O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) suspendeu temporariamente a posse como juíz substituto de Tarcisio Francisco Regiani Júnior, no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), que estava prevista para hoje (19). Mas, como ele candidatou em vaga reservadas para pessoas negras, o conselho afirmou “fortíssimos indícios de que ele seja branco”.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira, um dia antes da posse. Na defesa, o ministro do CNJ, Luiz Philippe Vieira de MelloFilho, disse que “a política pública de cotas se destina a pessoas que aparentam ser negras, com base em caracteres fenotípicos de pardos ou pretos e não pessoas que são geneticamente negras ou que se sintam pertencentes à cultura dos afrodescendentes. Isso não foi observado quando da análise fenotípica do candidato”.
O processo foi proposto pela Anan (Associação Nacional da Advocacia Negra), após a comissão de verificação de autodeclaração ter sido composta apenas por uma médica branca que concluiu que Tarcísio era negro. Mas o CNJ obriga que as identificações sejam feitas por especialistas em questões raciais.
“As vagas reservadas devem ser destinadas para candidatos que tenham experiência com a temática racial, o que não foi observado”, afirma a Anan.
Nas redes sociais, Tarcisio Francisco Regiani Júnior tem fotos que aparenta ser um homem branco, ao lado dos pais e da irmã, que também são brancos. Mas nas imagens apresentadas para concorrer à vaga, ele aparece com a pele mais escura e de barba. Até o momento, Tarcicio não se pronunciou publicamente sobre o caso.
O rapperLil Nas Xserá homenageado na 51º edição do Songwriters Hall of Fame, fundação criada em 1969 para celebrar e reconhecer o talento dos compositores e sua contribuição para a música mundial. O artista receberá o Hal David Starlight Award, que reconhece o enorme impacto de jovens musicistas por meio de suas músicas originais. Nomes como Alicia Keys e John Legend já receberam a honraria.
“Lil Nas X é alguém a quem estamos muito orgulhosos de conceder o Hal David Starlight Award”, declarou Nile Rodgers, um dos organizadores do prêmio . “Ele talvez melhor do que ninguém demonstrou o quão poderosas são as grandes músicas, com ‘Old Town Road’ e ‘Montero’ dominando as paradas por quase todos os dias dos últimos três anos. Se você tiver a sorte de estar vivo neste momento, você sabe exatamente quem é Lil Nas X e ele é uma pessoa incrível e inspiradora para cada uma de suas comunidades também.”
Lil Nas X em ‘MONTERO ‘Call Me By Your Name)’. Foto: Reprodução / Youtube.
De acordo com a Variety, revista norte-americana, o primeiro single de Lil Nas X, “Old Town Road”, foi gravado por apenas US$ 50 em um pequeno estúdio de Atlanta. Posteriormente, a canção se tornou o hit número #1 de maior duração na história da Billboard Hot 100, parada musical mais importante do mundo. Como um rapper LGBTQIA+, Nas X vem enfrentando uma série de lutas contra a comunidade conservadora norte-americana. Segundo os representantes do Songwriters Hall of Fame, a luta do artista continua inspirando milhões de pessoas em sua geração.
O 51º Songwriters Hall of Fame acontece no dia 16 de Junho de 2022.
Viola Davis no Festival Cannes 2022. Foto: Daniele Venturelli/Getty Images
Aos 53 anos, a atriz Viola Davis contou, pela primeira vez, sobre o episódio de racismo que vivenciou ao ser ‘confundida’ com uma empregada doméstica, enquanto estava no set de gravação. A revelação aconteceu no evento ‘Kering Women In Motion’, do Festival de Cinema de Cannes 2022. “Tive um diretor que fez isso comigo. Ele me disse: ‘Louise!’ Eu o conhecia há 10 anos, e ele me chamou de Louise, então descobri que esse era o nome de sua empregada”, lembrou Davis. “Eu tinha cerca de 30 anos na época, então foi há algum tempo. Mas o que você precisa perceber é que essas micro agressões acontecem o tempo todo”.
Viola Davis no Festival de Cinema de Cannes 2022. Foto:Daniele Venturelli/Getty Images.
