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“Ninguém tá bem, as pessoas estão só fingindo muito bem”, diz Iza sobre saúde mental

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Foto: Ju Coutinho

Cantora cocriou o novo protetor solar da Garnier para pele negra e falou sobre a relação entre beleza, saúde mental e auto-aceitação

Iza é considerada por muitos um exemplo de beleza, auto-estima e auto-aceitação, mas não é só isso. Ela tem também muito cuidado com a manutenção da saúde mental. A cantora revelou que prioriza o próprio tempo, inclusive para realizações profissionais, como o lançamento de novas músicas.

 “A periodicidade dos meus lançamentos quem define sou eu, quando eu quero fazer música, eu faço. As pessoas não entendem que a gente investe tudo numa música que a gente não faz ideia se as pessoas vão gostar”, disse. “Eu sempre busquei estar no meu tempo e estar segura para fazer aquilo que eu gosto de fazer”, completou. 

Iza conversou com o MUNDO NEGRO após o evento de lançamento da nova linha de protetores solares da Garnier Skin Active, Uniform&Matte com cor, onde ela contribuiu com o processo de criação do produto na cor negra. 

“Como menina negra, eu sei a dificuldade que é encontrar um produto que seja adequado. A gente ouvia muito isso de que não precisava de protetor solar para pele negra, mas a partir do momento em que você entra numa farmácia e não encontra nada para sua pele, você realmente vai achar que não precisa”, disse a cantora. 

Para a head de Comunicação da L’Oréal, Helena Bertho, a presença de Iza no processo de criação do novo protetor vai muito além de ter uma celebridade fazendo propaganda. “Não é sobre representatividade, é sobre proporcionalidade, é sobre narrativas corretas. É sobre refletir a sociedade que a gente serve e onde a gente está operando”, disse. 

O produto está disponível nas cores clara, média, morena e negra e tem o preço sugerido de R$ 39,90. O novo protetor promete corrigir, reduzir e previnir manchas solares, além de ação antioleosidade e antioxidante na fórmula enriquecida com vitamina C.

Confira a entrevista:

Protetor solar foi um produto que, por muitos anos, parecia não ser necessário para a pele negra. Como é pra você participar da criação desse novo produto?

Estou muito feliz com esse lançamento e com a forma com que esse produto chega ao mercado. Como menina negra, eu sei a dificuldade que é encontrar um produto que seja adequado. A gente ouvia muito isso de que não precisava de protetor solar para pele negra, mas a partir do momento em que você entra numa farmácia e não encontra nada adequado para sua pele, você realmente vai achar que não precisa. 

Eu fico muito feliz de estar neste lançamento de um produto feito pra gente, e quando eu falo pra gente, não estou falando só do tom de pele, eu tô falando do nosso bolso. Quantas de nós podemos realmente entrar numa loja e comprar aquele protetor solar, que até já poderia existir quando eu era mais nova, mas estava totalmente fora do orçamento dos meus pais? 

Quais são suas rotinas de cuidado com a pele?

Eu sempre tento limpar muito a minha pele, porque eu tenho uma pele bastante oleosa, e o protetor solar é uma coisa que não sai da minha bolsa, e eu estou sempre repassando, uso até mesmo dentro de casa. 

Muita gente não sabe que a nossa pele tem um fator natural de proteção solar, o que só confirma que nós somos a evolução, não é mesmo? Mas é muito importante a gente se cuidar, aliado a todos os benefícios que a melanina nos traz. A nossa pele é muito mais propensa a desenvolver manchas do que outras peles com menos melanina, a gente precisa mesmo se observar. 

Eu tenho várias manchas grandes no bumbum, nas pernas, nas minhas coxas, e que eu acho lindas, mas algumas, que vão surgindo com o tempo, acho que a gente deve observar.

Você é um ícone de autoestima e beleza negra. Qual é o seu recado para meninas e mulheres que ainda têm dificuldade com a autoaceitação?

Acho super plausível as pessoas terem dificuldade com aceitação, já que a gente não se enxerga muito nos lugares. Eu acho que eu sou representante para muitas meninas, mas acho que não sou para um bando delas, porque nós somos plurais, nós somos muitas.

