Em uma junção do iorubá com a língua portuguesa, “Mo Fé Tu” é uma invenção poética que expressa uma nova forma de dizer “Eu te amo”. É a segunda música da Live Session do projeto “AfroLove Songs ou A Canção Urbana de Amor Política”, que tem três lançamentos previstos até agosto.
A cantora Nara Couto, convidada especial do single, ficou conhecida pela música“Linda e Preta” e está trabalhando em seu primeito disco. Além de cantar, ela é diretora, atriz e coreografa. Já dançou com o Balé Folclórico da Bahia e com a conterrânea Daniela Mercury, por exemplo, e é uma promessa da música brasileira.
A parceria de Muato com o ator e compositor Danilo Mesquita começa com a expressão “um pedaço de rua”, fazendo referência à moradia do casal. “Essa música traça um paralelo sutil e sensorial que questiona os limites da rua (espaço público) e da casa (espaço privado) com a própria relação amorosa em si. Quando compus, estava refletindo sobre a propriedade privada e fazendo uma relação entre os contextos sociais e amorosos em torno dela”, conta Muato.
Em “AfroLove Songs ou A Canção Urbana de Amor Política”, Muato cria uma abordagem poética onde direciona o olhar para as questões político-sociais interferindo na forma de se viver os amores. Essas criações são regidas por formatos diversos de Love Songs temperadas com uma poesia imagética e um flerte estético entre a Canção Brasileira, o Hip-Hop, o Pop e o Jazz.
Queridinho do momento, o ácido hialurônico é uma mega aliado das crespas e cacheadas A gente fala de hidratação e logo pensa em óleos e cremes e esquecemos na importância da água como componente essencial para nossa beleza da pele e dos cabelos. O ácido hialurônico é uma molécula que todo mundo tem presente no organismo e que tem como função principal atrair a água em partes do corpo garantindo a hidratação. Acontece que com a idade, sobretudo após aos 25 anos, essa molécula começa a diminuir.Se na pele sua escassez se transforma em ruga, nos cabelos se transforma em ressecamento, frizz e pontas duplas.
“O ácido hialurônico forma um filme na superfície dos cabelos, que irá proteger da desidratação, e absorver água. Portanto é um agente hidratante”, explica a dermatologista Dra. Camila Rosa que destaca a melhora na aparecia dos fios quando essa substância é usada nos cremes para cabelo e shampoos.
A dermatalogista Camila Rosa – Foto: Reprodução Instagram
Outro benefício da molécula para cabelo é a regeneração dos fios. Devido a sua ação hidratante e preenchedora, ele protege a fibra capilar e evita a abertura das cutículas, retendo o tratamento no interior dos fios. Isso não apenas repara os danos como evita a quebra e dá mais brilho às madeixas. Para quem tem cabelo fino ou poroso, o ativo também é certeiro, deixando os fios mais encorpados e saudáveis.
É produtinho que você quer?
Imagine ter um potencial de hidratação quatro vezes maior que nos cremes normais. O Creme Noturno Elseve Hidra Hialurônico (R$ 29) da L’Oreal Paris promete compensar a hidratação que a gente perde quando nosso cabelo fica em contato com o travesseiro quando dormimos . É passar o creme e dormir. Não precisa de enxágue.
O Yamasterol Ácido Hialurônico (R$ 26) promove tratamento de dentro para fora. A formulação ainda combina os benefícios do Colágeno Vegetal – que mantém a resistência, elasticidade e flexibilidade dos fios. Além disso, a presença do Óleo de Rícino ainda reforça a hidratação e cuida da saúde do couro cabeludo, e somado ao D-Pantenol da mais vitalidade e revitalização aos fios proporcionando brilho intenso.,
O Spray Condicionante BC Hyaluronic Moisture Kick (R$ 87) tem a potência da hidratação do hialurônico como aliada no processo de desembaraçar os fios de cabelos mais delicados. Fios crespos secos amam se tornar em nós.
O creme de umectação Truss Alexandre Herchcovitch Perfect – Máscara Capilar (R$ 118) ataca a porosidade dos fios por meio da combinação do ácido com outras substâncias como pantenol e colágeno.
Michel Dias Costa, conhecido na cena musical como Rashid, lançou recentemente “Diário de Bordo 6”, seu primeiro single após um ano sem lançamentos. A canção tem participação do paraibano Chico César e é mais uma parceria de Rashid com um artista referência na música (o rapper já gravou com Mano Brown, Drik Barbosa, Ellen Oléria, Terra Preta, entre outros).