Viola, que fundou a produtora JuVee Productions com seu marido Julius Tennon, discutiu a falta de papéis para mulheres negras em Hollywood. “Se eu quisesse interpretar uma mãe cuja família mora em um bairro de baixa renda e meu filho era membro de uma gangue que morreu em um carro, eu poderia fazer isso”, disse Davis. “Se eu interpretasse uma mulher que estava procurando se reerguer voando para Nice e dormindo com cinco homens aos 56 anos, com minha aparência, vou ter dificuldade em empurrar isso, mesmo sendo Viola Davis.”
Viola Davis no filme ‘A Voz Suprema do Blues’. Foto: Divulgação.
Ao falar sobre ter sido rejeitada para papéis no passado, Davis disse que muitas vezes ela foi preterida por causa de sua cor ou porque Hollywood não a achava “bonita o suficiente”. “Isso parte meu coração e me deixa com raiva”, enfatizou a vencedora do Oscar. “Muito disso é baseado na raça. Realmente é”, acrescentou Davis sobre ser rejeitada. “Sejamos honestos. Se eu tivesse as mesmas características e fosse cinco tons mais claro, seria um pouco diferente. E se eu tivesse cabelos loiros, olhos azuis e até nariz fino, seria um pouco diferente do que é agora. Poderíamos falar sobre colorismo, poderíamos falar sobre raça. Isso me irrita e partiu meu coração, em vários projetos, que não vou citar“.
Ao que tudo indica, Rihanna e A$AP Rocky já deram as boas vindas ao seu primeiro filho. De acordo com o TMZ, o bebê nasceu no último dia 13 de maio, em Los Angeles. Publicação declarou ainda que se trata de um menino, ainda sem nome revelado. Rihanna foi vista em público pela última vez no dia 09 de maio, também em Los Angeles, enquanto marcava presença no restaurante Giorgio Baldi.
Rihanna para a Vogue Estados Unidos. Foto: ANNIE LEIBOVITZ.
Até o momento, informação sobre o nascimento do novo herdeiro Fenty ainda não foi confirmada pela cantora ou pelo rapper. Rihanna estava em seus estágios finais de gravidez e ao longo da gestação, apareceu em uma série de eventos. Muito se especulou sobre o local do parto, rumores surgiram de que o bebê viria ao mundo diretamente de Barbados, terra natal da cantora, mas ao que tudo indica, o nascimento ocorreu em Los Angeles, conforme apontado pelo TMZ.
A Câmara Municipal de Curitiba, Paraná, votaria hoje (19), às 13h, a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT), mas a liminar com pedido de suspensão foi concedida parcialmente nesta manhã, pela juíza Patrícia Bergonsi, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. A manifestação em apoio ao Renato será mantida hoje, no mesmo horário que seria a votação.
Renato é acusado de quebra de decoro por realizar uma manifestação durante a missa da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro, contra racismo e pedido de justiça pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe no Rio de Janeiro.
O parlamentar entrou com um pedido de suspensão do julgamento e denunciou, na semana passada, mensagem recebida pelo e-mail do vereador Sidnei Toaldo (Patriota), relator do processo que investiga Renato no Conselho de Ética da Casa, com ofensas racistas e ameaças contra o mandato dele e de outros vereadores negros da cidade.
Entretanto, Sidnei nega ser o autor do e-mail a Renato, e afirmou que, com os advogados, registrou o caso com o à Polícia Civil para que seja apurado o uso indevido da conta dele.
A Justiça aguardará a conclusão da sindicância interna da Câmara Municipal sobre as ofensas racistas para retomar com o julgamento de cassação do Renato.
O e-mail enviado no dia 9 de maio, dizia em um trecho: “a câmara dos vereadores de Curitiba não é seu lugar, Renato. Volta para a senzala”.
A juíza afirma que o “referido e-mail apontaria parcialidade e interesse do relator, além de conter injúrias raciais, circunstâncias que se vieram a ser apuradas verdadeiras, poderão levar ao afastamento do relator e nulidade procedimental. Isso porque, a Comissão Parlamentar Processante que tem por objetivo o julgamento de um de seus pares, deve ser órgão imparcial”.
A defesa do vereador Renato afirmou satisfação com a decisão, pois o processo está “contaminado desde a sua origem pela parcialidade do relator”.
Na segunda-feira (17), Renato entrou com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara, pedindo anulação do processo, mas nesta manhã, antes da decisão da juíza, a CCJ negou por 5 votos a 1.
Contudo, na manhã desta quinta-feira, por 5 a 1 votos, a CCJ negou o pedido da defesa do vereador, antes mesmo de a Câmara ser notificada da suspensão da sessão que julgaria a cassação.
