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A grande dama da beleza negra: Quem foi Idalice Bastos, a estrela deixada pelo tempo

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Foto: Arquivo Pessoal.

Atualmente, nas discussões sobre assuntos étnico-raciais, muito fala-se sobre ancestrais e tempos míticos construídos com a ajuda do imaginário. Nem tanta atenção dá-se, porém, ao passado recente que nos influencia de forma direta; aos antepassados “de ontem”, que canalizaram energias e forças criativas para resistir aos obstáculos da vida e mudar o seu entorno. Idalice Moreira Bastos é um dos brilhos que compõem as constelações negras ofuscadas pela pressa da História.

Em um tempo em mulheres negras eram estrategicamente colocadas ao fundo dos salões de beleza para serem atendidas como “clientes de segunda classe” e tinham como única opção de serviço o alisamento capilar feito com soda cáustica, Dai inovou. A cabeleireira e trancista não só desenvolveu um método diferenciado para lidar com mulheres feridas (literalmente) pelo racismo: ela vendeu todos os seus bens para criar a ONG Afrodai e capacitar mais de mil jovens em situação de vulnerabilidade através do conhecimento e da conscientização racial.

Da Bahia ao Rio de Janeiro

A estrela de Idalice piscou pela primeira vez na Terra em 6 de junho de 1950. Baiana de Feira de Santana radicada no Rio de Janeiro, Dai (pseudônimo como era costumeiramente chamada e que se mantém entre os que a conheceram até os dias atuais) teve a consciência de sua negritude ainda jovem, quando ostentava fartos fios crespos entre um mar de cabelos alisados em sua terra de nascença.

Foto: Arquivo Pessoal.

Mulher negra de origem pobre, começou a trabalhar pela autoestima e valorização identitária de pessoas como ela aos 12 anos quando era ajudante de um salão, onde logo se tornou manicure ao chegar à idade dos 14. Porém, a paixão pelos cabelos era latente e, ainda na adolescência, em sua cidade natal, começou a trabalhar com fios crespos utilizando ferro quente e alisamento com pasta — o que nunca gostou muito de fazer; Dai preferia trançar e cuidar de cabelos crespos naturais.

Idalice chegou ao Rio de Janeiro em 1972. Nos primeiros anos na cidade, a baiana passou por sérias dificuldades de ordem financeira, mas determinada e extremamente sagaz, percebeu uma lacuna entre os cuidados dirigidos à beleza negra, na época. Os poucos profissionais que lidavam com fios crespos, tinham como princípio a harmonia visual e, por isso, cediam às pressões externas de padrões brancos de beleza oferecendo aos seus clientes apenas produtos químicos que alisavam texturas crespas.

Boca a boca: o início da fama

Na época em que chegou ao Rio, as tranças de inspiração africana eram ítem de desejo entre os adeptos do Movimento Negro Brasileiro, que lutava contra o racismo, exigindo melhores condições de vida e inserção do negro na sociedade. A militância do país enxergava a estética como comunicação do orgulho racial e autoproclamação da própria beleza, influenciados diretamente pelas mobilizações afrodiaspóricas que ocorriam em todo o mundo.

“Através da estética afro, do estudo, da cultura, da saúde, da cabeça boa, você busca a sua cultura, a traz de volta. Se não, não tem caminho. Porque pra viver num país como esse e pensar essas coisas todas que eu penso, tem que ter um pouco de arte.” 1998 *

Enquanto mexia com inúmeras cabeças, Dai teve a própria mente transformada a partir da troca de histórias, vivências e narrativas que ocorrem durante o processo de trançar. Sua já latente consciência racial desabrochou e permaneceu vívida até seu último suspiro. Cada cabelo que a baiana trançava agia como uma tela viva móvel. Em uma espécie de “boca a boca”, o nome de Dai foi ficando cada vez mais conhecido e a trancista atraía um público engajado que, na época, não tinha muitas opções de onde encontrar profissionais especialistas no penteado.

Afonjá e o pioneirismo na valorização da beleza negra

A história de Dai mexendo em cabeças cariocas começou antes de qualquer salão. Ao mesmo tempo em que juntava suas economias, Idalice nunca deixou de ajudar os que não podiam pagar seus serviços. O que ela realmente gostava era de ver o semblante feliz e orgulhoso de pessoas que descobriram uma beleza muitas vezes escondida em falhas máscaras brancas. Assim, a cabeleireira fez muitos penteados gratuitos e, trabalhando com diversos artistas, acabou conhecendo muitas pessoas influentes. Porém, o primeiro passo de seu reconhecimento artístico, fruto de muito esforço, chegou em meados de 1979, quando, ao lado do amigo João Pedro Pereira, Dai inaugurou o espaço Afonjá, primeiro salão de beleza étnico do estado fluminense. O acontecimento tornou-se um marco na história das mobilizações negras da região e obteve alcance nacional por seu pioneirismo na valorização da beleza negra.

“É difícil trabalhar porque nós não temos produtos para o nosso cabelo, pra nossa pele e o capitalista não tem nenhum interesse em fabricar. Os produtos químicos pro nosso cabelo são feitos com soda cáustica. É uma agressão. Esses produtos tiram a nossa característica e nós não queremos fugir da nossa realidade. Nós só queremos tratar o nosso cabelo.” – 1988.

Foto: Arquivo Pessoal.

A valentia e inovação em trabalhar a estética afro valorizando-a por si só e ignorando os padrões embranquecedores ditados pela moda — em uma época em que a beleza negra era ainda mais estigmatizada que hoje — atraía cada vez mais clientes que, em vários casos, tornavam-se amigos pessoais de Dai. Mas um desentendimento com o amigo João foi o pontapé para que a baiana alçasse voo solo e recomeçasse sozinha o seu grande sonho.