Então é muito importante que a gente se olhe no espelho com muito carinho, tentando esquecer tudo aquilo que a sociedade diz pra gente. Eu observo por exemplo, que características nossas que muitas pessoas usavam para nos apontar, elas estão indo nas clínicas de estética para fazer. Nós somos lindos do jeitinho que nós somos, e eu faço questão de dizer que eu sou linda, mesmo quando eu não tô me achando linda, porque qualquer pessoa tem altos e baixos. 

Durante a pandemia, vamos combinar que eu tive mais baixos do que altos. É muito importante eu trazer essa mensagem positiva de aceitação do meu corpo, eu faço questão de dizer que eu nunca fiz plástica, porque eu quero que as pessoas que me seguem entendam que eu passei por um momento muito complicado na minha adolescência, quando eu era a única preta na escola que eu estudava. 

Eu tive uma mãe muito parceira, que segurou a minha mão e não permitiu que eu fizesse nenhuma intervenção, e até me manipulava às vezes. Eu pedi para fazer uma cirurgia plástica quando eu tinha 15 anos e minha mãe falou: “Com 18 anos a gente vai fazer, filha”. Com 18 anos eu perguntei e ela disse: “Filha, a gente tá sem dinheiro, mas com 20 a gente vai fazer”. Até eu ter a maturidade de dizer que não queria mais fazer. 

Eu acho que é muito importante a gente ter esse autocuidado e ter esse cuidado com quem tá ao nosso lado, porque é muito fácil a gente se olhar que achar que aquilo que tá no espelho não é bonito. Nós somos lindos, nós somos divinos, nós somos evoluídos e eu acho muito importante retribuir essa afirmativa para o meu público. 

Como você lida com o cuidado com a sua saúde mental?

Terapia era um luxo que nem se passava pela cabeça dos meus avós, dos meus bisavós. Nem para os meus pais isso existia. Por mais que isso não fizesse parte da nossa vida, a minha mãe sempre foi essa pessoa que mandava um papo para mim de responsabilidade, mas ao mesmo tempo, de cuidado. 

Várias vezes quando eu não queria ir para a escola e se ela via que era algo que eu não tava bem e ela deixava eu ficar em casa. Minha mãe sempre dizia pra mim que eu tinha que estar onde eu queria estar, onde eu me sentia bem. E isso é uma coisa que eu faço desde sempre. 

Em 2020 eu não consegui compor muito, no começo do ano eu comecei a me cobrar muito por isso, mas eu entendi que se eu não tava boa pra compor, nada do que eu compusesse iria me deixar feliz. Aprendi a dar tempo pra mim, além das expectativas dos outros. A periodicidade dos meus lançamentos quem define sou eu, quando eu quero fazer música, eu faço. Eu sempre busquei estar no meu tempo e estar segura para fazer aquilo que eu gosto de fazer. 

As pessoas falam que eu sou super discreta com redes sociais. Não é uma questão de ser discreta, é uma questão de querer me proteger, porque se tiverem cem comentários bons, e um comentário ruim, eu vou querer ligar de vídeo pra pessoa e perguntar “qual é o seu problema comigo? O que foi que eu te fiz?” A maioria das pessoas que falam coisas negativas pra mim e eu falo com elas no DM, a maioria fala “Iza, você me respondeu, você me notou, não acredito, maravilhosa!” Quer dizer, as pessoas não têm noção do peso que elas têm na nossa vida.

Então, eu dou graças a Deus que eu não fui adolescente nessa época, com telefone na mão, com filtro. Porque eu não sei se a minha mãe teria tido tanto sucesso na hora de me convencer que eu era linda do jeito que eu sou, porque a gente recebe informação o tempo inteiro. Então, uma boa dica para a saúde mental é: para de olhar o gramado dos outros que está sempre mais verde artificialmente. Ninguém tá bem, as pessoas estão só fingindo muito bem. 

Rede de Terreiros de Pernambuco processa pastor por vídeo racista

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Painel com imagens de orixás e elementos da natureza foi alvo de ataque racistas. Foto: Reprodução.

