Home Blog Page 709

Conheça os vencedores do Prêmio “Sim à Igualdade Racial” 2022

0
Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022. Foto: ARIKAYE.

Evento celebrou os principais nomes e instituições que atuam em prol da igualdade racial no Brasil 

O Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022 – apresentado pelo ID_BR (Instituto Identidades do Brasil) e o Mover – premiou, na noite de sábado (28), os principais nomes e instituições que atuam em prol da igualdade racial no Brasil dentro dos pilares: cultura, educação e empregabilidade. 

Com transmissão pelo canal Multishow, o evento reuniu Xamã, Jorge Aragão, Preta Gil, Karol Conká, Ícaro Silva, entre outros nomes potentes. Houve também uma homenagem à Elza Soares – que morreu no início de 2022 aos 91 anos – conduzida por Larissa Luz, artista que interpretou e emocionou o público no musical “Elza”. 

Larissa Luz no Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022. Foto: ARIKAYE.

Um dos destaques da premiação, foi o musical-manifesto “Resistência Preta”, idealizado pelo diretor artístico Rodrigo Pitta e pelo percussionista Marivaldo dos Santos, um dos criadores do sucesso off Broadway, STOMP. O número, apresentado nas vozes de WD, IZRRA e Ruby, três cantores negros da nova geração, põe em pauta a trajetória de negros e indígenas brasileiros no sistema educacional do Brasil.

Já o ponto alto cerimônia ficou com a parceria inusitada entre os cantores Jorge Aragão e Xamã. A dupla apresentou a canção “Coisa de Pele” e Xamã trouxe para o palco seu hit “Malvadão”.  

Jorge Aragão e Seu Jorge no Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022. Foto: ARIKAYE.

Os vencedores foram escolhidos por um conselho julgador formado por nomes como o da cantora Teresa Cristina, da deputada estadual Erica Malunguinho, da apresentadora Eliana e da influenciadora digital Pequena Lô. Os ganhadores levam para casa o troféu “Mad World”, do artista plástico Vik Muniz, além de serem contemplados com R$ 3 mil reais para fortalecer seus projetos, apoiar uma instituição ou, até mesmo, realizar algum objetivo pessoal. 

Veja a lista com os vencedores: 

PILAR CULTURA

Raça em Pauta

Pessoas que pautam com frequência e relevância assuntos de temática racial. Podem ser jornalistas, colunistas, produtores de conteúdo, apresentadores, de qualquer cor ou raça.

Mano a Mano: podcast apresentado pelo rapper Mano Brown que tem o objetivo de ampliar a visão e o debate, trazendo diversidade de ideias e pensamentos com profundidade e respeito. 

Arte em Movimento

Cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que geram impacto social com o seu trabalho e relevância para o seu grupo racial.

Jeferson De: roteirista e diretor de curtas premiados, Jeferson nasceu em Taubaté e estudou cinema na USP, onde foi bolsista da FAPESP com a pesquisa: “Diretores Cinematográficos Negros”. Em 2000, publicou o manifesto “Dogma Feijoada”.

Destaque Publicitário

Agências e empresas que produzem peças e filmes que tratam da temática racial e indígena. As peças deverão ter sido lançadas em 2021.

Avon/Wunderman Thompson: campanha OLHA DE NOVO #AvonTaOn.

Influência e Representatividade Digital 

Influenciadores digitais negros e indígenas, sejam eles youtubers, blogueiros, instagrammers, tiktokers, facebookers ou expoentes das demais redes sociais.  

Txai Suruí: da etnia paiter-suruí, Txai é ativista e criou o movimento da Juventude Indígena de Rondônia no início de 2021. A jovem é a primeira de seu povo a cursar direito.

WD, IZRRA e Ruby no Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022. Foto: ARIKAYE.

PILAR EDUCAÇÃO

Intelectualidade

Grandes pensadores, escritores, doutores e estudiosos negros e indígenas sobre a temática racial.

Ailton Krenak: líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena crenaque. É considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional.

