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Jaden Smith está abrindo um restaurante onde moradores de rua poderão comer de graça

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Foto: Reprodução New Balance

Há dois anos, nos seu aniversário de 21 anos, Jaden Smith lançou o food truck I Love You para distribuir comida vegana gratuita aos desabrigados na área de Skid Row em Los Angeles (EUA).

Foto: Reprodução Instagram

Agora o ator-músico vai abrir o restaurante “I love you”.  “É para os sem-teto obterem comida de graça”, disse Smith à revista Variety.  E ele detalha: “Mas se você não é um sem-teto, não só tem que pagar, mas tem que pagar mais do que a comida vale para poder pagar pela pessoa atrás de você”.

Durante a pandemia além de comida de graça, o food truck ainda fornecia roupa, máscaras e álcool gel aos desabrigados.

O filho de Will e Jada também lidera o projeto Water Box que oferece água potável para pessoas carentes.   

Água em embalagem sustentável produzida por ator chega ao Brasil
Jaden e seu pai Will Smith – Foto: Divulgação

Com informações da revista Variety

Biografia: Ingrid Silva aposta na crença de que sonhos podem se tornar realidade

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Ingrid Silva para Vogue americana no clique de Brianna Capozzi

Biografias de mulheres negras são de uma potência imensa para quem carece de referências. Um dos nomes brasileiros mais conhecidos no exterior, a bailarina Ingrid Silva lançará seu livro de memórias onde brindará o público com momentos da sua vida pessoal, área em que ela é muito discreta.

Com previsão de lançamento para o mês de Julho, o livro “Ingrid Silva – A Sapatilha que mudou meu mundo” terá em suas páginas depoimentos da mãe da pequena Laura, de 5 meses, que irão emocionar e inspirar leitoras e leitores.

Ela contou para gente o que o público pode esperar sobre a biografia que ela escreveu durante a gravidez e após o nascimento da filha. “Vai ser um livro de memórias muito especial aonde as pessoas vão me conhecer no nível muito mais pessoal, vão conhecer ainda mais a minha história.  Tenho certeza de que muitos vão se identificar e que esse livro vai inspirar muita gente.  Estou muito feliz e que esse livro venha logo para que mais pessoas possam ter a força de realizar seus sonhos, que possam sonhar e que ele possa também trazer esperança para muitas pessoas”, disse a bailarina que foi uma das milhões de mães engravidaram durante a pandemia.

A carioca é hoje a Primeira Bailarina no Dance Theatre of Harlem, companhia que é reconhecida mundialmente por priorizar bailarinos negros em seu casting. Em 2019, Ingrid recebeu a primeira sapatilha no tom de sua pele, após iniciar um movimento sobre a necessidade de representatividade no figurino do ballet e entrou para história.

No mês de janeiro de 2021 a ativista se tornou-se a primeira brasileira e a primeira bailarina a palestrar na Harvard LEAD (Latina Empowerment and Development) Conference.

Google forma 1ª turma do GNI Startup Lab, programa de aceleração de startup jornalísticas no Brasil

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No dia 7 de maio, chegou ao fim a participação das dez startups da primeira edição do programa de aceleração de negócios jornalísticos da Google News Initiative (GNI) no Brasil. O projeto teve início em outubro de 2020, totalizando 20 semanas de imersão e contou com a participação de veículos de mídia comprometidos com um jornalismo de qualidade, como Agência BORI, Agência Tatu, Alma Preta, AzMina, Fervura, São Paulo para Crianças, Galápagos, Núcleo Jornalismo, MyNews e Ponte Jornalismo. Durante a última semana do projeto, nos dias 4 e 5 de maio, os veículos pariticipantes cumpriram a última etapa do programa, composta de um dia para demonstração de projetos de negócios para investidores e representantes de fundos de investimento.

