 

– 8 pacotes couve 

– 4kg cebola 

– 500g alho 

– óleo/azeite 

– caldo de galinha 

– 100 embalagens descartáveis (marmitas médias), colheres e 

Pretendemos alimentar 100 pessoas.                   

Mais informações: Ana Paula (11)95367-5735 / Adriana Xavier(17)99117-7900 

 

Palmitagem? Quando o termo é mais importante que o impacto do racismo na formação da afetividade preta

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Por Roger Cipó *

No começo do ano, um famoso pagodeiro, que fez muito sucesso na década de 90, me chamou no direct para comentar um story. O papo virou conversa via áudio, sobre um artigo que pautava relações interraciais no pagode. Transcrevi: “Cipó, irmão, nós éramos os pretinhos da favela que de um domingo para o outro estava disputando audiência nos principais programas de tv”, e continuou: “De um dia para o outro, a gente tinha tudo aos nosso pés, e antes disso, ninguém dava moral pra gente, entende? Irmão, não eram todos de nós que tinham consciência não. Era um o outro, o resto de nós era só uns pretinhos que tocava por uns trocado, que era preto normal mesmo que ninguém dava moral. Uns caras que se achavam feios e que agora estavam como..?”.

Em “Peles Negras, Máscaras Brancas”, Frantz Fanon analisa as dinâmicas das relações entre homens pretos e mulher brancas e de mulher pretas com homens brancos. Eu me demoraria explicando, então sugiro que leia e se pergunte como raça determina e hierarquiza as relações? É importante ler Fanon, pois ele ajuda, também a compreender como uma pessoa preta opta por  se vincula a uma pessoa branca, numa sociedade em que o racismo a desumaniza, em detrimento da supervalorização da humanidade de pessoas brancas.

“Da parte mais negra de minha alma, através da zona de meias-tintas, me vem este desejo repentino de ser branco. Não quero ser reconhecido como negro, e sim como branco. Ora — e nisto há um reconhecimento que Hegel não descreveu —  quem pode proporcioná-lo, senão a branca? Amando-me ela me prova que sou digno de um amor branco. Sou amado como um branco. Sou um branco. Seu amor abre-me o ilustre corredor que conduz à plenitude… Esposo a cultura branca, a beleza branca, a brancura branca. Nestes seios brancos que minhas mãos onipresentes acariciam, é da civilização branca, da dignidade branca que me aproprio.” [Fanon, no capítulo Homem de cor e mulher branca, de Peles Negras, Máscaras Brancas].

Eu não estou dizendo que está errado quem o faz. Não é disso que se trata. Mas se debateremos sobre tal assunto, é preciso entender como a dinâmica está estabelecida.

Pensemos, como se dá a construção afetiva quando as imagens e afetividades de pessoas negras foram sabotadas por animalização, marginalização, hiperssexualização, e sem falar em auto ódio.

É preciso que a gente não perca o racismo como fator determinante de todas as dinâmicas de relações, no Brasil. Raça não é recorte, é fundamento e por isso, atravessará tudo e a todxs. Impactará as dinâmicas, e isso nos obriga abandonar a ideia de individualizar problemas estruturais.

A palmitagem é um problema estrutural do racismo, queiramos ou não.

Antes de ser uma escolha, a negação de afeto de pessoas pretas é construção, e valida o racismo que segue matando de formas letais e simbólicas. Tudo é parte do mesmo projeto, tanto é que a maioria das pessoas brancas irão se opor às pessoas pretas que defendem seus direitos à relação, mas não se incomodam com o impacto do racismo na construção afetiva saudável de parte significativa da sociedade.  Até porque, parte disso tem nas pessoas brancas a única possibilidade de humanização ou símbolo de ascensão social, pois é sobre o acesso, é sobre o que está estabelecido pela branquitude que abre concessões, mas não trata em pé de igualdade. Um homem preto nunca será um homem, como o branco é. A mulher preta, nunca será uma mulher como a branca é.

Não é minha opinião. É a aberração social que o racismo criou nas nossas subjetividades nos últimos 400 anos. É ingênuo pensar que séculos de escravização, que definiu a estrutura da sociedade, não definiria também os lugares dos afetos. E é isso que deve ser o centro das discussões sobre relações interraciais.

