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Esporte Espetacular deste domingo aborda o tema racismo com jornalistas e atletas negros

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O Esporte Espetacular deste domingo (7) vai seguir o exemplo de vários programas da casa…Dar voz aos negros. O programa terá reportagens especiais sobre o que tem acontecido nos Estados Unidos e o posicionamento dos atletas brasileiros sobre o que acontece aqui no Brasil com as mortes de João, Matheus e Miguel.

Além disso, o jornalista e karateca Diego Moraes participará do programa junto com colegas de profissão, narradores e comentaristas negros da emissora contando sob a ótica de cada um o que acontece no Brasil e no mundo e o que acontece nas suas vidas desde que perceberam e tomaram consciência das consequências do racismo. “Não é proibido brancos falarem sobre racismo, mas de racismo só preto pode falar. Podemos falar sobre vários assuntos, agora discutir o que sentimos, só podemos nos expressar quando sentimos. Por isso é importante quando o racismo vem à tona, os negro terem voz e trazer o olhar, o sentimento do negro do que ele vive no dia a dia. Nós não deveríamos pedir espaço pra falar das nossas sensações, deveríamos ser convidados pra falar e sermos ouvidos.”, disse Diego.

Em entrevista ao Mundo Negro Diego Moraes falou sobre toda articulação e movimento que está surgindo por parte da sociedade branca em prol de apoiar o movimento negro: “Acredito que estamos num processo e num movimento cada vez maior dos brancos entenderem que o racismo estrutural é um problema que eles criaram e podem resolver também, nos dando voz. Nos deixando ocupar espaços de destaque e liderança nas empresas. Diversidade é uma palavra muito bonita pra ficar na fachada, mas tem que estar presente nas atitudes do dia a dia. O que vai acontecer depois as manifestações esfriarem? Não faço ideia. Mas espero que a mudança não seja em passos lentos, seja em passos urgentes”.

Confira os participantes dessa edição do Esporte Espetacular:

Julio Oliveira – narrador

Thiago Oliveira – apresentador

Karine Alves – apresentadora

Debora Gares – repórter

Denise Bastos – repórter

Lucas de Sena – repórter

Rodrigo Franco – repórter

Diego Moraes – repórter

Grafite – comentarista e ex-jogador

Paulo Cesar Oliveira – comentarista e ex-árbitro

PC Vasconcelos – comentarista

Esporte Espetacular deste domingo aborda o tema racismo com jornalistas e atletas negros

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O Esporte Espetacular deste domingo (7) vai seguir o exemplo de vários programas da casa…Dar voz aos negros. O programa terá reportagens especiais sobre o que tem acontecido nos Estados Unidos e o posicionamento dos atletas brasileiros sobre o que acontece aqui no Brasil com as mortes de João, Matheus e Miguel.

Além disso, o jornalista e karateca Diego Moraes participará do programa junto com colegas de profissão, narradores e comentaristas negros da emissora contando sob a ótica de cada um o que acontece no Brasil e no mundo e o que acontece nas suas vidas desde que perceberam e tomaram consciência das consequências do racismo. “Não é proibido brancos falarem sobre racismo, mas de racismo só preto pode falar. Podemos falar sobre vários assuntos, agora discutir o que sentimos, só podemos nos expressar quando sentimos. Por isso é importante quando o racismo vem à tona, os negro terem voz e trazer o olhar, o sentimento do negro do que ele vive no dia a dia. Nós não deveríamos pedir espaço pra falar das nossas sensações, deveríamos ser convidados pra falar e sermos ouvidos.”, disse Diego.

Em entrevista ao Mundo Negro Diego Moraes falou sobre toda articulação e movimento que está surgindo por parte da sociedade branca em prol de apoiar o movimento negro: “Acredito que estamos num processo e num movimento cada vez maior dos brancos entenderem que o racismo estrutural é um problema que eles criaram e podem resolver também, nos dando voz. Nos deixando ocupar espaços de destaque e liderança nas empresas. Diversidade é uma palavra muito bonita pra ficar na fachada, mas tem que estar presente nas atitudes do dia a dia. O que vai acontecer depois as manifestações esfriarem? Não faço ideia. Mas espero que a mudança não seja em passos lentos, seja em passos urgentes”.

