Nova decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), anunciada nesta terça-feira (5), suspendeu as sessões da Câmara Municipal de Curitiba que, em junho, cassaram o mandato do vereador Renato Freitas (PT). De acordo com a desembargadora Maria AparecidaBlanco de Lima, as sessões citadas foram canceladas por “procedimento incompatível com o decoro parlamentar”.
Anteriormente, Renato foi cassado pelo plenário da Câmara por quebra de decoro parlamentar, após o Conselho de Ética concluir que o parlamentar perturbou celebração religiosa e realizou manifestação política no interior da Igreja do Rosário no dia 5 de fevereiro, durante manifestação contra o racismo no centro de Curitiba. Durante a ocasião, Renato participou de uma ação lembrando as mortes do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe e de Durval Teófilo Filho.
“A sanha punitivista e racista que motivou os vereadores contra mim, fez com que o presidente da Câmara e a base do prefeito enfiassem os pés pelas mãos, mais uma vez“, publicou Renato através das redes sociais. “Ao contrário dos que torciam pela vitória do fracasso, estamos de volta, ao contrário dos julgamentos infelizes e hipócritas, ESTAMOS DE VOLTA”.
“A defesa sempre confiou na Justiça paranaense, posto que, conforme até mesmo alertado antes da realização da malfadada sessão, havia grave ilegalidade em convocá-la com tamanho açodamento e precipitação”, publicou a defesa do parlamentar em nota. “Essa atitude, ao lado de várias outras que foram presenciadas durante esse processo, revela que a condição do vereador —negro e de origem humilde— parecem ser mais decisivas para o desenrolar do processo do que os atos que o vereador cometeu”.
Ainda em fevereiro, Renato Freitas pediu desculpas pelo ocorrido dentro da igreja em Curitiba e explicou que a ação aconteceu de forma espontânea. “Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas, e para essas pessoas eu sinceramente e profundamente peço perdão. Desculpa. Não foi, de fato, a intenção de magoar ou de algum modo ofender o credo de ninguém. Até porque eu mesmo, como todos sabem, sou cristão”, disse ele. “Tudo aconteceu de forma espontânea, as pessoas entenderam que passar a mensagem da valorização da vida dentro da igreja seria adequado”.
O ID_BR (Instituto Identidades do Brasil) está com inscrições abertas para o edital do programa Professores Pelo Sim à Igualdade Racial. O objetivo é possibilitar que educadores(as) inscrevam suas experiências de educação antirracista para avaliação, mapeamento e organização de um material de referência, que sirva para orientar profissionais e instituições de todo o país na implementação e manutenção de uma educação que visa a igualdade racial e o combate ao racismo de forma ampla e de longa duração.
Ao longo de dois anos, o programa oferecerá letramento racial para professores e outros profissionais da educação. O intuito é alcançar educadores de todo o país a fim de promover o debate racial nos espaços formais de educação e desenvolver metodologias alinhadas com as leis que regulamentam o ensino de “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” na educação escolar do Brasil.
Até o dia 25 de julho, poderão se inscrever professores de todo o país da rede pública ou particular de ensino, de quaisquer segmentos, áreas e disciplinas que desenvolvam ou já tenham realizado ações e atividades de educação antirracista. Os candidatos deverão se inscrever preenchendo o link do formuláriocom seus dados e anexando foto ou vídeo da aplicação do projeto ou de seu desenho.
Serão selecionados até 40 educadores, dos quais 8 serão escolhidos e suas iniciativas e experiências poderão contribuir na construção de um material referendado que servirá de ferramenta pedagógica (um tipo de cartilha) para orientar professores de todo o país.
O programa visa impactar profissionais da educação de todo o país com ferramentas e metodologias de promoção da educação antirracista. Este edital abrirá oportunidade para que educadores de todas as regiões do Brasil inscrevam seus projetos e atividades de educação antirracista a fim de participarem da construção de um mapeamento de metodologias de pedagogia antirracista que poderão compor um material referendado orientador para diversas práticas de combate ao racismo e a desigualdade no espaço escolar.