Por fim, nós podemos achar outros termos se esse parece ofender, mas seja lá qual seja o termo usado, haverá ainda o mesmo movimento de invalidar tais discussões. Seja qual termo usar, qualquer pessoa negra que se lançar para discutir os impactos do racismo na formação afetiva de pessoas pretas será deslocada para o lugar da inveja do ressentimento, como estratégia de apagamento do debate. Além do famoso amor não cor, mas na verdade, tanto tem que é majoritariamente encontrado e válido entre ou com pessoas brancas, em moldes que favorecem apenas pessoas brancas, para a supervalorização de suas humanidades, em detrimento da marginalização das narrativas afetivas pretas.

“Que quer o homem?” Que quer o homem negro? Mesmo me expondo aos ressentimento dos meus irmãos de cor, direi que o negro não é um homem, […]O negro é um homem negro; isso quer dizer que, devido a uma série de aberrações afetivas, ele se estabeleceu no seio de um universo de onde será preciso retirá-lo”. [Frantz Fanon].

Quem escreve: @rogercipo é fotógrafo, pesquisa o impacto do racismo na construção da imagem das religiões negras no Brasil, e em seu projeto @olhardeumcipo, propõe a reconstrução de imaginários não colonizados para as tradições negras.

Cipó também é educador, palestrante e consultor pedagógico para uma educação anti-racista.

Idealizador da plataforma TROCATROCA – Diálogos das Masculinidades Plurais, e produz conteúdo sobre o tema e afetividades.

Maria Júlia Coutinho assume a bancada do Jornal Hoje

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A partir do mês de setembro a jornalista Maria Julia Coutinho assume a bancada do Jornal Hoje. A Rede Globo anunciou nesta sexta-feira (9) a mudança. Após 18 anos, Sandra Annenberg deixa o jornal para dividir o comando do Globo Repórter com Glória Maria. Sérgio Chapelin, o então apresentador, irá se aposentar em breve. O comunicado oficial foi feito pelo diretor-geral de jornalismo da emissora, Ali Kamel.

Agora, como titular da apresentação do Jornal Hoje, Maria Júlia Coutinho repetirá um caminho que Sandra Annenberg também trilhou, do mapa tempo para a bancada. E o público poderá acompanhar mais essa etapa de uma carreira solidamente construída e merecidamente aplaudida“, declara Kamel.

A jornalista comentou a mudança em seu twitter. “Faço aniversário amanhã, mas o presente veio hoje. Que honra e que grande responsabilidade apresentar um telejornal brilhantemente comandado pela competente e querida do público e dos colegas, Sandra Annenberg!

Maju tem 40 anos e entrou para a Globo em 2007, ela aparece diariamente na previsão do tempo do Jornal Nacional desde abril de 2015, após a reformulação. Em junho de 2017, virou plantonista do Jornal Hoje e segue recebendo muitos elogios do público.

Afrolab para elas tem edição de gastronomia dedicada à mulheres empreendedoras

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Foto: Reprodução

O Afrolab acaba de abrir inscrições para a turma de gastronomia, em São Paulo. O projeto é exclusivo para empreendedoras e instrumentaliza e capacita seus negócios, desde sua idealização e origem até o escoamento final dos produtos e serviços desenvolvidos. As aulas desta edição serão realizadas do dia 16 a 22 de agosto, no Galpão da Tide Setubal.

O projeto vai reunir atividades de auto-conhecimento, aprendizagem, cursos, workshops, imersões criativas e promoção de diversas iniciativas que promovem inovação, inventividade e networking, sem deixar de lado os aspectos técnicos fundamentais para criar e gerenciar um negócio.

As turmas serão formadas levando em consideração, empreendedoras de todas as idades que já possuem um negócio em andamento e desejam alavancar seu empreendimento. O intuito é que o grupo identifique os problemas comuns que enfrentam em seus negócios e, como o auxílio do do Afrolab, encontre as soluções mais assertivas, inspiradas nas boas práticas e especificidades de empreendimentos idealizados e liderados por mulheres.

A edição de Gastronomia do Afrolab Para Elas em São Paulo é uma realização da pretahub e Instituto Feira Preta, com patrocínio do Assaí Atacadista, apoio da Fundação Tide Setubal e parceria com o British Council e a iniciativa Negras Potências, do Fundo Baobá e Movimento Coletivo com o Instituto Coca-Cola Brasil e a plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria.

Se inscreva clicando aqui: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSclRzIxcbJ6WXcDLPiJ0x6HP7_iP0Zk91Vg5aiJBDDni_Xdgw/viewform.