Aijalon Berto se referiu a orixás representados em viaduto de Recife como “entidades malignas” e “espíritos das trevas”

A Rede de Articulação da Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, liderada pela Iyalorixá Elza de Iemanjá, ingressou, nesta quinta-feira (29), com notificação extrajudicial contra o Facebook exigindo a remoção de um vídeo racista publicado em um perfil do instagram, do pastor evangélico Aijalon Berto.

No vídeo, o pastor comenta pinturas e painéis retratando Orixás no túnel da Abolição, em Recife, se referindo ao espaço como um “portal demoníaco”. O espaço contra com obras dos grafiteiros Adelson Boris, Nathê Ferreira e Emerson Crazy, que pintaram 550 metros nos dois lados do túnel, representando imagens dos orixás e elementos da natureza. “Na verdade, eu preciso revelar para vocês que esse painel é, nada mais nada menos, do que uma reverências a entidades malignas, satânicas, espíritos das trevas”, ataca o pastor.

Segundo Hédio Silva Jr., advogado da Rede e Coordenador-Executivo do Idafro, a narrativa escapa flagrantemente ao proselitismo religioso, degenerando para o discurso de ódio religioso, que induz os receptores a responsabilizarem as religiões afro-brasileiras por todos os males e mazelas individuais e sociais.”

Além da notificação para o Facebook, o advogado ingressará com representação criminal contra o pastor por crime de racismo religioso.  

HISTÓRICO – Aijalon responde a outras acusações de intolerância religiosa, racismo e transfobia. Uma delas contra a coordenadora cultural das religiões de matrizes africanas e indígenas, na Prefeitura de Igarassu, região metropolitana do Recife. Outro caso recente envolvendo o pastor é o do ator e dançarino Joel Carlos Francisco, de 42 anos, que foi chamado de “feiticeiro” por Aijalon ao comentar um vídeo institucional que pedia precaução durante o carnaval por causa da pandemia.

Simone Biles, Rebeca Andrade e sororidade negra nas olimpíadas

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Imagem: Simone aplaude Rebeca

Durante essa semana muito foi falado sobre a saúde mental das mulheres negras a partir da decisão de Simone Biles (uma das maiores ginastas da atualidade) de desistir da final individual geral nas olimpíadas de Tóquio 2020 para priorizar o seu bem estar psicológico.

Nesta quinta-feira aconteceu a final em que a brasileira Rebeca Andrade competia pelo ouro e as reações de Simone Biles a cada performance de Rebeca chamou a atenção dos internautas.

Cada vibração da ginasta norte-americana para as apresentações da brasileira nos lembra sobre sororidade entre as mulheres negras e o quão especial e importante é essa conexão. Em uma competição com ginastas representantes de diversos países e etnias diferentes as vibrações e as calorosas demonstrações de admiração entre mulheres negras chama muito atenção.

Por muitos anos, mulheres negras acreditaram que não pertenciam a certos lugares, e que deveriam se contentar com o que era imposto. Até hoje sofremos muito com as autocobranças e todo o esforço para sempre alcançar uma perfeição inexistente, é doloroso. Acabamos nos tornando por diversas vezes nosso maior inimigo.

No modelo patriarcal em que vivemos, somos expostas diariamente à rivalidade feminina, colocadas em competições em diversas áreas, de forma que aprendemos a odiar outras mulheres sem motivo. E pelo histórico de preterimento entre mulheres negras é ainda mais difícil se esquivar dessa competição e se aliar a mulheres negras, o que acaba nos enfraquecendo.

Nós precisamos nos fortalecer e fortalecer as outras. Ver Simone Biles dar pulinhos de alegria com um movimento bem executado de uma outra mulher negra que ameaça a medalha do seu país nos diz muito sobre sororidade negra e é algo que devemos praticar. Lute, torça e celebre as conquistas de mulheres negras!