Confira os participantes dessa edição do Esporte Espetacular:

Julio Oliveira – narrador

Thiago Oliveira – apresentador

Karine Alves – apresentadora

Debora Gares – repórter

Denise Bastos – repórter

Lucas de Sena – repórter

Rodrigo Franco – repórter

Diego Moraes – repórter

Grafite – comentarista e ex-jogador

Paulo Cesar Oliveira – comentarista e ex-árbitro

PC Vasconcelos – comentarista

Justiça para Miguel: O movimento negro e nordestino foi às ruas motivado pela morte do garoto de 5 anos

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Foto: Joe Andrade

Texto e imagens: Joe Andrade *

Estamos em uma pandemia mundial as recomendações da  OMS é para que fiquemos em casa, mas o  assassinato brutal  de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos fez com que a população recifense saísse nas ruas para protestar contra a impunidade que é privilégio branco nesse país.

Miguel foi morto  na última terça-feira (02), após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas, localizado no bairro de São José, no centro  do Recife.  A mãe do Miguel trabalhava como empregada doméstica para Sarí Gaspar  Côrte Real e o atual prefeito de Tamandaré Sergio Hacker Corte Real que mesmo o país passando por uma pandemia não dispensaram suas empregadas.

Sari pediu para que Mirtes levasse sua cadela para passear, nesse intervalo de tempo a mãe do Miguel confiou em sua patroa para observar o seu filho, a próxima vez que Mirtes veria seu filho seria estirado no chão, morto. Sarí Gaspar  Côrte Real  foi autuada por homicídio culposo por ter deixado a criança sozinha no elevador, a  primeira dama pagou 20 mil reais de fiança e responde em liberdade.

O ato contra essa impunidade  foi organizado pela família do Miguel e recebeu um grande apoio do movimento negro local, faixas, gritos de revolta e uma tremenda dor tomou conta do ambiente.

Um pouco antes do protesto começar, carros passavam buzinando e ouvia-se gritos ‘’ ASSASSINA!’’.  Nossas vidas valem 20 mil reais? E se fosse o contrário? Provavelmente o rosto de Mirtes estaria estampado nos principais jornais. A impunidade quando o assassino é um sujeito branco fica evidente nesse caso. 

https://twitter.com/sitemundonegro/status/1268989611587616769

Estamos em isolamento social, quebramos uma recomendação importantíssima  da OMS porém não dá para ficar em casa no meio de tanta impunidade. Mesmo dentro de casa estamos morrendo. O  Miguel  morreu duas vezes, quando caiu do nono andar  e pela  pela negligência desse Estado racista.  

Existe um grande mito na internet onde acredita-se que o movimento negro brasileiro não se mobiliza quando trata-se de injustiças. Nesta sexta-feira (05/06/2020) um movimento negro e nordestino esteve nas ruas por Miguel e por tantas outras pessoas negras vítimas do nosso deste estado genocida. A mobilização acontece.  Sem pandemia ou com pandemia nós não deixaremos que essas mortes passem em branco. deixamos passar em branco!

Fique em casa, mas se tiver que sair que seja para protestar contra o extermínio da população negra.

* Joe Andrade é estudante de Teatro na UFPE é criadora da página Desenrolando no Facebook.

PEC das domésticas completa sete anos com a maioria sendo mulher negra e sem direitos

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Fotografia: Zanele Muholi

O debate da morte de Miguel mostra, além de tudo, uma realidade gritante da sociedade brasileira, a deslegitimação e excludência da empregada doméstica. Mirtes, mãe de Miguel, mulher preta e periférica que trabalhava limpando a casa de outros e sem seus verdadeiros direitos reconhecidos, é a representação de mais de 3,9 milhões – entre 6,2 milhões empregadas domesticas – de mulheres negras e brasileiras.

No ano de 2020, a PEC das Domésticas completa sete anos com uma realidade não muito diferente de 2013, ano em que foi assinado a lei que dava mais direitos a essa população. A renda mensal desse público, muitas vezes, ainda é menor do que um salário mínimo e a carga de trabalho excede o limite estabelecido. Muitos patrões arrumaram uma solução para não obter vínculos com suas empregadas ou precisar assinar suas carteiras de trabalho, as diaristas.

