A EGBÉ – Mostra de Cinema Negro se aproxima da sua 7ª edição e, pela primeira vez, amplia as suas inscrições também para filmes internacionais. Por isso, este ano, o regulamento foi lançado com tradução para o inglês e para o espanhol.
As inscrições estão abertas desde o dia 09 de novembro e seguem até o dia 15 de dezembro. Para enviar seus filmes, realizadores negros do Brasil e de outras partes do mundo devem acessar o portal: https://egbesergipe.com.br
Não é a primeira vez que filmes internacionais poderão ser exibidos na mostra. Em outras edições, realizadores de países africanos e da América Latina inscreveram e tiveram seus filmes exibidos na EGBÉ. Mas, é a primeira vez que a organização internacionaliza as inscrições de forma oficial.
Para a diretora geral da mostra, Luciana Oliveira, ampliar as inscrições é mais um passo importante que a EGBÉ dá em seus quase 7 anos de existência. “Receber filmes de outras partes do mundo de realizadores negros e negras será incrível, poder ver através das lentes de diferentes cineastas os seus mundos, as suas vivências, as suas narrativas, suas visões, com certeza será muito bacana, e acreditamos que também para o público da EGBE, será importante ter acesso a esses filmes” disse.
A expectativa é que, após dois anos de edições online por conta da Pandemia da Covid-19, a mostra seja realizada pela primeira vez de forma híbrida em abril de 2022. E a ansiedade por esse retorno presencial, aos poucos e com todas as medidas de segurança necessárias, é muito grande por parte de uma equipe que sempre recebeu de braços abertos realizadores e público de diferentes partes do país ao longo desses anos.
Para mais informações os realizadores interessados podem enviar e-mail para egbecinemanegro@gmail.com ou acessar o Instagram da mostra: @egbesergipe.
Vinicius Chagas, 38 anos, é natural de Porto Alegre. Nascido numa cidade de colonização europeia, de maioria branca, cresceu numa família de classe média. Seus pais, concursados de uma empresa estatal, sempre fizeram tudo dentro do possível para que ele tivesse uma vida com qualidade. Ele e sua irmã fizeram natação, curso de inglês, e eram sempre os únicos negros nesses espaços.
“Tinha eu e mais um menino negro, em todas as turmas da minha classe. E como em toda a sociedade cujo racismo é estrutural, as crianças testam os limites, e passamos por diversos episódios racistas na infância.”
Sempre foi bom aluno, aplicado e amante de exatas. Essas habilidades fizeram dele um aluno popular na época, uma vez que todos queriam fazer trabalhos em grupo com ele, devido a sua inteligência. Iniciou seus estudos universitários na UFRS, em engenharia, e após um semestre migrou para comunicação na PUC.
Ainda durante a faculdade começou a trabalhar como assistente administrativo na companhia pública de abastecimento, na parte de estatística. Gostava do que fazia, mas sempre foi estimulado por uma amiga próxima a ir além. Apesar de gostar, e de ter feito boas amizades naquele ambiente, aquela semente o levou a pedir demissão, pra trabalhar numa fábrica de fornos, também como assistente administrativo.
“As centrais de estágio diziam que a vaga era de assistente de marketing, mas na prática você fazia de tudo, até café.”
Vinicius entrou na publicidade pois gostava de fotografia, e logo migrou sua carreira, aceitando uma posição para trabalhar em uma grade agência, onde ficou até se formar, ocupando o cargo de diretor de arte. Em um certo momento, entendeu que não conseguiria mais crescer, e começou a flertar com as áreas de estratégia e comportamento. Estudando a respeito, conseguiu um emprego numa consultoria de pesquisa, e num cargo de fato estratégico, fazia a tabulação de dados e recomendação estratégica com base nos dados.
Com sua amiga Amanda, criou o “Looks Like Porto Alegre”, um site de street style. Tirando fotos das pessoas em festas, teve uma grande projeção, sendo convidado para realizar a cobertura de eventos importantes na cidade. Começou a fazer a festa do site, sempre na 2ª sexta-feira do mês, com foco no dress code de moda. Começou a ganhar dinheiro, e abandonou o emprego na consultoria, para focar em seu negócio, que estava dando muito certo. Levou a festa pra outras cidades, como Florianópolis e até Montevidéu, no Uruguai, que sempre contava com uma banda de Porto Alegre e outra local.