“Nós acreditamos que mais do que dizer não ao racismo, é fundamental dizer sim à igualdade racial, como fator chave de transformação e busca constante da promoção da igualdade racial dentro e fora do mercado de trabalho. Os números mostram que, mesmo após mais de 19 anos da sanção da lei 10.639 de 2003, que determina obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, isto ainda não é uma realidade”, diz Anny Romão, líder do pilar educação no ID_BR.
De acordo com a Forbes, Rihanna é a mulher bilionária mais jovem dos Estados Unidos. A artista conquistou o feito através de sua bem sucedida carreira musical em conjunto com seus empreendimentos no mundo dos cosméticos. Descrita como uma das mulheres mais ricas do país, Riri é, atualmente, a única bilionária com menos de 40 anos.
A super estrela possui um patrimônio líquido avaliado em US $1,4 bilhão. A maior fatia desse valor vem de suas três empresas de varejo: Fenty Beauty, Fenty Skin e Savage X Fenty. A barbadiana é proprietária de 50% das ações vinculadas à Fenty Beauty, empresa que gerou US $550 milhões em receita no ano de 2020. A outra metade é de propriedade do conglomerado francês LVMH.
Rihanna em evento da ‘Fenty Beauty’. Foto: Divulgação.
“Meu dinheiro não é para mim; mantenho sempre o pensamento de que posso ajudar outra pessoa”, disse a artista em entrevista para a T Magazine. “O mundo pode realmente fazer você acreditar que as coisas erradas são prioridade, e isso faz você realmente perder o cerne da vida, o que significa estar vivo”.
Reconhecida por seus trabalhos humanitários, Rihanna frequentemente desenvolve ações por meio da Clara Lionel Foundation. “Na Clara Lionel, grande parte do trabalho está enraizado no entendimento de que os desastres climáticos, que estão crescendo em frequência e intensidade, não afetam todas as comunidades igualmente, com comunidades negras e de nações insulares enfrentando o impacto das mudanças climáticas”, enfatizou a super estrela.
A Netflix anunciou nesta terça-feira (5), o lançamento de ‘Barba, Cabelo & Bigode’, novo filme brasileiro de comédia, estrelado por Lucas Koka Penteado e Solange Couto. De acordo com a sinopse, no longa, que será lançado dia 28 de julho, Richardsson (Penteado) termina a escola e entra naquela fase de: “o que que eu faço da minha vida, meu cria?”. Embora tenha planos de entrar na faculdade, o que ele quer mesmo é cortar cabelos no Saigon, o salão de beleza da sua mãe, Cristina (Solange Couto), no bairro carioca da Penha. Só que a matriarca tem outras expectativas para o filho, que passam bem longe do salão da família. Em busca de realizar seu verdadeiro sonho, Richardsson não consegue deixar de se meter em várias confusões, enquanto espalha cortes estilosos pelo Rio de Janeiro.
BARBA, CABELO E BIGODE. Lucas Penteado como Richardsson. Foto: Divulgação / Netflix.
Com direção de Rodrigo França em codireção com Leticia Prisco, o roteiro é assinado por Anderson França, Marcelo Andrade e Silvio Guindane. Produzido por A Fábrica, Barba, Cabelo & Bigode promete divertir ao nos levar a um típico subúrbio onde encontramos os personagens mais diversos, e que representam muito do que é ser brasileiro para o mundo todo.
“Essa é uma história suburbana com a qual quero muito que as pessoas se identifiquem, se vejam e se emocionem. Colocamos muito do nosso coração e da nossa própria vivência nessa produção, de forma muito respeitosa e fiel àquilo que nós somos. O filme mostra como a comunidade é, antes de tudo, formada por pessoas que querem se ajudar e apoiar umas às outras. Queremos deixar as pessoas com o coração bem quente e cheio de afeto”, diz Rodrigo França, diretor da produção que faz sua estreia em longa-metragens.
BARBA, CABELO E BIGODE. Juliana Alves como Greicy Kelly. Foto: Divulgação / Netflix.