Português é bronze e manda recado para Puma e Adidas, marcas que se negaram a patrociná-lo

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O português Jorge Fonseca ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio na categoria até 100kg do judô nesta quinta-feira (29) e dedicou conquista às marcas Puma e Adidas de forma irônica.  “Vou dedicar a medalha para Adidas e Puma. Porque me disseram que eu não tinha capacidade para ser representante da Puma, então eu dedico essa medalha para os dirigentes de Puma e Adidas. Já mostrei que sou bicampeão do mundo, terceiro nos Jogos Olímpicos, qual estatuto mais eu preciso ter para ser patrocinado por eles? Essa medalha eu dedico para eles e um grande beijinho. Força, Portugal!”,  declarou o lutador à beira do tatame.

Imagem: Annegret Hilse/Reuters

Fonseca é bicampeão mundial e chegou em Tóquio como um dos favoritos ao ouro. 

No percurso até ao bronze, Jorge Fonseca venceu o belga Toma Nikiforov e o russo Niiaz Iliasov, mas acabou por sair derrotado pelo coreano Guham Cho no combate que dava acesso à final. Na semifinal na semifinal teve uma cãibra na mão e acabou sendo derrotado na luta pelo sul-coreano Cho Gul-Ham. Na repescagem venceu o canadense Shady Elnahas e levou o terceiro lugar. “Sou bicampeão do mundo, eu trabalho para o ouro, não para o bronze. Vou trabalhar para o ouro em Paris”, declarou o judoca de 28 anos.

Foi a primeira medalha de Portugal na atual edição das Olimpíadas

O sistema de justiça e o racismo estrutural

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Imagem: Zaira Castro advogada

O sistema de justiça no Brasil é norteado por práticas discriminatórias e racistas que abarcam um contexto de desigualdade estrutural que afeta a população negra. A Constituição Federal do Brasil de 1988 preconiza que todos são iguais perante lei, porém o país está longe de disseminar o racismo institucionalizado, que revelam em muitas situações, atos atentatórios aos direitos humanos, à não-discriminação e ao direito à igualdade.

Nesse contexto, cabe destacar a violência contra a mulher, inúmeras vítimas relatam que enfrentam dificuldades para acessarem a justiça, especialmente na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM), que na maioria dos casos os atendimentos são inadequados, perpetrando mais sofrimento às mulheres que vão ao judiciário buscar um apoio. Um atendimento cercado de atitude discriminatória e estereotipada por parte dos agentes estatais, bem como a morosidade nos processos para deferimento de medidas protetivas,por razões interseccionais de discriminação e vulnerabilidade.

Assim, as mulheres negras sofrem em maiores incidências de exclusão e violência, em decorrência da discriminação racial estrutural que perpassa todo o judiciário da oitiva ao inquérito policial e da audiência à sentença. E por isso, muitas vezes nos deparamos com vítimas que não buscam o sistema de justiça. Inclusive diversas juristas na sua atuação profissional em defesas dessas vítimas têm suas prerrogativas violadas, em razão da discriminação racial e de gênero.

Senão vejamos, considerando a ínfima participação da população negra ocupando espaços de poder, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) que conta com 90 anos de existência, após mobilização do movimento popular de juristas negras e negros no dia 14 de dezembro de 2020, o Conselho Federal da OAB decidiu historicamente pela paridade de gênero e equidade racial, haja vista uma participação equânime e democraticamente afirmativa.

Nesse ínterim, trago a baila a provocação da advogada e pesquisadora Tatiana Emília Dias (2020), da Universidade Federal da Bahia – UFBA, sobre a ausência de pessoas negras em espaços de poder: “Quando as pessoas me perguntam por que os negros têm dificuldade em ocupar espaços de poder, eu inverto a questão: Por que as instituições têm dificuldades em dar acesso às pessoas negras?”.

De acordo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), “no Brasil,as pessoas afrodescendentes estiveram historicamente inseridas dentro em um contexto de discriminação estrutural e de racismo institucional”. O racismo perpetrado através de um processo de subjugação e dominação que seguem presentes na sociedade e se propaga nas esferas estatais, naturalizando as hierarquizações raciais no âmbito das instituições, a exemplo do judiciário.

Para a CIDH o padrão discriminatório tão latente designam obstáculos para que a população negra apresentem algum tipo de ascensão, assim como exerçam seus direitos dignamente, sobretudo referente à participação efetiva em espaços decisórios de poder, acesso ao mercado profissional; na saúde e educação de qualidade; bem como no efetivo acesso à justiça. E, ainda destaca a violência praticados por agentes do Estado, principalmente pela polícia e sistema de justiça fundamentados em padrões de perfilhamento racial a fim de criminalizar e punir a população negra.

