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Protestos se intensificam na África do Sul após prisão do ex-presidente Jacob Zuma

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Em protestos contra a prisão do ex-presidente do país, Jacob Zuma, muitos sul-africanos  saquearam lojas em Joanesburgo durante a madrugada de domingo para segunda. Um trecho da rodovia M2 foi fechado e manifestantes caminharam pelas ruas de Joanesburgo no último domingo (11). Zuma foi condenado a 15 meses de prisão por desacato ao tribunal que o intimou para depor em 7 de julho sobre um inquérito que está investigando casos de corrupção ocorrido durante os nove anos em que esteve no poder (Zuma saiu do comando em 2018). Segundo jornais locais, mais de 60 pessoas já foram presas durante os distúrbios.

Jacob Zuma, ex-presidente da África do Sul, entrega-se à prisão
Imagem: Reuters

Os protestos têm sido mais violentos na província de Kwazulu-Natal (KZN, leste), onde Zuma nasceu. 

Em pronunciamento o presidente Cyril Ramaphosa pediu calma e pediu aos sul-africanos que “falem dentro da estrutura da lei” e “evitem a destruição que pode assolar ainda mais a economia”. A África do Sul fechou as lojas que vendem bebidas alcoólicas devido à pandemia de Covid e essas foram as mais visadas pelos manifestantes, que tiveram de enfrentar a polícia entre domingo e hoje.

Apesar de ser investigado por escândalos de corrupção, Jacob Zuma ainda tem a imagem fortemente ligada ao movimento anti-apartheid, o que causa simpatia em muitos moradores do país.

“O perfil dele não para de ganhar seguidores”: Criminalista fala sobre violência contra mulheres

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O DJ Ivis, também conhecido como rei da pisadinha, foi denunciado pela ex-esposa, Pamella Holanda, por agressão. Em uma série de vídeos divulgados por Pamella, Ivis aparece dando tapas, chutes e um soco em sua costela. A advogada especialista em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídios, Fayda Belo, postou um vídeo comentando as desculpas que Ivis deu para “justificar” as agressões. O homem diz que não agrediu ninguém, mas a advogada questiona “E isso é o quê?”, enquanto imagens mostram as sequências de agressão.

Ex mulher de DJ Ivis publica imagens sendo agredida pelo músico -
Imagem: Instagram

O Site Mundo Negro conversou com Belo sobre o caso e as razões do ocorrido ter rendido ao artista o aumento de seguidores. Mesmo uma figura pública não tem medo das implicações de um crime de agressão contra a mulher e a advogada aponta a situação com que o Brasil trata a violência doméstica. Questionada sobre a falta desse temor perante as leis, Fayda diz: “A falsa ideia de impunidade. Primeiro porque vivemos em um país que minimiza a violência contra a mulher. Olha a Maria da Penha. Ela precisou ir até uma Corte internacional para conseguir uma resposta jurídica à violência que vivia há anos.Somado a isso o fato de que alguns homens acham que o dinheiro, o poder, a fama poderão livrá-los de uma punição judicial”, afirma a especialista, que prossegue: “Também precisamos lembrar do machismo cultural que existe em nosso país. Exemplo disso são as redes sociais desse rapaz que agrediu sua esposa, todos viram os vídeos, e mesmo assim o perfil dele não para de ganhar seguidores. Sem contar que ainda estamos assistindo inúmeras pessoas, tentando justificar a atitude dele, como se houvesse alguma justificativa para agressão de uma mulher”, declara.

Imagem: Instagram

O perfil do músico está com os comentários restritos apenas para seguidores. Entre novos fãs e pessoas que buscam conseguir atacar Ivis, o perfil cresceu em mais de 200 mil seguidores desde que os vídeos das agressões foram divulgados. Para Fayda isso “demonstra o peso do machismo cultural e a normalização da violência contra a mulher no Brasil”. 