“Diário de Bordo 6” é uma pancada sonora que destoa do que se vê estourando em visualizações no Youtube. A letra, como característica do artista, é uma crônica do nosso cotidiano, usando um texto cinematográfico para relatar as mazelas de um mundo que parece não ter rumo e a reação das pessoas diante da realidade: No meio dos defensor da família/ Que só não defende se a família for preta/ Bancada da Bíblia, da bala e do boi/ tudo lado a lado/ Esse é o BBB que me rouba a brisa”, acusa o músico logo de cara.
Imagem: Divulgação/Kleber Oliveira
A parceria nasceu após se conhecerem nos bastidores de um show e após entrevistar o cantor para uma live da Twitch a relação se estreitou. Quando Rashid compôs “Diário de Bordo 6”, no início de 2021, enviou para Chico César que respondeu confirmando a participação. Meia hora depois o paraibano enviou um áudio pelo direct do Instagram que sumiu após uns minutos, colocando a melodia no limbo da internet. Essa história é contada aos risos por Rashid. Três dias depois as vozes de Chico César estavam gravadas.
Logo após o lançamento do ótimo disco, “Tão Real”, o mundo parou por causa da pandemia e o trabalho não ganhou turnê e o carinho do público ao vivo. “Tinha acabado de lançar e não tive a oportunidade de virar o país, fazendo shows.. Fiz um único show de lançamento em São Paulo, que foi incrível e isso meio que demonstrava o que seria, né? A gente ficou nessa, tipo o gato de Schrodinger. ‘o bagulho vai ser pá, mas nunca saberemos.’ Isso me colocou a pensar no sentido de várias paradas e por isso eu dei um passo para trás”, reflete Rashid.
Como muitos brasileiros, Rashid ficou na dúvida sobre como se daria o trabalho em um cenário tão atípico quanto uma pandemia. A indústria da música precisou se reinventar, mas cada estilo tem um nicho de público se comportando de forma distinta assim como seus artistas. Para o rapper, se trancar no estúdio e passar o dia produzindo batida foi uma forma de se achar, assim como trocar esses sons com os amigos por whatsapp e trocando experiências como se fosse o início da carreira. “O sentido estava aí. Estou buscando cura nas minhas músicas, mas não via sentido em ‘preciso colocar isso para fora, as pessoas precisam ver isso aqui que é super urgente’. Na real eu não estava nem sangrando, mas colocando algumas emoções para fora, que era o que eu queria ouvir”, afirma.
Imagem Divulgação/Kleber Oliveira
Enquanto as lives de música festiva e os clipes de trap ostentando festa e riqueza pipocavam, o garoto do Lauzane pensava sobre a necessidade de criar canções que refletissem o momento e que daqui 50 anos seja lembrada como um diário, que por consequência é o nome da série de singles ‘Diário de Bordo’. “Quando a gente olha para o período da ditadura, tem várias músicas que a gente pode usar como referencial. Já que na escola a gente não aprendeu da forma mais devida e correta sobre aquele período e hoje se levanta muita dúvida de como foi aquele período, os artistas foram lá e deixaram seus retratos”, aponta.
Já se pode dizer que no futuro, Rashid estará entre um dos cronistas de seu tempo. Surgiu com uma geração que nos deu Emicida e o reconhecimento de Criolo. Os três caminharam para o caminho de virarem referência, assim como o ídolo maior do rap, Mano Brown. Ainda que a comparação pareça absurda, muitos meninos vão conhecer a turma surgida nos anos 10 antes de ir para a velha guarda e isso é louvável. Pegar um bastão pesado e manter aceso o interesse pelo rap dentro de uma indústria bombardeada por marketing de dupla sertaneja é uma tarefa árdua.
“Eu fico pensando que daqui 50 anos vai ter vagabundo discutindo se isso tudo aqui rolou mesmo ou foi um plano dos comunistas, da Globo com o resto do planeta para derrubar o cristianismo no mundo. Aí a música que a gente faz é uma forma de colocar uma pedra no caminho e afirmar que esse bagulho aconteceu”, diz o músico que faz dessa afirmação um complemento à sua última faixa: “E esse discurso negacionista ‘tá tão no extremo/
De forma insana/ Que às vezes torço/ Tomara que encontre e caia da beira da terra plana”.