Inspiração

Pessoas negras e indígenas que, por meio do seu trabalho, inspiram outros negros e indígenas a criarem narrativas. Esta categoria também tem o objetivo de homenagear grandes nomes que se tornaram referência de representatividade no Brasil, independentemente da área de atuação.

Joênia Wapichana: advogada e a primeira mulher indígena a exercer a profissão no Brasil. Joênia é deputada federal desde 2019.

Educação & Oportunidades 

Iniciativas que buscam promover a Igualdade Racial por meio da educação, criando formas de acesso, narrativas e métodos de aprendizado.

Associação UniFavela – Semeando o Ensino Popular: organização que desenvolve um trabalho político-pedagógico antirracista, por meio da dinâmica de pré-vestibular.

PILAR EMPREGABILIDADE 

Comprometimento Racial

Empresas que possuem práticas em prol da equidade racial, desde programas internos e grupos de trabalho até posicionamentos perante o público externo.

Ambev: empresa brasileira dedicada à produção de bebidas. Em 2020, a organização assumiu 13 compromissos para ajudar a promover a igualdade racial em seu ecossistema. A companhia anunciou que mais do que dobrou a sua meta anual para promoção e contratação de lideranças negras em 2021.

Liderança

Pessoas negras e indígenas que possuem status de liderança em suas áreas de atuação e são referência para o mundo corporativo.

Mônica Marcondes: é economista, advogada formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP.  Atualmente atua como Especialista Executiva de Investimento no Santander e membro do board do Instituto Adus. 

Trajetória Empreendedora

Empreendedores negros e indígenas que possuem negócios inspiradores e de sucesso e que geram impacto no seu grupo racial.

Watatakalu Yawalapiti/MMTIX: a ATIX-Mulher é um setor de atenção à causa da mulher xinguana e tem como sua base de apoio o Movimento de Mulheres do Xingu (TIX). A ATIX-Mulher é parte da estrutura orgânica da ATIX-Associação Terra Indígena Xingu. Representamos os 16 povos indígenas do Território Indígena do Xingu-TIX.

O Prêmio “Sim à Igualdade Racial” 2022 tem como patrocinador premium o Mover, Bee Jobs e Coca-Cola Brasil como patrocinadores ouro; Aegea, Ambev, Animale, Assaí, Farm, Fundação Tide Setubal, Garnier, Gerdau, Grupo Soma, Magazine Luiza, Oreo, Niely, Sony Music, Suzano e Twitter como patrocinadores prata. E com o apoio do Pacto Global e Teatro Riachuelo Rio. 

Para saber mais sobre o prêmio, basta acessar o site: https://simaigualdaderacial.com.br/premio/.

“Não quero ser a única”, diz Mayara Aguiar, mulher preta e diretora da nova novela da Globo Cara e Coragem

0
Foto: Cris Vicente.

“Carioquíssima”, como ela mesma se define, Mayara Aguiar é uma das diretoras da próxima novela das 19h da TV Globo, Cara e Coragem, que estreia na próxima segunda-feira (30). O frio na barriga pelo novo trabalho e a alegria de estar assumindo esse novo desafio na carreira chamam a atenção na conversa com a diretora de 34 anos, que há oito trabalha na emissora dos Marinho.

Mayara é uma das poucas figuras negras que trabalham como diretores na emissora, e a primeira mulher negra a atuar na teledramaturgia. “Hoje em dia, quando eu tô trabalhando, eu ouço praticamente todos os dias, o avanço que é o meu corpo retinto ali. Apenas agora, em 2022, existe uma mulher preta retinta que faz teledramaturgia ali dentro. Reforço outros nomes que estão galando espaços como a Naina Ramos, que é uma documentarista maravilhosa, mas fazendo novela, só eu”, conta May, como também é conhecida.

Apesar disso, a presença de homens negros diretores já é mais palpável na emissora, o que ela comemora. “Tive a alegria e felicidade de trabalhar com homens negros irmãos de luta, como Jeferson De, Luiz Antônio Pilar, Lázaro Ramos, esses homens eu já via ali e considero um avanço”, avalia a diretora que não quer ficar no papel de única por muito tempo. “É uma responsabilidade gigante, é uma honra absurda, mas eu não quero ser única. Revejo todos os dias os meus pactos sociais para que isso não aconteça, para que eu não fique sozinha. Espero que a gente consiga melhorar isso” projeta.