Além disso, no sistema de justiça criminal os magistrados evitam sentenciar os culpados por crime de racismo, conforme determina a Constituição Federal que dispõe “A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível.” Afalta de eficácia na aplicabilidade nos casos de racismo por membros do poder judiciário, demonstra um segregacionismo existente no Brasil perfazendo o racismo estrutural.

Com novo single e comemorando três anos de carreira, Mc Rebecca estampa a Times Square

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Divulgação/Mc Rebecca estampa Times Square

A funkeira Mc Rebecca estampou nessa quarta-feira (28) um dos principais telões da famosa Times Square, em Nova York, Estados Unidos. A ação faz parte da campanha Radar Global, promovida pelo Spotify, que apoia artistas em ascensão. Inclusive, o projeto já está presente em mais de 50 países e Rebecca foi a artista Radar Brasil contemplada em março deste ano. O destaque veio após o lançamento de ‘Catucada de Leve’, parceria com Mc Zaquin, lançada na última semana.

O reconhecimento pode ser visto também como um presente para a carioca que está completando três anos de profissão em 2021. Rebecca conquistou a atenção do público já em seu primeiro single, a música “Cai de Boca”, que contou com composição de Ludmilla. Com uma rápida repercussão rapidamente nos bailes do Rio de Janeiro e outras capitais, o lançamento obteve alcance de mais de 6 milhões de visualizações no Youtube e no Spotify sendo tocada 5,3 milhões de vezes. Logo, a artista emendou mais hits, como Deslizo e Jogo, Ao Som do 150, Sento com Talento e Coça de Rebecca.

“Estou extremamente realizada com o reconhecimento que meu trabalho alcançou. O funk teve o poder de mudar a minha vida, assim como a de muitos outros jovens. Hoje, ver o gênero quebrando barreiras e saber que faço parte desse movimento é algo inexplicável. Sou muito feliz pela forma que o público me acolheu em tão pouco tempo, assim como pessoas do meio. Construo cada projeto prezando e levantando a voz das mulheres, das pretas, da comunidade LGBTQIA+ e outras minorias, ver que alcançamos algo nessa proporção só me dá ainda mais gás para continuar. Só tenho a agradecer”, comemora Rebecca.

No ano passado, Rebecca assinou com a gravadora Sony Music e de lá para cá vem construindo novos e grandiosos passos no universo da música – como o vivido hoje. Entre os sonhos realizados neste curto período de música está em especial a parceria com sua maior inspiração, a cantora Elza Soares, na música “A Coisa Tá Preta” – a letra exalta e celebra a ancestralidade, além de ressignificar adjetivos relacionados à negritude.

Entre os trabalhos recentes, a cantora retomou a parceria com Anitta e juntas lançaram o feat Tô Preocupada (Calma Amiga). No estilo 150 bpm, a produção marcou números: mais de 11 milhões de views em dois meses de lançamento e debutou direto no Top 30 do Spotify Brasil. Em junho, lançou o segundo EP de sua carreira: ‘Outro Lado’. O trabalho, totalmente idealizado durante a pandemia, apresenta quatro faixas inéditas com clipes que se complementam formando um curta-metragem que traz como tema central uma reflexão em relação a violência contra mulher e a liberdade feminina. Pussy Gang – em parceria com as Hyperanhas –, Bala, Beijo e Bye Bye e Só Faço o Que Eu Quero formam o projeto.

Nascida no Morro de São João, comunidade pertencente ao Engenho Novo, bairro do Rio de Janeiro, e mãe da pequena Morena de 7 anos, a artista tem uma postura muita ligada a luta antirracista e feminista, assim como o prazer e a liberdade da mulher estão sempre presentes em seus trabalhos.

GM lança programa de trainee exclusivo para talentos negros. “Pretendemos ser a empresa mais inclusiva do mundo”, diz Cláudio Bispo

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Cláudio Bispo é presidente do Grupo de Inclusão Étnico-racial da GM na América Latina (GMAAN). Foto: Divulgação.