Sobre o descolamento da realidade de alguns artistas do rap que continuam lançando clipes em festa, Rashid é lúcido ao entender que a turma mais nova que veio depois ainda não amadureceu totalmente algumas ideias e usam a música para refletir as preocupações da idade. Outro fator é que antes da pandemia alguns começaram a explodir e não tinham mais como voltar atrás na temática, uma vez que foi o que fez o público se identificar. Uma vertente do rap que embarca numa onda que foi bem sucedida com o funk ostentação paulista é o trap. Passando por Dfideliz, Raffa Moreira e o Matuê, sem exceção há um discurso que não é consonante com a imagem tradicionalmente atrelada ao rap, que é a de letras reflexivas e de contestação. “O pessoal do trap vai ter que entrar numa de defender o movimento porque o que mais vai aparecer é gente aparecendo para sugar isso, assim como foi com o rock uns anos atrás. Se deixar eles vão sugar, sugar, sugar e quando não tiver nada eles vão largar mão e deixar cambaleando para ir para próxima coisa que vai dar lucro para eles, entendeu?”, diz Rashid.
Assim como qualquer estilo de música, o rap também sofre com a dicotomia “entretenimento vs relevância cultural”. Não que não se possa casar os dois e isso também é motivo para reflexão do compositor: “Tem o entretenimento e o movimento cultural e o trap já se mostrou muito bem sucedido enquanto entretenimento e agora é hora de se mostrar bem sucedido enquanto movimento cultural também. Agora é o momento desses artistas que estão na linha de frente do trap entenderem que geram lucro e quem gera lucro gera interesse e a gente tem que tomar cuidado com os interesseiros. Em determinado momento vão querer largar a gente com uma mão na frente e outra atrás e a gente precisa se proteger”, diz Rashid com a experiência de quem vem transitando pela cena há mais de dez anos. “A cultura tem que ser protegida. Ela é nosso tesouro”, conclui.
Como qualquer ser humano minimamente consciente, Rashid precisou usar válvulas de escape que precisavam ir além da própria música. Se por um lado versos raivosos como “minha caneta tava engasgada/ deixa ela cuspir”, por outro é necessário respirar longe das notícias e só abrir concessão de informação para mensagens da mãe. “A saúde mental é uma pauta no rap, uma pauta no movimento negro, na sociedade em geral. Em vários momentos me pergunto se eu estou bem ou eu estou me fazendo de forte?”, se pergunta. Com atual cenário político e econômico do país é natural que quem use arte como inspiração trave ou se sinta impotente, entende o rapper que para ajudar a respirar joga videogame com irmão mais novo e iniciou o podcast com a esposa, “Cama Mesa e Trampo”, onde conseguiram resolver alguns problemas de diálogo entre o casal.
Imagem: Reprodução do clipe “Diário de Bordo 6”
No início da década , Rashid tinha a imagem ligada a outros dois nomes que emergiram da cena: Projota e Emicida. Autodenominados como “3 temores” e chamaram atenção no feat da música “Nova Ordem. Sobre Projota, Rashid nega que houve uma cisão, dizendo que o ex-parceiro é mais como um colega de escola que viajou e foi para outra cidade trabalhar de outra coisa. No caso de Emicida as coisas são diferentes. Ambos costumam aparecer nas mesmas listas de melhores discos de rap e aparecem constantemente com artistas que dialogam entre si. Sobre uma das composições em dupla, Rashid conta que Emicida propôs que compusessem uma música que contrariasse as expectativas em relação aos dois. Que não fosse um rap pesado, mas uma canção de apelo pop que resultou no êxito de “Pipa Voada”. Rashid conta ainda que Projota sempre quis enveredar por raps que atingissem a massa, e assim foi. “Eu percebo nitidamente os caminhos que os caras seguiram e tento achar o meu. Eu como caçula da turma fiquei nesse desafio de achar o meu caminho e não ser nem um e nem o outro. Eu enfrentava muito isso de as pessoas dizerem ‘ah, você fez uma música mais assim tipo o Projota, agora você está tipo o Emicida e eu só estava tentando ser tipo eu, né, mano?”, desabafa.
Quem ajudou Rashid a entender algumas decisões a tomar foi Alexandre, vocalista do Natiruts, que falou sobre sua experiência de dar passos atrás no mainstream em momentos oportunos para firmar uma identidade desvinculada de rótulos que grandes sucessos podem trazer.
Apesar de consolidado na cena, ter gravado com Mano Brown, Max de Castro, cantado com Martinho da Vila, Rashid ainda se encanta com as conquistas de sua arte. “Eu observava meus ídolos e ficava contando os dias e as horas, imaginando em que momento eu conseguiria estar perto dessa pessoa. Toda essa magia ainda existe muito. Eu estou na maior ideia com Chico e penso ‘estou fazendo som com Chico César na batida do DJ Caique”, relata com olhos brilhando.