Barba, Cabelo & Bigode também traz no elenco Juliana Alves, Rebecca, MV Bill, MC Carol, Yuri Marçal, Jeniffer Dias, Sérgio Loroza, Neuza Borges, Luana Xavier, Xando Graça, Nando Cunha, Bruno Jablonski e Leandro Santanna. Abaixo, você confere o primeiro trailer do longa.
Novas fotos do filme The Woman King foram divulgadas hoje (5) à Vanity Fair, mostrando detalhes dos figurinos vestidos pela atriz e produtora Viola Davis interpretando a general guerreira Nanisca.
O longa retrata a história real da general de Agoji, mais conhecida como Amazonas, um exército de mulheres guerreiras que defenderam o Reino do Daomé, na África Ocidental, um dos estados mais poderosos entre os séculos XVIII e XIV. O longa estreia nos cinemas no dia 16 de setembro, mas ainda não há detalhes se ocorrerá na mesma data em todos os países.
Foto: Divulgação
Em entrevista a revista, Davis disse que passou por um intenso treinamento para interpretar a general africana. “Começamos intensamente alguns meses antes das filmagens – quatro horas por dia, cinco dias por semana. Musculação, corrida, artes marciais e treinamento de armamento para o facão”.
Ao se conectar com a história de Agojie, até então desconhecida para ela, a atriz revela a diferença de personalidades das mulheres da época. “Foi um estado de espírito diferente explorar esse espírito – essa bravura. Certamente, essa não é uma mentalidade que eu carrego no dia-a-dia. Eu sou alguém que carrega spray de pimenta e um pequeno alarme no meu chaveiro”.
Foto: Divulgação
Viola relatou à revista que o novo filme é a sua obra-prima. “Eu nunca tive um papel como esse antes. É transformador. E ser um produtor nisso, e saber que eu ajudei a torná-lo realidade…. Há sempre uma visão que você tem para sua carreira, mas há muito poucos papéis como atriz de cor. Pele escura com nariz largo e lábios grandes. Eu só vou continuar a dizer isso. Essas histórias são extraordinariamente limitadas”.
Questionada sobre o que mais temia ao assumir o projeto, Davis não negou o medo. “Eu sabia o que isso significaria para nós como negros. Algo que nunca foi feito antes. E o que isso significaria para as mulheres negras sentadas naquele cinema. A responsabilidade é realmente alta”.
Foto: Divulgação
Para estudar sobre Agoji, Davis diz que encontrou apenas um livro. “As Amazonas da Esparta Negra — escrito por um homem branco. Eu tive que riscar muito porque estava cheio de comentários editoriais como: ‘Eles pareciam bestas. Eles eram feios. Eles eram masculinos’. Você tinha que peneirar tudo isso”.
Este é o vigéstimo hit da diva a alcançar o top 10
O novo hit de Beyoncé, Break My Soul, acaba de atingir o 7º lugar no HOT 100 da Billboard. A marca foi alcançada após a primeira semana de acompanhamento do single lançado no último dia 21 de junho. Com esta, a diva alcança a marca de 20 músicas no Top 10 do chart.
Break My Soul não teve grandes movimentações de divulgação e foi anunciada por meio de alterações no link da bio da Queen B. Aclamada pela crítica, a música traz uma poderosa mensagem sobre os tempos de exaustão e excesso de trabalho vivido pela sociedade pós-pandemia.
A ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, classificou o hit como “a música que nós precisamos agora”. “RainhaBeyoncé, você fez de novo! ‘Break My Soul’ é a música que todos nós precisamos agora, e eu não consigo parar de dançar e cantar enquanto a ouço”, publicou Michelle em suas redes sociais.
Renaissance, o novo álbum de Beyoncé, será lançado no dia 29 de julho, com 16 faixas ao total. Break My Soul é a faixa de número seis do trabalho.
O Geledés – Instituto da Mulher Negra abre edital para uma formação multimídia com inscrições até o dia 10 de julho. Em parceria com o Zoom Cares, curso gratuito irá capacitar 100 jovens negros da cidade de São Paulo, com o objetivo de prepará-los para o mercado de trabalho e estimular a produção em diferentes àreas da comunicação com enfoque nas temáticas de raça e gênero.
