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“Quero que haja investimento em trabalhadores negros” discursa Michael B Jordan em ato antirracista

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Michael B Jordan participou neste sábado (06) de protestos em Los Angeles, cidade da Califórnia. Durante o ato, o ator que já interpretou o vilão Killmonger em ‘Pantera Negra’ e Adonis Creed em ‘Nascido para lutar’, relembrou seus trabalhos no cinema e a importância deles para a sua formação.

Um dos primeiros papéis que o fez entender e pensar sobre as dores interpretadas, considerando a injustiça e desigualdade racial foi o de Oscar Grant, em ‘Fruitvale Station: A Última Parada’. “Oscar Grant foi morto pela polícia numa estação de trem em Oakland, o papel me deu oportunidade de sentir a dor de sua família, sua filha e sua mãe”, relatou Michael. “Eu vivi com isso por muito tempo e isso me pesa”.

“A produção desse filme [fazendo referencia ao filme Fahrenheit 451] me fez realmente perceber o quanto o governo e os opressores fazem para tirar o conhecimento de suas mãos. E ao interpretar Bryan Stevenson em Just Mercy, aprendi suas táticas. Aprendi sua mentalidade. Aprendi sua abordagem das coisas. Você deve estar próximo das questões.” Completou o ator, que ainda pediu para que as empresas contratassem funcionários negros.

“Qual é o desafio de se comprometer a contratar pessoas negras? Conteúdo negro, liderado por executivos negros, com consultores negros.” Questionou, relembrando diversas cenas e atuações ao longo de sua carreira.  “Para todas as produções, para os estúdios, para todos os grandes negócios e parcerias que eu tenho, se você tem algum vínculo financeiro com a polícia, temos que reconsiderar nossos negócios. Temos que parar de contratar polícia. Temos que cortar o apoio deles.” Terminou o ator.

Michael B Jordan sempre se posiciona sobre representatividade e relações sociais. Em 2018, o ator afirmou que só faria filmes com cláusula de inclusão, para que tenham diversidade racial e de gênero.

“Temos que continuar agitando as coisas. Não podemos ser complacentes. Não podemos deixar esse momento passar por nós, temos que continuar a colocar o pé no pescoço deles”, fazendo menção a morte de George Floyd, que morreu após ser asfixiado por oito minutos e 46 segundos por um policial.

Confira o vídeo na íntegra:

Salgadinho e Alexandre Pires lançam single ‘reencontro’ para o dia dos namorados

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Amigos há mais de 30 anos, os cantores Salgadinho e Alexandre Pires,
duas das figuras mais icônicas do samba e do pagode, acabam de anunciar
o lançamento do single “Reencontro”. Em parceria inédita, a faixa
chega aos apps de música e no Youtube no dia 10 de junho, quarta-feira.

“Reencontro” é a primeira parceria entre os cantores e marca a consagração de uma amizade inabalável entre eles. “Lá se vão mais de 30 anos de uma amizade intacta, inabalável e cheia de respeito e admiração mútua”, contou Salgadinho.

A canção conta a história de um final de um relacionamento, que acaba
ganhado uma segunda chance do destino e uma nova oportunidade para
finalmente ter um final feliz.

“Assim que recebi a faixa, achei que era a cara dele. Como nunca
havíamos feito nada juntos, achei que seria o momento perfeito para
coroar nossa amizade e fiz o convite. Não poderia estar mais feliz!
Tudo aconteceu no momento que deveria acontecer”, revela o cantor Salgadinho.

“A Bird Called Innocence” O artista Samuel de Saboia apresenta sua primeira solo

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O artista Recifense de apenas 22 anos já fez exposições para New York, Paris e Los Angeles. Mostrou suas conexões espirituais e retratou a violência do Brasil em seus quadros. Hoje, Samuel mostra suas novas obras em Zurique, Suíça.