A necessidade de troca faz parte do moleque do Lauzane que abriu espaço na cena. O rapper sente vontade de entender o outro, almoçar junto e acha que pode até se passar por chato devido a isso, mas a empolgação com que fala de seu trabalho contagia e a julgar pelos artistas que aceitam trabalhar em suas composições a impressão se confirma.
A música recém lançada tem um clipe com referências aos dias de confinamento e para o artista é um de seus clipes que mais ajudam a complementar a música.
Como não poderia deixar de ser, o artista reflete sobre os momentos sombrios que assolam o país. Ataques aos quilombolas, indígenas, desmatamento, governo ultraconservador. “No Brasil de Bolsonaro o público do rap mesmo parece não compreender a gravidade das coisas e a gente vê que estamos na ciranda da hipocrisia porque o Bolsonaro é um monstro que foi criado pelos jornais, Jornal Nacional e tal. É um monstro que eles ajudaram a construir, mas talvez eles não imaginavam que seria esse monstro. Eles queriam outra pessoa, mas eles ajudaram a criar esse monstro e ajudaram a gente a entrar nessa ciranda da desmoralização de tudo que pode provocar um pensamento crítico. Ou seja: tiramos o pensamento crítico do caminho e colocamos um monstro”, critica.
Imagem: Divulgação
Tem uma frase que diz que “a história sempre se repete, seja como farsa ou como tragédia”. Para Rashid isso é muito claro. “Na época da ditadura, da marcha da família com Deus já tinha gente dizendo que o Brasil nunca será Cuba. Então é uma coisa antiga. Pessoal acha que está inventando a roda, mas na verdade não. Eles tem opinião formada pela TV e depois atacam essa mesma Tv que formou a opinião deles junto com as informações que recebeu da tia no Whatsapp”, conclui aos risos.
Rashid demonstra ser bem informado sobre tudo que permeia o cotidiano do país, da cultura do cancelamento das quais muitos pretos participam sem perceber que “quem não pode errar é nós” até a falta de autocrítica da esquerda branca. “Muitas vezes um irmão fala uma coisa que não devia e a internet corre para bater o martelo, mas ninguém compreende também que aquela personalidade está em formação. Aquela pessoa também está se formando enquanto ativista, enquanto militante, enquanto jornalista, qualquer coisa! Aquela pessoa está na luta dela para se formar também,e esse momento exige que a gente esteja no fronte opinando sobre várias coisas que às vezes a gente não tem um conceito formado e esse Brasil de hoje coloca a gente nessa situação de estar na linha de frente o tempo inteiro”.
Diante da recente chacina no Jacarezinho, o rapper diz que o acontecido corta o coração e os comentários sobre o caso são de retalhar. Nina Simone disse uma vez que “o artista deve refletir o seu tempo” e Rashid vai deixando um diário de bordo aos que virão.
A Frente Nacional Antirracista, representada pela EDUCAFRO e mais o Centro Santo Dias de Direitos Humanos e Odara Instituto Mulheres Negras, protocolaram no dia 12 de maio, no Tribunal do Trabalho, a primeira ação civil pública da história em que se busca a erradicação do racismo estrutural no ambiente de trabalho no Brasil.
A ação terá como como réu o grupo Atakadão Atakarejo da Bahia, motivada pela morte de Bruno Barros da Silva, de 29 anos, e seu sobrinho Ian Barros da Silva, de 19. Após a dupla, supostamente, ter furtado peças de carne, foram entregues pela segurança do supermercado para traficantes do bairro de Amaralina, em Salvador. Os corpos foram achados no porta-malas de um carro com marcas de tiro e sinais de tortura.
Tio e sobrinhos foram entregues a traficantes após suposto furto de carne (Imagem: Redes Sociais)
As entidades afirmam que “somente um ambiente de trabalho contagiado pela violência racial, permite que empregados recebam ordens para levar pessoas negras para execução”.
A intenção da ação é que medidas contra o racismo sejam tomadas, por exemplo a presença de negros em todos os graus de hierarquia da empresa com a proporcionalidade que reflita a presença preta na sociedade brasileira, além de treinamento focado na aprendizagem dos Direitos Humanos por parte dos funcionários.
Junto às medidas citadas, as entidades intencionam pedir uma indenização de R$207 milhões de reais para serem convertidos em bolsas de estudos para população negra.
Tentamos falar com o Frei Davi, coordenador da EDUCAFRO, mas até o fechamento dessa matéria não conseguimos contato.
Se o que sustenta a beleza é cara, como já brinca Camilla de Lucas a boca é uma parte do rosto bem importante, ainda mais para nós, pessoas negras que temos lábios mais grossos (que tem gente que gasta uma grana para copiar).