Além da necessidade em manter a imagem de ídolos intacta, Belo aponta outros fatores para a atração por perfis de personalidades violentas. “Estamos vivendo tempos de inversão clara de valores no país, em que as pessoas têm se mostrado realmente atraídas por personalidades agressivas e polêmicas, o que com certeza colabora para o aumento da violência que estamos assistindo todos os dias”, reflete.

A cada minuto, oito mulheres são vítimas de agressão no país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com o isolamento social, oriundo dos cuidados para não propagação do coronavirus, esses números cresceram. Obrigadas a conviverem com os agressores e com as possibilidades de denúncia reduzidas..

Falamos um pouco com mais com Fayda Belo sobre o caso de Pamella Holanda.

Mundo Negro: A exposição ajudará a protegê-lo das ameaças? Quais passos ela deverá seguir?

Fayda Belo: Penso que a exposição ajudará ela a ter menos chance de sofrer ameaças ou outra agressão. E também irá colaborar na celeridade do processo.

Mas, além disso ela deve reunir o máximo de provas que puder (prints, vídeos, fotos, testemunhas), procurar uma profissional de sua confiança, e requerer junto à Delegacia da Mulher e ao Ministério Público além do exame de corpo delito, a instauração de inquérito policial, bem como medida protetiva em seu favor.

Lembrando, que a medida protetiva não se resume apenas em fazer o agressor ficar distante da vítima, mas também em seu afastamento do lar do casal, bem como guarda provisória dos filhos, provocação de venda dos bens do casal, bem como também um valor de pensão caso ela seja dependente economicamente dele.(artigos 23 e 24 da lei Maria da Penha).

Importante lembrar que se durante o inquérito ele se aproximar ou fizer qualquer tipo de ameaça a ela ou a seus familiares, poderá ser solicitada sua prisão preventiva como determina o artigo 313, III do Código de Processo Penal.

Mundo Negro: Para as mulheres que sofrem violência sem a mesma repercussão o atendimento em delegacias ainda é precário.

Como mudar essa situação?

Fayda Belo: Precisamos que o combate à violência contra mulher seja uma política pública prioritária. Que haja empenho do poder público em combater esse câncer que assola muitos lares diariamente.

Não é brincadeira.Não é mimimi. Hoje é a violência física e amanhã é o feminicídio. Mas para isso precisamos investir em treinamento, capacitação e humanização dos órgãos públicos para receber essa mulher e ajudá-la de forma efetiva, e não duplamente vitimizá-la como ocorre quase sempre.

Para as mulheres vítimas de violência física e psicológica, a criminalista deixa uma mensagem: “Amor não dói, não humilha, não machuca. Não deixe ninguém se sentir confortável desrespeitando você. Não deixe de denunciar. A denúncia pode salvar sua vida”, conclui.

Central de Atendimento à MulherLigue 180 , Lei Maria da Penha

Tenista Naomi Osaka ganha versão Barbie

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A tenista Naomi Osaka vai se tornar uma boneca Barbie. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pela Mattel e faz parte da série Barbie Role Model, projetada para celebrar modelos da vida real. “É uma honra fazer parte da série da Barbie e lembrar as garotas que elas podem fazer a diferença no mundo”, disse Osaka em um comunicado à imprensa. “Quero que as meninas em todos os lugares se sintam capacitadas para sonhar grande e saber que se acreditarem em si mesmas, tudo é possível!

A boneca usa trajes inspirados em um look que Osaka usou durante o Aberto da Austrália de 2020 , que inclui um vestido Nike com estampa de pincelada, viseira branca e tênis azul. Ela também vem com uma raquete de tênis Yonex que lembra a que Osaka usa na quadra.  

Foto: Divulgação

“Estamos extremamente honrados em destacar Naomi Osaka como parte de nossa série Barbie Role Model. Ela abriu o caminho para as futuras gerações de meninas sonharem mais alto e, por meio de sua coragem e honestidade inabaláveis, mostrou ao mundo a importância de ser sua maior campeã ”, disse Lisa McKnight, vice-presidente sênior e chefe global de Barbie e bonecas da Mattel. “Naomi continua a quebrar barreiras dentro e fora da quadra e é um modelo poderoso para os fãs em todos os lugares.” 