Manifestação na igreja
Depois do ato realizado na igreja, em fevereiro, foi registrado um Boletim de Ocorrência contra Renato Freitas e o caso continua sendo investigado.
O padre Luiz Hass disse que celebrava uma missa no local e que precisou interromper o culto diante da entrada dos manifestantes no templo. Freitas alega que o culto tinha acabado.
Renato se manifestou sobre o caso: “Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas, e para essas pessoas eu sinceramente e profundamente peço perdão. Desculpa. Não foi, de fato, a intenção de magoar ou de algum modo ofender o credo de ninguém. Até porque eu mesmo, como todos sabem, sou cristão”.
Tributo à cantora está ao lado de homenagens a Lady Gaga, Lenny Kravitz e Elvis Presley.
A cantora Ludmilla está passando férias com a esposa, Brunna Gonçalves, e parte da família nas Ilhas Maldivas. Na última quarta-feira (18), a artista recebeu uma homenagem do hotel em que está hospedada, o Hard Rock Hotel.
Em um espaço dedicado para homenagear celebridades, está exposto o figurino que Ludmilla usou em apresentação marcante no Prêmio Multishow de 2020, um macaquinho estampado. Foi neste show que ela apresentou, pela primeira vez, o hit Rainha da Favela.
Ao lado de Ludmilla estão também peças que homenageiam Katy Perry, Lady Gaga, Lenny Kravitz, Elvis Presley, entre outros. Uma placa com a homenagem ressalta a trajetória da cantora.
Foto: Ygor Marques.
Anteriormente conhecida como MC Beyoncé, Ludmilla é uma artista brasileira de funk, que ganhou fama em 2012 com sua popular música “Fala Mal de Mim”. Ludmilla é considerada uma das principais artistas femininas da atualidade, desse gênero brasileiro relativamente novo. Essa roupa foi usada por Ludmilla durante o prestigiado evento Prêmio Multishow, promovendo o lançamento de seu single de 2020 “Rainha da Favela”.
Iniciativa reunirá artistas africanos e imigrantes refugiados na capital paulista. Pessoas interessadas em participar da festa e das oficinas podem se inscrever.
Estão abertas, a partir desta quarta-feira, 18 de maio, as inscrições para pessoas interessadas em participar da 3ª edição da Festa Farafina – África e suas múltiplas riquezas artísticas e tecnológicas, que ocorre em alusão ao 25 de maio, Dia Internacional da África. A celebração de abertura está marcada para 21 de maio, das 21h às 4h, na Aparelha Luzia, em São Paulo, e reunirá artistas africanos, imigrantes e refugiados durante uma jam session de cinco horas. A iniciativa também conta com uma série de oficinas culturais que irão ocorrer entre os meses de junho e julho deste ano.
As duas primeiras edições da Farafina ocorreram entre os anos de 2017 e 2019 sempre considerando como marco a independência dos países africanos das colônias europeias. A iniciativa, que neste ano conta com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, através do edital de Apoio a projetos artísticos culturais descentralizados de múltiplas linguagens, foi criada pela produtora cultural e pesquisadora Kety Kim Farafina, após a mesma retornar de uma imersão de 365 dias nos países de Senegal e Guiné Conacri, países da África Ocidental.
Foto: Divulgação.
“A Farafina ocorre para que a data não passe despercebida nas cabeças dos nossos povos da diáspora. E, também, para que a gente traga junto com a nossa nova comunidade africana no Brasil a lembrança – muito – boa de que sabemos a importância do 25 de Maio”, resume a idealizadora e pesquisadora, Kety Kim. Implementado em 1963, o Dia Internacional da África celebra ainda a união de 30 representantes de nações africanas que foram recebidos em Adis Abeba pelo imperador da Etiópia, Hailé Selassié, o último governante da dinastia salomônica.
Durante as oficinas serão compartilhadas perspectivas, vivências e narrativas sobre o continente africano, que vão desde as possibilidades de intercâmbio entre países, a partir da gastronomia, da poesia, da música, da dança e outras expressões artísticas. Além da pesquisadora Kety Kim, estão à frente dos processos formativos a poeta Débora Garcia, que apresentará seus olhares sobre Moçambique e levará aos participantes suas experiências na África do Sul. As oficinas terão duração de duas horas cada e serão realizadas presencialmente na Ponte cultural.