O início do Afrodai e seu método terapêutico

Em 1982, com a ajuda de alguns amigos, Idalice inaugurou seu salão Afrodai, em Copacabana. Referência entre os profissionais de estética afro, ela foi vanguardista ao instituir uma abordagem reflexiva ao tocar qualquer fio que chegasse às suas mãos. Devido aos anos de estudo como cabeleireira no Senac, aos cursos que fez fora do país e às experiências pessoais, a baiana “carioquizada” tinha o domínio da técnica de neutralizar danos químicos e até fazia testes de mechas para evitar a quebra da fibra capilar em uma época em que o procedimento não era tão comum. Mas foi através de sua conduta ousada e do olhar amoroso para com seu povo que a cabeleireira especializada em tranças afro destacou-se. Com muito papo e muito jeito, Idalice criou uma espécie de psicologia capilar que ia além do cabelo: chegava às raízes da alma.

“É uma coisa natural minha, de ficar falando ao mesmo tempo em que eu estou trabalhando e isso tem uma importância para as clientes. A gente começa não fazendo cabeça, mas sim cuidando do cabelo, do visual, da autoestima… e automaticamente vem essa coisa de se penetrar no interior da pessoa” – 1998.

Não eram poucas as mulheres tristes, com falhas graves na cabeça e couros cabeludos corroídos pelos produtos usados à época para alisar fios, que chegavam às suas mãos. Para esses casos, em que as pessoas envergonhavam-se de tirar os lenços que cobriam suas cabeças, Dai tinha um espaço reservado no salão, que as deixava livre de qualquer possível olhar julgador. Nesse ambiente separado, além do tratamento capilar, suas conversas terapêuticas auxiliavam o processo de auto aceitação de suas clientes. O resultado vinha não só em forma de sorrisos e alegria com a imagem vista no espelho: as frequentadoras do salão tornavam-se suas amigas e eram muito fiéis. Quem quer que passasse pelas mãos de Idalice, sempre voltava.

Musa inspiradora do Movimento Black Rio

Zezé Motta, Sandra de Sá, Lélia Gonzalez, Leci Brandão, Antônio Pitanga, Benedita da Silva, Léa Garcia, Djavan, Veluma, Isaura de Assis, Cléa Simões e até mesmo Caetano Veloso são alguns dos artistas e intelectuais que frequentavam o Afrodai. Desse modo, a influência de Idalice sobre a moda afro carioca — que obtinha proporções nacionais —foi se tornando cada vez maior. Mas é válido ressaltar, que, além de motivar a estética afro fazendo cabeças, Dai, por si só, era uma inspiração para o público negro da cidade. Confiante, consciente de sua identidade e muito bonita, a baiana chamava atenção por onde passava. Extremamente vaidosa, Idalice estava sempre de cabelo feito (grande parte das vezes, trançado) e adornava-se com roupas e acessórios africanos — acumulando admiradores onde quer que passasse.

Foto: Arquivo Pessoal.

Para ter-se uma ideia, um dos discos do Movimento Black Rio (mobilização de jovens negros cariocas em torno do cenário musical, político, cultural e intelectual em plena Ditadura Militar), o LP Soul Grand Prix (1976), teve como capa uma arte feita pelo ilustrador Demetrios inspirada em seus traços e estilo. Já o LP Funk Fantasy, trouxe uma foto de Dai na capa da coletânea de canções de artistas como Chaka Khan, Harvey Mason, Merry Clayton, o grupo Ohio Players, entre outros.

“Botaram na nossa cabeça que o negro é feio. E ficou isso, eles não dão oportunidade pra mostrar a nossa beleza. Porque nós somos belos. Nós temos uma energia incrível! Além da beleza física, a nossa energia é maravilhosa apesar de ser uma energia sofrida dos antepassados da gente.” – 1988.

A maestria na arte de trançar

Apesar de trabalhar com escovas, tinturas, permanentes, relaxantes e até implantes com cabelo humano — devido aos pedidos da clientela — as tranças sempre foram a técnica predileta de Dai. Conforme ela mesma disse em diversas entrevistas, o penteado trançado africano é o trabalho artesanal mais artístico dentro do leque de penteados afro; aquele que mais valoriza a beleza de pessoas negras e que a deixava livre para usar toda a sua criatividade.

“O penteado trançado africano é uma arte, é um trabalho artesanal e através dele você cria mil coisas na cabeça. Você não cria fazendo escova, você não cria pintando o cabelo. Você cria trançando, desenhando, modelando. É um trabalho artístico em que você viaja, é uma espécie de terapia.” – 1998

O salão passou por alguns endereços em Copacabana e, além de disputar como o principal ponto de beleza étnica carioca, o Afrodai também promovia festas e encontros onde mulheres negras poderiam se divertir sem preocupações e conversar sobre a vida. Desfiles de moda com peças trazidas pela cabeleireira diretamente da África também fizeram sucesso a ponto de estampar manchetes de jornal e fechar ruas do bairro.

Do Harlem à Lapa: o início da ONG

Mas, para a grande dama da estética afro carioca, isso ainda não era suficiente. O comodismo, aliás, nunca fez parte de seu vocabulário. Após uma temporada de estudos nos Estados Unidos, onde teve contato com a efervescência do icônico bairro Harlem, Dai aprendeu novas técnicas capilares, percebeu a exuberância e confiança das negras norte-americanas e pensou que poderia fazer mais pelas mulheres brasileiras com quem compartilhava a cor.

Ao contrário do que se pode parecer, o grande sonho de Idalice não era apenas ter seu próprio salão. Ela queria transmitir seu conhecimento para outras mulheres e, assim, ampliar o “empoderamento” de jovens negras (antes mesmo que esse termo existisse). Pois, mais do que cabelos, Dai fazia cabeças. E é com essa filosofia que ela saiu de Copacabana, um bairro nobre do Rio de Janeiro, rumo à Lapa — bairro que, na época, tinha fama por ser um local decadente e perigoso.