Apesar de ser o primeiro trabalho de Mayara em uma novela, recentemente ela já atuou como diretora do especial de 20 anos do programa Super Bonita, do GNT, onde ela dirigiu Taís Araújo – que é uma das protagonistas de Cara e Coragem – pela primeira vez. “Poder dirigir um programa que é conhecidíssimo no canal a cabo, que começou lá atrás falando de beleza e avançou de tal modo que hoje fala de autocuidado, autoconhecimento, de respeito pelo corpo e debate sobre o que é estética, então, eu me senti muito honrada também por poder dirigir a Taís Araújo, que é uma mulher que eu sempre admirei, e agora estamos trabalhando juntas de novo”, revela.

Antes de chegar ao atual momento na carreira, Mayara percorreu um longo caminho que sempre veio permeado pela arte. Conheceu o teatro aos 15 anos e desde então, nunca mais parou, embora tenha sido necessário se dedicar a outras profissões simultaneamente para conseguir se sustentar. “Tive que viver outras coisas porque a minha família é muito simples, então, fui operadora de telemarketing, fui monitora de criança em parquinho de shopping, garçonete, enfim, tive um mergulho de outros trabalhos até poder pagar as minhas contas com a arte, e ela sempre esteve comigo”, relembra.

Filha de uma auxiliar de enfermagem e um auxiliar de cartório, a cineasta também já trilhou um caminho pelas ondas do rádio, onde aprendeu mais sobre voz e escuta, um aprendizado que carrega até o dias atuais.

Por falar em voz, o trabalho de direção de Mayara em breve vai parar nas telonas do cinema, já que ela foi convidada para dirigir a cinebiografia da Dama do Samba, Dona Ivone Lara. “Em 2024 vamos colocar isso no mundo, eu tô muito feliz, muito nervosa, mas muito honrada de fazer parte disso, especialmente porque fala muito da minha ancestralidade”, diz a diretora, que não perde a oportunidade de curtir um domingo no Cacique de Ramos.

Além disso, um longa metragem de autoria de Mayara também deve ganhar o mundo em 2024. O filme “Teto”, criado em parceria com Marina Burdman, vai contar a história de amizade de duas mulheres negras. “Sem nenhum tiro, sem uma violência, só duas mulheres pretas que são amigas e têm um teto, e dividem o lar, é um filme lindo que eu tenho o maior orgulho”, conclui Mayara.

Pernambuco sediará o ‘Maracacongo’, maior evento de culturas afro-brasileiras do Nordeste

0
Foto: Divulgação.

A partir do próximo dia 31 de maio até o dia 12 de junho, Pernambuco será palco da turnê nacional “Maracacongo”, importante e inédito evento de manifestações culturais e religiosas afro-brasileiras realizado no Nordeste. A iniciativa tem como proposta festejar as danças, costumes e práticas dos povos originários, unindo a cultura popular do Maracatu Rural, de origem da região da Zona da Mata Norte do Estado, que é Patrimônio Cultural do Brasil, às tradições do Congo.

A programação irá circular por cinco cidades do Estado: Recife e Olinda (Região Metropolitana); e Aliança, Goiana e Itambé (Mata Norte). Em cada lugar, o público poderá conferir uma agenda de atividades culturais, como espetáculos, mostra de filmes, oficinas e apresentações, gratuitamente. O projeto, aprovado no Edital do Instituto Cultural Vale, e patrocinado através da Lei de Incentivo à Cultura, também irá circular, em julho, por outras cinco cidades de Minhas Gerais: Ouro Preto, Brumadinho, Belo Horizonte, Mariana e Congonhas.