Falta de hidratação, alimentação errada, batons ruins são alguns dos fatores que podem comprometer a beleza e a maciez da nossa boca.
Voltando na Camilla , após sair do BBB , a influenciadora passou por um procedimento estético chamado Pump Lips, que pode ser feito somente em clínicas. Resumidamente se trata em uma esfoliação para remover peles mortas e logo em seguida é feita uma potente hidratação.
Foto: reprodução/Instagram
“Esse tipo de procedimento tira esses vincos que aparecem quando o lábio fica ressecado. Eles ficam mais naturais, revitalizam, dão uma nova vida para o tecido”, explica a esteticista Carla Nunes especialista em pele negra que diz que a boca pode chegar até ter um aspecto natural de que acabou de passar gloss.
Mesmo não tendo os resultando dos tratamentos feitos por profissionais, dá para ter bons resultados com técnicas caseiras.
Segue uma dica:
ESFOLIANDO use açúcar refinado ou mascavo, mel e um óleo vegetal, como o de coco, por exemplo. Faça uma pastinha com essa mistura suficiente para você massagear seus lábios. Pessoas negras tendem ter a pele bem delicada quando a boca é bem grande e carnudona, então faça movimentos circulares, mas sempre de forma delicada.
HIDRATANDO Depois de esfoliar e lavar, seus lábios estão implorando por uma hidratação. Ela pode ser feita bom bepantol, manteiga de cacau ou qualquer hidratante facial da sua preferência.
Sabe a receita do quindim? Doce afro-brasileiro feito pelas mãos das mulheres pretas escravizadas e levadas para a cozinha da casa grande e que, com criatividade, adaptaram a receita do “Brisas do Lis” que, na ausência da farinha de amêndoas, utilizaram o coco, que já era abundante, fazendo com que Quindim fosse brasileiro!
Mas se diz que a palavra quindim é de origem africana, provavelmente pertencente à língua quimbundo. Então podemos concluir que o quindim é um doce feito inspirado na receita portuguesa (brisa de lis) com nome africano, mas criado no Brasil por negras africanas escravizadas. É brasileiro, enfim.
Para fazer quindim, é preciso seguir a técnica à risca.
SEPARE: 12 gemas1 xícara (chá) de coco fresco ralado fino (cerca de 100g)
1 ½ xícara (chá) de açúcar
3 colheres (sopa) de manteiga derretida
Manteiga e açúcar para untar e polvilhar a fôrma
Preparo: Derreta a manteiga e, numa vasilha, misture-a ao coco e ao açúcar. Cubra com filme e deixe descansar na geladeira por 1 hora (descanso NECESSÁRIO!)
Enquanto gela, coloque uma peneira sobre uma vasilha média e, numa tigela pequena, quebre um ovo de cada vez.
Use um garfo para furar as gemas e deixe o líquido escorrer para a vasilha. Passe delicadamente as costas de uma colher pela peneira para agilizar o processo, mas sem pressionar demais – peneirar as gemas serve para eliminar a película.
Imagem: Aline Chermoula
Passado o tempo de descanso, retire a mistura de manteiga, coco e açúcar da geladeira, junte as gemas peneiradas e misture com uma espátula para incorporar.
Preaqueça o forno a 180°C.
Unte generosamente com manteiga uma fôrma de 18 cm de diâmetro com furo no meio. Polvilhe com açúcar para cobrir bem a superfície e ainda sobrar uma camadinha fina no fundo da fôrma.
Transfira a massa do quindão para a f̂orma untada. Cubra o fundo de uma assadeira com um pano de prato dobrado, coloque a fôrma do quindão sobre o pano, leve ao forno e, só então, preencha a assadeira com a água fervente até cobrir metade da fôrma.
Deixe assar por cerca 1h30, até a superfície do quindão ficar levemente dourada e sequinha. Para garantir o ponto, espete um palito: ela deve ter uma leve resistência, indicando não estar mais líquida.
Retire do forno e deixe amornar por cerca de 30 minutos, desenforme ainda morno!
Esta mesa não montei hoje, mas ficou tão linda que decidi publicar, o que você achou?
O seu dia pode começar com o Bom dia, Brasil (Globo), apresentado por Heraldo Pereira e terminar com Aline Midlej, na apresentação do Jornal das Dez (Globonews). Os dois jornalistas entregam muito quando o assunto é notícia, análise, profissionalismo em comunicação, além de demonstrar sensibilidade na medida em relação a pautas de Direitos Humanos e da população negra, estabelecem maior representatividade em horários nobres desses tradicionais canais.