Após conquistar dois apartamentos, carros e linhas telefônicas graças ao seu trabalho, Idalice decidiu vender todos os bens e comprar um sobrado deteriorado no Centro do Rio de Janeiro. Enquanto os amigos não entendiam a mudança e viam a casa antiga como uma ruína amontoada de poeira, Dai visualizava seu sonho acontecendo em cada cômodo do local.

“Logo quando eu cheguei aqui no Rio, já comecei a ver a dificuldade das pessoas negras jovens em não terem como se defender, como continuar a estudar e até se alimentar. Ali eu já comecei a pensar que o caminho era ensinar uma profissão para elas” – 1998

Após uma boa reforma, em 1993 Idalice reinstalou seu salão de beleza acrescentando uma área para venda de roupas, maquiagens e acessórios. Um ano depois, já estabelecida, ela fundou na mesma casa a ONG Espaço de Estética e Cultura Afro Dai após perceber que as pessoas que chegavam até o salão em busca de trabalho não tinham experiência alguma e passavam por dificuldades de todos os tipos. Com a ONG, o principal intuito de Dai era passar seus saberes adiante, treinando pessoas carentes para exercer a profissão de cabeleireiros, trancistas e maquiadores especializados em penteados e maquiagens para negros.

Resgatando jovens das ruas

Na organização não-governamental, jovens entre 14 e 21 anos (em geral mulheres pobres, moradoras de favelas e já com filhos) podiam fazer cursos de maquiagem e penteados afro gratuitamente, tinham aulas introdutórias de teatro e dança, além de noções de etiqueta e postura. Palestras sobre cidadania, movimento negro e saúde também faziam parte da grade de atividades da casa. O foco era ensinar um ofício às moças, ajudando-as a recuperar a autoestima perdida nas ruas violentas do Rio de Janeiro e apresentando um horizonte diferente em que elas pudessem alcançar a independência financeira.

Para Idalice, o poder econômico era a única possibilidade de sobreviver com dignidade em uma sociedade capitalista, uma vez que o sistema e as classes dominantes exercem uma pressão muito forte em pessoas que povoam as margens sociais. “Você não pode competir com o outro se você não tiver nem o que comer”, afirmou a cabeleireira em entrevista ao Jornal da Band (emissora Bandeirantes), no final dos anos 1990. Dai defendia que a disputa por um emprego num mercado regido pelo capital e a conscientização racial só são possíveis através do conhecimento.

Os cursos duravam cinco meses e, a cada semestre, apenas 30 adolescentes entravam nas turmas. O Afrodai foi contemplado pelo Programa Comunidade Solidária (agência governamental criada em 1995 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso), que disponibilizava 40 mil reais por ano para a ONG. Com a quantia, Dai proporcionava aos alunos, além dos cursos, uma ajuda de custo de 50 reais, refeições e vales-transporte. Porém, a lista de espera por uma vaga na ONG contava, em média, com 250 pessoas por semestre — o que era motivo de imensa chateação para Idalice.

“Eu tenho muitos planos de que esses cursos se ampliem muito mais porque a demanda tá sendo muito grande, tem muita gente procurando. Assim que a gente viu a necessidade que o povo tem de um aprendizado.” – 1998.

O sonho que chegou à ONU

Três anos após o começo das atividades, a iniciativa foi reconhecida internacionalmente. O projeto deu tão certo que a ONG criada por Idalice foi selecionada em 1998 pela ONU como uma das 40 melhores práticas sociais do mundo para a melhoria do entorno humano. Naquele ano, 450 projetos de vários locais do mundo se inscreveram no prêmio bianual de excelência do Centro das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (Habitat). Mesmo assim, Dai continuou batalhando por verbas até o fim da vida para ir além com o projeto. Entre seus objetivos estavam reduzir a extensa fila de espera dos cursos fornecidos pela ONG e investir no ensino de práticas estéticas para pessoas da terceira idade.

“A vontade que eu tenho é de expandir esse projeto pra várias cidades, estados e lugares do Brasil pra que a gente possa atender essa gente toda.” – 1998
Dai tinha como filosofia a

A ideia de que não adiantava apenas dar cestas básicas, era preciso ensinar uma forma para que cada jovem tivesse sua própria fonte de renda e consciência racial. A cabeleireira e trancista costumava dizer que, para desembaraçar nós de um cabelo não era preciso “nada mais que babosa e carinho”. Foi com essa suavidade nas mãos aliada à toda a sua potência, que a maior precursora das técnicas afro de beleza no Rio de Janeiro desfez os nós da violência e do desamparo de jovens vulneráveis, fortalecendo a cultura de seu povo e mudando o destino de tantos alunos que passaram pela ONG.

Gerações transformadas por uma história ainda desconhecida

Em quase 10 anos, centenas de vidas foram transformadas. Mais de mil pessoas foram profissionalizadas e pelo menos 30% delas ingressaram no mercado de trabalho com os ofícios aprendidos no Afrodai. Seu espaço, designado por Nei Lopes como “núcleo de geração de rendimento, dignidade e cidadania”, alçou-a oficialmente ao posto de referência principal entre as trancistas da cidade. Em 1º de agosto de 2012, Dai faleceu devido a um câncer após cinco anos de tratamentos intensos. Na comunidade afro carioca, o sentimento de luto pela perda de quem foi luz em tantas jornadas ainda não passou. Dificilmente passará. Mas há a certeza de que a estrela que formou galáxias ainda em vida continua guiando os passos dos herdeiros de matrizes africanas a cada vez que um cabelo é tocado com carinho; sempre que uma mecha é entrelaçada.