Durante a turnê, o público vai poder vivenciar as histórias e culturas dos povos negros, que por séculos seguiram escondidas, invisibilizadas e perseguidas, através de um espetáculo que terá como protagonistas, o Maracatu Rural Estrela de Ouro (Aliança – PE), e o Grupo Afro mineiro Negro Por Negro (Brumadinho-MG). Também se somam ao projeto musical o artista pernambucanos Afonjah. No Recife foram convidados também Adiel Luna, Quinteto Violado, Charles Theone e o Maracatu de Baque Virado Estrela Brilhante do Recife. Outros 20 convidados irão animar a programação.  A turnê deve durar treze dias, e vai ocupar vários locais, situados em áreas urbanas e rurais de Pernambuco, como escolas, sedes de agremiações carnavalescas, ginásios esportivos, ruas, praças, entre outros. 

Maracatu Estrela de Ouro de Aliança. Foto: Divulgação.

A estreia da turnê acontecerá no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, localizado na zona sul do Recife. As atividades no local serão realizadas nos dias 31 de maio e 2 de junho. Entre as ações, estão a oficina de Maracatu Rural e oficina de Congo/Moçambique, para estudantes de escolas públicas da capital pernambucana. Além disso, será realizada a primeira apresentação do espetáculo Maracacongo e Afonjah, juntamente com o Maracatu Estrela Brilhante do Recife, Adiel Luna, Quinteto Violado e Charles Theone. O público interessado em prestigiar a programação, deve retirar os ingressos on-line.  

Depois de passar pelas cidades irmãs: Olinda e Recife, a turnê aportará na região da Mata Norte, berço da tradição da cultura popular pernambucana.  O projeto vai passar por três cidades da região, Aliança, Goiana e Itambé, durante os dias 07 e 12 de junho.

SERVIÇO

O quê: Turnê nacional “Maracacongo” estreia temporada de apresentações em Pernambuco

Quando: Terça-feira (31 de maio) a Domingo ( 12 de junho)

Onde: Recife, Olinda, Itambé, Goiana e Aliança

Mais Informações na página da turnê, no Instagram

Projeto Sorriso Negro abre oportunidades para estudantes de odontologia

0
Foto: Divulgação

O debate sobre diversidade e inclusão permeia, hoje, o cotidiano das empresas e as políticas de recursos humanos. E não há dúvidas de que aumentar a representatividade no quadro de funcionários e oferecer mais vagas afirmativas, que priorizam grupos historicamente desfavorecidos, fazem parte das estratégias de inclusão.

Conectada a esse propósito, a rede de clínicas odontológicas Rizi Dental criou o programa Sorriso Negro, que tem como objetivo proporcionar a estudantes matriculados em cursos de Odontologia o contato com as técnicas mais modernas da área. O projeto, que já conta com quatro estudantes formados, abriu novamente o processo seletivo para contratação de estagiários. As vagas, abertas a alunos a partir do quinto período para atuação em novas unidades da Rizi, contribuem para ampliar as oportunidades de inserção de jovens negros no mercado de trabalho.

Recém-formada em Odontologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Patrícia Ferreira, de 26 anos, participou do programa no ano passado. “Fazer parte desse projeto não só abriu portas para minha entrada no meio profissional, como também trouxe mudanças na vida pessoal. Cursar odontologia e ingressar no mercado de trabalho ainda é muito difícil para os jovens negros, por mais que este cenário esteja mudando”, explica.

Após passar também pelo projeto, Gabriel César, de 23 anos, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca outro aspecto importante do projeto. “Foi extremamente positivo e enriquecedor para o meu currículo ter contato com novas tecnologias em saúde, como a odontologia digital e a fotografia odontológica, técnicas que eu ainda não tinha aprendido na faculdade até então”, destaca.

Nascidos na Zona Norte carioca, os irmãos Eduardo e Fernando Luiz da Silva, fundadores da rede de clínicas, são exemplos de empreendedores negros que apostam em iniciativas afirmativas e transformadoras. “Além de aprimorar a qualidade da formação desses profissionais, buscamos garantir maior representatividade em nosso quadro de colaboradores”, destaca Eduardo, CEO da Rizi Dental. 