Na semana passada, a Netflix anunciou um documentário inspirado na vida da atleta, que tem falado frequentemente sobre a importância de valorizar a saúde mental dos profissionais do esporte.

Lewis Hamilton sai em defesa de jogadores ingleses atacados com xingamentos racistas

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O heptacampeão de Fórmula 1, Lewis Hamilton, saiu em defesa dos jogadores ingleses vítimas de comentários racistas nas redes sociais. Ontem aconteceu a final da Eurocopa e a seleção da Inglaterra perdeu nos pênaltis para a Itália. Os jogadores ingleses Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka erraram suas cobranças e após o jogo foram vítimas de comentários racistas. “O abuso racial nas redes sociais contra nossos atletas, depois do jogo de ontem, é inaceitável”, escreveu Hamilton no Instagram. “Esse tipo de ignorância precisa parar. Tolerância e respeito por nossos jogadores de cor não deveria ser algo condicional. Por favor, não deixe quieto ao encontrar gente postando ódio. Desafie-os a mostrar humanidade, independente de cor. Estou muito orgulhoso de onde a Inglaterra chegou”, postou.

Black English Soccer Stars Marcus Rashford, Jadon Sancho, and Bukayo Saka  Supported by Fans After Racist Outburst | Teen Vogue
Imagem: Reprodução

Hamilton, torcedor do Arsenal, também falou sobre como se sentia ao acompanhar a final do torneio, que representava a chance da Inglaterra ganhar a Eurocopa pela primeira vez em sua história. “Muita coisa estava passando pela minha cabeça enquanto assistia aos últimos momentos do jogo de ontem”, recordou. “Por um lado, estava muito orgulhoso de como chegamos longe [na Eurocopa], estando na final com uma equipe muito diversa, o que é uma conquista que nos orgulha muito. Só que, com os jogadores indo bater pênaltis, fiquei preocupado. A pressão para entregar resultado é sentida por todos os atletas, mas essa experiência ganha um novo nível quando você é uma minoria representando um país. O sucesso seria como uma vitória em dobro, mas o fracasso também seria em dobro, composto também por racismo”, refletiu.

Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) divulgou um comunicado para condenar os atos. “A FA condena veementemente todas as formas de discriminação e está chocada com o racismo online que tem sido dirigido a alguns de nossos jogadores da Inglaterra nas redes sociais”, informou o comunicado oficial. “Não poderíamos deixar mais claro que alguém por trás de um comportamento tão repulsivo não é bem-vindo ao seguir a equipe. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar os jogadores afetados, ao mesmo tempo em que pedimos punições mais duras possíveis para os responsáveis.”

O Prefeito de Londres, Sadiq Khan, pediu às plataformasl que retirassem os conteúdos ofensivos do ar . “Os responsáveis pelo nojento abuso online que vimos devem ser responsabilizados  e as empresas de mídia social precisam agir imediatamente para remover e prevenir esse ódio”, afirmou o político. Pelo twitter, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi outro que protestou contra o caso de racismo. “Estes jogadores da seleção da Inglaterra merecem ser tratados como heróis e não agredidos racialmente nas redes sociais”, escreveu no Twitter.

https://www.instagram.com/p/CROr8f8r4qy/

Lewis Hamilton, primeiro piloto negro da Fórmula 1, se manifestou nos casos das mortes por policiais de George Floyd e Breonna Taylor, em 2020. Antes de cada Grande Prêmio, o inglês se ajoelha em protesto antirracista, movimento acompanhado por outros colegas.“Eu queria muito essa vitória, como todos vocês. Só que, para mim, era muito mais do que apenas vencer uma Eurocopa. O comportamento desprezível de alguns mostra como ainda precisamos trabalhar muito. Espero que isso abra um debate sobre aceitação. Precisamos trabalhar para ter uma sociedade que não exija jogadores pretos provando seus valores através da vitória. No fim, todo mundo na equipe da Inglaterra deveria se orgulhar do alcançado, de como nos representaram”, concluiu em sua postagem.