No ano de 2018, o número de trabalhadoras domésticas com carteira assinada desce a 43,5%. Sendo composta em sua maioria por mulheres (95,6%) e com um grande percentual de mães que não completaram o ensino básico educacional.

A historiadora e rapper Preta Rara, que trabalhou como empregada doméstica por sete anos, descreve em seu livro ‘Eu, empregada doméstica’ relatos sobre a profissão e fala que conseguiu entender a representação da função para os empregadores. Segundo a mesma, “O que eram as mulheres pretas escravizadas, hoje são as empregadas domésticas e as senzalas é o quartinho da empregada”.

Preta Rara explica, ainda, que o trabalho doméstico é hereditário para mulheres pretas. Assim como ela, sua mãe e sua avó também foram empregadas. Romper com esse ciclo é extremamente complexo e demanda anos de luta. “Esse não pode ser o único lugar para essas mulheres”, relata.

A Emenda Constitucional 72 homologada no ano 2013, também chamada de PEC das Domésticas, reconheceu que a classe precisa de direitos centrais. Como recebimento de um salário mínimo ao mês, pagamento garantido por lei, jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 semanais e hora extra. Contudo, os índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, cada dia mais, a informalidade cresce na área.

Mulheres que são contratadas como Mirtes – que trabalhava na casa do prefeito de Tamandaré, Estado de Pernambuco, e constava na folha de pagamento da prefeitura – demostram que a irregularidade da profissão só aumenta.

A desqualificação das empregadas é ainda mais exorbitante quando são mulheres negras. O racismo deixa escancarado sua relação com a profissão quando as profissionais são desrespeitadas e ridicularizadas em seu ambiente de trabalho. Silva Santos, presidente do Sindicato Das Empregadas de São Paulo, falou em uma entrevista para o site ‘Gênero e número’ que vêm recebendo inúmeras denúncias de abusos e ameaças raciais.

Diante de uma herança escravocrata, nota-se que as antigas amas de leite e mucamas são as cozinheiras, governantas, lavadeiras e babás de hoje em dia.

Tia Má estreia quadro semanal no programa ‘Encontro’

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O programa Encontro com Fátima Bernardes estreou nesta sexta-feira (5) o novo quadro: ‘Você Viu?’, apresentado por Maíra Azevedo mais conhecida como Tia Má. A jornalista e influencer trará análises bem-humoradas sobre entretenimento e o que mais repercutiu na internet. “O quadro é um olhar do telespectador sobre a programação dos canais da globo mas com o meu jeitinho sempre usando o humor pra levar um pouco de reflexão”, disse Tia Má em entrevista ao Mundo Negro.

O quadro vai ao ar toda sexta-feira e será um grande resumo da semana. Tia Má comentará os acontecimentos e as possibilidades de entretenimento durante a quarentena. Maíra participou do programa Encontro de ontem, quinta-feira (4), em um painel que abordou o tema do racismo. Na discussão, ela revelou que ensina o seu filho de 12 anos a não correr, “para não chamar a atenção da polícia”.

https://twitter.com/RedeGlobo/status/1268889651852558336


A jornalista que está grávida do seu segundo filho diz que não deixará de falar das coisas que são importantes “para a gente”. “Vai ser um grande desafio porque esperam que nós que somos forjado na luta antirracista tenhamos sempre um posicionamento mais ferrenho diante dessas situações mas eu acredito que o amor e o riso também podem ser um grande instrumento de empoderamento e conscientização”. 

Kanye West participa de protestos e doa US$ 2 milhões para família de vítimas da violência policial nos EUA.

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O cantor foi visto em protestos em Chicago.

As doações incluem o financiamento de advogado para as famílias de Breonna Taylor, e Ahmaud Arbery, outras vítimas do racismo e violência policial nos EUA em 2020.

West também iniciou plano financiado de educação para arcar com a faculdade da filha de Floyd, Gianna Floyd de 6 anos.

Além disso, o rapper também investiu em negócios dirigidos por pessoas negras que foram afetados pela crise devido ao COVID-19.
As informações foram confirmadas a CNN norte-america pelo representante do cantor.