Mulheres africanas em posições de poder no Brasil

0
Da esquerda para a direita: modelo e empreendedora da Guiné-Bissau Benazira Djoco, angolana Teresa Sebastião conselheira municipal do imigrante, Vice-cônsul Adelaide Jorge, a Atriz Empresaria angolana Vanda Pedro; e Lúcia Castelo vice-diretora da Casa de Angola em São Paulo - Foto: Fabinho/Divulgação

Por Rudmira Fula*

É do conhecimento da maioria senão de todos, que após a invasão européia no continente africano e sua partilha na conferência de Berlim 1884 a 1885 foi estabelecido onde seria o lugar da mulher africana na sociedade global: o de subserviência devendo estar pronta para atender às vontades alheias. Com o passar dos séculos, esta mulher vem sendo apresentada de forma pejorativa conforme olhares ocidentais, como pessoas de camada mais baixa, sem instrução, coitadas, submissas e tantos outros adjetivos negativos.

É importante pontuar que, o continente com mais histórico de mulheres em posição de poder, rainhas e guerreiras, líderes de impérios e batalhas é o continente africano. Estas mulheres foram e continuam sendo heroínas nacionais nos países onde um dia viveram, são símbolos de resistência contra invasores europeus e fortalezas para seus povos.

Fator que faz com que, por mais que outros povos tentem diminuir e apagar a presença destas mulheres na atual sociedade global, não conseguem porque há um histórico de realeza, carregado no sangue e na força de guerreiras que não se dão por vencidas e jamais baixaram a cabeça. 

Hoje queremos homenagear esta mulher africana, senhora Stela Maria da Graça Santana e Sousa Santiago – Cônsul Geral de Angola em São Paulo, pelo trabalho que vem desempenhando em prol da sua comunidade residente na capital paulista e demais estados brasileiros sob sua jurisdição e também pelo que  ela representa para outras comunidades africanas . São 63 anos de muita história, buscas e conquistas.

Stela Maria da Graça Santana e Sousa Santiago – Cônsul Geral de Angola em São Paulo – Foto: Divulgação

Na época da sua formação, ela viu seu país sair da colonização portuguesa expulsando os invasores do território em 1975 e seguindo o desafio da guerra civil.Mesmo assim, o vigor e a força dessa mulher se mantiveram inabaláveis. Ela firmou os objetivos e trilhou caminhos.

De 1984 a 1990 – trabalhou na embaixada de Angola na Ex-União Soviética na função de secretária do embaixador; em 1997 trabalhou como técnica superior na Direção África e Médio Oriente (DAMOR) do Ministério das Relações Exteriores. 

Em 2009 concluiu o mestrado em Ciências de Gestão Empresarial na Flórida University nos Estados Unidos da América. Incansavelmente foi conquistando seu espaço subindo degrau por degrau, construiu sua carreira dentro do ministério das relações exteriores de Angola. Em 2009 foi nomeada Vice-cônsul de Angola em Houston, Estados Unidos e entre outros cargos que ocupou. Desde 2019 é Cônsul Geral de Angola em São Paulo. 

Fala português fluente, inglês e espanhol – boa compreensão escrita e oral. 

É carinhosamente chamada no seio da comunidade por “Mamã” porque seus feitos, a atenção com que trata as pessoas à sua volta não é simplesmente de uma representante diplomática. Os angolanos e não só, a enxergam e consideram a mãe angolana.

*Rudmira Fula, é jornalista angolana, formada em comunicação social jornalismo pela Universidade Paulista/UNIP. Estagiou na revista Angola Yetu do Consulado Geral de Angola em São Paulo. 
É Palestrante, apresentadora pesquisadora e contadora de história.

É idealizadora do Projecto “Mira Em África – Um Outro Olhar Sobre O Continente” que tem o objetivo de trazer um novo panorama do continente africano ignorado pelas mídias.