Festival Julho das Pretinhas realiza evento de arte-educação voltado para crianças negras

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Foto: Reprodução.

Programação acontece até 31 de julho com temas sobre representatividade, autoestima e valorização da identidade afro-brasileira. Festival é idealizado pela atriz Cássia Vale

A terceira edição do Julho das Pretinhas reúne uma série de ações voltadas para potencializar o empoderamento de meninas negras através de atividades culturais e educativas como bate-papos, oficinas criativas e apresentações artísticas. A programação deste ano tem como tema “Representatividade cura” e acontece virtualmente durante todo mês, até 31 julho, através das redes sociais  @julhodaspretinhas e é voltada para crianças, adolescentes, ativistas e educadores de todo o Brasil. 

O festival nasceu em 2019, idealizado por Cássia Valle, que também assina a coordenação artística do evento, e desde sua estreia conta com apoio do Centro Educacional Maria Felipa, responsável pela coordenação pedagógica. Cássia tomou como referência o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho, para propor um evento voltado ao público infanto-juvenil. Nesta terceira edição,  o evento é organizado pela DiPreta Produções, Moinhos Giros de Arte e Cultura e do Selo Calu Brincante.

A programação conta com oficinas de teatro, podcast e maquiagem, voltadas para crianças e adolescentes negras, além de apresentações de teatro, música, dança e poesia. Todas as atividades são gratuitas, exceto as oficinas que custam R$ 50 cada. “Também teremos todas as segundas o Conto das Pretas com histórias de escritoras negras baianas e às sextas o Fala Pretinhas com meninas falando de sua perspectiva sobre representatividade”, conta Cássia Valle. Toda a programação é produzida e conduzida por mulheres e meninas negras, tendo em vista a inclusão dessas narrativas para influenciar processos artísticos e educativos. 

Cássia ressalta ainda a importância de trazer referências e estimular a autoestima dessas crianças. “Para criarmos mulheres negras empoderadas precisamos plantar a semente desde cedo e os meninos também estão convidados a entrar nessa roda, porque contribuímos na formação de homens mais conscientes no tratamento com essas mulheres”, conclui Cássia. 

SERVIÇO

Julho das Pretinhas

Lives e Apresentações Artísticas Gratuitas

No instagram @julhodaspretinhas

até 31 de julho

INSCRIÇÕES PARA OFICINAS

Oficina de Maquiagem

24 de julho: 14h às 16h

Oficina de Podcast para crianças e adolescentes – Inscreva-se aqui

16  e 17 de julho: 14h às 16h 

PROGRAMAÇÃO – Acompanhe em @julhodaspretinhas

12 (segunda) 10h Conto das Pretas (IGTV) com Paula Brito 

14 (quarta) 10h Apresentações artísticas das pretinhas selecionadas na Chamada Artística | 17h Bate-papo com artistas 

16 (sexta) 17h Falas Pretinhas (LIVE no INSTAGRAM)

Convidadas: Maria Flor, Brenda Black – mediação Ayana Dantas

16 e 17 (sexta e sábado) – 14h às 16h – Oficina de podcast para crianças com Francis Cardoso | Inscrições: Sympla

19 (segunda) 10h – Conto das Pretas (IGTV) Kalypsa Brito 

20 (terça)  10h – apresentações artísticas das pretinhas selecionadas | 17h Bate papo com artistas

21 (quarta) – Ocupação da página Julho das Pretinhas por Lorena Passos da Entrelinhas e encerramento com LIVE às 17h  

22 (quinta) –  10h Apresentações artísticas das pretinhas selecionadas na Chamada Artística | 17h Bate-papo com artistas

23 (sexta) – Ocupação da página Julho das Pretinhas por Clube de Leitura Arte e Identidade e encerramento com LIVE  às 17h 

24 (sábado) – Ocupação da página por Ana Fátima – Escritora

24 (sábado) – Oficina de Maquiagem com Natália Cavalcante  

Inscrições: Sympla

25 (domingo) – 10h – Matinê com coletivo teatral Os Crespos (SP)