Inscrições no processo seletivo vão até 03/08

A General Motors (GM), gigante do mercado automobilístico, está com inscrições abertas para o programa de trainees 2021 Track GM. A seleção deste ano busca exclusivamente talentos negros para compor a força de trabalho da empresa. Inscreva-se aqui.

Os selecionados vão passar pelo programa de três anos na empresa, período no qual serão oferecidos curso de inglês, treinamento em gestão e desenvolvimento para carreira, além de mentoria e a presença de um colaborador para acompanhamento nas primeiras semanas na empresa.

As áreas que estão com vagas abertas para o programa de trainee são: Cadeia de Suprimentos, Finanças, Manufatura e Vendas, Pós-Vendas e Marketing.

Podem se candidatar pessoas que tenham concluído a graduação entre julho de 2018 e julho de 2021. São aceitas graduações em todas as áreas, mas cursos como Administração, Economia, Estatística, Matemática e Engenharias terão preferência para alguns setores.

O MUNDO NEGRO conversou com Cláudio Bispo, Presidente do Grupo de Inclusão Étnico-racial da GM na América Latina (GMAAN), sobre esse processo seletivo e para conhecer mais a filosofia de inclusão do grupo, que pretende ser “a empresa mais inclusiva do mundo”. Confira!

Segundo Cláudio Bispo, a política de inclusão já faz parte do histórico da GM. Foto: Divulgação.

Como ocorreu a percepção dentro da GM de que era necessária uma abertura para falar sobre Diversidade, Equidade e Inclusão?

Durante 2020, enquanto os protestos por justiça social e racial aumentavam em todo o mundo, a GM decidiu liderar pelo exemplo enfrentando o modelo existente de discriminação na sociedade e tomando ações decisivas.  A principal delas foi o estabelecimento da meta de se tornar a empresa mais inclusiva do mundo.

A partir desta diretriz, as ações para promover a diversidade, equidade e inclusão que já ocorriam mesmo antes de 2020 foram intensificadas e novas iniciativas foram criadas com o intuito de acelerar este processo dentro da empresa. Uma destas iniciativas foi a criação do grupo de afinidade étnico-racial, GMAAN (que já existia na nossa matriz nos EUA) aqui na América do Sul.

Como a GM está preparando o seu processo seletivo para ser mais justo e inclusivo?

Uma das iniciativas mais importantes relativas ao nosso processo seletivo é a edição 2021 do nosso programa de trainees, o Track GM. Neste ano, ele é exclusivo para pessoas negras: é o Programa de Trainee Talentos Negros – Track GM. Cabe salientar que esta não é a primeira vez que buscamos ter um programa de seleção justo e inclusivo: já tivemos um programa voltado exclusivamente para mulheres, já tivemos processos com currículos às cegas (onde não apareciam os dados pessoais), entre outras iniciativas.

Como a GM está se preparando para receber estes talentos em suas fileiras? Há algum preparo interno com as lideranças?

Sim. Os líderes que irão entrevistar os candidatos do programa de trainees talentos negros passarão por um treinamento de letramento racial e, também, teremos representantes do nosso grupo de afinidade étnico-racial – GMAAN, nos painéis de entrevistadores deste processo. Além disso, todo o processo de onboarding dos profissionais selecionados será acompanhado pelo GMAAN.

Qual a importância do GMAAN dentro deste projeto de ser a empresa mais inclusiva?

O GMAAN tem importância vital neste processo pois suporta as atividades de atração de talentos e busca apoiar a todas as pessoas negras que ingressam na companhia e vem gerando conteúdo de desenvolvimento para nossa comunidade interna de empregados tanto sobre letramento racial (aprender mais sobre a questão racial e como isso influencia as trajetórias de carreira) quanto para a aceleração de carreira das pessoas negras dentro da GM, por exemplo, com o projeto de mentoria. Por sermos um grupo relativamente novo, estamos apenas começando nossas atividades, mas já temos grandes aspirações.

Vocês esperam influenciar outras empresas do ramo automobilístico com esta iniciativa?