Snoop Dogg relembra encontro final com Tupac: “Senti que ele não ia ficar bem”

0
Snoop Dogg e Tupac em 1995. Foto: Sipa Press / Rex.

Uma das figuras mais influentes do Hip-Hop mundial, Snoop Dogg relembrou, em recente entrevista para Logan Paul, o momento em que decidiu visitar Tupac no hospital, logo após a internação do rapper, em setembro de 1996. Naquele ano, Pac acabou falecendo após ser atingido por diversos tiros em Las Vegas. “Sentimos que iria ficar tudo bem até irmos ao hospital e ver que não estava tudo bem. Ele [Tupac] tinha tubos pelo corpo. Senti que ele não ia ficar bem”, lembrou.

Snoop Dogg e Tupac em 1995. Foto: Sipa Press / Rex.

Impressionado e assustado com com o ocorrido, Snoop revelou que realmente desmaiou ao ver Pac deitado no leito de hospital. “Quando entrei, senti que ele nem estava lá e desmaiei”, continuou ele. Mas a mãe de Tupac, Afeni Shakur, abraçou Snoop e lembrou de quão forte ele era. “Ela disse: ‘Meu bebê nunca te viu fraco. Eu não quero que você seja fraco na frente dele. Você vai ao banheiro e se arruma e volta lá e fala com ele e diz a ele como se sente.’”

Durante a entrevista, Snoop também relembrou o pequeno atrito que teve com Pac, pouco antes de sua morte, acrescentando o enorme respeito e amor que existia entre eles. “Ela [Afeni] sabia que havia um pouco de tensão, mas sabia o quanto nos amávamos. Então ela nos deu um momento para eu dizer algumas coisas a ele sobre o quanto eu o amo. Mas eu sabia que aquela seria minha última vez falando com ele.”

Tupac em 1993. Foto: dapd.

Snoop Dogg e 2Pac trabalharam em diversas músicas, mas como colaboração, lançaram apenas a faixa “2 of America’s Most Wanted”, em 1996.

Colégio promove projeto literário inédito com base no livro de Lázaro Ramos

0
Foto: Pedro Napolinário

A unidade de Belo Horizonte, da rede de Colégios Santa Marcelina, promove, com os estudantes do 3º ano, um projeto literário inédito com base no livro Sinto o que sinto: e a incrível história de Asta e Jaser“, do autor Lázaro Ramos, publicado pela Carochinha Editora. O objetivo da iniciativa é fomentar o desenvolvimento da Inteligência Emocional dos estudantes, abarcando disciplinas como Música, Língua Portuguesa, Geografia e História.
 

De acordo com a Coordenadora Educacional Aline Oliveira, o projeto “Caminhando com as emoções” traz, junto à Matriz Institucional de Habilidades Socioemocionais, atividades para que os estudantes aprendam a validar seus sentimentos e a desempenhar ações para lidar com as emoções de forma consciente e reflexiva. “Ao observamos atentamente uma criança, percebemos como suas emoções surgem com liberdade, força e intensidade. E, após passarmos por um período pandêmico, onde nossas crianças vivenciaram um enclausuramento e um distanciamento das relações socioafetivas, idealizamos um projeto literário que abarque as habilidades cognitivas e socioemocionais, pois é por meio das interações que o sujeito é construído como ser sensível, social, emocional e afetivo”, explica.
 

Aline reforça, ainda, que o projeto literário tem como premissa principal favorecer o desenvolvimento integral do indivíduo, estimulando a formação de uma personalidade estável e equilibrada, capaz de conviver de maneira harmoniosa com todas as emoções e ações, a partir da experiência com cada uma delas. Indo de encontro a este propósito, foi escolhido o livro escrito por Lázaro Ramos, que aborda, justamente, temas ligados aos sentimentos, à ancestralidade, ao pertencimento, à diversidade cultural, à aceitação e, ainda, ao respeito às diferenças.
 