A troca de turnos é mútua nessa dança das cadeiras nas Organizações Globo. Heraldo Pereira passou quase quatro anos entrando ao vivo na apresentação do telejornal que começa às 22h, enquanto Aline Midlej completou cinco anos como âncora da Edição das 10 da manhã, ambos na Globonews.
Quem já acompanhava Heraldo Pereira à noite, pode acordar vendo sua atuação na bancada do Bom Dia Brasil, direto de Brasília. Os fãs do telejornal noturno que ele conduzia não ficam órfãos, pois a Aline Midlej passa a conduzir o Jornal das Dez, que se destaca por trazer o noticiário de política, com um time de analistas experientes e com fontes estratégicas.
A Direção de Jornalismo da Globo, em comunicado oficial, destacou qualidades de ambos profissionais e momentos de sua trajetória, até essa troca anunciada nesta sexta-feira (14): Sobre Heraldo Pereira: “Antes de assumir o J10, Heraldo passou pelo Jornal Nacional, tanto na reportagem quanto na apresentação aos sábados, cobriu a Copa do Mundo da África do Sul e foi comentarista no Jornal da Globo, onde se destacou por trazer no fim da noite sempre um aspecto novo da principal notícia do dia. Como repórter, ao longo de quase quarenta anos de profissão, cobriu em Brasília todos os eventos que marcaram a nossa História recente. Agora leva essa bagagem para o Bom dia Brasil” (via G1)
Sobre Aline Midljej: “Aline chegou à Globonews há cinco anos para ancorar o Edição das 10 da manhã e nesse período consolidou a liderança de audiência do canal no horário. Trouxe na bagagem um Prêmio Vladimir Herzog na categoria reportagem de TV. E por aqui mostrou grande versatilidade à frente de um jornal sempre quente, exibido enquanto os fatos ainda estão se desenrolando, mostrando incrível agilidade para transitar por uma larga gama de assuntos” (via G1)
As datas de início dessa nova fase ainda não foram divulgadas. Certamente, são novos desafios – algo que jornalista, geralmente, gosta muito – para os quais ambos já demonstraram estar à altura. Vamos acompanhar!
Tayane Nunes, Flávia Oliveira, Uila Gabriela e Bianca Campos formam o Espaço Ori.
Será que as questões levadas por pacientes para os consultórios de psicologia e psicanálise têm correlação com as experiências de raça, gênero e classe social dos pacientes? O Espaço Ori, criado por quatro psicólogas e psicanalistas negras de Brasília, acredita que sim. Por isso, está oferecendo o curso Racismo, Capitalismo e Psicanálise voltado a profissionais da área.
“É uma tentativa de construir uma psicanálise que consiga dialogar com os aspectos sociais e políticos. Existe um debate corrente sobre a necessidade ou não de estabelecer pontes sólidas entre o sujeito da psicanálise e o sujeito como é conhecido nas ciências sociais. Nós nos posicionamos nisso afirmando esta necessidade, que tem aparecido como falta ou carência de gramática entre profissionais que escutam experiências racializadas na clínica”, explica Bianca Campos, que vai ministrar o curso, ao lado de Flávia Oliveira.
Bianca é psicanalista, psicóloga e pesquisadora de relações raciais na clínica. Flávia é psicóloga, mestre em psicologia clínica e cultura pela Universidade de Brasília, com foco em saúde mental e trabalho, raça e gênero.
PÚBLICO-ALVO — Pode se inscrever no curso qualquer profissional interessado na temática. “Convidamos pessoas que estudem, trabalhem ou se interessem de alguma forma pela psicanálise como ferramenta de compreensão desses complexos que são o racismo e o capitalismo. Existem leituras múltiplas sobre estes temas e aqui a ideia é produzir um olhar pro fenômeno a partir dessas lentes”, explica Flávia Oliveira.
O curso é dividido em três módulos ofertados em encontros semanais com duração de duas horas às quintas-feiras de 19h às 21h, iniciando na primeira semana de junho. A cada cinco pessoas inscritas, vai ser oferecida uma inscrição gratuita, para quem informar a necessidade no ato da inscrição.
ESPAÇO ORI — Ori significa cabeça no idioma yorubá. Mas se refere não apenas à cabeça física, como também aos aspectos emocionais e espirituais da consciência. Em Brasília, é um espaço criado a partir das potências de mulheres negras que entendem este lugar como espaço simbólico de acolhimento, trocas, afeto e revolução.
“Somos um consultório no meio da capital do Brasil, um lugar muito indigesto para a população negra e periférica do Distrito Federal, mas esperamos que nossa presença ativa ajude a humanizar este espaço. Somos um espaço de atendimento e formação conjunta entre nós profissionais e a partir desse encontro, desejamos ampliar a rede de profissionais da psicologia e psicanálise que pensam relações raciais em suas práticas”, explica Tayane Nunes.