Com quadros cheios de dramacidade e emoções, Samuel começou a pintar sozinho aos 12 anos. Os pais, que são pastores, pensaram que ele estava ‘possuído’ por forças malignas, mas a arte de Samuel é mais profunda do que isso, ela nos faz refletir e alcançar aos céus sem sair da terra. A exposição está disponível entre 6 de junho a 15 de agosto no Centro de Arte Contemporânea Löwenbräukunst, o artista demostra uma nova serie de 19 peças, 10 pinturas e 9 esculturas, feitas entre Recife e Zurique. “No meio do caos fico feliz de trazer vida e de continuar a mostrar que somos possíveis”, explica ele.

Inocente. 40×60. Foto/Reprodução: Instagram, Samuel de Saboia.

Além de suas telas, existe esculturas nessa nova exposição. Em uma delas, chamada Mariposa, Samuel retrata a transformação do ser humano em borboleta, mostrando a associação do homem aos seus milhares de seres.

Samuel explica para a revista Gama que “No primeiro dia em Zurich fui avisado que meu avô faleceu! Um homem lindo, sabe? Representante e patriarca de uma família preta, dono de um senso de humor absurdo. Cheguei aqui achando que o veria mais uma vez. Foi daí que veio o título, “Um Pássaro Chamado Inocência”. O ato de pegar o avião achando que iria vê-lo de novo”, relata o Samuel em conversa com a artista Igi Ayedun.

Vindo de um bairro muito pobre do Recife, Samuel chegou a ser comparado com Baskiat – artista estadunidense e neo-expressionista – por vim de família pobre e periférica, assim como ele. Diante de quadros e exposições que mostram sua verdadeira alma, Samuel só pode ser comparado com o próprio Samuel. Não há igual!

Vinhos: a relação do continente africano com esta bebida vai além da África do Sul

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De acordo com o mais recente relatório da Organização Internacional de Vinhos, o Brasil é o 18º maior produtor mundial da iguaria, tendo grande parte de sua produção concentrada no sul do país. Porém, no nordeste, o Vale do São Francisco ganha destaque não apenas por ser a 2ª região neste ranking nacional, mas por ser a única do mundo a produzir vinho o ano todo, colhendo uvas até 3 vezes ao ano.

Apesar de ter como produtores mundiais de destaque a França, Itália e Espanha, o mar mediterrâneo também favorece países do continente africano, como é o caso da Argélia, Tunísia e Marrocos, que também fabricam o produto, mas foi no Egito que os primeiros registros da produção foram feitos, entre 1000 e 3000 a.C, descrevendo etapas como colheita, pisada, prensagem, fermentação, engarrafamento e vedação, rotulagem e armazenamento. Os egípcios conheciam com tanta precisão este procedimento e as uvas que são considerados os primeiros enólogos da história. 

Como se vê, tratando-se de África, os holofotes para produção de vinho estão mesmo na África do Sul, que ocupa a 8ª posição do ranking global e assume também o posto de principal exportador da famosa bebida à base de uva do continente. O país é grande produtor de Cabernet Sauvignon e Chenin, mas Pinotage é o queridinho do país, visto que surgiu lá, resultante de uma combinação das uvas Pinot Noir e Cinsaut.

Observando estes diferentes tipos de uvas e vinhos, parece existir uma relação exclusiva entre a classe alta e a bebida, assim como era no Egito, onde era acessível apenas à realeza e elite, e até os deuses sepultados tinham, junto aos túmulos, jarras (ânforas) para apreciação pós-vida. Mas, para uma das poucas negras do único curso superior de Bacharelado em Enologia do Brasil, Larissa Bezerra, de 29 anos, vinho não deve ser considerado uma bebida elitizada e pode ser apreciado em momentos que vão da faxina ao casamento glamouroso! “Vinho bom é o que você gosta” enfatiza ela, recomendando que quem deseja iniciar ou aprofundar sua apreciação experimente o  número máximo de tipos de vinho, assim poderá formar uma opinião do que agrada o seu paladar.