Mais informações:
Festa Farafina – às 22h, da data 21 de Maio, na Aparelha Luiza, com entrada gratuita.
Oficinas culturais da Farafina: Junho e Julho de 2022. Inscrições a partir de 18 de maio, através do link https://www.farafina.com.br. Vagas limitadas.
Às vésperas de completar dois anos do assassinato de Goerge Floyd, Thomas Lane, um dos três policiais de Mineápolis que assistiram ao colega Derek Chauvin matar Floyd ao se ajoelhar em seu pescoço durante mais de 20 minutos, se declarou culpado de auxílio a homicídio. Chauvin foi sentenciado a 22 anos e meio de prisão ano passado.
Ao entrar com a declaração na última quarta-feira, o agora ex-policial Lane evitou um julgamento pela acusação mais séria de ter favorecido homicídio de segundo grau. O policial disse que não teve a intenção de matar Floyd, mas também não impediu que a morte acontecesse ao testemunhar o ocorrido e não agir.
Ele concordou com uma sentença de três anos na prisão. De acordo com a Reuters, uma audiência de sentença ainda não foi marcada. “O seu reconhecimento de ter feito algo errado é um passo importante para curar as feridas da família Floyd, da nossa comunidade e da nação”, disse o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, em um comunicado.
Os advogados da família de Floyd disseram que a confissão é “mais um passo para a conclusão do terrível e histórico assassinato”. Outros dois ex-policiais foram acusados pelo crime: Tou Thao e J. Alexander Kueng, que ainda aguardam em liberdade pelo julgamento sobre o mesmo crime.
Jaqueline Góes, biomédica que ajudou a equipe a sequenciar DNA do coronavírus, em apenas 48 horas após o primeiro caso no Brasil, e Nina da Hora, cientista da computação, influenciadora e Forbes Under 30 de 2021 estiveram presentes no evento “A ciência é feminina: trajetórias inspiradoras”, transmitido ao vivo pela Fundação L’Oréal, nesta terça-feira (17).
Durante o evento que o MUNDO NEGRO participou, Jaqueline falou sobre como decidiu que queria ser cientista e as referências femininas na área.
“Eu não tinha referências na minha infância, então a ciência chegou pra mim muito tarde. Muitas de nós fomos influenciadas cientificamente pelos livros, que até a nossa era majoritariamente masculino: Einstein, Newton, Galileu. E [pelas] séries. Eu sempre gostei muito de séries e filmes de ficção cientifica. Mas a grande maioria deles, sempre trazia homens e mais velhos, mostrando que eles estavam já no máximo da carreira, que já tinha estudado determinado campo há muito tempo. Eu descobri que podia ser cientista quando eu estava na graduação. Eu comecei a ouvir as histórias de mulheres dentro da ciência e consegui perceber que aquilo estava muito próximo de mim, era um ambiente onde eu podia acessar”.
A biomédica, homenageada com uma boneca da Barbie por seu trabalho de pesquisa no ano passado, já havia feito outro trabalho importante, como sequenciar o genoma do vírus da zika e se tornou uma referência de liderança para muitas mulheres, mas até isso acontecer, se cobrava muito.
“Eu senti que eu precisava ser mais responsável, superar os meus colegas pra que eu pudesse ser vista. E isso é uma coisa que o racismo estrutura faz com a gente. A sociedade ainda não consegue enxergar um corpo preto numa posição de inteligência, de habilidade, de destreza”.
Apesar de receber elogios dos professores, ela sabia que não era enxergada naquele lugar como deveria. “Em muitos momentos eu fui confundida como uma funcionária da Friocruz, e não como uma estudante de pós-graduação, não como uma cientista em formação. Então isso acabou me moldando pra que eu me dedicasse muito mais e obviamente essa é uma história de estudante que se repete com muita de nós”.
Com a noção do quanto pode ser prejudicial para a saúde física e mental o tanto que ela trabalhou, como orientadora de mestrandas, ela as ensina a fazer diferente. “Não quero que as minhas alunas produzam esse comportamento”.
Nina da Hora é cientista da computação e virou referência em segurança digital por combater o racismo algorítmico. Hoje ela é membro do conselho de transparência do TSE para as eleições de 2022 e foi uma das selecionadas da lista Forbes Under 30 do ano passado.