Este não é um objetivo primário, mas, caso cheguemos a influenciar positivamente outras empresas do ramo, estaríamos muito contentes uma vez que ajudaríamos mais a nossa sociedade. A GM tem essa característica do pioneirismo em diversas frentes e entendemos que estamos também sendo pioneiros na questão da diversidade e inclusão.

Hoje a GM é a primeira empresa do mundo, no ramo, a possuir uma mulher como CEO, como vocês enxergam essa mudança?

Esse é um motivo de muito orgulho para a empresa. A Mary Barra não é só uma mulher CEO, ela é uma excelente CEO, premiada e reconhecida internacionalmente. Ela está, desde 2014, liderando mudanças profundas e necessárias na nossa empresa. A causa da diversidade, equidade e inclusão é muito importante para ela e ela é uma importante porta-voz global para o assunto.

Vocês pretendem abrir programas de diversidade para outros grupos minorizados?

Já tivemos, no passado, outros programas que foram exclusivos para mulheres, por exemplo. Neste momento, temos um programa de estágio aberto exclusivo para mulheres atuarem na manufatura e temos a meta de garantir 50% de participação de mulheres nos processos seletivos da empresa. Esses são só alguns exemplos de programas que estão em andamento com foco na diversidade e inclusão. Esta é uma jornada longa e certamente trará novos frutos no futuro.

SERVIÇO:

Processo Seletivo de Trainees 2021 Track GM

Inscrições até 03/08

Inscreva-se: https://bit.ly/2TC9kQs

*Este conteúdo foi criado em parceria paga com a GM.

“Diziam que a gente não podia estar nesses lugares”. Daiane dos Santos desabafa sobre conquista de Rebeca

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“A primeira medalha do Brasil num Mundial de Ginástica foi negra. A primeira medalha do Brasil na Ginástica feminina foi negra. Isso é muito importante. Diziam que a gente não podia estar nesses lugares”, desabafou a ex-ginasta Daiane dos Santos em transmissão ao vivo pela Globo logo após a medalha de prata da ginasta Rebeca Andrade na final do individual geral. Daiane foi a primeira ginasta do Brasil a conseguir ser campeã mundial, e a primeira ginasta negra do mundo. Feito conseguido em 2003, aos vinte anos de idade, no Campeonato de Mundial de Anaheim, na Califórnia.

Imagem: Reprodução/Globo

“A primeira medalha olímpica de ginástica artística é para uma menina negra. Durante muito tempo disseram que as pessoas negras não poderiam praticar esportes. A gente vê hoje a primeira medalha para uma menina negra. Tem uma representatividade muito grande atrás de tudo isso. É uma mulher que veio de origem humilde, criado por mãe solo, porque o pai da Rebeca é vivo, mas não é presente na vida dela”, disse Daiane com os olhos lacrimejando. “Aguentou tudo que ela aguentou, as lesões e está hoje para ser a segunda melhor ginasta do mundo. Eu não consegui me expressar direito porque é muito difícil, sabe?”.

A conquista de Rebeca Andrade e a fala emocionada de Daiane dos Santos repercutiram no Twitter e chegaram aos trendings nesta manhã de quinta. “Daiane dos Santos emocionada e Simone Biles comemorando a vitória da Rebeca Andrade. Mulheres negras ginastas que entendem a importância do que é ganhar uma medalha olímpica!”, escreveu a pedagoga Ana Flor, enquanto a jornalista Daiane Oliveira reforçou os símbolos da conquista. “Rebeca Andrade conquistou uma medalha inédita para o Brasil. Isso já é manchete suficiente, mas ainda é importante lembrar que é uma atleta que vem de lesões, negra em um país (e esporte) onde o racismo não deixa espaços para erros, mulher. É muito mais  que uma medalha e um esporte”, postou.

Imagem: Reuters

Em recente entrevista à revista Marie Claire, Daiane revelou que sofreu racismo na seleção brasileira de ginástica artística. Comigo, houve situações na seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro! Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação. Banheiros para brancos e banheiros para pessoas de cor”, declarou.