“Eu tenho um gosto muito eclético pra vinho, e, particularmente, acho isso uma coisa positiva, porque existe uma infinidade de vinhos no mundo pra ser experimentada, então eu não me limito muito. Mas, geralmente, os vinhos que eu consumo são espumantes e rosés, os que mais agradam meu paladar”, diz Larissa, futura enóloga, uma cientista do vinho que estuda desde a plantação da videira, produção do vinho até a sua comercialização. Natural de Porto Seguro, na Bahia, se apaixonou por vinhos durante uma experiência de trabalho em um hotel, onde apresentava opções de vinhos aos hóspedes, uma das atividades de um sommelier, que estuda e trabalha com o vinho após a sua produção. Buscou aprimorar seu conhecimento no ramo com livros até ingressar na Universidade Federal de Pampa, no Rio Grande do Sul, e hoje deseja se tornar uma produtora de vinho, sendo referência e entrando assim para uma pouco comentada lista de produtores negros do item, onde prevalecem norte-americanos e sul-africanos.

Gostou e quer saber mais? Além de Larissa (@enotrajectory), que deseja que mais pessoas negras possam entrar na universidade e se tornem referências no assunto, há outros perfis interessantes para inspirar e compartilhar mais sobre o mundo dos vinhos, seguindo assim uma tradição ancestral e cada dia mais atual:

  • Ricardo Gonçalves (@mister.vinhos)
  • Monique Berçot (@moniiquebercot)
  • Confraria das Pretas (@confrariadaspretas)
  • Aretha Prazeres (@sobre_prazeres)
  • Ray Cachoeira (@bagagemdaray)
  • Kenedy Santos (@sommelierkenedysantos)

Pretos no ENEM: referências negras para você se inspirar

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Danrley de Freitas Foto: Reprodução Instagram

Quando a ancestralidade e o nós por nós é a chave para continuar a caminhada dos estudos em meio à incerteza da pandemia

Por Camila da Silva

@silva.jornalismo

Mesmo o perfil dos estudantes do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) sendo majoritariamente negro, somando 3 milhões (59,1%) dos estudantes que prestaram o exame no ano passado, as referências e o apagamento do conhecimento científico e ancestral entre a população preta ainda persiste, ao procurar no Google “vestibulandos para seguir no instagram”, os primeiros rostos a aparecerem são os brancos. Em um dos portais que listam 20 contas de estudantes e professores como referência, apenas 25% são negros, ou seja, 5 entre os 20 perfis. 

Essa invisibilidade, chamada tecnicamente de Epistemicídio, fazem com que as referências dentre diversos temas como a Educação sejam majoritariamente brancas, do currículo das escolas às universidades, quase que de forma natural, a morte começa pelo apagamento histórico. Nesse momento, no qual, o ENEM foi adiado e as respostas governamentais para os cuidados com alunos e professores são quase nulas, pensar no futuro se torna ainda mais difícil. Pensando nisso a iniciativa Pretos no ENEM já fez a ponte entre 4 mil voluntários e 5 mil alunos que ainda não puderam pagar a taxa de inscrição (R$85) do exame. 

Além disso, elencamos aqui sete perfis, entre os studygrams de vestibulandos, universitários e profissionais dos cursos de graduação mais procurados pelos estudantes em conjunto com referências das histórias pretas dessas profissões.

‘Pedagogia e Letras’

Daniella Kelly – @estudaeguria

Compartilhando resumos, dicas de estudo e as angústias de ser vestibulanda, a estudante natural de Olinda (PE) já soma 12 mil seguidores em seu instagram de estudos.

Millena Correia – @alem.deletras

De Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, Millena, agora estudante de Letras, compartilhou sua jornada como vestibulanda e continua como universitária, pautando em seu perfil alguns temas recorrentes do ENEM e dicas de gramática. 

https://www.instagram.com/p/B9A-4dEjcAA

Os dados mais recentes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o perfil dos professores das redes estaduais e municipais no Brasil mostram que cerca de 1 milhão dos profissionais atuantes são negros, sendo 44% do total e ainda, de forma mais evidente, as mulheres negras, sendo 83% desses profissionais. O mesmo nem sempre se revela quando olhamos para o Ensino Superior, no entanto, temos as referências que vêm de longe, Katemari Diogo da Rocha, professora doutora em Ciências pela Columbia University in the City of New York (EUA), produziu em 2015 a pesquisa “Contando nossa história: Negras e Negros nas Ciências, tecnologias e engenharias no Brasil”, com o intuito de criar um banco de histórias protagonizadas por cientistas negros brasileiros. E no documentário Flores de Baobá, da cineasta Gabriela Watson Aurazo, encontramos paralelos do cotidiano de educadoras negras no Brasil e nos Estados Unidos. 