“Até que um dia, olhei pro que eu estava fazendo, mas queria voltar às origens, para aquilo que tinha me formado. Fui fazer um curso de comportamento do consumidor, para me atualizar, e uma das professoras do curso, que trabalhava numa grande agência de live marketing, me indicou para uma vaga.”
Vinicius aplicou e passou, assumindo uma posição de community manager e brand writer, cuidando de estratégia de postagens nas páginas de grandes marcas. Também era responsável por inovação e curadoria para pesquisas e conteúdo. Buscando se movimentar no mercado, após algum tempo foi pra uma outra grande agência, pra cuidar da parte de estratégia, indo trabalhar alocado em Brasília, pra cuidar de uma conta governamental. Nessa oportunidade chegou inclusive a apresentar seu trabalho para pessoas de grande escalão do governo. De lá, Vinicius foi convidado para ser coordenador de conteúdos em outra agência, construindo do zero audiências para grandes marcas.
“Para além dos posts legais, comecei a pensar mais estrategicamente em conteúdo.”
Mostrando seu valor, e construindo resultados concretos, Vinicius foi convidado para o outro lado da mesa, numa vaga em um cliente. Foi uma experiência bastante rica, que possibilitou outras oportunidades, até que Vinicius chegasse à cadeira de Head of Conversations Design, que ocupa hoje, em outra grande agência.
“Tive sorte de ter bons líderes no caminho. Nesse lugar, tendo acesso e oportunidades, meu papel é puxar outros pretos. As vivências é que dizem sobre as capacidades e potenciais das pessoas.”
Acredita que quando tem gente muita igual numa sala, pra falar sobre uma ideia, ela sai pasteurizada. E que rico é ter vários olhares diferentes, discordar, debater. Olhando o mercado, percebe o patente aumento no entendimento, nas mesas de estratégia, que a diversidade é uma pauta quente que não dá pra ignorar. As empresas precisam refletir sobre a sociedade que a gente vive. Não adianta encher a sala com pessoas iguais. É necessário fomentar desconfortos e a necessidade de discutir sobre isso.
“Tem vários tipos de clientes. Alguns ainda estão crus, e outros já estão fazendo diversas coisas. Como especialista e com a vivência que temos, puxamos conversamos e alicerçamos.”
Para Vinicius, mesmo na publicidade, a gente ainda engatinha pra equidade. Ainda que haja o movimento, isso passa por uma estruturação das empresas para receber, desenvolver, e ainda falta muito. A bolha tem falado muito sobre essa pauta, mas falta muito no dia a dia. Políticas públicas, inclusive. Vemos o racismo todos os dias nas ruas.
“A publicidade reflete a sociedade que vivemos, e inspira a sociedade que a gente quer.”
Com essa caneta na mão, Vinícius acredita que a nossa obrigação é usar um pouco da voz que temos, pra tentar rever esse quadro no Brasil. Diversidade não é casting. A gente precisa refletir o que a gente quer, e a real sociedade que a gente vive e quer daqui pra frente, em todo o trabalho. Colaboradores, fornecedores, atores.
“A publicidade tem o papel de inspirar, questionar padrões. A gente é criativo, tem licença poética pra fazer isso. E ficamos felizes em termos marcas parceiras que acreditam isso.”
Para Vinicius, suas referências pretas eram seus pais, seus avós e os artistas. Quando estava no colégio, sentia vergonha de falar que escutava samba, com medo de virar chacota. Em sua casa, sempre se ouviu Alcione, Emilio Santiago, Fundo de Quintal, que fizeram parte de sua cultura e letramento.
“Meus pais se sacrificaram por mim, para custear meus estudos. Lembro do olhar deles, na minha formatura. Chegar lá, com esse respaldo, não tem preço. Sempre fui um preto que viveu num mundo de brancos. Todos os meios que circulei. O entendimento sobre minha negritude sempre existiu. Sempre tive consciência da importância de trazer essas temáticas para todos os lugares.