Agência Iyabá visa ser referência no agenciamento artístico de mulheres negras, indígenas e LGBTQIA+ no Brasil

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Agência inovadora de planejamento estratégico“, é assim que Marta Carvalho, Michelle Serra, Rayane Fernandes e Talita Fernandes, responsáveis pelo projeto, definem a Agência Iyabá. Elas oferecem o suporte necessário para o desenvolvimento de carreiras e projetos artísticos de mulheres negras, indígenas e LGBTQIA+ no Brasil.

Os valores da agência são variados. Fomento a cultura, Protagonismo de mulheres, Trabalho em equipe, Ética e Direitos Humanos, Círculos de Cultura, Sustentabilidade, Economia da Cultura, Produção humanizada, Cultura Negra, Ameríndia e LGBTQIA+ e Feminismo.

Na equipe, todas as profissionais são qualificadas e reconhecidas em suas ações multidisciplinares e áreas de atuação, visam fomentar a gestão, a produção e a captação de recursos para produtoras e artistas mulheres, já que é necessário prezar pela participação delas no cenário cultural.

Na Iyabá, todas estão abrigadas e protegidas. A artista encontrará a consultoria necessária para viabilizar a sua ideia, pois novos talentos se unem para planejar e transformar projetos em realidade“, dizem.

Saiba mais:

Senzala Hi-Tech comemora 10 anos com lançamento do disco “Represença”

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A banda afrofuturista Senzala Hi-Tech, em comemoração aos 10 anos de carreira, lança o primeiro disco no próximo dia 9 de agosto, em todas as plataformas de streaming. Intitulado “Represença”, possui oito faixas, sendo quatro delas inéditas. O projeto traz mensagens de amor, resistência social e política com ritmos afro-brasileiros e afrolatinos.

O grupo é formado por Diogo Silva (vocalista e compositor), MC Sombra (vocalista e compositor), Minari (produtor musical) e Junião (percussionista) e tem forte questionamento político e social. A liberdade sonora na construção musical e o tom crítico e de contestação nas letras são as principais marcas do novo álbum.

Capa do Disco

A ideia é unir esses ritmos e trazer um som novo, sem deixar de lado as nossas ideias e o que acreditamos. Vejo o Senzala não só como uma banda, mas como um instrumento de luta e comunicação em busca de equidade em um mundo cada vez mais injusto […] Tentamos trazer pra discussão não só a luta do povo preto, mas de todas as minorias que juntas se tornam maioria. Essa busca por união e vontade de quebrar paradigmas me mantem instigado a fazer parte desse projeto”, comenta Minari, produtor musical.

O objetivo do disco é transmitir ao público a seguinte mensagem: “Desconfiem de soluções fáceis. Primeiro questione, depois reflita e depois questione novamente”. As músicas, escritas por Diogo Silva e MC Sombra, abordam a violência como geração de lucro, os mercados proibidos que socialmente são legais, a conjuntura política nacional e a liberdade do corpo.

As letras nos remetem a como agimos a determinadas informações e como somos frágeis para interpretá-las. Entender que a corrupção é ambidestra, não tem lado e é mais antiga que o Brasil. É necessário que o país seja violento para que alguém possa vender segurança e é sobre isso que falamos: práticas antigas que ganham novas roupagens com novo personagens”, explica Diogo.

Com bases no rap futurista mescladas ao dub, samba, reggae e sons da África às Américas, o disco traz as influências musicais e culturais ainda mais condensadas com o objetivo de trazer uma música brasileira mais leve e dançante.

O Senzala é o resgate dos valores do homem negro com menos acesso dentro da sociedade, como a falta de acesso a formação educacional e adentrar ao ramo de trabalho mesmo depois de uma formação acadêmica. É a continuidade das nossas ancestralidades nas músicas afroculturalmente falando”, conta MC Sombra.

O disco traz diversas participações como Duani (baixo e cavaco), Renata Jambeiro (voz), Raphael Gomes (violão), Didi (percussão), Daví Índio (baixo), Conrado Bruno (trombone de vara), Rodrigo Bento (sax barítono), Paulo Kishimoto (teclados), Natan Oliveira (trompete), Emílio Mizão (guitarra), Toca Ogan (percussão). No dia 10 de agosto o Senzala Hi-Tech se apresenta no Festival DeMo Sul, no palco AlmA, em Londrina – PA.

A banda é fortemente influenciada pela música e pelas artes visuais da África às Américas. Na linha de frente com a percussão, mas também responsável pelas artes do grupo, Junião conta que o grupo vai além da mistura das batidas do hip hop aos diversos ritmos herdados de todos esses povos.