Imagem: Google Initiative


A iniciativa abriu espaço para novas possibilidades no mercado nacional de comunicação, em um nicho pouco explorado por ações voltadas a impulsionar o empreendedorismo. A partir de conceitos já aplicados no Google for Startups , as empresas receberam recursos de até US﹩ 20.000 em financiamento, além de mentoria, treinamento e workshops sobre estratégia, produto, modelo de negócios, vendas e marketing, construção de comunidade e captação de recursos.
A ideia era que os empreendedores dessas startups pensassem no jornalismo como um produto, assim podendo potencializar as possibilidades de alcance de suas marcas. A pandemia do novo coronavírus afetou a indústria jornalística de maneira pesada, levando muitas empresas do setor a reduzir drasticamente despesas e pessoal. Uma das metas do GNI é manter o ecossistema de jornalismo em um patamar que não seja apenas o da sobrevivência, mas de sucesso, através de modelos de negócios e formatos narrativos inovadores. “O GNI Startup Lab incentivou os empreendedores a analisar suas empresas de outro ponto de vista, visando entender o potencial de suas ofertas atuais e descobrir como criar novas vias de receita para estabelecer, estrategicamente, modelos de negócios financeiramente mais sustentáveis, explicou Fabiana Zanni, coordenadora do GNI no Brasil.

Para que os gestores conseguissem repensar a oferta do jornalismo como um produto, foram desafiados a repensar metodologias e abordagens, encontrando maneiras sistemáticas para pensar o jornalismo por esse outro viés, usando estatégias de marketing como mapear a concorrência e a audiência para que se adaptem de maneira mais pragmática de acordo com o envolvimento com os consumidores. Tudo isso acompanhado por especialistas do Google em parceria com o Instituto de Estudo e Pesquisa (Insper) e a renomada escola de inovação, Echos .

Os veículos escolhidos tem como características o olhar da diversidade sobre a comunicação. São portais e agências que representam parcelas da população costumeiramente invisibilizadas por parte dos meios de comunicação tradicionais. Por exemplo, O AzMina, une comunicação, tecnologia e jornalismo para combater a desigualdade de gênero. O portal lidera campanhas de conscientização sobre desigualdade e violência e lançou, recentemente, o app PenhaS para combater a violência contra a mulher por meio da informação, criação de redes de apoio e produção de provas, enquanto que o Alma Preta e o Ponte Jornalismo são especializados, respectivamente, nos debates sobre conflitos raciais e na cobertura de pautas relacionadas aos Direitos Humanos.

Imagem: Google News Initiative

Essas iniciativas, muitas vezes chamada de “mídia alternativa”, tem tido cada vez mais importância para pautar os debates públicos, tendo como seus idealizadores, indivíduos que viveram na pele demandas marginalizadas.”A sociedade ganha uma pluralidade maior de vozes. Vale destacar que esse interesse em fomentar diversidade e inclusão nos programas que nós temos é padrão em todo a GNI. É uma das propostas centrais. Temos uma preocupação grande com esse tema e a atenção redobrada para não deixar de fora iniciativas que, historicamente, tenham menos oportunidades de alcançar seus públicos no ecossistema de notícias”, acrescentou Zanni.
Segundo dados do GNI, 50% dos veículos participantes do projeto foram fundados por mulheres e um terço por negros. Os representantes de são oriundos de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraná e Espírito Santo, englobando três regiões do país..
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A próxima edição do GNI será lançada na América Latina com foco em empreendedores hispanoamericanos.

Vereadora Benny Briolly deixa o país após receber ameaças

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Imagem: Rafael Lopes/Brasil de Fato

A vereadora Benny Briolly (PSOL) comunicou através de seu Twitter que deixou o Brasil após receber ameaças à sua integridade física. A vereadora negra e trans, foi a primeira trans eleita pelo Município de Niterói

Briolly já havia relatado ter sofrido por transfobia, racismo e tentativa de agressão física pelo vereador Douglas Gomes (PTC). No comunicado publicado na noite desta quarta-feira a equipe de comunicação relembrou o episódio: “No microfone, o referido vereador incitava seus eleitores a atacar a vereadora Benny. Sob xingamentos e ameaças, a parlamentar eleita precisou ser retirada da Câmara escoltada pela Guarda Municipal, que foi acionada por outros vereadores para assegurar sua integridade física”, explica a publicação. 