Para Vinicius, é de extrema importância buscar aprender, não parar de ler, e principalmente de ocupar lugares. Aprender como se pode usar e aplicar melhor o seu conhecimento, tentando estar nos lugares nos quais você pode ser visto.
“A gente que é preto e tem a caneta importante na mão, precisa trazer os nossos pra perto e pra cima, com a gente. Começamos a falar mais alto quando temos o movimento ao nosso lado. Na construção do time, aposto nas pessoas, assim como apostaram em mim. Apostar e entender como posso contribuir pra essa pessoa. Ensinar um pouco do que eu sei.”
As gêmeas Eduarda e Helena e a caçula Elisa Ferreira são estudantes e apresentadoras do Canal Pretinhas Leitoras, uma iniciativa de fomento à leitura racial crítica do mundo através do protagonismo infantil de crianças e adolescentes, atravessado pela literatura negra.
O cotidiano violento do Morro da Providência é o pano de fundo do projeto criado em 2015, destaque na programação de sábado (4) do estande do Paixão de Ler, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, na Bienal Internacional do Livro. O estande reúne nomes da literatura negra que tratam de identidades, representatividades e ancestralidade.
“Objetiva construir uma sociedade antirracista, discutir e compartilhar medidas propositivas para a promoção da qualidade de vida saudável, justiça social e equidade de raça e gênero”, definea professora e pesquisadora Elen Ferreira, mãe das meninas.
A cada mês, uma obra é escolhida de acordo com a realidade que estas crianças vivem, envolvendo inclusive, o racismo, um dos temas principais, que aparece no slogan do projeto: “Por uma educação antirracista“.
Outros nomes de destaque na literatura negra também integram a programação do estande Paixão de Ler, como Conceição Evaristo, Renato Noguera e Helena Theodoro, entre outros. Confira:
Destaques no estande Paixão de Ler, na Bienal do Livro:
Sex, 3
17h: Abertura Paixão de Ler – Homenagem a Sonia Rosa
19h: A Literatura Negro Afetiva de Sonia Rosa – Sonia Rosa, Iris Amâncio, Nando Cunha e Renato Noguera
Sáb, 4
17h: Anjinho do Flamengo (vai promover uma partida de futmesa) e Big Jaum
19h: Pretinhas Leitoras
Dom, 5
11h: Conceição Evaristo e Joyce Trindade
17h: Jessé Andarilho
19h: Ana Paula Lisboa
Seg, 6
12h: roda de conversas com crianças: Pretinhas Leitoras, com Laiza Griot etc
Ter, 7
11h: Helena Theodoro – História do Samba e da População Negra
Amado pelo público e respeitado no meio artístico por 30 anos de sucesso, o cantor Belo acaba de lançar Belo Future. Um projeto audiovisual e de vanguarda, que propõe uma nova sonoridade aliando o beat eletrônico às percussões e aos elementos tradicionais do pagode em regravações em estilo medley.
O projeto visa brindar o público online com lançamentos mensais. O pout-pourri de estreia é “Sem Ar”, “A Vida É Mesmo Assim” e “Pouco a Pouco”, gravadas originalmente por D’Black, Naldo e Lucas e Orelha com Ferrugem. A primeira versão, batizado de “Belo Future – Love”, traz as participações de Marvilla, Azzy e Gabily no clipe, que já está disponível nas plataformas de streaming e no canal oficial do cantor no YouTube.
“Sou, acima de tudo, um cantor romântico, que canta com o coração para os corações das pessoas. Não por coincidência escolhemos o amor como tema para o lançamento. Em tempos tão difíceis, é na arte que a alma humana se apoia, é pelo amor e em todas as suas possibilidades que nos mantemos de pé”, avalia o cantor.