Hoje em dia, existem produtos para cabelos crespos nas prateleiras de qualquer farmácia, diversos salões de beleza especializados em beleza negra (alguns deles, inclusive, criados por suas ex-alunas), incontáveis trancistas espalhando a arte do trançar pela cidade. Porém, a história de Idalice permanece desconhecida para a grande maioria das pessoas que não conviveram com ela, mas que seguem, instintivamente, o pensamento de Dai, sem sequer saber seu nome.

De volta à ativa: o Afrodai de hoje

Quase uma década após a partida de Dai e cerca de 14 anos depois do encerramento dos projetos da ONG, o espaço Afrodai voltou. No mesmo número 123 da rua Joaquim Silva, na Lapa. Colorida com as mesmas cores, mas em versões mais vibrantes. Nada em tons pastel. O roxo agora é mais forte e o amarelo também. A coloração comunica o inconsciente de qualquer visitante que, ali, as raízes, outrora adormecidas, permanecem intactas, mas sustentam os novos tempos trazidos pelo presente — embebidos, é claro, de um passado glorioso.

Foto: Divulgação.

Sob direção do ator Paulo Lessa, filho único de Idalice, o agora “Espaço Cultural Afrodai”, inaugurado no início de julho, renasceu em um momento especial para Paulo: após o nascimento de sua primeira filha. O ator conta ter sempre alugado a casa para terceiros, mas, após ter se tornado pai, a confiança para revitalizar o local despontou. Agora, além das atividades culturais, que devem ser retomadas em breve, a ideia é reunir artistas, rodas de conversa, aulas e oficinas. Mas há um diferencial: Paulo quer reunir empreendedores no local. “A casa tem que ser pensada pela parte social, devido ao seu histórico, mas deve
também ter o pensamento do business para que possa se sustentar”, afirma — o que combina perfeitamente com o pensamento de emancipação financeira que Dai defendia.

O primeiro andar do local antes sediava o salão de beleza, um pequeno bazar com acessórios, maquiagens e roupas de tecidos africanos feitas sob medida, tendo, aos fins de semana, encontros regados à música e comida baiana. Hoje o térreo da casa conta com o Boteco & Gafieira Seu França, dos irmãos Fábio e Rodrigo França — ambos artistas e produtores culturais. Já na parte de cima, onde ocorriam os cursos e ações sociais da ONG, há uma loja com diversos empresários negros e vários espaços prontos para receber artistas plásticos, aulas e oficinas, rodas de conversa, e outras atividades culturais voltadas ao fortalecimento da cultura negra.

O “novo Afrodai” liderado por Paulo, um homem negro, é aberto ao diálogo direto com o público afro feminino. Segundo o ator, apesar de imerso nas questões raciais, é mais do que necessário ter conversas que o ajudem a revitalizar o espaço sem ignorar o pano de fundo no qual nasceu a casa. “Eu quero muito conversar com mulheres para entender suas propostas sobre o que a gente pode fazer ali que vá agregar não só para o local, mas para todo mundo que está nele, já que a casa, historicamente, é de uma mulher preta fortíssima”, afirma.

O resgate da estrela

Há alguns anos tem sido pensada a ideia de transformar a história de Dai em um filme documental. Quem lidera o projeto é Asfilófio Filho, amigo de longa data de Idalice e também líder do Movimento Black Rio, que estremeceu a Ditadura Militar brasileira nos anos 70 — dentro do exército havia um grande medo de que essa união em torno da música negra se tornasse uma versão nacional do partido estadunidense dos Panteras Negras. Dom Filó, como é conhecido, é proprietário da Cultne, que, além de produtora audiovisual há 40 anos, é também o maior acervo digital de cultura negra da América
Latina.

O objetivo do documentário é retirar a trajetória de Dai do esquecimento mostrando às novas gerações sua importância enquanto mulher, negra, empresária, cabeleireira, trancista, feminista e ativista pelos direitos da população negra brasileira. Idalice permanece viva em cada cabeça trançada; está presente quando uma mulher negra dedica carinho à si mesma. Grande responsável pela popularização das tranças africanas no Rio de Janeiro, Dai deixou enorme legado em diversas áreas, principalmente ao motivar a conscientização racial incentivando amigas, clientes e alunas sobre a grandeza do amor próprio. E, mesmo morando no céu — determinada, como sempre foi — há a certeza de que ela continua abrindo portas, despedaçando preconceitos e aparecendo, sempre que chega a noite, no infinito em que vivem todos os ancestrais.

* As aspas de falas de Idalice aqui apresentadas foram retiradas das seguintes fontes: entrevista no programa Radial Filó, na extinta TV Rio no ano de 1988; falas documentadas pela produtora Cor da Pele, de Don Filó em 1998; entrevista para o trabalho monográfico de Cássia Marinho, em 2004. A utilização das citações foi autorizada não só por Don Filó (criador da Cultne, o maior acervo digital de cultura negra da América Latina), como também por Cássia Marinho (cabeleireira e autora da monografia“Marcas da Exclusão na Imagem Pessoal da Mulher Negra”) e Paulo Lessa, filho de Idalice Bastos.

Para saber mais sobre a história de Dai, vale uma visita ao Acervo Digital de Cultura Negra (Cultne) – criado em 2010 pelo produtor Don Filó, um dos mentores do Movimento Black Rio na década de 70:Entrevista de Dai no programa Radial Filó, em 1988, na extinta TV Rio:
Parte 1 ; Parte 2.

Registro de Dai feito por Don Filó na produtora Cor da Pele, em 1998.

Texto de Gabriela Isaias.

“Crioulos fedorentos”: Mulher branca é presa após agressões racistas contra família negra no metrô de BH

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Foto: Reprodução.

Uma mulher branca foi presa após agredir uma família com ofensas racistas no último domingo, no metrô de Belo Horizonte. A suspeita, Adriana Maria Lima de Brito, de 54 anos, continua presa e à disposição da Justiça.