A primeira turma formará 30 jovens no segundo semestre de 2022, enquanto os outros 30 estudantes integrarão a turma no primeiro semestre de 2023 e os restantes no segundo semestre do próximo ano. Inscrições podem ser feitas aqui.
A capacitação ocorrerá de maneira híbrida e em quatro módulos, sendo que 30 horas serão destinadas para as aulas teóricas, 60 horas voltadas ao ensino prático e 20 horas para que os jovens realizem a entrega final do produto.
“Vamos fazer uma formação com pessoas na faixa etária dos 18 a 29 anos para os comunicadores negros e periféricos. O objetivo é pensar em como eles irão ingressar no mercado de trabalho tendo como base um conteúdo com enfoque em raça e gênero, que é um dos pilares da organização”, afirma Natália de Sena Carneiro, coordenadora de Redes Sociais e Comunicação Institucional, de Geledés .
A formação busca construir um novo olhar social sobre a população negra, partindo da perspectiva de que é possível se comunicar com a juventude e construir narrativas positivas, sem os estereótipos relacionados a violência, pobreza ou assistencialismo.
Durante a capacitação, os estudantes também irão se aprofundar em temas relacionados ao audiovisual e comunicação. Além disso, serão promovidas oficinas de produção de texto, vídeo, áudio, edição; e a construção e marcos do cinema negro ao longo da história.
“No núcleo de formação, teremos palestrantes e orientadoras/es técnicos. As pessoas que estarão pelo módulo de formação teórica, nos trarão bases conceituais para oferecer subsídios e ampliação de repertório aos jovens, seja em questões estéticas, e também sócio-política. Para a formação prática, temos o objetivo de possibilitar o acesso à informação e recursos para que produzam conteúdo multimídia”, diz Day Rodrigues, coordenadora de audiovisual e de formação pedagógica no curso.
Essa não é a primeira vez que Geledés se propõe a trabalhar com capacitações neste âmbito. Entre outras ações de grande destaque se encontram o Projeto Rappers (1992 – 1998), o Geração XXI (iniciado em março de 1999), além de cursos de capacitação profissional.
Para esse projeto, os orientandos terão a escolha de desenvolver um destes seguintes produtos: produção de reportagem multimídia, uma produção documental ou podcast. Na entrega final, todos os estudantes terão que produzir um texto para a divulgação do material nos canais de comunicação de Geledés.
A primeira etapa da formação será feita de maneira online, enquanto a segunda será presencial aos sábados dentro da organização. Para participar dos encontros, os jovens receberão alimentação e auxílio transporte.
“Almejamos que esses jovens tenham uma bagagem não só teórica, mas também prática para imprimir isso na vida profissional deles”, concluiu Natália.
O ator Babu Santana foi a Brasília junto com outros artistas para pressionar parlamentares pela derrubada de vetos do presidente da república às Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que destinam recursos para o setor cultural brasileiro, muito afetado durante a pandemia de covid-19.
Os vetos serão aprecidados pelos parlamentares na tarde desta terça-feira (5). Para conseguir reverter um veto presidencial, é necessário que a maioria absoluta dos parlamentares – 257 de deputados e 41 de senadores – aprovem a medida. Caso esses números não sejam atingidos, as decisões de Bolsonaro são mantidas. No caso de derrubadas, as leis passam a valer, independente da vontade do presidente.
Em agenda na Câmara dos Deputados na última segunda-feira (4), Babu disse que sua carreira se deve, em grande parte, ao apoio de projetos culturais que são apoiados por incentivos do governo. “Estou aqui para ajudar a derrubar esses vetos com o meu depoimento, porque eu sou fruto de política pública, eu sou fruto da arte e da cultura, eu sou fruto de um gueto, e isso dá certo, sim”, disse o ator.
A lei Paulo Gustavo destina R$ 3,86 bilhões para estados e municípios ajudarem o setor cultural a se recuperar da crise causada pela pandemia. Da verba, R$ 2,79 bilhões seriam voltados à área audiovisual, enquanto R$ 1,06 bilhão iria para ações emergenciais.