‘Medicina’

Já no curso mais concorrido e procurado pelos estudantes, temos Maria Odília Teixeira, baiana de São Félix do Paraguaçu se formando em 15 de dezembro de 1909, inovando na sua tese inaugural na pesquisa de tratamento da cirrose, enquanto as sete médicas anteriores debruçaram-se sobre tocoginecologia ou pediatria.

Bruna Azevedo dos Santos – @pretanamedicina

O protagonismo dessa estudante à rendeu, além de inspiração para outros estudantes, o reconhecimento como embaixadora do Descomplica, um dos maiores cursinhos pré-vestibular online e também do aplicativo de foco para estudos e outras atividades, o Flipd-The Digital. Além do ENEM, ela também compartilha dicas para as provas regionais de SP.

Jenyfer Lopes – @jenystudy

Jenyfer, também é embaixadora do Descomplica, além do ENEM, compartilha seus estudos para o vestibular da Universidade de Brasília (UnB). Ela está no segundo período de Biologia no Instituto Federal de Brasília e concilia seus afazeres do instituto e os pessoais com o estudo para o vestibular. No seu perfil também disponibilizou cupons de desconto para outros vestibulandos estudarem online e modelos de cronograma para organização.

https://www.instagram.com/p/B6V3gy-gWQu

Danrley de Freitas – @danrleydefreitas

Estudante de medicina de Viçosa (MG), Danrley compartilha as especificidades do curso no seu IG e também no seu canal do youtube, com oficinas de redação, dicas e macetes na área de exatas, além de apostilas em PDF para outros estudantes.

‘Direito’

Bianca Nogueira – @biajuridica

Nem todo mundo tem o privilégio de estudar e não trabalhar, certo? 

É essa a rotina que a paulista Bianca Nogueira compartilha em seu instagram, como conseguir o tão esperado estágio mas mesmo assim não pegar DP na faculdade. Além dos estudos universitários ela disponibilizou em um drive (que está nos destaques do seu instagram), material de estudo de línguas que ela mesma usa para aprender de forma autônoma inglês e espanhol.

Mari – @direitostudies

Entre leituras, estágio e provas da faculdade, Mari mostra, agora já no final de sua graduação, a sua rotina na UFRJ, também em conjunto com outras estudantes debatem assuntos como em “Os caminhos das universidades públicas”, debatido com Luana Gomes da UFG, do @foco.nodireito.

No direito brasileiro Esperança Garcia, mulher negra escravizada é a primeira advogada piauiense, que foi reconhecida, em 2017, pela OAB/PI. Em 1770, ela escreveu uma petição ao governador da capitania em que denunciava as situações de violências pelas quais ela, seus filhos e suas companheiras passavam e pedia providências. Dia 06 de setembro, data de escrita da carta, foi instituído o Dia Estadual da Consciência Negra, no Piauí, em 1999. Em 2016, foi criada a Pós-Graduação em Direitos Humanos em sua homenagem, em Teresina/PI.

Sendo a primeira, abre portas para muitas em outras gerações, como a da advogada Lisiane Lemos (@lisianelemos), 30, de Pelotas, interior do Rio Grande do Sul, que foi reconhecida em 2018, premiadas na categoria empreendedorismo do Most Influential People of Africa Descent (MIPAD), da ONU (Organização das Nações Unidas) como um das jovens negras mais influentes do mundo. Hoje é conselheira da ONU e Gerente de Negócios da Google

Esporte Espetacular deste domingo aborda o tema racismo com jornalistas e atletas negros

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O Esporte Espetacular deste domingo (7) vai seguir o exemplo de vários programas da casa…Dar voz aos negros. O programa terá reportagens especiais sobre o que tem acontecido nos Estados Unidos e o posicionamento dos atletas brasileiros sobre o que acontece aqui no Brasil com as mortes de João, Matheus e Miguel.