As doações de Kanye aconteceram após a uma semana marcada por ondas de manifestações, que tomaram diversos estados dos EUA e até outros países, em repúdio a morte brutal de George Floyd e outras vítimas negras pelas mãos da polícia.

Na última quinta-feira (4), o rapper foi visto em um dos protestos que ocorriam em Chicago, contra a violência policial e o racismo que custaram a vida de George Floyd, Breonna Taylor, Ahmaud Arbery e tantos outros.

https://www.instagram.com/p/CBCPaq7Bo97/

 

Outras vítimas:
Breonna Taylor, paramédica que foi assassinada em março desse ano, em sua casa com 8 tiros durante uma operação contra o tráfico de drogas em seu bairro, não foi encontrado nenhum tipo de drogas em sua casa. Nenhum policial foi acusado por sua morte.


Ahmaud Arbery, foi assassinado em fevereiro desse ano, por dois policiais brancos, enquanto praticava exercícios em seu bairro. Um vídeo gravado por um outro policial mostra que insultos racistas foram as últimas palavras ouvidas por Arbery. Os policiais culpados foram detidos dois meses depois do crime.

Glória Maria se emociona ao anunciar que racismo será tema do Globo Repórter

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O programa Globo Repórter, da Rede Globo, de hoje (05/06) traz o tema “racismo”. Glória Maria, jornalista e apresentadora do programa se emociona a falar da temática que será abordada: “Um assunto que conheço desde que sou pequenininha, praticamente desde que nasci.”

O programa terá uma edição especial e reexibirá o painel histórico do programa “Em Pauta”, da Globo News, com o time de seis jornalistas negros Heraldo Pereira, Maju Coutinho, Aline Midlej, Flávia Oliveira, Zileide Silva e Lilian Ribeiro, somado com a participação especial de Glória Maria. 

https://www.instagram.com/p/CBEIj9ZAMT-/

O programa será exibido após a novela das 21h.

Todo branco é racista?

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Uma pergunta muito comum surgiu após os últimos acontecimentos com relação a racismo e negritude. Afinal, todo branco é racista?

Sim. E eu irei explicar o porquê.

O que significa racismo?

Segundo o dicionário é um sistema de opressão que cria uma hierarquização das relações utilizando critérios como raça, religião, cultura e outros elementos. Ou seja, o racismo não é apenas a atitude hostil direcionada ao indivíduo de outra raça, mas sim um conjunto de doutrinas e pensamentos que estabelecem a superioridade social de uma raça com relação a outra.

Nós vivemos em uma sociedade com um sistema racista que reafirma estruturalmente todos os dias que brancos são superiores aos negros.

Esse sistema tem engrenagens que funcionam de forma que brancos tenham privilégios sobre os negros. TODOS os brancos, não são só alguns, mas TODOS OS BRANCOS acabam por ter essa vantagem social, simplesmente por serem brancos. Assim como os homens possuem privilégios com relação às mulheres, simplesmente por serem homens.

Considerando isso, concluímos que todos os brancos, automaticamente, fazem parte do sistema. Mesmo que não façam nada para alimentá-lo, o sistema irá funcionar para beneficiar eles.

Mesmo que você, branco, diga hoje que é antirracista, o mundo não irá parar de enxergá-lo como uma pessoa branca e te promover facilidades.

Assim como eu, um homem negro, dizer que a partir de hoje sou branco, não deixarei de ser lido como tal e não deixarei de sofrer as opressões que ser um homem negro no Brasil trazem.

Sendo parte ativa e beneficiários dessa estrutura de opressão, os brancos são lidos como racistas.

Entenda, a ideia não é te comparar a um membro da Ku Klux Klan ou dizer que você é um descendente de Adolf Hitler, mas te mostrar que você faz parte das engrenagens do sistema racista que rege a nossa sociedade.

Quando olhamos para um carro, formado por diversas peças e engrenagens que sozinhas são – ou podem ser – outras coisas, não deixamos de chamar o conjunto todo de carro.

Dificilmente olhamos para um parafuso de um carro e dizemos “olha só, a junção daquele parafuso com aquele couro e aquela estrutura de plástico sobre rodas é um carro”. Fazendo parte ou servindo ao todo, continuamos chamando o conjunto de carro.