16h – Sarau Julho das Pretinhas 

26 (segunda) 10h – Conto das Pretas (IGTV) com Cássia Valle 

28 (quarta) –  17h LIVE Falas Pretas (tema: empreendorismo infantil e crianças pretas) 

30 (sexta) –  17h Falas Pretinhas (LIVE no INSTAGRAM)

31 (sábado) – Sarauzinho dendicasa

Idosa de 94 anos realiza sonho de usar vestido de noiva

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Foto: Reprodução.
Martha Mae Ophelia Moon Tucker se casou em 1952, mas, na época, mulheres negras não eram autorizadas a entrar em lojas de noivas

Martha Mae Ophelia Moon Tucker, de 94 anos, estava assistindo a um filme com sua neta, quando confessou um sonho antigo: experimentar um vestido de noiva. “Ela disse que nunca usou um vestido de noiva quando se casou”, disse sua neta, Angela Strozier.

Parece que os anos 50 do século XX não fazem tanto tempo assim, mas quando Martha casou, em 1952, pessoas negras não podiam entrar em lojas de noivas nos Estados Unidos. Fazendo com que o racismo atrapalhasse o sonho de Martha e de tantas outras mulheres negras de casarem de branco. Por este motivo, ela usou um vestido de sereia azul no dia de seu casamento com o amor de sua vida, Lehman Tucker Sr.

Dois dias depois de ouvir o desejo da avó, Angela e outros familiares levaram Martha Mae a uma loja de noivas. Martha Mae experimentou dois vestidos. Quando ela saiu e se viu no espelho, foi difícil conter a emoção de se ver realizando este sonho. “Sabe, nem consigo expressar o quão especial foi. Era muito especial ”, disse ela ao AL.Com “Há muito tempo que quero fazer isso, só vestir um desses”

Assista ao vídeo:

Muitos comentários na postagem reagiram à história racista dos Estados Unidos. “Vamos falar também sobre as costureiras negras que não tinham permissão para alugar espaço em áreas comerciais por serem negras. Não se trata de $$. A crueldade é o ponto. Eles querem que você seja constantemente lembrado de que você é menos do que eles. Eles precisam de constantes lembretes tangíveis e intangíveis”, disse uma seguidora.

“Minha avó Ella Mae Williams-Roberts fez seu próprio vestido de noiva. Ela costumava olhar nas vitrines das lojas de departamento em que não conseguia entrar e ir para casa costurar o que via (com melhorias)”, contou outra usuária.

“Eu tô na Globo, mas não tô fazendo a novela das 9”, diz Paulo Vieira sobre racismo e gordofobia

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Foto: Julia Rugai / Divulgação.

Entrevistado da semana no #Provoca, Paulo fala sobre a vontade de ser artista desde criança, síndrome do pânico e os lugares reservados a pessoas pretas e gordas na sociedade

O ator Paulo Vieira é o convidado desta terça-feira (13) do programa #Provoca. Na conversa com Marcelo Tas, ele fala, entre outros assuntos, sobre as dificuldades da pobreza e resistência da família, sobre sua vontade de ser artista desde criança, a síndrome do pânico e ansiedade da mãe e como é ser preto e gordo. A edição inédita vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.

Tas pergunta ao humorista da dificuldade do pobre em entrar na vida artística, da resistência da família. “Eu acho que escolher é um privilégio (…) que, às vezes, o pobre não pode se dar. Principalmente quando você vem de uma realidade onde precisa sobreviver, garantir a sua e dos seus, resolver ser artista é uma decisão quase egoísta. Imagina que meu pai estava contando comigo para o futuro da família. Como é que eu falo que eu vou ser artista? É como… jogou todas as fichas dele no lixo”, explica.

Paulo Vieira fala também que lembra que desde os cinco anos chorava porque não estava na televisão. “Eu me lembro de ver um show que tinha a Angélica ou Tony Garrido com algumas crianças e chorar, sofrer e pensar: mais um ano que eu não estou na televisão. Todo programa Criança Esperança para mim era um sofrimento (…) então eu sempre soube que queria ser artista”, diz.