Benny Briolly, a primeira vereadora trans eleita em Niterói (RJ), toma posse na Câmara Municipal de Niterói — Foto: Clever Felix/Ldg News/Estadão Conteúdo
Imagem: Clever Felix/ Estadão Conteúdo

Em dezembro, após as eleições, vereadoras trans e negras receberam diversas ameaças, entre elas um e-mail que tinha o mesmo remetente que dizia: “Eu juro que vou comprar uma pistola 9mm no Morro do Engenho e uma passagem só de ida para Curitiba e vou te matar.” A mensagem foi encaminhada para Ana Lúcia Martins (PT), primeira mulher negra eleita para vereadora em Joinville (SC). As vereadoras trans Duda Salabert (PDT), de Belo Horizonte, e a própria Benny Briolly. 

Outra mensagem recebida por Briolly dizia que desejava que “a metralhadora de Ronnie Lessa a atingisse”. A nota divulgada deixa claro que a vereadora não abriu mão do mandato: “Para assegurar sua vida, o PSOL precisou tomar uma medida drástica de tirar Benny do país. O que é absurdo e incompatível com o Estado democrático. Benny segue acompanhando as sessões plenárias da Câmara Municipal de Niterói, que por conta da Pandemia estão sendo virtuais”. 

Gil Nogueira assina com marca de iogurte e se torna “Gil da Vigor”

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Imagem: Reprodução/Twitter

O ex-participante do BBB  e economista, que ficou conhecido como Gil do Vigor, acaba de formar uma nova parceria com a marca de iogurte Vigor.

De acordo com a empresa, Gil passa a ser garoto-propaganda da marca, e também terá participação nas campanhas, decisões estratégias e publicações da Vigor nas redes sociais em parceria com a SunsetDDB, a agência de publicidade da empresa. 

Após a saída do participante a marca vem sendo cobrada pelo público para que a parceria aconteça, muitos internautas pediram para que a Vigor trouxesse o ex-brother como seu garoto propagando, pedido que foi atendido por ela.

Os pedidos do público motivaram a empresa a criar uma pesquisa mais densa. No mês de abril, a Vigor identificou mais de 15.300 menções à marca associadas ao ex-BBB.

“Ele terá um impacto muito positivo para a imagem da marca. Será uma grande honra poder contar com o talento e o carisma dele para os trabalhos de cocriação de conteúdo para Vigor Grego”, disse, em nota, Pipo Calazans, CEO da SunsetDDB.

“Estou muito feliz com essa parceria. É um momento de muito vigor para mim e para a marca. Nossas ideias se comunicam e acreditamos na força do ser humano em ser vigoroso, em acreditar e perseverar em seus sonhos”, disse Gil, em nota à imprensa.

https://twitter.com/gilnogueiraofc/status/1392949409785257985

Para oficializar a parceria, Gil vai ajustar seu nome em sua “bio” do Instagram para “Gil da Vigor”. De acordo com a empresa, em um primeiro momento, Gil vai desenvolver mensagens de conteúdo para a linha Vigor Grego. As peças publicitárias vão mostrar o economista consumindo produtos da linha, com o tema “Esse momento é meu, Brasil”, em uma associação ao seu bordão “Ai, Brasiiiil”.