Queremos unir afrobrasilidades e afrolatinidades, somar a sonoridade e a história do jongo, do coco e do maracatu às sonoridades da salsa, do dub, do funk, da música árabe, do samba e do que mais tiver a ver com a gente. Sempre absorvendo influências desse caldeirão de culturas que é a cidade de São Paulo”, finaliza.

O grande momento de Ana Paula Xongani : “Vivo a fase da colheita de muito trabalho”

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Mãe, esposa, empresária, Youtuber,  estilista, influenciadora, linda no seus dreads e a partir do dia 10 de agosto apresentadora de TV,  do programa “Se Essa Roupa Fosse Minha”, no badalado canal da TV paga, GNT (do grupo Globosat).
Ana Paula Xongani é assim, ambiciosa, sem perder a doçura e muito conectada com sua comunidade, sua família e sua ancestralidade como uma boa pisciana.
Sua pele escura, seus dreads, sua dislexia e a carga mental das mães que empreendem, não impediram esse paulistana de vibe africana de correr atrás dos seus sonhos.
Nessa entrevista, Ana Paula nos ensina que tudo tem o seu tempo, que trabalhar é fundamental para o sucesso, mas que para se colher os bons frutos, uma rede de apoio é fundamental.
Ela ainda explica que sustentabilidade, tema do seu programa no canal GNT, é uma coisa que a comunidade negra já pratica há um tempão.
1. 2019 está sendo um ano incrível para você. Além de mais publicidade e parcerias agora você participa de um programa no GNT. Como está sendo essa nova fase profissional. 

 

Eu traduziria o ano de 2019 como o ano da colheita, mas sempre gosto muito de falar dos processos, para além dos resultados. Então falar do Ateliê Xongani que é minha grande fonte de inspiração há 10 anos. Falar de todo esse conhecimento acumulado com esse trabalho. Falar que meu trabalho como criadora e produtora de conteúdo já tem 4 anos. Anos de muita dedicação, postando, produzindo vídeos, pesquisando, indo a eventos e tudo mais. Aí, chega o ano de 2019 e entendo que começo a colher com as realizações que começam a acontecer. Mas, falar do processo é muito importante para entender o tempo das coisas, os tempos de construir lugares. Mas, claro, tá tudo bem incrível. Considero que tá incrível desde meados de 2018, quando comecei as parcerias com grandes marcas. Parcerias estruturadas numa forma de criar que eu acredito, que é a co-criação. Os trabalhos que fiz existem também graças a processos criativos feitos por mim e pela minha equipe. Porque a gente entendeu que ser propositiva era o que fazia sentido para ter parcerias que tivessem a minha cara, a cara das pessoas que me acompanham e que também entregassem valor para as marcas, fizessem sentido para elas. Quando dá esse match é demais!
 
2. Quais são as dores e delícias de ser uma mulher preta em evidência.
 
Nas áreas que atuo, sobretudo marketing de influência, as dores têm sido mais relacionadas à percepção de que eu ainda digo mais não que sim. Eu sendo uma mulher preta ativista, antes de todas as coisas que eu sou, significa que eu parto desse lugar, sabe?E é desse lugar que eu reflito os conteúdos que fazem sentido pra mim, pra quem me acompanha, para as nossas existência pretas, pretas empreendedoras, entende?Eu de verdade tenho orgulho das marcas que trabalho. Porque são as marcas que estão ousando, em alguma medida. Pensando não apenas numa representatividade, mas numa representação positiva, marcas que estabelecem contato para a co-criação, para que a gente pense junto. Então, concluo que a dor é perceber que, em razão de poucas marcas terem entendido o produtor de conteúdo preto, eu ainda digo mais nãos que sins. EU QUERO DIZER MAIS SIM!
 
Agora, entre as delícias está me sentir vanguarda em alguns processos e saber que assim como outras mulheres negras construíram caminhos e abriram portas pra mim, neste exato momento eu também estou fazendo isso. E falo isso de forma bem ampla, desde escolher ter mulheres, sobretudo negras, trabalhando comigo nas duas empresas que hoje tenho, e também as delícias ligadas aos aspectos emocionais, né? De acessar lugares que nunca acessei, que não esperava acessar, que minha família está orgulhosa por me ver acessando, porque é construção deles também. Cada lugar que acesso, eu acredito que é um lugar que está se transformando, que está minimamente aberto pra se repensar, repensar as estruturas que tem mantido pessoas como eu fora destes espaços. Então, isso é algo que me deixa feliz e orgulhosa também.
 
