Deh Bastos é mãe do José, de 3 anos de idade. Para a comunicadora, a maternidade se apresentou de uma forma tranquila. “Eu vivi uma realidade muito confortável, eu pude planejar ter um filho. Primeiro conheci uma pessoa incrível, que é meu amigo, meu parceiro e a gente planejou ter um filho”, relembra. Os únicos percalços que ela teve pelo caminho, foram os enjoos da gestação e a perda de 13kg.
No plano emocional, as tranformações foram muitas. “A maternidade se apresentou para mim como um portal de transformação. Eu passei a ver a vida de um outro jeito. Eu tinha certeza de que quando meu filho nascesse, provavelmente eu não trabalharia mais. Se já era difícil a vida de uma mulher preta tentando trabalhar com Publicidade, imagina depois de ser mãe?”, relembra Deh, que pediu demissão logo após o fim da licença-maternidade.
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Outra transformação que veio com a chegada de José foi o entendimento sobre as questões raciais. Apesar de sempre ter se compreendido enquanto uma mulher negra, o letramento racial não era parte da realidade de Deh. “Eu não sabia o quão político isso era, nem o que estava envolvido em ser uma pessoa preta no Brasil.”
Com chegada de José, Deh começou, então, a estudar a questão racial. “Eu pensei: eu não posso deixar o meu filho sem ter uma educação antirracista. Quando eu nasci como mãe, eu renasci como mulher preta, que é, inclusive o título do meu capítulo”.
O livro Maternidades no Plural busca relatar aspectos da maternidade a partir das vivências das seis coautoras. Aspectos como a questão racismo, maternidade lésbica, adoção, maternidade solo e maternidade atípica recheiam as narrativas sem tentar estabelecer mais modelos e padrões a serem seguidos. “Existem as nossas seis formas de maternar e mais uma infinidade de outras, sem certo e sem errado, com as várias maneiras que a gente tem de sermos mães possíveis”, finaliza Deh.
SERVIÇO:
MATERNIDADES NO PLURAL – Retratos de diferentes formas de maternar
352 páginas
Selo Fontanar, Companhia das Letras
Preço: R$ 64,90
E-Book: R$ 44,90
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