“Belo Future é um projeto que aponta para o futuro, apesar de as músicas serem regravações que poderiam ter sido lançadas originalmente na voz do Belo. Ele faz o pagode que sempre fez, com violão de balanço, percussão, pandeiro, conga, surdo, mas com a bateria trazendo o beat eletrônico de R&B e Trap. É um trabalho altamente voltado para o digital, introduzindo o Belo com liberdade estética neste cenário”, explica Umberto Tavares, que assinou trabalhos de sucesso com Anitta, Ludmilla, Buchecha, Kelly Key, Fiuk, Latino, Perlla, entre outros.
Assim, todas as canções escolhidas para o projeto representam a essência de Belo. É a realização de um sonho do artista de presentear o seu público com medley de músicas de outros cantores tendo a sua interpretação como assinatura. Tudo disponível para ser acessado em qualquer lugar e a qualquer hora.
“Por vezes, depois de tantos anos de carreira, tudo o que queremos é poder surpreender e sermos surpreendidos. Eu me dei a chance de interpretar compositores experientes em canções consagradas por outras vozes; o que é uma espécie de sonho sendo realizado”, confessa Belo.
“Quem chega ao mercado, principalmente no segmento que ele se notabilizou, tem o Belo como referência artística. É um grande intérprete, uma das mais belas vozes desse país. Belo vive seu melhor momento e segue tendo o público ávido por vê-lo e ouvi-lo. Não tenho dúvidas de que esse projeto de releituras será sucesso também entre o público digital”, completa Umberto.
O próximo lançamento, “Belo Future – Fé”, tem previsão de lançamento para a noite do dia 23 para 24 de dezembro (meia-noite) nas plataformas de streaming e no YouTube oficial do cantor. “Será o meu presente de Natal para todos os fãs”, antecipa Belo.
O rapper Emicida é o homem do ano na Música. Ele foi escolhido pela revista GQ na categoria que é parte do Prêmio Men Of The Year, anunciado nesta sexta-feira (3).
A premiação organizada pela GQ Brasil reconhece os homens — e a mulher — de destaque em áreas como artes, negócios, esportes e a ciência.
O destaque do ano de 2021 para o rapper se deve aos desdobramentos de AmarElo. O trabalho, lançado em disco em 2019, teve o show no Theatro Municipal de São Paulo e o documentário na Netflix sendo lançados este ano.
Trazendo muitas conexões entre o samba, o rap, a pandemia e os ciclos vividos na humanidade, além de traçar um panorama belíssimo da história da música negra brasileira, Emicida arrebatou corações e mentes com este trabalho que emocionou e uniu gerações de diferentes artistas e públicos.
Nas redes sociais, o rapper parafraseou o título do álbum que o apresentou para o Brasil. “Pra quem já mordeu um cachorro por comida, até que eu cheguei longe”. Emicida é uma das capas da edição de dezembro e janeiro da revista, que chega às bancas nesta sexta-feira.
Will Smith conquistou a principal honraria do National Board of Review pelo filme King Richard: Criando Campeãs. Ele foi considerado o ator do ano pela atuação no filme que chegou nesta quinta-feira aos cinemas do Brasil. A informação é da People.
Will interpreta Richard Williams, o pai das estrelas do tênis Venus e Serena Williams no filme biográfico. Os prêmios da National Board Review são boas pistas do que vai ser indicado no Oscar. Will nunca recebeu nenhuma estatueta da premiação.
Além de ser o protagonista no longa, sendo apontado pela crítica como um forte candidato ao Oscar, Will Smith também é produtor do filme. “O que me pareceu mais surpreendente, antes de decidir que eu tinha que contar essa história – foi que Richard profetizou tudo. Ele assistiu uma partida de tênis em que Virginia Ruzici ganhou US$ 40 mil, e dois anos antes das meninas nascerem, escreveu o plano para toda a carreira delas. Eu pensei comigo: ‘Isso não pode ser verdade’. Pesquisei, e era, uma história tão poderosa de fé, amor, família e Deus”, disse ele.
No ano passado, a NBR nomeou Da 5 Bloods de Spike Lee como o melhor filme do ano e Lee como o melhor diretor e Chadwick Boseman recebeu postumamente o NBR Icon Award. Smith e os homenageados das outras categorias serão celebrados no NBR Awards Gala no dia 11 de janeiro.