3. A maternidade é uma das suas pautas frequentes. Como sua filha lida com a sua maior exposição e como você gerencia essa parte mãe, já que agora sua agenda é mais corrida?

Ela não lida. Para a Ayoluwá eu sou a mãe dela. Estar na TV não é exatamente uma novidade para ela. Porque o YouTube ela vê na TV. Ela e seus cinco anos já me viram na TV muitas vezes. Ela sente orgulho do meu trabalho, mas ainda não tem a exata dimensão do que isso significa, não de forma objetiva. No entanto, são signos né? Mensagens de beleza, auto-estima, de pertencimento a estes espaços. Costumo dizer que a gente não sonha com o que não conhece.Então, eu quero que ela, uma criança preta escura, veja a mãe dela, uma mulher preta escura, em todos os espaços mesmo.Fazendo o que quer da vida. E eu falo sobre isso com ela também, estimulo essa percepção positiva de forma proativa mesmo. Quero que ela valorize nossa estética, nossa criatividade, nossa potência. 

Sobre gerenciar a parte mãe, é o seguinte. Eu abro mão da ideia de que nós, mulheres, temos super poderes. Abdico da ideia de que sou ou devo ser uma “super mãe”, uma “super mulher”. Entendo e aceito que não preciso e nem tenho que fazer tudo sozinha. Divido responsabilidades com meu companheiro, meus pais, meus amigos e as pessoas que trabalham comigo. Somos uma grande rede que se apoia no dia a dia. Não me sinto obrigada a fazer tudo, meu companheiro também não.
4. Fale um pouco sobre o seu canal no Youtube. De onde vem suas inspirações para pautas?
Da minha vivência, do meu dia a dia. O ateliê é minha grande fonte de inspiração, em primeiro lugar. Porque lá estou SEMPRE em contato com mulheres negras, conversando. Mas, qualquer diálogo me inspira. É meio cíclico, porque quanto mais meu canal e meus outros trabalhos alcança pessoas, mais gente eu conheço, mais papos eu tenho e, portanto, mais ideias pra vídeo. Todo e qualquer diálogo pode virar um vídeo. Esta entrevista inclusive!
5. O seu programa no GNT trata da questão do consumo consciente. Você chegou a refletir sobre esse assunto, dentro de uma perspectiva racial, de como a comunidade negra lida com essa questão? 
Sim, refleti. E te digo uma coisa! A gente faz isso, de ser sustentável, há muito tempo. O Ateliê Xongani, por exemplo, sempre teve um “fazer” sustentável, especialmente se entendermos a sustentabilidade em toda sua capilaridade, social, econômica, ambiental. A forma como a gente distribui os ganhos lá, a forma como a gente contrata pessoas e serviços, quem são os nossos fornecedores, sabe? Mas, para além do Ateliê, uma coisa que eu venho batendo muito na tecla é que os saberes sustentáveis estão na periferia e nas comunidades negras há muito tempo. A reciclagem, o upcycling, que nada mais é que a “reutilização criativa”, criar uma peça a partir de outras que já existem, a moda brechó, uma perspectiva compartilhada de consumo e de vida mesmo, de responsabilidades… a gente faz isso desde sempre. O que a gente precisa estar atenta é aos códigos, no sentido de sabê-los e entender e valorizar que a gente já faz isso. Que já detemos esse saber. Pra saber real que nós já fazemos muitos destes movimentos essencialmente, de forma orgânica e cotidiana. Seja por oportunidade, por necessidade ou por criatividade.
Ana Paula nos bastidores do “Se essa roupa fosse minha”, ao lado das também apresentadoras Marina franco e Giovanna nader, e da diretora Isabel Nascimento, da Conspiração Filmes. (Foto:Igor Freitas)
7. Você é uma negra retinta e com dreads, a única do canal GNT com esse perfil. A TV, de forma geral, tem poucas pessoas com este perfil. Você sente mais pressionada ou privilegiada por essa representatividade?
Nem uma coisa nem outra. Me sinto desafiada. Me sinto desafiada a fazer um bom trabalho, a me qualificar nas coisas novas que tenho feito, a abrir novos caminhos. A palavra é essa. Me sinto desafiada.
“Se Essa Roupa Fosse Minha” estreia dia 10 de agosto às 19h30, no GNT.
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