Desenvolvimento do projeto

Segundo a professora Jacqueline Mendes, a atividade foi dividida em quatro etapas. A primeira incluiu a “Sondagem de Emoções”, realizada com o objetivo de detectar as emoções que as crianças já conheciam anteriormente à aplicação do projeto. Já a segunda envolveu o “Start do Projeto”, que ocorreu na Sala de Convivência, por meio da apresentação do vídeo do ator, trazendo uma mensagem de acolhimento aos alunos. Na sequência, houve a “Dinâmica dos Balões das emoções”, na qual as crianças escolheram a cor do balão de acordo com a sua preferência, depois os enchiam e desenhavam nele a emoção que estavam sentindo naquele momento. Ainda nesta etapa, os estudantes apresentaram seu registro e o justificaram.
 

Na terceira etapa, ocorreu a entrega do 1º artefato do projeto, sendo um livreto construído com “21 passos da Trilha Literária”, em que as crianças puderam, por meio da organização das habilidades cognitivas e socioemocionais, expor suas emoções e aprendizagens alcançadas a partir da leitura compartilhada e das atividades propostas. “Foi bonito perceber o quanto a provocação do projeto trouxe liberdade de expressão e, entre tantas falas amadurecidas, guardo uma em especial: ‘Professora, tudo bem sentir o que eu sinto, mas o que eu preciso é saber o que fazer com o que eu sinto!'”.
 

Para a Coordenadora Pedagógica Sabrina Rosa, a escola, enquanto espaço de relacionamento humano, precisa ampliar seu foco atencional também para as habilidades socioemocionais, a fim de que o estudante desenvolva a competência de se relacionar bem com o outro, consigo mesmo e com as emoções que o compõem. “Queremos que nossos estudantes, por meio do desenvolvimento das habilidades socioemocionais, possam reconhecer suas emoções, nomeá-las e escolher a melhor maneira de lidar com elas, além de estimular o gosto pela leitura, promover autoconhecimento, automotivação e o exercício da empatia”, comenta Sabrina.
 

Além disso, o projeto literário “Caminhando com as emoções” visou favorecer o desenvolvimento da autoestima e, ainda, diferenciar emoções, sentimentos e ações geradas por este âmbito emocional, colaborando, assim, para a externalização de suas pessoalidades, além de auxiliar na construção da representação de si e de reconhecer, em si próprio e no outro, as vulnerabilidades. Atualmente, o projeto já está na fase 3 e deve ser concluído até o final do mês de maio de 2022.

Deputado acusado de injúria racial cita avó negra em defesa

0
Foto: Alesp.

O deputado Wellington Moura (Republicanos) apresentou sua defesa prévia ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), onde é acusado de quebra de decoro parlamentar por dizer à deputada Mônica Seixas (PSOL) que iria colocar um “cabresto em sua fala”. No documento, o parlamentar alega que não cometeu injúria racial porque é pastor e sua avó é negra. As informações são do g1.

“A avó do representado era negra. O representado é Pastor há mais de 25 anos, atuante em projetos que ajudam milhares de pessoas em situação de rua, em presídios, na Fundação Casa, em tratamento em hospitais e na luta pela proteção dos direitos das crianças e adolescentes, e no combate a violência contra a mulher. Inclusive, na Igreja a maioria dos fiéis são de ascendência negra”, diz a defesa.

O deputado também recorreu ao dicionário para explicar em qual sentido usou a palavra “cabresto” para a deputada Mônica Seixas (PSOL) durante sessão no plenário da Alesp.

“[O parlamentar] proferiu a expressão ‘vou colocar cabresto na sua fala’, com a conotação, conforme o dicionário da língua portuguesa ‘por metáfora: algo que controla, subjulga ou reprimindo’; no sentido literal, sempre que estiver à frente de uma sessão, irá utilizar de mecanismos para controlar as falas excessivas ou de temas divergentes que fogem à ata da sessão.”

Já as advogadas da deputada, Renata Cezar e Rosana Rufino, afirmam, em nota, que a defesa do deputado “demonstra que na visão dele controlar, subjugar e reprimir uma parlamentar e mulher negra no exercício dos seus direitos políticos é aceitável ou que o fato dele ser pastor e conviver com pessoas negras ou mulheres banalize ou minimize a agressão por ele proferida”.