Já a Lei Aldir Blanc 2 prevê repasses anuais de R$ 3 bilhões da União para estados e municípios, por um período de cinco anos, começando em 2023. Ela é inspirada na lei aprovada pelo Congresso em 2020 que garantiu recursos para o setor cultural durante a pandemia, momento em que os espaços culturais fecharam completamente.
O setor cultural movimenta, em média, R$ 171,5 bilhões por ano na economia. Para efeito de comparação, o setor imobiliário, por exemplo, movimenta cerca de R$170 bilhões ao ano no Brasil.
A trajetória do profissional André Menezes, de 34 anos, é uma história de superação, força e resistência. Recém formado como Mestre em Administração pela Universidade de Harvard, uma das maiores e mais importantes instituições de ensino do mundo, André diz que observa com orgulho suas conquistas. De origem humilde, natural de Guarulhos, em São Paulo, ele relata que aos 16 anos, enquanto morava no bairro Pimentas, região periférica da cidade, chegou a vender laranjas em feira livre para conseguir custear o curso de inglês. “Foram 4 anos estudando e trabalhando na feira. Naquela época eu tinha o sonho de fazer uma faculdade e poder quem sabe ter uma condição de vida melhor, para mim, pro meu pai, pro meu irmão e para mim mãe“, relata ele, que hoje, atua como Program Manager dentro do Nubank. “Parecia tudo tão distante daquela realidade dura, do destino e das estatísticas que perseguem e massacram tantos jovens pretos da periferia, onde eu nasci e cresci“.
André Menezes em sua formatura na Universidade de Harvard. Foto: Arquivo Pessoal.
Em entrevista ao MUNDO NEGRO, André Menezes conta um pouco sobre sua trajetória, dá dicas para as novas gerações, conta os desafios em torno de sua profissão, principalmente no mundo da tecnologia e a forma como ele se vê hoje ocupando um espaço de inspiração para outros profissionais e jovens negros. “Na minha juventude eu procurava referências pretas para me inspirar. Eu acredito que a minha trajetória e história possa servir para inspirar outros jovens negros. Se a minha história puder inspirar um jovem negro, eu já ficarei extremamente feliz. Além disso, eu acredito que nós podemos sim, ocupar esse lugar e qualquer outro que a gente sonhe em ocupar“.
Como pode-se imaginar, a trajetória do gerente de projetos não foi fácil. Para além do racismo, André relata que a falta de referências enquanto homem negro foi um grande obstáculo para a construção de seu currículo. A transição de Guarulhos para uma das universidades mais concorridas do mundo, nos Estados Unidos, veio repleta de desafios. “Um grande obstáculo foi a incapacidade de sonhar. A incapacidade de acreditar que poderia viver outra realidade, uma realidade mais próspera. E muito dessa incapacidade por falta de referências e representatividade“, diz ele. “Na minha juventude, me faltavam muitas referências pretas. Eu não enxergava pessoas pretas em posições de sucesso. Além disso, a minha condição financeira também foi outro grande entrave. Ainda muito cedo, aos 16 anos tive que trabalhar na feira livre vendendo laranjas para poder pagar meu curso de inglês. Eu levantava 04:30 da manhã para ir para feira, saia da feira por volta de 14hrs, chegava em casa e depois ia para escola. Essa rotina foi um grande desafio. Eu sempre soube que a educação seria a minha principal alavanca para mudar a minha situação“.
André Menezes em Harvard. Foto: Arquivo Pessoal.
André conta também que o fato de ter perdido sua mãe aos 21 anos de idade foi outro grande desafio em sua história. “Eu perdi a minha mãe muito cedo. Minha mãe sempre foi a minha conselheira e meu porto seguro. Perder ela tão cedo, foi muito triste e desafiador“, conta ele. “Eu também sofri muito preconceito e ceticismo. Durante várias entrevistas de emprego eu sentia isso. Quando comecei o meu mestrado em Harvard já fui perguntado em entrevistas, se realmente eu estava estudando em Harvard, ao ponto de eu ter que mostrar a minha application. Além disso, já ouvi coisas do tipo: ‘Mas como você toca cavaquinho e estuda em Harvard?'”.