Evento entra em sua 5ª edição e tem como objetivo reconhecer aqueles que atuam em prol da igualdade racial no Brasil
Já estão abertas as indicações para oPrêmio Sim à Igualdade Racial 2022. Realizado pelo ID_BR (Instituto Identidades do Brasil), o evento tem o objetivo mapear, reconhecer e premiar pessoas, empresas, iniciativas e organizações que atuam em prol da igualdade racial no país.
Ao todo, são 10 categorias divididas em três pilares: Cultura (arte em movimento, destaque publicitário, raça em pauta, influência e representatividade digital), Educação (educação e oportunidades, inspiração e intelectualidade), e Empregabilidade (comprometimento racial, liderança negra ou indígena, trajetória empreendedora). As indicações podem ser feitas até o dia 05 de dezembro por meio do site: https://idbr.simaigualdaderacial.com.br/indicacoes-premio-2022.
EDIÇÕES ANTERIORES
Em 2021, o ID_BR recebeu cerca de 11mil indicações de pessoas, projetos e empresas. Nomes como: Alberto Pitta (Arte em Movimento), Dove (Destaque Publicitário), Trace Brasil (Raça em Pauta), Tukumã Pataxó (Representatividade digital) e o projeto “Rede de Professores Antirracistas” (educação e oportunidades), foram alguns dos premiados da edição anterior.
CATEGORIAS 2022
Pilar Cultura
Arte em movimento
Cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que geram impacto social com o seu trabalho e relevância para o seu grupo racial.
Destaque Publicitário
Agências e empresas que produzem peças e filmes que tratam da temática racial. As peças deverão ter sido lançadas em 2021.
Raça em Pauta
Pessoas que pautam com frequência e relevância assuntos de temática racial. Podem ser jornalistas, colunistas, produtores de conteúdo, apresentadores, de qualquer cor ou raça.
Influência e representatividade digital
Influenciadores digitais negros e indígenas, sejam eles youtubers, blogueiros, instagrammers, tiktokers, facebookers ou expoentes das demais redes sociais.
Pilar Educação
Educação e Oportunidades
Iniciativas que buscam promover a Igualdade Racial por meio da educação, criando formas de acesso, narrativas e métodos de aprendizado.
Inspiração
Pessoas negras e indígenas que, por meio do seu trabalho, inspiram outros negros e indígenas a criarem narrativas. Esta categoria também tem o objetivo de homenagear grandes nomes que se tornaram referência de representatividade no Brasil, independentemente da área de atuação.
Intelectualidade
Grandes pensadores, escritores, doutores e estudiosos negros e indígenas sobre a temática racial.
Pilar Empregabilidade
Comprometimento Racial
Empresas que possuem práticas em prol da equidade racial, desde programas internos e grupos de trabalho até posicionamentos perante o público externo.
Liderança
Pessoas negras e indígenas que possuem status de liderança em suas áreas de atuação e são referência para o mundo corporativo.
Trajetória Empreendedora
Empreendedores negros e indígenas que possuem negócios inspiradores e de sucesso e que geram impacto no seu grupo racial.
Sobre o ID_BR
O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) é uma organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e 100% comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial. A partir da Campanha Sim à Igualdade Racial desenvolvem ações em diferentes formatos para conscientizar e engajar organizações e a sociedade. Buscam reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho, como indica o objeto 10 da agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Maitê Lourenço, CEO da BlackRockStartups. Foto: Reprodução.
Startups lideradas por pessoas negras formam apenas 25% do ecossistema no país. A informação é do BlackOut – Mapa das Startups 2021, divulgado pela BlackRocks Startups (BRS). O objetivo do mapeamento inédito é promover o fortalecimento do ecossistema de startups com dados relevantes sobre os negócios. Confira: http://www.blackrocks.com.br/estudo/
Para o mapeamento, foram ouvidas 2.571 lideranças de startups em todo o país em parceria com a ABStartups para a captação dos dados. Uma em cada quatro se declarou preta ou parda. Se a população brasileira estivesse representada no ecossistema de inovação, o número de startups negras deveria ser, no mínimo, o dobro do registrado atualmente.