O humorista conta também no #Provoca sobre o ‘show da ansiedade’ com a sua mãe. “Eu queria ser ator sério porque eu pensava que a comédia era inferior. E quando a gente se mudou para o Tocantins, minha mãe tinha síndrome do pânico e a gente não tinha condições de pagar os remédios”. Segundo Paulo, a médica disse para a mãe que ela precisava tomar os remédios, mas a única coisa que ela podia aconselhar (o pânico vem antes da ansiedade), era que quando a mãe começasse a ficar ansiosa, para tentar pensar em outra coisa, se distrair. “E eu peguei essa missão para mim, de distrair a minha mãe. Quando ela começava a ficar ansiosa, eu imediatamente colocava um pano na cabeça, imitava minha vizinha, propunha brincadeiras (…) esse episódio com a minha mãe fez com que eu olhasse para a comédia com outros olhos, porque minha mãe foi parando de ter as crises de pânico e nunca mais teve. A comédia cura”, comenta.

Sobre ser preto e gordo, ele explica. “Eu tô na Globo, mas, por exemplo, não tô fazendo a novela das 9. Estou em num lugar que eu posso estar, né. Quando a pessoa escreve assim: Claudio entra e beija a sua esposa, automaticamente o Claudio não é gordo porque ele tem uma esposa. A gente passou por um processo que o gordo é assexualizado imediatamente. O gordo não beija, não trepa, não transa, sobretudo o preto gordo”, desabafa.

Cardi B presenteia a filha de três anos com colar de quase meio milhão de reais

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Foto: Reprodução.

Kulture, filha de Cardi B e Offset completou três anos no último sábado e teve uma festa com tema de princesa, com direito a entrada em um pônei fantasiado de unicórnio e tudo o mais, mas não ficou por aí. Em um jantar ontem à noite, a cantora presentou a filha com um colar de quase meio milhão de reais.

O colar, de Elliot Eliantte, todo cravejado em diamantes, tem cinco pingentes personalizados: a inicial da aniversariante, uma bolsa Hermès rosa, o logotipo da Chanel, Minnie Mouse e um coração. No site da loja, cada pingente aparece com preços que variam entre US$ 6.500 e US$ 10.000. Já o colar, em versões mais simples sem os pingentes, aparece por até US$ 27 mil. O que em reais, daria aproximadamente, R$ 405 mil.

No sábado, Offset presenteou a filha com um colar da Richard Mile, avaliado em US$ 250 mil, o que daria cerca de 1 milhão e trezentos mil reais.

Foto: Reprodução

Não é a primeira joia que Kulture ganha de presente da mãe. Em seu aniversário de um ano, a pequena também ganhou um colar de diamantes com personagens da série “Word Party”, avaliado em 100 mil dólares.

”A moqueca é um prato muito importante para nós, mais até que a feijoada” Chefe Aline Chermoula te ensina a fazer.

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Imagem: Aline Chermoula

Sua história tem base em técnicas nativas dos ameríndios, que foram se transformando em cada região e em muitas delas através das mãos de mulheres negras cozinheiras.
A origem do nome tem tantas variações quanto o próprio prato.
Vários documentos históricos da colonial, nos relaram sobre o nome que tem origem na palavra em tupi “moquém”, uma fogueira usada para defumar carne ou peixe, sobre a qual os índios assavam as carnes dentro de folhas de bananeira ou de palmeira. No livro “ A Arte Culinária na Bahia” Manuel Querino fala muito sobre a influência dos africanos na alimentação do Brasil. Inclusive fala sobre nossas moquecas.

Raul Lody afirma: “É um amplo e sensível olhar de Manuel Querino que traz as comidas que estão nas casas, nas ruas, nos tabuleiros, nas cozinhas sagradas dos Orixás, quando elas se relacionam numa complexa interação de significados e de sabores neste comer à baiana, que atesta soberania alimentar e nutricional”.