Essa é a lógica utilizada. Nosso olhar não está no indivíduo e sim no coletivo, o grupo social que descende de quem criou, compactuou e se beneficia disso.

Se reconhecer como racista e dono de poderes estruturais e cotidianos é o primeiro passo para compreender a estrutura. Se envergonhe do racismo e combata ele desde suas atitudes, falas e cenários, bem como dos seus amigos ao redor.

Grada Kilomba diz que ao invés de ficar questionando “eu sou racista?” e esperar uma resposta confortável, vocês brancos devem questionar “como eu faço pra desmantelar o meu próprio racismo?”. Essa mudança de perspectiva já é um passo GIGANTE para a luta antirracista.

Não se vitimize, não entre na defensiva. Reconheça e lute contra isso.

Eu costumava achar radical colocar todos dentro do ‘mesmo saco’ até entender do que se trata a desconstrução. Quando a violência passa a ser o normal de uma sociedade, todos os nascidos em seu seio cooperam com ela em algum grau e é parte dessa desconstrução reconhecer isso.

Como um branco pode ajudar na luta contra o racismo?

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People attend a protest against the fatal injury inflicted by Minneapolis police on African-American man George Floyd, in Berlin, Germany, May 30, 2020. REUTERS/Christian Mang

Pessoas brancas, nos últimos dias, começaram questionar de que forma elas podem contribuir com a luta antirracista.

Pensando um pouco sobre isso, montei essa mini-lista e dicas iniciais que podem direcionar os interessados.

Lembrando que essas são apenas algumas das dicas, existem outras formas de ajudar e vocês descobrirão elas no meio do caminho.

Dica 1: Todo branco é racista.

Vocês são racistas. Ponto. E eu não estou falando isso pra te atacar. Se reconhecer como racista e dono de poderes estruturais e cotidianos é o primeiro passo. Se envergonhe do racismo e combata ele desde suas atitudes, falas e situações, as dos seus amigos ao redor. Como diz a escritora Grada Kilomba, “Ao invés de ficar se questionando “Eu sou racista?” e esperar uma resposta confortável, vocês devem se questionar “Como eu faço pra desmantelar o meu próprio racismo?”” e essa mudança de perspectiva já é um passo GIGANTE na luta antirracista. Não se vitimize, não entre na defensiva. Reconheça isso e lute contra isso.

Eu costumava achar radical colocar todos dentro do mesmo saco até entender do que se trata a desconstrução. Quando a violência se torna o normal de uma sociedade todos os nascidos em seu seio cooperam com ela em algum grau e é parte dessa desconstrução reconhecer isso.

Dica 2: Pesquise

Pesquise, aprenda e não espere que os negros lhes sirvam todas as informações necessárias para que você seja antirracista. O racismo não é uma luta dos negros, mas sim de toda uma sociedade. Uma sociedade racista só tem a perder então saiam da zona de conforto.

Parem de achar que a obrigação de todo negro militante é te desconstruir como um professor a serviço seu. Claro que muitos de nós fazemos isso, mas muitos de nós já fizeram isso com livros excelentes que estão disponíveis por aí. A base de toda a discussão já foi documentada.

Não somos detentores únicos de todas as informações sobre o racismo, o Google não tem uma aba apenas para negros acessarem. Tudo que eu aprendi foi pesquisando, conversando, lendo livros. Eu não tive uma aula especial na escola pública sobre o racismo. Então faça isso e ajude seus amigos brancos a fazerem o mesmo.

Dica 3: Escute e dê vazão a voz negra

Nos dê espaço, nos escute e de vazão a nossa voz. Parte da militância é sobre falar e ser ouvido. Algumas informações vocês só irão obter através da nossa vivência então é nessa hora que vocês precisam da gente pra entender. Após seguir a dica 2 e ter uma boa base de leitura e conhecimento você irá precisar nos ouvir e compreender algumas coisas que podem parecer subjetivas pra você em leitura por não sentir na pele o que aconteceu.

É nessa hora que você deve ficar quieto, nos ouvir e compartilhar o que estamos falando com outras pessoas. Sobre a vivência esse é o nosso Lugar de Fala.