Além disso, o jornalista e karateca Diego Moraes participará do programa junto com colegas de profissão, narradores e comentaristas negros da emissora contando sob a ótica de cada um o que acontece no Brasil e no mundo e o que acontece nas suas vidas desde que perceberam e tomaram consciência das consequências do racismo. “Não é proibido brancos falarem sobre racismo, mas de racismo só preto pode falar. Podemos falar sobre vários assuntos, agora discutir o que sentimos, só podemos nos expressar quando sentimos. Por isso é importante quando o racismo vem à tona, os negro terem voz e trazer o olhar, o sentimento do negro do que ele vive no dia a dia. Nós não deveríamos pedir espaço pra falar das nossas sensações, deveríamos ser convidados pra falar e sermos ouvidos.”, disse Diego.

Em entrevista ao Mundo Negro Diego Moraes falou sobre toda articulação e movimento que está surgindo por parte da sociedade branca em prol de apoiar o movimento negro: “Acredito que estamos num processo e num movimento cada vez maior dos brancos entenderem que o racismo estrutural é um problema que eles criaram e podem resolver também, nos dando voz. Nos deixando ocupar espaços de destaque e liderança nas empresas. Diversidade é uma palavra muito bonita pra ficar na fachada, mas tem que estar presente nas atitudes do dia a dia. O que vai acontecer depois as manifestações esfriarem? Não faço ideia. Mas espero que a mudança não seja em passos lentos, seja em passos urgentes”.

Confira os participantes dessa edição do Esporte Espetacular:

Julio Oliveira – narrador

Thiago Oliveira – apresentador

Karine Alves – apresentadora

Debora Gares – repórter

Denise Bastos – repórter

Lucas de Sena – repórter

Rodrigo Franco – repórter

Diego Moraes – repórter

Grafite – comentarista e ex-jogador

Paulo Cesar Oliveira – comentarista e ex-árbitro

PC Vasconcelos – comentarista

Esporte Espetacular deste domingo aborda o tema racismo com jornalistas e atletas negros

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O Esporte Espetacular deste domingo (7) vai seguir o exemplo de vários programas da casa…Dar voz aos negros. O programa terá reportagens especiais sobre o que tem acontecido nos Estados Unidos e o posicionamento dos atletas brasileiros sobre o que acontece aqui no Brasil com as mortes de João, Matheus e Miguel.

Além disso, o jornalista e karateca Diego Moraes participará do programa junto com colegas de profissão, narradores e comentaristas negros da emissora contando sob a ótica de cada um o que acontece no Brasil e no mundo e o que acontece nas suas vidas desde que perceberam e tomaram consciência das consequências do racismo. “Não é proibido brancos falarem sobre racismo, mas de racismo só preto pode falar. Podemos falar sobre vários assuntos, agora discutir o que sentimos, só podemos nos expressar quando sentimos. Por isso é importante quando o racismo vem à tona, os negro terem voz e trazer o olhar, o sentimento do negro do que ele vive no dia a dia. Nós não deveríamos pedir espaço pra falar das nossas sensações, deveríamos ser convidados pra falar e sermos ouvidos.”, disse Diego.

Em entrevista ao Mundo Negro Diego Moraes falou sobre toda articulação e movimento que está surgindo por parte da sociedade branca em prol de apoiar o movimento negro: “Acredito que estamos num processo e num movimento cada vez maior dos brancos entenderem que o racismo estrutural é um problema que eles criaram e podem resolver também, nos dando voz. Nos deixando ocupar espaços de destaque e liderança nas empresas. Diversidade é uma palavra muito bonita pra ficar na fachada, mas tem que estar presente nas atitudes do dia a dia. O que vai acontecer depois as manifestações esfriarem? Não faço ideia. Mas espero que a mudança não seja em passos lentos, seja em passos urgentes”.