Lody também diz que sem dúvidas, Querino traz uma rica e diversa etnografia que revela os hábitos alimentares da Bahia, no final do século XIX e início do século XX, e, em especial, na cidade do São Salvador.

Querino mostra uma Bahia fortemente africana, mas também ibérica nas suas interpretações dos produtos da região, ou mesmo quando as misturam às receitas para reinventar sabores e ganhar uma identidade local.

Hoje em dia, existem até moquecas vegetarianas feita com bananas, coco e palmito e até mesmo as diferenciadas com ingredientes como camarão e siri. A maioria é acompanhada pelo pirão, feito com farinha de mandioca e o caldo de peixe.
A dica desta semana é utilizar uma boa panela de barro, uma pimenta aromática e sempre iniciar no fogo baixo e cozinhar todos os ingredientes de uma vez.

O calor acumulado, que harmoniza os temperos e deixa o prato com aquele gosto único. Você vai amar!

Moqueca de siri mole

Ingredientes

Siri:
100 ml de azeite
200g de cebola picada
25g de alho bem picadinho
100g de pimentão amarelo
600g de carne de siri
100 ml de molho de tomate temperado
80 ml de cachaça
450 ml de leite de coco
1 xícara coentro picado
pimenta-do-reino a gosto

Vinagrete:
200g de tomate picado sem semente
100g de cebola picada
5g de alho amassado com a faca
2g de gengibre ralado
3 Ramos de coentro
25g de pimentão vermelho em cubos pequenos
25g de pimentão amarelo em cubos pequenos
1 colher de sopa de salsa bem picada
3g de pimenta dedo de moça ou ½ pimenta picada em cubos
100 ml de azeite de dendê

Farofa de palmito pupunha:
50 ml de azeite de dendê
50g de manteiga
8g de alho
100g de cebola picada
100g de palmito pupunha picadinho bem miudinho
200g de farinha de mandioca
sal
Complemento:
Bananas da terra cozida


Aquecer o azeite, dourar o alho, colocar os pimentões e deixar cozinhar bem até os pimentões ficarem bem macios.

Acrescentar o siri, o molho de tomate, a cachaça e o leite de coco. Deixe em fogo brando, cozinhando lentamente, mexendo sempre para não grudar no fundo.

Finalizar adicione o coentro e acerte o sal e moa um pouco de pimenta do reino.





Farofa

Aquecer o azeite e a manteiga, refogar o alho, sem deixar dourar muito, e acrescentar a cebola que tem que ficar bem douradinha, quase queimadinha. Colocar o palmito pupunha e refogar rapidamente, deixar ele meio crocante.

Em seguida, acrescentar a farinha e deixar a farofa torrar bem devagar em fogo baixo, deixando dourar bem. Finalize com sal e salsinha.

 Vinagrete

Misture todos os ingredientes.

 

Montagem

Cortar a banana em cubinhos pequenos sem as sementes.

Em uma panelinha, coloque o siri no fundo e, em cima, um pouquinho da banana, farofa e vinagrete separadamente.




Moqueca da Banana da Terra
• 3 colheres (sopa) de azeite
• 1 cebola roxa cortada em rodelas
• 2 dentes de alho picados
• 3 bananas da terra maduras, descascadas e fatiadas
• ½ xícara (chá) de pimentão verde cortado em rodelas
• ½ xícara (chá) de pimentão vermelho cortado em rodelas
• ½ xícara (chá) de pimentão amarelo cortado em rodelas
• 2 tomates cortado em rodelas
• 2 colheres (sopa) de molho de tomate
• 2 colheres (sopa) de óleo de dendê
• 1 vidro de leite coco
• 1 pimenta dedo de moça sem sementes picada a gosto
• Cheiro verde ou coentro a gosto
• Sal a gosto
Modo de Preparo
Numa panela coloque o azeite e refogue a cebola e o alho. Coloque as fatias de banana, os pimentões e o tomate em camadas, junte o molho de tomate, o dendê e em seguida o leite de coco, a pimenta e o coentro. Deixe cozinhar em fogo baixo por 10 minutos. Pronto, só servir!