Síndrome da Senhorita Morello é a ânsia de uma pessoa branca, que até reconhece seus privilégios, se reconhece nele, mas não consegue entender que pessoas pretas podem ser tão inteligentes e capazes de ter uma vida tão plena quanto uma pessoa branca. Pessoas que se comportam como a Senhorita Morello, professora do Chris na série “Todo Mundo Odeia O Chris” acham que são superiores, seja moral ou psicologicamente e por isso se atribuem o papel de salvadores.
Esse tipo de comportamento, se traduz, por vezes, na postagem fotos de meninos de rua com uma legenda em alerta para seu trabalho de caridade. É aquele fotógrafo que ganha prêmio explorando a fome nos países do continente africano, mas pouco faz para trazer à tona o debate da culpa dos colonizadores.
Na série, a professora do Chris costuma repetir frases que refletem o lugar comum com que os brancos olham para os negros, tendo dificuldade em reconhecer que pessoas negras podem fazer parte de uma família funcional e conseguir empregos que não sejam empregados nas casas dos brancos. Em determinado momento ela diz para o ex-presidiário: Malvo: “Com educação apropriada você poderia fazer tantas coisas! Você poderia ser lixeiro, motorista do carro do lixo, recolher o lixo do carro do lixo, uma lista infinita. ”
Em outro diálogo da série temos um exemplo da visão da Srta Morello sobre o protagonista: – Chris, se você tivesse um pai. Chris: – EU TENHO UM PAI! Prof Morello: Se você soubesse o nome dele!
Senhorita Morello sempre fascinada pela cultura africana
Outra característica é achar que todo preto tem algum poder místico baseado em preconceito com religiões africanas. “Não é educado o senhor jogar sua macumba contra brancos”, diz Morello a Julius (Terry Crews). Não raro, essas pessoas sentem atração pelos corpos pretos. Enxergam de forma hipersexualizada homens e mulheres pretos, mas não acreditam que essas pessoas possam ter relacionamentos duradouros e cheios de afetividade.
É possível identificar o padrão de comportamento da Senhorita Morello em muitas pessoas que estão no campo progressista do espectro político. Ainda que não percebam, reproduzem uma visão estereotipada do que seria ter uma “vida de pessoa preta”. Muitas vezes essas impressões são debatidas dentro de uma bolha onde não se permite a entrada dos próprios negros, como se o indivíduo negro não pudesse ter uma visão válida do que seria a própria vivência em uma sociedade estruturalmente racista.
Depois dessa descoberta ela deduz se Juius é lixeiro ou cafetão
A Senhorita Morello, como muitas pessoas que detém acesso ao conhecimento, até viajam para África, usam turbantes, vestem as capulanas, se encantam com os artesanatos regionais e assim entendem que possam explicar a ancestralidade negra aos próprios negros. Algumas passagens hilárias da série envolvem a surpresa da professora quando confronta uma realidade diferente da que idealiza para comunidade preta.
Não se é uma acusação generalizada, mas uma tentativa de reflexão para entender essas dinâmicas que envolvem quem imagina sempre estar numa posição didática quanto à realidade do outro.
Você pode assistir a todos os episódios de “Todo Mundo Odeia o Chris” pela Amazon Prime Video.
Um fechamento: é como é considerado ‘Tina’, documentário sobre a vida da cantora Tina Turner, que já havia anunciado aposentadoria dos palcos em 2009. Dessa vez, a Rainha da Rock se despede da vida pública com mais um marco em sua carreira coroada de hits de sucesso, turnês mundiais com recorde de público, e inestimável contribuição para a cultura da comunidade negra. Afinal, rock’n roll é coisa de preto, baby!
O registro de quase 2h, dirigido por Dan Lindsay e T.J. Martin, foi lançado na HBO MAX no fim de março e só estará disponível no Brasil em julho, quando a plataforma será oficialmente lançada no país. Mas nós já demos uma espiadinha e mostramos em primeira mão 10 fatos sobre a história dessa mulher lendária que superou uma vida de abusos, alcançou o estrelato e deixou um legado no mundo.
1 – Entre algodões e corais
Tina teve uma infância e adolescência modestas em Nutbush, interior do Tennessee (EUA). Nessa época ainda era conhecida por seu nome de batismo, Anna Mae Bullock, e trabalhava com a mãe e irmãos nas colheitas dos campos de algodão. A diversão na cidade pacata era frequentar a igreja e cantar nos corais. Assim nascia uma estrela!