Este é o primeiro mapa de startups lideradas por pessoas negras no país e tem como benefícios ajudar a aumentar a visibilidade das startups participantes. Outra possibilidade é atrair investimentos e parceiros e promover visibilidade nacional, já que a base é utilizada como pesquisa para jornalistas, investidores, gestores públicos e grandes corporações. Além disso, pode contribuir para fortalecer o ecossistema de startups e criação de políticas públicas e mecanismos que fortaleçam os empreendedores e facilitar a promoção da equidade racial no ecossistema de startups.
“Os dados apontam o valor e a importância dos empreendedores negros no ecossistema de startups”, diz Maitê Lourenço, fundadora e CEO da BlackRocks, hub que acelera empreendimentos comandados por negros. “O acesso à investimentos, educação e à tecnologia são capazes de tirar a população negra desse eixo de continuidade das consequências da escravidão e levá-la para outro patamar.”
Em relação a dados geográficos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais aparecem entre os estados com maior concentração de empresas negras. Estes estados apresentam 24,6%, 10,2% e 9,4% de lideranças negras, respectivamente.
A pesquisa também apontou que 89,8% das startups lideradas por negros nasceram entre 2015 e 2021. Segundo os especialistas, isso indica um momento de aceleração desses negócios. Em relação à presença ou não no mercado estrangeiro, entre as startups não negras, 18,3% possuem negócios no exterior. Entre as negras, 15%. Há ainda outros comparativos traçados pela pesquisa como dados sobre idade, gênero, raça e etnia, escolaridade e modelos de negócios.
“Até hoje, depois de quase uma década que o ecossistema de startups existe no Brasil, não havia dados suficientes sobre a maioria da população. Ou seja, ações efetivas deixavam de acontecer por não termos informações suficientes sobre segmento, regiões, maturidade dos negócios e etc. Este mapeamento é inédito e queremos trazer mais uma vez a discussão sobre o potencial da população negra”, explica Maitê Lourenço, CEO da BRS.
Dia 2 de novembro é considerado o “Dia Nacional do Samba” e para celebrar essa data tão importante para comunidade negra, Teresa Cristina, que salvou nossa quarentena com muita música fará um show hoje, às 19h, no perfil da Feira Preta no Facebook (clique aqui para acessar).
A musa da MPB irá interpretar grandes clássicos do samba com Roda de Filhos do Caquende, direto da Casa Pretahub, na Bahia.
Foto: Divulgação
O evento também terá uma parte solidária. Durante a roda de samba, o público poderá fazer doações via QR Code à Irmandade da Boa Morte e para o Samba de Dona Dalva, instituições da cidade de Cachoeira-BA. A cidade inclusive tem um espaço Preta Hub que acelera o empreendedorismo local.
Serviço
Dia do Samba com Teresa Cristina Horário: 19h Local: Perfil da Feira Preta no Facebook
“A pessoa mais desrespeitada na América é a mulher negra. A pessoa mais desprotegida da América é a mulher negra. A pessoa mais negligenciada na América é a mulher negra.” Se levarmos essa afirmação de Malcolm X para uma discussão sobre famílias negras, fica evidente a importância de uma estrutura familiar, seja qual for sua composição, para que potenciais de mulheres negras possam desabrochar.
O filme King Richard – Criando campeãs é sobre família. Poderia ser sobre esporte, resiliência, como duas garotas de Compton se tornam duas das maiores atletas de todos os tempos, mas o longa de Reinaldo Marcus Green (“Monstros e Homens”) é sobre a importância de ter quem acredite e nos defenda como pessoas negras.
Corpos negros existem e resistem em uma sociedade que subestima nossas capacidades. Para lapidar dois diamantes brutos, Richard Williams (Will Smith) fez um plano, literalmente. Em 76 páginas ele escreveu um documento sobre como a carreira de Serena e Venus Williams seria planejada para que elas fossem as melhores jogadoras de tênis do mundo.