Fonte: Exame

13 de Maio Nas Ruas: Manifestantes pedem o fim do Governo Bolsonaro e do genocídio da população negra

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Imagem: Coalizão Negra por Direitos

A Coalizão Negra por Direitos realiza, nesta quinta-feira, o ato “13 de maio de Lutas“, data que marca a assinatura da Lei Áurea, em 1888, e deu fim à escravatura no Brasil. Segundo a Coalizão, são 40 atos confirmados em todo o país, dois nos Estados Unidos e um na Inglaterra. Se espera a mobilização de aproximadamente 200 mil pessoas. Neste mês, no ano passado, a morte de duas pessoas pretas comoveram o país: a morte do menino João Pedro, de 14 anos, durante ação policial no Rio de Janeiro em 18/05 e a do norte-americano George Floyd (25/05), o que torna os atos ainda mais simbólicos.

Acre, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal E Rondôni estão entre os Estados que receberão os atos. O movimento também cobra as autoridades um auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra o coronavírus e o fim do governo Bolsonaro. O lema dos atos é “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver!”.

O professor de história pela PUC-SP, fundador da Uneafro Brasil e integrante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior, conhecido como Negro Belchior disse que a chacina no Jacarezinho foi o pontapé para os grandes atos de hoje.”Teve o estopim de Jacarezinho que mostra a face explicita do racismo, com a violencia,morte e o coturno.Não tem vacina, mas tem chacina. No Jacarezinho tem movimentos da Coalizão e a nossa reação foi imediata”, afirmou o professor e ativista político.

Ao contrário do que costuma ser dito pela internet, Belchior desmente a suposta passividade do povo preto em face do genocídio diário perpetrado contra a população negra. “A classe media brasileira é menos suscetivel à mortes pretas do que nos Estados Unidos. Há um silenciamento do Movimento Negro , porque a gente reage à todas as mortes locais. A população reage, queima ônibus, bloqueia avenida, mas como isso é passado na TV? Não somos passivos como querem vender que nós somos, mas a mídia,a branquitude são perversamente racistas e não repercutem nossos atos.Hoje é o maior ato já convocado pelo Movimento Negro no Brasil e não há repercussão”, afirma. 

Atos em São Paulo (Imagem: Coalizão Negra por Direitos)

A orientação das organizações que lideram os protestos é que os participantes usem máscaras, de preferência a PFF2, higienizar as mãos com álcool em gel constantemente, se manter em local ventilado e manter distanciamento social seguro.

Imagem: Coalizão Negra por Direitos

A Coalizão Negra por Direitos reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro brasileiro para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional. As entidades definem estratégias para intensificar o diálogo com o Congresso Nacional e com instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a pauta racial, além de fortalecer ações nos estados e municípios brasileiros nesse sentido.O

Com depoimento aprovado na CPI da Pandemia, Dra Jurema Werneck será a próxima convidada do Roda-Viva

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Imagem: Google Reprodução

A médica e doutora em Comunicação, Jurema Werneck, será a próxima convidada do Roda Viva, nesta segunda-feira (17). Werneck  integra o Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU para Mulheres no Brasil, além do Conselho Diretor do Global Fund for Women e é autora do “Livro da Saúde das Mulheres Negras: Nossos Passos vêm de Longe”.

Por ser diretora -executiva da Anistia Internacional no Brasil e acompanhar de perto as tragédias que ocorrem no país, os temas que serão abordados no programa serão a chacina de Jacarezinho, o maior massacre na história do Rio de Janeiro, o quadro de desigualdade social no país, agravado pela pandemia, e o desmatamento na Amazônia, que vem batendo novos recordes.

A bancada do programa será informada em breve, contudo, já foi confirmada participação do cartunista Paulo Caruso, indo ao ar às 22h, na TV Cultura, redes sociais e site da emissora.

A médica que sempre se mostrou muito presenta no campo politico e direitos humanos no país, acaba de ter seu depoimento aprovado na CPI que investiga como o atual presidente e seu governo lidou com a pandemia do Corona Vírus.