Ainda de acordo com as defensoras da parlamentar, “é comum que pessoas acusadas de racismo sempre respondam que é coisa da cabeça da população negra e que somos um povo miscigenado, com antepassados negros (‘minha avó era negra’ – aspas do próprio deputado em plenário e linha de sua defesa)”.

Diego Moraes conquista medalha de prata no Pan-Americano de Karatê

0
Foto: Erica Santos.

O karateca-jornalista Diego Moraes conquistou sua primeira medalha com a Seleção Brasileira de Karatê. Ele levou a medalha de prata na categoria até 84 kg no Pan-Americano de Karatê, realizado em Curaçao.

A trajetória de Diego no campeonato começou com uma vitória contra o atleta de Trinidad Tobago por 4 x 0 um empate contra o atleta de Curaçao por 2×2 e uma vitória contra o atual campeão pan-americano Jorge Merino, por 2 x 0. Na semifinal, o colombiano Santiago Vera, terceiro colocado no último Pan, perdeu de 2 x 1.

A disputa da final foi acirrada, e ficou no 1X1 até os últimos segundos. Porém, como a igualdade dava a medalha de ouro para o rival, o brasileiro partiu para cima e, na troca de chutes, acabou sofrendo o golpe que valia dois pontos e saiu derrotado por 3 x 1. No próximo domingo Diego volta ao tatame para a disputa por equipes.

Nas redes sociais, o atleta comemorou a conquista. “A primeira medalha com a Seleção Brasileira veio após 5 combates. Somos prata no Pan-americano de karate! Top 2 das Américas! Escrevo no plural, pq o triunfo é coletivo! Desde as pessoas, que de longe, fizeram a diferença mandando todas as energias positivas”, disse Diego.

Modus operandi em dois atos: de George Floyd a Genivaldo Santos

0
George Floyd e Genivaldo Santos. Foto: Reprodução.

O dia 25 de maio carrega consigo o peso da morte por falta de ar. Na mesma data, em anos diferentes, George Floyd, nos Estados Unidos e Genivaldo Santos em Sergipe, no Brasil, foram brutalmente assassinados em vias públicas de seus países. Chama atenção a semelhança, não somente de datas, mas do modus operandi que circunda a morte dos dois: ambos assassinados por asfixia por agentes policiais.

Nos Estados Unidos, o caso gerou uma comoção que se estendeu para além das fronteiras do país, que se viu em chamas após a morte de Floyd, escancarando a dor pela qual a população negra em todos os cantos do mundo não aguenta mais passar. Seu assassino foi condenado e passará 22 anos na cadeia.

Em Umbaúba, interior de Sergipe, cidade de Genivaldo e também cenário de sua morte, o fogo também traduziu a revolta da população. Uma barricada de pneus incendiados fechou a BR-101, a principal do país e que passa pela cidade. Moradores e movimentos sociais ocuparam as ruas onde não se pode andar tranquilo para dizer que já basta.

No noticiário, várias são as explicações que tentam justificar a morte de Genivaldo. Nenhuma explica nada, além do que se vê nas difíceis imagens que circularam por todo o Brasil: um homem com esquizofrenia foi abordado de forma truculenta e colocado em uma câmara de gás improvisada no porta-mala de uma viatura. Não sem antes sofrer manobras de sufocamento mecânico, com o cotovelo do policial sobre sua garganta.

Em nota, a PRF alega ter usado manobras de “menor potencial ofensivo” e que Genivaldo “passou mal” no caminho para a delegacia. Se não fosse um descaso tão grande com a dor de sua família, da população que assistiu a esse horror e de todo o povo preto no Brasil e no mundo, seria risível.

Os dois casos ilustram o que há muito já sabemos: não é seguro ser negro no Brasil e em nenhum pais orientado por uma lógica branca de manutenção da “ordem” a partir da aniquilação de nossos corpos. Não existe caso isolado, existe um projeto bem coordenado e articulado que nos mata diariamente, em situações semelhantes, de formas parecidas, pelas mãos de uma polícia que tem, como diz o lema da Polícia Rodoviária Federal, “orgulho de pertencer”, servir e manter esse projeto de extermínio.

error: Content is protected !!