Segundo o boletim de ocorrência, as vítimas relataram que a mulher proferiu ofensas dizendo: “Negros fedidos, crioulos fedorentos, raça impura. Vocês não poderiam estar no mesmo ambiente que nós. Vocês deveriam ter descido do metrô, pretos fedorentos”. 

Nas imagens, é possível ver a agressora afirmando: “eu sou racista”. Além disso, segundo o depoimento das vítimas à Polícia, ela declarou que “não gostava de pretos”, que “o sangue que corria na veia dela não era o mesmo deles”, que “os crioulos deveriam morrer” e que “pretos não deveriam estar no metrô”.

“Ela foi muito agressiva em sua fala. Falava assim com meus pais e minha irmã: ‘Olha minha pele e olha as suas’. Foi do nada. Ninguém fez nada com ela. Foi tudo muito triste e revoltante”, afirmou a estudante Isadora Rodrigues, de 22 anos, filha do casal insultado ao jornal Estado de Minas.

sadora ressaltou que os pais e a irmã ficaram abalados e com sentimento de revolta. “A mulher começou a fazer comentários racistas do nada. Minha mãe chorou muito. Outras pessoas se sentiram ofendidas no metrô. Aguentar isso em 2022 é muito complicado”. 

A Polícia Militar informou que a  mulher deve passar  por exames detalhados para atestar um possível quadro de transtorno mental. A hipótese não é descartada pela corporação.

Ataque em igreja católica no sudoeste da Nigéria deixa ao menos 50 mortos

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Foto: Reprodução.

Vaticano disse que o Papa estava orando pelas vítimas.

Um grupo de homens armados atacou uma igreja católica no estado de Ondo, no sudoeste da Nigéria no último domingo (5) e matou pelo menos 50 pessoas. A informação é da CNN. A identidade e o motivo dos responsáveis pelo ataque não ficaram evidentes.

Segundo Funmilayo Ibukun Odunlami, porta-voz da polícia do estado de Ondo, os homens armados atiraram contra pessoas dentro e fora do prédio da igreja, matando e ferindo os fiéis.

O governador do estado de Ondo, Arakunrin Oluwarotimi Akeredolu, que visitou o local do ataque e os feridos no hospital, descreveu o incidente de domingo como “um grande massacre” que não deve acontecer novamente.

“É tão triste que, enquanto a Santa Missa estava acontecendo, homens armados desconhecidos atacaram a Igreja Católica de São Francisco, deixando muitos temidos mortos e muitos outros feridos e a Igreja violada”, disse o porta-voz da Igreja Católica na Nigéria, reverendo Augustine Ikwu. O bispo e os padres da paróquia não se feriram no ataque.

Um médico de um hospital em Owo disse à Reuters que pelo menos 50 corpos foram levados para dois hospitais da cidade após o ataque. O médico, que não quis ser identificado por não estar autorizado a falar com a imprensa, disse ainda que há necessidade de doações de sangue para tratar os feridos.

O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, condenou o ataque, chamando-o de “hediondo”, e o Vaticano disse que o papa Francisco estava orando pelas vítimas que foram “dolorosamente atingidas em um momento de celebração”.

Segundo revista, Michael B Jordan e Lori Harvey estão separados

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Na última noite, um boato triste tomou conta da internet: O ator Michael B. Jordan e a modelo Lori Harvey teriam rompido, após um ano de namoro. As informações são da revista People, que ouviu fontes próximas ao casal. Segundo a publicação, ambos estão devastados com o termino pois ainda se amam.

“Michael e Lori estão completamente de coração partido. Eles ainda se amam. Michael amadureceu muito ao longo de seu relacionamento e estava pronto para se comprometer a longo prazo. Ele baixou a guarda com ela, abrindo-se emocionalmente em um relacionamento romântico pela primeira vez. Eles tiveram ótimos momentos juntos e trouxeram o melhor um do outro”- disse a fonte.

Até o momento, nenhuma das partes confirmou a separação e o casal ainda tem fotos juntos nas redes sociais.

Espetáculo inédito ‘Jorge pra sempre Verão’ já tem elenco confirmado

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Foto: Divulgação

Alexandre Mitre, Aretha Sadick e Noemia Oliveira será o trio de artistas que contará a história sobre Jorge Lafond no espetáculo inédito “JORGE pra sempre VERÃO”, que estreia dia 25 de Junho no Teatro Ipanema, Rio de Janeiro. Dirigida por Rodrigo França, a montagem não fala apenas sobre o artista falecido aos 51 anos (1952-2003), mas apresenta uma ficção desenvolvida sobre uma história verídica – a da relação que, devido ao preconceito na época, deixou de existir entre ele e uma prima. Os ensaios seguem a todo vapor na Sala Zezé Motta, do belo casarão centenário que abriga o MUHCAB, o Museu Da História e Cultura Afro-Brasileira.

Formado em teatro, o ator, cantor e professor de História Alexandre Mitre entra em cena dando vida à Jorge. Aretha Sadick será a Vera Verão. Ela é uma atriz carioca que aponta para a urgência na retomada de poder de pessoas negras na construção de suas imagens e também atuou em diversas peças e filmes, entre eles “ NEGRUM3”, longa-metragem de Diego Paulino e ganhou o prêmio de Melhor Intérprete no Festival PRIMEIRO PLANO, em 2019.

E Noemia Oliveira interpretará a prima. Ela é formada em Artes Cênicas e Pedagogia, contratada do “Porta dos Fundos” e presença marcante nos cinemas com os filmes “Um tio quase perfeito 2” , “Doutor Gama”, entre outros. A atriz também destaca-se no teatro “Angustia-me”, “Eu, Moby Dick” e “Catarse (uma para-ópera)”.

Foto: Divulgação

Sobre Jorge Lafond

Nascido em Laranjeiras e criado na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, o furacão Lafond disse certa vez numa entrevista que tinha consciência de ser gay desde os seis anos de idade, mas que por ser algo considerado muito feio naquela época, fez de tudo para que seus pais não descobrissem.