Por Jurema Werneck ser a coordena o Movimento Alerta, que consolida dados sobre a pandemia no Brasil, seu depoimento foi aprovado e será ouvido pelo Senador Renan Calheiros, autor do requerimento. Fazem parte do Movimento Alerta a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Oxfam Brasil, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Anistia Internacional Brasil, a Arquidiocese de São Paulo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e diversas outras entidades.

As min(as): Agência focada em creators negros passa a atender marcas

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Dayane Oliveira e Letícia Sotero, criadoras da asmin(as) conteúdo digital.

Criada há um ano pelas publicitárias baianas Dayane Oliveira e Letícia Sotero, as min(as) marketing digital vai ampliar seu espectro de atuação. Além de trabalhar com um casting de criadores de conteúdo negros que inclui João Pimenta (@joaoseupimenta), Joanna Guerra (@joannaguerraoficial) e Natalia Cavalcante (@nc.make), passa a oferecer soluções para toda a cadeia digital de marcas e clientes, com consultoria, curadoria, assessoria comercial e planejamento, e também com branding, pesquisa e inteligência estratégica de comunicação. 

“Permanecemos com o marketing de influência e agora começamos também a atender as marcas, trabalhando sua presença online”, explica Dayane Oliveira. Segundo ela, a intenção é expandir horizontes de atuação para trazer serviços digitais mais completos a todos os clientes. 

A marca ganha um novo projeto de identidade visual, amplia o conceito e contará ainda com um espaço físico a partir do segundo semestre. Respondendo agora por asmin(as) conteúdo digital, a agência mantém o foco na representatividade, inclusão e interlocução entre marcas e influenciadores.

Com a expansão, as minas conteúdo digital já fecharam trabalhos com a multinacional Unilever, garantiram a conta da SEDA, e se consolidam como a agência de marketing de influência do norte, nordeste e centro-oeste da RAPPI. Para marcar a transição, uma nova história passa a ser contada nas redes sociais da empresa, com uma transformação do sistema visual. “Hoje somos uma agência que potencializa estratégias de comunicação através do digital. Esse reposicionamento será fundamental para a forma como queremos ser enxergados pelo mercado”, finaliza Letícia Sotero. 

‘Monstro’ é um drama metalinguístico sobre como acusados negros são vistos no tribunal

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Foto: reprodução/filme

Monstro” é adaptação do livro homônimo de Walter Dean Myers e conta a história de  Steve Harmon (Kelvin Harrison Jr.), um jovem negro de 17 anos aspirante a cineasta., preso ao ser implicado num caso de assalto que acabou com o assassinato do dono de uma loja. Agora ele precisa provar sua inocência. 

Filmes de drama de tribunal, por mais que se esprema a fórmula, sempre geram alguma tensão no espectador, e “Monstro” não é diferente. A escolha não linear de contar o que aconteceu pode quebrar o ritmo em alguns momentos, mas no geral é uma escolha inteligente ao incutir a dúvida no público se estamos acompanhando ou não a trajetória de um inocente ou de um culpado por assassinato. 

A narrativa vai e volta, misturando passado e presente, fazendo com que ao mesmo tempo que simpatizamos pelo personagem principal, fiquemos apreensivos pelo desfecho de seu julgamento. Ajuda na empatia a ótima atuação de Harrison Jr (já tinha mostrado seu talento no ótimo ‘Ao Cair da Noite’). O ator mostra um olhar angustiado, confuso e choroso, denotando verdade quanto a estar na pele de alguém que pode perder sua liberdade por um longo tempo. Apesar de jovem, Harrison prova que pode segurar um filme sozinho. 