O Mestre em Administração também dá dicas sobre os elementos fundamentais que o ajudaram dentro da sua carreira no mundo dos negócios. “Um conselho é tentar focar no inglês. No mundo de tecnologia o inglês é fundamental. A maioria das grandes empresas de tecnologia utilizam muito o inglês. Além do mais, existe uma grande gama de livros e artigos na área da tecnologia que são em inglês. Portanto, estudar inglês é essencial para progredir na carreira da tecnologia“, diz o profissional. “Outro conselho é pedir ajuda e ser grato. Durante a minha vida e carreira eu sempre pedi ajuda, nunca me preocupei em me mostrar vulnerável. Eu tive muitas pessoas que me ajudaram durante a minha carreira. Assim que conclui o meu mestrado eu fiz questão de entrar em contato com várias dessas pessoas e agradecer. Além disso é preciso ter objetivos. Denzel Washington certa vez disse em uma palestra, ‘dreams without goals are just dreams’; Sonhos sem objetivos são apenas sonhos. Ou seja, precisamos sonhar, mas também precisamos planejar e ter objetivos. Precisamos planejar cada passo, cada dia, cada mês e cada ano. De que maneira vamos conseguir atingir o sonho? O que precisamos fazer? Cada passo é importante e celebrar cada pequena vitória durante a trajetória é muito importante também“.
O poder da representatividade está na possibilidade de se ver possível. André finaliza a entrevista contando sobre a força dos sonhos em sua trajetória e a importância do Racionais MC como fonte inspiração. “Um outro grande motivador na minha vida foram e ainda são as músicas dos Racionais! Sempre quando me encontrava e querendo desistir , ouvia uma música dos Racionais, como por exemplo, ‘Capítulo 4 Versículo 3’ e isso me ajudava a lembrar de nunca desistir e acima de tudo me ajudava a lembrar de onde eu vim. Ainda hoje ouço os Racionais diariamente“, conta ele. “Eu acredito que a representatividade é crucial para ter aspirações e sonhar. Quando nós vemos outros negros em posições de sucesso, nós conseguimos nos ver lá também. Existe uma maior facilidade de sonhar e acreditar. Quando não temos representatividade, até sonhar é muito difícil, pois, nós não conseguimos nos ver naquela posição, parece que aquela posição não foi feita para nós”.
O livro autobiográfico ‘Em Busca de Mim’, de Viola Davis, já está disponível para compra no Brasil. O registro da aclamada atriz entrou em venda nas principais livrarias do país nesta segunda-feira, 4 de julho. A obra literária conta tudo o que Viola viveu desde a difícil infância até o estrelato mundial.
Capa do livro ‘Em Busca de Mim’. Foto: Divulgação.
Vencedora do Oscar, Emmy e Tony, Viola Davis possui muita história para contar. Descrita como uma das melhores atrizes da geração, a artista de 56 anos segue como uma das personalidades mais influentes do mundo. “Enquanto escrevia ‘Em busca de mim’, pensei no quanto nossas histórias nem sempre recebem a devida atenção. São reinventadas para serem encaixadas em um mundo louco, competitivo e crítico”, publicou Davis sobre o livro. “Escrevi este livro para aqueles que se sentem excluídos, que estão em busca de uma forma de entender e superar um passado complicado e encontrar auto aceitação no lugar da vergonha. Escrevi para quem precisa se lembrar de que a vida só vale a pena ser vivida se a encararmos com honestidade radical e coragem de abandonar as máscaras e apenas ser… você“.
Amplamente aclamado pela crítica especializada, ‘Em Busca de Mim’ foi descrito como um registro sincero, profundo e inspirador. “Uma narrativa de tribulações e sucesso… A belíssima escrita de Viola vai inspirar a todos que desejam se livrar de antigos rótulos“, publicou o jornal Los Angeles Times.
“Em busca de mim é uma reflexão profunda, uma promessa e uma declaração de amor a mim mesma. Espero que minha história o inspire a revolucionar sua vida de forma criativa e a redescobrir quem você era antes que o mundo tentasse defini-lo“, destacou Viola sobre sua nova obra.