Confira os participantes dessa edição do Esporte Espetacular:

Julio Oliveira – narrador

Thiago Oliveira – apresentador

Karine Alves – apresentadora

Debora Gares – repórter

Denise Bastos – repórter

Lucas de Sena – repórter

Rodrigo Franco – repórter

Diego Moraes – repórter

Grafite – comentarista e ex-jogador

Paulo Cesar Oliveira – comentarista e ex-árbitro

PC Vasconcelos – comentarista

Esporte Espetacular deste domingo aborda o tema racismo com jornalistas e atletas negros

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O Esporte Espetacular deste domingo (7) vai seguir o exemplo de vários programas da casa…Dar voz aos negros. O programa terá reportagens especiais sobre o que tem acontecido nos Estados Unidos e o posicionamento dos atletas brasileiros sobre o que acontece aqui no Brasil com as mortes de João, Matheus e Miguel.

Além disso, o jornalista e karateca Diego Moraes participará do programa junto com colegas de profissão, narradores e comentaristas negros da emissora contando sob a ótica de cada um o que acontece no Brasil e no mundo e o que acontece nas suas vidas desde que perceberam e tomaram consciência das consequências do racismo. “Não é proibido brancos falarem sobre racismo, mas de racismo só preto pode falar. Podemos falar sobre vários assuntos, agora discutir o que sentimos, só podemos nos expressar quando sentimos. Por isso é importante quando o racismo vem à tona, os negro terem voz e trazer o olhar, o sentimento do negro do que ele vive no dia a dia. Nós não deveríamos pedir espaço pra falar das nossas sensações, deveríamos ser convidados pra falar e sermos ouvidos.”, disse Diego.

Em entrevista ao Mundo Negro Diego Moraes falou sobre toda articulação e movimento que está surgindo por parte da sociedade branca em prol de apoiar o movimento negro: “Acredito que estamos num processo e num movimento cada vez maior dos brancos entenderem que o racismo estrutural é um problema que eles criaram e podem resolver também, nos dando voz. Nos deixando ocupar espaços de destaque e liderança nas empresas. Diversidade é uma palavra muito bonita pra ficar na fachada, mas tem que estar presente nas atitudes do dia a dia. O que vai acontecer depois as manifestações esfriarem? Não faço ideia. Mas espero que a mudança não seja em passos lentos, seja em passos urgentes”.

Confira os participantes dessa edição do Esporte Espetacular:

Julio Oliveira – narrador

Thiago Oliveira – apresentador

Karine Alves – apresentadora

Debora Gares – repórter

Denise Bastos – repórter

Lucas de Sena – repórter

Rodrigo Franco – repórter

Diego Moraes – repórter

Grafite – comentarista e ex-jogador

Paulo Cesar Oliveira – comentarista e ex-árbitro

PC Vasconcelos – comentarista

Justiça para Miguel: O movimento negro e nordestino foi às ruas motivado pela morte do garoto de 5 anos

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Foto: Joe Andrade

Texto e imagens: Joe Andrade *

Estamos em uma pandemia mundial as recomendações da  OMS é para que fiquemos em casa, mas o  assassinato brutal  de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos fez com que a população recifense saísse nas ruas para protestar contra a impunidade que é privilégio branco nesse país.

Miguel foi morto  na última terça-feira (02), após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas, localizado no bairro de São José, no centro  do Recife.  A mãe do Miguel trabalhava como empregada doméstica para Sarí Gaspar  Côrte Real e o atual prefeito de Tamandaré Sergio Hacker Corte Real que mesmo o país passando por uma pandemia não dispensaram suas empregadas.

Sari pediu para que Mirtes levasse sua cadela para passear, nesse intervalo de tempo a mãe do Miguel confiou em sua patroa para observar o seu filho, a próxima vez que Mirtes veria seu filho seria estirado no chão, morto. Sarí Gaspar  Côrte Real  foi autuada por homicídio culposo por ter deixado a criança sozinha no elevador, a  primeira dama pagou 20 mil reais de fiança e responde em liberdade.

O ato contra essa impunidade  foi organizado pela família do Miguel e recebeu um grande apoio do movimento negro local, faixas, gritos de revolta e uma tremenda dor tomou conta do ambiente.