2 – Agarrando as oportunidades
Na vida adulta começou a frequentar clubes para assistir aos shows de soul music e rock’n roll. Quando o guitarrista da banda de Ike Turner (que viria a ser o seu marido) baixou o microfone para o público cantar, Tina agarrou a oportunidade e soltou o vozeirão, deixando todos boquiabertos. De espectadora, virou cantora principal, e o resto é história…
3 – Um furacão nos palcos
Autodidata é ela! Tina nunca fez aulas de canto ou dança, e possuía essas habilidades inatas em sua performance que chamavam atenção, numa época em que as cantoras eram mais comedidas no gestual. A musa chegou jogando as pernas e tremendo tudo com sua voz gutural e rascante, ofuscando seu parceiro Ike, e pavimentando oinevitável caminho de uma carreira solo e exitosa.
4 – Dizendo não a vida abusiva
Apesar do sucesso estrondoso, Tina vivia uma “vida de morte tortura”, como a própria destacou no filme. Foram 16 ao lado de Ike, sofrendo graves abusos que resultaram em marcas físicas e psicológicas (ela quase morreu ao tentar suicídio tomando vários medicamentos de uma só vez). Exausta e decidida a não mais sofrer violência, resolveu fugir e trilhar um novo capítulo para si. No seu divórcio, saiu apenas com o nome artístico, o qual foi batizado por Ike. Contudo, saiu com o bastante para dar a volta por cima.
5 – Nunca é tarde para (re)começar
Para sedimentar sua imagem como artista solo, Tina fez apresentações em bares, clubes, programas de TV, até conseguir contrato para lançar o seu primeiro álbum, ‘Private Dancer’, em 1984. Foi desacreditada por empresários que hesitaram em investir. Resultado? Vendeu milhões de cópias aos 45 anos de idade, e aos 50 fez uma das maiores turnês mundiais femininas. Isso que é um recomeço!
6 – Um dos maiores sucessos é cover?
“What’s Love Got To Do With It”, um dos maiores clássicos que rendeu um Grammy a Tina Turner, trata-se de uma regravação da banda Bucks Fizz. A cantora não gostou da primeira versão e, por pouco, não aceitou regravar por achar se tratar de uma música muito pop. Contudo, foi convencida a imprimir o “estilo Tina” de voz, e hoje quase ninguém conhece a versão original. Vrá!
7 – Recorde de público no Brasil
Sim, Tina esteve por aqui! Durante a turnê ‘Break Every Rule’ em 1988, ela fez um show no Maracanã para mais de 180 mil pessoas, realizando seu sonho de lotar estádios como uma grande estrela do rock. Lotou tanto que entrou para o Guinness Book com o feito de maior show já apresentado por uma cantora solo. Rainha faz assim, não é?
8 – Inspirando outras mulheres
Em 1986, Tina lançou o seu primeiro livro ‘Eu, Tina – A História de Minha Vida’ como forma de dar um ponto final à insistência da mídia em fazer perguntas e reminiscências sobre o seu passado de abusos. Apesar de ter conseguido o efeito contrário (o livro virou best-seller e os holofotes aumentaram, culminando na produção de um filme sete anos depois), Tina inspirou mulheres a falar sobre violência doméstica, assunto que era pouco abordado à época.
9 – A solidão da mulher preta
Um dos pontos mais emocionantes do documentário é quando a artista confessa em lágrimas, numa entrevista de 1985, que nunca viveu “uma história de amor”, e se indagou o porquê dos homens não enxergarem sua verdadeira beleza. O ponto de virada é que, naquele mesmo ano, ela encontraria Erwin Bach, seu grande amor, com o qual é casada e vive hoje na Suíça. O marido, inclusive, doou um rim à Tina em 2017, devido à luta da cantora contra a falência renal.
10 – O ato final
Depois da reclusão dos palcos, Tina brindou seu fãs com mais uma biografia “Minha História de Amor” (2018), onde fala sobre grandes desafios como as doenças enfrentadas, e o suicídio de seu filho mais velho, Craig Turner. Em 2019, a intérprete de ‘The Best’ prestigiou, em Nova York, a estreia de um musical sobre sua carreira e, agora, aos 82 anos, retira-se da vida pública com o lançamento deste documentário. Apesar das cortinas se fecharem, o aplauso à Rainha do Rock segue efusivo e eterno. Obrigado, Tina!
*Lucas de Matos é soteropolitano, 24 anos, Comunicador com habilitação em Relações Públicas (UNEB) e Pós-Graduando em Comunicação e Diversidades Culturais (Faculdade 2 de Julho). É poeta e apreciador da literatura.