Para além de um drama de tribunal, ‘Monstro’ é um exercício de metalinguagem do diretor Anthony Mandler. Sendo o protagonista um fã da narrativa do cinema, a obra brinca com as possibilidades de estar sendo criada uma história dentro da história e até onde a busca por uma boa narrativa e bons personagens levariam alguém a se envolvr com amizades duvidosas. Mandler dirigiu videoclipes de Rihanna e Beyoncé antes de estrear na direção de um longa e essa experiência como se vê aqui na montagem ágil das cenas no julgamento e na beleza da composição de muitas das tomadas, como quando Steve está com a namorada em cima de um prédio ao entardecer. Sobretudo, ‘Monstro’ é um filme bonito de se ver. 

Imagem: Reprodução

A narrativa em off poderia ser cortada em algumas cenas, já que explica exatamente o que estamos vendo em cena, mas esse artifício conduz o filme de forma competente se juntar todo o tempo de duração da película. Aliás, é através da narração do protagonista que temos as reflexões mais incisivas sobre como um réu negro é visto por juíz, júri acusação. Não uma pessoa, não um inocente por presunção, mas um monstro que merece ser encarcerado. 

As reflexões sobre o racismo estão lá, não explícitas pelo texto, mas na característica dos personagens e nas atitudes da polícia e do advogado de acusação (um caricato Paul Ben Victor). 

Jeffrey Wright  (‘Jogos Vorazes’) está bem como o pai preocupado com o filho, mas pouco tem a fazer. Quem tem mais tempo e se sai bem é Jennifer Ehle, conhecida pela série de 1995 ‘Orgulho e Preconceito‘. A atriz britânica é a advogada de defesa de Steve que nem parece indiferente ao acusado, mas também não entra na armadilha de parecer uma advogada completamente envolvida emocionalmente com o réu e sua família, tornando a atuação crível emcomparação com o que costumamos ver na vida real

“Monstro” é um filme bonito, que pede reflexão sobre como um homem preto que é acusado de um crime é visto antes mesmo da sentença e funciona melhor por causa do talento de Kelvin Harrison Jr.

O filme está disponível na Netflix.

Princesa Isabel e o mito da redentora que aboliu a escravidão no Brasil

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Em 13 DE MAIO DE 1888, terminava, oficialmente, a escravidão no Brasil. Assim, desse jeito e sem rodeios. Dia esse em que a bondosa Princesa Isabel — não deixe de notar aqui uma boa dosagem de ironia — deu fim ao tormento dos negros no Brasil, perpetrando a chamada Lei Áurea. O texto dizia:

“A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade, o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil.
Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrario.
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nella se contém.
O Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comercio e Obras Publicas e interino dos Negócios Estrangeiros, Bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de sua Majestade o Imperador, o faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do Império.
Princeza Imperial Regente.”

É de se imaginar que tais palavras encham os olhos de quem lê, e, diante de tudo o que houve, construa-se a imagem da Princesa Imperial Regente como uma heroína para muitos. A abolição da escravatura foi um marco na História Brasileira e na vida dos negros no país, não há como negar. Porém, as coisas não foram como muitos imaginam, os resultados da falta de planejamento e interesse por parte de nossos governantes da época resultaram em mais de um século de dores e sofrimentos, que continuam ocorrendo.

Antes de falar sobre o que aconteceu com os negros após maio de 1888, é interessante pincelar um pouco sobre as condições que levaram à nossa história. As coisas começaram a se desenhar muito antes de 1888. Portanto, tomemos como ponto de partida o ano de 1845.

Em 9 de agosto de 1845, o Parlamento Inglês aprovou a chamada Slave Trade Suppression Act (em tradução livre: Lei de Supressão do Comércio de Escravos), proposta pelo Ministro das Relações Exteriores George Hamilton-Gordon, o Lorde Aberdeen. Tal ato parlamentar autorizava a Marinha Britânica a apreender todo e qualquer navio suspeito de transportar escravos no oceano atlântico.