Formou-se em teatro pela Uni-Rio e ainda em dança afro e balé clássico, tendo dançado com Mercedes Batista, a primeira bailarina negra a ser integrante do corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. E sua personagem mais famosa, Vera Verão, era um sucesso nos anos 1990, nas noites em que era exibido o programa “A Praça é Nossa”, no SBT.

Manoel Soares lança livro “Para meu amigo branco” com sessão de autógrafos

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Recém chegado de Zanzibar, na Tanzânia, onde recebeu o título inédito de Embaixador Cultural da União Africana, o apresentador e escritor Manoel Soares estará presente neste domingo (05), na Livraria da Travessa, do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, para lançamento do seu livro “Para meu amigo branco”. O evento está previsto para iniciar às 16h30, e contará com bate-papo para compartilhar conhecimentos e vivências, além de uma sessão de autógrafos, com participação especial da atriz e apresentadora Fernanda Souza.

Vivendo um momento especial na carreira, o apresentador escreveu o livro destinado para todos que querem se aprofundar na luta antirracista, abordando o tema de forma concisa e ajudando a entender melhor os pontos que precisam ser mudados com urgência. ”Para meu amigo branco” explica de maneira direta muitas implicações que existem, questionando o racismo estruturado e muitos hábitos racistas que temos enraizados, explanando termos recentes e muito utilizados como “branquitude”, “racismo reverso” e “racismo estrutural”.

Em entrevista ao MUNDO NEGRO, Manoel fala sobre como teve a ideia de escrever o livro. “Um dos meus filhos, apesar da minha mulher também ser uma mulher negra não retinta, nasceu de pele clara e eu estava muito preocupado sobre como meu filho iria ser educado em um mundo em que qualquer pessoa com pele clara tende a se comportar dentro de um padrão racista”.

Por essa razão, no começo do projeto, o livro tinha o título “Para meu filho branco” e tinha sido feito apenas para pessoas próximas.”Nós decidimos colocar ‘Para meu amigo branco’ para ampliar. O objetivo era um livro para amigos, familiares, com uma tiragem pequena. Depois, esses amigos começaram a passar adiante, como é uma das sugestões do livro. A Editora Agir teve acesso ao livro através da Fernanda Souza e eles propõe aí uma edição aberta pra todo mundo”, explica Manoel.

O apresentador também faz uma reflexão sobre as críticas dentro do movimento negro sobre educar pessoas brancas em relação ao racismo. “Eu, particularmente, acho que as pessoas não tem a obrigação de educar, mas aqueles que se sentirem a vontade pra que elas [pessoas brancas] possam proteger as pessoas negras mais próximas, isso eu acho saudável de fazer”.

“O que não podemos é impor as pessoas negras essa condição de ter que educar. Mas aqueles que se verem a vontade de fazer isso, como uma demonstração de afeto para as pessoas brancas e de cuidado para que essas não machuquem pessoas negras, eu acho extremamente saudável”, completa o escritor.

Empolgado com o lançamento do livro, Manoel acredita que esta seja mais uma possibilidade de compreensão ao tema racial. “Não existe uma cartilha definida do que podemos ou não podemos fazer. O Brasil é um país muito jovem, as nossas relações raciais são muito jovens. Tem feridas que ainda doem demais. Esse livro é uma tentativa de usar como arma, o afeto”.

Serviço:


Data: 05/06, a partir das 16h30

Local: Livraria da Travessa – Shopping Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290ª / 8tore 205 – Leblon, Rio de Janeiro

IZA silencia críticas vazias entregando excelência e qualidade artística em suas músicas

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IZA em 'Fé'. Foto: Guilherme Nabhan.

Ao longo da última semana, IZA recebeu uma enxurrada de críticas na internet, com usuários questionando a forma como ela deveria fazer arte. Não é novidade que artistas pretas precisam entregar bem mais para receberem alguma atenção, mas bastou a cantora anunciar o lançamento de ‘Fé’ para ser atormentada com uma série de ataques. “Feche seus ouvidos para críticas de pessoas que não fazem aquilo que você faz”, respondeu a artista em relação aos comentários negativos.

Acontece que, como numa previsão, a temática de ‘Fé’ foi justamente a forma como lidamos com o peso morto das críticas vazias. Em seu novo projeto, IZA silencia esses críticas relacionadas à sua arte ao entregar uma obra completa e verdadeira em sua natureza. “Essa é a música mais intensa que eu já fiz. Nunca tinha cantado sobre algo que fizesse parte da minha vida tão fortemente. Quero muito que as pessoas se sintam tocadas por essa música, assim como eu fiquei”, revelou a artista sobre a faixa que tem produção musical de Sérgio Santos, Pablo Bispo e Ruxell.

IZA em ‘Fé’. Foto: Guilherme Nabhan.

Desde que atingiu o Brasil inteiro por meio de ‘Pesadão’, em 2017, a Imperatriz de Olaria vem deixando evidente que suas músicas não são feitas apenas para agradar charts e rankings momentâneos de sucesso. Suas canções são feitas com propósito, mensagem e impacto. Apesar disso, as curvas de durabilidade das canções de IZA sempre surpreendem. Músicas como ‘Dona de Mim’, ‘Gueto’, ‘Meu Talismã’ e ‘Ginga’ vão além dos números convencionais e se mantêm estáveis por anos nas paradas musicais. São canções que refletem momentos atemporais na vida das pessoas, que trazem análise e remontam em nós pontos únicos de vivência, principalmente dentro da comunidade negra.