Apesar de vir de uma família de professores, Nina também não teve referências na infância de cientistas e se espelhava nos personagens dos desenhos animados.
“Eu assistia muitos desenhos que parecem que é tudo muito afastado dessa ideia da tecnologia, da computação, mas não é. 3 Espiãs Demais: tinha aquele relógio que era o meu sonho. Laboratório de Dexter: eu queria ficar em um laboratório ficar experimentando coisas. Power Rangers, eu só adorava a parte do Megazord, era a parte que eu entendia. Eu sempre gostei disso, mas as referências chegaram muito tarde. O filme do Pantera Negra, por exemplo, é um marco pra mim porque eu fui com toda a família assistir por causa da Shuri. Eu queria ver como iam representar o laboratório dela.
Quando Nina começou a estudar ciência da computação, sentia que poderia não conseguir seguir na área. “Quando eu cheguei na graduação, eu já cheguei trabalhando. Então eu não tive a experiência da iniciação científica, que era algo que me fazia ficar um pouco receosa”.
A cientista que é de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, ia estudar em Petrópolis e fazia estágio em uma escola. Com uma rotina puxada de só conseguir dormir 4 horas por noite, ela ficou doente e o médico pediu para que ela escolhesse trabalhar ou estudar.
Neste momento ela narra o diálogo do atendimento médico: “‘Obviamente eu vou ter que escolher trabalhar porque eu preciso ajudar dentro de casa’. Ele falou ‘minha filha, a educação é o futuro para você'”.
Impaciente em explicar como essa vivência era diferente e decidida a trancar o curso para trabalhar e guardar um dinheiro, Nina conseguiu ser efetivada no trabalho e realizar a transferência para PUC – Rio, mais próximo da sua casa, com uma bolsa de estudos.
Mas o reconhecimento como liderança negra também a deixa aflita e a cientista prefere usar o termo “em construção”, com tudo o que vivenciou e continua aprendendo no dia a dia.
“Na computação a gente tem um tem várias questões não só de violência de gênero e raça, mas também capacitistas, que são assuntos que a gente não faz nada. Quando acontece um caso de racismo, um caso de machismo, ele não é debatido simplesmente. Você vê, [sabe o que aconteceu, a pessoa escolhe sair ou não e às vezes ela sai sem apoio nenhum e nada disso é conversado com os líderes que estão nessas áreas”, explica.
Para Nina, existem muitas lideranças para além do que são vistas na internet. “Eu tive muito apoio coletivo para além da minha família, que é uma coisa muito difícil de você ter em qualquer área sendo mulher negra. Os lugares que eu passei de trabalho, tinha ali um núcleo como a tia Cleide, que trabalhava na cozinha. Só o ato dela separar o almoço, eu conseguir comer, continuar o trabalho, isso é um ato que ajuda você a pensar o que é a liderança”.
O humorista e apresentador Paulo Vieira utilizou suas redes sociais nesta última terça-feira (17) para questionar os preços das passagens áreas. Ele se surpreendeu com os valores que estão sendo cobrados em conexões do Rio de Janeiro – São Paulo. “3 mil uma passagem Rio-São Paulo. 40 minutos de voo. TRÊS MIL. Por pessoa“, destacou Vieira.
Em outro comentário, o apresentador também destacou, com humor, a forma como os usuários e os clientes ficam sem recursos frente aos preços abusivos. “Meu sonho ter uma agência que regulasse as empresas aéreas pro consumidor não ficar desprotegido eu colocaria até o nome de ANAC… se existisse, claro“, ironizou ele, se referindo à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), uma das agências reguladoras federais do país, criada para regular e fiscalizar as atividades da aviação civil e a infraestrutura aeronáutica e aeroportuária no Brasil.
Meu sonho ter uma agência que regulasse as empresas aéreas pro consumidor não ficar desprotegido
eu colocaria até o nome de ANAC… se existisse, claro
Através das redes, Paulo recebeu apoio de diversos artistas e a publicação acabou se tornando viral. O cantor Johnny Hooker chegou a comentar: “É isso. E como viaja com equipe pra fazer show? O dinheiro dos ingressos todos pra pagar as passagem”. Para além dos impactos causados pela pandemia de COVID-19, agora, as companhias aéreas se queixam do alto preço associado à querosene de aviação (QAV), na esteira do aumento do petróleo e a crise provocada pela guerra na Ucrânia.