Após a aprovação de tal, a vida dos escravagistas brasileiros não foi facilitada. Centenas de embarcações que faziam o tráfico de escravos para o Brasil foram apreendidas e destruídas, entre 1845 e 1850, fazendo com que tal prática se tornasse inviável, economicamente falando. Até mesmo por existirem dois fatores determinantes na situação: Portugal e Brasil possuíam relações diplomáticas estreitas e dependiam da Coroa Britânica para diversas finalidades, ao mesmo tempo em que a Marinha Inglesa era superior a qualquer outra no mundo.

Devido a tal pressão inglesa, a fim de demonstrar certa soberania de fachada, o Brasil aprovou sua primeira lei abolicionista.
Aprovada em 4 de setembro de 1850, a chamada Lei Eusébio de Queirós determinava a proibição da entrada de escravos africanos no país.

Em seu texto:

“Estabelece medidas para a repressão do trafico de africanos neste Império.”

Somada ao Slave Trade Suppression Act, a Lei Eusébio de Queiroz reduziu a zero, em menos de 3 anos, o número de escravos trazidos ao país, forçando uma reforma escravagista no modo de conseguir trabalhadores para o serviço escravo, fomentando assim o aumento do tráfico interno.

Paralelo a esses acontecimentos, a Europa vivia a segunda fase da conhecida Revolução Industrial que, junto a conflitos entre alguns países como Alemanha e Itália, fez crescer a emigração de trabalhadores para o Brasil.

É importante deixar claro que o Slave Trade Supression Act e todas as políticas abolicionistas futuras que pressionaram o Brasil à abolição da escravatura não tinham intenções humanitárias. Veja, não era por pena dos negros que a Inglaterra empurrava o mundo para a liberdade, o interesse era puramente econômico: Ao forçarem países mundo afora a libertarem seus escravos, a Inglaterra, enquanto uma das principais exportadoras de produtos do mundo, ganharia uma nova parcela de libertos com poder de compra para consumi-los, além de concentrar mão-de-obra em suas colônias.

Devido à soma de leis de proibição inglesa e brasileira, traficar escravos para o Brasil se tornou difícil, os escravagistas e donos de lavouras brasileiros tiveram que buscar novas formas de mão-de-obra. Foi neste momento que a grande chegada de imigrantes europeus serviu como um embrião de força de trabalho assalariado nas lavouras.

Embora não escravos e assalariados, muitos europeus sofreram uma espécie de semiescravidão no Brasil nesse período. Até o momento, o método de se cobrar produtividade era o desumano método escravagista. Então os italianos e alemães sofreram muito no trabalho em fazendas brasileiras, por isso alguns relatos de abuso e exploração da força de trabalho surgem em documentos histórico

Bom, seguindo na História, os grupos abolicionistas brasileiros ganharam um novo fôlego em conjunto às pressões inglesas para o fim da escravidão no Brasil, o que resultou nos passos seguintes do país rumo à abolição.

Ainda em 1850 e anos seguintes, leis abolicionistas eram propostas à Câmara Imperial Brasileira, mas não obtinham grande sucesso. Foi em setembro de 1871 que os abolicionistas deram um novo passo:

A chamada Lei do Ventre Livre determinava a alforria às crianças nascidas de mulheres escravizadas

A Lei do Ventre Livre, em seu texto, dizia:

“Declara de condição livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, libertos os escravos da Nação e outros, e providencia sobre a criação e tratamento daquelles filhos menores e sobre a libertação annaul de escravos…”

Embora parecesse um grande avanço determinar o fim gradual da escravidão no país, o decreto de 1871 ainda tinha um problema: o liberto permanecia sob posse do senhor, trabalhando até os 21 anos de idade. Ou seja, os jovens “libertos” ainda eram obrigados a trabalhar para os senhores em sua fase mais produtiva de vida, e, com isso, os senhores explorariam ao máximo esta mão-de-obra.

A Lei do Ventre Livre tinha caráter paliativo, mas animou os movimentos abolicionistas da época, incitando a luta pelo fim da escravidão por completo.

Em 1885, foi promulgada uma nova lei de caráter abolicionista, a Lei dos Sexagenários. Essa lei concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.