“Eu acho que nada foi sorte. Eu trabalhei muito para isso mesmo. Eu enviei meu vídeo para muitas pessoas e eu sabia que em algum momento alguém iria ver“, disse IZA em entrevista à QUEM, ainda em 2018. “Eu tentei muito, corri muito atrás para fazer com que as pessoas me vissem. Eu acho que a gente precisa acreditar no nosso trabalho. Se a gente não acreditar, quem vai? Eu acreditei esperando que alguém pudesse reconhecer e felizmente isso aconteceu“. Agora, em 2022, a artista celebra sua correria com ‘Fé’.

IZA é uma cantora pop, nada nela é mediano. Por isso suas produções visuais são tão impactantes. Em ‘Fé’, a cantora aparece recebendo um cuspe na cara. A cena, como ela mesma elencou, visa chamar atenção para a  desvalorização da mulher preta no Brasil. Durante todo o vídeo, a artista segue se desprendendo de opiniões e críticas vazias, até o momento ápice de glória e reafirmação do seu sucesso. Sua fé inabalável em seus objetivos busca inspirar e dar força para uma imensa coletividade de pessoas que se veem inspiradas na trajetória da jovem artista de Olaria.

Dia dos Namorados: 10 filmes com casais pretos protagonistas para curtir a data

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Foto: Divulgação

Próximo ao Dia dos Namorados, 12 junho, o MUNDO NEGRO preparou uma seleção de filmes incríveis com casais pretos como protagonistas para curtir a data ao lado do seu afro lover.

São romances marcados pelo racismo, lgbtfobia, ciúmes, baseado numa história real ou uma comédia romântica.

Confira a lista:

1 – Queen e Slim

O filme no estilo Bonny e Clyde negros, conta a história do casal Queen e Slim. Eles estavam curtindo o primeiro encontro, quando foram parados pela polícia. A ação truculenta e racista faz com que Slim mate o policial em legítima defesa e os dois são forçados a fugir.

2 – Rafiki

Banido no Quênia e aclamado em Cannes, o filme conta a história das jovens quenianas Kena e Ziki, que são grandes amigas, apesar das suas famílias serem rivais políticas. Mas relação de amizade se tranforma em um romance e afeta a rotina da comunidade conservadora em que vivem. Então elas precisam escolher viver este amor, desafiando as leis do Quênia, ou se distanciarem para manter a segurança.

3 – Moonlight

Black é uma criança em vulnerabilidade com uma mãe viciada em drogas, em um bairro com caminho fácil para ele entrar na criminalidade. Durante esse autoconhecimento, ele e o amigo se apaixonam, mas ser um garoto gay e negro no gueto é muito difícil de lidar.

4 – Chico & Rita

O filme se passa em Havana, Cuba, desses que parece um clássico. Chico é um jovem talentoso pianista que tem grandes sonhos. Um dia, vai assistir a uma apresentação de uma bela cantora, Rita, e eles acabam se apaixonando. Após uma noite de amor, Rita é surpreendida por uma das namoradas do pianista. Separados, Chico segue em turnê pela Europa e Rita e torna-se uma grande estrela de cinema. Mas o trabalho musical os reaproximam e vivem uma intensa história de amor.

5 – Michelle e Obama

Um filme inspirador sobre casal preto que retrata a vida do casal Obama. Em 1989, Barack Obama é um calouro da faculdade de Direito de Harvard e arruma um emprego temporário em um escritório de Chicago. Lá, fica sob as ordens da jovem advogada Michelle Robinson, por quem se apaixona. Certo dia, a advogada finalmente aceita o convite do estagiário para sair e os dois visitam um museu, fazem uma longa caminhada e terminam o dia de verão assistindo ao filme Faça a Coisa Certa, de Spike Lee.

6 – Amor de Aluguel

Pra quem curte comédia romântica, esse é o filme ideal. Paris Morgan, é uma garota popular na escola que precisa arrumar urgente o carro da mãe que ela danificou, e vai até a loja de carros, onde trabalha o colega de classe Alvin Johnson, um nerd e especialista em engenharia. Para consertar o carro rapidamente, ele pede que em troca, ela aceite namorar com ele por duas semanas.

7 – Além da realidade

John e Laura desejam ter um bebê mais que qualquer coisa e, depois de várias tentativas em vão, eles contratam Anna como barriga de aluguel. Mas o que eles não poderiam imaginar é que Anna ficaria obcecada cada vez mais pelo John, conforme a gravidez avança e colocam o casal e o bebê em perigo.

8 – Medida provisória

Em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, os parlamentares aprovam uma medida provisória que obriga os cidadãos negros a se mudarem para a África com a desculpa de retomar as suas origens. A aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, que resistem ao governo e lutam para ficarem juntos.

9 – Felicidade por um fio

Violet Jones é uma publicitária bem-sucedida que considera sua vida perfeita, tendo um ótimo namorado e uma rotina organizada meticulosamente para conseguir estar sempre impecável. Após uma enorme desilusão, ela resolve repaginar o visual raspando o cabelo e descobre que como isso está entrelaçado em diferentes áreas na sua vida, incluindo a amorosa, quando se apaixona por Will Wright.

10 – Amor e basqute

Quincy e Monica crescem juntos como vizinhos, namorados e rivais, em Los Angeles. Ambos sonham em jogar basquete pela liga norte-americana. À medida que o tempo vai passando e os dois sobem em suas carreiras, amor e disputa passam pelas suas vidas.

WD lança ‘Periferia’, seu novo single: “Minha arte pode alcançar outras vidas e mudar cursos”

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WD em Periferia. Foto: Maicon Douglas.

WD, cantor e compositor conhecido a partir de seu sucesso na última edição do The Voice Brasil, lançou nesta sexta-feira (3) seu novo single de trabalho, ‘Periferia’. A faixa, autoral e com mensagens importantes é o primeiro trabalho do artista com a Universal Music Brasil. “PERIFERIA é a faixa que mudou minha perspectiva sobre o outro, quando percebo que não é apenas sobre mim o meu cantar, mas sobre o quanto minha arte pode alcançar outras vidas e mudar cursos”, diz WD sobre a faixa. “Eu vejo um futuro diferente quando resolvo a matéria prima do problema. Periferia é um hino a todos que vivem na periferia. Eu só peço a Deus que guarde a periferia. Fé, convicção e ação irão mudar o destino daqueles que vivem na periferia, porque se um preto chegou, fortaleçam a periferia”.