Dica 4: Não julgue nossa raiva

Não julgue discursos inflamados da militância. Eu acho isso muito importante. Nós vivemos em uma sociedade racista 24/7. Para você branco muitas coisas passam despercebidas e vocês tem contato somente com os casos mais extremos. São revoltantes, não são?

Agora imagine viver isso TODOS os dias. Desde coisas pequenas como olhares, até se sentir isolado em ambientes brancos ou ter sua capacidade questionada o tempo todo. Imagina você viver uma vida de racismo intenso. Isso nos deixa com raiva e muitas vezes amargurados.

Não julgue a raiva de um preto. Tente se colocar no nosso lugar. Uma mulher preta que foi rejeitada a vida toda tendo que ler que ela é extremista por sentir raiva. Um homem negro que não consegue trabalho a vida toda por ser negro tendo que ouvir que é extremista por ter um discurso inflamado sobre isso.

As vezes vocês precisam entender que o que é uma militância pontual pra vocês é a NOSSA vida o tempo todo e nem todo mundo consegue lidar com isso com calma e amor no coração.

Dica 5: Racialize as questões.

Racializar tem a ver com pensar a raça em todos os aspectos das discussões raciais. Por exemplo, mesmo um homem negro, diante de uma mulher branca, possui um abismo de diferença e desvantagens sociais. Desde a receber os menores salários até ser os que mais morrem.

Não coloquem homens negros como responsáveis pelo patriarcado, por exemplo, enquanto os brancos criavam essa dinâmica, nós não estávamos lá.

Entenda que raça vem primeiro em quase toda situação. Se o seu feminismo não for racializado, ele é apenas supremacia branca.

Se a sua luta LGBT não for racializada, ela não serve à todos.

A pele negra muda as nossas vida em todas as questões. Então pense de forma a racializar todas as questões e com isso você irá entender cada vez mais a dinâmica social em que vivemos.

Dica 6: Use seus privilégios para ajudar os negros.

Está em posição de poder em uma empresa? Contrate negros! Precisa de alguém para uma palestra? Chame negros. Está em privilégio e não vê negros? Fale sobre isso, tente mudar o seu ambiente.

Faça como Joaquin Phoenix, no BAFTA 2020, onde não havia nenhum negro concorrendo à premiação e ele usou seu espaço de discurso para criticar isso.

Você tem privilégios nessa sociedade, use deles para que negros comecem a ocupar esses espaços de privilégio.

Não adianta criticar o racismo do alto de seu pedestal com um post ou hashtag. É necessário que algo de fato seja feito para que isso mude. Seja a mudança você!

Se você fizer pelo menos essas 6 coisas, um bom caminho andado já terá feito. E só de você pesquisar, nos ouvir e reconhecer, você saberá quais os próximos passos a seguir.

Iza lança documentário com histórias reais, exaltando diversidade e cobrando “que abram portas” para todos

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Em fevereiro, Iza e o cantor americano Maejor se encontraram em São Paulo para gravar o clipe de “Let me be the one” (“Deixe-me ser o único”, numa tradução livre) tema da campanha mundial em prol dos refugiados, da fundação Humanity Lab com a Organização das Nações Unidas (ONU). Dias depois, todo o planejamento de divulgação foi repensado. Culpa da pandemia do coronavírus.

Leia também: Iza lança single para campanha da ONU com o cantor norte-americano Maejor

Nesta quinta-feira (4), Iza lançou em seu canal no YouTube um mini documentário que mostra os bastidores da campanha com a ONU e com a Fundação Humanity Lab. O vídeo, traz entrevistas com os artistas, a equipe e parte do elenco formado por indígenas, refugiados e grupos que sofrem com a invisibilidade e acharam ali um espaço para contar suas histórias e pedir socorro.

https://www.instagram.com/p/CAqrrV5j-_Q/

“Eu acho muito importante que todas as pessoas entendam que nós podemos fazer o que a gente quiser. Podemos ocupar qualquer lugar. Uma capa de revista, a TV, a novela. É importante você se ver representado em algum lugar para que você entenda que não existem barreiras. Uma vez que você chega a esse lugar, você precisa cobrar que as outras pessoas realmente abram as portas para que nós estejamos em todos os lugares”.

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