Entre os títulos na carreira de Daiane dos Santos estão ouro no Mundial de 2003 (Solo), ouro em 9 etapas de Copa do Mundo (Solo), e ouro no Campeonato Pan-Americano de 2001 (Solo).

Histórico: Rebeca Andrade se torna a primeira brasileira a conquistar medalha olímpica na ginástica artística

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A ginasta guarulhense de 22 anos, Rebeca Andrade, foi medalha de prata na competição individual geral que disputou nesta quinta-feira nas Olimpíadas de Tóquio. com a pontuação  de 57.298, ficando atrás apenas da norte-americana Sunisa Lee (57.433). 

Rebeca Andrade é prata no individual geral — Foto: Reuters
Imagem: Reuters

É um feito inédito para a ginástica artística brasileira. Na pontuação do grupo principal, Rebeca foi a melhor do salto (15.300), a 5º nas barras assimétricas (14.666), a 4º na trave (13.666)  e a 4ª no solo (13.666). Foi a primeira vez do país em um pódio olímpico na categoria feminina da ginástica artística. “Essa medalha não é só minha. É de todo mundo. Se eu não tivesse essas pessoas na minha vida eu não teria chegado até aqui. Sou muito grata a todo mundo aqui”, disse Rebeca em entrevista à Globo logo após o pódio. Questionada sobre a ausência da favorita Simone Biles, a atleta lembrou que esportistas não são perfeitos. “Hoje eu sou uma atleta diferente e justamente pela cabeça que eu tenho. Atleta não é um robô. Sempre admirei o psicológico da Simone Biles. Ela tem que entrar em ginásio para se divertir e não se cobrando tanto”, disse.

Ao som de “Baile de Favela”, a ginasta tirou aplausos das pessoas presentes no ginásio mesmo antes do fim da apresentação no solo. Rebeca superou três lesões  no joelho e tinha pensado em desistir do esporte por causa da lenta recuperação. Com apoio da mãe, Rosa Santos, Rebeca seguiu e hoje está entre as melhores ginastas do mundo.

 “Estou levando essa medalha para gente. Estou orgulhosa de mim e das pessoas que trabalham comigo” declarou Rebeca Andrade que tem mais duas finais para disputar nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A atleta está na decisão do salto e do solo. Os medalhistas da prova do salto serão conhecidos no próximo domingo (1º), enquanto a decisão do solo será na segunda (2). A brasileira é uma das favoritas em ambas as categorias.

“Drive Your Funky Soul”: Alê Garcia lança podcast sobre a história da black music

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Imagem: Divulgação

Alê Garcia, eleito pela Forbes um dos 20 creators negros mais inovadores do Brasil, lançou nessa quarta-feira (28) seu novo projeto “Drive Your Funky Soul”: um podcast, destinado a contar a história da black music, dos Estados Unidos ao Brasil.

A história será contada a partir do surgimento do Jazz, passando pela explosão da Black Music com James Brown, e sua chegada a solo brasileiro, onde o foco entra em sua construção.

“Sempre tive um caso de amor com a black music, devorando todos os LPs que eu tinha em casa e depois buscando aprender mais e mais sobre este nosso grande patrimônio cultural. São anos de audição e de pesquisa sobre gênios como James Brown, Tim Maia, Parliament Funkadelic, Black Rio, curtindo todos os desdobramentos do gênero”, afirma Alê Garcia.

Grandes gêneros e personagens aparecem: o Samba-Rock, o Rap, o Funk e o Pop; nos nomes de Jorge Ben Jor, Toni Tornado, Tim Maia e muitos outros.

A produção de Drive Your Funky Soul envolveu mais de um ano de trabalho, entre pesquisa bibliográficas e fonográficas, além de entrevistas com artistas que tiveram papel relevante na história da música negra no Brasil. A série, lançada esta semana, contará com 13 episódios, sendo que parte deles estará disponível apenas a apoiadores do projeto.

O site do projeto é o http://escute.orelo.audio/alegarcia e seu conteúdo está disponível na Orelo, plataforma de conteúdo e apoio a creators, e parceira de Alê em Drive Your Funky Soul. O download do app da Orelo é gratuito e está disponível no Google Play e na App Store.

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