Ao MUNDO NEGRO, WD conta detalhes sobre sua nova música, além detalhes sobre os próximos passos em sua carreira.

WD em ‘Periferia’. Foto: Maicon Douglas.

MUNDO NEGRO: Nos conte qual a mensagem central de ‘Periferia’, o que te levou a lançar essa música como single?

WD: Periferia é um single que traz reflexões de dias que vivemos na periferia, um hino que tem como função fortalecer a periferia, o que me levou a lançar essa música foi voltar ao meu bairro onde nasci e ver que muitas coisas continuavam da mesma maneira, nada mudou, porque? Porque estamos vivendo a margem sem suporte básico dos gestores.

Como tem sido essa nova etapa em sua vida com a Universal Music Brasil e pós The Voice? Muita coisa mudou?

O The Voice foi uma oportunidade cavada com muito suor, foram 10 anos me inscrevendo, mas entendo que eu precisava estar preparado pra essa oportunidade, e após o programa receber o chamado da Universal e GTS para conversarmos sobre um possível contrato e meses depois ver ele se concretizar, é muito especial.

WD em ‘Periferia’. Foto: Maicon Douglas.

Quais são suas inspirações para o lançamento de ‘Periferia’, em especial para o clipe?

Quando volto ao meu bairro e me deparo com um cenário muito próximo do que era nos anos 2000 quando eu ali morava, eu meio que entro em um túnel do tempo, e a partir daí escrevo a música e o roteiro do videoclipe, trazendo referências da música pop dessa época, além de trazer situações da minha vida pessoal, e que só o reflexo de outras famílias que também vivem na periferia.

Como você se vê, sendo, neste momento, uma inspiração para milhões de outros jovens negros?

Como um eterno aprendiz, e muito disposto a errar, e mostrar que nesse processo de evolução como ser humano, faz parte! Mas muito feliz também por ser voz pra minha geração! Me sinto de fato cumprindo minha missão nessa terra!

Podemos esperar novidades sobre um futuro álbum em breve?

Sim, esperem o álbum! Espere a Tour Periferia e um projeto chamado FORTALEÇAM A PERIFERIA, que já existe há 04 anos, onde entro em escolas públicas e falo para crianças de 14 a 18 anos, sobre transformar sonhos em objetivos.

WD em ‘Periferia’. Foto: Maicon Douglas.

Negra Li apresenta o single ‘Malagueta’: “Quero mostrar que podemos superar nossos traumas”

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Negra Li em 'Malagueta'. Foto: Rodolfo Magalhães.

A cantora, compositora e atriz paulistana Negra Li acaba de lançar ‘Malagueta’, seu novo single de trabalho. A faixa, que ganhou um super clipe no Youtube, é altamente dançante e promete agitar o público. Desta vez, Negra Li vem muito bem acompanhada pelo rapper e poeta brasileiro Rincon Sapiência. Juntos, os artistas versam sobre a arte da sedução e o que ambos têm a oferecer entre os lençóis.

Registro do clipe de ‘Malagueta’. Foto: Rodolfo Magalhães.

“Em ‘Malagueta’ eu quis me firmar como uma mulher que possui sexualidade forte, desejo, beleza e confiança”, revela a cantora. “Com esse trabalho, posso mostrar a outras mulheres que, mesmo sendo mães e já tendo passado dos 40, nós podemos superar nossos traumas, ter desejos, momentos de intimidade com um parceiro e apreciar nossa própria companhia. Sinto que a maturidade me deixa cada dia mais segura e mais livre para dizer coisas que não tinha coragem antes. Quando ficamos mais seguras e confiantes nos tornamos mais sexys, mais intensas, e isso fica perceptível. Estou muito feliz de poder transformar isso em arte.”

Negra Li no clipe ‘Malagueta’. Foto: Rodolfo Magalhães.

No videoclipe dirigido por Thatiane Almeida, que é conhecida como Sabothati e tem no portfólio importantes trabalhos no cinema e na música, Negra Li revela um figurino ousado, movimentos sensuais e fortes, resultado de um longo processo de preparação corporal com a professora, coreógrafa e diretora de movimento Fernanda Fiuza. “Gosto sempre de pensar no clipe como uma grande performance de arte. Para isso, criamos cenários minimalistas, pouquíssimos objetos, mas fizemos um trabalho bem intenso de luz. Tudo isso para ressaltar a Negra como personagem protagonista. Em relação aos momentos de dança, nosso objetivo foi transmitir um lado mais instintivo e confiante. Nada ensaiado demais ou com muitas marcações, apenas ela expressando toda potência que ela é”, conta a diretora do vídeo, Sabothati.

Negra Li em ‘Malagueta’. Foto: Rodolfo Magalhães.

Já Rincon, assim como o bailarino Elton Sacramento que aparece dançando ao lado de Negra Li, complementa a obra de maneira primorosa. O músico aparece rimando ao som de batidas eletrônicas misturadas a estampas, cores e figurinos para representar o afrofuturismo.“Todo processo foi muito rápido, prazeroso e o clipe ficou muito divertido, com muito potencial. Conheço a Negra desde o RZO e sempre fui muito fã, e agora tive essa honra de ter sido convidado para participar dessa faixa”, diz o rapper.

“Malagueta” é o segundo single do novo álbum de inéditas da cantora Negra Li – programado para o segundo semestre e ainda sem nome revelado – e teve todos os figurinos assinados pelo fashion stylist André Puertas.

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