Percebe-se que, na prática, tal lei traria mais benefícios aos senhores de escravos do que aos velhos escravizados brasileiros. Dadas as condições de vida, eram raros os escravos que alcançariam a idade de liberdade, e os que chegariam lá seriam pouco produtivos. Ao permitir o “descarte” de tais, os senhores de escravos economizavam com alimentação e moradia para escravos pouco produtivos.

O Brasil caminhava forçadamente para a abolição da escravatura, tanto por pressões externas — principalmente inglesas —, quanto por pressões internas com protestos organizados por membros das cúpulas abolicionistas espalhadas pelo país e grupos de ex-escravizados fugitivos e libertos devido a alguma particularidade.
Mesmo com o pouco que havia se conquistado até o momento, manter a escravidão no Brasil estava se tornando cada vez mais difícil e caro. Aos poucos, os senhores preferiam contratar mão de obra assalariada europeia, fruto das grandes migrações, do que manter escravos em suas fazendas.

A soma das leis abolicionistas, iniciadas em 1845; epidemias de varíola ocorridas ao decorrer dos anos; o grande levante de fugas de escravos ao redor do país; pressões externas e internas de movimentos abolicionistas e até mesmo o grande número de mortos e libertos durante a Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870, fizeram com que os grandes senhores e escravagistas ficassem cada vez mais inseguros com relação a manter a escravidão como único meio de mão-de-obra.

O Brasil então já havia perdido mais da metade do número de escravos nesse período e a busca por alternativas forçou o país a até mesmo adotar um sistema de importação de mão-de-obra assalariada que financiava a vinda e as despesas iniciais dos imigrantes europeus, somando-se a ideais eugenistas muito difundidos na época.

Outro ponto de a decisão ter ocorrido como se deu foi pelo medo de que a Abolição da Escravatura resultasse numa reforma agrária que diminuísse os lucros da elite, como ocorrera a exemplo dos EUA

A abolição foi, acima de tudo, uma medida de protecionismo econômico.

Notaram como tudo se desenrolou até maio de 1888? Não foi necessariamente a bondade, humanidade e heroísmo da princesa Isabel e dos políticos da época. Foi necessário muita luta, muita pressão interna e externa e até mesmo a inviabilidade econômica de se manter o regime escravagista para que a Lei Áurea fosse promulgada.

É triste ter que imaginar que até mesmo as pressões para tais coisas tinham motivação econômica e não humanas, afinal, quem disse que negros eram reconhecidos como humanos?

Talvez por tudo ter ocorrido assim, de forma NÃO natural, o Governo não teve nenhum plano de reintegração aos negros libertos a sociedade.

É importante conhecer a realidade do contexto histórico que levou à promulgação da Lei Áurea, porque nossa história é contada por brancos e insiste em repetir que havia heroísmo na Princesa Isabel. Dessa forma, apagam a luta de milhares de abolicionistas e negros que batalharam e morreram para que isso acontecesse.

Após o “fim” da escravidão, os senhores — agora, ex-escravagistas —, preferiam bancar as despesas de imigração de trabalhadores europeus do que dar trabalho para os negros recém-alforriados. Isso forçou nossos antepassados a se conglomerarem em subúrbios e favelas, sem condições de vida saudáveis ou prospecção de futuro pós-liberdade.
Às margens da sociedade, os negros libertos eram agora vítimas de uma sociedade que não os queria de forma alguma. Se antes éramos vistos como animais úteis para o trabalho braçal, agora nem isso…

E aqui estamos nós, 133 anos após a assinatura da Lei Áurea, lutando contra o racismo e os traços perversos da escravidão que nos permeia através do racismo. Aqui estamos nós, buscando trazer luz à história de luta e resistência da conquista da nossa liberdade, não pela benevolência imperial da princesa branca, mas pelo sangue e luta de nossos antepassados.

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