Um pouco antes do protesto começar, carros passavam buzinando e ouvia-se gritos ‘’ ASSASSINA!’’.  Nossas vidas valem 20 mil reais? E se fosse o contrário? Provavelmente o rosto de Mirtes estaria estampado nos principais jornais. A impunidade quando o assassino é um sujeito branco fica evidente nesse caso. 

https://twitter.com/sitemundonegro/status/1268989611587616769

Estamos em isolamento social, quebramos uma recomendação importantíssima  da OMS porém não dá para ficar em casa no meio de tanta impunidade. Mesmo dentro de casa estamos morrendo. O  Miguel  morreu duas vezes, quando caiu do nono andar  e pela  pela negligência desse Estado racista.  

Existe um grande mito na internet onde acredita-se que o movimento negro brasileiro não se mobiliza quando trata-se de injustiças. Nesta sexta-feira (05/06/2020) um movimento negro e nordestino esteve nas ruas por Miguel e por tantas outras pessoas negras vítimas do nosso deste estado genocida. A mobilização acontece.  Sem pandemia ou com pandemia nós não deixaremos que essas mortes passem em branco. deixamos passar em branco!

Fique em casa, mas se tiver que sair que seja para protestar contra o extermínio da população negra.

* Joe Andrade é estudante de Teatro na UFPE é criadora da página Desenrolando no Facebook.

PEC das domésticas completa sete anos com a maioria sendo mulher negra e sem direitos

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Fotografia: Zanele Muholi

O debate da morte de Miguel mostra, além de tudo, uma realidade gritante da sociedade brasileira, a deslegitimação e excludência da empregada doméstica. Mirtes, mãe de Miguel, mulher preta e periférica que trabalhava limpando a casa de outros e sem seus verdadeiros direitos reconhecidos, é a representação de mais de 3,9 milhões – entre 6,2 milhões empregadas domesticas – de mulheres negras e brasileiras.

No ano de 2020, a PEC das Domésticas completa sete anos com uma realidade não muito diferente de 2013, ano em que foi assinado a lei que dava mais direitos a essa população. A renda mensal desse público, muitas vezes, ainda é menor do que um salário mínimo e a carga de trabalho excede o limite estabelecido. Muitos patrões arrumaram uma solução para não obter vínculos com suas empregadas ou precisar assinar suas carteiras de trabalho, as diaristas.

No ano de 2018, o número de trabalhadoras domésticas com carteira assinada desce a 43,5%. Sendo composta em sua maioria por mulheres (95,6%) e com um grande percentual de mães que não completaram o ensino básico educacional.

A historiadora e rapper Preta Rara, que trabalhou como empregada doméstica por sete anos, descreve em seu livro ‘Eu, empregada doméstica’ relatos sobre a profissão e fala que conseguiu entender a representação da função para os empregadores. Segundo a mesma, “O que eram as mulheres pretas escravizadas, hoje são as empregadas domésticas e as senzalas é o quartinho da empregada”.

Preta Rara explica, ainda, que o trabalho doméstico é hereditário para mulheres pretas. Assim como ela, sua mãe e sua avó também foram empregadas. Romper com esse ciclo é extremamente complexo e demanda anos de luta. “Esse não pode ser o único lugar para essas mulheres”, relata.

A Emenda Constitucional 72 homologada no ano 2013, também chamada de PEC das Domésticas, reconheceu que a classe precisa de direitos centrais. Como recebimento de um salário mínimo ao mês, pagamento garantido por lei, jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 semanais e hora extra. Contudo, os índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, cada dia mais, a informalidade cresce na área.

Mulheres que são contratadas como Mirtes – que trabalhava na casa do prefeito de Tamandaré, Estado de Pernambuco, e constava na folha de pagamento da prefeitura – demostram que a irregularidade da profissão só aumenta.

A desqualificação das empregadas é ainda mais exorbitante quando são mulheres negras. O racismo deixa escancarado sua relação com a profissão quando as profissionais são desrespeitadas e ridicularizadas em seu ambiente de trabalho. Silva Santos, presidente do Sindicato Das Empregadas de São Paulo, falou em uma entrevista para o site ‘Gênero e número’ que vêm recebendo inúmeras denúncias de abusos e ameaças raciais.

Diante de uma herança escravocrata, nota-se que as antigas amas de leite e mucamas são as cozinheiras, governantas, lavadeiras e babás de hoje em dia.

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