Foto: Getty Image
Apesar do foco ser a história do pai, a mãe Oracene “Brandy” Williams ( Aunjanue Ellis), também teve funções como treinadora, dominando e até criando novas técnicas e movimentos para que suas filhas chegassem ao branquíssimo mundo do Tênis com um diferencial além de suas origens e cor da pele.
Pais exigentes com filhas disciplinadas em um ambiente cercado de violência e miséria na periferia da Califórnia, faz com que a história de Venus e Serena pareça uma passagem bíblica. Richard cresceu em uma época em que membros da Klu Klux Klan circulavam livremente a poucos metros de distância dele. Smith, em uma atuação monstruosa traz para esse personagem a postura e o olhar de quem foi vítima de várias violências e traumas, e que se apega na genialidade das filhas tenistas quase como se fosse o único meio possível de manter sua sanidade.
“É muito claro que essa história é familiar. Conversando com os membros da família Williams, eles falaram sobre sua mãe, Oracene, que trabalhava em turnos duplos para colocar comida na mesa. Richard tinha muitos empregos. Mas todas as irmãs, Isha, Lyndrea, Tunde, estavam nas quadras com Venus e Serena, pegando bolas, pendurando cartazes, depois da escola até as luzes se apagarem, as irmãs mais velhas ajudando a cuidar das mais novas, foi algo que me pareceu incrível quando ouvi essa história – tudo isso precisava entrar no roteiro e estar na telona”, explica Green, o diretor.
Mesmo de forma não muito aprofundada, o longa mostra que na relação dessas cinco irmãs é onde afeto reside de forma generosa. Essas meninas criadas por Richard e Brandy não se viam nas crianças do bairro (que se perderam para as drogas em boa parte) e o longa mostra como esse lugar seguro era também o recanto lúdico de uma vida pautada em uma disciplina quase militar.
Sabemos que o plano de Richard deu certo, mas Will Smith não vê essa narrativa como uma história de superação. “Eu não acho que eles se sentiram encurralados, porque suas mentes eram livres. Isso era uma parte importante de sua fé e de sua crença em si mesmos. Então, nunca houve uma sensação de estar aprisionado por o que quer que seja, além de sua habilidade de se comprometer, trabalhar duro e amar uns aos outros. Essa crença é poderosa e extremamente produtiva. Esse espírito não se rende a nada”.
FAMÍLIA SMITH ENVOLVIDA NA PRODUÇÃO
Will Smith, além de ser o protagonista no longa, sendo apontado pela crítica como um forte candidato ao Oscar, também é produtor do filme. “O que me pareceu mais surpreendente, antes de decidir que eu tinha que contar essa história – foi que Richard profetizou tudo. Ele assistiu uma partida de tênis em que Virginia Ruzici ganhou US$ 40 mil, e dois anos antes das meninas nascerem, escreveu o plano para toda a carreira delas. Ele contou esse sonho para Oracene, essa profecia, suas duas crianças que seriam as tenistas número um e número dois de toda a história do esporte. Eu pensei comigo: ‘Isso não pode ser verdade’. Pesquisei, e era, uma história tão poderosa de fé, amor, família e Deus”.
Jada Smith assina a produção executiva do longa juntamente com as irmãs Williams (Serena, Venus e Isha Price), além de James Lassiter.
Isha Price comentou sobre os cuidados com o roteiro para evitar uma visão errada sobre a dinâmica da vida de suas irmãs e seus pais. “Até pouco tempo atrás, eu nem leria o roteiro, porque havia tantos equívocos na percepção de outras pessoas sobre minha família. Para nós, autenticidade e honestidade foram importantes para que nos sentíssemos habilitados a realizar este projeto. Depois de finalmente ler o roteiro, que nos fez rir, com momentos pelos quais ficamos completamente apaixonados e outros que precisavam ser aprimorados, conversamos em família e decidimos juntos seguir em frente… com a ressalva de que eu fosse parte integrante da produção, para garantir que fosse autêntica, honesta, verdadeira e um espelho real de quem somos. Não é só algo que alguém inventou. Na verdade, é algo que realmente aconteceu”.
King Richard – Criando Campeãs chega aos cinemas de todo o Brasil nesta sexta-feira (2).