Moqueca cremosa de camarão
• 1,5kg de camarão-pistola
• 4 dentes de alho
• Suco de 1 limão
• Sal e pimeta-do-reino a gosto
• 6 colheres (sopa) de azeite
• 2 cebolas  raladas
• 2 tomates sem sementes
• 1 vidro grande de leite de coco (500ml)
• 1 xícara de coentro ou salsa
• 2 colheres (sopa) de azeite de dendê
• 1 lata de creme de leite
Modo de preparo
Tempere o camarão com o alho, o suco de limão, sal e pimenta. Em fogo médio, aqueça o azeite em uma panela, e adicione o camarão. Acrescente a cebola, o tomate e misture.
Quando estiver tudo cozido, acrescente o leite de coco, o coentro picado e o azeite de dendê. Desligue o fogo e adicione o creme de leite. Misture para encorporar e sirva, se desejar, decorado com ervas.

“Negras Cabeças”: exposição retrata a importância ancestral de penteados e adornos

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Foto: Divulgação.

Apresentação virtual e imersiva representa mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba

No mês em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a exposição Negras Cabeças apresenta digitalmente oito pinturas, da artista visual ILLI, Íldima Lima, que têm como propósito estabelecer uma conexão visual-ancestral, partindo de referências e registros históricos de mulheres de grupos étnicos que utilizavam penteados e adornos de cabeça para expressar aspectos pertinentes à sua cultura.

Na mostra, serão apresentadas pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba. A exposição inova ao criar um ambiente de visitação imersivo em formato de game interativo, produzido pela empresa Ops Game Studio, com trilha sonora original de Filipe Castro. Os espectadores podem acessar a exposição através do site Negras Cabeças Art, que fica disponível até dezembro de 2021.

“É um olhar para a ancestralidade. Uma reverência às linguagens e tecnologias utilizadas por esses grupos para codificar mensagens através dos penteados, dos adornos, a fim de comunicar status e situações de interesse daqueles grupos, tendo se constituído com traços culturais definidores ao longo do tempo. Há um princípio nesses grupos em se fazer entender pelo que se vê e como se vê. A exposição é uma celebração dessas etnias”, relata Illi.

Em meio aos processos de reafirmação ancestral e temas de debates atuais e que são centrais na vida de mulheres negras, a exposição Negras Cabeças conversa diretamente com o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho, data que é um marco internacional de luta e resistência para reafirmar a luta contra o racismo e o sexismo vivido por mulheres negras.

A exposição é mais uma etapa de ações da artista visual Illi, que se propõe a contribuir para a ressignificação da imagem da mulher negra nas artes visuais. O objetivo é que o recurso digital estabeleça uma conexão com debates da sociedade atual, com temáticas de gênero, classe e raça, associadas ao fortalecimento das mulheres negras, sua apropriação estética, resgate ancestral, tendo como matriz simbólica a adoção do cabelo natural. 

A exposição se apresenta de forma inédita ao se utilizar da mecânica da gamificação para criar um elo entre o contemporâneo e o ancestral, a partir da criação de ambientes imersivos, com interação em primeira pessoa, concedendo ao visitante autonomia para explorar cada um dos 3 mundos criados pela artista, onde cada obra apresentada está contida em um cenário que reproduz o bioma onde aquela etnia vive/viveu. O recurso foi utilizado para favorecer a conexão do visitante com a realidade espacial de cada grupo étnico.

“A gente construiu um universo do zero e a proposta é que através do processo de gamificação, a exposição aconteça de uma maneira que o espectador tenha uma experiência de visitação em um processo imersivo. A ideia é que a exposição faça a pessoa se sentir dentro de um jogo com comandos de movimentação, como caminhar e girar, para que assim possa ter uma percepção completa do ambiente e interação com as obras”, conta Illi.

SERVIÇO

Negras Cabeças – Exposição virtual gamificada que retrata a importância ancestral de penteados e adornos de cabeça como linguagem para grupos étnicos

Data: De 29/06 a 30/12 

Acessar em: http://www.negrascabecas.art 

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